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EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
PERÍODO BÁSICO
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TÉCNICAS MILITARES II
UD 8 e 9
2019
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................2 /166 )
ÍNDICE DE ASSUNTOS
UD 8- COMUNICAÇÕES
UD 9- MARCHAS E ESTACIONAMENTOS
9.7 Bivaque…………….……………………….….………………….………..………......157
REFERÊNCIAS ................................................................................................166
Finalidade
O presente manual tem por finalidade:
a. Estabelecer as peculiaridades do emprego das comunicações no âmbito da Força
Terrestre (FT);
b. Orientar o planejamento do sistema tático de comunicações (SISTAC);
c. Servir de fonte de estudo sobre os fundamentos básicos do emprego
das comunicações.
Generalidades
a. As comunicações compreendem o conjunto de meios destinados a estabelecer as
ligações entre os diversos escalões, com a finalidade de apoiar o exercício do comando e
controle.
b. Cada escalão da Força Terrestre possui seu elemento de comunicações, o qual tem
por missão o planejamento, a instalação, a exploração e a manutenção do respectivo sistema
de comunicações, bem como prover a segurança física das suas instalações.
Conceitos Básicos
a. As operações militares compreendem um complexo de atividades que exige uma
elevada capacidade de planejamento, comando, controle e coordenação de emprego das
forças terrestre, aérea e naval. A grande mobilidade, a velocidade de deslocamento dessas
forças e o grande tráfego de informações exigem um planejamento centralizado, um comando
único e uma execução descentralizada, fazendo com que as decisões sejam rápidas e que
possam ser executadas oportunamente.
b. Essas características levam à necessidade de um sistema de comunicações
confiável, de grande capacidade de tráfego, muito flexível, permitindo transmissão de
mensagens em tempo real e que ofereça segurança face às atividades de guerra eletrônica
(GE) do oponente.
c. A transmissão em tempo real tem por objetivo prestar ao comandante e seu estado-
maior informações das ações das tropas amigas, das atividades do inimigo e das alterações no
terreno, no exato momento em que as mesmas ocorrem, de forma a permitir-lhes tomar
decisões de conduta do combate, empregando pessoal e material na ocasião e local
oportunos, com o menor risco de perdas e melhores condições de obtenção de êxito.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................6 /166 )
d. As comunicações devem ser o elo entre o comandante e sua tropa, levando a sua
presença em todos os lugares, simultaneamente.
e. O Sistema de Comando e Controle depende da eficácia das comunicações, o que o
torna alvo primordial do esforço de busca do inimigo para obtenção de informações através das
medidas eletrônicas de apoio (MEA) (busca, interceptação, monitoração, registro, localização
eletrônica e análise) e, nos momentos críticos das operações, das contramedidas eletrônicas
(CME) (interferência e dissimulação eletrônica) buscando não só dificultar a intervenção do
comandante no combate, como também degradar a coordenação dos diversos elementos
desdobrados.
Ligações
Generalidades
Ligações são as relações ou as conexões estabelecidas entre os diferentes elementos
que participam de uma mesma operação, sendo uma ferramenta de apoio às atribuições de
comando e controle.
Meios de Ligação
a. Os meios de ligação são os componentes e recursos que constituem o vínculo entre
os elementos integrantes de uma mesma operação.
b. Tipos de meios de ligação
Ligações Necessárias
a. As ligações necessárias são constituídas pelos contatos diretos ou indiretos que
devem ser estabelecidos entre um determinado escalão e outros envolvidos em uma operação
militar, indispensáveis para o exercício do comando e controle.
b. As necessidades são determinadas pelo comandante e condicionadas pelo tipo de
operação, momento, escalão considerado, e pelos elementos envolvidos na mesma missão.
c. Nas operações militares, a efetivação das ligações necessárias é obtida através do
emprego dos meios de ligação.
d. As ligações necessárias permitem:
(1) o exercício do comando e controle no âmbito do escalão considerado;
(2) a integração ao sistema de comando e controle do escalão superior;
(3) a conexão com os elementos subordinados, vizinhos, apoiados, em apoio, em
reforço/integração, outras forças singulares e sistemas de telecomunicações civis.
Generalidades
a. É necessário e fundamental que o militar tenha conhecimento das regras básicas de
exploração, de modo a se obter a eficiência e a eficácia dos meios de comunicações
empregados.
b. A informação obtida, normalmente, é transmitida, utilizando-se uma mensagem.
Mensagem, portanto, é uma idéia ou um sinal inteligente, ou conjunto deles, com significado
próprio. Nas comunicações militares, mensagem é o instrumento utilizado para a troca de
informações, dar ciência das decisões, das ordens e de comunicados em geral. Quando
transmitida por um dos meios de comunicações, pode ser diretamente compreensível ou não,
podendo estar soba forma de dados, imagem, voz e texto.
c. O uso da mensagem para a transmissão de informações deve obedecer a uma
padronização, não só em termos de formatação física, mas também, em aspectos básicos
ligados à segurança e à transcrição do seu conteúdo.
d. Os C Com fiscalizam os aspectos relativos à adequada utilização dos meios de
comunicações, formatação de mensagens, segurança e outros fatores ligados ao fluxo de
informações pelos meios de comunicações.
e. Este manual traça as normas básicas para o processamento de mensagens e outros
procedimentos relativos aos C Com.
Conceitos Básicos
a. Mensagem simples - é aquela enviada a um só destinatário.
b. Mensagem circular - é aquela enviada a dois ou mais destinatários.
c. Mensagem de partida - é aquela que é enviada, pelos meios de comunicações, a
outro C Com ou comando, localizado fora do alcance do serviço de mensageiros locais.
d. Mensagem de chegada - é a que chega ao C Com, proveniente de outro C Com, por
intermédio dos meios de comunicações, para ser entregue na região do PC ou escalão do QG
por ele apoiado.
e. Mensagem pré-formatada - é a mensagem cujo texto obedece a uma estruturação
previamente determinada, com o objetivo de ordenar e simplificar informações a serem
transmitidas, sem prejuízo do conteúdo.
f. Mensagem criptografada - é a mensagem cujo texto não apresenta idéia inteligível em
qualquer idioma ou esconde o verdadeiro sentido da idéia que apresenta. A mensagem
criptografada é freqüentemente chamada CRIPTOGRAMA.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................11 /166 )
g. Mensagem de trânsito - é aquela que chega a um C Com, proveniente de fontes não
locais, para ser retransmitida a outro C Com, por intermédio dos meios de comunicações.
Essas mensagens são processadas no C Com de trânsito, tanto como mensagens de chegada
como de partida.
h. Mensagem local - é a proveniente de seção ou repartição situada na região do PC ou
escalão do QG, para ser entregue a outra repartição ou seção do mesmo PC ou escalão do
QG. Essas mensagens não são processadas pelo C Com, sendo, normalmente, encargo da
repartição ou seção interessada.
i. Gerenciador eletrônico de mensagem (GEM) - software empregado no processamento
eletrônico das mensagens.
Precedência
A precedência indica a prioridade com que uma mensagem deva ser veiculada em
relação às demais mensagens dentro de um sistema de comunicações. A classificação da
precedência é dada pela autoridade expedidora da mensagem, conforme o que se segue.
a. Urgentíssima - Tem precedência sobre todas as demais mensagens, interrompendo o
processamento e a transmissão daquelas. É usada em casos muito especiais e será indicada
pelo algarismo 1 (um).
b. Urgente - Tem precedência sobre as de menor prioridade e interrompe a transmissão
daquelas. É utilizada para assuntos que tratem da ampliação do contato com o inimigo, de
riscos à vida humana ou da perda de material importante. Será indicada pelo algarismo 2
(dois).
c. Preferencial - É a precedência mais alta que se pode dar às mensagens
administrativas. São processadas e transmitidas na ordem em que são expedidas. Será
indicada pelo algarismo 3 (três).
d. Rotina - Reservada a todos os tipos de mensagens cuja importância não justifique
precedência mais elevada. Será indicada pelo algarismo 4 (quatro).
Grau de Sigilo
a. A atribuição do grau de sigilo de uma mensagem é de responsabilidade da
autoridade expedidora e o tratamento que esta mensagem deve ter, em conseqüência desta
classificação, é da responsabilidade de todos que a manusearem.
b. O chefe do centro de comunicações pode sugerir a alteração da classificação sigilosa
se ela for diferente da usada em mensagens que tratam do
mesmo assunto ou assunto correlato.
Ultra-Secreto (USEC)
Atribuído aos documentos que requeiram excepcionais medidas de segurança, cujo teor
só deva ser do conhecimento de pessoas intimamente ligadas ao seu estudo ou manuseio.
Esta classificação é atribuída aos documentos referentes à soberania e integridade territoriais,
planos de guerra e relações internacionais do País, cuja divulgação ponha em risco a
segurança da sociedade e do Estado. Será indicada pelo algarismo 1 (um).
Secreto (SEC)
Atribuído aos documentos que requeiram rigorosas medidas de segurança e cujo teor
ou característica possam ser do conhecimento de pessoas que, sem estarem intimamente
ligadas ao seu estudo ou manuseio, sejam autorizadas a deles
tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade funcional.
Esta classificação é atribuída aos documentos referentes a planos e detalhes de operações
militares, a informações que indiquem instalações estratégicas e aos assuntos diplomáticos,
que requeiram rigorosas medidas de segurança, cuja divulgação ponha em risco a segurança
da sociedade e do Estado. Será indicada pelo algarismo 2 (dois).
Confidencial (CONF)
Atribuído aos documentos cuja divulgação e conhecimento do seu teor possa ser
prejudicial aos interesses nacionais. Esta classificação é atribuída aos documentos onde o
sigilo deve ser mantido por interesse do governo e das partes e cuja
divulgação possa vir a frustrar seus objetivos ou ponha em risco a segurança da sociedade e
do Estado. Será indicada pelo algarismo 3 (três).
Reservado (RES)
Atribuído aos documentos que não devam, imediatamente, ser do conhecimento do
público em geral. Esta classificação é atribuída aos documentos cuja divulgação, quando ainda
em trâmite, compromete as operações ou os objetivos neles previstos. Será indicada pelo
algarismo 4 (quatro).
Formulário de Mensagens
a. Formulário de mensagem Mod 1 (ANEXO A) - utilizado em campanha, em todos os
escalões. Apresenta-se reunido em blocos e com a capa padronizada, constituindo a caderneta
de mensagens. Destina-se ao registro de dados e informações constantes das mensagens, de
forma sintética e abreviada. No seu preenchimento, sempre que possível, utiliza-se mensagens
pré-formatadas.
b. Formulário de mensagem Mod 2 (ANEXO B) - destina-se ao registro de mensagens
que possuam texto longo.
Redação de Mensagens
a. Preparação das mensagens - as mensagens serão preparadas e enviadas ao CM em
disquete ou via rede local.
(1) Em disquete - quando a mensagem for entregue por meio de disquete, será enviado
também 01 (uma) via da mensagem impressa, que será imediatamente devolvida ao expedidor
contendo o Grupo Data Hora (GDH) e o recibo do C Com;
(2) Via rede local - quando a mensagem for enviada ao CM pela rede local o GDH e o recibo do
C Com serão automáticos.
( ) CLARO ( X ) CRPT
Mário MÁRIO E 3
ASSINATURA NOME FUNÇÃO
b. Redação - o preenchimento dos espaços, tais como: meio, rede, indicativos, GDH e
QSL são de responsabilidade do C Com. Os demais espaços são preenchidos pelo expedidor
da mensagem, da maneira que se segue.
(1) Relativos ao cabeçalho
(a) Precedência - escreve-se o algarismo indicativo da precedência escolhida, no espaço
correspondente.
1 = Urgentíssima, 2 = Urgente, 3 = Preferencial e 4 = Rotina.
(b) Classificação Sigilosa - escreve-se o algarismo indicativo da classificação sigilosa atribuída,
no espaço correspondente.
1 = Ultra-secreto, 2 = Secreto, 3 = Confidencial e 4 = Reservado.
Este campo será preenchido com o número 5 (cinco) caso a mensagem não tenha
classificação sigilosa.
(c) Referência - escreve-se o número de três algarismos correspondente à mensagem que o
expedidor está elaborando. A numeração recomeça ao atingir 999.
(d) Destinatário e Expedidor - preenchidos conforme letras “e.” e “f.” do parágrafo 2-8.
(2) Relativos ao texto - o espaço central do impresso é reservado ao texto, que é a parte
principal da mensagem, pois contém aquilo que se quer transmitir. Deverá ser preenchido de
acordo com as normas de pré-formatação de mensagens em vigor. Quando não for utilizada a
Classificação
a. Quanto ao número de condutores
(1) Fios duplos telefônicos - os que possuem dois condutores (um circulto).
(2) Cabos múltiplos- os que possuem mais de um circuito.
b. Quanto ao peso
(1) Cabo leve até 15 kg por km de cabo ou fio.
(2) Cabo pesado - acima de 15 kg por km de cabo ou fio.
Cabo EB 11-(WC-534)
a. Descrição - O cabo EB 11 -(WC-534) é um cabo múltiplo de cinco pares
decondutores, similar ao nacional EB 11 -FC 5/ETC, sem conectares nas extre-midades.
b. Características físicas e elétricas
(1) Maior dimensão da seção: 1,27 cm.
(2) Diâmetro de cada condutor Nc-' 19 AWG (0,914 mm).
(3) Peso: 218 kg/km.
(4) Resistência à tração: 212,5 kg.
(5) Alcance: 30 km:
(6) Resistência à CC: 58 ohms/ km.
(7) Atenuação: 1,5 cleikn-i até 1 KHz
(8) Fabricação: norte-americana.
c. Emprego - Nas áreas congestionadas de PC ou próximo aos centros de construção.
Como circuitos-tronco de um mesmo centro telefônico. Apresenta as variantes que se seguem.
(2) Cabo EB 11-(CC-344) - Composto de cabo WC-534, com um conec-tor PI-163 numa das
extremidades; a outra apresenta as pontas dos condutores sem isolamento (chicote). É um
cabo tèrminal, com 3,04 m de comprimento, que permite a ligação dos cabos EB 11 -(CC-M.5)
e EB 11-(CC-355) à régua terminal ou aos equipamentos.
Cabo EB 11 -(WC-535)
a. Descrição - É um cabo múltiplo de 10 pares de condutores (10 circuitos), sem
conectores nas extremidades. Cada condutor é constituído de um fio de co-bre estanhado,
isolado por uma camada de borracha colorida ou na cor natural do latex. Os 10 (dez) pares são
torcidos em torno de um cordão de algodão ou juta, que atua como centro de enchimento do
cabo. Utiliza uma camada de bor-racha sintética como revestimento externo. Os circuitos são
identificados com o seguinte código de cores:
- Circuito 1- vermelho e natural
- Circuito 2 - branco e natural
- Circuito 3 - azul e natural
- Circuito 4 - preto e natural
- Circuito 5 - verde e natural
- Circuito 6 - vermelho e branco
- Circuito 7 - vermelho e verde
- Circuito 8 - azul e branco
- Circuito 9 - preto e verde
- Circuito 10 - verde e branco
b. Características
(1) Peso: 11 kg (vazia) e 35 kg (.corn 1600 m d.e FDT).
(2) Capacidade:
- empregada, normalmente, corn, 1600 metros de fio duplo telefônico E 11 (CAB-207);
- máxima, de 2100 metros de fio duplo telefónico EB 11 -(CAB-207).
Bobina EB 11-(BOB-202)
a. Descrição - A bobina EB 11-.(BÓB-202:), similar à bobina norte-americana EB 11-
(DR-5), é um carretel confeccionado em chapas de ferro. É utilizada no acondicionamento,
transporte, lançamento e recolhimento de fios duplos telefônicos.
b. Características
(1) Peso: 17 kg (vazia) e 65 kg (com 3200 m de FDT).
(2) Diâmetro: 50 cm.
(3) Largura: 45 cm.
(4) Capacidade:
- 3200 metros de FDT EB 11-(CAB-207); e
- 300 metros de cabo de longa distância (CLD).
b, Características
(1) Peso: 1 kg (vazia) e' kg (com 400 metros de FDT).
(2) Diâmetro do liange: 2:3 em.
(3) Largura: 20 cm.
(4) Capacidade: 400 metto,6 de FDT EB 11-(CAB-207).
Bobina EB 11 -(RL-159/U)
a. Descrição - A bobina EB 11 -(RL-159/U) é um carretel confeccionado em chapa de
ferro, com a mesma capacidade da bobina EB 11 -(BOB-201), porém, com um diâmetro
externo menor.
b. Características:
(1) Peso: 11Kg (vazia) e 35 Kg (com 1600 metros de FDT).
(2) Diâmetro do flange: 50cm
(3) Largura: 18 cm
(4) Capacidade: 1600 m de FDT EB 11- (CAB-207)
Desenroladeiras
Desenroladeira EB 11 -DES-201)
a. Características
(1) Fabricação: nacional.
(2) Similar norte-americana: [E 11 -(RL-27), modelos A e B.
(3) Comprimento: 72,5 cm,
(4) Peso: 2,5 kg, nos modelos EB 11-(RL-27) e EB 11 -(Rt. -27A); e 3,5 kg, no modelo nacional
e no EB 11-(RL-27B).
(5) Capacidade: 1 bobina EB 11-(BOB-201) ou EB 11-(DR -4).
(6) Descrição - Consiste de um eixo de aço, tendo nas extremidades dois punhos serrilhados e
uma manivela. Um dos punhos é amovível para per-mitir a entrada da bobina.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................34 /166 )
Fig 4-11. Desenroladeira EB 11-(DES-201).
Desenroladeira EB 11-(DES-202)
a. Características
(1) Fabricação: nacional.
(2) Similar norte-americana: EB 11-(RL -31), modelos A, B e C.
(3) Peso: 16 kg, no modelo EB 11-(RL-31); e 28 kg, no modelo nacional e no EB 11-(R1-31 A,
B e C).
(4) Capacidade: 1 (uma) bobina EB 11 -(BOB-202); 1 (urna) bobina EB 11 -BOB 5; 2 (duas)
bobinas EB 11-(BOB-201); e 2 (duas) bobinas EB 11-(1-11-159/U).
(5) Descrição - E uma armação portátil, consistindo de um eixo de aço sobre montantes. Este
conjunto é sustentado por quatro pernas. Braços trans-versais ligam as pernas duas a duas.
Os dois conjuntos de pernas são ligados por contraventos móveis. O eixo que recebe e
sustenta a bobina, é de secção quadrada em quase todai,a extensão; nas partes de apoio
sobre o montante, apresenta secção cilíndrica. Os montantes alojam o eixo e o fixam por meio
de um fecho articulado. Em duas de suas pernas; urna de cada lado, existem calços oblongos
nos pontos de articulação, para permitir o emprego da desenroladeira como padiola.
(4) Instalação como padiola - Para este tipo de utilização; as contraventos são presos aos seus
su-portes e os dois conjuntos de pernas são rebatidos, até que um fique no prolon-gamento do
outro. Esta posição é mantida por meio de dois calços oblongos. As duas correias de
transporte ST--19A (OUST-42), que acompanham a desenrola-deira, são fixadas ás pernas,
pela introdução de seus mosquetões nos orifícios das sapatas.
(5) Instalação como carrinho desenrolador Com os contraventos presos, as pernas são
fechadas, encostando-se um conjunto sobre o outro. O "carrinho", formado pelo conjunto
desenroladeira e bobina, é conduzido pelas sapatas. Este tipo de instalação só deverá ser
utilizada quando não houver possibilidade de empregar viatura, só existir um elemento
disponível para operar a desenroladeira e, mesmo assim, em terreno pa-vimentado ou liso,
para não danificar a bobina.
Telefones de Campanha
Telefone EB 11- (TLF-201)
a. Descrição — Confeccionado em ebonite, na cor preta. Contém no seu in-terior,
cápsulas magnéticas de recepção e transmissão ligadas em paralelo. O combinado está ligado
a um cabo com garras.
b. Características
(1) Fabricação: nacional.
(2) Similar norte-americano: EB 11-(TS-10).
(3) Tipo de Operação: sistema de bateria local (BL), não podendo ser utilizado em sistemas
que utilizam magneto como órgão de chamada.
(4) Tipo: portátil.
(5) Fonte de alimentação: voz do operador.
(6) Faixa de freqüência: 300 a 3000 Hz.
(7) Alcance: 8 km.
c. Emprego - Pequenos escalões de combate, principalmente nas seguin-tes ligações:
postos de vigilância, grupo-pelotão, postos de segurança dos PC de unidade, e nas
verificações de linha.
d. Testes de Verificação
(1) Teste Operacional do circuito de conversação
(a) Com as garras terminais abertas, soprar no microfone; deve-se ouvir um ruído
correspondente no fone.
(b) Com as garras terminais em curto, soprar no microfone; nada deve ser ouvido no fone.
(2) Operação
(a) Ligar as garras terminais aos condutores do cabo telefônico.
(b) Segurar o combinado, falar no microfone e ouvir no fone.
Telefone. EB 11-(TLF-202)
a. Descrição
(1) Estojo De couro, tona ou vulcourà, 'com alça para transporte e instalação em suportes.
(2) Combinadd De ebonite, na Cor preta, contendo:
(a) internamente - cápsulas do fohe e microfone;
(b) externamente - tecla do combinado e cabo de ligação com 3 (três) fios,
(3) Corpo Dividido em 3 (três) partes: tampa, Chassi e órgãos.
(a) Tampa (ou bloco de terminais), incluindo:
- gancho interruptor;
- parafuso interruptor ("BC – BL)
- botão de teste da campainha;
- terminais para o cabo de ligação do combinado ("+ B, F e C"):
- terminal para bateria externa ("-B"), e
- terminais de linha ("LI" e "L2").
(b) Chassi (parte externa):
- alavanca do magneto;
- alojamento das baterias, e
b. Características
(1) Modelos: B, C e E.
(2) Fabricação: nacional.
(3) Similar norte-americano: EB 11-(E E-8).
(4) Tipo de operação: sistemas de bateria local (BL) e de bateria central de sinalização (BCS).
(5) Tipo: portátil.
(6) Órgão de chamada: gerador manual (magneto).
(7) Órgão de anunciação: campainha.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................47 /166 )
(8) Fonte de alimentação: 2 (duas) baterias EB 11-(BA-30) em série, ou fonte externa de 3 VCC
ligada aos terminais "+ B" e "-B".
(9) Faixa de freqüência: 300 a 3000 H?.
(10) Alcance: 25 km.
c. Emprego - Para ligações nos escalões pelotão/seção, subunidade, uni-dade e
brigada.
d. Testes de Verificação
(1) Teste Operacional
(a) Circuito de chamada
-Colocar os terminais "Li" e "12' em curto.
- Girar parafuso interruptor para BL.
- Comprimir o botão de teste da campainha.
- Girar a manivela do magneto: a. campainha deverá soar.
OBSERVAÇÃO - No telefone modo EB 11-(TLF-202/E), girar o parafuso interruptor para "BC",
sem coiocár os terminais "L1" e "L2" em curto.
(b) Circuito de conversação
- Colocar 2 (duas) baterias EB 11 -(BA-30) no alojamento (terminais positivos para cima).
- Colocar o fone no ouvido.,
- Apertar a tecia do microfone;
- Soprar no microfone.
- Ouvir o ruído correspe,ndente no tone.
(2) Operação
(a) Sistema de bateria local (BL) "
- Girar o p•rahiSointerruptor para BI.
- Colocar 2 (duas l baterias EB 11-(BA 30) no alojamento, ou uti-lizar uma fonte externa de 3
VCC.
- Conectar o fio duplo telefónico nos terminais "L1" e "L2".
- Pará chamar. girar a manivela do magneto.
- Para irannitiri apertar a tecla.,
- Para receber:s&tar a tecla.
(b) Sistema de bateria central de sinalização (BCS) - Girar o parafuso interruptor para BCS.
- Colocar 2 (duas) baterias EB 11-(BA-30} no aloiamento, ou utilizar uma fonte externa de 3
.VCC.
- Conectar o FDT nos terminais "1.1" e "L2".
-.Para chamar: retirar.o combinado do gancho.
- Para transmitir, apertar a.tecla do. combinado.
(1) Combinado - De baquelite moldado na cor verde oliva fosco, contendo microfone, fone,
chave de comutação (tecla) e cordão espiraiado com três condutores.
(2) Caixa De alumínio injetado na cor verde oliva, constituído das partes que se seguem.
(a) No painel:
- alojamento do combinadó com gancho interruptor;
- bornes de linha;
- botão de teste;
- chave seletora "BC - MG";,
- alojamento das baterias, e
- terminais de ligação de .fonte de alimentação externa - "BAT
(b) Na lateral:
- controle de volume da cigarra, e
- manivela do magnete.
(3) Estojo De lona, com. bandoleira para transporte ou fixação em árvore, poste ou estaca.
b. Características:
(1) Fabricação: nacional,
(2) Tipo de operação: S;stemas BL e BCS.
(3) Tipo de equipamento: portátil.
(4) Órgão de chamada: magneto.
(5) Órgão de anunciação: campainha,
(6) Fonte de alimentação: 2 (duas) baterias EB 11 -(BA-30), ou fonte externa de 3 VCC.
(7) Alcance aproximado: .20 km.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................51 /166 )
c. Emprego - No escalão pelotão e superiores.
d. Testes de Verificação
(1) Testes operacionais
(a) Circuito de chamada e anunciação
- Colocar a chave "BC-MG" na posição "BC".
- Apertar o botão de teste.
- Girar simultaneamente o magneto: deverá soar a cigarra, indicando que o circuito de
chamada (magneto) e de anunciação (cigarra) estão em condições de utilização.
(b) Circuito de conversação
- Colocar 2 (duas) baterias EB 11-(BA-30) no alojamento das baterias.
- Retirar o combinado do suporte.
- Apertar a tecla do combinado.
- Soprar no microfone: deve-se ouvir o ruído correspondente no
(2) Operação
(a) Sistema BL
- Conectar o cabo de campanha nos bornes "1.1" e "L2".
- Colocar as baterias no alojamento, observando a polaridade.
- Girar a chave seletora "BC-MG" para "MG".
- Colocar a chave de controle de volume da cigarra na posição
intermediária.
- Para chamar: girar a manivela do magneto.
- Para transmitir: apertar a tecla do combinado.
- Para receber: soltar a tecla do combinado.
(b) Sistema BCS
- Conectar.° cabo de campanha nos bornes "1.1" e "L2".
- Colocar as baterias no alojamento, observando a polaridade.
- Girar a chave seletora "BC-MG" para "BC".
- Colocar a chave de controle de volume da cigarra na posição intermediária.
- Conservar o combinado no gancho, quando não estiver usando o equipamento.
- Para chamar: retirar o combinado do gancho.
- Para transmitir: apertar a tecla do combinado.
- Para receber: soltar a tecla do combinado.
TelefoneEB 11-(TA-3121PT)
a. Descrição
(1) Estojo De lona VO, com uma alça presa por mosquetões aos anéis existen-tes nos lados do
estojo. Uma presilha prende-o ao painel e à caixa do telefone.
(2) Corpo à prova d'água, divide-se em painel e caixa.
(a) Constituem o painel:
- 2 (dois) terminais de linha;
- alojamento do combinado com gancho interruptor;
- tomada para combinado de cabeça;
- 2 (dois) terminais de bateria externa;
- alojamento das baterias;
- chave "EXT - INT" (chave seletora do tipo de combinado);
- parafuso interruptõ.r "CB-LB-BCS";
- controlador de volume da cigarra "LOW-LOUD", e
- placa de inscrição.
(b) A caixa apresenta:
- internamente, cigarra e magneto, e
- externamente, alavanca do magneto na parte lateral.
b. Características
(1) Fabricação: norte-americana.
(2) Tipo de operação: sistemas BC, BL e BCS.
(3) Tipo de equipamento: portátil.
(4) Órgãos de chamada
(a) Magneto: para operação em sistema BL.
(b) Gancho: para operação em sistemas BC e BCS.
(5) Órgão de anunciação: cigarra (regulável).
(6) Fonte de alimentação: 2 (duas) baterias EB 11-(BA-30), ou fonte ex-terna de 3 VCC ligada
aos terminais (+) e (-) "EXT BAT".
(7) Alcance: 3M km com FDT (seco), e 22,4 km (molhado).
(2) Instalação.
(a) Ligar os terminais do FDT dos assinantes aos conectores-adap-tadores EB 11-(U-184/GT),
pelo lado onde há placa de identificação.
(b) Deixar uma folga suficiente, para fazer uma alça de escoamento e permitir o livre
movimento do conector.
(c) Identificar os conectores com algarismos romanos de 1 a VI.
(d) Introduzir cada corector-adaptador no jaque correspondente do estojo e o conector do
operador no jaque marcado "TEU.
(3) Operação
(a) Assinante chamando a central.
- O assinante gírarif magneto do telefone de campanha.
- A lâmpada non do conector correspondente ao assinante acenderá.
- O operador da central introduzirá a pega do conector de servi-ço no jaque do coneetor do
asinante chamador.
- O operador verificará com quem o assinante deseja ligar-se.
(b) Procedimento do operador da central para completar a ligação.
- Introduzir a pega do conjunto (formado com os conectores adaptadores,do
assinante:charnador e serviço), no jaque do assinante chamado.
b. Características
(1) Fabricação: nacional.
(2) Tipo: móvel ou transportável por dois homens.
(3) Capacidade: máxima de 16 troncos e 32 ramais.
Generalidades
a. O rádio constitui o principal meio de comunicações de muitas unidades táticas. Ele é
utilizado para comando, direção de tiro, troca de informações, administração e ligação entre
unidades ou no âmbito das mesmas (Fig 1-1), como também é empregado nas comunicações
entre aviões em vôo e entre estes e as unidades em terra.
Vantagens e Limitações
a. Vantagens
(1) Normalmente, os meios de comunicações pelo rádio podem ser instalados mais
rapidamente que os de comunicações por fio; por esse motivo, o rádio é amplamente utilizado
como meio principal de comunicações nos estágios iniciais das operações de combate e nas
situações táticas de movimentação rápida.
Transmissor
O tipo de aparelho transmissor mais simples consiste de uma fonte de suprimento de
energia e de um oscilador. A fonte de suprimento pode consistir de baterias, um gerador, uma
fonte de corrente elétrica alternada (CA), incluindo um retificador e um filtro, ou uma unidade
rotativa produtora de corrente contínua (CC). O oscilador, que gera energia de RF, deve estar
provido de um circuito regulador, que permita sintonizar o transmissor na freqüência
operacional desejada. O transmissor deve estar equipado com algum dispositivo para controlar
a energia de radiofreqüência gerada pelo oscilador. O dispositivo mais simples é um
manipulador telegráfico, o qual não é outra coisa senão uma espécie de interruptor, que
controla o fluxo de corrente elétrica. Quando o manipulador é operado, o oscilador é ligado e
desligado durante certos espaços de tempo, formando-se assim os pontos e traços do Código
Morse.
Transmissor de Radiofonia
Para transmitir mensagens faladas, torna-se necessário dispor de algum meio de
controle da energia produzida pelo transmissor, de acordo com as freqüências da voz. Isto é
conseguido através de um modulador, que modifica a produção do transmissor de
conformidade com essas freqüências (audiofreqüências). Este processo é conhecido como
modulação e a onda submetida ao mesmo é chamada onda modulada. Quando o sinal de
modulação ocasiona a mudança em amplitude da onda de rádio, o processo é chamado de
modulação em amplitude (AM) e quando modifica a freqüência da onda, ele é conhecido como
modulação em freqüência (FM). A figura 2-3 mostra um transmissor de radiofonia equipado
com um modulador e um microfone, e convertido assim em um transmissor radiofônico de
amplitude modulada.
Antenas
Após o transmissor ter gerado e amplificado um sinal de radiofreqüência, torna-se
necessário dispor-se de um meio para enviar esse sinal ao espaço e, da mesma forma,
também é necessário que a estação receptora disponha de outro meio para interceptar (captar)
o sinal lançado. Os dispositivos utilizados para enviar e captar esses sinais chamam-se
antenas. A antena transmissora lança sinais de energia no espaço e essa energia, irradiada
sob a forma de ondas eletromagnéticas, é interceptada pela antena receptora. Se o aparelho
receptor é sintonizado na mesma freqüência que o transmissor, os sinais serão captados de
forma satisfatória e inteligível. No capítulo 5, maiores detalhes sobre antenas, serão
abordados.
Receptor
Existem duas espécies gerais de sinais de radiofreqüência que podem ser captados por
um receptor de rádio: os sinais de rádiofreqüência modulada, que transportam palavras,
música, ou qualquer outra espécie de energia audível, e os sinais de onda contínua (CW), que
Meios Rádio
a. Generalidades
(1) As comunicações por rádio se constituem, normalmente, no meio que permite maior
flexibilidade e rapidez de instalação, facilitando as comunicações em operações de movimento
e em situações de emergência.
(2) O rádio permite o estabelecimento de ligações através de terminais de fonia, telegrafia,
teleimpressor, fac-símile e outros.
(3) As possibilidades dos meios de guerra eletrônica tornam os equipamentos rádio
convencionais extremamente vulneráveis às ações de interferência, interceptação e
localização. Isto reduz sensivelmente as possibilidades de emprego do rádio, uma vez que se
tornam fontes de informações de grande valor para o inimigo, no que diz respeito à localização
Alfabeto Fonético
O alfabeto fonético utilizado na exploração é internacional e seu uso está consagrado
pelas Forças Armadas. A parte em negrito das palavras corresponde à sílaba tônica, isto é, a
sílaba que deve ser pronunciada com maior inflexão de voz.
A ALFA N NOVEMBER
B BRAVO O OSCAR
C CHARLIE P PAPA
D DELTA Q QUEBEC
E ECHO R ROMEO
F FOXTRT S SIERRA
G GOLF T TANGO
H HOTEL U UNIFORM
I INDIA V VICTOR
J JULIET W WHISKEY
K KILO X XRAY
L LI MA Y YANKEE
M MAIQUE Z ZULU
Algarismos Fonéticos
1 UNO 6 MEIA
2 DÔ-IS 7 SÉ-TÊ
3 TRÊS 8 ÔI-TO
4 QUA-TRO 9 NÓ-VÊ
5 CIN-CO 0 ZÉ-RÔ
Redes
Conceito
Denomina-se redes, o grupo de estações dotadas de equipamentos compatíveis entre
si, operando na mesma freqüência, com o mesmo tipo de sinal e de modulação e sob o
controle de uma delas, tanto sob o aspecto técnico como no tocante à disciplina de exploração.
Finalidade
Indicativos de Chamada
Conceito
Os indicativos de chamada, também denominados indicativos operacionais,
são combinações de caracteres ou palavras pronunciáveis que identificam uma estação, um
comando, uma autoridade ou uma unidade.
Finalidade
Como medida de segurança da exploração, os indicativos de chamada são
considerados, sob a ótica da GE, como procedimentos de MPE no campo das comunicações.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................81 /166 )
São utilizados, basicamente, no estabelecimento e manutenção das comunicações
radiotelefônicas.
Emprego
Normalmente, cada rede recebe um indicativo e cada estação da rede recebe outro
indicativo específico. Quando se deseja a atenção de todas as estações de uma rede, é
utilizado o indicativo da rede. Para exemplificar, da análise do ANEXO “C” (EXEMPLO DE
REDE), pode-se perceber que o indicativo da rede representada é o algarismo 1 (um) e suas
estações possuem os indicativos
TUPY, MACUCO, SINO, BOTO, PENEDO e SERENO.
Mudança de Indicativos
a. Os indicativos de chamada devem ser mudados em intervalos de tempo aleatórios,
de acordo com o que prescrevem as Normas Gerais de Ação de Comunicações e Eletrônica
(NGA Com Elt) do escalão considerado, ou, quando estas nada prescreverem, de acordo com
a instrução referente a indicativos e freqüências I E Com Elt do referido escalão. O tempo de
vigência de um mesmo indicativo depende do grau de segurança desejado.
b. A mudança de indicativo, em princípio, deve ser acompanhada de mudança da
freqüência de operação e, se possível, de mudança do local da estação.
c. A transmissão de indicativos dispensa o uso da expressão “SOLETRANDO”.
Designação de Indicativos
a. A designação de indicativos destinados às diferentes estações da rede deve ser feita
com o máximo cuidado, seguindo o que prescreve as Instruções Padrão de Comunicações e
Eletrônica (I P Com Elt). A escolha de termos pouco adequados pode resultar em confusão e
deficiências operacionais na rede. Para tal, os indicativos devem ser breves, com vistas a
atender o princípio da simplicidade e diminuir o tempo de transmissão.
b. A distribuição de indicativos deve ser feita pelo comandante ou oficial de
comunicações para os diferentes escalões, sendo estabelecida nas suas respectivas I E Com
Elt.
c. A transmissão de indicativos constituídos de grupos de letras e algarismos
deve ser feita com o emprego do alfabeto e algarismos fonéticos.
Controle
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................82 /166 )
Estação Controladora da Rede (ECR)
a. As redes são organizadas, no mínimo, com duas estações, sendo uma delas a
Estação Controladora da Rede (ECR). Para exemplificar, considerando ANEXO “C”
(EXEMPLODEREDE), notamos que na rede 1 (um) a estação TUPY é a ECR.
b. Devem ser evitados indicativos que permitam identificar ECR ou que tenham relação
com a realidade do quadro tático.
c. Finalidade - a ECR serve para dirigir, coordenar e controlar o tráfego de tráfego e
centralizar o controle da rede. Ela tem plena autoridade quanto ao controle técnico, seja no
tocante à operação da rede, seja na manutenção da disciplina de tráfego. Não tem nenhuma
ingerência quanto à organização, ao emprego tático e ao deslocamento de outras estações. A
rigorosa disciplina no funcionamento é essencial para a eficiência das comunicações em
qualquer rede.
d. Designação - a ECR deve ser sempre a estação que serve ao mais alto escalão
presente na rede. Dentre as demais estações, qualquer deles poderá ser designado como ECR
substituto, denominado ECR-2, o qual deverá assumir, automaticamente, as funções do
primeiro, na hipótese de eventuais impedimentos daquele. Como exemplo, considerando o
ANEXO “C” (EXEMPLO DE REDE), notamos que na rede 1 (um) a estação MACUCO é a
ECR-2. O conceito de ECR está ligado aos conceitos de redes externa e interna, uma vez que
o escalão considerado designa as ECR para as suas redes internas, mas suas estações, nas
suas redes externas, obedecem ao estipulado pelos ditames das ECR designadas pelo seu
escalão superior.
e. Funções - a ECR abre e fecha a rede, controla as transmissões e mantém o tráfego
desembaraçado dentro da mesma, corrigindo erros de exploração e concedendo ou negando
autorização para que as demais estações possam entrar ou sair dela. Sempre que possível,
deve utilizar-se de outros meios de comunicações para atender às suas necessidades de
coordenação, de modo a dificultar a identificação de sua função pela GE inimiga.
f. Grau de Controle - o grau de controle exercido pelo ECR sobre a rede varia de acordo
com as condições de operação, experiência dos operadores e qualidade (clareza e
intensidade) dos sinais. Uma rede operada por pessoal experimentado e que mantenha o
tráfego fluente e ordenado precisará de pequeno controle formal. Por outro lado, se o tráfego
for intenso e os operadores forem inexperientes, a ECR deverá exercer controle rígido, de
modo a manter a rede organizada e o tráfego fluindo ordenadamente.
Procedimentos de Exploração
Abertura e Fechamento de Redes
a. Chamada coletiva de rede
Silêncio de Emergência
a. Quando ocorrer uma situação operacional de emergência, a prescrição rádio em
silêncio pode ser determinada pelo emprego da expressão “SILÊNCIO” falada três vezes.
Somente a ECR, por determinação superior, poderá dar essa ordem. Ela exige autenticação do
posto emissor, se houver sistema de autenticação prescrito.
Experiência Fonia
Finalidade
Entende-se por experiência fonia a prática adotada pelas estações para se certificarem
das condições de transmissão e recebimento das demais estações de uma mesma rede.
Todavia, como o estabelecimento dos enlaces em uma rede pode ser automatizado e tendo em
vista a possibilidade de emprego da Guerra Eletrônica do inimigo, a experiência fonia deve ser
evitada.
Valores e Significados
a. Clareza - entende-se por clareza a qualidade com que o sinal chega ao equipamento
receptor, caracterizando-se pela limpeza da transmissão e ausência de ruídos ou transmissões
espúrias, que dificultem o entendimento do conteúdo da mensagem transmitida. A escala
numérica de 1 a 5 significa o grau atribuído à inteligibilidade da mensagem.
b. Intensidade - entende-se por intensidade a força com que o sinal chega ao
equipamento receptor, caracterizando-se pela quantidade de tom da transmissão. A escala de
1 a 5 significa o grau de diminuição ou aumento de volume da recepção.
Utilização
a. Deve-se considerar sempre que uma estação está transmitindo sinais fortes e de boa
qualidade, a não ser que outra estação acuse o contrário.
b. As experiências fonia, quando necessárias, devem ser realizadas pela ECR com o
propósito de verificar as condições de operação da rede, atendendo às restrições das
prescrições rádio.
3 Regular Regular
4 Claro Boa
Exemplo de Utilização
a. Considerando a rede constante do ANEXO “C” (EXEMPLO DE REDE), teremos:
(1) “SINO AQUI TUPY - COMO ME RECEBE – CÂMBIO”
(2) “TUPY - RECEBIDO CINCO POR CINCO “.
b. No exemplo, nota-se que a ECR da rede 1, que utiliza o indicativo TUPY, realiza uma
experiência fonia com uma das estações da rede, cujo indicativo é SINO. Também é possível
verificar que, para SINO, as transmissões originadas de TUPY possuem intensidade ótima e
estão perfeitamente claras, dispensando a chamada completa, bem como a expressão final.
Procedimentos de MPE
Considerações Iniciais
a. Muito embora as MPE sejam uma atividade de GE, é fundamental tornar claro que a
adoção de procedimentos de MPE não é privativa das OM de GE. Pelo contrário, constitui
responsabilidade de todos os planejadores, supervisores e operadores de sistemas rádio, em
todos os escalões de comando de qualquer arma, serviço ou quadro. Constituem medidas de
proteção, destinadas a impedir que o inimigo tome conhecimento do conteúdo de nossas
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................90 /166 )
transmissões, analise nosso tráfego rádio, localize nossas estações, obtenha êxito na suas
ações de interferência ou nos engane com emprego da dissimulação eletrônica imitativa.
b. É, portanto, imprescindível que todos os envolvidos com o funcionamento do sistema
rádio disponham de conhecimentos de GE, com ênfase em medidas de proteção eletrônica e
que cultivem e divulguem a necessidade da guerra eletrônica no combate.
Procedimentos Gerais
a. Conduta do operador da estação
(1) O operador da estação deve se ater estritamente às regras de exploração em vigor.
Qualquer alteração ou descumprimento das mesmas acarretará, invariavelmente, confusão,
reduzindo a confiabilidade e a rapidez das comunicações, comprometendo sua segurança.
(2) Ao passar o serviço de uma estação, o operador substituído deve transmitir ao substituto
todas as ordens particulares e informações concernentes, o que inclui todos os dados úteis ou
necessários sobre mensagens pendentes de transmissão, modificações na organização da
rede, desempenho de equipamento durante o período de operação, atividades de GE inimigas
ocorridas e outros assuntos correlatos.
(3) Antes de assumir o serviço, o operador substituto deverá inspecionar o equipamento,
certificando-se de que está em boas condições de operação e devidamente sintonizado na
freqüência estabelecida.
b. Procedimentos de operação - as radiocomunicações melhorarão sensivelmente na
medida em que os operadores das estações passem a adotar os seguintes procedimentos:
(1) escutar antes de transmitir, a fim de evitar interferência nas transmissões de outras
estações;
(2) realizar transmissões tão curtas quanto possível, em princípio, com duração inferior a 20
(vinte) segundos;
(3) transmitir os indicativos de chamada com clareza e exatidão;
(4) transmitir na cadência do operador mais lento da rede;
(5) manter-se alerta para as chamadas de rede e de outras estações e atender prontamente a
qualquer chamada que exija resposta;
(6) operar na potência mínima necessária para manter comunicações com todas as estações
da rede;
(7) continuar operando mesmo que a clareza e intensidade do sinal estejam aquém do
desejável;
(8) conhecer a direção das estações com que deve manter comunicações, procurando, sempre
que possível, empregar antena direcional;
(9) saber confeccionar antenas de emergência;
Mensagens
Generalidades
Conceito
Mensagem, para a radiotelefonia, é o instrumento utilizado nas comunicações militares
para a troca de informações, dar ciência das decisões, das ordens e de comunicados sob a
forma de voz.
Composição da Mensagem
Situações Diversas
Correções Durante a Transmissão
a. Quando for cometido um erro pelo operador, ele usa imediatamente a expressão
convencional “CORREÇÃO” e enuncia a versão correta depois da última palavra, grupo,
expressão ou frase corretamente transmitida. Após isso, a transmissão continua.
Exemplificando, para a mensagem D-2 a transmissão com uma correção
seria:
- “(...) SOLETRANDO – QUEBEC MIKE – ZERO – CORREÇÃO – MIKE
–ALGARISMOS – ZERO (...)”.
b. Se após uma mensagem haver sido transmitida, mas antes que dela se tenha obtido
o recibo, houver necessidade de o operador repetir ou corrigirqualquer parte da mensagem,
ele deverá fazê-lo por meio das expressõesconvencionais de serviço apropriadas, repetindo
ou corrigindo conforme o caso.
(1) Para a mensagem D-2 a transmissão para repetição seria como se segue:
(a) A estação expedidora, ao terminar de enviar sua mensagem:
- “(...) AUTENTICAÇÃO – FOXTROT FOXTROT - ZERO OITO
UNO CINCO QUATRO OITO ZULU JULIET UNIFORM LIMA ZERO QUATRO -
CÂMBIO”.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................96 /166 )
(b) A estação destinatária, tendo dúvidas sobre o texto da mensagem, transmitiria o seguinte:
- “TUPY – DIGA DE NOVO - CÂMBIO”.
(c) Em seguida, a estação expedidora transmitiria, outra vez, toda a mensagem da maneira
como já foi explanado. A chamada preliminar não é repetida nesse caso.
(d) Dando seqüência, a estação destinatária acusaria que a mensagem foi recebida, como
anteriormente visto.
(2) Para o exemplo D-2, a transmissão para correção seria como se segue:
(a) O operador da estação expedidora, durante a transmissão de sua mensagem, nota uma
falha sua e executa a correção logo que percebe o erro:
- “(...) AUTENTICAÇÃO – FOXTROT FOXTROT - ZERO NOVE
UNO CINCO QUATRO OITO ZULU JULIET UNIFORM LIMA ZERO QUATRO –
CORREÇÃO – FOXTROT – ZERO OITO UNO CINCO QUATRO OITO ZULU
JULIET UNIFORM LIMA ZERO QUATRO - CÂMBIO”.
(b) Após copiar todas as informações transmitidas e não ter dúvidas sobre a mensagem
recebida, o operador da estação de destino responde da maneira como já foi explanado.
c. Se um erro ou omissão é notado após haver sido dado o recibo de uma transmissão,
as correções só poderão ser feitas ou pedidas por meio de novas mensagens.
d. Se a estação destinatária deixar de copiar parte da mensagem, solicitará à estação
expedidora a repetição do trecho perdido, utilizando a expressão convencional de serviço
adequada. Desta forma, no exemplo D-2, a transmissão para repetição de parte da mensagem
seria como se segue:
(1) A estação expedidora terminando de enviar sua mensagem:
- “(...) AUTENTICAÇÃO – FOXTROTFOXTROT – ZEROOITOUNO CINCO
QUATROOITOZULU JULIETUNIFORMLIMA ZEROQUATRO - CÂMBIO”.
(2) A estação destinatária, tendo dúvidas sobre uma parte do texto da mensagem, transmitiria o
seguinte:
- “TUPY – DIGA DE NOVO - DEPOIS DE – SOLDADOS - CÂMBIO”.
(3) Em seguida, a estação expedidora transmitiria, outra vez, a mensagem da maneira como já
foi explanado, desde o ponto indicado pela estação destinatária:
- “SOLDADOS – SOLETRANDO – QUEBEC MIKE – ALGARISMOS ZERO SETE –
AUTENTICAÇÃO – FOXTROT FOXTROT - ZERO OITO UNO CINCO QUATRO OITO ZULU
JULIET UNIFORM LIMA ZERO QUATRO - CÂMBIO”.
(4) Após copiar todas as informações transmitidas e não ter dúvidas sobre a mensagem
recebida, o operador da estação destinatária responde da maneira como já foi explanado.
Identificação de Mensagens
a. As mensagens serão identificadas pelo grupo data-hora acrescido do indicativo do
remetente da mensagem.
b. Se for necessária uma identificação posterior, o cabeçalho, o texto ou o fecho, parcial
ou completo, poderão ser usados.
c. Em todos os casos, a informação usada para identificar uma mensagem será tão
curta quanto possível.
Mensagens de Serviço
a. Mensagens de serviço são pequenas mensagens, normalmente expedidas pelos
operadores e relacionadas com a exploração da rede. Não exigem certos elementos, tais como
precedência, grupo data-hora, etc.
Interrupção da Mensagem
a. Uma estação que tenha que transmitir uma mensagem de precedência
“URGENTÍSSIMA” ou “URGENTE” pode interromper a transmissão de uma mensagem de
precedência inferior.
b. Não serão, normalmente, feitas interrupções durante a transmissão de mensagens
táticas, exceto para informações sobre o inimigo.
ANEXO A
SINAIS DE SERVIÇO
SINAL SIGNIFICADO
EXPRESSÃO SIGNIFICADO
DEOIS DE... Verificar ou repetir a parte da mensagem após o grupo que segue.
PEÇO COTEJO “repita toda esta transmissão exatamente como foi recebida”.
Seguida de dados de identificação, significa: ”Repita a parte
indicada desta transmissão, exatamente como foirecebida”.
Finalidade
Este manual tem por finalidade regular a execução e o planejamento das marchas a
pé.
Objetivo
Apresentar a doutrina aplicável a todas as unidades e grandes unidades das armas e
serviços, para a execução das marchas a pé.
Tipos de Marcha a Pé
A marcha a pé pode ser classificada em:
a. Tática — executada sob condições de combate, quando há possibilidade de contato
com o inimigo. As medidas de segurança predominam sobre as de conforto da tropa.
b. Administrativa ou preparatória — quando a possibilidade de contato com inimigo é
remota. O principal objetivo é executar o movimento sem desgastar a tropa.
Rendimento da Marcha
Diz-se que urna tropa executa a marcha com bom rendimento, quando chega ao
seu destino no tempo previsto e em condições de cumprir a missão recebida. Para tal,
concorrem, além de uma cuidadosa preparação:
a. O grau de instrução, o moral e o vigor físico dos executantes.
b. A disposição da tropa,
c. A observância da disciplina de marcha,
d. O estado dos itinerários.
e. A confiança no Comando.
f. O espírito de corpo.
g. As condições fisiográficas locais.
Generalidades
São fatores que influenciam na execução das marchas:
a.O terreno.
b. As condições meteorológicas.
c. Os de natureza fisiológica.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................104 /166 )
d. Os de natureza psicológica.
Te rre no
O terreno plano ou levemente acidentado é o mais favorável à realização das
marchas, por não apresentar obstáculos que interfiram no seu rendimento. Ao con -
trário, a ausência de estradas, as regiões áridas, os aclives e declives das regiões
montanhosas, o terreno coberto das selvas e os terrenos alagadiços e pantanosos
prejudicam grandemente as marchas, não só porque apresentam dificuldades de
apoio a quem marche, como porque impõem constante variação da cadência.
Quando, porém, nestas regiões existem estradas em condições de utilização, o ren -
dimento obtido nas marchas é bastante razoável.
Condições Meteorológicas
a. O clima — o clima frio e seco é o ideal para a execução das marchas. A
temperatura demasiadamente baixa reduz o rendimento, pois a necessidade da
utilização de agasalhos mais pesados sobrecarrega o homem, diminuindo -lhe a capa-
cidade física. Da mesma forma, o calor e a umidade excessivos reduzem o ren -
dimento, pelo cansaço prematuro que provocam no homem. Entretanto, mesmo
nestas condições adversas, prevalecem os mesmos princípios básicos, que
regulam as marchas em condições normais. O uso de uniforme ad equado, certos
cuidados com o equipamento e consumo controlado de água constituem medidas
que devem ser prescritas à tropa que marcha sob clima desfavorável.
b. Tempo — o tempo bom não apresenta dificuldades à execução das mar chas,
enquanto o mau tempo diminui o rendimento delas, O vento forte, além da poeira
que levanta, predica o equilíbrio do homem. A chuva torna mais pesado o
equipamento e as estradas, por vezes, intransitáveis.
Fatores Fisiológicos
a. Generalidades — o estado sanitário da tropa tem influência decisiva no
rendimento da marcha. Este manual, por isso, prescreve medidas especiais
referentes à alimentação, ao uniforme e ao equipamento, principais fatores
relacionados a certas funções fisiológicas do homem, como a digestão e a circulação,
cuja normalidade deve ser sempre mantida.
b. Alimentação — antes de iniciar a marcha, a tropa deve receber uma refeição
quente, porém leve. A fim de evitar náuseas, câimbras e insolação, a água só deve
ser bebida mediante determinadas prescrições. Não é aconselhável beber água de
uma só vez, em grande quantidade, pois o organismo não a assimila bem, embora,
sob as mesmas condições, cada homem reaja de modo diferente. Nas marchas com
tempo quente e úmido, 10 litros de água por homem são suficientes, incluindo a
necessária ao preparo de seus alimentos. A transpiração abundante elimina uma
quantidade de sal maior que a ingerida com os alimentos. Compensa-se esta perda
dissolvendo sal na água a ser ingerida nas seguintes proporções:
— 0,5 kg de sal para 400 litros de água.
— 0,15 kg de sal para cada saco "lyster" (140 litros).
— 1/4 de colher de chá ou 2 pastilhas de sal por cantil.
Deve ser proibido o consumo de água cuja pureza não tenha sido verificada
pelo médico ou que tenha sido previamente tratada. Quando, porém, isso não for
Fatores Psicológicos
a. Confiança — o homem moderno, acostumado ao transporte motorizado,
andando apenas curtas distâncias, duvida da sua própria capacidade de efetuar
longas caminhadas. Sendo as marchas a pé necessidade de ordem militar, é mister e
imperioso que se deem ao homem, instrução e treinamento para a execução das marchas,
tornando-o resistente e confiante na sua capacidade para executa-Ias. Para isso, além de
submetê-lo a um treinamento progressivo, deve-se procurar estimular-lhe o amor próprio e
desenvolver-lhe o espírito de corpo pela emulação. Nas marchas preparatórias o homem
deve receber, com antecedência de um dia (de uma semana, nas primeiras instruções)
informações completas sobre as marchas, não se lhe abrandando ou exagerando as
dificuldades. Nas marchas táticas, deve-se dizer-lhe das razões de segurança que
levam à não utilização dos transportes. Essas informa ções preservam-lhe não só a
confiança nos chefes, como em si mesmo.
b. Moral — o rendimento de uma marcha diminui, sensivelmente, se ela sofre
qualquer abatimento moral, o que pode ser evitado tomando-se as seguintes medidas:
— entrar em forma somente nos últimos momentos que antecederem ao
início da marcha;
— eliminar as demoras desnecessárias que mantenham a tropa parada e
em pé;
— fiscalizar minuciosamente a ajustagem do equipamento e do uniforme
prescritos;
— utilizar as melhores estradas, salvo quando se tem em visita exercitar a
tropa nas marchas em condições difíceis;
— regular o trânsito de viaturas no itinerário, de maneira a impedir
deslocamentos em velocidades excessivas ao lado das colunas;
— exigir o cumprimento das medidas de disciplina de marcha;
— estimular o bom-humor dos homens pela utilização de todos os meios
disponíveis, no sentido de despreocupá-los do esforço da marcha;
— estimular pelo exemplo, como chefe, marchando com a tropa, sem
demonstrar fadiga e bem humorado.
Generalidades
Ordem Preparatória
a, Denomina-se ordem preparatória aquela que é expedida antes da marcha, com
finalidade de alertar os comandos subordinados, dando-lhes tempo suficiente para que se
preparem para a marcha. Deve ser simples e breve, bastando que responda às seguintes
perguntas:
(1) — QUEM? (Comandos subordinados).
(2) — QUE? (Natureza do movimento).
(3) — QUANDO? (Data e hora do início do movimento)
(4) — PARA ONDE? (Destino).
(5) — PARA QUE? (Finalidade do movimento).
b. Exemplo — um exemplo típico de uma ordem preparatória seria: "O 839 BIMtz
marchará a pé, a partir de 260800 Abr, para a região do MORRO DO CARRAPATO, a
fim de realizar um exercício de combate".
Reconhecimento do Itinerário
Uma turma de reconhecimento, constituída de elementos capacitados para opinar
sobre o itinerário e o trânsito, sobre os trabalhos de engenharia e de sapa, sobre
a segurança e as comunicações, etc, deve ser enviada antes do inicio da marcha e
logo após o conhecimento da ordem preparatória, a fim de obter informações que
venham a servir de base para a ordem de marcha. Essas informações são
registradas num relatório. A missão dessa turma é:
a. Locali zar a zo na de est acionam ent o.
b. Indicar o itinerário ou itinerários disponíveis para a marcha.
c. Informar sobre a natureza e as condições dos itinerários selecionados.
d. Indicar a velocidade de marcha adequada a determinado trecho do
itinerário.
e. Indicar as medidas de segurança necessárias.
f. Localizar os obstáculos e avaliar o trabalho e o tempo necessários para
ultrapassá-los.
g. Indicar os locais favoráveis aos altos e às refeições.
h. Localizar o PI e o P Lib.
i. Indicar os meios especiais de controle, de comunicações e de evacuação.
julgados indispensáveis.
j. Avaliar o número de balizadores e guardas de trânsito necessários.
Nota: Nas zonas de combate ou quando não se dispuser de tempo suficiente
para lançar a turma de reconhecimento e aguardar suas informações para então ela borar a
ordem de marcha, ela se incorpora ao destacamento precursor e procura manter o comando
informado da situação à medida que progride no itinerário.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................107 /166 )
Destacamento Precursor
A missão do destacamento precursor é:
a. Balizar os pontos críticos do itinerário.
b. Executar, ao longo do mesmo, os trabalhos de engenharia necessários a sua
desobstrução.
c. Facilitar o trânsito.
d. Preparar o novo estacionamento, repartir sua área pelos elementos subordi-
nados e guiar a tropa na sua chegada ao locai.
e. Realizar outros serviços previstos na ordem de marcha. Se a sua constituiçã o
está prevista nas NGA da unidade, pode ser lançado total ou parcialmente em
curto prazo. Precede a coluna e deve ser acionado logo após o recebimento da
ordem de marcha.
Quadro de Itinerário
É o documento elaborado com base no relatório de reconhecimento de
itinerário.
Ordem de Marcha
A ordem de marcha do comandante determina o itinerário a seguir, ponto de
destino, o horário a ser observado, a formação a adotar, a velocidade e os intervalos de tempo
a serem mantidos. o comando de determinados elementos da coluna e outros pormenores não
previstos nas NGA. Deve-se fazer uso de calcos. cartas, esboços e quadros, tendo em vista
simplificar a ordem de marcha. Para as unidades e comandos subordinados, a ordem de
marcha é urna combinação de ordens verbais, com calcos e quadros de movimento.
NGA De Marcha
As Normas Gerais de Ação compreendem medidas. em operações táticas ou
administrativas, que conduzem a uma norma definida e padronizada, sem perda da eficiência.
Elas indicam a ação a ser seguida como orientação desde que riso se determine o contrário.
Normalmente, compreendem os assuntos que o comando deseja tornar rotina. como
consequência da sua experiência em solucionar constantemente os mesmos problemas. As
unidades que conservam os mesmos quadros por longo tempo e as de pequenos efetivos
podem excluir das NGA muitas instruções, por serem estas já muito sabidas ou
desnecessárias.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................108 /166 )
Planejamento das Marchas
a. Tendo em vista facilitar o planejamento das marches a pê emprega-se o seguinte
formulário:
a. Profundidade da coluna — a profundidade de uma coluna a pé é obtida
pela fórmula: Prof = N x k + d, onde:
N = efetivo a pé
K - fator básico, expresso pelos valores a seguir:
d = soma dos intervalos de marcha
E (min) = P ( m ) x 6 0
V (km/h) x 1.000
onde:
P (m) - profundidade do Elm a pé, em metros
V(km/h) = velocidade em km/h
c. Tempo de percurso:
V= e
t
V — velocidade de marcha e
e — distância
t — tempo de percurso
d. Exemplo de planejamento
(1) Formação-normal
(2) E f e t i v o ( N ) - 4 1 4 h o m e n s
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................109 /166 )
(3) Soma dos intervalos de marcha (d)
Entre as UM — (3-1) x 50 = 100
Entre os Pel – (12 – (1 + 2)) x 20 = 180
d = 280 m
e. Pr of undidade
P = N x K + d
P.= 414 x 0,8 + 180 P
P= 511,2
P= 512m
f . Escoam ent o
e (min) = 512 x 60
4 x 1000
Organização
As unidades devem marchar conservando a sua organização tática. Em princípio, o
Batalhão, Grupo, Regimento ou Unidade equivalente) constitui um grupamento de marcha e,
suas subunidades, as unidades de marcha. Quando o terreno ido permitir que o comandante
de subunidade controle com eficiência sua tropa, o que ocorre geralmente nos terrenos
montanhosos e nas selvas, o pelotão (ou fração equivalente) pode constituir uma unidade de
marcha, A coluna de marcha é organizada pela passagem sucessiva de seus elementos
orgânicos por um ponto predeterminado. facilmente identificável, no início do itinerário. Este
ponto, chamado Ponto Inicial (P1). deve ficar num local amplo e desembaraçado (Fig 4-2).
Velocidade de Marcha
a, velocidade do Marcha é a distância em quilômetros que uma tropa percorre em uma
hora, incluindo o alto. Pode ser especificado na ordem de marcha ou nas NGA. Se a
velocidade prevista impuser em certos trechos a marcha em acelerado, a tropa deve fazê-lo
por pelotões, tão logo atinja tais trechos.
b. Para determinar em que velocidade a marcha deverá ser realizada, além dos fatores
mencionados no Capítulo 2, deve-se considerar o efetivo da tropa, sua formação correta e a
situação tática, sendo esta o fator preponderante.
(1) A velocidade normal das marchas diurnas é de:
- 4 km por hora em estrada;
- 2,5 km por hora através do campo.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................112 /166 )
(2) A velocidade normal nas marchas noturnas é de:
- 3 km por hora em estrada;
- 1,5 km por hora através do campo,
c. No entanto, em boas estradas e à luz do luar, uma coluna pode manter à noite, a
velocidade prevista para as marchas diurnas. Pequenas frações, marchando isoladamente,
podem deslocar-se com velocidades maiores que as previstas acima.
Mudança de Velocidade
A irregularidade na velocidade de marcha se faz sentir, com maior intensidade, à
retaguarda da coluna. A velocidade moderada ou excessiva do regulador de marcha faz com
que a coluna se emasse ou se alongue. Para sanar esses inconvenientes, o comando
determina a mudança de velocidade, aumentando-a ou diminuindo-a, mas somente após
ter avisado às frações da coluna de marcha. Logo que isto tenha sido feito, passa o
regulador de marcha a andar na velocidade determinada e a coluna, já devidamente
prevenida, vai aos poucos passando à nova velocidade sem atropelo. Quando, porém, os
motivos do alongamento ou do emassamento forem outros e desde que seja possível, deve
ser a tropa prevenida na ocasião do primeiro alto.
Flutuações
As flutuações a que está sujeita uma coluna em marcha podem ser limitadas pela
manutenção de uma velocidade constante, pela conservação das distâncias entre as frações,
'pela utilização de boas estradas e pela observância da disciplina de marcha. Quando for
necessário aumentar ou diminuir a velocidade, deve-se fazê-lo de modo gradativo,
prevenindo-se, antes, a tropa. Uma mudança repentina de velocidade faz que a coluna se
emasse ou se alongue. As pequenas flutuações ocorridas na frente chegam à retaguarda da
coluna de marcha bastante aumentadas. Por isso mesmo é sempre conveniente modificar -
se periodicamente a ordem em que marcham as frações, tendo em vista evitar que os
mesmos homens marchem sempre à retaguarda da coluna, onde estão permanentemente
sujeitos às flutuações.
O Regulador de Marcha
O regulador de marcha desloca-se 5 a 10 passos à frente da Unidade de marcha, a
fim de dar-lhe ritmo uniforme e de manter a velocidade prescrita (Fig 4-4). Em princípio,
deve ser um graduado de estatura média e com o passo aferido.
O of icial q ue m ar char testa da coluna f iscaliza - lhe a cadência, para mantê -la
uniforme.
Cadencia
a. Denom ina -se cadência o núm er o de passos que o hom em dá por
m inut o. O passo normal é de 75 cm, para a velocidade, também normal, de 4
km em 50 minutos.
b. A constância da velocidade permite que cada homem tenha uma cadência própria,
com a qual se habitua a marchar. A constante modificação da cadência acarreta fadiga
prematura, diminuindo o rendimento.
c. O comprimento das passadas varia de conformidade com a inclinação e a
consistência do terreno palmilhado, motivando flutuação na coluna em deslocamento.
Altos
A fim de proporcionar à tropa descanso, tempo para reajustar o equipamento e satisfazer
necessidades fisiológicas, são feitos altos periodicamente e a intervalos regulares. Em
condições normais, o primeiro alto é feito 45 minutos após o início da marcha e tem a duração
de 15 minutos. Outros altos se sucedem, após cada 50 minutos de marcha, com a duração de
10 minutos. Estes altos denominam-se "altos horários" e devem ser feitos em locais que
ofereçam abrigos ou cobertas para satisfazer a tais condições, pode ser alterada, inclusive, a
hora prevista para o início do alto. As zonas de população densa e os terrenos sujeitos à
observação e aos tiros do inimigo devem ser evitados. As frações de uma mesma unidade de
marcha iniciam a marcha e fazem alto ao mesmo tempo. Ao comando de "Alto", os homens
saem de forma para o lado da estrada pelo qual vêm marchando e permanecem nas
proximidades, desequipados e em descanso. É aconselhável que se deitem, apoiando os pés
sobre pedras, troncos ou saliências do terreno, mantendo-os elevados, a fim de
descongestioná-los (Fig Durante os altos, os comandantes verificam pessoalmente o estado
físico de seus homens, enquanto o pessoal de saúde socorre os estropiados.
Doentes e Feridos
a. Os homens somente podem sair de forma durante as marchas ou se afastar do local
do alto mediante autoriazação. No caso de afastamento ocasionado por motivo de saúde, que
requeira cuidados especiais, deve-se dar ao homem uma permissão para aguardar, ao lado
da estrada, a passagem do médico (Fig 4-7.
b. O médico, que normalmente se desloca à retaguarda da coluna de marcha, determina,
conforme o caso, o seu recolhimento pela ambulância ou apenas que seja aliviado, total ou
parcialmente, de seu armamento ou equipamento, que serão recolhidos pela viatura
destinada a tal fim (Fig 4-8).
c. Após o conveniente tratamento e a critério do médico, o homem pode retornar ao seu
lugar na coluna.
Marchas a Noite
a. As marchas noturnas, furtando a tropa à observação do inimigo, proporcionem
segurança razoável contra os ataques aéreos. Devem ser precedidas de minucioso
reconhecimento do itinerário e do ponto de destino. Na impossibilidade de fazê-lo no terreno,
deve-se fazê-lo na carta. Num e noutro caso, tornam-se imperiosas as medidas que assegurem
a direção e a ligação. Deve ser organizado um esboço do itinerário, em que sejam amarrados
em relação ao PL, os pontos notáveis do terreno, entroncamentos, cruzamentos de estradas,
etc,
b. No uso de ser possível o reconhecimento no terreno, assinalam-se, por meio de
balizadores ou marcos luminosos, as bifurcações e os cruzamentos. Caso contrário, utilizam-se
guias que, marchando à testa da coluna, dão as indicações necessárias. A direção também
é mantida por guias e o itinerário deve ser bem definido, e objeto de constante
verificação.
c. À noite, empregam -se as mesmas formações utilizadas de dia mas, para
assegurar a ligação, reduzem-se as distâncias entre os homens e entre as frações,
ou se colocam elementos de ligação entre estas.
G e ne ral i da des
Ant es de iniciar a mar cha, os comandant es de f rações ver if icam se seus
homens estão em boas condições físicas e se tomaram todas as medidas
preventivas devidas.
Controle de Marcha
Para controlar a marcha, utilizam-se voz, gestos, mensageiros, e, se a situação permitir,
sinais óticos, acústicos e rádio, Uma coluna pouco profunda e compacta é mais vulnerável ao
fogo inimigo, mas facilita o controle; ao contrário, se diluída e alongada, dificulta-o. Por isso,
os fatores antagónicos-dispersão e controle — devem ser bem pesados ao se decidir sobre
a formação da coluna, tendo em consideração também que a subunidade, como uma
unidade de marcha, deve deslocar-se sempre como um todo, mesmo em face dos maiores
obstáculos. O controle de desenvolvimento da marcha é facilitado pela referência a certos
acidentes do terreno e às horas previstas dos altos constante:, na ordem de marcha. No caso
de um alto imprevisto, o comandante de subunidade desloca-se, sem demora, para a testa a
fim de inteiraria dos acontecimentos; vencido o obstáculo causador do alto, reinicia
imediatamente a marcha. A fim de marchar com segurança e não impedir o fluxo do transito,
deve a tropa deslocar-se por ambos os lados da estrada. Os comandantes de pelotões e de
escalões maiores devem marchar munidos de cartas que deem o itinerário, as quais auxiliam
a orientação e a regulação da velocidade.
Disciplina de Marcha
É um conjunto de regras e dispositivos regulamentares que se aplicam às marchas. A
disciplina de marcha deve ser observada antes da marcha, durante e após sua realização. A
disciplina de marcha compreende, entre outras, as seguintes medidas:
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................124 /166 )
a. Antes das marchas
(1) Para os comandos.
— ordem preparatória;
— adaptar o fardamento às condições climáticas;
— diversas e variadas inspeções;
— reconhecimentos;
— inicio da marcha ris hora prevista.
(2) Para a tropa:
— receber informações exatas sobre a marchar,
— preparar o equipamento prescrito:
— cuidar meticulosamente dos pés; recompletar os cantis;
— munir-se de muda de meia sobressalentes;
— receber p armamento;
— evitar arruo
b. Durante as marchas
(1) Para os comandos:
— fazer observar os horários, a velocidade de marcha e o itinerário,
— manter as comunicações, as distâncias e as formações;
— fazer cumprir as diferentes prescrições existentes, inclusive sobre o consumo de água;
— fornecer permissão escrita aos estropiados e doentes para, fora de forma, aguardarem o
médico;
— determinar o rodízio da carga entre os homens;
— mudar a velocidade de marcha, se for o caso;
— fiscalizar a aço dos guardas de trânsito;
— fazer os altos nas horas previstas.
(2) Para a tropa:
—deslocar-se no lugar próprio;
— manter a distância, o intervalo e a velocidade de marcha;
— observar as prescrições relativas ao consumo de água e da ração:
— só abandonar a formatura Quando autorizado;
— despreocupar-se do esforço da marcha.
c. Durante os altos
( 1) Para os comandos:
— fazer com que a tropa abandone a estrada;
— providenciar para que os homens tirem o máximo proveito dos altos;
— verificar o estado dos homens e do material;
— fiscalizar o consumo d'água,
— fiscalizar a conduta dos guardas de trânsito;
— alertar a tropa do reinício da marcha;
— providenciar para que os estropiados recebam curativos;
— reiniciar a marcha na hora certa.
(2) Para a tropa:
— sair de forma, para., lado da estrada pelo qual vinha marchando;
— desequipar-se e procurar descansar o mais possível, apoiando os pés para descongestiona-
los;
— satisfazer suas necessidades fisiológicas;
— reajustar as meias, o calçado e o equipamento;
CONCEITOS BÁSICOS
Operacionalidade
- Grau de aptidão ou treinamento atingido por uma OM, compreendendo seu pessoal e
material para cumprir as missões a que se destina.
Aprestamento
- Conjunto de medidas de prontificação ou preparo de uma força ou parte dela,
especialmente as relativas à instrução, ao adestramento, ao pessoal, ao material ou à logística,
destinado a colocá-la em condições de ser empregada a qualquer momento.
Fardo Aberto
- Diz respeito a todo equipamento conduzido preso ao cinto de campanha e ao
suspensório de cada militar. É, basicamente, composto de: coldre, cantil, porta-cantil, caneco,
porta-carregadores (de fuzil/pistola), faca, facão de mato (terçado) e porta-bússola, por
exemplo. Outros equipamentos podem ser acondicionados ao fardo aberto, dependendo da
missão e do ambiente operacional. O material a ser colocado no fardo aberto pode ser
regulado por meio das Normas Gerais de Ação de Apronto Operacional (NGA Aprn Op) da
unidade (Fig 1 e Fig 2)
Fardo de Bagagem
a. Destina-se ao transporte do material individual que o militar necessitará em
campanha. Excluem-se, evidentemente, os artigos que, por força da missão, o combatente
conduzirá em seu fardo de combate (mochila). O fardo de bagagem deverá ser utilizado para
transportar somente o mínimo necessário ao conforto do homem em campanha. Pode conter o
seguinte material: japona, uniformes de muda e toalha de banho, por exemplo. A previsão do
Aprestamento de Pessoal
Pessoal
a. Em uma situação de normalidade na guarnição, a tropa de uma OM estará
aquartelada durante o expediente e dispersa nos horários fora do expediente. Uma ordem de
movimento ou uma missão, poderá encontrar a tropa já reunida, na OM ou dispersa.
b. Para reunir o pessoal dentro do mais curto prazo, usa-se, normalmente, o sistema de
alarme e o plano de chamada.
Sistema de Alarme
a. Estando a tropa dedicada às suas atividades normais no quartel, o sistema de alarme
será acionado para reunir os militares em caso de ameaça à segurança do aquartelamento e
poderá ser, também, acionado caso a Unidade tenha recebido ordem de se deslocar em curto
prazo.
b. Este sistema deve estabelecer, basicamente:
- um alarme convencionado (toque de corneta, sirene, campainha, etc);
- pontos ou áreas de reunião das subunidades e frações;
- conduta dos homens ao deixarem seus locais de trabalho;
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................131 /166 )
- substituição dos homens em serviços que não devem ser suspensos; e
- medidas imediatas de segurança.
c. O comandante de fração deve ser o primeiro a chegar ao seu Ponto de Reunião para:
- agrupar os homens;
- verificar efetivo;
- comunicar o PRONTO ao seu Comandante Superior; e
- transmitir suas ordens.
Plano de Chamada
a. É o instrumento que possibilita reunir a tropa, no mais curto prazo, quando esta não
estiver aquartelada. Deve ser simples, de fácil execução e, basicamente, prescrever: os meios
de chamada (telefones, estafetas, mensagens radiofônicas, etc); prioridade de chamada;
controle dos efetivos reunidos; e medidas de segurança.
b. Se o militar receber mensagem ou senha de chamada, deve seguir, imediatamente,
para o quartel.
c. O militar deverá envidar todos os esforços para chegar ao quartel o mais rápido
possível.
d. ATENÇÃO: “UM PLANO DE CHAMADA SÓ SERÁ EFICAZ SE FOR MANTIDO
PERMANENTEMENTE ATUALIZADO”.
Material Individual
a. Material individual é aquele diretamente distribuído ao militar para proporcionar-lhe
razoáveis condições de vida em campanha e para o exercício de sua função de combatente.
b. O material individual é constituido basicamente de: armamento individual;
equipamento individual; ferramental de sapa; equipamentos e instrumentos especiais; e
fardamento de campanha.
Armamento Individual
a. O armamento individual é constituído de armas portáteis, de porte e seus respectivos
acessórios.
b. Todo combatente é dotado de uma arma de fogo (fuzil, metralhadora de mão ou
pistola) e de uma arma branca (faca de trincheira ou baioneta) que lhe são entregues para
emprego no combate aproximado e na sua defesa pessoal. A arma é o instrumento pessoal de
combate (Fig 6), deve-se saber empregá-la e mantê-la em perfeitas condições de
funcionamento.
Equipamento Individual
Ferramental de Sapa
a. É constituído de ferramentas portáteis de terraplanagem e de corte que possibilita a
execução de pequenos trabalhos de Organização do Terreno (OT).
b. O Ferramental de Sapa é fornecido às frações em conjuntos de composição padronizada. O
comandante de fração, deve distribuir as ferramentas aos seus subordinados, de acordo com a função
de cada um. Considerar, que a ferramenta básica do combatente é o conjunto pá e picareta articulado
(Fig 8).
Suprimentos Individuais
Generalidades
a. Suprimentos individuais são aqueles que o combatente leva para consumo próprio
em campanha.
b. São eles:
- RAÇÃO OPERACIONAL;
- ÁGUA;
- MUNIÇÃO; e
- CURATIVO INDIVIDUAL
Ração Operacional
a) De acordo com a natureza da tarefa e o tempo para o cumprimento da missão recebida,
cada militar poderá receber um pacote regulamentar de ração operacional (Tab 1) e (Fig
11).
b. Eventualmente será fornecida uma refeição ou lanche improvisado (ração fria) para
ser consumido em missões de curta duração. Normalmente, é composto de frutas, bolachas
recheadas, pão com queijo e presunto, suco em caixa pequena, ovo cozido, etc.
A Água
a. A água para o cantil deve ser providenciada pelo próprio militar, tão logo receba
ordem para aprestar-se. É providência que deve ser tomada sem qualquer determinação
especial.
b. Eventualmente, de acordo com a missão a ser cumprida ou a natureza da tropa o
combatente poderá receber um cantil suplementar.
c. Em campanha, deve-se manter o cantil cheio e limpo, utilizando-o apenas para água.
d. Normalmente, para cada litro de água, é usado um comprimido, existente no interior
da ração operacional, ou duas gotas de hipoclorito de sódio para descontaminá-la (Fig 12).
e. ATENÇÃO: “OBSERVAR AS PRESCRIÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DE ÁGUA NA
ÁREA EM QUE O MILITAR ESTIVER OPERANDO, PRINCIPALMENTE EM AMBIENTE ONDE
ELA SEJA DE NATUREZA DUVIDOSA”.
A Munição
a. Cada combatente, normalmente, receberá a quantidade de munição suficiente para
completar os carregadores de seu armamento individual (fuzil/pistola).
b. Dependendo da função, poderá receber também granadas de mão e de fuzil, bem
como alguma munição especial (perfurante, traçante, etc) em quantidades estabelecidas nos
planos de aprestamento de sua OM (Fig 13).
c. Ao integrar um Grupo de Combate (GC), o militar transportará, também, munição
para os Fuzis Automáticos Pesados (FAP) de sua fração, a qual, pela quantidade (cerca de
240 cartuchos por arma), será convenientemente repartida por todos os homens.
d. Uma sugestão para a dotação individual de munição no GC e distribuição da munição
dos FAP (Tab 2).
FAL FAP
SGT CMT 60 40
CB AUX 60 40
AT FAP - 100
AT FAP - 100
ESCL 60 40
ESCL 60 40
ESCL 60 40
ESCL 60 40
ESCL 60 40
Curativo Individual
- O curativo individual necessita de cuidados especiais, pois poderá ser utilizado em
caso de emergência, contribuindo para manter o militar vivo até ser socorrido e evacuado (Fig
14).
Materiais Diversos
Generalidades
a. O material e suprimentos individuais acompanharão o combatente quando partir de
sua sede para o cumprimento de uma missão. Uma parte deste material será conduzido pelo
próprio militar, na mochila. Desta forma, todo material a ser transportado deve ser compacto, o
mais completo possível e deve atender às necessidades mínimas de conforto para manutenção
do homem em campanha. Por isso, os kits aparecem como uma solução eficiente, pois são
compactos, de pequeno volume e peso.
b. Os kits mais comuns são: de manutenção do armamento; de higiene; de
sobrevivência; de anotação; de costura; de primeiros socorros; de destruição; dentre outros.
c. Os kits não possuem um padrão rígido. Para cada situação e para cada ambiente
operacional pode haver alteração na composição do material a ser conduzido na mochila. Além
disso, outros kits podem sem montados dependendo da necessidade. As tropas especiais
podem ter kits próprios para atender suas necessidades. A seguir, serão apresentadas
sugestões de materiais a serem colocados em cada kit. Importante ressaltar que a composição
não é imposta, mas deve conter o material necessário para o cumprimento da missão. O kit, a
princípio, será individual. Entretanto, dependendo da natureza da tropa (blindada, por
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................139 /166 )
exemplo), poderão haver kits coletivos (de primeiros socorros, por exemplo), os quais poderão
ser acondicionados na própria viatura.
Kit de Higiene
- Escova de dente;
- Creme dental;
- Creme de barbear
- Barbeador descartável;
- Sabonete;
- Espelho; e
- Toalha.
Kit de Sobrevivência
- Anzol;
- Linha de pesca;
- Chumbada;
- Canivete;
- Isqueiro ou fósforo;
- Vela;
- Pilha; e
- Pedaço de esponja de aço, tipo “Bombril”.
Kit de Anotação
- Canetas de cores diversas;
- Régua milimetrada;
- Borracha;
- Lápis;
- Transferidor;
- Esquadros;
- Fita adesiva; e
- Bloco para anotação.
Kit de Costura
- Agulhas;
- Linha;
- Botões sobressalentes; e
- Tesoura pequena
.
Kit de Destruição
- Fita isolante;
- Fita métrica;
- Alicate de estriar;
- Estilete;
- Rolo de barbante;
- Isqueiro ou fósforo;
- Explosor; e
- Galvanômetro, se for o caso (SFC).
Instrução da Tropa
Instrução Individual
a. O Aprestamento de Pessoal será desenvolvido por meio de instrução e paralela a
esta, em outras oportunidades. A instrução sobre Aprestamento de Pessoal iniciará no Período
Básico, uma vez que a instrução é essencialmente individual e envolve conhecimentos
necessários à formação do “Combatente Básico”.
b. Na instrução formal do soldado, isto é, na instrução programada, os cinco aspectos
fundamentais do Aprestamento de Pessoal devem ser abordados: - reunião da tropa; -
providências de ordem pessoal; - conhecimento do material individual; - conhecimento dos
suprimentos individuais; e - acondicionamento do material.
c. No Período Básico, estes aspectos deverão ser expressos em Objetivos
Intermediários que poderão ser identificados nos assuntos relacionados no Programa-Padrão
de Instrução Individual Básica , na matéria - Instrução de Apronto Operacional.
d. No período de Qualificação, o Aprestamento Pessoal deverá ser desenvolvido no
âmbito da Fração, levando em conta a função do militar e os demais aspectos do Apronto
Operacional da Unidade. Consultar o ProgramaPadrão de Qualificação do Cb/Sd - Instrução de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e Comum (EB70-PP-11.012), na matéria - Instrução de
Apronto Operacional.
e. Paralelamente à instrução, todas as oportunidades deverão ser aproveitadas para
aplicação e aprimoramento das prescrições relativas ao Aprestamento de Pessoal: marchas,
deslocamentos, acampamentos, exercícios no terreno e táticos, etc.
f. Finalmente, exercícios específicos deverão ser programados, inclusive com
execução inopinada, de modo que, no início do período de Adestramento, o Apronto
Operacional da Unidade tenha atingido sua plenitude.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................141 /166 )
Inspeção e Revista de Mostra
a. Os comandantes de todos os níveis, particularmente os de frações elementares,
devem verificar, periodicamente, a situação do material individual distribuído: faltas e condições
de uso. 8.2.2 As verificações formais serão executadas por meio de inspeções e revistas de
mostra.
b. As inspeções serão conduzidas, normalmente, por meio de verificação do material
nos seus locais de guarda (escaninho, estante, armário, etc) e do pessoal aprestado antes das
marchas, exercícios de campo ou execução de uma missão.
c. ATENÇÃO: “A INSPEÇÃO É UM DEVER FUNCIONAL DOS COMANDANTES DE
FRAÇÃO”.
d. As revistas de mostra devem ser executadas periodicamente ou em ocasiões
oportunas, particularmente, antes de qualquer saída de tropa.
e. Convém que seja estabelecido um arranjo para exposição do material, ou melhor, um
dispositivo de formação para inspeção.
f. O mais prático e objetivo será a exposição do material por “Fardos”, com o respectivo
material apresentado de forma ordenada sobre o poncho aberto (“Fardo Aberto” e “Fardo de
Combate”).
g. O armamento individual deverá ser motivo de inspeções específicas.
h. A partir da exposição do material, a revista poderá ser procedida pela verificação
individual ou por meio da chamada dos artigos que, ao serem anunciados, serão erguidos e
apresentados pelos combatentes.
i. ATENÇÃO: “O FARDO DE COMBATE (MOCHILA) SÓ CONTERÁ O MATERIAL
ESTRITAMENTE NECESSÁRIO AO CUMPRIMENTO DA MISSÃO ESPECÍFICA”.
Planos e Manifestos
Generalidades
a. Uma Organização Militar (OM) pode ser considerada adestrada quando dispuser de
homens prontos para serem empregados no mais curto espaço de tempo a partir do momento
em que for acionada.
b. Além da preparação individual de cada combatente, é importante que a logística
também esteja organizada e em condições de se aprestar para apoiar os elementos da
manobra, desonerando, assim, a tropa dessas atribuições, permitindo-lhes a concentração na
missão que irão cumprir.
c. Uma maneira eficiente de agilizar a cauda logística é por meio de sua organização
em Planos e Manifestos, listas contendo todos os itens de carga e de pessoal a serem
embarcados em determinadas aeronaves, embarcação ou viatura. É o comprovante de que o
pessoal e/ou a carga foi/foram embarcado(s).
Planos e Manifestos
Anualmente, faz parte do adestramento da tropa a execução de aprestamentos nas
Organizações Militares operacionais do Exército Brasileiro. É o momento em que o
Comandante e seu Estado-Maior têm para verificar o grau de operacionalidade da OM ao
colocar em prática a execução dos Planos e Manifestos.
a. Manifesto de Pessoal:
Gp Pst/Grad Função Nome Idt TS/FRH Peso Armt (Tipo e Nr Obs
Meios de Transporte
Os Planos e Manifestos devem atender às necessidades da tropa em qualquer meio de
transporte: aéreo, terrestre ou aquático. Para cada meio de transporte, pode haver um plano
respectivo que atenda àquela necessidade.
Instrução da Tropa
Nos corpos de tropa, os exercícios de apronto operacional planejados pelo Oficial de
Operações (S/3 da OM) permitem o adestramento dos militares do Efetivo Variável (EV) e do
Efetivo Profissional (EP) e também da estrutura logística para atender a tropa a ser apoiada.
Esses exercícios possibilitam o Comandante da OM e seu Estado-Maior (com ênfase ao Oficial
de Pessoal-S/1 e o Logístico-S/4) ratificar ou retificar o planejamento (Fig 19).
9.6 ESTACIONAMENTOS
(Segundo o C 21-18: Manual de Campanha – Marchas a Pé. 1ª e 2ª edição Brasília,
1980.)
Generalidades
Para não desgastar prematuramente a tropa em campanha é indispensável que lhe
proporcione frequentemente condições de repouso, higiene, conforto e possibilidade
demanutenção de seu material e moral.
a. Conceito de Estacionamento
Um estacionamento é o conjunto de instalações organizadas para proporcionar
descanso para a tropa que se encontra fora do seu aquartelamento.
b. Formas de Estacionamentos
1) Acampamento
Utilização de barracas e materiais de estacionamento conduzidos pela tropa.
2) Acantonamento
Utilização de edificações existentes na área (prédios, casas, galpões, colégios, etc).
3) Bivaque
A tropa se instala ao ar livre utilizando-se de material conduzido pelo próprio homem e
meios de fortuna da região.
c. Escolha do Local
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/UD 8 e 9..........................................................148 /166 )
1) Fatores que influem na escolha do local
a) Cobertas e abrigos, para fazerem face a possíveis ataques e à observação aérea;
b) Espaço suficiente para permitir a dispersão do pessoal e viaturas
(aproximadamente uma área de 300 m2 por subunidade);
c) Proximidade de suprimento d’água;
d) Rede de estradas convenientes ou caminhos, que permitam o funcionamento dos
transportes.
2) Características favoráveis
a) Acessibilidade à quantidade suficiente de água potável e combustível;
b) Terreno arenoso ou argiloso favorável à absorção dos restos líquidos;
c) Terreno firme coberto de relva;
d) Local elevado e bem drenado;
e) Espaço suficiente a fim de evitar congestionamento e permitir o afastamento
necessário entre a cozinha e as latrinas;
Instalações do Estacionamento
a. Latrinas
Localizadas em um dos extremos do estacionamento, na direção oposta a dos ventos
predominantes, pelo menos a 100m da cozinha e a 30m da barraca mais próxima. Colocadas
de maneira tal que a infiltração pelo solo não vá poluir as fontes de suprimento d’água.
Construir 6m de latrinas de vala, em seção de 1,50m ou então 2 latrinas padrão de
caixa com fossa profunda, para cada 100 homens. As latrinas devem ter capacidade de
acomodar a um só tempo 8% do efetivo da unidade.
Obs: Ainda como conduta normal das frações quando de deslocamentos longe da área
de estacionamento (onde há latrinas padronizadas) é obrigatório o uso do “Buraco de Gato”
feito pelo combatente com o auxílio da ferramenta de sapa para uso próprio, devendo ser
completamente fechado após o uso.
O “Buraco de Gato” impede a sujeira da área e também que a tropa não deixe indícios
de sua passagem.
b. Lavatórios e Chuveiros
Construir dispositivos para a lavagem das mãos, nas vizinhanças das latrinas e mictórios.
Os mictórios deverão também estar localizados entre as ruas das Subunidades. Deverão ser
construídos à razão de 04 lavatórios para cada 100 homens (01 para cada 25 homens).
c. Rancho
1) Água para beber - Deverá ser tratada e depositada em sacos lister (reservatórios de
água impermeável, com capacidade para 130 litros) que são distribuídos às unidades à razão
de 01 para 100 homens e armados próximos à área de refeições e ao longo da linha de servir.
2) Linha de servir
Constituída de: Cardápio, Esterilização de marmitas e Panelas com alimentos.
a) Cardápio: permite ao soldado saber antecipadamente quais os componentes da
refeição, fornecendo-lhe um bom efeito psicológico.
b) Esterilização de marmitas: feita com água limpa fervente. A esterilização éfeita
em local próximo às panelas.
c) Panelas com alimentos: colocadas sobre bancos, banquetas de terra ou mesa
de pouca altura. Localiza-se o mais perto possível da cozinha para evitar
deslocamentos inúteis com as panelas.
3) Cozinha de campanha
Armada sob um toldo, a fim de favorecer a ventilação e a circulação de ar. Deverá
ser equidistante das demais instalações, a fim de manter um trabalho econômico e metódico.
O equipamento utilizado na cozinha é o seguinte:
- Fogão de campanha com caixa de acessórios (3 por SU);
- Mesa de madeira para uso do pessoal da cozinha;
- Geladeira de campanha;
- Latão de lixo;
- Barraca de depósito de suprimento (barraca de 10 praças), contendo um estrado
para colocação de sacarias, latões ou recipientes para gêneros em uso e, finalmente, material
correlato. Esta barraca não deve ser usada para dormitório. A cozinha e, em consequência,
todo rancho, deverá ser localizada à uma distância mínima de 100m das latrinas.
Fig 07 - Reboque-cisterna
b) Vala de detritos: tem por finalidade receber detritos sólidos da cozinha e da linha
de servir. Localizada a 30m da cozinha.
c) Coletor de restos: serve para coletar os restos de refeições, localizado próximo a
área de refeições; podendo também ser substituído por fossa ou vala (figura 10).
7) Combustível
A gasolina em vasilhames próprios (camburões), deve ser armazenada em local
adequado. As normas de segurança para combustíveis deverão ser rigorosamente seguidas.
Normalmente usamos em campanha o depósito de gasolina subterrâneo, de fácil construção,
localizado próximo da linha de viaturas.
Higiene do Estacionamento
A escolha do local do estacionamento é de responsabilidade do comandante da zona
respectiva. Todavia, os médicos são responsáveis pela vigilância sanitária dos locais propostos,
fazendo recomendações condizentes à sua convivência.
O destino impróprio dos dejetos humanos poderão causar sérias epidemias, de modo que
ao chegar ao local do estacionamento, a tropa deverá construir suas latrinas. Essas latrinas
deverão ficar no extremo oposto ao local da cozinha e numa situação tal, que a infiltração não
possa poluir as fontes de suprimento de água. As latrinas destinadas aos oficiais são
construídas à razão de uma por batalhão.
A tropa poderá ser informada dos locais onde poderá obter água:
- para bebida;
- para animais;
- para banhos;
- para lavagem de roupas;
- para lavagem de viaturas.
Nos regatos, esses locais são designados em sequência, no sentido da corrente. Esses
locais deverão ser assinalados com clareza e serem guardados por sentinelas, que verificam
As latas de lixo e fossas de detritos deverão estar sempre tampadas. Os Homens de uma
barraca são os responsáveis pela limpeza interior à frente e à esquerda da mesma. A turma de
faxina percorre a área três vezes ao dia.
Disciplina do Estacionamento
O comandante da SU assegura a ordem, a disciplina e a higiene do pessoal e dos animais,
bem como conservação dos víveres, das munições e do material. Há medidas rigorosas contra
incêndio. É proibido o toque de corneta ou tambor, salvo os toques destinados a dar o alerta
geral contra aviões, gases ou carros de combate.
As continências e os sinais individuais de respeito são obrigatórios para todos os militares.
A tropa deve conservar-se pronta para entrar em forma. Há um ponto de reunião para
Subunidade em local que não perturbe a circulação nas estradas e nos itinerários principais.
Segurança do Estacionamento
a. Generalidades
A segurança compreende o conjunto de medidas adotadas por uma tropa visando
proteger-se contra a inquietação, a surpresa e a observação por parte do inimigo. No
estacionamento, a segurança é procurada em todas as direções. Todo chefe é o responsável
pela segurança de sua força.
b. Segurança Externa
Uma tropa estacionada prevê sua própria segurança por meio de postos avançados,
constituídos por elementos dispostos de tal maneira, que venha cobrir-lhe a frente, os flancos e
a retaguarda, protegê-la contra ataques de surpresa e observação das forças terrestres do
inimigo.
c. Segurança Interna
Fig 14 - 2ª operação
Fig 15 - 3ª operação
4ª Operaç ão: Levantar a barraca somente c om a c umeeira e os mas tros centr ais, puxando pelas c ordas num só s entido no auxíli o do levantamento. Fi xar as quatr o c ordas no s olo com es tacas c antoneir as, em ângulo aberto, de maneir a que a barr aca já se mantenha fir me. (Fi gura 16)
Fig 17 - 5ª operação
Definição
Abrigos são construções preparadas pelo combatente, com os meios que a selva e o
próprio equipamento lhe oferecem, para a proteção contra as intempéries e os animais
selvagens.
Classificação
a. Abrigos Permanentes - Construídos com ou sem material da região e destinados a
permitir a permanência continuada e por tempo indeterminado do combatente na selva.
b. Abrigos Semipermanentes - Construídos com material da região e destinados a dar
condições à permanência na selva por um longo período de tempo. Em função do número de
indivíduos a abrigar ou de sua utilização, apresentam os seguintes tipos:
Fig 5-4. Tapiri duas águas (com duas camas de galhos e cipós
(5) tapiri uma água
Fig 5-11. Abrigo improvisado com poncho preso em estacas e suspenso do solo por corda
(7) poncho ou telheiro da rede de selva suspenso do solo por uma corda ou cordão central e
preso por estacas
Fig 5-13. Abrigo improvisado utilizando dois ponchos presos em estacas e suspensos
do solo
Fig 5-14. Abrigo improvisado para dois homem utilizando dois ponchos
Fig 5-15. Abrigo improvisado para um homem utilizando uma rede e um poncho