Conservar as florestas públicas brasileiras, promover a produção
sustentável, estimular o desenvolvimento econômico regional e melhorar a qualidade de vida das populações que vivem no entorno dessas áreas são os principais objetivos da política de concessões florestais, regida pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11.284/2006).
A Lei de Gestão de Florestas Públicas permite ao Poder Público
conceder a Pessoas Jurídicas, incluindo empresas, cooperativas e associações de comunidades locais, permissão para realizar o manejo florestal sustentável para extrair produtos madeireiros e não madeireiros e para oferecer serviços de turismo.
As empresas concessionárias são selecionadas por processo de
concorrência pública, que avalia as propostas técnica e de preço recebidas. Em contrapartida ao direito de manejar a área, as concessionárias repassam periodicamente ao governo valores definidos pelo contrato firmado. A execução dos contratos é minuciosamente acompanhada pelo Serviço Florestal Brasileiro por meio de ferramentas de monitoramento florestal.
QUE ÁREAS NÃO PODEM SER DESTINADAS À CONCESSÃO?
O SFB é responsável por selecionar as áreas que podem ser
concedidas, organizar os processos de licitação e monitorar os contratos, com duração de até 40 anos. Alguns estados, principalmente na Amazônia, também implementam políticas de concessão em florestas públicas estaduais, geridas por órgãos específicos, como o Ideflor-Bio no caso do Pará.
Segundo a LGFP, as seguintes áreas NÃO podem ser destinadas
para concessão: Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral; UCs de uso sustentável das categorias: Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS, Reservas Extrativistas - RESEX, Reservas de Fauna e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico – ARIE; Terras Indígenas; Áreas ocupadas por comunidades locais ou dedicadas exclusivamente ao manejo comunitário; Áreas de interesse para a criação de UCs; e UCs que não possuem Plano de Manejo da Unidade de Conservação (PMUC) em vigência.
O QUE SÃO MERCADOS DE CARBONO E COMO FUNCIONAM
A retenção e a captura de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera
pelas florestas são um serviço fundamental para a regulação do clima e a mitigação das mudanças climáticas.
Dentre todos os serviços ambientais comprovadamente prestados
pelas florestas, esse é o único que tem mecanismo de valoração econômica e mercados consolidados até agora. Ou seja, é possível que os responsáveis pela proteção e gestão da área sejam remunerados por esse serviço ambiental.
VALE A PENA MANTER A FLORESTA EM PÉ?
Os municípios e comunidades vizinhas às áreas concedidas são
favorecidos pela geração de empregos formais, pelos investimentos em serviços e infraestrutura, além dos repasses financeiros relativos ao pagamento pelos produtos explorados e demais benefícios garantidos pelo contrato de concessão.
Vale ressaltar que o contrato de concessão respeita os direitos e
necessidades dos povos e comunidades tradicionais e não inclui acesso ao patrimônio genético, uso dos recursos hídricos, exploração de recursos minerais, pesqueiros ou fauna silvestre, nem comercialização de créditos de carbono. A titularidade da terra continua sendo do governo, uma vez que o concessionário apenas recebe o direito de realizar o manejo florestal na área.