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Outubro 2022
1 - INTRODUÇÃO
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2.0 - JUSTIFICATIVA
As matas ciliares e de recarga são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio
ambiental e, portanto, devem representar uma preocupação central para o desenvolvimento
rural sustentável e a melhoria da qualidade de vida nas áreas de concentração urbana.
São áreas protegidas por lei desde pelo menos o Código das Águas (Decreto n°
24,643, 10 de julho de 1934) e o Código Florestal (Lei nº 4.771, 15 de setembro de 1965),
cobertas ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e
flora, protegerem o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Embora sejam enquadradas na legislação ambiental brasileira, como áreas de
preservação permanente, as matas ciliares de nascentes, margens de cursos d’água e topo de
morros costumam liderar o "ranking" das áreas mais degradadas do país, seja para cultivo
de várzeas, pastoreio e dessedentação de gado, extração de areia, garimpo de ouro ou
ocupação urbana.
Os extensos e indiscriminados desmatamentos praticados na bacia do Rio Paraíba
do Sul, que reduziram a cobertura florestal a 13% de sua extensão original, não pouparam
florestas protetoras de nascentes e margens de cursos d’água. Nas regiões mais
desflorestadas, essa ausência de proteção florestal vem se refletindo em escassez de água
para abastecimento e em processos de erosão acelerada e enchentes.
Os prejuízos da ausência dessa vegetação protetora são incalculáveis, destacando-se
como principais impactos ambientais: a erosão das margens e o assoreamento dos rios, as
perdas nas recargas dos aquíferos, a perda de alimento para a fauna e a
poluição/contaminação das águas com os esgotos domésticos e o lixo lançado das
ocupações de margens.
Especificamente quanto à erosão e ao transporte de sedimentos, verifica-se em
praticamente todos os rios da região um significativo grau de turbidez por sedimentos em
suspensão. Mesmo em períodos prolongados de estiagem, os rios apresentam-se turvos,
principalmente nas sub-bacias cujas cabeceiras encontram-se degradadas.
A implantação do projeto deverá beneficiar, a médio e longo prazo, aos usuários dos
recursos hídricos diretamente protegidos pelos plantios (incluindo a fauna autóctone) e da
sub-bacia em questão e das vizinhas.
Beneficiam-se ainda os pesquisadores em ecologia e manejo florestal pela
oportunidade em investimentos concretos em uma área do conhecimento muito comentada,
mas pouco prestigiada pela vontade política e recursos financeiros.
Considerando-se que o principal enfoque deste Projeto diz respeito à melhoria da
qualidade ambiental, seria recomendável a recuperação de todas as áreas degradadas, para
proteção efetiva dos mananciais da bacia. No entanto, conforme a situação da Atividade
Florestal, a eficiência de projetos de reflorestamento no Estado do Rio de Janeiro depende
de diversas condições ainda não devidamente equacionadas e resolvidas de modo a garantir
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3.0 - CARACTERIZAÇÃO DO MEIO
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3.2.1 - Vegetação
3.2.2 - Fauna
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Não existem relatos sobre a ocorrência de espécies raras ou em extinção na área do
projeto. São encontrados pequenos mamíferos roedores (Capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris)), pequenos macacos primatas (Sagui-da-serra (Callithrix flaviceps), pequenos
répteis (Calango (Tropidurus itambere)) e algumas aves.
A área está inserida na região no Sul do Estado do Rio de Janeiro, no trecho inferior
do médio vale do Rio Paraíba do Sul, cuja situação fundiária vem se alterando bastante ao
longo dos anos, pois as propriedades sofrem pressão das concentrações urbanas e vem
sendo desmembradas em loteamentos, sítios de lazer e núcleos de posse.
As principais atividades desenvolvidas na região são: siderurgia (CSN), prestação
de serviços e comércio na área urbana. E na área rural a bovinocultura de leite e menos
expressivas a bovinocultura de corte, apicultura, horticultura, culturas de subsistência
(banana, milho, feijão, etc) e lazer.
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Imagem QGIS
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Nº Longitude Latitude Referência
01
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7.1 – Metodologia
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A metodologia proposta para recompor e ampliar os fragmentos florestais das áreas
selecionadas é a do sistema de sucessão secundária induzida. Neste modelo, a implantação
de um reflorestamento heterogêneo com espécies nativas simula e acelera a dinâmica de
revegetação da floresta. O reflorestamento é realizado a partir do plantio simultâneo de
espécies representantes dos diferentes estágios sucessionais, caracterizado como: pioneiras,
secundárias iniciais, secundárias tardias e climaxes.
O reflorestamento deverá ser em uma proporção proposta de pelo menos de 1/3 de
espécies climaxes e 2/3 das outras, seguindo o modelo de plantio em quincôncio.
A distribuição das mudas no campo no momento do plantio deve ser a mais
heterogênea possível e mantendo sempre as secundárias tardias e climaxes entre as
pioneiras e secundárias iniciais.
Exemplo:
▲ ▲ ● ▲ ● ▲ ▲
Pioneiras x Secundárias Iniciais
2,0metros
▲ ● ▲ ▲ ● ▲ ●
2,0metros Climaxes x Secundárias Tardias
▲ ▲ ● ▲ ● ▲
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área de aproximadamente 100.000 metros quadrado de efetivo plantio, com a utilização de
27.500 mudas de espécies nativas, considerando as perdas.
O plantio deverá ser iniciado na área após o esclarecimento da população,
instituições locais e do entorno, sobre a importância da implantação do projeto.
A área sofreu várias intervenções antrópicas , sendo as principais: o desmatamento,
o pastoreio de animais domésticos, uso indiscriminado do fogo e a construção de
edificações o que dificulta a regeneração natural, com estas características algumas medidas
deverão ser tomadas para o sucesso do reflorestamento, descritas com detalhes no item a
seguir.
O plantio deverá ser realizado no período chuvoso que normalmente na região vai se
outubro á março, podendo ser ampliado em virtude das distribuições das chuvas no local e a
possibilidade de irrigação das mudas nos períodos de estiagem mais prolongados.
A área deverá ser isolada para evitar a entrada de animais domésticos, que por
ventura possam pisotear ou arrancar as mudas plantadas.
5.1.4.3- Roçada
A área deverá ser roçada, quando necessário, para eliminar a concorrência com as
mudas plantadas, facilitar a marcação das covas e o combate ás formigas cortadeiras e
cupins.
Esta roçada deverá ser seletiva deixando na área as espécies que ocorreram naturalmente ou
que foram plantadas, e que são de interesse do projeto, entrando na composição do plantio.
Formigas cortadeiras:
Antes de qualquer ação no local, deve-se percorrer o terreno a ser plantado e seu
entorno, a procura de formigueiros e cupinzeiros. Caso ocorram, deve-se iniciar
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imediatamente o combate, identificando os "trilhos” e "olheiros". A seguir é preciso
identificar as espécies de formigas. A identificação indica os dois gêneros de maior
ocorrência na região: Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns, semelhantes às saúvas,
porém de menor porte). O passo seguinte, é avaliar a melhor forma de combate em relação
ao tempo de ação de cada produto e o momento da programação de atividades do
reflorestamento, só após esta avaliação quantitativa e qualitativa, deverão ser utilizados
produtos e sistemas, partindo para as medidas cabíveis, com controle químico se
necessário.
Iscas granuladas: com princípio ativo de sulfluramida ou fipronil, com tempo de reação
em médio prazo, ideal para a fase de preparo do solo (época seca), distante mais de trinta
dias dos primeiros plantios. Pode-se colocá-las diretamente nos “carreadores” de
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OBS.-A dosagem por metro quadrado, indica a quantidade de produto a ser aplicado em
relação quantitativa da área do formigueiro (comprimento X largura), seguidas as
orientações de um profissional habilitado.
Cupins:
Dois tipos de Cupins podem ser identificados: os Cupins de Montículo e os Cupins
Subterrâneos. Para o controle e/ou combate a erradicação dos Cupins de Montículo, deve-se
adotar um conjunto de ações que levam à destruição do seu habitat, seja com a aplicação do
cupimicida apropriadamente diluído, ou ainda, perfurando o seu montículo com uma
ponteira de ferro, seguindo de aplicação em seu interior (através de um tubo), de um
produto químico específico. O produto recomendado pode ser o tenha os mesmos
princípios ativos para o combate às formigas (a exemplo do Klap), diluindo-o em água e
pulverizado manualmente sobre o “cupinzeiro”.
Tratamento proposto: Termonebulização com lacree fogging na dosagem de 70 ml de
lacree fogging para 930 ml de diesel ou klap em pulverização na dosagem de 2 ml por
bomba de 20 l.
5.1.4.6- Coroamento
É uma capina mecânica realizada em torno do local onde será plantada a muda, para
eliminar a vegetação concorrente existente, evitando a competição com a muda, além de
facilitar as operações de plantio. O coroamento será realizado em um raio de
aproximadamente 0,5 metros á partir do centro da cova de plantio.
5.1.4.7- Adubação
A adubação inicial de cova deverá ocorrer antes do plantio das mudas, nas
quantidades definidas conforme a recomendação técnica de 0,1 kg de superfosfato
simples/cova, que deve ser bem misturado na bateção das covas.
A aplicação da adubação de cobertura deverá ser feita 30 dias após o plantio, nas
quantidades definidas conforme a recomendação técnica de 0.1 kg de formulação NPK 20-
00-20/cova. A adubação de cobertura deve ser feita de forma circular distribuída distante
cerca de 15 cm da muda, em dias com solo úmido. O contato direto do adubo com o colo da
muda provoca a morte da mesma.
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5.1.4.8- Bateção das Covas
Consiste na operação de recolocar o material retirado da cova, bem misturado ao
adubo, na etapa de adubação inicial do solo no plantio.
5.1.4.9- Plantio
As mudas deverão ser adquiridas de produtores idôneos, o que irá garantir a
qualidade e um maior percentual de sobrevivência e desenvolvimento satisfatório.
1- Retirar do recipiente no momento em que a muda estiver sendo plantada, com cuidado
para não desfazer o substrato em que as mudas foram produzidas, preservando a formação
radicular formado.
2- Colocar a muda centralizada na cova e com colo no nível do solo, no substrato batido na
cova. Evitar injuriar as raízes.
3- O plantio deve ser realizado no terreno úmido, em dias chuvosos, quando possível, e
com a muda molhada.
4- Compactar levemente ao redor das mudas.
5- O tamanho ideal da muda a ser plantada é de 30 a 40 centímetros, variando de acordo
com a espécie e nos locais suscetíveis a inundações de 40 a 100 centímetros.
5.1.4.11- Manutenção
É sem dúvida o item mais importante para o sucesso do projeto, deve ser iniciado
logo depois do plantio e vai até o estabelecimento das espécies plantadas, está dividida nas
seguintes etapas:
A - Combate à Formiga
Após o plantio, o combate com formicidas deve ser intensificado nos primeiros 6
meses, e depois realizado durante todo o período de crescimento das mudas.
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B - Replantio
É o plantio nas covas em locais onde as mudas inicialmente plantadas não vingaram,
deve ser efetuado, de preferência, até 30 dias após o plantio, no período da primeira
adubação de cobertura.
C -Roçada e Coroamento
Estas operações são necessárias para evitar a competição entre as mudas plantadas e
as plantas indesejáveis.
Será realizado o coroamento ao redor da muda, num raio de 0,50 metro, a partir do
centro da cova. No restante da área plantada serão feitas roçadas seletivas, retirando apenas
a vegetação indesejável, mantendo os arbustos e árvores que surjam espontaneamente na
área, os quais formarão o sub-bosque.
Estas intervenções deverão ser programadas no mínimo 3 vezes por ano, ou
conforme o Grau de infestação de espécies invasoras.
D - Adubação de Cobertura
As adubações de cobertura serão realizadas 90 e 120 dias após o plantio utilizando
0,10 kg da formulação NPK 20-00-20/cova.
Nos anos seguintes fazer uma adubação anual no período chuvoso.
A dosagem recomendada a ser aplicada é:
Primeiro ano - 0,20 kg da formulação NPK 20-05-20/cova
Segundo ano - 0,25 kg da formulação NPK 20-05-20/cova
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Ano 01 Ano 02 Ano 03
ATIVIDADE MESES MESES MESES
S
N J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
º
Mobilização
01 Social e X
Institucional
Isolamento da
02 área X
Limpeza do
03 terreno X X X
(roçada)
Combate a
04 Formigas e X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Cupins
Marcação e
05 Coroamento X X X X
Abertura e
06 bateção das X X X
covas
Adubação de
07 cobertura X X
Plantio
08 X X
Replantio
09 X X
Manutenção do
10 plantio. X X X X
Adubação
11 anual X X X X
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7.0 – EQUIPE ENVOLVIDA
1-Lorenzi,Harri,1949
Árvores Brasileiras: Manual de Identificação de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil Harri
Lorenzi Nova Odessa, SP: Editora Plantaron, 1992.
2- Kageyama, P. Y.; Castro, C.F.A. & Carpanezzi, A. A. 1989. Implantação de Matas
Ciliares: Estratégias para Auxiliar a Sucessão Secundária. In: Simpósio sobre mata ciliar.
São Paulo. Anais Campinas, Fundação Cargill. p. 130 - 143.
3- Floresta e Ambiente
Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro -207 p - Seropédica -
Rio de Janeiro, número 3, 1996.
4- OLIVEIRA, D. M. F. de; RIBEIRO JUNIOR, E. S. Técnicas gerais aplicadas à
recuperação de áreas degradadas pela atividade de mineração. Revista Ação Ambiental,
Viçosa, n. 10, p. 16-18, 2000.
5-SILVA, A.R.; PAIVA, H.N. Implantação da cultura do eucalipto. Informe
Agropecuário, Belo Horizonte, v.18, n.185, p.28-31, 1996.
6- Higa, R.C.V.; Mora, A.L.; Higa, A.R. Plantio de eucalipto na pequena propriedade rural.
Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 31p. (Embrapa Florestas. Documentos, 54).
7- Sistema de Recuperação, com Essências Nativas, Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral - CATI, 60 p, campinas ,1993.
8- Botelho, Soraya Alvarenga
Implantação de mata ciliar, 28p, Companhia Energética de Minas Gerais,
Belo Horizonte: CEMIG; Lavras: UFLA, 1995.
9- Projeto Radam Brasil nº32
Folhas SF.23/24 Rio de Janeiro / Vitória; Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Vegetação
e Uso Potencial da Terra- 780p- Rio de Janeiro, 1983.
10- Projeto Planágua SEMDS/ GTZ,Edição completa
11- Decreto No 97.632, de 10 de abril de 1989, que dispõe sobre a regulamentação do
artigo 20, inciso VIII, da Lei No 6.938, em seus artigos 20 que conceitua degradação e 30
que estabelece a finalidade do PRAD.
12- Lei No 4.771, de 15 de setembro de 1965 que institui o Novo Código Florestal.
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Tel. (24) 3350-7123 / 3350-7348 - E-mail: smma@voltaredonda.rj.gov.br
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13- Fundação CIDE
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