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1 .1 I n t r odu çã o
*
Ex- Procurador de Just iça em São Paulo. Fundador e ex- President e do I nst it ut o O Direit o
por um Planet a Verde e do BRASI LCON - I nst it ut o Brasileiro de Polít ica e Direit o do
Consum idor. Professor convidado de Direit o Am bient al Com parado e Direit o da
Biodiversidade, na Universidade do Texas. Relat or- geral da Com issão de Jurist as da Lei
dos Crim es cont ra o Meio Am bient e. Mem bro do Sleering Com m it t ee da Com issão de
Direit o Am bient al da UI CN. Conselheiro do CONAMA – Conselho Nacional do Meio
Am bient e. Co- President e da I NECE – I nt ernat ional Net work for Environm ent al
Com pliance and Enforcem ent .
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BENJAMI N, Ant onio Herm an de Vasconcellos e. Direit o const it ucional am bient al brasileiro.
I n: CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; LEI TE, José Rubens Morat o ( Org.) . D ir e it o
con st it u ciona l a m bie n t a l br a sile ir o. São Paulo: Saraiva, 2007. part e I I , p. 57- 130.
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Fala- se, inclusive, em " const it ucionalism o global" , cf. ACKERMAN, Bruce. The rise of
world const it ut ionalism . Vir gín ia La w Re vie w , v. 83, p. 771,1997.
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Cf. BECK, Ulrich. Risk socie t y: t oward a new m odernit y. London: Sage, 1992. LEI TE,
José Rubens Morat o; AYALA, Pat rick de Araúj o. D ir e it o a m bie n t a l n a socie da de de
r isco. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
61
Sobre a evolução hist órica do Est ado Social, cf. ASA BRI GGS. The Welfare St at e in
hist orical perspect ive. I n: ASA BRI GGS. Th e Colle ct e d Essa ys of Asa Br iggs. Urbana,
Universit y of I llinois Press, 1985, p. 177
62
"Confusão" aqui no seu sent ido usual do Direit o das Obrigações. Segundo o Código
Civil de 2002, " Ext ingue- se a obrigação, desde que na m esm a pessoa se confundam as
qualidades de credor e devedor" ( art . 381, repet indo idênt ica regra do Código de 1916) .
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O que causou essa int rigant e, não obst ant e obscura, m udança
de est rut ura const it ucional? Errará quem apost ar em um a inovação de
m oda, por isso efêm era, dest it uída de bases obj et ivas e alheia a
necessidades hum anas lat ent es e prem ent es, que usualm ent e ant ecedem
o desenho da norm a. Dificilm ent e, na experiência com parada, encont ram -
se inst âncias em que t ransform ações const it ucionais de fundo sucedem
por sim ples acident e de percurso ou capricho do dest ino. Aqui, sucede o
m esm o, pois é a crise am bient al, acirrada após a Segunda Guerra 63 , que
libert ará forças irresist íveis, verdadeiras corrent es que levarão à
ecologização da Const it uição, nos anos 70 e seguint es.
63
Cf. MCNEI LL R. Som e t h in g ne w u nde r t h e su n : an environm ent al hist ory of t he
t went iet h- cent ury world, W.W. Nort on, 2001.
64
FREYFOGLE, Eric T. Should we green t he bill? Un ive r sit y of I llinois La w Re vie w , v.
1992, p. 166.
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65
Const it uição da República, art . 225, caput .
66
Lei n. 6.938/ 81, art . 2°, caput .
67
RODGERS JÚNI OR, William H. En vir onm e n t a l la w . 2. ed. St . Paul: West Publishing
Co., 1994, p. 66.
68
Aqui cabe dest acar a experiência dos ant igos países com unist as do lest e europeu, dos
prim eiros a const it ucionalizar o m eio am bient e ( por exem plo, a Polônia, em 1976) , m as
que pouco fizeram para im plem ent ar t ais garant ias. Para um a análise da sit uação após a
queda do Muro de Berlim , cf. BROWN, Elizabet h F. I n defense of environm ent al right s in
East European const it ut ions. Un ive r sit y of Chica go La w Sch ool Rou n dt a ble , 1993, p.
191- 217. GRAVELLE, Ryan K. Enforcing t he elusive: environm ent al right s in East
European const it ut ions. Vir ginia En vir onm e nt a l La w Jou r n a l, v. 16,1997, p. 633- 660.
69
SAUER, Carl O. The agency of m an on t he eart h. I n: THOMAS JR., William L. ( ed.) .
Man's role in changing t he face of t he eart h. v. 1. Chicago: The Universit y of Chicago
Press, 1956, p. 68.
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Consolidação est a que não é pacífica, pois, lem bra Vladim ir Passos de Freit as, alguns
ainda relut am em aceit ar o Direit o Am bient al com o " um ram o novo do Direit o que se
dist ingue de t odos os dem ais" . FREI TAS, Vladim ir Passos de. A Const it u içã o Fe de r a l e
a e fe t ivida de da s nor m a s a m bie n t a is. São Paulo: Revist a dos Tribunais, 2000, p. 26.
71
Sobre as conseqüências das norm as const it ucionais, m orm ent e daquelas definidoras
de direit os, cf. ALEXY, Robert . A Th e or y of con st it u ciona l r igh t s. Tradução de Julian
Rivers. Oxford: Oxford Universit y Press, 2002, p. 365.
72
Trat a- se do art . 24: “ 1) A prot eção do m eio am bient e nat ural e cult ural const it ui um a
obrigação do Est ado. O Est ado t om ará m edidas especiais, prevent ivas ou repressivas,
com o fim de sua conservação. A lei regula as form as de prot eção das florest as e espaços
com arborizados em geral. Est á proibida a m odificação da afet ação das florest as e
espaços arborizados pat rim oniais, salvo se sua exploração agrícola t iver prioridade do
pont o de vist a da econom ia nacional ou de qualquer out ro uso de int eresse público; 2) A
gest ão do t errit ório, a form ação, o desenvolvim ent o, o urbanism o e a ext ensão das
cidades e regiões urbanizáveis são regulam ent adas e cont roladas pelo Est ado, com o fim
de assegurar a funcionalidade e desenvolvim ent o das aglom erações hum anas e as
m elhores condições de vida possível; 3) Os m onum ent os assim com o os lugares
hist óricos e seus com ponent es est ão sob a prot eção do Est ado. A lei fixa as m edidas
rest rit ivas da propriedade para assegurar est a prot eção, assim com o as m odalidades e
nat ureza da indenização dos propriet ários prej udicados” .
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Est abelece o at ual art . 66 ( " Am bient e e Qualidade de Vida" ) da Const it uição
port uguesa: " 1 – Todos t êm direit o a um am bient e de vida hum ano, sadio e
ecologicam ent e equilibrado e o dever de o defender. 2 – I ncum be ao Est ado, por m eio de
organism os próprios e por apelo e apoio a iniciat ivas populares: a) Prevenir e cont rolar a
poluição e os seus efeit os e as form as prej udiciais de erosão; b) Ordenar e prom over o
ordenam et o do t errit ório, t endo em vist a um a correct a localização das act ividades, um
equilibrado desenvolvim ent o sócio- econôm ico e paisagens biologicam ent e equilibradas;
c) Criar e desenvolver reservas e parques nat urais e de recreio, bem com o classificar e
prot eger paisagens e sít ios, de m odo a garant ir a conservação da nat ureza e a
preservação de valores cult urais de int eresse hist órico ou art íst ico; d) Prom over o
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aproveit am ent o racional dos recursos nat urais, salvaguardando a sua capacidade de
rem oção e a est abilidade ecológica" .
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A Const it uição espanhola inspirou- se, genericam ent e, na Declaração de Est ocolm o e,
de m odo m ais im ediat o, na Const it uição port uguesa de 1976. Cf., nesse pont o, MATEO,
Ram ón Mart in. M a n ua l de de r e ch o a m bie nt a l. Madrid: Trivium , 1995, p. 107. Assim
dispõe seu art . 45: " 1) Todos t ienen el derecho a disfrut ar de un m edio am bient e
adecuado para el desarrollo de la persona, así com o el deber de conservalo; 2) Los
poderes públicos velarán por la ut ilización racional de t odos los recursos nat urales, con el
fin de prot eger y m ej orar la calidad de vida y defender y rest aurar el m edio am bient e,
apoyándose en la inexcusable solidariedad colect iva; 3) Para quienes violen lo dispuest o
en el apart ado ant erior, en los t érm inos que la ley fij e se est ablecerán sanciones penales
o, en su caso, adm inist rat ivas, así com o la obligación de reparar el daño causado" .
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Sobre a prot eção const it ucional do m eio am bient e no Brasil, dent re out ros, BENJAMI N,
Ant ónio Herm an V. ( coord.) . D a n o a m bie nt a l, pr e ve n çã o, r e pa r a çã o e r e pr e ssã o,
fu n çã o a m bie n t a l. São Paulo: Revist a dos Tribunais, 1993. BENJAMI N, Ant ônio Herm an
V.; SÍ COLI , José Carlos Meloni; SALVI NI , Paulo Robert o. M a n u a l pr á t ico da
pr om ot or ia de j u st iça do m e io a m bie n t e . São Paulo: Procuradoria- Geral da Just iça,
1997. FI ORDLLO, Celso Ant ônio Pacheco; RODRI GUES, Marcelo Abelha. M a nua l de
dir e it o a m bie n t a l e le gisla çã o a plicá ve l. São Paulo: Max Lim onad, 1997. DERANI ,
Crist iane. D ir e it o a m bie n t a l e conôm ico. São Paulo: Max Lim onad, 1997. MJLARÉ,
Edis. A a çã o civil pú blica n a nova or de m con st it u ciona l. São Paulo: Saraiva, 1990.
SI LVA, José Afonso da. D ir e it o a m bie n t a l con st it u cion a l. São Paulo: Malheiros, 1994.
LEME MACHADO, Paulo Affonso. D ir e it o a m bie n t a l br a sile ir o. 12. ed. São Paulo:
Malheiros, 2004. FREI TAS, Vladim ir Passos de. D ir e it o a dm in ist r a t ivo e m e io
a m bie nt e . Curit iba: Juruá, 2004, e D ir e it o a m bie n t a l e m e volu çã o. Curit iba: Juruá,
1998 ( coord.) .
76
A Chart e de l'environnem ent fala, expressam ent e, em desenvolvim ent o sust ent ável
( preâm bulo e art . 6°) , princípio da prec aução ( art . 5°) , e diversidade biológica
( preâm bulo) . Cf., ainda, dent re out ras, a Const it uição argent ina de 1994, na qual se
observa, claram ent e, a influência da definição de desenvolvim ent o sust ent ável de " Nosso
Fut uro Com um " ( a exigencia de que " las act ividades product ivas sat isfagan las
necesidades present es sin com prom et er las de las generaciones fut uras" ) : " Art ículo 41 –
Todos los habit ant es gozan del derecho a un am bient e sano, equilibrado, apt o para el
desarrollo hum ano y para que las act ividades product ivas sat isfagan las necesidades
present es sin com prom et er las de las generaciones fut uras; y t ienen el deber de
preservado. El daño am bient al generará priorit ariam ent e la obligación de recom poner,
según lo est ablezca la ley. Las aut oridades proveerán a la prot ección de est e derecho, a
la ut ilización racional de los recursos nat urales, a la preservación del pat rim onio nat ural y
cult ural y de la diversidad biológica, y a la inform ación y educación am bient ales.
Corresponde a la Nación dict ar las norm as que cont engan los pres supuest os m ínim os de
prot ección, y a las províncias las necesarias para com plem ent arias, sin que aquéllas
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alt eren las j urisdicciones locales. Se prohibe el ingreso al t errit orio nacional de residuos
act ual o pot encialm ent e peligrosos y de los radiact ivos" .
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TUSHNET, Mark. The possibilit es of com parat ive const it ucional law. Ya le La w Jou r na l,
v. 108,1999, p. 1307.
78
HOWARD, A. E. Dick. The indet erm inacy of const it ut ions. W a k e For e st La w Re vie w ,
v. 31, p. 403,1996.
79
Sobre " t ransplant es legais" , cf., genericam ent e, WATSON, Alan. Le ga l t r a n spla nt s:
an approach t o com parat ive law. 2 ed. 1993. No cam po am bient al, cf. WI ENER, Jonat han
B. Som et hing borrowed for som et hing blue: legal t ransplant s and t he evolut ion of global
environm ent al law. Ecology La w Qu a r t e r ly, v. 27, p. 1295, 2001.
80
Cf., quant o aos fundam ent os ét icos do Direit o Am bient al, BENJAMTN, Ant ônio Herm an
V. A nat ureza no direit o brasileiro: coisa, suj eit o ou nada disso. Ca de r no Ju r ídico,
Escola Superior do Minist ério Público de São Paulo, ano 1, n. 2, p. 151- 171, 2001.
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fórm ula est rit am ent e ant ropocênt rica, espécie de com ponent e m ais am plo
da vida e dignidade hum anas; só m ais t arde, com ponent es biocênt ricos
são borrifados no t ext o const it ucional ou na leit ura que deles se faça;
nesse últ im o caso, pelo m enos, m it igando a vinculação norm at iva
exclusiva a int eresses de cunho est rit am ent e ut ilit arist a 81 .
81
Cf. Karl- Heinz Ladeur, Environm enUil const it ut ional law, in Gerd Wint er ( ed.) ,
European Environm ent al Law: a com parat ive perspect ive. Aldershot : Dart m out h, 1994,
p. 18.
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aflora nat ural e facilm ent e no discurso dos const it ucionalist as. I sso,
apesar de o Direit o Am bient al, com o disciplina j urídica, t er alcançado, nos
dias at uais, o pat am ar da m at uridade, com ares de aut onom ia 82 , após
um a evolução de pouco m ais de t rint a anos, m uit o breve para os padrões
j urídicos norm ais. Mas nem m esm o aqui, ist o é, no t erreno m ais sólido do
panoram a infraconst it ucional, a obra est á t ot alm ent e const ruída. Um dos
piores erros dos j us- am bient alist as é enxergar, nos " direit os am bient ais" ,
concepções aut o- evident es, para as quais descaberia ou seria
desnecessário procurar subsídios dogm át icos ou explicação t eórica. Em
out ras palavras, seria puro desperdício de t em po e energia a verificação
das bases t eóricas da disciplina, not adam ent e aquelas de fundo
const it ucional, na m edida em que ninguém , nem m esm o seus crít icos,
ainda se dão ao t rabalho de quest ionar a im port ância e legit im idade da
at enção que o Direit o vem dedicando e deve dedicar à degradação
am bient al.
82
Não se t om e, cont udo, aut onom ia por independência.
83
SAX, Joseph L. The search for environm ent al right s. I n: Jou r na l of La n d Use &
En vir onm e n t a l La w , v. 6,1990, p. 96.
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84
I bid., p. 105.
85
PONTES DE MI RANDA. Com e n t á r ios à Con st it u içã o de 1 9 6 7 . 1.1. São Paulo:
Revist a dos Tribunais, 1967, p. 313 ( grifo no original) .
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86
BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. Os princípios do est udo de im pact o am bient al com o
lim it es da discricionariedade adm inist rat iva. Re vist a For e nse , v. 317, p. 34,1992.
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GRAVELLE, Ryan K. Enforcing t he elusive: environm ent al right s in East European
const it ut ions. I n: Vir gin ia Envir on m e n t a l La w Jou r na l, v. 16, 1997, p. 660.
88
Ao cont rário da Const it uição da República, várias Const it uições Est aduais
incorporaram , expressam ent e, a prot eção do m eio am bient e. Um a das razões que
levaram ao naufrágio das várias em endas apresent adas, no início dos anos 70, no
Congresso nort e- am ericano, foi o enorm e sucesso na aprovação de leis am bient ais
m odernas e inovadoras, com o o NEPA – Nat ional Environm ent al Policy Act de 1969,
vit órias essas que fort aleceram o argum ent o da desnecessidade de um a em enda
const it ucional ( SCHLI CKEI SEN, Rodger. The argum ent for a const it ut ional am endm ent t o
prot ect living nat ure. I n: SNAPE, William J. Biodiversit y and t he law. Washingt on: I sland
Press, 1996, p. 221) . Dos cinqüent a Est ados, m ais de um t erço deles cont a com norm as
const it ucionais expressas reconhecendo e prot egendo o m eio am bient e ( THOMPSON JR.,
Bart on H. Environm ent al Policy and t he St at e Const it ut ions: t he pot ent ial role of
subst ant ive guidance. I n: Ru t ge r s La w Jou r na l, v. 27, 1996, p. 871) .
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O prim eiro aspect o posit ivo que se observa nos vários regim es
const it ucionais do m eio am bient e, especialm ent e no brasileiro, é a
inst it uição de um inequívoco dever de não degradar, cont rapost o ao
89
MI RANDA, Jorge. M a n ua l de dir e it o con st it u ciona l. 2. ed. Coim bra: Coim bra Ed.,
1993, p. 472.
90
PRI EUR, Michel. D r oit de l'e nvir on ne m e nt . 5. ed. Paris: Dalloz, 2004, p. 65.
15
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91
BROOKS, Richard O. A const it ut ional right t o a healt hful environm ent . Ve r m ont La w
Re vie w , v. 16, p. 1110, 1992.
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No caso da Const it uição brasileira, cf. os art s. 52, XXI I ( " direit o de propriedade" ) e
170, caput ( " livre iniciat iva" ) .
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93
SCHLI CKEI SEN, Rodger. Op. cit ., p. 222.
94
PRI EUR, Michel. Op. cit ., p. 945.
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incert o, t odo um paradigm a de exploração não sust ent ável dos recursos
nat urais. Sem falar que, at é hoj e, a função social, em si m esm a, ainda
busca sua afirm ação concret a no cam po das decisões j udiciais.
95
FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de. A propriedade no direit o am bient al: a
dim ensão am bient al da função social da propriedade. 2. ed. Rio de Janeiro: ADCOAS/ Ed.
Esplanada, 2005, p. 20 ( grifo no original) .
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96
CHI APPI NELLI , John A. The right t o a clean and safe environm ent : a case for a
const it ut ional am endm ent recognizing public right s in com m on resources. Buffa lo La w
Re vie w , v. 40, p. 604, 1992.
97
BRANDL, Ernst ; BUNGERT, Hart win. Const it ut ional ent renchm erit of environm ent al
prot ect ion: a com parat ive analysis of experiences abroad. H a r va r d En vir onm e nt a l La w
Re vie w , v. 16, p. 8- 9,1992.
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" As norm as definidoras de direit os e garant ias fundam ent ais t êm aplicação im ediat a"
( Const it uição da República, art . 5°, § 1°) .
99
BROOKS, Richard O. A const it ut ional right t o a healt hful environm ent , cit ., p. 1107.
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100
TRI BE, Laurence H. Am e r ica n Con st it u t iona l La w . 3. ed., v. 1. New York:
Foundat ion Press, 2000, p. 16.
101
PRI EUR, Michel. Op. cit , p. 65.
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Daí que ao Est ado não rest a m ais do que um a única hipót ese
de com port am ent o: na form ulação de polít icas públicas e em
procedim ent os decisórios individuais, opt ar sem pre, ent re as várias
alt ernat ivas viáveis ou possíveis, por aquela m enos gravosa ao equilíbrio
ecológico, avent ando, inclusive, a não- ação ou m anut enção da int egridade
do m eio am bient e pela via de sinal verm elho ao em preendim ent o
propost o.
102
SAX, Joseph L. The search for environm ent al right s, cit ., p. 95.
103
SCHLI CKEI SEN, Rodger. Op. cit ., p. 222.
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Por derradeiro, ent re t ant os out ros benefícios subst ant ivos da
const it ucionalização, é possível am pliar os canais de part icipação pública,
sej am os adm inist rat ivos, sej am os j udiciais, nesse últ im o caso, com o
afrouxam ent o do form alism o individualist a, que é a m arca da legit im ação
para agir t radicional 104 . Em alguns casos, conform e a dicção ut ilizada pelo
legislador const it ucional, essa legit im ação am pliada pode vir a ser
aut om at icam ent e aceit a pelo Poder Judiciário, sem necessidade de
int ervenção legislat iva.
104
Conform e, nesse pont o, BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. A insurreição da aldeia global
cont ra o processo civil clássico. Apont am ent os sobre a opressão e a libert ação j udiciais
do m eio am bient e e do consum idor. I n: MI LARÉ, Edis. Açã o civil pú blica : Lei 7.347/ 85
– rem iniscências e reflexões após dez anos de aplicação. São Paulo: Revist a dos
Tribunais, 1995, p. 70- 151.
105
ANTI EAU, Chest er Jam es; RI CH, William J. M ode r a con st it ut ion a l la w . 2. ed., v. 3.
St . Paul: West Group, 1997, p. 660.
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São esses, ent ão, alguns dos benefícios subst ant ivos,
m at eriais ou int ernos da const it ucionalização do regim e am bient al. Serão
vist os, em seguida, out ros benefícios, de cunho form al ( ou ext erno) , ist o
é, vant agens que se dest acam no t erreno da com preensão ou realização
form al da t ut ela j urídica do m eio am bient e.
A regra const it ucional vem dot ada, com o m arca ext erior das
m ais relevant es, de preem inência e proem inência 106 ; aquela, significando
superioridade, at ribui- lhe posição hierárquica superior, dem andando
obediência est rit a do ordenam ent o que lhe é inferior; est a, indicando
percept ibilidade, confere- lhe visibilidade m áxim a no anfit eat ro superlot ado
das norm as que com põem o sist em a legal de um país.
106
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Con st it u içã o da Re pú blica
Por t u gu e sa a n ot a da . 3. ed. Coim bra: Coim bra Ed., 1993, p. 45- 46.
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com unit ário" 107 . Trat a- se, por conseguint e, de norm a superior na
hierarquia legislat iva; sant uário legislat ivo dot ado de preem inência
norm at iva ( Canot ilho) , pois cuida de valores fundam ent ais da sociedade.
Sobre ela, diz- se ser um m odelo para os cidadãos, propiciando, por t udo
isso, um cat alisador de um a m oralidade ecológica 108 e um a m aior
probabilidade de conhecim ent o, especialm ent e pelos im plem ent adores
( Adm inist ração e Judiciário) .
107
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo. 9. ed. São Paulo:
Malheiros, 1994, p. 41.
108
SCHLI CKEI SEN, Rodger. Op. cit ., p. 222.
109
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Op. cit ., p. 45- 46.
110
NEURAY, Jean- François. D r oit de l'Envir on n e m e n t . Bruxelles: Bruylant , 2001, p.
149.
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111
FREYFOGLE, Eric T. Should we green t he bill? Un ive r sit y of I llinois La w Re vie w , p.
166, 1992.
112
FERNANDES, Edesio. Const it ut ional environm ent al right s in Brazil. I n: BOYLE, Alan E.;
ANDERSON, Michael R. ( eds.) . H u m a n r igh t s a ppr oa ch e s t o e nvir on m e n t a l
pr ot e ct ion. Oxford: Clarendon Press, 1996, p. 275.
113
BRANDL, Ernst ; BUNGERT, Hart win. Const it ut ional ent renchm ent of environm ent al
prot ect ion: a com parat ive analysis of experiences abroad. H a r va r d En vir onm e nt a l La w
Re vie w , v. 16, p. 84, 1992.
114
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo, cit ., p. 47.
115
Const it uição da República, art . 5º , § 2°, e art . 6 0, § 4º , I V.
116
Const it uição da República, art . 60.
27
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117
BONAVI DES, Paulo. Cu r so de dir e it o const it u ciona l. 5. ed. São Paulo: Malheiros, p.
74.
118
BRANDL, Ernst ; BUNGERT, Hart win. Op. cit ., p. 83.
119
Ant es de 1988, prot egia- se o m eio am bient e apenas pela força da lei; assim , p. ex., o
Código Florest al de 1965, a Lei de Prot eção à Fauna de 1967 ( ant igo Código de Caça) e a
Lei da Polít ica Nacional do Meio Am bient e.
28
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resguardo de valores essenciais 120 , firm ando- se, a part ir daí, um a ordem
pública am bient al const it ucionalizada, t em as que serão abordados m ais
adiant e.
120
FAVOREU, Louis et al. D r oit con st it u t ionn e l. Paris: Dalloz, 1998, p. 343 e 345.
121
Essa facet a da const it ucionalização m e foi lem brada por Rogério Cam pos, à época
est udant e de graduação da UnB, durant e palest ra que proferi no Superior Tribunal de
Just iça, em Brasília, em 10 de m aio de 2001.
122
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo, cit ., p. 47.
123
THOMPSON JR., Bart on H. Op. cit ., p. 906.
124
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo, cit ., p. 48.
125
Const it uição da República, art . 103, § 2°.
29
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
respeit ada a legit im ação at iva em num erus clausus previst a no art . 103 da
Const it uição brasileira.
126
NEURAY, Jean- François. Op. cit ., p. 149.
127
LADEUR, Karl Heinz; PRELLE, Rebecca. Environm ent al assessem ent and j udicial
approaches t o procedural errors: a European and com parat ive law analysis, cit ., p. 26.
30
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
128
Acert adam ent e lem brava Pont es de Miranda que " O processo econôm ico é o m ais
inst abilizador, revolvent e, m óvel, de t odos, excet o a Moda" ( Com e nt á r ios à
Con st it u içã o de 1 9 6 7 .t .I . São Paulo: Revist a dos Tribunais, 1967, p. 313) .
129
KI SS, Alexandre; SHELTON, Dinah. M a n ua l of Eu r ope a n En vir onm e n t a l La w . Op.
cit ., p. 9.
130
Fenôm eno est e que sucede at é m esm o em nações com fort e t radição const it ucional.
É o caso, p. ex., da pífia aplicação que se faz nos Est ados Unidos das norm as de prot eção
am bient al inseridas nas Const it uições dos Est ados federados. Nem m esm o Est ados com
disposit ivos const it ucionais inequívocos são poupados. É em blem át ico o caso da
Pennsylvania, cuj a Const it uição assim dispõe: " O povo t em o direit o ao ar lim po, água
pura, e à preservação dos valores nat urais, paisagíst icos, hist óricos e est ét icos do m eio
am bient e. Os recursos nat urais públicos são propriedade com um de t odas as pessoas,
incluindo as fut uras gerações. Com o deposit ário ( t rust ee) desses recursos, o Est ado deve
conservá- los e m ant ê- los para o benefício de t odos" ( art . I , § 27) . Com o bem resum e
31
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
William Rodgers, na Pensilvânia e em out ros Est ados que const it ucionalizaram a prot eção
do m eio am bient e, t ais norm as não encont raram m aior ressonância prát ica ou
j urisprudencial, " algum as delas sendo explicit am ent e sepult adas por decisões j udiciais
sob o argum ent o de que t ais disposit ivos não seriam aut o- execut áveis" ( En vir onm e n t a l
la w , cit ., p. 66) .
131
Um a das m elhores análises da experiência est rangeira pode ser encont rada em
BRANDL, Ernst ; BUNGERT, Hart win. Op. cit ., p. 83.
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33
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133
COMPARATO, Fábio Konder. O papel do j uiz na efet ivação dos direit os hum anos. I n:
D ir e it os hu m a n os: visões cont em porâneas. São Paulo: Associação de Juízes para a
Dem ocracia, 2001, p. 16.
34
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134
KI SS, Alexandre; SHELTON, Dinah. M a n ua l of Eu r ope a n Envir onm e n t a l La w , cit .,
p. 36.
135
Nesse sent ido, vej a- se que a Lei da Polít ica Nacional do Meio Am bient e ( Lei n.
6.938/ 81) define m eio am bient e com o " o conj unt o de condições, leis, influências e
int erações de ordem física, quím ica e biológica, que perm it e, abriga e rege a vida em
t odas as suas form as" ( art . 3º , I – grifou- se) .
35
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
Não é, pois, sem razão, que José Afonso da Silva afirm a que
t odo o " capít ulo do m eio am bient e é um dos m ais im port ant es e
avançados da Const it uição de 1988" 136 ; nesse sent ido, salient a Vladim ir
Passos de Freit as que o const it uint e " dedicou ao t em a, ant es não t rat ado
a nível const it ucional, t odo um Capít ulo" , além de t er inovado " na form a
de repart ição de poderes" 137 .
Capít ulo dos m ais m odernos, casado à dem ocrát ica divisão de
com pet ências legislat ivas e de im plem ent ação no t erreno am bient al, e a
t rat am ent o j urídico abrangent e, a t ut ela do m eio am bient e, com o será
analisado, não foi aprisionada som ent e no art . 225. Na verdade, salt ou- se
do est ágio da m iserabilidade ecológico- const it ucional, própria das
Const it uições liberais ant eriores, para um out ro que, de m odo adequado,
pode ser apelidado de opulência ecológico- const it ucional. Um feit o e
136
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo, cit ., p. 717.
137
FREI TAS, Vladim ir Passos de. D ir e it o a dm in ist r a t ivo e m e io a m bie nt e . Curit iba:
Juruá, 2004, p. 31.
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
t ant o, que m uit o deve àqueles que, no Brasil e lá fora, im pulsionados pela
m issão de " celebração da vida" , para usar as palavras de Tribe 138 ,
insurgiram - se cont ra a ordem j urídica ant inat ureza e, pelo m enos
form alm ent e, venceram .
138
TRI BE, Laurence H. From environm ent al foundat ions t o const it ut ional st ruct ures:
learning from nat ure's fut ure. I n: Ya le La w Jou r n a l, v. 84, 1975, p. 549.
139
Conform e, por exem plo, o art . 186, I I , da Const it uição da República.
140
Sobre ação popular am bient al, LEI TE, José Rubens Morat o. Ação popular: um
exercício de cidadania am bient al. Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, v. 17, p. 123- 140,
j an./ m ar. 2000.
141
BARROSO, Luis Robert o. A prot eção do m eio am bient e na Const it uição brasileira.
Re vist a For e n se , v. 317, p. 177,1992.
37
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
142
Aliás, essas duas razões não aparecem som ent e ent re nós; nesse sent ido, HOWARD,
A. E. Dick. The indet erm inacy of const it ut ions, cit ., p. 405.
143
MI LARÉ, Edis. D ir e it o do a m bie n t e . São Paulo: Revist a dos Tribunais, 2000, p. 211.
38
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
144
BRANDL, Em st ; BUNGERT, Hart win. Op. cit ., p. 21.
145
" Em bora não cont em plado expressam ent e o bem j urídico 'am bient e' no at ual t ext o
const it ucional, ele est á ínsit o no direit o fundam ent al à vida, nos t erm os do art . 153 da
Const it uição vigent e" ( CABRAL, Arm ando. Direit o ao m eio am bient e com o direit o
fundam ent al const it ucionalizado. Re vist a de D ir e it o Agr á r io e M e io Am bie n t e , ano I I ,
n. 2, p. 12, ago. 1987. ( grifou- se)
146
Cf. FERNANDES, Edesio. Op. cit ., p. 268. Segundo Hélio Gom es, " É axiom a popular
que a saúde é o m aior e o m elhor bem da vida" ( GOMES, Hélio. Direit o de cura. D ir e it o,
v. 15, 1942, p. 90) . E cont inua: " Sendo assim um bem t ão est im ável, a saúde não
poderia deixar de ser legalm ent e prot egida e am parada. E o foi. Os países civilizados
criaram o cham ado – DI REI TO À SAÚDE – const it ucionalm ent e consagrado ent re nós pela
Cart a Magna de 1937, em bora leis ant eriores j á cuidassem da m at éria" ( p. 92) . Ao
cont rário do m eio am bient e, a saúde foi form alm ent e t rat ada, sob vários enfoques, por
diversas Const it uições ant eriores a 1988 ( ELI AS, Paulo Eduardo. A saúde com o polít ica
social no Brasil, cit , p. 136) .
147
Sobre a evolução da " saúde" à " eco- saúde" , cf. JACQUEMI N, Dom inique. Écologie ,
Ét h ique e t Cr é a t ion: de la Mode Vert e à l'Ét ique Écologique, Louvain- la- Neuve, Art el.
Fides, 1994, p. 157- 161.
148
A Const it uição de 1969 previa, expressam ent e, a com pet ência da União para legislar
sobre " defesa e prot eção da saúde" ( art . 8º , XVI I , c, in fine) e " produção e consum o"
( art .8º , XVI I , d) .
149
MOREI RA NETO, Diogo de Figueiredo. Polít ica agrícola e fundiária e ecologia. Re vist a
For e n se , v. 317, p. 74, 1992.
39
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150
Para Feldm ann e Cam ino, " Nas Const it uições ant eriores, as norm as am bient ais eram
incipient es, rest ringindo- se a disposit ivos de defesa e prot eção à saúde ou event ual
m enção à preservação do pat rim ônio hist órico e função social da propriedade"
( FELDMANN, Fábio José; CAMI NO, Maria Est er Mena Barret . O direit o am bient al: da
t eoria à prát ica. Re vist a For e n se , v. 317, p. 95,1992) .
151
LEME MACHADO, Paulo Affonso, D ir e it o a m bie n t a l br a sile ir o, cit ., p. 8.
152
I bid., p. 8.
40
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( Lei da Polít ica Nacional do Meio Am bient e) , ainda hoj e dois m arcos
vigent es na evolução do Direit o Am bient al brasileiro.
1 .8 .1 A sa ú de on t e m
153
MELLO FI LHO, José Celso de. Con st it u içã o Fe de r a l a not a da . São Paulo: Saraiva,
1984, p. 40.
154
ELI AS, Paulo Eduardo. Op. cit ., p. 136.
155
A Const it uição da República refere- se à preservação e rest auração de " processos
ecológicos essenciais" ( art . 225, § 1°, I ) ; ev ident em ent e, " essenciais" à sobrevivência do
41
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planet a, com o o conhecem os, concepção que ult rapassa a fórm ula t radicional da
sobrevivência do hom em .
156
Cit em - se dois exem plos concret os. Na Bahia, j á não encont ram os a ararinha- azul em
liberdade. A sua ext inção na nat ureza cert am ent e t eve im pact o zero na vida das pessoas,
e m uit o m enos na sua saúde. Do m esm o m odo, no Equador ( I lhas Galápagos) , das 14
subespécies de t art aruga gigant es, com peso de at é 270 kg, exist ent es em 1535, quando
os europeus chegaram ao local, t rês j á est ão ext int as e um a quart a, a da I lha de Pint a,
t em um só indivíduo sobrevivent e, " Solit ário Jorge" . Qual o im pact o diret o do
desaparecim ent o de Jorge na saúde da população local, do Equador ou m esm o do
m undo? A ext inção de um a espécie é sem pre last im ada, m as quase nunca por suas
conseqüências sanit árias.
42
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1 .8 .2 A sa ú de h oj e
157
LADEUR, Karl Heinz; PRELLE, Rebecca. Environm ent al const it ut ional law, cit ., p. 17.
158
Sobre o m eio am bient e do t rabalho, cf. FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de. Op.
cit ., FERREI RA, Daniela Câm ara; FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de. Direit o
const it ucional ao m eio am bient e de t rabalho seguro e saudável. I n: FI GUEI REDO,
Guilherm e José Purvin de ( org.) , Te m a s de dir e it o a m bie nt a l e u r ba n íst ico. São
Paulo: Max Lim onad, 1998, p. 103- 115. ROCHA, Júlio César de Sá da. Direit o am bient al,
m eio am bient e do t rabalho rural e agrot óxicos. Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, v. 10, p.
106- 122, abr./ j un. 1998.
43
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159
LADEUR, Karl Heinz; PRELLE, Rebecca. Environm ent al const it ut ional law, cit ., p. 27
( grifo no original) .
160
Quant o ao papel da saúde na evolução do am bient alism o nort e- am ericano, cf. o
excelent e MI TMAN, Gregg. I n search of healt h: landscape and disease in am erican
environm ent al hist ory. En vir onm e n t a l H ist or y, v. 10, n. 2, 2005.
44
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161
No m esm o sent ido, na França, FAVOREU, Louis et al. Op. cit ., p. 856.
162
NEURAY, Jean- François. Op. cit ., p. 142.
45
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
163
Na prát ica const it ucional com parada, a previsão de direit os fundam ent ais e de
obj et ivos públicos ( st at em ent s of public policy) são as duas t écnicas m ais ut ilizadas de
t ut ela am bient al. BRANDL, Em st ; BUNGERT, Hart win. Op. cit ., p. 8.
164
Cf. BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. O princípio poluidor- pagador e a reparação do dano
am bient al. I n: BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. ( coord.) . D a n o a m bie n t a l: prevenção,
reparação e repressão. São Paulo: Revist a dos Tribunais, 1993, p. 226- 236.
165
Const it uição da República, art . 225, § 1°, I V.
166
Const it uição da República, art . 129, I I I , e § 1º .
167
Const it uição da República, art . 225, § 4º .
46
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168
Const it uição da República, art . 225, § 1°, I .
169
Const it uição da República, art . 5º , caput .
170
Est abelece a Const it uição que ao Sist em a Único de Saúde, dent re out ras at ribuições,
com pet e " part icipar do cont role e fiscalização da produção, t ransport e, guarda e
47
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de propriedade com função Social 171 , direit o à inform ação 172 , direit os dos
povos indígenas 173 , direit o ao exercício da ação popular 174 e ação civil
pública 175 , para cit ar alguns) .
Form alm ent e, direit os fundam ent ais são aqueles que,
reconhecidos na Const it uição ou em t rat ados int ernacionais 177 , at ribuem
ao indivíduo ou a grupos de indivíduos um a garant ia subj et iva ou pessoal.
ut ilização de subst âncias e produt os psicoat ivos, t óxicos e radioat ivos" ( art . 200, VI I –
grifou- se) , bem com o " colaborar na prot eção do m eio am bient e, nele com preendido o do
t rabalho" ( art . 200, VI I I – grifou- se) .
171
Const it uição da República, art . 5°, XXI I I , e art . 186, I I .
172
Const it uição da República, art . 5°, XI V e XXXI I I .
173
" São t erras t radicionalm ent e ocupadas pelos índios as por eles habit adas em carát er
perm anent e, as ut ilizadas para suas at ividades produt ivas, as im prescindíveis à
preservação dos recursos am bient ais necessários á seu bem - est ar e as necessárias a sua
reprodução física e cult ural, segundo seus usos, cost um es e t radições" ( Const it uição da
República, art . 231, § 1º – grifou- se) .
174
Const it uição da República, art . 5º , LXXI I I .
175
Const it uição da República, art . 129, I I I , e § 1º .
176
No t em a, cf. BROOKS, Richard O. Op. cit ., p. 1104. BRANDL, Ernst ; BUNGERT,
Hart win. Op. cit ., p. 1992.
177
FAVOREU, Louis et al. D r oit con st it u t ionn e l, cit ., p. 780.
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São variegadas as t eorias j urídicas que buscam j ust ificá- los e explicá- los,
não cabendo, no espaço lim it ado do present e ensaio, exam iná- las 178 .
Com o direit o fundam ent al, lem bra Crist iane Derani, o m eio
am bient e ecologicam ent e equilibrado é " result ado de fat ores sociais que
perm it iram e at é m esm o im puseram a sua crist alização sob form a
j urídica, explicit ando a sua relevância para o desenvolvim ent o das
relações sociais" 181 . Na dout rina, a valoração dogm át ica desse direit o não
é uniform e. Alguns o consideram " direit o da personalidade e,
sim ult aneam ent e, com o um direit o e um a garant ia const it ucional" 182 , ou
sej a, direit o fundam ent al na visão da Const it uição de 1988 e direit o da
personalidade, na perspect iva do Direit o Privado. Out ros o reput am ,
178
Para um a concisa análise dessas várias t eorias, cf. BRANDL, Ernst ; BUNGERT,
Hart win. OD. cit ., p. 9.
179
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Op. cit ., p. 37. No m esm o
sent ido, Milaré enxerga o direit o ao am bient e sadio com o " um direit o fundam ent al do
indivíduo" , ist o é, " direit o público subj et ivo, vale dizer, exigível e exercit ável em face do
próprio Est ado, que t êm , t am bém , a m issão de prot egê- lo" ( MI LARÉ, Édis. D ir e it o do
a m bie nt e , cit ., p. 212- 213) . Ainda na m esm a linha, CASTRO, Carlos Robert o de
Siqueira. O direit o am bient al e o novo hum anism o ecológico. Re vist a For e nse , v. 317,
p. 34, 1992 ( " est am os diant e da novíssim a t erceira geração dos direit os hum anos" ) .
COSTA NETO, Nicolao Dino de Cast ro. Pr ot e çã o j ur ídica do m e io a m bie nt e . Belo
Horizont e: Del Rey, 2003, p. 103 e " 121. ANTUNES, Paulo de Bessa. D ir e it o a m bie n t a l.
Rio de Janeiro: Lum en Juris, 1996, p. 37. No Direit o it aliano, MEZZETTI , Luca. La
" Cost it uzione dell'Am bient e" . I n: M a n ua le di dir it t o a m bie n t a le . Padova: CEDAM,
2001, p. 85- 142.
180
MI RRA, Álvaro Luiz Valery. Açã o civil pública e a r e pa r a çã o do da no a o m e io
a m bie nt e . São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 53- 58.
181
DERANI , Crist iane. Meio am bient e ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e
princípio da at ividade econôm ica. I n: FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de ( org.) .
Te m a s de dir e it o a m bie n t a l e ur ba n íst ico. São Paulo: Max Lim onad, 1998, p. 92.
182
RAPOSO, Mário. O direit o ao am bient e com o direit o fundam ent al. I n: Ce nt r o de
Est u a dos Ju diciá r ios, Te x t os, Am bie n t e , Lisboa , 1994, p. 115.
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sim ult aneam ent e, direit o e princípio, ou, ainda, encarnação de direit o
hum ano 183 ou de direit o subj et ivo 184 ao m eio am bient e ecologicam ent e
equilibrado. De t oda sort e, t odas essas posições t êm em com um a
inclusão da prot eção am bient al no plano m ais elevado do caderno de
direit os reconhecido aos cidadãos.
sent ido percept ivo e não apenas program át ico; vale por si
m esm o, sem dependência da lei. A ult erior regulam ent ação
ou desenvolvim ent o pelo legislador ordinário aj udará
som ent e a densificar a sua exeqüibilidade. Vincula, desde
logo, t odas as ent idades públicas e privadas 187 .
183
Concepção est a que corre o risco de aprisionar a t ut ela do m eio am bient e em cam isa
de força ant ropocênt rica, excet o se, ao revisit á- la, est rut uralm ent e expandirm os a noção
de direit o hum ano para além de sua com preensão t radicional, t ransform ando- o num
direit o de salvaguarda, a um só t em po, do ser hum ano e do m eio em que vive; cf., nesse
pont o, PRI - EUR, Michel. Op. cit ., p. 64.
184
Sobre os direit os const it ucionais com o direit os subj et ivos, cf. ALEXY, Robert . Te or ia
de los de r e ch os fu nda m e n t a le s, cit ., p. 111- 162.
185
Prim ariedade est a que, para alguns, t em sent ido absolut o, conquant o o direit o ao
m eio am bient e ecologicam ent e equilibrado " se encont ra acim a de qualquer out ro direit o
post o que diz respeit o à garant ia da vida" ( OLI VEI RA, Helli Alves de. I nt ervenção est at al
na propriedade privada m ot ivada pela defesa do m eio am bient e. Re vist a For e nse , v.
317, p. 141, 1992) .
186
No Direit o it aliano, sobre o princípio da prim ariedade do am bient e cf. CECCHETTI ,
Marcello. Pr in cipi cost it u zion a li pe r la t ut e la de ll’a m bie n t e . Milano: Giufrrè, 2000, p.
85- 116.
187
RAPOSO, Mário. Op. cit ., p. 115. A Const it uição da República, no seu art . 5°, § 1°,
não deixa dúvida a esse respeit o: " As norm as definidoras de direit os e garant ias
fundam ent ais t êm aplicação im ediat a" . Apreciando o sent ido de t al disposit ivo, lem bra
Eros Robert o Grau, com o exem plar discernim ent o de sem pre, que " I sso significa que
t ais norm as devem ser im ediat am ent e cum pridas pelos part iculares, independent em ent e
da produção de qualquer at o legislat ivo ou adm inist rat ivo. Significa, ainda, que o Est ado
t am bém deve pront am ent e aplicá- las, decidindo pela im posição do seu cum prim ent o,
independent em ent e da produção de qualquer at o legislat ivo ou adm inist rat ivo, e as
50
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
t ornando j urídica ou form alm ent e efet ivas" ( cf. GRAU, Eros Robert o. A or de m
e conôm ica n a Con st it u içã o de 1 9 8 8 , cit ., p. 250) .
188
SI LVA, José Afonso da. Cu r so de dir e it o con st it u ciona l posit ivo, cit ., p. 166.
51
A12
Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
privat izem o m eio am bient e, bem com o aqueles que cont enham m ais do
que renúncia a obrigações acessórias ou concessão de benefícios
t em porais ( p. ex., prazo razoável para a recuperação do dano causado ou
para a inst alação de equipam ent os de cont role de em issões) , cruzam a
linha divisória ent re o adm issível e o inadm issível, em m at éria de padrão
const it ucional brasileiro.
189
É " o at o j urídico st rict o sensu, adm inist rat ivo ou const ant e da lei, pelo que se
desvest e de sua dest inação pública o bem , para fazê- lo volver à cat egoria de propriedade
privada" ( PONTES DE MI RANDA. Com e n t á r ios à Con st it u içã o de 1 9 6 7 .t .I . São Paulo:
Revist a dos Tribunais, 1967, p. 451) .
52
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
190
Advert e Pont es de Miranda que nas Const it uições " há regras de form a" e " regras de
fundo" ( I bid., p. 287 – ( grifo no original) ; poder- se- ia acrescent ar, na perspect iva da
prot eção do m eio am bient e, que há regras que est abelecem o cont eúdo de direit os e
obrigações am bient ais e regras que det erm inam a form a de exercício e t ut ela desses
m esm os direit os e obrigações.
191
THOMPSON JR., Bart on H. Op. cit ., p. 920.
53
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
192
FREYFOGLE, Eric T. Op. cit ., p. 161.
193
Referindo- se às obrigações negat ivas, Jellinek, no início do século XX, j á afirm ava que
os direit os fundam ent ais t raduzem - se em sit uações ou funções que vão do st at us
negat ivus ao st at us posit ivus e ao st at us act ivus. Na prim eira cat egoria, t em os direit os
de carát er defensivo cont ra o Est ado, visando resguardar cert a esfera de liberdade do
cidadão ( direit os de prim eira geração) ; bem m ais t arde, na evolução const it ucional,
aparecem os direit os a um a prest ação posit iva ( segunda geração) ; e, finalm ent e,
exist em os direit os que asseguram ao indivíduo a part icipação at iva na form ação da
vont ade do Est ado ( apud FAVOREU, Louis et al. Op. cit ., p. 789) ; cf., t am bém , ALEXY,
Robert . Te or ía de los de r e chos fu n da m e n t a le s, cit ., p. 163- 177.
194
Sobre o m eio am bient e com o bem de uso com um do povo, cf. o excelent e MI RRA,
Álvaro Luiz Valery. Açã o civil pú blica e a r e pa r a çã o do da no a o m e io a m bie n t e, cit .,
p. 37- 39.
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
" Da Ordem Social" ( ao lado da seguridade social, saúde, educação, cult ura
e desport o, ciência e t ecnologia, com unicação social, fam ília, criança,
adolescent e e idoso, e índios) , a prot eção do m eio am bient e
ecologicam ent e equilibrado é t ida, ent re os brasileiros, com o um direit o
fundam ent al 195 . Lem bra, corret am ent e, Ney de Baixos Bello Filho que se
est á diant e de " direit o fundam ent al, quer na dim ensão real ou t eórica,
quer na dim ensão posit iva" , t ant o m ais após 1988 196 . A fundam ent alidade
do direit o j ust ifica- se, prim eiro, em razão da est rut ura norm at iva do t ipo
const it ucional ( " Todos t êm direit o ..." 197 ) ; segundo, na m edida em que o
rol do art . 5º , sede principal de direit os e garant ias fundam ent ais, por
força do seu § 2° 198 , não é exaust ivo ( direit os fundam ent ais há – e m uit os
– que não est ão cont idos no art . 52) ; t erceiro, porquant o, sendo um a
ext ensão m at erial ( pois salvaguarda suas bases ecológicas vit ais) do
direit o à vida 199 , garant ido no art . 5º , caput , reflexam ent e, recebe dest e
as bênçãos e aconchego 200 , com o advert e a boa lição de Nicolao Dino,
195
Cf., no m esm o sent ido, CASTRO, Carlos Robert o de Siqueira. Op. cit ., p. 34 ( " est am os
diant e da novíssim a t erceira geração dos direit os hum anos" ) ; COSTA NETO, Nicolao Dino
de Cast ro. Op. cit ., p. 103 e 121. No Direit o it aliano, cf. MEZZETTI , Luca. La
" Cost it uzione dell'Am bient e" . I n: M a n ua le di dir it t o a m bie n t a le , cit , p. 85- 142.
196
BELLO FI LHO, Ney de Barros. Te or ia do dir e it o e e cologia : apont am ent os para um
direit o am bient al no século XXI . I n: FERREI RA, Heline Sivini Ferreira; LEI TE, José Rubens
Morat o. Est a do de dir e it o a m bie nt a l: t endências. Rio de Janeiro: Forense
Universit ária, 2004, p. 103. No m esm o sent ido, cf. DERANI , Crist iane. Meio am bient e
ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e princípio da at ividade econôm ica, cit .,
p. 91.
197
Const it uição da República, art . 225, caput – grifou- se.
198
" Os direit os e garant ias expressos nest a Const it uição não excluem out ros decorrent es
do regim e e dos princípios por ela adot ados, ou dos t rat ados int ernacionais em que a
República Federat iva do Brasil sej a part e" ( art . 52, § 2º ) .
199
Na m esm a linha, Dem et rio Loperena Rot a assevera que a prot eção do m eio am bient e
ecologicam ent e equilibrado é " um direit o vinculado à própria vida hum ana ( ...) . O m eio
am bient e adequado precede logicam ent e ao próprio Direit o: sem m eio am bient e
adequado não há vida hum ana, nem sociedade, nem Direit o" ( Los pr in cipios de l
de r e cho a m bie n t a l. Madrid: Civit as, 1998, p. 51- 52) ; cf., t am bém , Crist iane Derani,
para quem " O direit o ao m eio am bient e ecologicam ent e equilibrado e um direit o à vida e
à m anut enção das bases que a sust ent am " , ou, por out ras palavras, " O direit o
fundam ent al do m eio am bient e prot egido é um desdobram ent o do direit o fundam ent al à
vida" ( Meio am bient e ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e princípio da
at ividade econôm ica, cit ., p. 97) .
200
Ret irar a t ut ela am bient al da salvaguarda vida não deixa de apresent ar desafios,
com o j á not am os, pois há de se evit ar que um a vinculação t ão est reit a a int eresses
hum anos im ediat os não acabe, por força de um apelo ut ilit arist a, desfigurando a própria
valorização e reposicionam ent o que se pret ende o ordenam ent o at ribua ao m eio
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direit os que não se dest inam especificam ent e à prot eção dos
int eresses de um indivíduo, de um grupo ou de um
det erm inado Est ado. Têm prim eiro por dest inat ário o gênero
hum ano m esm o, num m om ent o expressivo de sua afirm ação
com o valor suprem o em t erm os de exist ência concret a 203 .
Trat a- se de direit o, com o at rás vist o, com est rut ura bifront e, a
um só t em po negat iva – associado a um non facere – e posit iva, ist o é,
um direit o que com anda prest ações posit ivas do Est ado e da sociedade 204 .
É direit o de exercício colet ivo ( art . 129, I I I , e § 1°) , m as t am bém
individual, não se perdendo a caract eríst ica unit ária do bem j urídico
am bient al – cuj a t it ularidade reside na com unidade ( " t odos" ) – ao
am bient e ( cf. GRAVELLE, Ryan K. Enforcing t he elusive: environm ent al right s in East
European const it ut ions. I n: Vir ginia Envir onm e n t a l La w Jou r n a l, v. 16,1997, p. 638) .
201
COSTA NETO, Nicolao Dino de Cast ro. Op. cit ., p. 17. Na m esm a linha, Milaré defende
que " ( ...) a prot eção ao m eio am bient e é pressupost o para o at endim ent o de out ro valor
fundam ent al – o direit o à vida" ( MI LARÉ, Edis. D ir e it o do a m bie nt e , cit ., p. 213) .
202
Para um a análise das facet as geracionais dos direit os hum anos, em especial quant o
ao m eio am bient e, cf. PORTANOVA, Rogério. Direit os hum anos e m eio am bient e: um a
revolução de paradigm a para o século XXI . I n: BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. ( org.) . 1 0
a nos da ECO- 9 2 : o Direit o e o desenvolvim ent o sust ent ável. São Paulo: I m prensa
Oficial, 2002, p. 681- 694.
203
BONAVI DES, Paulo. Cu r so de dir e it o const it u ciona l, cit ., p. 523.
204
MI RANDA, Jorge. Op. cit ., p. 477.
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É por isso que se diz que " o art igo 225 é, na verdade, um a
sínt ese de t odos os disposit ivos am bient ais que perm eiam a
Const it uição" 207 . Sínt ese que não im plica t ot alidade ou referência única.
Em rigor, os fundam ent os do art . 225 não est ão ilhados, pois ligam - se, de
form a um bilical, à própria prot eção à vida e saúde 208 , à salvaguarda da
dignidade da pessoa hum ana 209 e à funcionalização ecológica da
propriedade 210 .
205
DI AS, José Eduardo de Oliveira Figueiredo. Op. cit ., p. 37.
206
Sobre o m eio am bient e do t rabalho, cf. FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de.
D ir e it o a m bie n t a l e a sa ú de dos t r a ba lha dor e s. São Paulo: LTr, 2000. ROCHA, Júlio
César de Sá da. Direit o am bient al, m eio am bient e do t rabalho rural e agrot óxicos.
Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, v. 10, p. 106- 122, abr./ j un. 1998.
207
FELDMANN, Fábio José; CAMI NO, Maria Est er Mena Barret . Op. cit ., p. 105.
208
Const it uição da República, art . 5°.
209
Const it uição da República, art . 3°. Sobr e a dignidade da pessoa hum ana, no quadro
const it ucional brasileiro, cf. GRAU, Eros Robert o. A or de m e conôm ica na Con st it u içã o
de 1 9 8 8 , cit ., p. 216- 218.
210
Const it uição da República, art . 186, I I .
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Mas dizer do direit o não é o m esm o que nom ear o seu t it ular
ou beneficiário. A verbalização da norm a const it ucional se dá com o uso
211
SYMONI DES, Janusz. The hum an right t o a clean, balanced and prot ect ed
environm ent . I n: I n t e r n a t iona l Jou r n a l of Le ga l I n for m a t ion , v. 20, n. 1,1992, p.
29.
212
CHI APPI NELLI , John A. Op. cit ., p. 601.
213
I bid.,p. 611.
214
PONTES DE MI RANDA. Op. cit ., p. 451.
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do vocábulo " t odos" . Mas que t odos? Um a prim eira int erpret ação,
rest rit iva, vê aí apenas os brasileiros e est rangeiros resident es no País 215 .
Com o bem lem bra Jorge Miranda, " os direit os, liberdades e
garant ias pessoais e os direit os econôm icos, sociais e cult urais com uns
t êm a sua font e ét ica na dignidade da pessoa, de t odas as pessoas" 217 . Ao
t urist a est rangeiro preso em pleno Carnaval por acaso se negará prot eção
cont ra a t ort ura, ou cont ra a aplicação de penas vexat órias? É cert o que o
art . 5°, caput , refere- se aos " brasileiros e est rangeiros resident es no
País" , m as t al norm a há de ser int erpret ada em sint onia com o rest o da
Const it uição, not adam ent e a prot eção genérica conferida pelo art . 1° à
dignidade da pessoa hum ana.
215
Cf., p. ex., FI ORI LLO, Celso Ant ônio Pacheco. Cu r so de dir e it o a m bie nt a l
br a sile ir o. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 11.
216
Sobre a concepção universalist a do Direit o Am bient al, cf. PRI EUR, Michel. D r oit de
l'e n vir on ne m e n t . Op. cit ., p. 14- 15.
217
MI RANDA, Jorge. Op. cit ., p. 167 ( grifo no original) .
218
I bid., p. 169.
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219
" A educação, direit o de t odos e dever do Est ado e da fam ília ( ...) " ( art . 205 – grifou-
se) . Ou, ainda, no âm bit o da cult ura: " O Est ado garant irá a t odos o pleno exercício dos
direit os cult urais ( ...) " ( art . 215, caput – grifou- se) .
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
Por out ro lado, cada vez m ais os cient ist as se dão cont a de
que os sist em as nat urais não são t ão previsíveis com o dão a ent ender as
expressões populares, do t ipo " equilíbrio ecológico" ou " equilíbrio da
nat ureza" . Na verdade, o equilíbrio ecológico, no sent ido ut ilizado pela
Const it uição, ant es de ser est át ico, é um sist em a dinâm ico. Não é obj et ivo
220
RODRI GUES, Marcelo Abelha. I n st it u içõe s de dir e it o a m bie n t a l, v. 1. São Paulo:
Max Lim onad, 2002, p. 61
221
LAI TOS, Jan G. Nat ural resources law: cases and m at erials. St . Paul: West Publishing
Co., 1985, p. 80.
61
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1 .9 .1 .4 Qu a lida de de vida
222
PRI EUR, Michel. D r oit de l’e nvir on ne m e nt , cit ., p. 4.
223
GRAD, Frank P. En vir onm e n t a l la w . 3. ed. New York: Mat t hew Bender, 1985, p. 2.
62
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
224
Cf. LADEUR, Karl Heinz; PRELLE, Rebecca. Environm ent al const it ut ional law, cit ., p. 18
225
Cornucópia, sím bolo da agricult ura e do com ércio, era um a figura m it ológica, que
represent ava a abundância.
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226
" A t erra é azul" , exclam ou Yuri Gagarin, prim eiro hom em a ent rar em órbit a da Terra,
em 1961. A visão do planet a à dist ância com o um globo azul, int egral e frágil, causou
im pact o m undial, pois reforçou o sent im ent o de que pert encíam os a um único m undo.
Sent im ent o est e que foi acom panhado pela " crescent e consciência da necessidade de se
responsabilizar por ele" ( LENCI ONI , Sandra. Re giã o e ge ogr a fia . São Paulo: Edusp,
1999, p. 148) , não m ais com o espaço hum ano delim it ado e regido pelos m arcos do
direit o de propriedade e das front eiras polít icas.
227
FI ORI LLO, Celso Ant ônio Pacheco. Cu r so de dir e it o a m bie n t a l br a sile ir o, cit ., p.
17.
228
COMPARATO, Fábio Konder. O papel do j uiz na efet ivação dos direit os hum anos, cit .,
p. 16.
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relevant e, não é suficient e para com preender- se e aceit ar- se a prom oção
do m eio am bient e com o um bem j urídico fundam ent al" 229 , o const it uint e
fez em beber, no t ext o da Const it uição, disposit ivos claram ent e dot ados de
filiação não ant ropocênt rica.
229
COSTA NETO, Nicolao Dino de Cast ro. Op. cit ., p. 17.
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1 .9 .2 Té cn ica dos de ve r e s fu n da m e n t a is
230
KI SS, Alexandre; SHELTON, Dinah. M a n ua l of Eu r ope a n Envir onm e n t a l La w , cit .,
p. 36.
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Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
231
" Poder Público é expressão genérica que se refere a t odas as ent idades t errit oriais
públicas" ( SI LVA, José Afonso da. D ir e it o a m bie nt a l con st it u ciona l, cit ., p. 49 –
grifou- se) , vert icalm ent e nos t rês níveis da federação ( União, Est ados e Municípios) e
horizont alm ent e nos t rês Poderes ( Legislat ivo, Execut ivo e Judiciário) ; cf., ainda,
I HERI NG, Rudolf von. El fin e n e l de r e cho. Buenos Aires: Heliast a, 1978, p. 154- 158.
232
Especificam ent e sobre os deveres das " Unidades da Federação" , cf. CUSTÓDI O, Helit a
Barreira. A qu e st ã o con st it u ciona l: propriedade, ordem econôm ica e dano am bient al.
Com pet ência legislat iva concorrent e. I n: BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. ( coord.) . D a n o
a m bie nt a l: prevenção, reparação e repressão, função am bient al. São Paulo: Revist a dos
Tribunais, 1993, p. 133- 136.
233
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Op. cit ., p. 39.
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m odelo de Est ado int ervencionist a, ao qual são at ribuídas claras e novas
responsabilidades no j ogo ant igo da degradação am bient al.
Nem sem pre, com o dit o acim a, os deveres am bient ais do art .
225 e de out ros disposit ivos da Const it uição Federal ost ent am a m esm a
t it ularidade obrigacional. Por exem plo, o dever de inform ar pode ser, em
det erm inada sit uação, ônus do Poder Público e não do fut uro poluidor,
enquant o nout ras hipót eses pode haver coincidência de posições j urídicas.
234
FREYFOGLE, Eric T. Op. cit ., p. 163.
235
Sobre o relacionam ent o Est ado- sociedade civil, cf. ROSENBLUM, Nancy L.; POST,
Robert C. ( eds.) . Civil socie t y a nd gove r nm e n t . Princet on: Princet on Universit y Press,
2002. SELI GMAN, Adam B. The idea of Civil societ y. New York: The Free Press, 1992.
236
DERANI , Crist iane. Meio am bient e ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e
princípio da at ividade econôm ica, cit ., p. 95.
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237
TRI BE, Laurence H. Am e r ica n Con st it u t iona l La w , cit ., p. 16.
69
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ele degrada- dor ou não, dispost os no art . 225, caput , e § 1°, inj unções
que são bast ant e det alhadas, em oposição a disposit ivos sem elhant es
encont rados em Const it uições est rangeiras, caract erizados pela sua
vagueza 238 . O int uit o do const it uint e, aqui, foi afast ar qualquer dúvida
sobre a índole cogent e das det erm inações dirigidas a t odo o Est ado, na
sua posição bifront e de legislador e de im plem ent ador adm inist rat ivo e
j udicial do ordenam ent o. Do legislador, espera- se que aprove novas leis e
aperfeiçoe as exist ent es, vedada a redução das garant ias am bient ais; do
Poder Judiciário, um a enérgica e rápida aplicação da lei e int erpret ação
conform e a m elhor solução de prot eção do m eio am bient e.
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241
COSTA NETO, Nicolao Dino de Cast ro. Op. cit ., p. 124.
242
No t em a, cf. PAZZAGLI NI FI LHO, Marino. Princípios const it ucionais e im probidade
adm inist rat iva am bient al. Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, v. 17, p. 112- 122, j an./ m ar.
2000.
72
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243
MORAES, Alexandre de. D ir e it o con st it uciona l. 11. ed. São Paulo: At las, 2002, p.
680.
244
BELLO FI LHO, Ney de Barros. Aplicabilidade da lei de im probidade adm inist rat iva à
at uação da adm inist ração am bient al brasileira. Re vist a de D ir e it o Am bie nt a l, v. 18, p.
78, abr./ j un. 2000.
245
BARROSO, Luis Robert o. Op. cit ., p. 177.
246
Sobre os princípios na Const it uição de 1988, cf. FI ORI LLO, Celso Ant ônio Pacheco.
Cu r so de dir e it o a m bie n t a l br a sile ir o, cit ., p. 23- 43.
73
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247
MEDAUAR, Odet e. Op. cit , p. 132.
248
Cf. art . 174.
249
HOWARD, A. E. Dick. Op. cit ., p. 406.
250
DERANI , Crist iane. Meio am bient e ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e
princípio da at ividade econôm ica, cit ., p. 99. No m esm o sent ido, Alexy, para quem ,
" independent em ent e da precisão de sua form ulação, os direit os const it ucionais são
princípios" ( ALEXY, Robert . A t h e or y of con st it u ciona l r igh t s, cit ., p. 388, posfácio) .
74
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251
DERANI , Crist iane. Meio am bient e ecologicam ent e equilibrado: direit o fundam ent al e
princípio da at ividade econôm ica, cit ., p. 100.
252
FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de. A propriedade no direit o am bient al: a
dim ensão am bient al da função social da propriedade, cit .
253
" A propriedade é um a função social que im plica obrigações. Com o t al, lhe é inerent e
um a função ecológica" ( Const it uição de 1991, art . 58) .
254
Const it uição da República, art . 186, I I .
255
Sobre a ecologização da propriedade, cf. BENJAMI N, Ant ônio Herm an. Reflexões sobre
a hipert rofia do direit o de propriedade na t ut ela da reserva legal e das áreas de
preservação perm anent e. I n: I n st it u t o O D ir e it o por um Pla n e t a Ve r de : 5 anos após
a ECO- 92. São Paulo: I m prensa Oficial do Est ado de São Paulo, 1997, p. 11- 36.
256
Sobre os lim it es int ernos e ext ernos do direit o de propriedade, cf. BENJAMI N, Ant ônio
Herm an. Desapropriação, reserva florest al legal e áreas de preservação perm anent e. I n:
FI GUEI REDO, Guilherm e José Purvin de ( org) . Te m a s de dir e it o a m bie n t a l e
u r ba n íst ico. São Paulo: Max Lim onad, 1998, p. 67- 69.
257
Sobre função social da propriedade e m eio am bient e, cf. Ant ônio Herm an. Reflexões
sobre a hipert rofia do direit o de propriedade na t ut ela da reserva legal e das áreas de
preservação perm anent e, cit ., GOMES, Luís Robert o. O princípio da função social da
propriedade e a exigência const it ucional de prot eção am bient al. Re vist a de D ir e it o
Am bie n t a l, v. 17, p. 160- 178, j an./ m ar. 2000. MAGALHÃES, Maria Luísa Faro. Função
social da propriedade e m eio am bient e: princípios reciclados. I n: BENJAMI N, Ant ônio
Herm an V. D a n o a m bie n t a l: prevenção, reparação e repressão. São Paulo: Revist a dos
75
A12
Direit o Const it ucional Am bient al Brasileiro
Por vezes, a voz do const it uint e surge por int erm édio de
obj et ivos públicos vinculant es a serem seguidos pelo Est ado na
form ulação e na aplicação de suas Polít icas Públicas, de qualquer t ipo.
Assim , p. ex., a const rução de um a sociedade livre, j ust a e solidária ( art .
3º , I ) .
Tribunais, 1993, p. 146- 151. BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Função am bient al da
propriedade. Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, v. 9, p. 67- 85, j an./ m ar. 1998.
258
GRAU, Eros Robert o. A or de m e con ôm ica n a Con st it u içã o de 1 9 8 8 , cit ., p. 250
( grifos no original) . Sobre o poder de polícia, cf., dent re out ros aut ores nacionais,
MEDAUAR, Odet e. D ir e it o a dm in ist r a t ivo m ode r n o, cit ., p. 346- 357.
259
Cf. BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. Reflexões sobre a hipert rofia do direit o de
propriedade na t ut ela da reserva legal e das áreas de preservação perm anent e, cit ., p.
11- 36.
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1 .9 .7 Té cn ica dos in st r u m e n t os
A Const it uição prevê vários inst rum ent os am bient ais, com o
áreas prot egidas ( art . 225, § 1º , I I I ) , licenciam ent o am bient al ( art . 225, §
1°, V) , Est udo Prévio de I m pact o Am bient al ( art . 225, § 1°, I V) , sanções
penais e adm inist rat ivas ( art . 225, § 3°) e respons abilidade civil pelo dano
262
am bient al ( art . 225, §§ 2° e 3°) .
Finalm ent e, a Const it uição, sem prej uízo da t ut ela que confere
a t odos os biom as brasileiros, ressalt ou alguns que, ao ver do
const it uint e, reclam am m aior at enção do legislador, do adm inist rador e do
Judiciário.
260
Sobre a conscient ização am bient al, vide: CUSTÓDI O, Helit a Barreira. Direit o à
educação am bient al e à conscient ização pública. Re vist a de D ir e it o Am bie nt a l, v. 18,
p. 38- 56, abr./ j un. 2000.
261
HOWARD, A. E. Dick. The indet erm inacy of const it ut ions, cit ., p. 409.
262
Cf., dent re out ros, BENJAMI N, Ant ônio Herm an V. Responsabilidade civil pelo dano
am bient al. Re vist a de D ir e it o Am bie n t a l, São Paulo, n. 9, p. 5- 52, j an./ m ar, 1998.
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São nom eados com o pat rim ônio nacional 263 o Pant anal, a
Florest a Am azônica, a Mat a At lânt ica, a Serra do Mar e a Zona Cost eira.
263
Const it uição da República, art . 225, § 4°. O propósit o int rodut ório do present e ensaio
não nos perm it e t rat ar aqui dos efeit os desse disposit ivo.
264
VI NCENT- LEGOUX, Marie- Caroline. L'or dr e pu blic: ét ude de droit com pare int erne.
Paris: PUF, 2001, p. 11.
265
Sobre o t em a da ordem pública am bient al, cf. PRI EUR, Michel. D r oit de
l'e n vir on ne m e n t , cit ., p. 56- 57.
266
GRAU, Eros Robert o. A or de m e conôm ica n a Con st it u içã o de 1 9 8 8 , cit ., p. 286.
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respect ivam ent e, nos art s. 5º , XXI I , e 170, caput , da Const it uição. Tal
desordem produz, hist oricam ent e, um rast ro de vít im as – o t rabalhador, o
consum idor e, naquilo que int eressa aqui, o m eio am bient e.
267
PONTES DE MI RANDA, Op. cit ., p. 116.
268
Sobre ordem am bient al, no cam po const it ucional brasileiro, COSTA NETO, Nicolao
Dino de Cast ro. Op. cit ., p. 102- 105.
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Agora, ao cont rário, não se est á diant e de sim ples releit ura da
ordem privada, a part ir de um conj unt o ext erno e incert o de vet ores
públicos, m as de adm issão de um a ordem privada que se subm et e a um a
269
NEURAY, Jean- François. I n t r odu ct ion gé n é r a le , in l'a ct u a lit é du dr oit de
Pe n vir on ne m e n t : act es du colloque des 17 et 18 novem bre 1994. Bruxelles: Bruylant ,
1995, p. 21.
80
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270
WOOLF, Sir Harry. Are t he j udiciary environm ent ally m yopic? I n: Jou r n a l of
En vir onm e n t a l La w , v. 4, n. 1, 1992, p. 4.
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271
Cf., no m esm o sent ido, LEME MACHADO, Paulo Affonso. D ir e it o a m bie n t a l
br a sile ir o,cit ., p. 81.
272
Cf., quant o à indivisibilidade, ext rapat rim onialidade, inalienabilidade e
indisponibilidade, RODRI GUES, Marcelo Abelha. I n st it u içõe s de dir e it o a m bie n t a l, cit .,
p. 61.
273
PONTES DE MI RANDA. Op. cit ., p. 133 ( grifo no original) .
274
MELLO, Celso Ant ônio Bandeira de. Cu r so de dir e it o a dm in ist r a t ivo. São Paulo:
Malheiros, 2000, p. 754 ( grifo no original) .
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275
Sobre a im prescrit ibilidade, cf. MEDAUAR, Odet e. Op. cit ., p. 265.
276
MEI RELLES, Hely Lopes. D ir e it o a dm in ist r a t ivo br a sile ir o. 26. ed. at ual. São
Paulo: Malheiros, 1990, p. 501.
277
Nas palavras de Bandeira de Mello: "Afet ação é a preposição de um bem a um dado
dest ino cat egorial de uso com um ou especial, assim com o desafet ação é a sua ret irada
do referido dest ino ( ...) . A afet ação ao uso com um t ant o pode provir do dest ino nat ural
do bem , com o ocorre com os m ares, rios, ruas, est radas, praças, quant o por lei ou por
at o adm inist rat ivo que det erm ine a aplicação de um bem dom inical ou de uso especial ao
uso público" ( MELLO, Celso Ant ônio Bandeira de. Op. cit ., p. 752 ( grifo no original) .
278
PONTES DE MI RANDA. Op. cit ., p. 451.
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as norm as que se não conform em com ela" 279 . Ora, se as próprias norm as
se curvam e se subm et em ao m andam ent o const it ucional, não seria
razoável deixar que as prát icas econôm icas que o host ilizam perm aneçam
inalt eradas e infensas às suas det erm inações.
279
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Op. cit ., p. 45- 46 ( grifo no
original) .
280
PRI EUR, Michel. Op. cit ., p. 969.
281
ACKERMAN, Bruce. W e t h e pe ople : t ransform at ions. Cam bridge: The Belknap Press
of Harvard Universit y Press, 2001, p. 416.
282
Sobre a efet ividade das norm as const it ucionais, cf. BARROSO, Luis Robert o. O dir e it o
con st it u ciona l e a e fe t ivida de de sua s n or m a s: lim it es e possibilidades da
Const it uição brasileira. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. Especificam ent e quant o à
prot eção do m eio am bient e, vide: FREI TAS, Vladim ir Passos de. A Con st it u içã o Fe de r a l
e a e fe t ivida de da s n or m a s a m bie n t a is, cit ., ANTUNES, Paulo de Bessa. Op. cit ., p.
42- 44.
283
FERNANDES, Edesio. Op. cit ., p. 283.
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284
ANTUNES, Paulo de Bessa. Op. cit ., p. 43.
285
ALEXY, Robert . Te or ía de los de r e chos fu n da m e n t a le s, cit ., p. 159.
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286
GRAU, Eros Robert o. A or de m e conôm ica n a Con st it u içã o de 1 9 8 8 , cit ., p. 299.
287
ACKERMAN, Bruce. Socia l j u st ice in t h e libe r a l st a t e . New Haven: Yale Universit y
Press, 1980, p. 3.
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Hist oricam ent e, a nat ureza, valorizada com o recurso nat ural
ou vist a com o óbice à geração de riqueza e em prego, vem sendo um a das
principais vít im as diret as ou colat erais dessa " lut a pelo poder" . Não é de
surpreender que assim sej a, pois não se poderia esperar com port am ent o
m ais at encioso com ela do que aquele que os seres hum anos reservam
aos seus sem elhant es. Realm ent e, quem não é capaz de valorizar e
preservar a vida de sua própria espécie, cert am ent e est ará surdo à voz da
razão que conclam a à prot eção dos out ros seres vivos não hum anos e das
bases ecológicas.
288
PONTES DE MI RANDA. Op. cit ., p. 222.
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ét ico- j urídicos nela est at uídos, ao prot eger a nat ureza, são num erosos e
inegáveis. Sem pret ender sum ariá- los, cham a a at enção a aut onom ização
j urídica do m eio am bient e, o t rat am ent o j urídico- holíst ico da nat ureza, o
reconhecim ent o, ao lado da dim ensão int ergeracional, de valor int rínseco
aos out ros seres vivos e ao equilíbrio ecológico, a ecologização do direit o
de propriedade e a inst it uição dos princípios da prim ariedade do m eio
am bient e e da exporabilidade lim it ada dos recursos nat urais, para cit ar
alguns pont os m ais expressivos.
289
BONAVI DES, Paulo. Cu r so de dir e it o const it u ciona l, cit ., p. 162.
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inconst it ucionais cont inuarão a ser realidade inconst it ucional, por m ais
reit erados que sej am " 290 .
290
CANOTI LHO, José Joaquim Gom es; MOREI RA, Vit al. Op. cit ., p. 47 ( grifo no original) .
291
LEME MACHADO, Paulo Affonso. D ir e it o a m bie n t a l br a sile ir o, cit ., p. 6.
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