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VAMOS CONHECER O SALGADO

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ


Governador: Cid Ferreira Gomes

SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO


Secretário: César Augusto Pinheiro

COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ


Presidente: Francisco José Coelho Teixeira
Chefe de Gabinete: Antonio Treze de Melo Lima
Diretor Administrativo: Paulo Henrique Studart
Pinho Diretor de Operações: José Ricardo Dias Aldeodato
Diretor de Planejamento: João Lucio Farias de Oliveira

GERENCIA REGIONAL DA SUB-BACIA DO RIO SALGADO


Gerente: José Yarley de Brito Gonçalves
Coordenador de Gestão: Alberto Medeiros de Brito
Coordenador Técnico: Antonio de Araújo Pereira

PESQUISA E ELABORAÇÃO
Claire Anne Viana de Souza
Liana Souto Araújo
Maria Dasdores Gonçalo da Costa

CAPA, DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL


Alberto Medeiros de Brito
Thiago Alves da Silva
Impressão:

Tiragem: 500 cópias


1ª Edição
Abril de 2008
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geológica é composta basicamente por


1. APRESENTAÇÃO rochas cristalinas (representando 75% do
Esta cartilha reúne informações sobre a seu território). A população total do Estado
Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado, é de 7,4 milhões habitantes.
que estão organizadas segundo o que A socioeconômia se caracteriza por um
temos, como usamos, os problemas que alto índice de população rural analfabeta,
causamos e como podemos solucioná-los apresentando considerável nível
com vista à melhoria do gerenciamento e populacional, sendo que quase metade da
monitoramento dos recursos hídricos. população do Estado se concentra na
A Companhia de Gestão dos Recursos região metropolitana de Fortaleza. Vale
Hídricos - COGERH como forma de destacar as concentrações populacionais
minimizar os impactos ambientais das regiões do Cariri e do Vale do Acaraú,
negativos ao meio ambiente, nas cidades de Juazeiro do Norte e Sobral,
especificamente a água, desenvolve ações respectivamente. A Sub-Bacia do Salgado
de intervenção nessa sub-bacia de integra a Bacia do rio Jaguaribe, encontra-
maneira sustentável de modo a otimizar e se localizada ao Sul do Estado do Ceará,
melhor distribuir os usos múltiplos da água, possui uma área de drenagem de 12.865
elemento imprescindível para todas e km², correspondente a 8,25% do seu
qualquer vida na Terra. A missão da território, sendo o seu principal rio o
Companhia das Águas é gerenciar os Salgado com extensão de 308 km.
recursos hídricos do Estado do Ceará de Essa sub-bacia é composta por 23
forma integrada, descentralizada e municípios, devido a sua abrangência, foi
participativa previstas em lei, incentivando divida em cinco micro-bacias, apresenta
o seu uso racional, social e sustentado, um potencial de acumulação de águas
contribuindo para a melhoria da qualidade superficiais de 447,41 milhões m³, sendo
de vida da população. que a gerencia tem garantido cerca de
30% deste total. São 13 açudes públicos
gerenciados pela Companhia das Águas,
2. HIDROGRAFIA DO RIO que mantém regularizado cerca de 350 km
SALGADO de vale perenizado.
A Gerencia da Sub-Bacia do Salgado foi Na hidrografia da bacia destaca-se entre
instalada em 2000, o escritório funciona na os seus principais tributários: rio batateiras,
cidade do Crato e é responsável rio granjeiro, riacho saco lobo, riacho dos
monitoramento qualitativo de 53 poços e 2 macacos, riacho dos carás, riacho dos
fontes e pelo gerenciamento dos 13 carneiros, riacho salamanca, riacho missão
açudes, os quais se encontram no quadro velha, riacho seco e riacho dos porcos. Os
abaixo: O que temos terrenos da bacia do Salgado são
O Estado do Ceará encontra-se quase formados por 85% de rochas cristalinas e
na sua totalidade encravado no semi-árido 15% de rochas sedimentares, sendo que
nordestino brasileiro, apresenta chuvas os melhores aqüíferos estão localizados na
altamente irregulares distribuídas Bacia Sedimentar do Araripe dividido em 3
essencialmente em quatro meses do ano, sistemas de aqüífero (inferior, médio e
intermitência dos rios e sua formação superior) contando ainda com 2 aquicludes
(Santana e Brejo Santo).
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O estudo sobre o aqüífero Missão Velha sequeiro. As técnicas de preparação do


delimitado na área do graben Crato- solo são rudimentares, destacando-se as
Juazeiro (cerca de 800 km2), divulgado em coivaras e queimadas, deixando o solo
janeiro de 2006, afirma que temos uma empobrecido e estéril.
reserva renovável disponível de O ecossistema que se apresenta nessa
58.000.000 (m3 / ano) e que a retirada, bacia hidrográfica é predominantemente a
feita por 290 poços ativos (público / Caatinga. Caracterizada pela vegetação
privado) é de 40.000.000 (m3 / ano), escassa que perde sua folhagem durante
restando apenas 18.000.000 (m3 / ano) os períodos de estiagem, as folhas são
para futuras explorações. Isso significa que transformadas em espinhos, caules
só podem ser perfurados cerca de 130 suculentos etc. A queda das folhas é uma
poços, com vazão média de 20 m3 / adaptação para reduzir a perda de água
h.Figura 04 –Zonas Fisiográficas do Cariri por transpiração e as raízes bem
Cearense (Fonte: DNPM, 1996). desenvolvidas aumentam a capacidade de
Esta é uma situação crítica e obter água do solo. Todas essas
preocupante, tendo em vista que por mês adaptações lhes conferem um aspecto
são perfurados em média 05 poços na característico denominado xeromorfismo
área do graben, significando que em futuro (do grego xeros, seco, e morphos, forma,
próximo poderemos ter um desequilíbrio aspecto).
no sistema hídrico da região do Cariri, No período seco a temperatura do solo
onde a maior parte dos municípios é chega a 60ºC. O sol escaldante acelera a
atendido por poços. Destacam-se as evaporação da água dos açudes chegando
cidades de Crato e Jardim, atendidas a uma lâmina de evaporação de 1cm por
também por fontes. dia nos meses de setembro, outubro e
Nos municípios onde afloram terrenos novembro, rios e riachos que, nos trechos
cristalinos o abastecimento é realizado mais estreitos, secam e param de correr.
com águas dos reservatórios, onde se Quando chega o período chuvoso a terra
destacam os vales perenizados, cujas encharca e o verde toma conta da região.
águas são usadas na maioria para Mesmo quando chove, o solo raso e
abastecimento humano, irrigação e pedregoso não consegue armazenar a
dessendentação animal. água que cai e a temperatura elevada
A Sub-Bacia do Salgado é complexa, (médias entre 25oC e 29oC) provoca
encontramos o sertão, onde a caatinga intensa evaporação. Por isso, somente em
cinza se sobressai e o vale do cariri com algumas áreas próximas às serras, onde a
abundância de água de onde a floresta abundância de chuvas é maior, a
(Chapada) pluvionebular precisa ser agricultura se torna possível.
preservada. Fonte: COGERH
A criação de gado teve inicio na época
do Brasil colônia. Os primeiros fazendeiros
3. Como usamos pouco entendiam a fragilidade da Caatinga.
Os terrenos da Bacia do Salgado são Para conviver com a seca, foram
usados em sua maioria para a construídos açudes para abastecer de
agropecuária onde se destaca a pratica de água os homens, seus animais e suas
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lavouras. Desde o Império, quando essas 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS


obras tiveram início, o governo prossegue
O nosso maior objetivo é mostrar a sub-
com o trabalho.
bacia para que a população possa
Na década de 1950, foram construídos conhecer e cuidar de forma cooperativa e
os açudes mais importantes do Ceará: sinergética, junto com a COGERH, que
Orós, Banabuiú, Araras e Pentecoste. Nos visa o uso múltiplo, o controle, a
períodos secos, iniciouse o conservação, proteção e preservação dos
desenvolvimento das culturas de vazantes, recursos hídricos. Todas as intervenções
piscicultura e outras atividades da Gerência do Salgado visam otimizar o
econômicas realizadas em torno dos uso da água e prevenir ações de
açudes. degradação socioambiental.
A abertura da válvula do açude Orós, a Os técnicos se ocupam em diversas
partir de 1980, perenizou 2/3 do Rio atividades a fim de auxiliar na construção
Jaguaribe, dando início às obras de infra- de uma sociedade consciente de sua
estrutura, sobretudo as de distribuição de atuação dentro da sub-bacia. A gerência
água. A válvula consegue perenizar mais está dividida em dois núcleos principais:
de 300 quilômetros do Rio Jaguaribe, núcleo de gestão e núcleo técnico, onde
atingindo cerca de 23 municípios. trabalham um coordenador e três técnicos
A partir de 1980, o Estado do Ceará em cada um deles, sendo os responsáveis
inicia uma investigação do clima e do meio em executar todas estas atividades. No
ambiente, com a reorganização da escritório da gerência, que funciona em
Fundação Cearense de Meteorologia frente ao SESC no Crato, também pode
(FUNCEME), culminando com a criação, ser encontrado a sede do Comitê da Sub-
em 1987, da Secretaria dos Recursos Bacia do Salgado.
Hídricos (SRH). Neste contexto, se institui,
então, a política de água, com a gestão
participativa, integrada e descentralizada 5. NOTAS AUTORAIS
dos Recursos Hídricos. O conteúdo desta prática foi extraído
Em 1992 elabora-se o primeiro Plano parcialmente da publicação VAMOS
Estadual dos Recursos Hídricos. No CONHECER O SALGADO, de autoria da
mesmo ano, é criada a Lei sobre Política COGERH Crato, a quem pertencem todos
Estadual dos Recursos Hídricos. Em 1993, os direitos autorais. Sua utilização se dá
surge a Companhia de Gestão dos exclusivamente com propósito didático
Recursos Hídricos (COGERH). No ano pedagógico nas disciplinas de Micro
seguinte, é implantado o Sistema de Informática dos cursos técnicos e de
Outorga pelo Uso dos Recursos Hídricos e Licenciatura do IFCE, campus Quixadá.
o Sistema de Licenciamento de Obras Como forma de facilitar o acesso ao
Hídricas. O ano de 1996 marca o início da conteúdo da cartilha pelos alunos foi
cobrança do uso da água e, em 1997, é utilizado o serviço gratuito de
instalado o 1º Comitê de Bacia do encurtamento de links WEB, gerando o
Nordeste. endereço:http://bit.ly/ifceqxd-bacia-do
salgado.
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6. FONTES PESQUISADAS
 www.cogerh.com.br/versao3
 www.ambientebrasil.com.br
 TEXEIRA, Francisco José Coelho.
Modelo de Gerenciamento de
Recursos Hídricos: Análises e
Proposta de Aperfeiçoamento do
Sistema do Ceará. 1ª ed. Brasília,
2004.
 GOLDEN/PIVOT - Relatório Final do
Projeto Implantação do Sistema de
Monitoramento/Gestão de uma área
piloto do aqüífero Missão Velha na
Bacia Sedimentar do Araripe.
 www.ibge.gov.br
 DNPM. Projeto avaliação
hidrogeológica da bacia sedimentar do
Araripe. Recife: DNPM, 1996. 103p.
 MENDONÇA, L. A. R. Recursos
hídricos da Chapada do Araripe. 2001.
193 f. Tese (Doutorado em Engenharia
Civil) – Centro de Tecnologia,
Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza.

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