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Dilatação térmica dos sólidos e

dos líquidos
Termologia
Dilatação térmica dos sólidos

Todos os corpos, quando aquecidos, apresentam dilatação térmica decorrente do


aumento da vibração de suas moléculas. A dilatação dos sólidos será classificada
como linear, superficial ou volumétrica, apenas para facilitar a compreensão do
fenômeno, quando o objeto é analisado em dimensões separadas.
Dilatação térmica dos sólidos
A variação de temperatura é um fator que pode modificar determinadas propriedades
físicas dos corpos.
No caso dos sólidos, podemos citar:
• a dureza: é a resistência do sólido a sofrer cortes ou ser penetrado;
• a ductilidade: é a capacidade do sólido de sofrer deformação sem se romper.

No caso dos fluidos:

• a viscosidade: é a propriedade que está associada à facilidade de escoamento do fluido;


• a densidade: é a relação entre a massa e o volume ocupado pelo fluido, que também vale para os
sólidos.
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
Um exemplo observável em dias quentes é que os cabos de eletricidade aéreos, colocados sobre as calçadas, ficam com
uma curvatura maior do que em dias frios; decerto a dilatação também ocorre na seção reta dos fios, mas ela não é
perceptível.
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
Mediremos a grandeza dilatação térmica linear (L) pela diferença entre os comprimentos L e

L sendo L o comprimento final do material; portanto, a expressão matemática que permite


0,

seu cálculo é:

:
• é o coeficiente de dilatação;
• depende do material de que o corpo é feito.
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
Dilatação térmica unidimensional ou linear dos sólidos
EXEMPLO

Com a finalidade de compensar a dilatação que ocorre nos trilhos de uma estrada de ferro, é
deixado um vão ou folga de 0,036% do comprimento de cada barra, à temperatura de 20 ºC.
Calcule o coeficiente de dilatação linear do ferro, se aos 50 ºC as extremidades dos trilhos se
tocam.
Dilatação térmica bidimensional ou superficial dos sólidos
A análise da dilatação em duas dimensões segue o mesmo raciocínio da dilatação linear, com a
diferença de que além do comprimento passamos a pensar também na dilatação da largura. Desta forma,
com duas dimensões, a grandeza física a ser observada é a área (A) de certa superfície.

Na temperatura 0, a área da chapa é A0 e, na temperatura ,


a área é A.
Experimentalmente, verifica-se que a dilatação térmica
superficial sofrida pela chapa é diretamente proporcional
à área inicial da chapa A0 e à variação da temperatura :

: coeficiente de dilatação superficial Onde temos que:


Dilatação de furos

Ao aquecer uma chapa furada, observamos que o furo também se dilata. E a magnitude da
dilatação indica que o furo se comporta como se fosse feito do mesmo material que o rodeia.
Exemplo

Uma placa retangular de vidro comum, de 50 cm de comprimento e 20 cm de largura, tem a temperatura elevada de 10
ºC até 30 ºC. Então, qual será a área final da superfície dessa placa?
Dilatação térmica tridimensional ou volumétrica dos sólidos

Assim, a dilatação térmica tridimensional refere-se à variação de volume, que é a medida do espaço ocupado pelo
corpo.
Os fatores considerados na dilatação volumétrica são análogos aos de antes:

• o coeficiente de dilatação volumétrica (simbolizado por ) do material quantifica a alteração de volume, por unidade
de temperatura;
• o volume inicial (V0), que é medido a certa temperatura 00;
• a variação de temperatura,
A expressão matemática da variação volumétrica V fica:

∆ 𝑉 =𝛾 ∙𝑉 0 ∙ ∆ 𝜃

Onde temos que:


Dilatação térmica tridimensional ou volumétrica dos sólidos

Um bloco cúbico de vidro comum, de 5 cm de aresta, tem sua temperatura elevada de 27 ºC até 57 ºC. Calcule o
volume final desse cubo.
Dilatação térmica tridimensional ou volumétrica dos sólidos

Um objeto tem uma cavidade cuja capacidade é de 8 ml, a 20 ºC. Ele é aquecido até 120 ºC. O material homogêneo e
isótropo desse objeto tem coeficiente de dilatação linear igual a 2 • Qual é, nessas condições, a variação da capacidade
volumétrica da cavidade?
Dilatação térmica dos líquidos
Os líquidos também sofrem dilatação, que, em
geral, é maior do que a dos recipientes onde estão
contidos. Assim, o que acontece quando um
recipiente cheio de um líquido sofre aquecimento?

Hoje em dia caminhar sobre as mais de 3000 toneladas de águas que correm das cataratas por segundo
quando estas estão congeladas não é mais permitido, mas desde o século XIX que a prática era
corriqueira no local – reunindo crianças e famílias para patinarem, esquiarem ou simplesmente
passearem pelo gelo, que se construía de tal forma que era possível caminhar até o Canadá.
Dilatação térmica dos líquidos

Para se verificar experimentalmente a dilatação de um líquido é preciso colocá-lo dentro


de um recipiente. Assim, quando aquecemos o sistema, tanto o líquido como o recipiente
se dilatam. Portanto, na dilatação de um líquido, devemos considerar a dilatação real do
líquido, a dilatação aparente do líquido e a dilatação do recipiente.

Para saber sua dilatação real (ΔVlíquido), precisa-se adicionar a dilatação do recipiente
(ΔVrecipiente), e para isso, deve-se conhecer os coeficientes de dilatação volumétrica do
líquido e do recipiente. A dilatação real do líquido é, portanto, a dilatação aparente,
somada à dilatação do recipiente.

ΔVlíquido = ΔVaparente + ΔVrecipiente


Dilatação real
Assim como nos sólidos, a dilatação volumétrica V de um líquido é
diretamente proporcional ao volume inicial do líquido V0 e à variação de
temperatura :

∆ 𝑉 =𝑉 0 ∙𝛾∙∆ 𝜃

Nessa expressão, g é o coeficiente de dilatação real do líquido


(tabela 1.2). Os valores se referem a temperaturas próximas de 20
°C.
Dilatação aparente

Quando aquecemos o líquido, estamos também aquecendo o recipiente, que se dilata. Assim, a
dilatação que medimos na prática é denominada dilatação aparente.
Para calcular a dilatação real, devemos acrescentar à dilatação aparente a dilatação sofrida pelo
frasco.

Observe a figura 1.20, em que ilustramos um frasco com


sua extremidade superior fixa.
Dilatação térmica dos líquidos

Podemos, então, escrever:

∆ 𝑉 𝑟𝑒𝑎𝑙 =𝑉 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 + ∆𝑉 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒

De acordo com a lei da dilatação volumétrica:

𝑉 0 ∙𝛾 ∙ ∆ 𝜃=𝑉 0 ∙ 𝛾𝑎𝑝 ∙ ∆ 𝜃+𝑉 0 ∙𝛾 𝑟𝑒𝑐 ∙ ∆ 𝜃


Após as simplificações, obtemos:

= +
Exemplo
Um recipiente, de vidro pirex, com 2 000 ml de capacidade, está cheio de álcool etílico, a 15 ºC. Se a
temperatura for elevada até 25 ºC, que quantidade de álcool irá extravasar do recipiente?
Dilatação irregular da água
Este fenômeno ocorre devido ao que chamamos de dilatação
anômala da água, pois em uma temperatura entre 0°C e 4°C há um
fenômeno inverso ao natural e esperado. Neste intervalo de
temperatura a água, ao ser resfriada, sofre uma expansão no seu
volume, e ao ser aquecida, uma redução. É isto que permite a
existência de vida dentro da água em lugares extremamente gelados,
como o Pólo Norte
Esse fato se deve essencialmente ao tipo de ligação que as partículas
apresentam entre si. A água em sua fase sólida possui uma rede
cristalina com grandes vazios entre as partículas. Esses vazios são
tão grandes que podem chegar a conter moléculas de outras
substâncias. Como consequência, a fusão do gelo resulta numa
redução de volume de cerca de 10%.
Inversamente, a solidificação da água acarreta um aumento no
volume.
Exercícios
Um recipiente tem capacidade de 5000 cm 3 a 40 °C e está completamente cheio de um determinado líquido. Ao
aquecer o conjunto até 140 °C, transbordam 70 cm 3. O coeficiente de dilatação aparente desse líquido, em
relação ao material que constitui o recipiente, é, em °C – 1 , igual a

Resolução

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