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04
1.
2023
2021
GRUPO
04Mate
Carlos
Ebenizário Mapanga
Jaime Cossa
Jardel Machirica
Saíbo Verar
Resiliência do Património
Da Ilha de Moçambique Face aos Eventos Climáticos:
DOCENTES:
ALEXANDRE NHANTUMBO (ARQT.) & ISEQUIEL ALCOLETE (ARQT)
UNILÚRIO
FACULDADE DE ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FÍSICO
NAMPULA JULHO DE 2023 PATRIMÓNIO E CONSERVAÇÃO I :: I SEMESTRE :: 4º ANO
ÍNDICE
1. CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES INICIAIS........................................................................................................5
1.1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................5
1.1.1. PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................................................................................... 5
1.1.2. PALAVRAS-CHAVE........................................................................................................................................................... 5
1.1.3. OBJECTIVOS...................................................................................................................................................................... 5
1.1.4. JUSTIFICATIVA................................................................................................................................................................... 5
1.1.5. Metodologia...................................................................................................................................................................... 6
2. CAPITULO II: contextualização.........................................................................................................................7
2.1. enquadramento...........................................................................................................................................................7
2.1.1. Enquadramento Geográfico.......................................................................................................................................... 7
2.1.2. Enquadramento Arquitectónio...................................................................................................................................... 9
2.2. Ocorrência de Ciclones no País...............................................................................................................................9
2.2.1. Histórico de Ciclones e Tempestades em Moçambique desde 1975...............................................................10
3. Capítulo III: INFLUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS NA CONSERVAÇÃO DO
PATRIMÓNIO....................................................................................................................................................13
3.1. Ciclone Tropical Gombe..........................................................................................................................................13
3.1.1. Danos Registados........................................................................................................................................................... 13
4. Capítulo IV: Adaptação do Património Edificado Aos Ciclones...............................................................16
4.1. O Patrimônio Arquitetônico No Contexto Do Planejamento Urbano E Desenvolvimento Local........16
4.2. Os 10 Aspectos Essenciais Para A Resiliência....................................................................................................16
4.2.1. Aspecto Essencial 1: Organizar Para A Resiliência Frente Aos Desastres........................................................16
4.2.2. Aspecto Essencial 2: Identificar, Compreender E Utilizar Os Cenários De Riscos Atuais E Futuros...........16
4.2.3. Aspecto Essencial 3: Fortalecer A Capacidade Financeira Para A Resiliência.................................................17
4.2.4. Aspecto Essencial 4: Promover O Desenho Do Desenvolvimento Urbano Resiliente..................................17
4.2.5. Aspecto Essencial 5: Proteger As Zonas De Amortecimento Naturais Para Melhorar A Função De
Proteção Proporcionada Pelos Os Ecossistemas..................................................................................................................... 18
4.2.6. Aspecto Essencial 6: Fortalecer A Capacidade Institucional Para A Resiliência..............................................18
4.2.7. Aspecto Essencial 7: Compreender E Fortalecer A Capacidade Social Para A Resiliência...........................18
4.2.8. Aspecto Essencial 8: Aumentar A Resiliência Da Infraestrutura..........................................................................18
4.2.9. Aspecto Essencial 9: Assegurar A Efetividade Da Preparação E Uma Resposta Efetiva A Desastres........18
4.2.10. Aspecto Essencial 10: Acelerar A Recuperação E Reconstruir Melhor, Depois De Qualquer Desastre....18
5. Capítulo V: Considerações Finais.................................................................................................................19
5.1. conclusão....................................................................................................................................................................19
5.2. Bibliografia..................................................................................................................................................................20
Índice de Tabelas
Índice de Figuras
Figura 1: Tendência Histórica dos Desastres causados por Eventos Naturais (1980-2017) – Exemplo de
Ciclones.......................................................................................................................................................................................10
Figura 2: Destruição parcial do mercado central.............................................................................................................12
Figura 3: Destruição do edifício do tribunal......................................................................................................................12
Figura 4: Estado do hospital da Ilha de Moçambique....................................................................................................13
Figura 5: Estado da Capela Nossa Senhora de Baluarte................................................................................................13
Figura 6: Correcto do museu da Ilha de Moçambique..................................................................................................13
Figura 7: Luminárias tradicionais destruídas......................................................................................................................13
Figura 8: Cidade de macuti em estado de degradação................................................................................................14
Figura 9: Paisagem da Ilha de Moçambique Destruída.................................................................................................14
Índice de Mapas
1.1. INTRODUÇÃO
Quando em 1991, sob proposta do Governo de Moçambique, a Ilha de Moçambique foi proclamada
Património Mundial pela UNESCO, realizava-se uma das grandes aspirações dos moçambicanos, tendo em
vista estender a todos os povos do mundo, o usufruto do rico e diversificado património cultural que a Ilha
de Moçambique incorpora. (UNESCO, 2009)
O presente trabalho, trata da Resiliência do património edificado da Ilha de Moçambique face aos eventos
climáticos: Ciclones, visto que devido a sua localização geográfica, a Ilha de Moçambique se encontra
susceptível a diversos riscos climáticos que assolam o seu património e alguns deles são os ciclones e
sendo que ela é reconhecida como um Valor Universal Excepcional (VUE), é necessário que se criem
mecanismo para que se possa assegurar a sua conservação, para que continue como um Património
Mundial.
1.1.1. PROBLEMATIZAÇÃO
Uma das principais vulnerabilidades da Ilha é a sua localização geográfica. Sendo uma Ilha, está sujeita a
riscos naturais, como tempestades tropicais, inundações e erosão costeira. A mudança climática e o
aumento do nível do mar intensificam essas ameaças, colocando em perigo a infraestrutura e a população
local.
1.1.2. PALAVRAS-CHAVE
Vulnerabilidade; Resiliência; Conservação; Património Edificado.
1.1.3. OBJECTIVOS
1.1.3.1. GERAL
Avaliar a resiliência do património edificado da Ilha de Moçambique face aos eventos climáticos: ciclones.
1.1.3.2. ESPECIFICOS
Õ Descrever a frequência de ocorrência dos Ciclones;
Õ Impacto dos desastres naturais na resiliência do Património;
Õ Apresentar hipóteses de materiais para a resiliência do património edificado;
Õ Desenvolver mecanismos de conservação do património, face as calamidades naturais.
1.1.4. JUSTIFICATIVA
Tratando-se de um local que se reconhece por possuir um Valor Universal Excepcional (VUE) ou seja um
Património Mundial, que pela sua localização geográfica possui uma grande vulnerabilidade as mudanças
climáticas, é garantir maior resiliência ao património edificado como forma de salvaguardar e conservar o
bem que possui um grande valor, não só para a população local mas, para o mundo fora, deste modo
devem-se estabelecer medidas de protecção contra o nosso património.
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1.1.5. METODOLOGIA
A elaboração deste trabalho consistiu em uma sequência lógica das fases de elaboração e seus respectivos
procedimentos metodológicos, para a sua melhor compreensão, o trabalho foi elaborado de acordo com
as seguintes fases:
1ª. Formulação dos Objectivos, nesta fase serão definidos os objectivos do trabalho, para
posteriormente seja feita a estrutura do trabalho, elaboração do guião de levantamento e divisão
das tarefas para cada membro, das quais irão nortear o desenvolvimento do trabalho e a definição
de estratégias de levantamento de dados.
2ª. Levantamento de Dados, esta fase irá consistir na busca e recolha de dados secundários:
Õ Dados Secundários, são informações colectadas por meio de fontes bibliográficas como (Livros,
Leis, Regulamentos) para a recolha de dados em diferentes fontes que direto ou indiretamente
estão relacionados com o trabalho;
3ª. Análise e Compilação, com a leitura e o processamento dos dados, far-se-á a compilação de toda a
informação, baseando-se na estrutura dos trabalhos individuais.
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2. CAPITULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1. ENQUADRAMENTO
2.1.1. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
A Cidade da Ilha de Moçambique está localizada na República de Moçambique, a cerca de 2400 km da
capital do país, a cidade de Maputo e cerca de 180 km da capital da província nortenha de Nampula.
(MOÇAMBIQUE, 2012).
A Ilha de Moçambique, com 1 Km2 de área, situa-se à entrada da Baía de Mossuril, que é uma das Baias
maiores Baias de Moçambique. Uma ponte de cerca de 3 km assegura a sua ligação ao continente,
nomeadamente ao Posto Administrativo do Lumbo, com o qual a Ilha forma o Distrito e, simultaneamente,
o Município da Ilha de Moçambique, perfazendo um total de 445 km2. Do lado oposto da Baía situa-se o
Posto Administrativo do Mossuril, pertencente ao Distrito de Mossuril. Fazem parte do arquipélago três
pequenas Ilhas, não habitadas: a Ilha de São Lourenço, onde está localizado o Fortim do mesmo nome, a
leste as Ilhas de Goa e de Sena. (JICA, 2012)
Mapa 1: Enquadramento Geográfico
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2.1.1.3. BAIA E COSTA
A superfície de água que forma a Baia de Moçambique tem uma largura de 10 km, entre Sancul e
Cabaceira Pequena, e um comprimento de 11 km, da ilha até Apaga-Fogo. A entrada da Baia há uma
série de bancos de coral e de areia, peio que o acesso ao Porto é normalmente feito através do canal
A Costa, muito recortada e com profundas reentrâncias que penetram pelo litoral dentro, proporciona
bons locais de abrigo para as embarcações a vela - terminando a mesma em duas pontas avançadas:
Cabaceira Pequena a Norte e Sancul a Sul.
A Baia é pouco profunda e pouco acidentada, com cotas que variam entre 0,10 m no Sancul e 10 a 11 m
no ancoradouro. Este é relativamente estreito. sendo a sua largura máxima aproximadamente de 375 m.
Para os navios de grande envergadura o fundeadouro localiza-se entre os bancos. Leven e. S. João.
A diferença máxima das marés é de 3,5 m. A temperatura da água da Baia é uma média
aproximadamente de 26 ºC, ligeiramente superior å da atmosfera. A salinidade é aproximadamente de
35g/litro. (SEC, 1985)
2.1.1.4. TOPOGRAFIA
A ilha é relativamente plana. com algumas ondulações que comandam o desnível das ruas, sendo a cota
mais alta de 9,07 m, próxima do Campo de S. Gabriel.
No interior, as cotas mais baixas são de 1,11 m e encontram-se 50 cm abaixo do nível médio da praia/mar,
e situam-se no local das antigas pedreiras que hoje constituem aproximadamente 3/4 da área da 'cidade
de macuti', a beira-mar encontram-se alguns rochedos de coral que formam uma proteção natural contra
a força abrasiva do mar; estes encontram-se sobretudo na costa oriental, em torno do cemitério (ponta
Sul) e da Fortaleza (ponta Norte). (SEC, 1985)
2.1.1.5. ZONA DE RISCO
A Ilha situa-se na faixa de ocorrência dos ciclones provindos do Oceano Índico, e que afectam a região
com mais frequência de Janeiro a Março. Em geral os ciclones atingem o litoral de Moçambique na sua
fase de dissipação, sendo mais frequentes as depressões tropicais com pesadas chuvas e ventos que não
ultrapassam os 100 km/hora, podendo, no entanto, ainda causar danos avultados como foi o caso do
Ciclone Nádia em 1994 e Ciclone Jokwe em 2008. (MCTM, 2020)
Mapa 2: Zonas e níveis de risco de ciclones na região norte de Moçambique
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Conforme indicado no mapa acima, a Ilha de Moçambique apresenta elevado risco de ciclones,
encontrando-se no limite entre o a Zona de Risco 1 e a Zona de Risco 2.
2.1.2. ENQUADRAMENTO ARQUITECTÓNIO
A arquitectura da cidade de pedra e cal', criada ao longo de 400 anos, é digna de nota pela sua
homogeneidade e pela sua imunidade ao destrutivo progresso técnico do séc. XX. Esta homogeneidade é
reforçada pelo apego, durante seculos, aos mesmos materiais de construção: pedra calcária e madeira; à
mesma técnica de construção: alvenaria para as paredes e vigamentos de madeira para os pavimentos; o
mesmo revestimento das fachadas: reboco e caiação; os mesmos detalhes: cornijas, guarnições nas portas
e janelas, pilastras sem base nem capitel; a mesma composição das fachadas: janelas retangulares,
ritmicamente colocadas nas superfícies calmas e moderadas das paredes; e o mesmo processo de
captação da água das chuvas, com o uso de terraços. Também é interessante notar que a característica
organização das casas, em planta, se mantém através dos tempos. E também que o mesmo tipo de
organização se encontra nas casas da 'cidade de macuti'.
A arquitectura da Ilha sofreu influências de verias origens, sendo a mais marcante a da região meridional
de Portugal. Algarve, tendo as casas ali traços comuns com as casas da Ilha. que se manifestam claramente
nas paredes rebocadas e caiadas, e nas fachadas com cornijas e guarnições pintadas de branco. Também
são evidentes os traços estilísticos árabes e indianos, nos detalhes dos edifícios. Por exemplo, a fachada da
Igreja da Misericórdia tem elementos decorativos árabes na secção central, mas indianos nos ondulantes
ornatos em forma de asa de pássaro, e, ainda, portugueses ou europeus na própria composição barroca.
com pirâmides.
Duma maneira geral, o conjunto arquitetónico da cidade ficou estabelecido nos últimos anos do séc. XlX.
havendo, no entanto, alguns edifícios mais recentes, que patenteiam o séc. XX, como, por exemplo, a
esquadra da polícia, em estilo neoclássico, e o edifício funcionalista da Escola primária. Josina Machel
Recentes restauros tem, em certa medida, contribuído para o obscurecimento da origem histórica de
alguns edifícios. (SEC, 1985)
Ciente deste problema do impacto dos desastres, o Governo de Moçambique definiu a Redução do Risco
de Desastres como uma das prioridades nacionais.
Os ciclones ocorrem ocasionalmente em Moçambique. Em média, elas acontecem cerca de 4 vezes por
ano. As regiões mais afetadas são Zambézia, Nampula e Tete.
A estação típica dos ciclones depende da monção de verão. As tempestades mais severas ocorrem nos
meses antes (maio a junho) e depois (outubro a novembro).
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Figura 1: Tendência Histórica dos Desastres causados por Eventos Naturais (1980-2017) – Mapa 3: Ocorrência de ciclones e
Exemplo de Ciclones tempestades no País
O ciclone mais severo que se fe sentir em Moçambique nos últimos 12 meses foi o ``Freddy´´. Atingiu
velocidades de até 172 km/h perto da cidade de Quelimane em 11 de Março 2023 às 14h00, e tinha um
diâmetro de 5 quilômetros naquela época. De acordo com a classificação internacionalmente aceita Saffir-
Simpson, isto correspondeu a um ciclone de categoria 2. No mar aberto, foram medidas velocidades de
até 183 km/h (categoria 3).
2.2.1. HISTÓRICO DE CICLONES E TEMPESTADES EM MOÇAMBIQUE DESDE 1975
Õ 2007 fávio; Õ 2012 funso; Õ 2017 dineo; Õ 2019 keNNETH; Õ 2022 ana;
Õ 2008 jókwe; Õ 2014 Hellen; Õ 2019 idai; Õ 2021 Eloise; Õ 2022 gombe;
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Velocidade do vento: max. 93 km/h Nampula
Diâmetro: max. 148 km Tete
Pressão de ar: abaixo 993 mar
Escala Saffir-Simpson: tempestade tropical
Eloise: 17 a 21 janeiro 2021 O ciclone não teve contato direto com a terra em
Velocidade do vento: max. 94 km/h Moçambique. A menor distância foi em 21/01/2021 às 17h00,
Diâmetro: max. 370 km com cerca de 87 km a sudoeste de Ant em Nampula.
Pressão de ar: abaixo 994 mar
Escala Saffir-Simpson: tempestade tropical
Diane: 22 a 29 janeiro 2020 O ciclone não teve contato direto com a terra em
Velocidade do vento: max. 102 km/h Moçambique. A menor distância foi em 22/01/2020 às 14h00,
Diâmetro: max. 444 km com cerca de 289 km a sudoeste de Ilha de Moçambique em
Pressão de ar: abaixo 985 mar Nampula.
Escala Saffir-Simpson: tempestade tropical
Belna: 2 a 11 dezembro 2019 O ciclone não teve contato direto com a terra em
Velocidade do vento: max. 189 km/h Moçambique. A menor distância foi em 09/12/2019 às 23h00,
Diâmetro: max. 204 km com cerca de 440 km a sudoeste de Ilha de Moçambique em
Pressão de ar: abaixo 957 mar Nampula.
Escala Saffir-Simpson: categoria 3
Idai: 4 a 16 março 2019
Velocidade do vento: max. 213 km/h
Zambézia
sobre a terra: max. 185 km/h Nampula
Diâmetro: max. 185 km Niassa
Olho: max. 167 km Sofala
Pressão de ar: abaixo 940 mar Manica
Escala Saffir-Simpson: categoria 4
Eketsang: 23 a 26 janeiro 2019 O ciclone não teve contato direto com a terra em
Velocidade do vento: max. 74 km/h Moçambique. A menor distância foi em 23/01/2019 às 08h00,
Diâmetro: max. 219 km com cerca de 493 km a sul de Ant em Nampula.
Pressão de ar: abaixo 992 mar
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Afetou mais de 7000 famílias, em termos de perdas humanas, foram
registrados 6 óbitos e 15 feridos, na cidade de Macúti, teve maior
Gombe (11 de março 2022) gravidade pois verificou-se 90 edifícios de tipologia tradicionais
destruídos.
(Informação Preliminar Ciclone Gombe 10 a 11 de Marco de 2022).
Fonte: MCT, (2020)
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3. CAPÍTULO III: INFLUÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS NA CONSERVAÇÃO DO
PATRIMÓNIO
Os bens do Patrimônio Mundial são aqueles definidos nos artigos 1º e 2º da Convenção do Patrimônio
Mundial e inscritos na Lista do Patrimônio Mundial com base no seu valor universal excepcional, o que se
realiza por meio da satisfação de um ou mais dos dez critérios definidos nas Diretrizes Operacionais para a
Implementação da Convenção do Patrimônio Mundial (UNESCO/WHC, 2008a).
Todos os bens inscritos como Patrimônio Mundial podem estar expostos a um ou mais tipos de catástrofes.
Ao longo dos últimos anos, desastres naturais e antrópicos têm causado enormes prejuízos aos bens
inscritos como Patrimônio Mundial. Exemplos disso são Bam (República Islâmica do Irã), devido ao
terremoto de 2003; o Conjunto de Templos de Prambanan (Indonésia) devido ao terremoto de 2006; a
Cidade Velha de Edimburgo (Reino Unido), devido ao incêndio de 2002; a destruição dos Budas de
Bamiyan, no Afeganistão, devido a conflito armado e vandalismo, em 2001; e o Templo da Relíquia do
Dente de Buda, em Kandy (Sri Lanka), após ataque terrorista, em 1998. Em 2007, o ciclone Sidr em
Sundarbans (Bangladesh) levou à destruição de florestas e manguezais, ao afogamento de pescadores e da
vida selvagem e à intrusão salina.
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Õ Hospital da Ilha de Moçambique, destruição parcial com a remoço de chapas de cobertura e
queda da platibanda.
Figura 4: Estado do hospital da Ilha de Moçambique
Õ Capela da Nossa Senhora de Baluarte, Fortaleza de São Sebastião (aceleração das fendas na
muralha estrutural, esta em risco de derrocada na Capela, o remanescente da cobertura de nátex e
gárgola lateral direita.
Figura 5: Estado da Capela Nossa Senhora de Baluarte
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3.1.1.2. CIDADE DE MACUTI
Na cidade de macuti a situação apresenta maior gravidade pois verificou-se a destruição total e parcial de
90 edifícios de tipologia tradicional swahili (macuti) e igualmente foram destruídas numeras casas de
tipologia mista e convencional. (GDIM, 2022)
Figura 8: Cidade de macuti em estado de degradação
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4. CAPÍTULO IV: ADAPTAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO AOS CICLONES
Tendo em conta que a forma específica de organização e estrutura variam de acordo com os contextos
nacionais e entre os países, certificar-se de que todas as propriedades ou agências governamentais locais,
compreendem a importância da redução do risco de desastres, para alcançar os objetivos das suas políticas
e programas. Além disso, identificar medidas para reduzir o risco de desastres dentro de suas funções e
responsabilidades; estabelecer um quadro de colaboração entre eles, conforme necessário.
4.2.2. ASPECTO ESSENCIAL 2: IDENTIFICAR, COMPREENDER E UTILIZAR OS CENÁRIOS
DE RISCOS ATUAIS E FUTUROS.
Os governos locais devem identificar e compreender os seus cenários de risco e garantir que todos os
intervenientes colaboram e reconhecê-los.
4.2.2.1. CENÁRIOS DE RISCOS
Os Cenários de riscos devem identificar as ameaças, exposição e vulnerabilidade, pelo menos, o mais
provável e o cenário mais grave (o pior), com especial atenção para o seguinte:
Õ Como as ameaças podem mudar ao longo do tempo, dado o impacto de fatores como a
urbanização e as mudanças climáticas;
Õ As áreas geográficas expostas e impacto territorial (do desastre).
Õ Segmentos da população, das comunidades e habitações expostas.
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Õ Elementos da infraestrutura crítica exposta ao risco de fracasso "em cascata" de um sistema ativo
para outro (por exemplo, quando a perda de energia impede que a água a ser bombeado ou
enfraquece o sistema hospitalar).
Õ Prazos (intervalos) considerados para análise de risco (vulnerabilidades) e impactos, bem como para
a implementação das respostas necessárias.
Õ Criando e mapas de risco de publicação e divulgação detalhando as informações mencionadas
anteriormente.
Com base nos cenários e mapas de risco mencionados no aspecto essencial 2, este aspecto incluem:
Õ Utilização e gestão do crescimento urbano, terra Zoneamento para evitar ou reduzir os fatores que
afetam a resiliência;
Õ A identificação de terras adequadas para o desenvolvimento futuro, considerando como grupos de
baixa renda pode acessar terra adequada.
Õ Resolver as necessidades dos assentamentos informais, incluindo déficies de infraestrutura básica,
como água, esgoto e saneamento.
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Õ Avaliação da resiliência da infraestrutura para as ameaças potenciais e a incorporação do reforço
das medidas de prevenção.
Õ Desenvolvimento e aplicação de códigos de construção adequados e diretrizes para edificações.
Õ Integrar a proteção do patrimônio natural e cultural da cidade.
Õ Maximizar o uso de soluções de design urbano, tais como superfícies impermeáveis, áreas verdes,
sombreamento, áreas de retenção de água, corredores de ventilação, etc.
4.2.5. ASPECTO ESSENCIAL 5: PROTEGER AS ZONAS DE AMORTECIMENTO NATURAIS
PARA MELHORAR A FUNÇÃO DE PROTEÇÃO PROPORCIONADA PELOS OS
ECOSSISTEMAS.
Identificar, proteger e monitorar os serviços críticos do ecossistema que contribuam para melhorar a
resiliência antes dos desastres.
Serviços dos ecossistemas relevantes incluem, entre outros: aqueles que contribuem para reduzir a
velocidade, promover o reflorestamento; arborização urbana, várzeas; dunas, mangais e outra vegetação
costeira; e polinização. Muitos serviços de ecossistemas importantes para a resiliência das cidades, podem
ser encontrados fora de seus limites administrativos.
4.2.6. ASPECTO ESSENCIAL 6: FORTALECER A CAPACIDADE INSTITUCIONAL PARA A
RESILIÊNCIA
Deve-se Certificar-se de que todas as instituições relevantes para a resiliência da cidade têm as
capacidades e as habilidades necessárias para desempenhar as suas funções. "Instituições" inclui, de acordo
com o contexto, as organizações do governo central, provincial e local; organizações do setor privado que
prestam serviços públicos (dependendo do contexto local, isso pode incluir telecomunicações, água,
energia, saúde, redes de estradas, estradas, coleta de lixo, entre outros, bem como equipamento de
capacidade voluntário na um desastre); proprietários e operadores de instalações industriais; proprietários
de edifícios (individuais ou coletivas); ONGs; organizações profissionais, sindicatos; instituições culturais e
organizações da sociedade civil.
4.2.7. ASPECTO ESSENCIAL 7: COMPREENDER E FORTALECER A CAPACIDADE SOCIAL
PARA A RESILIÊNCIA
Fortalecer a "conexão" social e uma cultura de ajuda mútua para influenciar significativamente o impacto
dos desastres independentemente da sua magnitude. E outros.
4.2.8. ASPECTO ESSENCIAL 8: AUMENTAR A RESILIÊNCIA DA INFRAESTRUTURA.
Deve-se entender como os sistemas de infraestrutura crítica respondem às situações de risco de desastres
e o desenvolvimento de planos de contingência para gerir o risco identificado. Desenvolver planos de
contingência para gerir o risco identificado.
4.2.9. ASPECTO ESSENCIAL 9: ASSEGURAR A EFETIVIDADE DA PREPARAÇÃO E UMA
RESPOSTA EFETIVA A DESASTRES
Melhorar a preparação de desastres para garantir uma resposta eficaz, a instalação de sistemas de alerta
precoce e desenvolver as capacidades de resposta de emergência em sua cidade.
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4.2.10. ASPECTO ESSENCIAL 10: ACELERAR A RECUPERAÇÃO E RECONSTRUIR MELHOR,
DEPOIS DE QUALQUER DESASTRE
Acelerar a recuperação e reconstruir melhor depois de qualquer desastre.
Alocar financiamento adequado e reserva de contingência para a resposta pós evento planificar e estar
preparado para interrupções de desenvolvimento antes que eles ocorram. Aprender com os erros tentando
entender por que o dano ocorreu e assegurar que as lições aprendidas de recuperação são incorporadas.
Processos de reconstrução.
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5. CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÃO
Ao fim da elaboração do trabalho podemos concluir que devido a sua localização a Ilha de Moçambique
esta localizada numa zona de risco e que de certo modo também ameaça a o seu património edificado,
que possui Valor universal excepcional. Património este que torna a Ilha de Moçambique assunto de
debate em diversos fóruns a nível mundial e coloca Moçambique numa posição privilegiada na esfera
mundial pelo facto de possuir edifícios um sítio classificado como património mundial pela UNESCO.
Os ventos fortes na Ilha de Moçambique, tem caracter sazonal, e por esta razão poe-se em causa a
resiliência do o património edificado nela. Deste modo urge a necessidade de preservação do património
face a estas intempéries de modo a minimizar os dados avultados que advém de destes, dentre os quais
alteração da paisagem urbana, danificação dos edifícios classificados e a retração de investimentos dos
sectores turísticos.
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5.2. BIBLIOGRAFIA
CMCIM. (2013). Plano Geral de Urbanização do Posto - SITUAÇÃO ACTUAL. Ilha de Moçambique.
GDIM. (2022). Informaçao preliminar sobre as circunstancias da depressao tropical gombe no distrito da
Ilha de Moçambique.
SEC. (1985). Secretaria do Estado da Cultura - Moçambique, Relatorio - Ilha de Moçambique.
UNESCO. (2009). Reabilitaçao da Fortaleza de Sao Sebastiao - Ilha de Moçambique. França, Paris.
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