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TERMOMETRIA

Capítulo 9
Termometria

 É comum nos depararmos com situações cotidianas nas quais estão presentes as
sensações de quente e frio.
 Essas situações descritas acima são alguns exemplos relacionados à temperatura e
ao calor, abordagens estudadas por um ramo da Física chamado Termologia.
 O estudo da Termologia abrange o comportamento molecular das partículas que
formam a matéria, ou seja, como as partículas se comportam nas diferentes
situações e como esse comportamento interfere na matéria, ocasionando
diferenças de temperatura e transferência de calor. A Termologia é dividida em
Termometria e Calorimetria, que estudaremos a seguir.
Temperatura, calor e sensação térmica

 A temperatura se relaciona ao grau de agitação das partículas que formam um


objeto ou substância, enquanto o calor diz respeito à transferência de energia
entre corpos com temperaturas diferentes. O que chamamos de “sentir calor” se
refere, na realidade, à sensação térmica, ou seja, à maneira como o corpo humano
percebe a temperatura do ambiente, de acordo com a sensibilidade individual.
 As sensações térmicas de frio, quente, morno ou gelado não são precisas;
portanto, não é possível medir a temperatura de um corpo somente ao tocá-lo.
Além da temperatura das nossas mãos, que podem influenciar a sensação térmica,
o material de que o objeto é feito também pode comprometer nossa percepção de
sua temperatura.
 Em resumo, as sensações térmicas são imprecisas, pois podem ser influenciadas
pela temperatura do nosso próprio corpo, pela umidade do ar, pela temperatura do
ambiente e pelo material de que é feito o objeto.
Temperatura

 Sabemos que a matéria é composta de pequenas partículas organizadas de acordo


com o estado físico do material. Nos estados sólido e líquido, essas partículas
estão mais próximas umas das outras e, no estado gasoso, apresentam-se mais
distantes.

Grau de agregação das partículas nos diferentes estados físicos da água


Temperatura

 Outro fator a ser lembrado é que essas partículas não são estáticas, ou seja, elas
apresentam energia cinética e, portanto, estão em constante agitação. Essa
energia cinética é relacionada à temperatura de um objeto: quanto maior a energia
cinética, maior a energia térmica liberada, ou, em outras palavras, quanto maior o
grau de agitação das moléculas, maior a temperatura do material ou substância e
vice-versa.
 Esses instrumentos foram desenvolvidos e aperfeiçoados com base no
conhecimento de que o volume ocupado por uma substância depende de sua
temperatura e pressão. Assim, sob pressão constante, o aumento de temperatura
causa o aumento do volume, em efeito conhecido como dilatação térmica. Com a
verificação do aumento de volume, é possível estipular um valor para a temperatura
da substância. Essa determinação é feita pelos termômetros, e suas escalas de
análise das medidas são chamadas de escalas termométricas.
Termômetros e escalas termométricas
 Portanto, termômetro é o instrumento que mede a temperatura. Geralmente, são feitos de
material transparente e contêm um canal parcialmente preenchido por líquido colorido. Ao
lado desse canal, existe uma graduação numérica que possibilita a atribuição de um valor à
temperatura.
 Os termômetros são graduados por escalas
determinadas de acordo com especificações de
seu criador. As mais utilizadas e
conhecidas são as escalas Fahrenheit,
Celsius e Kelvin.

A escala Fahrenheit
Em 1724, o físico alemão Daniel Gabriel
Fahrenheit (1686-1736) criou o primeiro
Termômetro analógico.
equipamento termométrico, composto de um
tubo de vidro que continha, dentro dele, um
tubo mais fino preenchido por mercúrio.
Termômetros e escalas termométricas

A escala Fahrenheit

de fusão e ebulição da água.


A escala Fahrenheit e seus valores para os pontos
 Atualmente, é mais comum que os pontos fixos correspondam às temperaturas de fusão e de
ebulição da água ao nível do mar, que na escala Fahrenheit equivalem, respectivamente, a 32
°F e 212 °F (nesse caso, a escala passou a ter 180 divisões entre os dois pontos fixos
determinados).

A escala Celsius

 A escala Celsius, que também é uma escala relativa, passou por


algumas adaptações e redefinições até chegar à forma como a
conhecemos hoje. Essa escala é bem aceita nos dias atuais,
sendo a de maior uso popular no mundo.

A escala Celsius e seus valores para os pontos de fusão e ebulição da água.


Termômetros e escalas termométricas

A escala Kelvin
 O matemático e físico britânico William Thomson (1824-1907), também conhecido
como Lord Kelvin, elaborou uma escala termométrica em que sua referência era a
temperatura em que as moléculas apresentavam o menor grau de agitação
possível, que seria a temperatura mais fria do Universo, atribuindo a ela o valor 0,
chamado de zero absoluto, que corresponde a 2273 °C (273 graus negativos na
escala Celsius).
 Para nos referirmos à sua unidade, não utilizamos a palavra “graus”, apenas o
kelvin (K). Nessa escala, assim como na escala Celsius, também existem 100
divisões iguais entre os pontos de fusão e ebulição da água, sendo 273 K e 373 K,
respectivamente.

As três escalas mais conhecidas e suas relações.


Conversão de escalas termométricas

 Ao verificarmos a temperatura de um corpo com o auxílio de um termômetro,


veremos que o valor obtido depende da escala utilizada. Por exemplo: se a
temperatura do corpo pela escala Celsius é 23 °C, na escala Kelvin ela é 296 K.
Portanto, a mesma medida de temperatura apresenta valores distintos para cada
escala escolhida. Contudo, existem cálculos simples que permitem converter os
valores entre as escalas.
Dilatação térmica dos sólidos
 Qualquer corpo material é composto de partículas
que podem estar mais ou menos agrupadas de
acordo com o estado físico em que ele se
encontra e que, dependendo da temperatura a
que está submetido, apresentam maior ou menor
grau de agitação.
 Quando a temperatura é elevada, a energia
cinética aumenta devido à maior movimentação
das partículas. Esse ganho de agitação provoca
afastamento entre elas, promovendo,
consequentemente, a dilatação do material.
Sendo assim, observamos uma tendência de os
corpos dilatarem com o aumento da temperatura
e contraírem com a diminuição dela.
 A dilatação térmica pode ser maior ou menor dependendo do tipo de material que constitui o objeto ou
substância que está sofrendo aquecimento ou resfriamento. A grandeza que mede a facilidade de o
material dilatar ou contrair se chama coeficiente de dilatação.
Dilatação térmica dos líquidos

 A maioria das substâncias dilata ao ser aquecida e


contrai ao ser resfriada, mas algumas apresentam
um comportamento diferente. A exceção mais
comum é a água, que, quando tem sua
temperatura reduzida de 4 °C a 0 °C, sofre aumento
de volume, característica conhecida como
“comportamento anômalo da água”.

Ao serem aquecidas, a água apresenta maior dilatação do que a


panela.
Tipos de dilatação
 Os corpos apresentam três dimensões espaciais: altura, largura e
profundidade.
 Quando um corpo tem três dimensões significativas, dizemos que
ele sofre dilatação volumétrica; se tem duas dimensões
significativas, sofre dilatação superficial; se tem apenas Dilatação volumétrica: Juntas de
uma, dilatação linear. dilatação (como a apontada pela
Dilatação superficial: Espaços
entre as peças cerâmicas seta vermelha) são projetadas em
impedem que a dilatação pontes para evitar danos
superficial danifique o piso. causados pela dilatação
volumétrica.

Dilatação linear: Os fios da rede


elétrica não são instalados
esticados para evitar o
rompimento devido à dilatação
CALORIMETRIA
Calorimetria

 Quando estamos na praia em um dia quente, é muito comum corrermos em direção


à água, para evitar que a sola dos nossos pés se queime devido à temperatura da
areia. Ao alcançar a água, sentimos alívio, já que a temperatura dela está muito
mais baixa do que a da areia.
 Apesar de estarem sob o Sol, a areia e a água estão com temperaturas diferentes,
de forma que a primeira parece se aquecer mais do que a segunda, em um mesmo
intervalo de tempo. Do mesmo modo, quando o Sol se põe, percebe-se que a
temperatura da areia cai rapidamente, enquanto a da água diminui lentamente; por
isso, ela fica mais quente que a areia.
 Essas diferenças de percepção sobre a temperatura dessas substâncias são
questões relacionadas à Calorimetria, área da Termologia que explica os
fenômenos de transferência de calor entre os corpos.
Sensação térmica: como sentimos calor?

 Já sabemos que a sensação térmica está relacionada à forma como percebemos a


temperatura e que essa percepção está associada ao calor transferido entre nosso
corpo e o objeto ou o meio.
 O calor é a energia térmica que transita entre dois ou mais corpos de diferentes
temperaturas, a fim de colocá-los em equilíbrio térmico. Dessa forma, o calor é
transferido espontaneamente do corpo mais quente para o mais frio e flui até que a
temperatura deles se igualem, atingindo o equilíbrio térmico.
Propagação do calor

 A transferência de calor entre os corpos é chamada de propagação de calor e


pode ocorrer de três formas: por condução, convecção e irradiação.
Condução Condutividade térmica
A condução ocorre quando as Alguns materiais conduzem o
partículas de um corpo ou calor de forma mais rápida do
substância têm sua energia que outros e são
cinética aumentada devido ao considerados bons
fluxo de energia térmica. Essa condutores de calor, como é o
agitação é transferida de caso do metal da colher.
molécula para molécula, Outros materiais são maus
conduzindo o calor de uma condutores e, por isso,
extremidade do objeto até a conduzem o calor de forma
outra. mais lenta,são os chamados
isolantes térmicos
Propagação do calor
Convecção
 A convecção é um processo de propagação de calor
que, assim como na condução, acontece por meio
da interação entre partículas da matéria; mas, nesse
caso, ocorre o deslocamento das substâncias. Por
conta desse deslocamento de matéria, esse tipo de
propagação de calor só acontece com as
substâncias fluidas, ou seja, os líquidos e os gases.
 Portanto, esse tipo de propagação está relacionado
à densidade dos materiais fluidos e à ação da
gravidade. As correntes de convecção são responsáveis pela formação dos
ventos e das brisas terrestres e marítimas, que ocorrem em
decorrência das diferentes densidades apresentadas pelo ar sobre
a terra e sobre o mar (em razão de suas mudanças de temperatura
durante o dia e a noite), como visto na introdução.

A formação das correntes de convecção nos líquidos ocorre, por


exemplo, no aquecimento da água em panelas e chaleiras.
Propagação do calor
Irradiação ou radiação
 A propagação por irradiação não ocorre por meio
das partículas, ou seja, não é necessário um meio
material para que o calor seja transmitido de um O calor que a Terra recebe do Sol é transferido por irradia
corpo para outro.
 Todo corpo que apresenta temperatura superior a 0
kelvin (zero absoluto) emite radiação térmica, que
são ondas eletromagnéticas capazes de transferir
energia térmica. Como as ondas eletromagnéticas
não necessitam de um meio para se difundir, essa
propagação também ocorre no vácuo, como é o
caso do calor que recebemos do Sol.
Propagação do calor

Funcionamento
da garrafa
térmica

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