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FÍSICA II
DILATAÇÃO TÉRMICA
m
↓d= Lâminas Bimetálicas
v↑
Uma lâmina bimetálica é construída a partir de duas lâminas
metálicas com coeficientes de dilatação diferentes. Na figura
Se um corpo sofre dilatação sua densidade diminui, se o corpo quando as lâminas são aquecidas, considerando a1 > a2, a lâmina do
sofre contração sua densidade aumenta. metal 1 sofre uma dilatação maior que a lâmina do metal 2, gerando
uma deflexão tomando a forma de um arco. No resfriamento
também ocorre uma deflexão, porém com uma curvatura contrária
DILATAÇÃO LINEAR da observada no aquecimento.
Dilatação (ou Contração) Térmica é aquela que ocorre devido
a uma variação na sua temperatura. É pouco usada a expressão
contração, mas quando se encontra uma dilatação negativa é
fato que o corpo contraiu. Quando esta dilatação se faz sensível
em apenas uma das dimensões do corpo dizemos que houve uma
Dilatação Linear.
Consideremos uma barra de comprimento inicial igual a L0 a uma
temperatura θ0. Se aquecermos esta barra a uma temperatura θ, ela
aumentará seu comprimento de L0 atingindo um comprimento L.
A variação de comprimento ΔL é proporcional ao comprimento
inicial L0 e à variação de temperatura
ΔL = L0 · α · Δθ DILATAÇÃO SUPERFICIAL
Dizemos que um corpo sofreu uma dilatação superficial
quando a dilatação se faz sensível em apenas duas dimensões. Na
A constante de proporcionalidade α que nos permite escrever figura abaixo, a placa possuía uma área igual a A0. Ao ser aquecida,
a equação acima é uma característica do material com o qual se sua dimensão passará a ser A.
está trabalhando e leva o nome de Coeficiente de Dilatação Linear.
A tabela abaixo mostra alguns valores de coeficientes de dilatação
linear. Verifique porque sua unidade é o oC-1.
Material (°C-1)
Chumbo 27.10-6
Alumínio 22.10-6 A expressão que calcula a variação da área da placa é bem
parecida com a expressão da dilatação linear. Podemos calcular a
Cobre 17.10 -6
variação da área pela fórmula:
Vidro comum 9.10-6
∆A=A0·β·∆θ
Dilatação em cavidades
No aquecimento, orifícios encontrados em placas ou blocos
aumentarão de tamanho e, no resfriamento diminuirão de
tamanho. Tudo acontecendo como se a placa ou o bloco tivessem
os buracos preenchidos do mesmo material existente ao seu redor.
Veja o exemplo na imagem:
Extravasamento
Agora temos um líquido que preenche por completo um
recipiente e ambos são aquecidos. O líquido sofrerá uma dilatação
volumétrica e uma parte acabará sendo derramada para fora do
recipiente. Essa porção que extravasou é chamada de dilatação
aparente, pois para saber a dilatação real do líquido ainda
deveríamos levar em conta a dilatação do recipiente. Logo:
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Na dilatação volumétrica não podemos desprezar nenhuma Variação Percentual
dimensão, as três são relevantes fazendo com que o corpo aumente o Pode-se perguntar a variação percentual das dimensões de
seu volume. Ocorre por exemplo nos fluidos e sólidos como: líquidos, um corpo ao sofrer uma variação de temperatura, para responder
gases, esferas, cubos, etc. Agora a constante de proporcionalidade devemos usar as seguintes relações:
será o COEFICIENTE DE DILATAÇÃO VOLUMÉTRICO γ, onde γ=3α.
1) ∆L% =
∆L
⋅ 100
DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA
L0 para variação percentual na Quando a água sofre um aquecimento de 0°C a 4°C ao invés
ou dilatação linear. de sofrer uma dilatação ela sofre uma contração, a partir de 4°C
o aquecimento volta a provocar dilatação. Com isso, a 4°C a água
∆L% = α ⋅ ∆θ ⋅ 100 possui sua maior densidade e isso foi fundamental para que os
lagos não congelassem em regiões de inverno rigoroso, mantendo
∆A a vida aquática por toda a estação. Se água não possuísse esse
2) ∆A% = ⋅ 100
A0 para variação percentual na comportamento diferente, talvez não teríamos vida subaquática
ou nas regiões próximas aos polos da Terra. Quando a temperatura
dilatação superficial.
da água atinge os 4°C ela se deposita no fundo do lago e na
∆A% = β ⋅ ∆θ ⋅ 100 parte superior se formam camadas cada vez mais espessas
de gelo, dificultando ainda mais a transferência de calor. Esse
∆V comportamento de contração, mesmo que apenas no intervalo de
3) ∆V% = ⋅ 100 0°C a 4°C é o que chamamos de comportamento anômalo da água.
V0 para variação percentual na
ou dilatação volumétrica.
∆V% = γ ⋅ ∆θ ⋅ 100
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uma barra sofre uma variação percentual de 0,4% de Isso é decorrente das ligações químicas na molécula da água,
comprimento ao sofrer um aquecimento de 200°C. Calcule o mas esse assunto deixaremos para os químicos por enquanto.
coeficiente de dilatação linear dessa barra.
A seguir o gráfico do volume ocupado pela temperatura:
Resolução:
∆L% = α ⋅ ∆θ ·100
0,4 = α ⋅ 200 ⋅ 100
0,4 = α ⋅ 20 000
0,4
α=
20 000
4 ⋅ 10−1
α= = 2 ⋅ 10−5
2 ⋅ 104
α = 2 ⋅ 10−5°C−1
EXERCÍCIOS
02. Uma placa metálica de 20,000 cm² sofre uma dilatação
de 0,004 cm² ao sofrer um aquecimento. Calcule a variação PROTREINO
percentual da área.
Resolução: 01. Uma barra de cobre de 20 cm é colocada num forno a 40°C.
Após o forno ser ligado ela chega a uma temperatura de 240°C.
∆A Calcule o comprimento da barra após o aquecimento. Adote:
∆A% = ⋅ 100
A0
αcobre= 17·10−6°C−1
0,004
∆A%
= ⋅ 100
20 02. Um cubo mágico fabricado para possuir medidas de 10 cm de
lado a 30°C, é levado para uma competição num dia de verão. No
0,4 interior do local, que está ocorrendo a competição de cubo mágico,
∆A% =
20 a temperatura medida é de 40°C. Calcule o volume do cubo, em
cm³, nesse ambiente. Considere que o cubo está em equilíbrio
∆A% =
0,02%
térmico com o ambiente e adote: αcubo= 7·10−5°C−1
04. Uma mesa sofre um aquecimento conforme gráfico a seguir: O professor ao observar o gráfico pediu aos seus alunos que,
usando a tabela abaixo, identificassem o material que é feita a
chapa.
17
16
Pressão (atm)
A
15
14
Coeficiente de
13
Material
12
11
Dilatação Linear (°C-1)
10
9
8
A 3,50.10-6
7
6
5
B 6,25.10-6
4
B
3
2
C 12,50.10-6
1
Volume (L)
0
-1
0 0 0 0 0 0 0 0
Aplicando seus conhecimentos sobre dilatação, determine o
material que é feito a chapa.
Substância Aço Alumínio Bronze Chumbo Níquel Latão Ouro Platina Prata Cobre
Coeficiente
de dilatação
linear 1,2 2,4 1,8 2,9 1,3 1,8 1,4 0,9 2,4 1,7
X·10-5 °C -1
Para permitir a ocorrência do fato observado na tirinha, a partir do menor aquecimento do conjunto, o parafuso e a porca devem ser feitos,
respectivamente, de
a) aço e níquel b) alumínio e chumbo. c) platina e chumbo. d) ouro e Iatão. e) cobre e bronze.
03. (ENEM PPL) A dilatação dos materiais em função da variação A partir do gráfico, é correto concluir que o volume ocupado por
da temperatura é uma propriedade física bastante utilizada certa massa de água
na construção de termômetros (como o ilustrado na figura I) a) diminui em menos de 3% ao se resfriar de 100ºC a 0ºC.
construídos a partir de lâminas bimetálicas, como as ilustradas na
figura II, na qual são indicados os materiais A e B — antes e após o b) aumenta em mais de 0,4% ao se resfriar de 4ºC a 0ºC.
seu aquecimento. c) diminui em menos de 0,04% ao se aquecer de 0ºC a 4ºC.
d) aumenta em mais de 4% ao se aquecer de 4ºC a 9ºC.
e) aumenta em menos de 3% ao se aquecer de 0ºC a 100ºC.
04. (ENEM cancelado) De maneira geral, se a temperatura de 06. (MACKENZIE) Desertos são locais com temperaturas elevadas,
um líquido comum aumenta, ele sofre dilatação. O mesmo não extremamente áridos e de baixa umidade relativa do ar.
ocorre com a água, se ela estiver a uma temperatura próxima a
de seu ponto de congelamento. O gráfico mostra como o volume O deserto do Saara, por exemplo, apresenta uma elevada amplitude
específico (inverso da densidade) da água varia em função da térmica. Suas temperaturas podem ir de -10°C até 50°C ao longo
temperatura, com uma aproximação na região entre 0ºC e 10ºC, ou de um único dia.
seja, nas proximidades do ponto de congelamento da água.
07. (MACKENZIE) Um cubo regular homogêneo de aresta 20,0 cm c) mergulhar o copo B em água gelada (inferior à temperatura
está inicialmente a 20,0 °C . O coeficiente de dilatação linear médio ambiente) e deixar o copo A sem líquido.
do material com que foi fabricado é 2,00 · 10-5 °C -1. Aquecendo-se d) encher o copo A com água quente (superior à temperatura
uniformemente o cubo com uma fonte de calor constante durante ambiente) e mergulhar o copo B em água gelada (inferior à
50,0 s, a temperatura se eleva para 120,0 °C . A dilatação ocorrida temperatura ambiente).
em uma das superfícies do cubo é
e) encher o copo A com água gelada (inferior à temperatura
a) 4,00 · 10 -1 cm2 ambiente) e mergulhar o copo B em água quente (superior à
b) 8,00 · 10 -1 cm2 temperatura ambiente).
c) 12,0 · 10 -1 cm2
d) 16,0 · 10 -1 cm2 10. (FUVEST) Uma lâmina bimetálica de bronze e ferro, na
temperatura ambiente, é fixada por uma de suas extremidades,
e) 20,0 · 10 -1 cm2 como visto na figura abaixo.
08. (MACKENZIE)
Note e adote:
O coeficiente de dilatação térmica linear do ferro é 1,2 · 10-5 °C-1
O coeficiente de dilatação térmica linear do bronze é 1,8 · 10-5 °C-1
Após o aquecimento, a temperatura da lâmina é uniforme.
O gráfico mostra a variação da área lateral de um cilindro metálico a)
em função da temperatura, quando submetido a uma fonte de
calor constante. O coeficiente de dilatação volumétrica média do
material que constitui o cilindro é
a) 60,0 · 10-6 °C-1 b)
b) 120 · 10-6 °C-1
c) 180 · 10-6 °C-1
d) 240 · 10-6 °C-1
c)
e) 300 · 10-6 °C-1
e)
11. (FUVEST)
encostada num anteparo fixo. O ponteiro pode girar livremente em 15. (IFCE) Em uma atividade de laboratório, um aluno do IFCE
torno do ponto O, sendo que o comprimento de sua parte superior dispõe dos materiais listados na tabela a seguir. Se o professor
é 10cm e, o da inferior, 2cm. Se a barra de alumínio, inicialmente à pediu a ele que selecionasse, dentre as opções, aquele material que
temperatura de 25 ºC, for aquecida a 225 ºC, o deslocamento da possibilita maior dilatação volumétrica para uma mesma variação
extremidade superior do ponteiro será, aproximadamente, de: de temperatura e um mesmo volume inicial, a escolha correta seria
Note e adote: Coeficiente de dilatação linear do alumínio: 2·10-5 °C-1
Material Coeficiente de dilatação linear (α) em
a) 1 mm.
°C-1
b) 3 mm.
Aço 1,1 · 10 -5
c) 6 mm.
d) 12 mm. Alumínio 2,4 · 10 -5
e) 30 mm. Chumbo 2,9 · 10 -5
Cobre 1,7 · 10 -5
12. (MACKENZIE) Uma placa de alumínio (coeficiente de dilatação
linear do alumínio = 2 · 10-5 °C-1, com 2,4 m2 de área a temperatura Zinco 2,6· 10 -5
de -20 °C, foi aquecido à 176 °F. O aumento de área da placa foi de a) alumínio. c) aço. e) zinco.
a) 24 cm2 b) chumbo. d) cobre.
b) 48 cm2
c) 96 cm2 16. (IFSUL) Um copo de vidro de 50 g de massa possui 100 g
d) 120 cm2 de água que o preenche até a “boca”. O sistema encontra-se
inicialmente em equilíbrio térmico a uma temperatura de 4 °C. O
e) 144 cm2 gráfico mostra como se comporta o volume do vidro e da água em
função da temperatura.
13. (IFSUL)
a) 0,2 c) 5,0 e) 50
e) 11 · 10-6 /°C
b) 2,0 d) 20
18. (IFSUL) Um estudante mede o comprimento de uma haste de 02. (UFJF-PISM 2) O gráfico abaixo mostra o comprimento de
cobre com uma trena de aço a 20,0 C° e encontra 95,0 cm. Suponha um bastão feito de um material desconhecido em função da
que, ao realizar nova medida, a haste de cobre e a trena estejam a temperatura. A 0°C o comprimento inicial do bastão é 200mm. A
uma temperatura de -15,0 °C.
tabela ao lado mostra os coeficientes de dilatação linear de alguns
Dados: materiais.
Coeficiente de dilatação superficial do cobre: 34,0 · 10 -6 °C-1
Coeficiente de dilatação volumétrica do aço: 33,0 · 10 -6 °C-1
Considerando as condições e os dados informados no enunciado,
o valor da medida encontrada pelo estudante será
a) 0,9503 m c) 0,9497 m
b) 0,9301 m d) 0,9603 m
Latão 20 x 10–6
Admita que o material dos blocos que constituem a Ponte Rio- Com base nos dados obtidos nesse gráfico, determine o
comprimento final Lf de uma barra feita do mesmo material
Niterói seja o concreto, cujo coeficiente de dilatação linear é igual
que a barra utilizada para a obtenção do gráfico acima, tendo
a 1 x 10–5°C–1. comprimento L0=3,00 m em T0=20°C, após sofrer uma variação
Determine a variação necessária de temperatura para que as duas de temperatura de modo que sua temperatura final seja Tf=70°C.
bordas de uma das fendas citadas na reportagem se unam.
EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. 32,5°C
02.
a) 5 · 10-6 °C-1 b) L = 200,21 mm
03.
a) 40 cm³ b) 2 cm³ c) 2,5 · 10-5 °C-1
Considere as seguintes informações sobre esse retângulo:
04. Lf = 3,03 m
–– sua área é de 75 cm2 à temperatura de 20°C; −2 −1
05. αB = 1× 10 °C
–– a razão entre os comprimentos l0A e l0B é igual a 3;
–– as hastes de comprimento l0A são constituídas de um
mesmo material, e as hastes de comprimento l0B de
outro;
–– a relação entre os coeficientes de dilatação desses
dois materiais equivale a 9.
Admitindo que o retângulo se transforma em um quadrado à
temperatura de 320°C, calcule, em °C-1, o valor do coeficiente de
dilatação linear do material que constitui as hastes menores.
ANOTAÇÕES
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