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Universidade Federal da Bahia

Escola Politécnica da Bahia


ENG136 – Hidráulica
Turma 030300
Professor Bruno Jardim da Silva

Thiago Silva Santos

RELATÓRIO DA ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO 2


CONDUTOS LIVRES ENTERRADOS

Salvador
2019.1
1 OBJETIVO
O presente relatório tem como objetivo apresentar as etapas de
desenvolvimento dos cálculos para o dimensionamento de trechos de uma rede
de coletores de esgotos. Os cálculos, consonante o roteiro, são aplicações de
escoamento em condutos livres circulares, avaliando-se o diâmetro comercial
dos condutos que atendam ao limite máximo de 0,75 na relação entre a altura
da água no conduto (γ) e o diâmetro da tubulação (D) e a velocidade de
escoamento (Q) em cada trecho.

2 INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA CÁLCULO

O desenvolvimento da atividade basea-se em informações préviamente


fornecidas no roteiro, como apresentado na imagem e tabelas abaixo.

Figura 1 – Trecho fictício de coletores de esgotos

Fonte: Roteiro de atividade

Tabela 1 – Dados de base

Cota (m)
Trecho L (m) q (L/s/m) n D (m)
m j
R - PV2 5800,00 - - - - -
PV1 - PV2 80,00 105,30 104,66 0,0009 0,010 0,15
PV2 - PV3 70,00 104,66 104,17 0,0009 0,010 0,15
PV3.1 - PV3 60,00 104,53 104,17 0,0009 0,010 0,15
PV3 - PV4 75,00 104,17 103,72 0,0009 0,010 0,15
Fonte: Roteiro de atividade

Onde,

L : Extensão do trecho
m : Cota a montante
j : Cota a jusante
q : Vazão de contribuição unitária
n : Coeficiente de Manning
D : Diâmetro mínimo da tubulação
3 MEMORIAL DE CÁLCULO

3.1 Vazão e Decividade

A vazão (Q) e a declividade (I) para cada trecho foi calculada segundo as
equações (1) e (2) abaixo.

Cotam − Cotaj
Q = L ∗ q (1) I= (2)
L

A extensão (L) para o cálculo da vazão é trabalhada de forma cumulativa,


exceto para o trecho PV3.1 – PV3, onde não há vazão a montante. Por sua vez,
na declividade é utilizada somente a extensão do trecho trabalhado.
Os cálculos para vazão e declividade são apresentados a seguir.

 Techo PV1 – PV2


Q = (5880) ∗ 0,0009 = 5,292 L/s 105,30 − 104,66
I= = 0,008 m/m
80

 Techo PV2 – PV3


Q = (5950) ∗ 0,0009 = 5,355 L/s 104,66 − 104,17
I= = 0,007 m/m
70

 Techo PV3.1 – PV3

Q = (60) ∗ 0,0009 = 0,054 L/s 104,53 − 104,17


I= = 0,006 m/m
60

 Techo PV3 – PV4

Q = (6085) ∗ 0,0009 = 5,477 L/s 104,17 − 103,72


I= = 0,006 m/m
75

3.2 Diâmetro Teórico de Projeto

Foi utilizado o diâmetro mínimo de projeto (D) da Tabela 1 para tubulação,


pois atende ao diâmetro teórico de projeto (DP) em todos os trechos.
Para a definição de DP, foi utilizou-se a comparação entre a fórmula da
vazão de Manning (Q) e a equação de cálculo de áreas circulares (A).

1 2 Q∗n D
Q= ∗ A ∗ R H ⁄3 ∗ √I (3) A= 2⁄
(4) RH = (5)
n RH 3 ∗ √I 4

Onde,

RH : Raio hidráulico

Portanto, aplicando a equação (5) em (3) e (4) e a equação (4) em (3),


temos:
3⁄
5 8
Q∗n∗ 4 ⁄3
DP = ( ) (6)
π ∗ √I

 Techo PV1 – PV2


3⁄
5 8
0,00529 ∗ 0,010 ∗ 4 ⁄3
DP = ( ) = 0,095 m
π ∗ √0,008

 Techo PV2 – PV3


3⁄
5 8
0,00536 ∗ 0,010 ∗ 4 ⁄3
DP = ( ) = 0,098 m
π ∗ √0,007

 Techo PV3.1 – PV3


3⁄
5 8
0,00005 ∗ 0,010 ∗ 4 ⁄3
DP = ( ) = 0,018 m
π ∗ √0,006

 Techo PV3 – PV4


3⁄
5 8
0,00548 ∗ 0,010 ∗ 4 ⁄3
DP = ( ) = 0,102 m
π ∗ √0,006

3.3 Velocidade de Escoamento de Projeto

Após a definição do diâmetro de tubulação a ser utilizada em toda a rede,


pôde-se determinar a velocidade de escoamento de projeto (VP) para cada
trecho, através da fórmula de Manning (equação 7).

1 2
V= ∗ R H ⁄3 ∗ √I (7)
n

Aplicando (5) em (7), temos:

 Techo PV1 – PV2


2⁄
1 0,15 3
VP = ∗( ) ∗ √0,008 = 1,00 m/s
0,010 4

 Techo PV2 – PV3


2⁄
1 0,15 3
VP = ∗( ) ∗ √0,007 = 0,94 m/s
0,010 4
 Techo PV3.1 – PV3
2⁄
1 0,15 3
VP = ∗( ) ∗ √0,006 = 0,87 m/s
0,010 4

 Techo PV3 – PV4


2⁄
1 0,15 3
VP = ∗( ) ∗ √0,006 = 0,87 m/s
0,010 4

3.4 Vazão de Projeto

Para o cálculo da capacidade de escoamento (QP) aplica-se (7) em (3) e


utiliza-se a já conhecida equação àrea de surperfícies circulares: A = π*R2.
Assim, temos:

 Techo PV1 – PV2

0,152
QP = 1,00 ∗ π ∗ = 0,0177 m3 /s
4

 Techo PV2 – PV3

0,152
QP = 0,94 ∗ π ∗ = 0,0166 m3 /s
4

 Techo PV3.1 – PV3

0,152
QP = 0,87 ∗ π ∗ = 0,0153 m3 /s
4

 Techo PV3 – PV4

0,152
QP = 0,87 ∗ π ∗ = 0,0153 m3 /s
4

3.5 Razão QR/QP, γ/D, Vγ/VP

A determinação da relação entre a altura da água no conduto (γ) e o


diâmetro da tubulação (D) e da relação entre a velocidade de escoamento para
γ (Vγ) e a velocidade de escoamento de projeto (VP) foi feita a partir da tabela do
Anexo 1, relativa a condutos circulares parcialmente cheios. Para tal,
inicialmente foi calculada a relação entre a Vazão para γ, mostrada no item 3.1
e a vazão teórica do item 3.4.Encontra-se assim:
 Techo PV1 – PV2

Q 0,00529 γ Vγ
= = 0,2988 ∴ = 0,38 e = 0,8794
QP 0,0177 D VP

 Techo PV2 – PV3

Q 0,00536 γ Vγ
= = 0,3233 ∴ = 0,40 e = 0,9022
QP 0,0166 D VP

 Techo PV3.1 – PV3

Q 0,00005 γ Vγ
= = 0,0035 ∴ = 0,05 e = 0,2569
QP 0,0153 D VP

 Techo PV3 – PV4

Q 0,00548 γ Vγ
= = 0,3571 ∴ = 0,42 e = 0,9279
QP 0,0153 D VP

Observa-se que para todos os trechos a razão γ/D é menor 0,75, atendendo
assim ao requisito estabelecido pelo roteiro desta atividade.

3.6 Altura da Água e Velocidade

A partir dos dados obtidos no item 3.5 pôde-se determinar os valores da altura
da água no conduto (γ) e da velocidade de escoamento do fluido referente a essa
altura (Vγ). Obtendo-se assim:

 Techo PV1 – PV2


γ Vγ
γ= ∗ D = 0,38 ∗ 0,15 = 0,0570 m Vγ = ∗ V = 0,8794 ∗ 1,00 = 0,8812 m/s
D VP P

 Techo PV2 – PV3


γ Vγ
γ= ∗ D = 0,40 ∗ 0,15 = 0,0600 m Vγ = ∗ V = 0,9022 ∗ 0,94 = 0,8457 m/s
D VP P

 Techo PV3.1 – PV3


γ Vγ
γ= ∗ D = 0,05 ∗ 0,15 = 0,0075 m Vγ = ∗ V = 0,2569 ∗ 0,87 = 0,2229 m/s
D VP P

 Techo PV3 – PV4


γ Vγ
γ= ∗ D = 0,42 ∗ 0,15 = 0,0630 m Vγ = ∗ V = 0,9279 ∗ 0,87 = 0,8018 m/s
D VP P
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados atenderam a todos os requisitos estabelecidos no roteiro da


atividade. O diâmetro teórico calculado para a tubulação em todos os trechos é
menor ou igual a 0,10 metro, no entanto, foi adotado o diâmetro mínimo para
esse tipo de rede, 0,15 metro, como exigido no roteiro.
Trabalhando com o diâmetro mínimo foi possível obter alturas de água
dentro dos tubos que atendessem ao requisito máximo de 0,75 na relação entre
a altura da água e o diâmetro do tubo.
Após a tabulação de todos os resultados foi gerada uma tabela geral de
resultados, contida no Anexo 2 desse relatório.
ANEXO 1

y/D    Vy/Vp Qy/Qp


0,01 0,4007 0,0013 0,0066 0,0890 0,0002
0,02 0,5676 0,0037 0,0132 0,1408 0,0007
0,03 0,6963 0,0069 0,0197 0,1839 0,0016
0,04 0,8054 0,0105 0,0262 0,2221 0,0030
0,05 0,9021 0,0147 0,0326 0,2569 0,0048
0,06 0,9899 0,0192 0,0389 0,2892 0,0071
0,07 1,0711 0,0242 0,0451 0,3194 0,0098
0,08 1,1470 0,0294 0,0513 0,3480 0,0130
0,09 1,2188 0,0350 0,0575 0,3752 0,0167
0,10 1,2870 0,0409 0,0635 0,4012 0,0209
0,11 1,3523 0,0470 0,0695 0,4260 0,0255
0,12 1,4150 0,0534 0,0755 0,4500 0,0306
0,13 1,4755 0,0600 0,0813 0,4730 0,0361
0,14 1,5340 0,0668 0,0871 0,4953 0,0421
0,15 1,5908 0,0739 0,0929 0,5168 0,0486
0,16 1,6461 0,0811 0,0986 0,5376 0,0555
0,17 1,7000 0,0885 0,1042 0,5578 0,0629
0,18 1,7526 0,0961 0,1097 0,5775 0,0707
0,19 1,8041 0,1039 0,1152 0,5965 0,0789
0,20 1,8546 0,1118 0,1206 0,6151 0,0876
0,21 1,9041 0,1199 0,1259 0,6331 0,0966
0,22 1,9528 0,1281 0,1312 0,6507 0,1061
0,23 2,0007 0,1365 0,1364 0,6678 0,1160
0,24 2,0479 0,1449 0,1416 0,6844 0,1263
0,25 2,0944 0,1535 0,1466 0,7007 0,1370
0,26 2,1403 0,1623 0,1516 0,7165 0,1480
0,27 2,1856 0,1711 0,1566 0,7320 0,1595
0,28 2,2304 0,1800 0,1614 0,7471 0,1712
0,29 2,2747 0,1890 0,1662 0,7618 0,1834
0,30 2,3186 0,1982 0,1709 0,7761 0,1958
0,31 2,3620 0,2074 0,1756 0,7902 0,2086
0,32 2,4051 0,2167 0,1802 0,8038 0,2218
0,33 2,4478 0,2260 0,1847 0,8172 0,2352
0,34 2,4901 0,2355 0,1891 0,8302 0,2489
0,35 2,5322 0,2450 0,1935 0,8430 0,2629
0,36 2,5740 0,2546 0,1978 0,8554 0,2772
0,37 2,6155 0,2642 0,2020 0,8675 0,2918
0,38 2,6569 0,2739 0,2062 0,8794 0,3066
0,39 2,6980 0,2836 0,2102 0,8909 0,3217
0,40 2,7389 0,2934 0,2142 0,9022 0,3370
0,41 2,7796 0,3032 0,2182 0,9132 0,3525
0,42 2,8202 0,3130 0,2220 0,9239 0,3682
0,43 2,8607 0,3229 0,2258 0,9343 0,3842
0,44 2,9010 0,3328 0,2295 0,9445 0,4003
0,45 2,9413 0,3428 0,2331 0,9544 0,4165
0,46 2,9814 0,3527 0,2366 0,9640 0,4330
0,47 3,0215 0,3627 0,2401 0,9734 0,4495
0,48 3,0616 0,3727 0,2435 0,9825 0,4662
0,49 3,1016 0,3827 0,2468 0,9914 0,4831
0,50 3,1416 0,3927 0,2500 1,0000 0,5000
ANEXO 2
Vazão, Declividade, Vp Qp
Trecho Dp Qr/Qp γ/D Vγ/Vp γ (m) Vγ (m/s)
Q (m³/s) I (m/m) (m/s) (m³/s)

R - PV2 - - - - - - - - - -
PV1 - PV2 0,00529 0,008 0,095 1,00 0,0177 0,2988 0,380 0,8794 0,0570 0,8812
PV2 - PV3 0,00536 0,007 0,098 0,94 0,0166 0,3233 0,400 0,9022 0,0600 0,8457
PV3.1 -
0,00005 0,006 0,018 0,87 0,0153 0,0035 0,050 0,2569 0,0075 0,2229
PV3
PV3 - PV4 0,00548 0,006 0,102 0,87 0,0153 0,3571 0,420 0,9239 0,0630 0,8018

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