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Bruna Kovalsyki
Andressa Tres
Tatiane Lima Ho
Curitiba
1
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 4
2 TRIÂNGULO DO FOGO .................................................................................................... 5
3 INCÊNDIO FLORESTAL ..................................................................................................... 6
3.1 PARTES DE UM INCÊNDIO ........................................................................................................ 7
4 COMPORTAMENTO DO FOGO ........................................................................................ 9
4.1 FATORES DO AMBIENTE QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DO
FOGO..........................................................................................................9
4.2 CARACTERÍSTICAS TOPOGRÁFICAS .......................................................................................... 9
4.3 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ............................................................................................ 10
4.4 MATERIAL COMBUSTÍVEL ...................................................................................................... 11
5 CLASSIFICAÇÃO DE MODELOS DE COMBUSTIVEL ........................................................... 13
6 SIMULADORES DE INCÊNDIOS ...................................................................................... 16
7 FARSITE (FINNEY, 2004) ................................................................................................ 17
7.1 USOS DO FARSITE................................................................................................................... 17
7.2 INSTALAÇÃO DO FARSITE ....................................................................................................... 18
7.3 TUTORIAL FARSITE ................................................................................................................. 18
7.3.1 Landscape File ........................................................................................................................ 19
7.3.2 Fuel Files ................................................................................................................................ 20
7.3.3 Moistures ............................................................................................................................... 21
7.3.4 Conversions............................................................................................................................ 22
7.3.5 Weather Files ......................................................................................................................... 23
7.3.6 Wind Files............................................................................................................................... 25
7.3.7 Visualização de Landscape File .............................................................................................. 26
7.3.8 Configurações ........................................................................................................................ 27
7.3.9 Simulação ............................................................................................................................... 29
8 FLAMMAP.................................................................................................................... 31
8.1 USOS DO FLAMMAP............................................................................................................... 31
8.2 INSTALAÇÃO DO FLAMMAP ................................................................................................... 31
8.3 TUTORIAL FLAMMAP ............................................................................................................. 32
8.3.1 Criar Landscape File no FlamMap .......................................................................................... 33
8.3.2 Inputs ..................................................................................................................................... 33
8.3.3 Fire Behavior Outputs ............................................................................................................ 35
8.3.4 Minimum Travel Time ............................................................................................................ 36
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO
4
2 TRIÂNGULO DO FOGO
O fogo é o termo dado ao fenômeno físico resultante da rápida combinação entre oxigênio e
uma substância qualquer, a qual emite luz, libera calor e, geralmente, chamas são observadas.
Portanto, a combustão é uma reação de oxidação, sendo o processo quimicamente idêntico ao de
formação de ferrugem em ferro ou a decomposição da madeira, porém este ocorre de maneira mais
rápida (SOARES; BATISTA; TETTO, 2017; SOARES; BATISTA; NUNES, 2008).
Para que haja a reação de combustão são necessários três elementos básicos: combustível,
oxigênio e calor. A inter-relação destes elementos é conhecida como “triângulo do fogo” (Figura 1). A
princípio, é necessária uma fonte de calor para elevar a temperatura do material combustível ao ponto
de ignição, sendo o oxigênio responsável pela continuidade da mesma (SOARES; BATISTA; TETTO,
2017). A ausência, ou redução abaixo de certos níveis, de um dos elementos que compõe o triângulo
do fogo, inviabiliza o processo de combustão (SOARES; BATISTA; NUNES, 2008).
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3 INCÊNDIO FLORESTAL
Conforme Ramos (1995), incêndio florestal é todo fogo sem controle que incide sobre qualquer
forma de vegetação, podendo ter sido provocado pelo homem (por intenção ou negligência) ou por
fonte natural (raio).
As causas dos incêndios são muito variáveis, assim o Serviço Florestal dos Estados Unidos da
América definiu oito grupos, sendo:
a) Raios: única causa natural. São incêndios causados direta ou indiretamente por descargas
elétricas da atmosfera.
b) Incendiários: incêndios provocados intencionalmente por pessoas.
c) Queimas para limpeza: incêndios originários do uso do fogo na limpeza de terrenos, por
negligencia ou descuido.
d) Fumantes: incêndios provocados pelo ato de fumar.
e) Fogos de recreação: incêndios causados por pessoas que utilizam a floresta como local de
recreação (fogueira, por exemplo).
f) Estradas de ferro: incêndios causados direta ou indiretamente por atividades ferroviárias.
g) Operações florestais: incêndios originados por trabalhadores florestais em atividade na
floresta, exceto pelo ato de fumar.
h) Diversos: incêndios cujas causas, apesar de conhecidas, não se enquadram nos grupos
anteriores.
Existem três tipos de incêndios florestais, classificados em função do material combustível que
consomem:
Incêndio de solo: quando o fogo queima abaixo da superfície do solo devido à acumulação de
matéria orgânica (Figura 2). São difíceis de serem detectados e produzem pouca fumaça e chamas
(TETTO; BATISTA; SOARES, 2011).
Incêndio de superfície: são aqueles que queimam os combustíveis depositados sobre o piso da
floresta (folhas, gramíneas, arbustos, galhos secos, etc) (Figura 3) (TETTO; BATISTA; SOARES, 2011).
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Figura 3 - Incêndio de superfície
Figure 3 - Surface fire
Incêndio de copa: são aqueles que avançam por meio das copas das árvores e arbustos,
independente do fogo superficial (Figura 4) (SOARES; BATISTA; TETTO, 2017).
O incêndio florestal inicialmente apresenta forma circular, entretanto, com ação de alguns
fatores (como relevo e vento, por exemplo), ele passa à forma elíptica compreendendo as seguintes
partes (Figura 5):
Cabeça (ou frente): é a parte do incêndio que se movimenta mais rápido. Um incêndio pode
ter duas ou mais frentes e quando o vento muda de direção, os flancos ou a retaguarda podem se
transformar em novas frentes.
Francos ou alas: são os dois lados do incêndio (esquerdo e direito), que devem ser
determinados olhando-se da cauda em direção a cabeça.
Base (cauda ou retaguarda): é a parte do incêndio que se move mais lentamente, propagando-
se contra o vento.
Ilha: área não queimada dentro do perímetro do incêndio.
Dedo: são faixas mais estreitas do incêndio que se propagam.
Bolso: área situada entre o flanco e o dedo.
7
Foco secundário: área fora do perímetro do incêndio, onde se observa nova ignição de material
combustível, causada por convecção ou rolamento do material em chamas.
8
4 COMPORTAMENTO DO FOGO
Comportamento do fogo é definido como sendo a forma com que um incêndio atua sobre o
ambiente. As variáveis que o descrevem são:
Velocidade de propagação do fogo;
Intensidade;
Direção de propagação;
Comprimento de chamas.
9
Figura 7 - Efeito da exposição na temperatura da superfície do solo em um aclive de 45° da latitude
sul
Figure 7 - Effect of exposure on soil surface temperature on a slope of 45° south latitude
Elevação: altitude em relação ao nível do mar. Quanto maior a altitude, mais difícil se torna a
propagação do fogo (menor temperatura e menos oxigênio). Rodríguez (2010) destaca que, à medida
que se eleva a altitude há uma mudança na composição florística, uma redução da temperatura do ar
e da quantidade de oxigênio na atmosfera, o qual resulta em um ar mais rarefeito, de acordo com as
leis naturais.
Inclinação: Conforme Vélez (2000), o fator topográfico de maior importância é a inclinação das
encostas. Esta exerce influência nas formas de transmissão de energia, fazendo com que os fenômenos
de convecção e radiação sejam mais eficientes em aclives, além do que, quanto maior for o grau de
inclinação das ladeiras, maior será a velocidade de propagação do fogo (Figura 8).
10
Temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação e vento, são os principais fatores que
influenciam o comportamento do fogo, sobretudo a ignição e a propagação dos incêndios (BATISTA;
OLIVEIRA; SOARES, 2002).
Temperatura do ar: apresenta efeitos sobre o material combustível, os quais influenciarão na
combustão e na propagação dos incêndios. Quanto maior a temperatura do ar, menor será a
quantidade de energia necessária para o material combustível alcance a temperatura de ignição.
Umidade relativa: possui estreita relação entre umidade atmosférica e umidade dos
combustíveis, ou seja, está diretamente associada à secagem do material combustível. A baixa
umidade relativa do ar faz com que o material combustível perca mais rapidamente sua umidade para
o ambiente.
Vento: é um parâmetro importante na taxa de combustão, uma vez que afeta o fornecimento
de oxigênio, e na taxa de propagação do fogo, devido a inclinação das chamas, as quais ativam a fase
de pré-aquecimento dos combustíveis não queimados, além de afetar a direção do fogo e o transporte
de materiais incandescentes por meio das colunas de convecção, os quais podem originar focos
secundários (MÉRIDA, 2000). Além disso, cabe destacar que o vento, em função das diferenças de
temperatura, possui um comportamento durante o dia (morro acima) que se inverte durante a noite
(morro abaixo) (TETTO; BATISTA; SOARES, 2011) (Figura 9).
Figura 9 - Direção do vento, em regiões declivosas: (a) durante o dia; (b) durante a noite
Figure 9 - Direction of the wind, in sloping regions: (a) during the day; (b) during the night
Qualquer material orgânico, vivo ou morto, no solo, sobre ou acima dele, capaz de entrar em
ignição e queimar, os quais são classificados de acordo com a sua localização, podendo ainda ser
avaliado segundo a quantidade, o tipo e o arranjo (SOARES, 1985) (Figura 10).
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Figura 10 - Classificação dos materiais combustíveis de acordo com sua localização e caracterização
Figure 10 - Classification of combustible materials according to their location and characteristics
▪ Combustível aéreo inclui todo material, vivo ou morto, localizado no sub-bosque e na parte
superior das copas das árvores, acima de 1,80 m e que estão fisicamente separados do solo.
▪ Combustível superficial é aquele localizado sobre, imediatamente acima, ou no piso da floresta
com altura até 1,80 m.
▪ Combustível de solo (subterrâneo) refere-se ao material combustível que está abaixo da
superfície da floresta, como húmus, as raízes das árvores, madeira em decomposição, turfa, entre
outros.
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Quantidade: A quantidade do combustível determina se haverá ou não a propagação do fogo,
assim como sua intensidade.
▪ Quantidade total: é a somatória de todo material combustível existente no piso da floresta.
▪ Quantidade disponível é a parte de combustível consumida pelo fogo, a qual situa-se entre 70
a 80% da quantidade total de combustível com diâmetro inferior a 2,5 cm.
Tipo do material combustível: é classificado com base no diâmetro médio, nos seguintes tipos:
combustível perigoso, semi-perigoso e verde (BEUTLING, 2009).
▪ Perigoso: corresponde a um material fino que perde umidade rapidamente, apresenta menor
temperatura de ignição, por isto facilita o início do fogo e acelera a propagação, queimando
rapidamente.
▪ Semi-perigoso: materiais lenhosos, acima de 1,0 cm de diâmetro, em estado de decomposição
e compactados (troncos caídos, tocos húmus e turfa), que devido suas características queimam
lentamente. Embora a ignição nestes materiais seja mais lenta e difícil, eles desenvolvem intenso calor
e podem manter uma combustão latente, possibilitando assim, o reinício dos incêndios já considerados
extintos.
▪ Verde: é constituído pela vegetação viva existente na floresta, a qual apresenta alto teor de
umidade. Os materiais verdes, exceto as coníferas, são geralmente considerados não inflamáveis,
porém o calor liberado pela combustão dos outros combustíveis pode secá-los, tornando-os
inflamáveis.
Conteúdo de umidade do combustível: quantidade de água nele presente, expressa como a
percentagem da sua massa seca. Controla a inflamabilidade dos combustíveis vivos e mortos, uma vez
que influencia na quantidade de energia necessária para vaporizar a água existente no combustível e
reduz a quantidade de calor disponível para a combustão propriamente dita (SOARES, 1985).
Continuidade: distribuição dos materiais combustíveis, tanto na vertical como na horizontal,
sobre uma área. Controla principalmente a direção e a velocidade de propagação do fogo.
Compactação: é o espaçamento existente entre os combustíveis. Quanto maior a
compactação, maior a dificuldade de propagação do fogo, devido à falta de oxigênio envolta das
partículas de combustível.
Os combustíveis florestais são heterogêneos, tanto entre diferentes tipologias como dentro
de uma mesma formação florestal. Entretanto, para predizer o comportamento do fogo é necessário
recorrer a simplificação dos combustíveis presentes sobre o terreno, para isso agrupa-se os
combustíveis de acordo com as principais características e comportamento do fogo associado. Cada
um destes grupos se denomina modelo de combustível, e trata de representar os valores típicos das
principais características da vegetação, conforme um sistema de classificação de combustível
determinado (AGRESTA, 2017).
O FARSITE apresenta os 13 modelos de combustível NFFL padrão (ANDERSON, 1982) (Tabela
1), assim como os modelos identificados por Scott e Burgan (2005) (Tabela 1).
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Tabela 1 - Sistema NFFL: 13 modelos padrão de combustível
Table 1 - NFFL system: 13 standard fuel models
14
Tabela 2 - Parâmetros dos modelos definidos por Scott e Burgan
Table 2 - Parameters of the models defined by Scott and Burgan
Conforme White et al. (2013) os modelos existentes foram criados com o objetivo de
caracterizar as principais formações vegetacionais encontradas nos Estados Unidos, portanto é
necessário definir se os modelos existentes respondem corretamente a realidade, ou customizar
modelos de material combustível para área em questão.
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6 SIMULADORES DE INCÊNDIOS
16
7 FARSITE (FINNEY, 2004)
Altimetria
Declividade
Orientação de encostas
Modelo de material combustível
Cobertura de copa
Altura de copa
Altura da base da copa
Densidade de copa
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• Simular e comparar os efeitos de distintas estratégias de combate, uma vez que o programa
permite empregar barreiras para propagação do fogo, ataque direto, indireto, paralelo e
aéreo;
• Quanto a prevenção de incêndios florestais, o FARSITE auxilia no dimensionamento e
otimização das estruturas preventivas, nos tratamentos de modificação de combustível, no
planejamento de queimas prescritas, entre outros.
O download do programa FARSITE 4.1.055 pode ser realizado de forma gratuita, por meio do
link: https://www.firelab.org/ (UNITED STATE DEPARTMENT OF AGRICULTURE (USDA), 2016) (Figura
13).
Ao abrir o programa e clicar em Input>Project inputs, abrirá uma janela com as variáveis de
entrada necessárias para a simulação (Figura 14), sendo:
• Landscape File (.LCP): informações da paisagem;
• Adjustments (. ADJ): ajustes na velocidade de propagação do fogo;
• Moistures (.FMS): teor de umidade dos materiais combustíveis;
• Conversions (.CNV): quando necessário empregar a conversão de modelos de material
combustível;
• Weather Files (.WTR): dados meteorológicos;
• Wind Files (.WND): informações sobre o vento.
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Figura 14 - FARSITE Project: janela para inserir as variáveis de entrada
Figure 14 - FARSITE Project: window to enter the input variables
Para gerar o arquivo Landscape (.LCP) será necessário a introdução das variáveis (em formato
ASCII): altitude, declividade, orientação de encostas, modelo de combustível, cobertura arbórea e,
para a simulação de incêndio de copa é necessário: altura da árvore, altura de base da copa e
densidade de copa (Figura 15).
19
7.3.2 Fuel Files
• Clique no botão logo abaixo de Adjustments (.ADJ) - abrirá uma janela denominada Spread
Rate Adjustments Factores;
• Para alterá-los, selecione o valor a direita do modelo de interesse;
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7.3.3 Moistures
O arquivo de teor de umidade de material combustível (.FMS) (Figura 17), pode ser preparado
tanto no FARSITE, na janela Inital Fuel Moistures, quanto em Excel. Para carregar o arquivo de teor de
umidade clique no quadrado em branco ou em Load.FMS File.
>FARSITE Project:
• Clique no botão logo abaixo de Moistures (.FMS) - abrirá uma janela denominada Inital
Fuel Moistures;
• Clique em New.FMS File - carregará teores de umidades para diversos modelos;
• Para alterá-los, clique na classe de interesse (1hr p.e);
Legenda: Model#: modelo de combustível; 1hr: 1 hora; 10hr: 10 horas; 100hr: 100 horas; LH: Vivo Herbáceo; LW:
Vivo Lenhoso.
Excel:
• Crie uma planilha Excel conforme a Figura 18;
• Exclua o cabeçalho, deixando somente os valores;
• Salve em formato texto (separado por tabulações) (.txt);
• Altere a extensão .txt para .FMS.
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Figura 18 - Modelo de teor de umidade de material combustível
Figure 18 - Model of moisture content of combustible material
Modelo de 1 10 100 Vivo Vivo
combustível hora horas horas herbáceo lenhoso
1 6 8 10 125 100
2 6 8 10 125 100
3 6 8 10 125 100
4 6 8 10 125 100
5 6 8 10 125 100
6 6 8 10 125 100
7 6 8 10 125 100
8 6 8 10 125 100
9 6 8 10 125 100
10 6 8 10 125 100
11 6 8 10 125 100
12 6 8 10 125 100
13 6 8 10 125 100
7.3.4 Conversions
O arquivo de conversão de modelo de combustível (.CNV) (Figura 19) pode ser preparado no
FARSITE, na janela Fuel Model Conversions. Para carregar o arquivo de conversão clique no quadrado
em branco ou em Load.CNV File.
>FARSITE Project:
• Clique no botão logo abaixo de Conversions (.CNV) - abrirá uma janela denominada Fuel
Model Conversions;
• Clique em New.CNV File - carregará os modelos de material combustível;
• Para alterá-los selecione o valor a direita do modelo de interesse;
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Figura 19 - Janela de conversão de modelo de combustível (.CNV)
Figure 19 - Fuel model conversion window (.CNV)
O arquivo de condições meteorológicas (.WTR), pode ser preparado tanto no FARSITE (Figura
20), na janela Weather Stream Editor, quanto em Excel. Para carregar o arquivo de teor de umidade
clique na janela no quadrado ou em Load.WTR File.
>FARSITE Project:
• Clique no botão logo abaixo de Weather Files (.WTR) - abrirá uma janela denominada
Weather Stream Editor;
• Clique em New.WTR File - carregará uma linha de valores genéricos;
• Para alterá-los, selecione e digite o valor desejado;
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Figura 20 - Janela de condições meteorológicas (.WTR)
Figure 20 - Weather window (.WTR)
Legenda: Model#: modelo de combustível; MO: mês; DY: dia; RN: Precipitação (mm); AM: Hora em que a Temperatura
mínima do ar foi registrada; PM: Hora em que a Temperatura máxima do ar foi registrada; TLo: Temperatura
mínima do ar (°C); THi: Temperatura máxima do ar (°C); HHi: Umidade relativa máxima do ar (%); HLo:
Umidade relativa mínima do ar (%); Altitude/Elevação (m).
Excel:
• Crie uma planilha Excel conforme a Figura 21;
• Exclua o cabeçalho, deixando somente os valores;
• Salve em formato texto (separado por tabulações) (.txt);
• Inclua a palavra METRIC, conforme a Figura x;
• Altere a extensão .txt para .WTR.
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7.3.6 Wind Files
O arquivo com informações sobre o vento (.WND) (Figura 22), pode ser preparado tanto no
FARSITE, na janela Wind Stream Editor, quanto em Excel. Para carregar o arquivo de teor de umidade
clique no quadrado em branco ou em Load.WTR File.
>FARSITE Project:
• Clique no botão logo abaixo de Wind Files (.WND) - abrirá uma janela denominada Wind
Stream Editor;
• Clique em New.WND File - carregará valores genéricos;
• Para alterá-los, selecione e digite o valor desejado;
Legenda: Model#: modelo de combustível; MO: mês; DY: dia; HR: hora; SPD: velocidade do vento (km/hr); DIR: direção
do vento (°); CL: nebulosidade (%).
Excel:
25
• Crie uma planilha Excel conforme a Figura 23;
• Exclua o cabeçalho, deixando somente os valores;
• Salve em formato texto (separado por tabulações) (.txt);
• Altere a extensão .txt para .WND.
O caminho para visualizar o arquivo Landscape (.LCP) está representado na Figura 24.
Para alterar as cores de cada camada clique com o botão esquerdo do mouse em Visible Theme,
selecione a camada de interesse (Aspect p.e) e clique em OK (Figura 25).
Figura 25 - Janela para alterar paleta de cores das camadas do arquivo Landscape (.LCP)
26
Figure 25 - Window to change the color palette of the Landscape (.LCP) file layers
7.3.8 Configurações
Uma vez que o Landscape (.LCP) foi carregado, assim como as demais entradas, os
parâmetros de simulação já podem ser definidos. Entre as diversas opções permitidas pelo FARSITE as
principais estão apresentadas a seguir:
• Parameters: inclui as opções de cálculo da simulação, visualização das isócronas e resolução
(Figura 26).
• Fire Behavior Options: aplicar a modelagem de incêndio de copa (Enable crownfire) e focos
secundários (Enable spot fire growth) (Figura 27).
27
• Duration: duração da simulação (Figura 28). É importante que os dados meteorológicos
englobem dias antecedentes e posteriores ao período da simulação, uma vez que o FARSITE
utiliza informações prévias para ajustar a umidade dos materiais combustíveis.
28
Figura 29 - Janela para determinação das variáveis de saída do comportamento do fogo do incêndio
simulado
Figure 29 - Window for determining the output variables of fire behavior on simulated fire
7.3.9 Simulação
• Habilitar opções (Figura 30): clique em para habilitar todas as opções presentes;
• Determinar o ponto inicial do incêndio: selecione . No local escolhido do mapa, clique
com o botão esquerdo e depois direito do mouse (aparecerá uma cruz branca no local
inicial do incêndio);
29
30
8 FlamMap
FlamMap é um simulador estático que também necessita de uma base cartográfica, uma vez
que descreve os parâmetros de comportamento para cada pixel de forma independente, porém sem
a inter-relação estabelecida pelo FARSITE (AGRESTA, 2017).
As equações presentes neste simulador são similares as do FARSITE, entretanto o FlamMap
permite também calcular o teor de umidade dos combustíveis mortos, por meio do modelo de Nelson
(2000) (MOLINA, 2009). Neste simulador as condições sinóticas permanecem constantes, de modo que
não é possível visualizar as variações temporais do comportamento do fogo em função da
meteorologia, limitando assim seu uso no âmbito da extinção (AGRESTA, 2017).
Algumas ferramentas de grande interesse presentes no FlamMap são a Minimum Travel Time
(MTT), que calcula as isócronas e vetores de propagação, o que permite identificar as principais
oportunidades de extinção ou os pontos críticos para a propagação, e o WindNinja que possibilita a
modelar os ventos locais a partir de um vento dominante (AGRESTA, 2017).
O analista pode prever os principais eixos de propagação do fogo e os nós com maior número
de ramificações, identificar áreas em que o fogo é mais intenso e compreender melhor a influência dos
ventos locais sobre o comportamento do fogo, auxiliando assim, o planejamento das estratégias de
extinção. Enquanto na prevenção o programa pode auxiliar no dimensionamento e na localização de
infraestruturas preventivas e na determinação de áreas fora da capacidade de extinção ou críticas
(AGRESTA, 2017).
O download do programa FlamMap 5.0 pode ser realizado de forma gratuita, por meio do link:
https://www.firelab.org/ (USDA, 2017) (Figura 32).
31
8.3 TUTORIAL FLAMMAP
32
8.3.1 Criar Landscape File no FlamMap
O FlamMap também tem recurso para criar arquivo Landscape (.LCP), conforme representado
na Figura 35. As informações necessárias devem estar em formato ASCII.
8.3.2 Inputs
33
A próxima etapa, após carregado o arquivo .LCP, é a inclusão das informações de entrada
(Figura 36).
• Clique 2x em Runs (coluna do lado esquerdo) – abrirá uma janela denominada Run: New run.
• Em Inputs adicione as variáveis:
• Fuel Moisture Files (.FMS) – teor de umidade de material combustível. Mesmo
arquivo utilizado no Farsite.
• Winds – pode ser constante ou variável, com a criação de vetores que
representam os ventos locais com o WindNinja. NOTA: se for introduzido um
vento constate deve-se transformar a unidade para km/h, uma vez que no
FlamMap é milhas/hora (mph).
34
8.3.3 Fire Behavior Outputs
Após adicionado as informações de saídas, em Fire Behavior Outputs (Figura 37), selecionamos
os parâmetros do comportamento do fogo que desejamos obter na simulação. Após selecionado os
parâmetros desejados, clique em Aplicar.
35
Figura 37 - Janela de saídas dos parâmetros do comportamento do fogo
Figure 37 - Window of fire behavior parameters outputs
A ferramenta MTT (Figura 38), calcula mediante a expressão de mínimo tempo de viagem, os
eixos principais de progressão do fogo, com isso podemos identificar os eixos de maiores longitudes e
os nós com maior número de ramificação. Para tanto, é necessário inserir o ponto de início do incêndio
(.shp) em Ignitions > From file.
O programa permite configurar alguns parâmetros como resolução de cálculos (distância),
intervalo mínimo entre eixos e caracterização de focos secundários.
36
Após aplicadas todas informações pertinentes, clique em Launch Basic FB para realizar a
simulação.
37
Figure 39 - Steps to change the color palette and unit of measurement
Assim como o FARSTE, no Flammap também se pode exportar os outputs para SIG. Clicar com
o botão direito do mouse sobre a camada de interesse (Rate of spread p.e) e clicar em salvar (.asc)
(Figura 40).
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REFERÊNCIAS
AGRESTA. Simulación de incendios forestales com datos LiDAR y su planificación forestal. Madrid,
2017.
ANDERSON, H. E. Aids to determining fuel models for estimating fire behavior. Ogden: United States
Department of Agriculture, Forest Service, Rocky Mountain Research Station, 1982. 26p. (General
Technical Report INT-122).
BATISTA, A. C.; OLIVEIRA, D. S.; SOARES, R. V. Zoneamento de risco de incêndios florestais para o
estado do Paraná. Curitiba: FUPEF, 2002. 86 p. (Série técnica n.2).
BEUTLING, A. Combustíveis florestais. In: SOARES, R. V.; BATISTA, A. C.; NUNES, J. R. S. (Ed.) Incêndios
florestais no Brasil: o estado da arte. Curitiba: UFPR, 2009. p. 21 - 34.
BEUTLING, A. Quantificação de material combustível superficial em reflorestamentos de Araucaria
angustifolia (Bert.) O. Ktze. 113 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Setor de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005.
BOMBEIROSPT. Incêndio Florestal. 2013. 1 fotografia, color. Disponível em:
<https://www.bombeiros.pt/noticias/bombeiros-combateram-incendio-florestal-em-gonca.html/>.
Acesso em: 20 mai. 2017.
BOTELHO, H.; SALGUEIRO, A. Aspectos meteorológicos e topográficos com influência no
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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1990. p. 27 - 33.
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D’ANTONIO, C.; DeFRIES, R. S.; DOYLE, J. C.; HARRISON, S. P.; JOHNSTON, F. H.; KEELEY, J. E.;
KRAWCHUK, M. A.; KULL, C. A.; MARSTON, J. B.; MORITZ, M. A.; PRENTICE, I. C.; ROOS, C. I.; SCOOT, A.
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(Research Paper RMRS-RP-4 Revised).
KOPROSKI, L. P. Risco de incêndio e suas correlações com a diversidade biológica no Parque Estadual
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