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Aula 02

Direitos Humanos p/ PM-TO (Soldado)


Professor: Ricardo Torques

03487860341 - MARCOS ROGERIO DINIZ TRINDADE


D I REI TOS H UM AN OS – PM - TO
Solda do
Aula 0 1 – Pr of. Rica r do Tor que s

Aula 00
Afirmação Histórica
dos Direitos
Humanos

Su m á r io
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 3
2 - Dim ensões dos Direit os Hum anos ................................................................................ 3
2.1 - Prim eira Dim ensão dos Direit os Hum anos ............................................................... 4
2.2 - Segunda Dim ensão dos Direit os Hum anos .............................................................. 5
2.3 - Terceira Dim ensão dos Direit o Hum anos................................................................. 6
2.4 - Quart a e Quint a Dim ensões dos Direit os Hum anos ................................................... 7
3 - Afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos .................................................................. 13
3.1 - Afirm ação do conceit o de pessoa na hist ória ......................................................... 14
3.2 - Grandes et apas hist óricas na afirm ação dos Direit os Hum anos ................................ 15
4 - Quest ões ............................................................................................................... 23
4.1 - Quest ões sem Com ent ários ................................................................................ 23
4.2 - Gabarit o .......................................................................................................... 30
4.3 - Quest ões com Com ent ários ................................................................................ 30
5 – Resum o ................................................................................................................ 43
6 - Considerações Finais ............................................................................................... 46

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D I REI TOS H UM AN OS – PM - TO
Solda do
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A PRESENTAÇÃO DO CURSO
1 - Con side r a çõe s I n icia is
Na aula de hoj e vam os est udar a Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H um a nos.
Ant es de iniciar a aula propriam ent e, é im port ant e um a observação. Ao longo
dest a aula haverá várias cit ações de dout rinadores consagrados. I sso é feit o com
um propósit o único: o est udo dessa part e é t ot alm ent e t eórico, conceit ual. Não
haverá t rat ado ou regras j urídicas int ernacionais a serem analisados. Pelo
cont rário, há diversas corrent es de pensam ent o que, ao longo da Hist ória,
m oldaram os Direit os Hum anos, t al com o ele se apresent a hoj e. Logo, leiam os
conceit os e, para m em orizar, recorram aos gráficos e esquem as.
Ant es de iniciar, gost aria de deixar um convit e a vocês: CURTAM N OSSA
PÁGI N A N O FACEBOOK, ESPECÍ FI CA D E D I REI TOS H UM AN OS. Lá t erem os
diversas inform ações út eis, provas com ent adas, art igos, t udo sobre provas de
Direit os Hum anos. Aproveit em !
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Boa aula!

2 - D im e n sõe s dos D ir e it os H u m a n os
Out ro t em a pert inent e ao est udo da Teoria Geral dos Direit os Hum anos refere- se
à análise de suas gerações ou dim ensões. Trat a- se de um a associação em t erm os
gerais de períodos em que a sociedade se preocupou m ais int ensam ent e com um
ou out ro direit o hum ano. Segundo Rafael Barret o 1 , dim ensões dos Direit os
Hum anos é a
expressão cost um eiram ent e ut ilizada para referir- se a det erm inado grupo de direit os,
surgidos num a det erm inada época hist órica, com caract eríst icas bem peculiares.

Ant es, porém , devem os fazer duas observações.


 Esse assunt o é est udado em Direit o Const it ucional, quando se fala nas
gerações ou nas dim ensões dos Direit os Fundam ent ais. Não est á errado!
Vim os no início da aula que os direit os fundam ent ais correspondem aos
Direit os Hum anos posit ivados no direit o int erno de det erm inado país. Logo,
essas considerações são, ao m esm o t em po, est udadas em Direit o
Const it ucional e em Direit os Hum anos. Os direit os fundam ent ais, em
grande m edida, reflet em a evolução e a confluência dos fat ores hist óricos
m undiais.
 Há discussão na dout rina se o m ais corret o é falar em ge r a çõe s ou e m
dim e nsõe s dos Direit os Hum anos. Am bos querem dizer a m esm a coisa,
cont udo, pr e va le ce o t e r m o “dim e nsõe s”, um a vez que geração

1
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos, p. 36.

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pressupõe a superação de det erm inada fase e const rução de um novo


m odelo.
Na realidade, a cada fase de evolução dos Direit os Hum anos foram agregados
out ros direit os que vieram a som ar com os direit os j á assegurados, de m aneira
que não houve superação da geração ant erior, m as um a dim ensão am pliat iva da
prot eção à dignidade da pessoa.
Com o est udam os na part e das caract eríst icas, os Direit os Hum anos são
hist óricos, de m aneira que est ão const ant em ent e evoluindo com a sociedade. Em
decorrência disso, com o os Direit os Hum anos represent am a prot eção à
dignidade da pessoa, nunca poderão ser suprim idos ( veda- se o ret rocesso) , de
form a que a cada fase da Hist ória dos Direit os Hum anos assum em um a dim ensão
cada vez m aior.
Feit as as observações prelim inares, vej am os cada um a das gerações.

2 .1 - Pr im e ir a D im e n sã o dos D ir e it os H um a n os
A prim eira dim ensão dos Direit os Hum anos com preende
os dir e it os da libe r da de , que são os dir e it os civis e
polít icos, decorrent es das revoluções liberais e da
t ransição do Est ado Absolut ist a para o Est ado de
Direit o.
Caract erizam - se esses direit os por im porem um a
a bst e nçã o e st a t a l, por lim it a r e m a a t ua çã o do
Est a do e m de fe sa dos dir e it os da s pe ssoa s. Em razão disso, diz- se que essa
dim ensão represent a direit os de carát er ne ga t ivo. Essa caract eríst ica faz t ot al
sent ido com o m om ent o hist órico de superação do absolut ism o, que consist ia
num governo concent rado nas m ãos dos reis. Com o form a de frear o poder do
soberano, foram criadas lim it ações legais à at uação est at al, que im poriam a
obrigação de o Est ado não int ervir nos direit os de liberdade e de propriedade.
Os grandes m a r cos hist ór icos de surgim ent o dessa dim ensão são:
1. Revolução Gloriosa na I nglat erra, em 1688;
2. I ndependência dos Est ados Unidos, em 1777; e
3. Revolução Francesa de 1789.
No cam po dos est udiosos, apont a- se com o m a r co t e ór ico a obra “ O Cont rat o
Social” de Jean- Jacques Rousseau e o “ Segundo Trat ado sobre o Governo” de
Jonh Locke, os quais afirm am que os hom ens possuem det erm inados direit os que
não podem ser suprim idos pelos governant es e que, se desrespeit ados,
represent am um governo arbit rário, violador de Direit os Hum anos.
Por fim , ident ificam - se com o m a r cos j ur ídicos dessa dim ensão:
1. Const it uição dos EUA, de 1787; e
2. Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão redigida na França, em
1789.

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Sobre os dir e it os civis, leciona Sidnei Guerra 2 :


Os civis são aqueles que, m ediant e garant ias m ínim as de int egridade física e m oral, bem
assim de correção procedim ent al nas relações j udicant es ent re os indivíduos e o Est ado,
asseguram um a esfera de aut onom ia individual de m odo a possibilit ar o desenvolvim ent o
da personalidade de cada um .

Já em relação aos dir e it os polít icos, discorre o aut or 3 :


No que t ange aos direit os polít icos, que encont ram seu núcleo no direit o de vot ar e ser
vot ado, a seu lado se reúnem out ras prerrogat ivas decorrent es daqueles st at us, com o o
direit o de post ular um em prego público, de ser j urado ou t est em unha, de prest ar o serviço
m ilit ar e at é de ser cont ribuint e.

2 .2 - Se gu n da D im e n sã o dos D ir e it os H um a n os
Essa geração com preende os dir e it os r e la cion a dos à
igua lda de , abrangendo os dir e it os socia is, dir e it os
e conôm icos e os dir e it os cult u r a is, em razão da
evolução do Est ado Liberal para o Est ado Social.
Ao cont rário da dim ensão ant erior, os direit os de
segunda dim ensão são not adam ent e pr e st a ciona is. Vale dizer, os Est ados
passaram a ser obrigados a a t ua r posit iva m e nt e para assegurar os direit os
sociais, econôm icos e cult urais.
Em t erm os polít icos, o que se percebeu na época em que t ais direit os foram
reclam ados é que apenas a liberdade não era suficient e para garant ir a dignidade
das pessoas. Era necessária, t am bém , um a at uação est at al para corrigir
event uais dist orções ocorridas na sociedade em razão, principalm ent e, da
prim azia do poder econôm ico.
Dois são os m a r cos hist ór icos relevant es desse período:
1. Revolução Mexicana, em 1910; e
2. Revolução Russa, em 1917, que culm inou com o com unism o da URSS.
Evidencia- se com o m a r co t e ór ico a “ Encíclica Rerum Novarum ” , de aut oria do
Papa Leal XI I I , em 1891. Out ro docum ent o im port ant e é o “ Manifest o do Part ido
Com unist a” de Karl Marx e de Frederich Engels, de 1948. Am bos indicaram a
necessidade de dar m ais at enção às quest ões sociais e um a m elhor dist ribuição
das riquezas. A Encíclica papal, inclusive, m ost rou- se cont ra arbit rariedades
com et idas pelos em pregadores em det rim ent o da classe operária, especialm ent e
em relação às condições precárias de em prego e de exploração do t rabalho da
m ulher e de crianças e adolescent es.
Em relação aos m a r cos j ur ídicos, a dout rina apont a a:
1. Const it uição Mexicana, de 1917, considerada o prim eiro t ext o
const it ucional a proclam ar direit os sociais; e

2
GUERRA, Sidney. Direit os Hum anos: curso elem ent ar, p. 63.
3
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos: cu r so e le m e n t a r , p. 63.

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2. Const it uição de Weim ar na Alem anha, de 1919, out ra referência no t rat o


dos direit os socais.
Sobre os direit os sociais, econôm icos e cult urais, Sidnei Guerra 4 os conceit ua do
seguint e m odo:
Os direit os sociais seriam aqueles necessários à part icipação plena na vida da sociedade,
incluindo o direit o à educação, a inst it uída a fam ília, à prot eção à m at ernidade e à infância,
ao lazer e à saúde et c. Os direit os econôm icos dest inam - se a garant ir um padrão m ínim o
de vida e segurança m at erial, de m odo que cada pessoa desenvolva suas pot encialidades.
Os direit os cult urais dizem respeit o ao resgat e, est ím ulo e preservação das form as de
reprodução cult ural das com unidades, bem com o à part icipação de t odos nas riquezas
espirit uais com unit árias.

2 .3 - Te r ce ir a D im e n sã o dos D ir e it o H u m a n os
A t erceira dim ensão dos Direit os Hum anos envolve os
dir e it os de solida r ie da de ( ou fr a t e r nida de ) ,
abrangendo os dir e it os difusos e cole t ivos.
Const it uem , na realidade, os direit os assegurados às
pessoas em geral.
Essa é um a das dim ensões m ais im port ant es para a
nossa disciplina, um a vez que, ao final da 2ª Guerra
Mundial, as discussões acerca da própria com preensão
do ser hum ano se m odificaram . Em razão das at rocidades decorrent es das
grandes guerras e dos regim es ant issem it as, a sociedade passou a com preender
a necessidade de se assegurar ao m áxim o a prot eção da dignidade da pessoa.
Nesse sent ido vej am os os ensinam ent os de Rafael Barret t o 5 :
A caract eríst ica cent ral dos direit os não est ará relacionada com o papel do Est ado, m as sim
com o fat o de serem direit os reconhecidos ao hom em pela m era condição hum ana, direit os
pert encent es à Hum anidade, independent em ent e de qualquer condicionam ent o quant o à
origem , et nia, sexo ou qualquer out ro fat or que configure um a discrim inação.

Assim , os dir e it os de t e r ce ir a dim e nsã o e ngloba m , por e x e m plo, os


dir e it os r e la ciona dos a o m e io a m bie nt e e a pr ot e çã o j ur ídica do
consum idor . Perceba que t ant o em um com o em out ro caso, a prot eção se
dest ina à colet ividade, pois abrange t odos que podem ser afet ados pelos
descuidos am bient ais e por prát icas ilegais e abusivas nas relações de consum o.
O m a r co hist ór ico, port ant o, dessa dim ensão é o Pós- 2ª Guerra Mundial e o
surgim ent o da Organização das Nações Unidas em 1945.
Não há um a obra ou est udioso em específico para esse período, devem os
considerar que o m a r co t e ór ico dessa geração são os t rabalhos acadêm icos que
visam à prot eção universal e solidária da hum anidade.
Por fim , quant o ao m a r co j ur ídico dest aca- se a Declaração Universal dos
Direit os Hum anos, criada pela Assem bleia Geral da ONU, em 1948.

4
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos: cu r so e le m e n t a r , p. 64.
5
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos, p. 41.

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Quant o aos referenciais j urídicos, nã o confu nda m :

• Declaração dos Direit os do Hom em e do


1 º D I M EN SÃO
Cidadão, de 1789; e

• Declaração Universal dos Direit os Hum anos, de


3 º D I M EN SÃO
1948.

Essas seriam , port ant o, as t rês dim ensões dos


Direit os Hum anos que rem et em aos ide a is da
Re voluçã o Fr a nce sa , quais sej am : liberdade,
igualdade e frat ernidade.
 libe r da de : 1ª Dim ensão dos Direit os
Hum anos
 igua lda de : 2ª Dim ensão dos Direit os
Hum anos
 fr a t e r n ida de : 3ª Dim ensão dos Direit os
Hum anos.

2 .4 - Qu a r t a e Qu in t a D im e n sõe s dos D ir e it os H u m a n os
Alguns dout rinadores de relevo no est udo da m at éria afirm am exist ir a quart a e
a quint a dim ensões dos Direit os Hum anos. Devem os saber, inicialm ent e, que
essas dim ensões n ã o são consenso na dout rina, m as, por vezes, aparecem em
provas.

Quart a Dim ensão dos Direit os Hum anos


Segundo Norbert o Bobbio, a quart a dim ensão dos
Direit os Hum anos com preende os dir e it os
r e la cion a dos à s pe squisa s biológica s e à
m a nipula çã o do pa t r im ônio ge né t ico da s pe ssoa s.
Um ót im o exem plo de aplicação dessa dim ensão dos
Direit os Hum anos, no Brasil, é a Le i de Biosse gur a nça
( Lei nº 11.105/ 2005) , que disciplina regras sobre a
produção e a com ercialização de organism os genet icam ent e m odificados e a
pesquisa com células- t ronco.
Já Paulo Bonavides com preende que a quart a dim ensão dos Direit os Hum anos
envolve a t ut e la da de m ocr a cia , do dir e it o à infor m a çã o e o plu r a lism o
polít ico que, em últ im a análise, é a dignidade das pessoas na vivência em
sociedade. Ent ende o aut or que dem ocracia, inform ação e pluralism o polít icos
são m ecanism os para m áxim a efet ivação dos Direit os Hum anos.
Pessoal, cit am os dois aut ores: Norbert o Bobbio e Paulo Bonavides por um sim ples
m ot ivo: as vezes as quest ões abordam um ou out ro, por isso, cuidado na hora
de resolver as quest ões!

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Quint a Dim ensão dos Direit os Hum anos


Por fim , Paulo Bonavides enuncia que exist e, ainda, a
quint a dim e nsã o dos D ir e it os H u m a nos,
r e sponsá ve l pe lo dir e it o à pa z, principalm ent e em
decorrência de at ent ados t errorist as com o “ 11 de
Set em bro de 2011” , que assolou a com unidade
int ernacional e im pingiu o m edo de novos at ent ados e
at aques cont ra a paz m undial.

Qu e st ã o – VUN ESP/ M PSP – Assist e n t e de Pr om ot or ia I - 2 0 1 5


Assinale a alt ernat iva que corret am ent e dissert a sobre aspect os conceit uais
dos direit os hum anos em sua evolução hist órica.
a) Os direit os fundam ent ais da prim eira dim ensão são m arcados pela
alt eração da sociedade por profundas m udanças na com unidade
int ernacional, ident ificando- se consequent es alt erações nas relações
econôm ico- sociais, sobret udo na sociedade de m assa, frut o do
desenvolvim ent o t ecnológico e cient ífico.
b) Os direit os da quint a dim ensão são direit os t ransindividuais que
t ranscendem os int eresses do indivíduo e passam a se preocupar com o
gênero hum ano, com alt íssim o t eor de hum anism o e universalidade,
inserindo- se o ser hum ano em um a colet ividade que passa a t er direit os de
solidariedade ou de frat ernidade.
c) A evidenciação de direit os sociais, cult urais e econôm icos, correspondendo
aos direit os de igualdade, sob o prism a subst ancial, real e m at erial, e não
m eram ent e form al, m ost ra- se m arcant e nos docum ent os pert encent es ao
que se convencionou classificar com o segunda dim ensão dos direit os
hum anos.
d) Os direit os hum anos da t erceira dim ensão m arcam a passagem de um
Est ado aut orit ário para um Est ado de Direit o e, nesse cont ext o, o respeit o
às liberdades individuais, em um a perspect iva de absent eísm o est at al, frut o
do pensam ent o liberal- burguês do século XVI I I .
e) Os direit os de quart a dim ensão, ou direit os de liberdade, t êm com o t it ular
o indivíduo, são oponíveis ao Est ado, t raduzem - se com o faculdades ou
at ribut os da pessoa e ost ent am um a subj et ividade que é seu t raço m ais
caract eríst ico, sendo, assim , direit os de resist ência ou oposição ao Est ado.

Com e n t á r ios
A present e quest ão envolve a discussão a respeit o das dim ensões dos direit os
hum anos. Trat a- se de um a quest ão com plet a e aprofundada. Vej am os cada um a
das alt ernat ivas.

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A a lt e r na t iva A est á incorret a. A prim eira dim ensão ret rat a dos direit os civis e
polít icos. Caract erizam - se por serem direit os negat ivos, que im põem abst enção
est at al. Na alt ernat iva fala- se em m udança nas relações econôm ico- sociais, o que
rem et e aos direit os sociais, econôm icos e cult urais, condizent es com a segunda
dim ensão dos direit os. Adem ais, de form a incoerent e, fala- se t am bém em direit os
relacionados com o desenvolvim ent o t ecnológico e cient ífico, caract eríst icos dos
direit os de quart a dim ensão.
A a lt e r na t iva B t am bém est á incorret a. Os direit os hum anos de quint a dim ensão
– segunda a dout rina de Paulo Bonavides – ret rat a os direit os relacionados à paz
e decorrem dos event os t errorist as, com m arco no 11 de Set em bro. A alt ernat iva
refere- se t am bém aos direit os de solidariedade e de frat ernidade, caract eríst ico
dos direit os de t erceira dim ensão.
A a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Os direit os de segunda
dim ensão const it uem a igualdade em sent ido m at erial, suplant ando a m era
igualdade form al, garant ida pela prim eira dim ensão dos direit os. Adem ais, os
direit os de segunda dim ensão abrangem os direit os relacionados aos direit os
sociais, econôm icos e cult urais.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. A alt ernat iva ret rat a os direit os de prim eira
dim ensão, com o com ent am os na prim eira alt ernat iva, e não os direit os de
t erceira dim ensão.
A a lt e r na t iva E est á igualm ent e incorret a. Novam ent e a alt ernat iva t rat ou dos
direit os de prim eira dim ensão, e não dos direit os de quart a dim ensão.
Sobre as dim ensões dos direit os, lem bre- se:

1 ª D im e n sã o direit os civis e polít icos

2 ª D im e n sã o direit os sociais, econôm icos e cult urais

3 ª D im e n sã o direit os de solidariedade ou de frat ernidade

4 ª D im e n sã o direit o à dem ocracia, à inform ação e ao pluralism o

direit o à ident idade individual, ao pat rim ônio genérico e à


5 ª D im e n sã o
prot eção cont ra o abuso das t écnicas de clonagem e à paz

Para finalizar essa part e da m at éria, vam os t ecer duas considerações.


Prim eira, o esquem a abaixo represent a bem a ideia de sobr e posiçã o de
a cont e cim e nt os hist ór icos que vieram a causar a expansão da prot eção da
dignidade das pessoas.

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1ª Dim ensão dos Direit os Hum anos

2ª Dim ensão dos Direit os Hum anos

3ª Dim ensão dos Direit os Hum anos

4º Dim ensão dos Direit os Hum anos

5ª Dim ensão dos Direit os Hum anos

Com o
bem ilust ra o esquem a acim a, é possível perceber que a cada passo avant e da
sociedade, m aior é a prot eção da dignidade da pessoa.
Segunda, finalizam os um dos pont os m ais im port ant es da aula de hoj e. Com o
form a de auxiliar a fixação dessas inform ações, sugerim os a revisão periódica do
assunt o, de acordo com o quadro- sínt ese abaixo.

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1 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 2 ª D I MENSÃO DOS 3 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS
H UMANOS D I REI TOS H UMANOS H UMANOS

direit os sociais, cult urais


direit os direit os civis e polít icos direit os difusos e colet ivos
e econôm icos

associação
ao lem a da
Liberdade igualdade frat ernidade
Revolução
Francesa

 Revolução Gloriosa na
I nglat erra  Revolução Mexicana  Pós- 2ª Guerra Mundial
m arco
hist órico  I ndependência dos EUA  Revolução Russa  Surgim ent o da ONU
 Revolução Francesa

 “ Encíclica Rerum
 “ Segundo Trat ado sobre Novarum ” ( Papa Leão  t rabalhos acadêm icos
m arco o Governo” ( John Locke) XI I I ) que visem à prot eção
t eórico  “ O Cont rat o Social”  “ Manifest o do Part ido universal e solidária da
( Jean- Jacques Rousseau) Com unist a” ( Karl Marx e hum anidade
Frederich Engels”

 Const it uição Am ericana


 Const it uição Mexicana
de 1787
m arco de 1917 Declaração Universal dos
j urídico  Declaração Francesa dos Direit os Hum anos, de 1948
 Const it uição de
Direit os do Hom em e do
Weim ar de 1919
Cidadão de 1789

evolução passagem do Est ado passagem do Est ado Revolt a da sociedade


da Absolut ist a para o Est ado Liberal para o Est ado cont ra as at rocidades das
sociedade Liberal Social guerras m undiais

direit o à liberdade de
exem plo direit o à saúde direit o ao m eio am bient e
expressão

4 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 5 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS


H UMANOS H UMANOS

 pesquisas biológicas e
m anipulação do pat rim ônio
genét ico das pessoas
( Norbert o Bobbio)
direit o direit os à paz
 t ut ela da dem ocracia, do
direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo
Bonavides)

m arco Lei de Biossegurança ( Lei


11 de Set em bro
hist órico 11.105/ 2005)

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Vej am os duas quest ões, ant e a frequência do assunt o em provas!

Qu e st ã o – FEPESE/ SJC- SC - Age n t e de Se gu r a n ça


Socioe du ca t ivo - 2 0 1 3
Assinale a alt ernat iva corret a acerca da classificação dos Direit os Hum anos
em gerações.
a) Os direit os de liberdade são classificados com o de prim eira geração.
b) Os direit os sociais ou de igualdade são classificados com o de quart a
geração.
c) A segunda geração de direit o com preende os direit os de liberdade.
d) A t erceira geração de direit os é m arcada pelos direit os t ecnológicos, com o
a bioét ica.
e) A segunda geração de direit os envolve aqueles denom inados frat ernos,
com o o m eio am bient e ecologicam ent e equilibrado

Com e n t á r ios
Lem bre- se:

1 ª D im e n sã o direit os civis e polít icos

2 ª D im e n sã o direit os sociais, econôm icos e cult urais

3 ª D im e n sã o direit os de solidariedade ou de frat ernidade

4 ª D im e n sã o direit o à dem ocracia, à inform ação e ao pluralism o

direit o à ident idade individual, ao pat rim ônio genérico e à


5 ª D im e n sã o
prot eção cont ra o abuso das t écnicas de clonagem e à paz

Logo, a a lt e r na t iva A é a corret a e gabarit o da quest ão.

Qu e st ã o – VUN ESP/ PC- SP - I n ve st iga dor de Polícia - 2 0 1 3


Na evolução dos direit os hum anos, cost um am - se classificar, geralm ent e, as
gerações dos direit os em t rês fases ( Eras dos Direit os) , conform e seu
processo evolut ivo hist órico.

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Assinale a alt ernat iva que represent a, corret a e cronologicam ent e, essa
classificação.
a) Direit os civis; direit os polít icos; direit os fundam ent ais.
b) I gualdade; liberdade; frat ernidade.
c) Direit os individuais; direit os colet ivos; direit os polít icos e civis.
d) Direit os civis e polít icos; direit os econôm icos e sociais; direit os difusos.
e) Liberdades posit ivas; liberdades negat ivas; direit os dos povos.

Com e n t á r ios
Podem sint et izar as prim eiras t rês dim ensões da seguint e form a:

3ª D: direit os
difusos e
colet ivos
2ª D: direit os
econôm icos e
sociais

1ª D: direit os
civis e polít icos

Port ant o, corret a a a lt e r na t iva D .

3 - Afir m a çã o h ist ór ica dos D ir e it os H um a n os


O est udo da afirm ação hist órica dos Direit o Hum anos rem et e à análise dos fat os
hist óricos que levaram ao surgim ent o de direit os e de garant ias prot et ivos da
dignidade das pessoas. Vim os que os Direit os Hum anos são hist óricos e que
foram criados de acordo com a evolução da sociedade. Assim , e st uda r a
a fir m a çã o h ist ór ica dos D ir e it o H um a nos é e st u da r a hist ór ia de ssa
disciplin a .
Segundo Norbert o Bobbio, os direit os hum anos não nascem “ de um a vez por
t odas” , m as est ão, segundo leciona Hannah Arendt , em processo de const ant e
reconst rução.
No Brasil, o aut or referência para o est udo da hist ória dos Direit os Hum anos é
Fábio Konder Com parat o, que possui um a obra de 600 páginas,
aproxim adam ent e, apenas sobre esse assunt o. Com o esse aut or é considerado
frequent e em provas, vam os sint et izar, nest e t ópico, os principais m arcos
hist óricos relacionados em sua obra, sem pre de form a didát ica e obj et iva.

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Ao iniciar sua obra, discorre o referido aut or 6 :


O que se t rat a, nest as páginas, é a part e m ais bela e im port ant e de t oda Hist ória: a
revelação de que t odos os seres hum anos, apesar das inúm eras diferenças biológicas e
cult urais que os dist inguem ent re si, m erecem igual respeit o, com o únicos ent es no m undo
capazes de am ar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecim ent o universal de
que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, et nia, classe
social, grupo religioso ou nação – pode afirm ar- se superior aos dem ais.

Pessoal, para que com preendam os a afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos
vam os dividir o est udo em 2 part es:
1º . a fir m a çã o do con ce it o de pe ssoa na hist ór ia ;
2º . gr a nde s e t a pa s hist ór ica s na a fir m a çã o dos dir e it os hum a nos.

3 .1 - Afir m a çã o do con ce it o de pe ssoa n a h ist ór ia


O conceit o de pessoa com o obj et o de reflexão na filosofia passa por um processo
que evolui paulat inam ent e ao longo de vários séculos. Nest e t ópico vam os
est udar os fu nda m e nt os pa r a a com pr e e nsã o da pe ssoa h um a na e a
a fir m a çã o da e x ist ê ncia dos dir e it os hum a nos.
O hom em t er passado a ser o cent ro das reflexões hum anas im plicou um a série
de reflexões acerca da pessoa e da igualdade de t rat am ent o ent re elas, pelo
sim ples fat o de serem hum anos.
Vários são os pensadores e m om ent os hist óricos relevant es em t orno do est udo
da pessoa, da igualdade e da dignidade. Esses pensadores e m om ent os hist óricos
reflet em um conj unt o de ideais que levaram à const rução dos direit os hum anos
na cont em poraneidade. Com o é um a m at éria bast ant e t eórica e acadêm ica,
acredit am os ser de pouca valia para concurso. De t oda form a, vam os t razer as
principais reflexões num quadro- sínt ese, suficient e para a prova que farem os.

A lei escrit a e os cost um es são considerados o fundam ent o de t oda a


GRÉCI A E
sociedade, repercut indo no regram ent o dos assunt os, de m odo que a pessoa
ATENAS
passou a ser obj et o de reflexão.

Cent rou a discussão em t orno da unidade m oral do ser hum ano e da dignidade
FI LOSOFI A
do hom em , pelo qual devem os com preender t odos com o iguais em bora
ESTOI CA
exist am m uit as diferenças individuais.

O crist ianism o prega que Jesus é m odelo ét ico de pessoa, um a represent ação
CRI STI ANI SMO fact ível de Deus e de suas dout rinas na t erra, que defende a igualdade ent re
as pessoas.

Segundo a filosofia de Em m anuel Kant , a igualdade é a essência da pessoa,


FI LOSOFI A responsável pelo núcleo do conceit o de direit os hum anos. Por cont a disso, a
KANTI ANA dignidade da pessoa deve ser considerada um fim em si m esm o, não
inst rum ent o para se chegar a det erm inado obj et ivo.

6
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 13.

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Com preende que houve um a inversão de valores com o desenvolvim ent o do


PENSAMENTO
m odelo capit alist a, na m edida em que o operário passou a ser considerado
MARXI STA
coisa, deixando de ser suj eit o de direit o.

Em sínt ese, a com preensão em t orno da pessoa foi valorizada. Junt am ent e,
alguns conceit os at relados à ét ica e aos com port am ent os m orais prevaleceram ,
indicando a ne ce ssida de de se r e m pr ot e gidos a lgun s dir e it os e sse ncia is
a o hom e m , e m r a zã o de sua na t ur e za .
É por cont a disso, que part e dos dout rinadores at relam os Direit os Hum anos ao
Direit o Nat ural. Com o j á vim os nest a aula, Direit os Hum anos e Direit os Nat urais
não se confundem para a corrent e m aj orit ária do pensam ent o filosófico. Cont udo,
é possível afirm ar que, em sua origem , os Direit os Hum anos surgiram com a
ascensão da acepção de Direit os Nat urais, inat os ao hom em .
Cont udo, conform e ficará pat ent e nest e m at erial, os direit os hum anos se
desenvolvem e se afirm am com os acont ecim ent os hist óricos, não perm anecendo
de form a est anque, absolut a e im ut ável ao longo do t em po.
Lançada a base sobre a qual se erigiu a disciplina Direit os Hum anos, vam os
passar ao est udo de com o se desenrolou esse processo de desenvolvim ent o.

3 .2 - Gr a nde s e t a pa s h ist ór ica s n a a fir m a çã o dos


D ir e it os H u m a n os
Nest e t ópico vam os analisar os principais m om ent os hist óricos que m arcaram a
evolução e a consolidação dos Direit os Hum anos.
Com o o assunt o é, na realidade, de Hist ória, com a pret ensão de facilit ar o
ent endim ent o vam os est udar o t em a de form a sist em át ica e organizada,
lançando apenas as inform ações consideradas prim ordiais para a sua prova. I sso
perm it irá que você, candidat o, t enha um a noção global de com o se deu o
desenvolvim ent o hist órico para a form ação da nossa disciplina.
Duas observações iniciais, a respeit o dos m om ent os hist óricos, são im port ant es.
Prim eira, a com preensão de det erm inados direit os com o hum anos é, em regra,
fr ut o da “dor física e do sofr im e nt o m or a l”. Melhor explicando, a cada
m om ent o hist órico com regist ro de at rocidades, guerras e surt os de violência, a
sociedade se sensibiliza e dá um passo adiant e na afirm ação dos direit os
hum anos.
Segunda, em regra, a a fir m a çã o de de t e r m ina do dir e it o hum a no é
a com pa nha da de gr a nde s de scobe r t a s cie nt ífica s ou inve nçõe s t é cnica s,
conform e ensina Fábio Konder Com parat o.
Essas observações ficarão bast ant e claras à m edida que avançarm os no est udo
do curso hist órico dos direit os hum anos.

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Período Axial
Prim eiram ent e vam os com preender o t erm o “ axial” . Axial refere- se a eixo. Vale
dizer que o período axial dos direit os hum anos é o e ix o sobr e o qua l se
de se nvolve a disciplina D ir e it os H u m a nos.
Com pr e e ndido e n t r e VI I I a .C e I I a .C., esse período levou à for m a çã o
da quilo que conh e ce m os por h um a nida de .
O século VI I I a.C. m arca o I N Í CI O do período axial, quando os est udiosos
est abeleceram pr incípios e dir e t r ize s funda m e nt a is da vida .
Em seguida, no século V a.C. na sce a filosofia , que m arca um a evolução: a
pa ssa ge m do sa be r m it ológico pa r a o sa be r da r a zã o. Ant es, as coisas eram
fant ást icas, t udo o que exist ia era frut o da criação dos deuses. Com a filosofia, o
hom em passou a exercer um papel crít ico e racional na realidade, não m ais
apegado à m it ologia.
Em razão dessa m udança de post ura, o hom e m pa ssou a se r o ce nt r o da s
discussõe s. Dit o de out ra form a: as pessoas passaram a ser obj et o de análise
e de reflexão.
I sso não quer dizer que deixou de exist ir a m it ologia ou religião, m as com o
t em po ela foi adapt ada, de m odo que passou a se cult uar, por exem plo,
ant epassados, pessoas com m odelos ét icos para orient ar o com port am ent o das
novas gerações.
Nesse período houve a a pr ox im a çã o e a com pr e e nsã o m út ua e nt r e os
dive r sos povos que com punham as com unidades da época.
Assim leciona Fábio Konder Com parat o 7 sobre esse período:
É a part ir do período axial que, pela prim eira vez na Hist ória, o ser hum ano passa a ser
considerado, em sua igualdade essencial, com o ser dot ado de liberdade e razão, não
obst ant e as m últ iplas diferenças de sexo, raça, religião ou cost um es sociais.

Reino Davídico, Dem ocracia At eniensee e República Rom ana


A consciência hist órica dos Direit os Hum anos rem ont a ao desenvolvim ent o de
m ecanism os de lim it ação do poder polít ico. Em regra, os governant es criavam
leis para j ust ificar seu poder, cont udo, nas sociedades abaixo referidas, o poder
polít ico encont rava- se subordinado.
 Re ino de D a vi ( século XI e X a.C) : subordinação dos governant es à lei
divina.
Os governant es não criam o direit o para j ust ificar o exercício de seu poder,
pelo cont rário, est ão subm et idos a um conj unt o de princípios e norm as
superiores ( de carát er divino) .
 D e m ocr a cia a t e nie nse ( século VI I I a.C) : sociedade subordinada à lei e
com at iva part icipação popular no processo polít ico.

7
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 19.

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 Re pública Rom a na : há lim it ação do poder polít ico por m eio da inst it uição
de um com plexo sist em a de cont roles recíprocos ent re os diversos órgãos.
Em sum a , t odas essas sociedades caract erizam - se pela LI M I TAÇÃO D O
POD ER POLÍ TI CO e possuem im port ância na consolidação dos Direit os
Hum anos.

Baixa I dade Média


O início da I dade Média ( denom inada de Alt a I dade Média) é m arcada pelo
esfacelam ent o do poder polít ico e econôm ico, em razão da inst auração do
feudalism o.
Cont udo, a part ir do século XI , houve o início de um m ovim e nt o de r e t om a da ,
no qua l gr upos dom ina nt e s passaram a pret ender o cont role polít ico da
sociedade m edieval. Assim , os governant es, j á na Baixa I dade Média, passaram
a cent ralizar o poder polít ico em suas m ãos, o que im plicou um a série de pressões
de out ros segm ent os da sociedade cont ra abusos dessa reconst rução do poder
polít ico.
Dois são os docum ent os m arcant es dessa época:
1. D e cla r a çã o da s Cor t e s de Le ã o de 1 1 8 8 ; e
2. M a gna Ca r t a de 1 2 1 5 .
Esses diplom as, em sínt ese, foram capazes de assegurar, no surgim ent o dos
direit os hum anos, o va lor libe r da de . Essa liberdade, cont udo, era específica e
em favor de det erm inados est am ent os da sociedade.
Em sum a: nesse período despont ou A LI BERD AD E COM O M AN I FESTAÇÃO
I N I CI AL D OS D I REI TOS H UM AN OS.

Século XVI I
Esse período é caract erizado pelo que a dout rina denom ina de “ cr ise de
consciê ncia ” , no qual os est udiosos e pensadores da época passaram a
que st ion a r o pode r polít ico.
Ao lado das revoluções cient íficas da época, houve o r e na scim e nt o dos ide a is
r e publica nos e de m ocr á t icos, in t e nsifica ndo- se o se nt im e nt o de
libe r da de e de r e sist ê ncia a o pode r a bsolut ist a .
Por cont a disso, esse período é m arcado pelo est at ut o das liberdades pessoais,
com dest aque para:
1. cr ia çã o do ha be a s cor pus; e
2. Bill of Right s.
Em sum a: nesse período despont ou o ESTATUTO D AS LI BERD AD ES
PESSOAI S, guardando ínt im a relação com a t em át ica dos Direit os Hum anos.

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Qu e st ã o – M PT/ M PT - Pr ocu r a dor do Tr a ba lh o - 2 0 1 5


Sobre a evolução hist órica dos direit os hum anos, assinale a alt ernat iva
CORRETA:
a) O Bill of Right s dos Est ados Unidos da Am érica consist e em um rol de
direit os fundam ent ais inserido na Declaração de I ndependência proclam ada
por Thom as Jefferson em 1776, post eriorm ent e incorporado aos Art igos da
Confederação.
b) O Bill of Right s dos Est ados Unidos da Am érica const it ui- se de norm as
originárias const ant es da Const it uição aprovada na Convenção da Filadélfia
em 1787.
c) O Bill of Right s dos Est ados Unidos da Am érica foi inserido som ent e em
1791 na Const it uição am ericana, sob a form a de em endas const it ucionais.
d) O Bill of Right s form alm ent e não é um a norm a federal nos Est ados Unidos
da Am érica, m as sim um a int erpret ação ext ensiva da Declaração de Direit os
da Virginia prom ovida pela j urisprudência da Suprem a Cort e am ericana.
e) Não respondida.

Com e n t á r ios
Essa quest ão é ext rem am ent e m aldosa!
Sabem os que o Bill Of Right s const it ui um a declaração de direit os de liberdade
( de expressão, polít ica e de t olerância religiosa) . Trat a- se de um docum ent o que
surgiu no Reino Unido em 1689 e possui grande relevância para a afirm ação
hist órica dos Direit os Hum anos.
Cont udo, não é desse docum ent o que t rat a a quest ão. Ela refere- se ao Bill of
Right s D OS ESTAD OS UN I D OS D A AM ÉRI CA, que é o nom e dado às prim eiras
10 em endas à Const it uição dos EUA de 1787. Esse docum ent o caract eriza- se por
cont er direit os básicos do cidadão em face do Est ado, porém não se confunde
com Bill os Rigt hs que est udam os acim a.
Port ant o, a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.

I ndependência Am ericana e Revolução Francesa


Esse período é denom inado por Fábio Konder Com parat o 8 com o a “ ce r t idã o de
na scim e nt o dos D ir e it os H um a nos” , t endo em vist a que houve o
r e conhe cim e nt o sole ne de que t odos os hom e ns sã o igua is, com m esm os
direit os perant e a sociedade.
Dois são os docum ent os de dest aque:
1. D e cla r a çã o de I n de pe ndê ncia dos EUA; e
2. D e cla r a çã o dos D ir e it os H om e m e do Cida dã o de 1 7 8 9 .

8
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 62.

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Esse período m arca o r e ssu r gim e nt o da de m ocr a cia , que obj et ivou a defesa
da classe burguesa cont ra o regim e de privilégios e de governo irresponsável.
Esse m ovim ent o foi fundam ent al para a consolidação da dem ocracia, dos direit os
de cidadania e da m elhoria das condições de vida da sociedade.
Em sum a: nesse período despont a- se LEGI TI M I D AD E D EM OCRÁTI CA,
D I REI TOS D E CI D AD AN I A E TEN TATI VA D E M UD AN ÇA D AS CON D I ÇÕES
D E VI D A com o m anifest ações dos Direit os Hum anos.

Qu e st ã o – FCC/ D PE- SP - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 5


Analise as assert ivas a seguir.
I . “ Os droit s de l'hom m e, os direit os hum anos, são diferenciados com o t ais
dos droit s du cit oyen, dos direit os do cidadão. Quem é esse hom m e que é
diferenciado do cit oyen? Ninguém m ais ninguém m enos que o m em bro da
sociedade burguesa."
I I . “ Mulher, despert a. A força da razão se faz escut ar em t odo o Universo.
Reconhece t eus direit os. O poderoso im pério da nat ureza não est á m ais
envolt o de preconceit os, de fanat ism os, de superst ições e de m ent iras. A
bandeira da verdade dissipou t odas as nuvens da ignorância e da usurpação.
O hom em escravo m ult iplicou suas forças e t eve necessidade de recorrer às
t uas, para rom per os seus ferros. Tornando- se livre, t ornou- se inj ust o em
relação à sua com panheira."
São aut ores, respect ivam ent e, dos excert os crít icos à Declaração dos
Direit os do Hom em e do Cidadão:
a) Karl Marx e Sim one de Beauvoir.
b) Jean- Jacques Rosseau e Olym pe de Gouges.
c) Karl Marx e Olym pe de Gouges.
d) Jean- Jacques Rosseau e Sim one de Beauvoir.
e) Robespierre e Hannah Arendt .

Com e n t á r ios
Tem os aqui um a quest ão dificílim a, m as que ilust ra bem o nosso est udo. Em face
disso, vam os com ent á- la no m at erial. A Declaração dos Direit os do Hom em e do
Cidadão m arca a Revolução Francesa e é fundam ent al na afirm ação hist órica dos
Direit os Hum anos.
Em bora sej a reconhecido com o docum ent o fundam ent al de Direit os Hum anos, há
aut ores que crit icam o docum ent o. Na quest ão, a FCC explorou j ust am ent e isso.
Ela quer saber, em cada um dos it ens, quais são os crít icos referidos.
Acredit am os que um a quest ão t al com o essa é difícil de aparecer em provas. As
provas de Defensor Público do Est ado de São Paulo caract erizam - se por serem

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as m ais difíceis do Brasil na m at éria. Assim , se nós souberm os at é o que eles


est ão cobrando lá, não t erem os dificuldade nenhum a em nossa prova.
No prim eiro it em t em os um excert o de Karl Marx crít ico ferrenho da burguesia e
do sist em a capit alist a desenvolvido após a Revolução Francesa. Not em que o
excert o deixa claro que a Declaração de Direit os do Hom em é feit a para “ um a
espécie de hom em ” , o burguês.
Em relação ao segundo it em , t em os um a cit ação de Gouges. Sem necessidade
de nos aprofundarm os m uit o a respeit o do t em a, Marie Gouze ( conhecida com o
Gouges) foi um a fem inist a revolucionária. Defendia os direit os das m ulheres e
criou um a obra denom inada “ Declaração dos Direit os da Mulher e da Cidadã” , em
crít ica à aut oridade m asculina e à relação desigual t ravada na Declaração.
Desse m odo, a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.

Reconhecim ent o dos Direit os Hum


d anos sociais de carát er econôm ico
e social
A int ensa defesa da liberdade e das igualdades que perm eavam o discurso após
a Revolução Francesa e a Revolução Am ericana t ornou- se inút il para a crescent e
e num erosa classe de t rabalhadores.
I sso levou ao sur gim e nt o do socia lism o de m odo que, ent re as cont ribuições
para os Direit os Hum anos, dest aca- se o r e conhe cim e nt o dos dir e it os de
ca r á t e r e conôm ico e socia l.
Em sum a: D ECORREN TE D A OPRESSÃO À CLASSE TRABALH AD ORA, O
SOCI ALI SM O VI ABI LI ZOU O RECON H ECI M EN TO DE D I REI TOS
ECON ÔM I COS E SOCI AI S COM O H UM AN OS.

Prim eira fase de int ernacionalização dos Direit os Hum anos


Essa fase rem ont a o início do século XI X e perdura at é o final da 2ª Guerra
Mundial.
Três são set ores de dest aque:
1. dir e it o h um a nit á r io, que culm inou com um conj unt o de leis para evit ar o
sofrim ent o de soldados prisioneiros, doent es e feridos, bem com o da
população at ingida por conflit os bélicos. Dest aca- se esse set or pela
Conve nçã o de Ge ne br a de 1 8 6 4 , que fundou a Cr u z V e r m e lha .
2. lut a cont r a a e scr a vidã o, cuj o docum ent o de dest aque é o At o Ge r a l da
Confe r ê n cia de Br ux e la s de 1 8 9 0 ; e
3. r e gula çã o dos dir e it os dos t r a ba lha dor e s, com a cr ia çã o da OI T e m
1919.
Em sum a: esse período é m arcado pelo D I REI TO H UM AN I TÁRI O, PELA LUTA
CON TRA A ESCRAVI D ÃO E PELA REGULAÇÃO D OS D I REI TOS D OS
TRABALH AD ORES.

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Evolução dos Direit os Hum anos a part ir de 1945


Esse período que se inicia ao em ergir a 2º Guerra Mundial e perdura at é os dias
at uais. O período caract eriza- se pela preocupação da hum anidade com o valor da
vida, em especial após at rocidades e barbáries das guerras m undiais. Afirm a a
dout rina que há preocupação com o valor suprem o da dignidade.
A part ir desse período, houve o aprofundam ent o e a de finit iva
int e r na ciona liza çã o dos D ir e it os H um a n os, envolvendo não apenas os
dir e it os individua is, m as t am bém os dir e it os de na t ur e za civil e polít ica ,
dir e it os de cont e údo e con ôm ico e socia l.
Em sum a: esse período denot a O RECON H ECI M EN TO D A D I GN I D AD E COM O
VALOR SUPREM O.
Com isso finalizam os, baseados nos ensinam ent os de Fábio Konder Com parat o,
os principais event os hist óricos que m arcam a afirm ação dos Direit os Hum anos.
Com o é de hábit o em nossa aula, vej c am os um a sínt ese do analisado nesse
capít ulo.

AFI RM AÇÃO H STÓRI CA D OS D I REI TOS H UM AN OS


Const it ui a análise dos principais event os hist óricos que, de algum m odo, cont ribuíram para o
desenvolvim ent o e para a afirm ação dos Direit os Hum anos. Tais event os, em regra est ão
relacionados a:
 At rocidades, guerras e surt os de violência; ou
 Descobert as cient íficas ou invenções t écnicas.

PERÍ OD O OBSERVAÇÕES

Marca a passagem do pensam ent o filosófico, que passa a


P ERÍ OD O A XI AL ser cent rado no ser hum ano, reconhecendo que o hom em é
o cent ro das at enções.

Const it uem form as polít icas nas quais o poder polít ico
R EI N O D AV Í D I CO , D EM OCRACI A encont ra- se subordinado à lei, sej a por int eresse divino
A TEN I EN SE E R EPÚBLI CA R OM AN A ( Reino de Davi) , por int eresse dem ocrát ico ( At enas) ou pela
est rut ura segm ent ada e organizada da sociedade ( Rom a) .

Marca a reação de set ores da sociedade cont ra a ret om ada


do poder, exigindo o respeit o a direit os de liberdade.
B AI XA I D AD E M ÉD I A
- Declaração das Cort es de Lesão de 1188; e
- Magna Cart a de 1215.

Marca o renascim ent o de ideais republicanos e


dem ocrát icos, com dest aque para o sent im ent o de liberdade
e de resist ência a governos absolut ist as:
S ÉCULO XVI I
- criação do habeas corpus
- Bill Of Right s

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Solda do
Aula 0 1 – Pr of. Rica r do Tor que s

Período que m arca o nascim ent o dos Direit os Hum anos, com
despont am ent o da legit im idade dem ocrát ica, resguardo aos
I N D EPEN D ÊN CI A A M ERI CAN A E direit os de cidadania e valorização da dignidade.
R EVOLUÇÃO F RAN CESA
- Declaração de I ndependência dos EUA; e
- Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão.

R ECON H ECI M EN TO D OS D I REI TOS Marca a reação da classe operária e difusão do pensam ent o
H UM AN OS SOCI AI S D E socialist a, que viabilizou o reconhecim ent o dos direit os
ECON ÔM I COS E SOCI AI S econôm icos e sociais com o Direit os Hum anos.

Marca o surgim ent o do Direit o Hum anit ário ( Cruz Verm elha)
P RI M EI RA FASE D E
– vert ent e dos Direit os Hum anos – a lut a cont ra a
I N TERN ACI ON ALI ZAÇÃO D OS
escravidão ( At o Geral da Conferência de Bruxelas) , bem
D I REI TOS H UM AN OS
com o a regulação dos direit os t rabalhist as ( criação da OI T)

Marca a efet
7 iva int ernacionalização dos Direit os Hum anos,
EVOLUÇÃO D OSD I REI TOS
com o reconhecim ent o da dignidade da pessoa com o valor
H UM AN OS A PARTI R D E 1 9 4 5
suprem o.

Qu e st ã o – VUN ESP/ PC- SP - Au x ilia r de N e cr opsia - 2 0 1 4


Considerando a evolução hist órica e cronológica dos direit os hum anos em
âm bit o int ernacional, pode- se afirm ar que exist iram t rês m arcos hist óricos
fundam ent ais. São eles:
a) o j usnat uralism o, a prom ulgação da Const it uição dos Est ados Unidos da
Am érica e a independência do Brasil.
b) a queda do I m pério Rom ano, a queda da Bast ilha, na França, e a criação
da Organização das Nações Unidas.
c) o I lum inism o, a Revolução Francesa e o t érm ino da Segunda Guerra
Mundial.
d) o t ot alit arism o, a queda de Hit ler e a Prom ulgação da Const it uição
Brasileira de 1988.
e) a criação da I grej a Cat ólica, o const it ucionalism o e o fim da Prim eira
Guerra Mundial.

Com e n t á r ios
Analisando as alt ernat ivas, excluím os a a lt e r na t iva A, pois o j unat uralism o
const it ui um m ovim ent o que é ut ilizado com o fundam ent o dos Direit os Hum anos
e não com o m arco hist órico evolut ivo da m at éria. Do m esm o m odo, a
independência do Brasil naõ possui significado na evolução dos Direit os Hum anos.

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A a lt e r n a t iva B est á incorret a, pois em bora as out ras duas referências sej am
relevant es, a queda do I m pério Rom ano não t rouxe consequências im port ant es
para a evolução da disciplina.
A a lt e r na t iva D t am bém est á incorret a, int ernam ent e a CF possui relevância em
relação aos direit os fundam ent ais, cont udo, não pode ser considerada m arco
hist órico da evolução dos Direit os Hum anos. Quant o ao t ot alit arism o e a queda
de Hit ler não podem os vinculá- los diret am ent e com o m arcos da nossa disciplina.
A a lt e r na t iva E t am bém não pode ser o gabarit o, pois, em bora a I grej a Cat ólica
sej a fundam ent al na divulgação dos valores crist ãos de respeit o à pessoa, não é
m arco da evolução da disciplina. E, quant o ao const it ucionalism o, é um
m ovim ent o j urídico que influenciou indiret am ent e na int ernalização de Direit os
Hum anos.
Port ant o, a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.
e
4 - Qu e st õe s
4 .1 - Qu e st õe s se m Com e n t á r ios
Qu e st ã o 0 1 – VUN ESP/ TJM - SP - Juiz de D ir e it o Su bst it u t o -
2016
Sobre os direit os do hom em , assinale a alt ernat iva corret a.
a) Os direit os de t erceira dim ensão são direit os t ransindividuais que
ext rapolam os int eresses do indivíduo, focados na prot eção do gênero
hum ano. Evidencia- se nesse cont ext o a ideia de hum anism o e
universalidade.
b) Os direit os hum anos de prim eira dim ensão buscam o respeit o às
liberdades individuais e t êm com o base hist órica a Magna Cart a de 1215 e o
Trat ado de Versalhes.
c) A dout rina é unânim e em reconhecer que a expressão direit os hum anos é
sinônim a da expressão direit os fundam ent ais, inexist indo dist inção ent re os
t erm os.
d) Os direit os hum anos de segunda dim ensão colocam em perspect iva os
direit os sociais, cult urais e econôm icos, bem com o os direit os colet ivos,
sendo a Const it uição de Weim ar a prim eira cart a polít ica a reconhecê- los.
e) Alguns dout rinadores j á reconhecem a exist ência da quart a e quint a
dim ensões de direit os do hom em . No prim eiro caso, o foco seria o direit o ao
desenvolvim ent o e à paz. No segundo caso, os direit os est ariam relacionados
à engenharia genét ica e ao m eio am bient e.

Qu e st ã o 0 2 – CESPE - D PE- PE - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 5


Julgue o it em subsecut ivo, a respeit o de aspect os gerais e hist óricos dos
direit os hum anos.

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Aula 0 1 – Pr of. Rica r do Tor que s

No Brasil, os ent es federat ivos prot egem aut om át ica e int egralm ent e os
cham ados direit os hum anos de segunda geração, ou direit os sociais, por
força de consagração const it ucional nesse sent ido.

Qu e st ã o 0 3 – CESPE/ M PE- RO – Pr om ot or de Ju st iça – 2 0 1 0 –


qu e st ã o a da pt a da
Quant o às dim ensões dos direit os, j ulgue o it em a seguir.
Os direit os hum anos de prim eira geração referem - se às reivindicações de
condições dignas de t rabalho e originam - se das lut as sociais desencadeadas
com a Revolução I ndust rial.

Qu e st ã o 0 4 – CESPE/ M PE- RO – Pr om ot or de Ju st iça – 2 0 1 0 –


qu e st ã o a da pt a da
==dc7e2==

Quant o às dim ensões dos direit os,2 j ulgue o it em a seguir.


Os direit os hum anos de segunda geração ainda não foram incorporados à
legislação nacional, perm anecendo, pois, com o norm as program át icas do
direit o int ernacional hum anit ário.

Qu e st ã o 0 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de propriedade represent am um a esfera clássica dos direit os de
prim eira dim ensão, enquant o os direit os sociais, caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar Social, represent am a segunda dim ensão dos direit os.

Qu e st ã o 3 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de colet ividade são direit os de t erceira dim ensão. Em bora não
haj a unanim idade na dout rina, fala- se, ainda, em direit os de quart a e quint a
dim ensão, respect ivam ent e, os direit os relat ivos ao m at erial genét ico e
direit o à paz.

Qu e st ã o 0 7 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de nat ureza t rabalhist as at relam - se especialm ent e à segunda
dim ensão dos direit os hum anos, exigindo do Est ado um a posição
int ervent iva nos cont rat os de t rabalho.

Qu e st ã o 0 8 – in é dit a - 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos direit os hum anos, j ulgue o it em seguint es:
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba direit os com o saúde,
m oradia e t rabalho.

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Qu e st ã o 0 9 – CESPE/ D PE- ES - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 2


A respeit o afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos j ulgue o it em seguint e:
A concepção cont em porânea dos direit os hum anos surgiu com o t érm ino da
Prim eira Grande Guerra Mundial.

Qu e st ã o 1 0 – CS/ D PE- GO - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 4


Os direit os hum anos ganharam nas últ im as décadas especial at enção da
sociedade e dos m eios int ernacionais e j á se encont ram incorporados ao
pensam ent o j urídico do século XXI . Est udiosos da m at éria sust ent am que o
seu fundam ent o filosófico e a j ust ificat iva est ão ligados a m ovim ent os
hist óricos, polít icos e j urídico- sociais que m arcaram a hist ória da
hum anidade. Nessa perspect iva,
a) o fim da I I Guerra Mundial e a negação do valor do ser hum ano fazem
nascer os ideais represent at ivos dos direit os hum anos, quais sej am ,
igualdade, liberdade e frat ernidade.
b) as prim eiras declarações de direit os hum anos incluem a Declaração dos
Direit os do Hom em e do Cidadão, na França, com a Queda da Bast ilha no
século XI X.
c) a I dade Moderna, por m eio dos racionalist as, preconizava o direit o divino
que pode ser despoj ado quando ent ra em sociedade.
d) as concepções posit ivist as, apesar de im port ant e m ovim ent o,
preconizavam que as leis, um a vez previst as no ordenam ent o j urídico,
podem ser exigidas, pouco cont ribuindo para os direit os hum anos.
e) o reconhecim ent o dos direit os hum anos t eve com o um dos seus
fundam ent os filosóficos o m ovim ent o denom inado “ j usnat uralism o” .

Qu e st ã o 1 1 – CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da
Julgue o it em seguint e:
A Declaração Universal de Direit os Hum anos foi proclam ada pelos
revolucionários franceses do final do século XVI I I e confirm ada, após a
Segunda Guerra Mundial, pela Assem bleia Geral das Nações Unidas.

Qu e st ã o 1 2 – CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da
Quant o à afirm ação hist órica dos direit os hum anos j ulgue o it em a seguir.
A Const it uição Mexicana de 1917 e a Const it uição de Weim ar de 1919 são
m arcos da afirm ação dos direit os hum anos de segunda geração.

Qu e st ã o 1 3 - CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da

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Quant o à afirm ação hist órica dos direit os hum anos j ulgue o it em a seguir.
O Bill of Right s, de 1689, foi a prim eira cart a de direit os de que se t em not ícia
na hist ória.

Qu e st ã o 1 4 – I n é dit a – 2 0 1
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O est udo dos aspect os hist órico dos Direit os Hum anos conduz à conclusão
de que as at rocidades, guerras e surt os de violência m obilizaram a
com unidade int ernacional para a prot eção dos Direit os Hum anos.

Qu e st ã o 1 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m ovim ent o socialist a, especialm ent e difundido por Karl Marx e Friedrich
Engels, im plicou o reconhecim ent o dos direit os difusos e colet ivos.

Qu e st ã o 1 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m odelo filosófico crist ão de pensam ent o propugnou a subm issão do ser
hum ano à figura divina, não cont ribuindo para o desenvolvim ent o dos
Direit os Hum anos.

Qu e st ã o 1 7 – FCC/ D PE- PR – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 7


No plano da t eoria geral, cert os at ribut os seriam inerent es aos direit os
hum anos. Acerca das caract eríst icas principais dos direit os hum anos, é
corret o afirm ar:
a) A irrenunciabilidade dos direit os hum anos deve ser harm onizada com a
aut onom ia da vont ade, donde se conclui que a pessoa civilm ent e capaz pode
se despoj ar da prot eção de facet a de sua dignidade, a exem plo do fam oso
caso francês do “ arrem esso de anões” .
b) Adm it e- se a relat ividade dos direit os hum anos, pois est es colidem ent re
si e podem sofrer rest rições por at o est at al ou de seu próprio t it ular, a
exem plo da vedação de associação para fins param ilit ares previst o pelo
poder const it uint e originário.
c) Tendo em vist a que as norm as de prot eção aos direit os hum anos não
int egram o cham ado j us cogens, a universalidade dos direit os hum anos é
relat ivizada, prevalecendo um a fort e ideia de respeit o ao relat ivism o
cult ural, ainda que o Est ado sej a part e form al da com unidade int ernacional.
d) A im prescrit ibilidade dos direit os hum anos não alcança a pret ensão à
reparação econôm ica decorrent e de sua violação. Port ant o, inexist e direit o

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à indenização por violação a direit os hum anos ocorridos durant e o regim e


m ilit ar.
e) Em razão do carát er hist órico dos direit os hum anos, exist e consenso
dout rinário acerca de sua divisibilidade, est abelecendo- se independência
ent re os direit os hum anos e priorização de sua exigibilidade a part ir do
espaço geográfico em que seu t it ular est ej a inserido.

Qu e st ã o 1 8 – FEPESE/ SJC- SC – Age n t e de Se gu r a n ça


Socioe du ca t ivo – 2 0 1 6
Analise o t ext o abaixo:
“ A int ernacionalização dos direit os hum anos const it ui, assim , m ovim ent o
ext rem am ent e recent e na hist ória, que surgiu a part ir do pós- guerra, com o
respost a às at rocidades e aos horrores com et idos durant e o nazism o. [ …] No
m om ent o em que os seres hum anos se t ornam supérfluos e descart áveis,
no m om ent o em que vige a lógica da dest ruição, em que cruelm ent e se abole
o valor da pessoa hum ana, t orna- se necessária a reconst rução dos direit os
hum anos, com o paradigm a ét ico capaz de rest aurar a lógica do razoável.
[ …] Diant e dessa rupt ura, em erge a necessidade de reconst ruir os direit os
hum anos, com o referencial e paradigm a ét ico que aproxim e o direit o da
m oral.”
PI OVESAN, 2013, p. 190
O t ext o de Flávia Piovesan se refere ao processo de int ernacionalização dos
direit os hum anos no cenário global e sua reconst rução a part ir do final da:
a) Guerra Fria.
b) Revolução Francesa.
c) Revolução Am ericana.
d) Prim eira Guerra Mundial.
e) Segunda Guerra Mundial.

Qu e st ã o 1 9 – FCC/ SEGEP- M A – Pr ocu r a dor do Est a do – 2 0 1 6


No que concerne às norm as de int erpret ação e colisão de direit os hum anos:
a) O subprincípio da necessidade caract eriza- se pela verificação de que a
m edida rest rit iva do direit o hum ano result a na realização do obj et ivo
perseguido.
b) Muit o em bora o reconhecim ent o da eficácia dos direit os hum anos em face
do Est ado, ou sej a, dos poderes públicos, os m esm os não vinculam as
relações ent re part iculares, as quais são regidas exclusivam ent e pelo direit o
int erno.
c) O subprincípio da proporcionalidade em sent ido est rit o visa a const at ação
de que a m edida rest rit iva do direit o hum ano é indispensável e que não
exist a out ra m enos rest rit iva passível de ser adot ada.

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d) A prot eção do núcleo essencial represent a o cont eúdo int angível inerent e
a cada direit o hum ano que não pode ser violado na hipót ese de sua rest rição
e lim it ação do m esm o, caract erizando- se com o “ lim it e do lim it e” .
e) O subprincípio da adequação busca assegurar o equilíbrio ent re a
finalidade perseguida pela rest rição im post a ao direit o hum ano e os m eios
adot ados para a sua realização.

Qu e st ã o 2 0 – FCC/ D PE- BA – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 6


Com relação à origem hist órica dos direit os hum anos, um grande núm ero de
docum ent os e veículos norm at ivos podem ser m encionados, dent re eles é
corret o afirm ar que cada um dos docum ent os abaixo m encionados est á
relacionado com um direit o hum ano específico, com EXCEÇÃO de:
a) Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia, 1776, que disciplinou os
direit os t rabalhist as e previdenciários com o direit os sociais.
b) Declaração de Direit os ( Bill of Right s) , 1689, que previu a separação de
poderes e o direit o de pet ição.
c) Convenção de Genebra, 1864, que t eve relevant e dest aque no t rat am ent o
do direit o hum anit ário.
d) Const it uição de Weim ar, 1919, que t rouxe a igualdade j urídica ent re
m arido e m ulher, equiparou os filhos legít im os aos ilegít im os com relação à
polít ica social do Est ado.
e) Const it uição Mexicana, 1917, que expandiu o sist em a de educação
pública, deu base à reform a agrária e prot egeu o t rabalhador assalariado.

Qu e st ã o 2 1 – I D ECAN / Pr e fe it u r a de N a t a l – RN – Pe da gogo –
2016
“ A Yout h for Hum an Right s I nt ernat ional afirm a que as crianças que não
conhecem os seus direit os são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos
m al- int encionados. Est at íst icas de perda da dignidade e da vida at ravés do
abuso infant il, violência de gangs, t rabalho infant il e crianças- soldados são
incrivelm ent e alt os.”
( Disponível em : ht t p: / / br.yout hforhum anright s.org/ voices- for- hum an-
right s/ hum an- right s- abuses.ht m l.)
Os direit os hum anos incluem o direit o à vida e à liberdade, à liberdade de
opinião e de expressão, o direit o ao t rabalho e à educação, ent re m uit os
out ros. Todos m erecem est es direit os, sem discrim inação. Acerca dos
direit os hum anos, assinale a afirm at iva I NCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de form a igual e sem
discrim inação a t odas as pessoas.
b) Devem ser vist os com o de igual im port ância, sendo igualm ent e essencial
respeit ar a dignidade e o valor de cada pessoa.

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c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direit os hum anos.
O que im plica em não poder ser lim it ados em det erm inadas sit uações.
d) São indivisíveis, int er- relacionados e int erdependent es, j á que é
insuficient e respeit ar alguns direit os hum anos e out ros não. Na prát ica, a
violação de um direit o vai afet ar o respeit o por m uit os out ros.

Qu e st ã o 2 2 - SEN AI - PR/ I TAI PU BI N ACI ON AL – Age n t e de


Se gu r a n ça – 2 0 1 6
Em relação aos Direit os Hum anos, analise as afirm at ivas abaixo e assinale a
alt ernat iva corret a:
I . Direit os Hum anos são os direit os básicos de t odos os seres vivos.
I I . Todos os seres hum anos nascem livres e iguais em dignidade e em
direit os. Dot ados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
out ros em espírit o de frat ernidade.
I I I . Os direit os hum anos são direit os inerent es a cada pessoa por ela
sim plesm ent e ser um hum ano.
a) Apenas I I est á corret a.
b) Apenas I I I est á corret a.
c) Apenas I I e I I I est ão corret as.
d) Apenas I e I I est ão corret as.
e) I , I I e I I I est ão corret as.

Qu e st ã o 2 3 – FCC/ D PE- PR – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 7


No plano da t eoria geral, cert os at ribut os seriam inerent es aos direit os
hum anos. Acerca das caract eríst icas principais dos direit os hum anos, é
corret o afirm ar:
a) A irrenunciabilidade dos direit os hum anos deve ser harm onizada com a
aut onom ia da vont ade, donde se conclui que a pessoa civilm ent e capaz pode
se despoj ar da prot eção de facet a de sua dignidade, a exem plo do fam oso
caso francês do “ arrem esso de anões” .
b) Adm it e- se a relat ividade dos direit os hum anos, pois est es colidem ent re
si e podem sofrer rest rições por at o est at al ou de seu próprio t it ular, a
exem plo da vedação de associação para fins param ilit ares previst o pelo
poder const it uint e originário.
c) Tendo em vist a que as norm as de prot eção aos direit os hum anos não
int egram o cham ado j us cogens, a universalidade dos direit os hum anos é
relat ivizada, prevalecendo um a fort e ideia de respeit o ao relat ivism o
cult ural, ainda que o Est ado sej a part e form al da com unidade int ernacional.
d) A im prescrit ibilidade dos direit os hum anos não alcança a pret ensão à
reparação econôm ica decorrent e de sua violação. Port ant o, inexist e direit o

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à indenização por violação a direit os hum anos ocorridos durant e o regim e


m ilit ar.
e) Em razão do carát er hist órico dos direit os hum anos, exist e consenso
dout rinário acerca de sua divisibilidade, est abelecendo- se independência
ent re os direit os hum anos e priorização de sua exigibilidade a part ir do
espaço geográfico em que seu t it ular est ej a inserido.

4 .2 - Ga ba r it o
Quest ão 01 – A Quest ão 02 – I NCORRETA

Quest ão 03 – I NCORRETA Quest ão 04 – I NCORRETA

Quest ão 05 – CORRETA Quest ão 06 – CORRETA

Quest ão 07 – CORRETA Quest ão 08 – I NCORRETA

Quest ão 09 – I NCORRETA Quest ão 10 – E

Quest ão 11 – I NCORRETA Quest ão 12 – CORRETA

Quest ão 13 – I NCORRETA Quest ão 14 – CORRETA

Quest ão 15 – I NCORRETA Quest ão 16 – I NCORRETA

Quest ão 17 – B Quest ão 18 – E

Quest ão 19 – D Quest ão 20 – A

Quest ão 21 – C Quest ão 22 – C

Quest ão 23 – B

4 .3 - Qu e st õe s com Com e n t á r ios


Qu e st ã o 0 1 – VUN ESP/ TJM - SP - Juiz de D ir e it o Su bst it u t o -
2016
Sobre os direit os do hom em , assinale a alt ernat iva corret a.
a) Os direit os de t erceira dim ensão são direit os t ransindividuais que
ext rapolam os int eresses do indivíduo, focados na prot eção do gênero
hum ano. Evidencia- se nesse cont ext o a ideia de hum anism o e
universalidade.
b) Os direit os hum anos de prim eira dim ensão buscam o respeit o às
liberdades individuais e t êm com o base hist órica a Magna Cart a de 1215 e o
Trat ado de Versalhes.

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c) A dout rina é unânim e em reconhecer que a expressão direit os hum anos é


sinônim a da expressão direit os fundam ent ais, inexist indo dist inção ent re os
t erm os.
d) Os direit os hum anos de segunda dim ensão colocam em perspect iva os
direit os sociais, cult urais e econôm icos, bem com o os direit os colet ivos,
sendo a Const it uição de Weim ar a prim eira cart a polít ica a reconhecê- los.
e) Alguns dout rinadores j á reconhecem a exist ência da quart a e quint a
dim ensões de direit os do hom em . No prim eiro caso, o foco seria o direit o ao
desenvolvim ent o e à paz. No segundo caso, os direit os est ariam relacionados
à engenharia genét ica e ao m eio am bient e.

Com e n t á r ios
Quest ão que aborda as dim ensões de Direit os Hum anos.
A a lt e r na t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a em razão da base hist órica. Ao cont rário do
afirm ado ( “ Magna Cart a de 1215 e o Trat ado de Versalhes” ) , os direit os hum anos
possuem com o m arcos hist óricos e j urídicos:
1. Revolução Gloriosa na I nglat erra, em 1688;
2. I ndependência dos Est ados Unidos, em 1777; e
3. Revolução Francesa de 1789.
4. Const it uição dos EUA, de 1787; e
5. Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão redigida na França, em
1789.
A a lt e r na t iva C est á incorret a, pois a dist inção t erm inológica j ust ifica- se apenas
no âm bit o de posit ivação. Os direit os fundam ent ais são direit os posit ivados
int ernam ent e, ao passo que os direit os hum anos são posit ivados
int ernacionalm ent e.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. Trat a- se de um a alt ernat iva m aldosa, pois a
Const it uição e Weim ar dat a de 1919 ao passo que a Const it uição Mexicana é de
1917, port ant o a prim eira const it uição a reconhecer direit os de segunda
dim ensão.
A a lt e r n a t iva E, por fim , est á incorret a pois o direit o à paz refere- se à quint a
dim ensão dos Direit os Hum anos ao passo que na quart a dim ensão t em os a
quest ão das pesquisas biológicas e à m anipulação do pat rim ônio genét ico das
pessoas ( Norbert o Bobbio) e t ut ela da dem ocracia, do direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo Bonavides) .

Qu e st ã o 0 2 – CESPE - D PE- PE - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 5


Julgue o it em subsecut ivo, a respeit o de aspect os gerais e hist óricos dos
direit os hum anos.

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No Brasil, os ent es federat ivos prot egem aut om át ica e int egralm ent e os
cham ados direit os hum anos de segunda geração, ou direit os sociais, por
força de consagração const it ucional nesse sent ido.

Com e n t á r ios
A assert iva est á incor r e t a , pois os direit os hum anos de carát er social nem
sem pre possuem eficácia diret a e im ediat a, o que denot a o carát er program át ico
dos direit os de segunda dim ensão.

Qu e st ã o 0 3 – CESPE/ M PE- RO – Pr om ot or de Ju st iça – 2 0 1 0 –


qu e st ã o a da pt a da
Quant o às dim ensões dos direit os, j ulgue o it em a seguir.
Os direit os hum anos de prim eira geração referem - se às reivindicações de
condições dignas de t rabalho e originam - se das lut as sociais desencadeadas
com a Revolução I ndust rial.

Com e n t á r ios
A quest ão m ist ura os direit os de prim eira geração, direit os de liberdade, e
m enciona exem plos de direit os de segunda dim ensão, os direit os sociais, dent re
os quais est ão inclusos os direit os dos t rabalhadores.
A assert iva est á incor r e t a .

Qu e st ã o 0 4 – CESPE/ M PE- RO – Pr om ot or de Ju st iça – 2 0 1 0 –


qu e st ã o a da pt a da
Quant o às dim ensões dos direit os, j ulgue o it em a seguir.
Os direit os hum anos de segunda geração ainda não foram incorporados à
legislação nacional, perm anecendo, pois, com o norm as program át icas do
direit o int ernacional hum anit ário.

Com e n t á r ios
Quest ão t ranquila e de fácil solução. Para acert arm os essa quest ão bast a
pensarm os na t opografia do t ext o const it ucional. Ent re os t ít ulos e capít ulos da
Const it uição da República encont ram os, ent re out ros os direit os sociais,
posit ivados ent re os art . 6º ao 11º . Apenas por isso poderíam os afirm ar que a
assert iva est á incorret a.
Adem ais, cum pre m encionar que a acepção de que os direit os com preendidos
pela segunda dim ensão possuem apenas carát er program át ico, rest a plenam ent e
superada pela dout rina e j urisprudência. At ualm ent e, ainda que sej am norm as
que dependem de regulam ent ação ou de im plem ent ação est at al por int erm édio
de polít icas públicas, t odos os direit os sociais, econôm icos e cult urais possuem
algum a carga de vinculat ividade e eficácia diret a.
Assim , a assert iva est á incor r e t a .

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Qu e st ã o 0 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de propriedade represent am um a esfera clássica dos direit os de
prim eira dim ensão, enquant o os direit os sociais, caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar Social, represent am a segunda dim ensão dos direit os.

Com e n t á r ios
Est á corret a a assert iva. Ent re os direit os de prim eira dim ensão est ão os direit os
civis e, cert am ent e, o direit o de propriedade é um dos direit os individuais civis
m ais im port ant es deles, ao lado do direit o de liberdade e do princípio da
igualdade.
Do m esm o m odo, os direit os de segunda dim ensão são caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar social, na m edida em que represent am a necessidade de o Est ado
efet ivar polít icas públicas para garant ir o bem est ar da colet ividade, t ais com o o
direit o à saúde.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Qu e st ã o 0 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de colet ividade são direit os de t erceira dim ensão. Em bora não
haj a unanim idade na dout rina, fala- se, ainda, em direit os de quart a e quint a
dim ensão, respect ivam ent e, os direit os relat ivos ao m at erial genét ico e
direit o à paz.

Com e n t á r ios
Exat o! Os direit os de t erceira dim ensão são represent ados pelos direit os de
frat ernidade e solidariedade, que abrangem os direit os difusos e colet ivos.
Quant o às quart a e quint a dim ensões referidas na assert iva, se ret ornarm os à
Aula 01, podem os afirm ar que as os direit os referidos est ão em conform idade
com o posicionam ent o de Norbert o Bobbio. Logo, ainda m ais considerando que a
quest ão alert ou haver divergências, a assert iva est á cor r e t a .

Qu e st ã o 0 7 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de nat ureza t rabalhist as at relam - se especialm ent e à segunda
dim ensão dos direit os hum anos, exigindo do Est ado um a posição
int ervent iva nos cont rat os de t rabalho.

Com e n t á r ios
Essa assert iva t em que ficar m em orizada. Os direit os dos t rabalhadores são
espécie de direit os sociais de segunda dim ensão. Lem bre- se que, nest e caso, a

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at uação est at al ocorre com a int ervenção nas relações de t rabalho, com o fim de
evit ar abusos por part e do em pregador.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Qu e st ã o 0 8 – in é dit a - 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos direit os hum anos, j ulgue o it em seguint es:
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba direit os com o saúde,
m oradia e t rabalho.

Com e n t á r ios
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba os direit os colet ivos e difusos.
Os exem plos cit ados na assert iva são direit os sociais.
A assert iva est á incor r e t a .

Qu e st ã o 0 9 – CESPE/ D PE- ES - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 2


A respeit o afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos j ulgue o it em seguint e:
A concepção cont em porânea dos direit os hum anos surgiu com o t érm ino da
Prim eira Grande Guerra Mundial.

Com e n t á r ios
A quest ão m aliciosam ent e t ent a nos induzir a erro. Vim os na part e da afirm ação
hist órica que a fase que com preende a dignidade com o valor suprem o, m arcando
a concepção cont em porânea dos Direit os Hum anos ocorre após a 2ª Guerra
Mundial, e não com o t érm ino da 1ª Grande Guerra.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Qu e st ã o 1 0 – CS/ D PE- GO - D e fe n sor Pú blico - 2 0 1 4


Os direit os hum anos ganharam nas últ im as décadas especial at enção da
sociedade e dos m eios int ernacionais e j á se encont ram incorporados ao
pensam ent o j urídico do século XXI . Est udiosos da m at éria sust ent am que o
seu fundam ent o filosófico e a j ust ificat iva est ão ligados a m ovim ent os
hist óricos, polít icos e j urídico- sociais que m arcaram a hist ória da
hum anidade. Nessa perspect iva,
a) o fim da I I Guerra Mundial e a negação do valor do ser hum ano fazem
nascer os ideais represent at ivos dos direit os hum anos, quais sej am ,
igualdade, liberdade e frat ernidade.
b) as prim eiras declarações de direit os hum anos incluem a Declaração dos
Direit os do Hom em e do Cidadão, na França, com a Queda da Bast ilha no
século XI X.
c) a I dade Moderna, por m eio dos racionalist as, preconizava o direit o divino
que pode ser despoj ado quando ent ra em sociedade.

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d) as concepções posit ivist as, apesar de im port ant e m ovim ent o,


preconizavam que as leis, um a vez previst as no ordenam ent o j urídico,
podem ser exigidas, pouco cont ribuindo para os direit os hum anos.
e) o reconhecim ent o dos direit os hum anos t eve com o um dos seus
fundam ent os filosóficos o m ovim ent o denom inado “ j usnat uralism o” .

Com e n t á r ios
Trat a- se de quest ão bast ant e int eressant e acerca da evolução e afirm ação
hist órica dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva A est á incorret a, post o que os ideais de liberdade, igualdade e
frat ernidade são discut idos ant es da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução
Francesa que t ais direit os são avent ados e defendidos pela sociedade.
A a lt e r na t iva B poderia gerar cert a dúvida, pois, de fat o, a Declaração dos
Direit os do Hom em e do Cidadão const it uem im port ant e docum ent o hist órico na
afirm ação dos Direit os Hum anos. Ent ret ant o, ao cont rário do que fora afirm ado,
a referida declaração é do século XVI I I – de 1789 – e não do século XI X conform e
t rouxe a quest ão.
A a lt e r n a t iva C est á t ot alm ent e incorret a. A concepção filosófica racionalist a
afirm a a razão com o única font e para propiciar o conhecim ent o adequado da
realidade. Por decorrência, ao cont rário do que m encionou a alt ernat iva, esse
pensam ent o despoj a- se do divino. Segundo essa corrent e do pensam ent o
filosófico, o direit o é com preendido com o processo racional.
A a lt e r na t iva D t am bém est á incorret a. O posit ivism o t eve papel fundam ent al
para que os direit os assum issem carát er vinculat ivo, gerando efeit os j urídicos
perant e t oda a sociedade. Nesse cont ext o, à m edida que foram posit ivados, os
direit os hum anos passaram a ser exigíveis. Logo, cont ribuíram de m odo
significat ivo para a afirm ação e evolução hist órica dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva E é a corret a e gabarit o da present e quest ão. Ent re out ros
pensam ent o filosóficos – com o os m encionados pensam ent os racionalist a e
posit ivist a – o “ j usnat uralism o” t eve fort e influência para o reconhecim ent o dos
direit os hum anos.

Qu e st ã o 1 1 – CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da
Julgue o it em seguint e:
A Declaração Universal de Direit os Hum anos foi proclam ada pelos
revolucionários franceses do final do século XVI I I e confirm ada, após a
Segunda Guerra Mundial, pela Assem bleia Geral das Nações Unidas.

Com e n t á r ios
A quest ão est á in cor r e t a e faz confusão ent re os períodos de evolução dos
direit os hum anos.

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A Revolução Francesa lançou os pilares de liberdade, igualdade e frat ernidade e


est abeleceu um a série de direit os inédit os para o povo e dela se originou a
“ Declaração de Direit os do Hom em e do Cidadão” .
Já a Declaração Universal dos Direit os Hum anos é um docum ent o com plet am ent e
diferent e, que surgiu som ent e no século XX, após a criação da ONU.

Qu e st ã o 1 2 – CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da
Quant o à afirm ação hist órica dos direit os hum anos j ulgue o it em a seguir.
A Const it uição Mexicana de 1917 e a Const it uição de Weim ar de 1919 são
m arcos da afirm ação dos direit os hum anos de segunda geração.

Com e n t á r ios
A Const it uição Mexicana de 1917 e a Const it uição de Weim ar de 1919 declararam
o surgim ent o de Est ado de Bem Est ar Social ( Welfare St at e) e est abeleceram
um a série de direit os sociais que am pliaram a perspect iva em relação às
dim ensões dos direit os e às at uações est at ais, not adam ent e, no que se refere à
prot eção dos direit os econôm icos, sociais e cult urais ( direit os de segunda
dim ensão) .
A assert iva est á cor r e t a .

Qu e st ã o 1 3 - CESPE/ D EP- AC – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 2


qu e st ã o a da pt a da
Quant o à afirm ação hist órica dos direit os hum anos j ulgue o it em a seguir.
O Bill of Right s, de 1689, foi a prim eira cart a de direit os de que se t em not ícia
na hist ória.

Com e n t á r ios
A assert iva est á incor r e t a , t endo em vist a que foi a Magna Cart a, de 1215, que
represent ou a prim eira cart a de garant ias e liberdades individuais concedidas aos
nobres da I nglat erra pelo rei “ João sem Terra” .
A finalidade principal do docum ent o foi a subm issão do rei às suas regras a sim
de evit ar arbit rariedades e excessiva cobrança de im post os, além de reconhecer
direit os civis com o a propriedade privada e o direit o de ir e vir.

Qu e st ã o 1 4 – I n é dit a – 2 0 1
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O est udo dos aspect os hist órico dos Direit os Hum anos conduz à conclusão
de que as at rocidades, guerras e surt os de violência m obilizaram a
com unidade int ernacional para a prot eção dos Direit os Hum anos.

Com e n t á r ios

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Corret o. Tal afirm ação const a da dout rina de Fábio Konder Com parat o. I sso fica
evident e, especialm ent e no que t ange à criação da ONU, que é decorrência diret a
a m obilização int ernacional cont ra as barbáries da 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Qu e st ã o 1 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m ovim ent o socialist a, especialm ent e difundido por Karl Marx e Friedrich
Engels, im plicou o reconhecim ent o dos direit os difusos e colet ivos.

Com e n t á r ios
O m ovim ent o socialist a defende m aior int ervenção est at al, de m odo que ao
Est ado com pet e prover, na m edida de suas possibilidades as necessidades da
sociedade. Essas necessidades caract erizam - se pelos direit os de segunda
dim ensão.
Logo, est á incor r e t a a assert iva.

Qu e st ã o 1 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m odelo filosófico crist ão de pensam ent o propugnou a subm issão do ser
hum ano à figura divina, não cont ribuindo para o desenvolvim ent o dos
Direit os Hum anos.

Com e n t á r ios
Quando da análise da afirm ação hist órica, vim os que o crist ianism o foi essencial
para firm ar a com preensão de que a pessoa é o cent ro das ações hum anas,
cont ribuindo com o desenvolvim ent o dos Direit os Hum anos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Qu e st ã o 1 7 – FCC/ D PE- PR – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 7


No plano da t eoria geral, cert os at ribut os seriam inerent es aos direit os
hum anos. Acerca das caract eríst icas principais dos direit os hum anos, é
corret o afirm ar:
a) A irrenunciabilidade dos direit os hum anos deve ser harm onizada com a
aut onom ia da vont ade, donde se conclui que a pessoa civilm ent e capaz pode
se despoj ar da prot eção de facet a de sua dignidade, a exem plo do fam oso
caso francês do “ arrem esso de anões” .
b) Adm it e- se a relat ividade dos direit os hum anos, pois est es colidem ent re
si e podem sofrer rest rições por at o est at al ou de seu próprio t it ular, a

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exem plo da vedação de associação para fins param ilit ares previst o pelo
poder const it uint e originário.
c) Tendo em vist a que as norm as de prot eção aos direit os hum anos não
int egram o cham ado j us cogens, a universalidade dos direit os hum anos é
relat ivizada, prevalecendo um a fort e ideia de respeit o ao relat ivism o
cult ural, ainda que o Est ado sej a part e form al da com unidade int ernacional.
d) A im prescrit ibilidade dos direit os hum anos não alcança a pret ensão à
reparação econôm ica decorrent e de sua violação. Port ant o, inexist e direit o
à indenização por violação a direit os hum anos ocorridos durant e o regim e
m ilit ar.
e) Em razão do carát er hist órico dos direit os hum anos, exist e consenso
dout rinário acerca de sua divisibilidade, est abelecendo- se independência
ent re os direit os hum anos e priorização de sua exigibilidade a part ir do
espaço geográfico em que seu t it ular est ej a inserido.

Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Pela caract eríst ica da irrenunciabilidade, a pessoa
não pode renunciar à prot eção de sua dignidade. Desse m odo, event ual renúncia
a direit o hum ano é nula, não possuindo qualquer validade j urídica.
A a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Segundo o princípio da
relat ividade, os Direit os Hum anos podem sofrer lim it ações para adequá- los a
out ros valores coexist ent es na ordem j urídica.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As norm as j us cogens possuem m aior hierarquia
em relação às dem ais norm as int ernacionais. As norm as j us cogens de Direit os
Hum anos, em razão da essencialidade da m at éria que t rat am , se im põem sobre
qualquer out ro regram ent o int ernacional.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. Segundo o STJ, as ações indenizat órias por danos
m orais decorrent es de at os de t ort ura ocorridos durant e o Regim e Milit ar de
exceção são im prescrit íveis. A im prescrit ibilidade se refere t ant o à punição pela
prát ica do crim e, quant o pela reparação do dano à vit im a.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. A indivisibilidade t em o sent ido de que os direit os
hum anos const it uem um corpo único, a ser int erpret ado e aplicado em conj unt o.

Qu e st ã o 1 8 – FEPESE/ SJC- SC – Age n t e de Se gu r a n ça


Socioe du ca t ivo – 2 0 1 6
Analise o t ext o abaixo:
“ A int ernacionalização dos direit os hum anos const it ui, assim , m ovim ent o
ext rem am ent e recent e na hist ória, que surgiu a part ir do pós- guerra, com o
respost a às at rocidades e aos horrores com et idos durant e o nazism o. [ …] No
m om ent o em que os seres hum anos se t ornam supérfluos e descart áveis,
no m om ent o em que vige a lógica da dest ruição, em que cruelm ent e se abole
o valor da pessoa hum ana, t orna- se necessária a reconst rução dos direit os
hum anos, com o paradigm a ét ico capaz de rest aurar a lógica do razoável.

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[ …] Diant e dessa rupt ura, em erge a necessidade de reconst ruir os direit os


hum anos, com o referencial e paradigm a ét ico que aproxim e o direit o da
m oral.”
PI OVESAN, 2013, p. 190
O t ext o de Flávia Piovesan se refere ao processo de int ernacionalização dos
direit os hum anos no cenário global e sua reconst rução a part ir do final da:
a) Guerra Fria.
b) Revolução Francesa.
c) Revolução Am ericana.
d) Prim eira Guerra Mundial.
e) Segunda Guerra Mundial.

Com e n t á r ios
A Segunda Guerra significou a rupt ura com os direit os hum anos, e o Pós- Guerra
significa sua reconst rução. Com o m arco m aior do processo de reconst rução dos
direit os hum anos, em 10 de dezem bro de 1948, foi aprovada a Declaração
Universal dos Direit os Hum anos.
Ent ão, o t ext o se refere ao processo de int ernacionalização dos direit os hum anos
no cenário global e sua reconst rução a part ir do final da Segunda Guerra Mundial.
Desse m odo, a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Qu e st ã o 1 9 – FCC/ SEGEP- M A – Pr ocu r a dor do Est a do – 2 0 1 6


No que concerne às norm as de int erpret ação e colisão de direit os hum anos:
a) O subprincípio da necessidade caract eriza- se pela verificação de que a
m edida rest rit iva do direit o hum ano result a na realização do obj et ivo
perseguido.
b) Muit o em bora o reconhecim ent o da eficácia dos direit os hum anos em face
do Est ado, ou sej a, dos poderes públicos, os m esm os não vinculam as
relações ent re part iculares, as quais são regidas exclusivam ent e pelo direit o
int erno.
c) O subprincípio da proporcionalidade em sent ido est rit o visa a const at ação
de que a m edida rest rit iva do direit o hum ano é indispensável e que não
exist a out ra m enos rest rit iva passível de ser adot ada.
d) A prot eção do núcleo essencial represent a o cont eúdo int angível inerent e
a cada direit o hum ano que não pode ser violado na hipót ese de sua rest rição
e lim it ação do m esm o, caract erizando- se com o “ lim it e do lim it e” .
e) O subprincípio da adequação busca assegurar o equilíbrio ent re a
finalidade perseguida pela rest rição im post a ao direit o hum ano e os m eios
adot ados para a sua realização.

Com e n t á r ios

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A a lt e r na t iva A est á incorret a, pois t rat a- se do subprincípio da adequação, e


não da necessidade.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a. Os direit os hum anos se aplicam as relações
part iculares.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, vist o que se refere ao conceit o do subprincípio
da necessidade, e não da proporcionalidade em sent ido est rit o.
A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. A prot eção do cont eúdo
essencial consist e no reconhecim ent o da exist ência de núcleo perm anent e, que
não pode ser afet ado de form a algum a, em t odo direit o fundam ent al. Nesse
sent ido, por não poder ser afet ado, fala- se em “ lim it e do lim it e” .
A a lt e r n a t iva E est á incorret a, pois diz respeit o ao subprincípio da
proporcionalidade em sent ido est rit o, e não da adequação.

Qu e st ã o 2 0 – FCC/ D PE- BA – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 6


Com relação à origem hist órica dos direit os hum anos, um grande núm ero de
docum ent os e veículos norm at ivos podem ser m encionados, dent re eles é
corret o afirm ar que cada um dos docum ent os abaixo m encionados est á
relacionado com um direit o hum ano específico, com EXCEÇÃO de:
a) Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia, 1776, que disciplinou os
direit os t rabalhist as e previdenciários com o direit os sociais.
b) Declaração de Direit os ( Bill of Right s) , 1689, que previu a separação de
poderes e o direit o de pet ição.
c) Convenção de Genebra, 1864, que t eve relevant e dest aque no t rat am ent o
do direit o hum anit ário.
d) Const it uição de Weim ar, 1919, que t rouxe a igualdade j urídica ent re
m arido e m ulher, equiparou os filhos legít im os aos ilegít im os com relação à
polít ica social do Est ado.
e) Const it uição Mexicana, 1917, que expandiu o sist em a de educação
pública, deu base à reform a agrária e prot egeu o t rabalhador assalariado.

Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Os direit os t rabalhist as
e previdenciários surgiram a part ir da Const it uição de Weim ar, de 1919, da
Alem anha, e não na Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia que prot egia os
direit os hum anos.
A Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia dem onst ra preocupação com a
est rut uração de um governo dem ocrát ico. No ent ant o, não faz nenhum a m enção
aos direit os econôm icos e sociais.

Qu e st ã o 2 1 – I D ECAN / Pr e fe it u r a de N a t a l – RN – Pe da gogo –
2016

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“ A Yout h for Hum an Right s I nt ernat ional afirm a que as crianças que não
conhecem os seus direit os são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos
m al- int encionados. Est at íst icas de perda da dignidade e da vida at ravés do
abuso infant il, violência de gangs, t rabalho infant il e crianças- soldados são
incrivelm ent e alt os.”
( Disponível em : ht t p: / / br.yout hforhum anright s.org/ voices- for- hum an-
right s/ hum an- right s- abuses.ht m l.)
Os direit os hum anos incluem o direit o à vida e à liberdade, à liberdade de
opinião e de expressão, o direit o ao t rabalho e à educação, ent re m uit os
out ros. Todos m erecem est es direit os, sem discrim inação. Acerca dos
direit os hum anos, assinale a afirm at iva I NCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de form a igual e sem
discrim inação a t odas as pessoas.
b) Devem ser vist os com o de igual im port ância, sendo igualm ent e essencial
respeit ar a dignidade e o valor de cada pessoa.
c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direit os hum anos.
O que im plica em não poder ser lim it ados em det erm inadas sit uações.
d) São indivisíveis, int er- relacionados e int erdependent es, j á que é
insuficient e respeit ar alguns direit os hum anos e out ros não. Na prát ica, a
violação de um direit o vai afet ar o respeit o por m uit os out ros.

Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á corret a, pois em razão da universalidade os direit os são
aplicados a t odos em t odos os lugares.
A a lt e r na t iva B est á corret a, pois não há hierarquia ent re direit os hum anos que
devem ser, t odos, respeit ados e prom ovidos com igual im port ância.
A a lt e r na t iva C est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Os Direit os Hum anos
são, de fat o, inalienáveis e não podem ser “ vendidos” pelo t it ular. Cont udo, os
Direit os Hum anos sofrem diversas lim it ações.
Por fim , a a lt e r na t iva D est á corret a, ret rat ando t rês caract eríst icas
im port ant es, que com preendem um núcleo int egrado de prot eção de direit os. Por
isso devem os considerá- los, a um só t em po, indivisíveis, int er- relacionados e
int erdependent es.

Qu e st ã o 2 2 - SEN AI - PR/ I TAI PU BI N ACI ON AL – Age n t e de


Se gu r a n ça – 2 0 1 6
Em relação aos Direit os Hum anos, analise as afirm at ivas abaixo e assinale a
alt ernat iva corret a:
I . Direit os Hum anos são os direit os básicos de t odos os seres vivos.
I I . Todos os seres hum anos nascem livres e iguais em dignidade e em
direit os. Dot ados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
out ros em espírit o de frat ernidade.

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I I I . Os direit os hum anos são direit os inerent es a cada pessoa por ela
sim plesm ent e ser um hum ano.
a) Apenas I I est á corret a.
b) Apenas I I I est á corret a.
c) Apenas I I e I I I est ão corret as.
d) Apenas I e I I est ão corret as.
e) I , I I e I I I est ão corret as.

Com e n t á r ios
Vam os analisar cada um dos it ens.
O it em I est á incorret o. Direit os Hum anos são os direit os básicos de t odos os
seres hum anos.
O it em I I est á corret o, pois se refere ao art . 1º , da Declaração Universal dos
Direit os Hum anos, de 1948:
Art igo 1º
Todos os seres hum anos nascem livres e iguais em dignidade e direit os. São dot ados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos out ros com espírit o de frat ernidade.

O it em I I I est á corret o. Os direit os hum anos são direit os inerent es a t odos os


seres hum anos, independent em ent e de raça, sexo, nacionalidade, et nia, idiom a,
religião ou qualquer out ra condição.
Desse m odo, a a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Qu e st ã o 2 3 – FCC/ D PE- PR – D e fe n sor Pú blico – 2 0 1 7


No plano da t eoria geral, cert os at ribut os seriam inerent es aos direit os
hum anos. Acerca das caract eríst icas principais dos direit os hum anos, é
corret o afirm ar:
a) A irrenunciabilidade dos direit os hum anos deve ser harm onizada com a
aut onom ia da vont ade, donde se conclui que a pessoa civilm ent e capaz pode
se despoj ar da prot eção de facet a de sua dignidade, a exem plo do fam oso
caso francês do “ arrem esso de anões” .
b) Adm it e- se a relat ividade dos direit os hum anos, pois est es colidem ent re
si e podem sofrer rest rições por at o est at al ou de seu próprio t it ular, a
exem plo da vedação de associação para fins param ilit ares previst o pelo
poder const it uint e originário.
c) Tendo em vist a que as norm as de prot eção aos direit os hum anos não
int egram o cham ado j us cogens, a universalidade dos direit os hum anos é
relat ivizada, prevalecendo um a fort e ideia de respeit o ao relat ivism o
cult ural, ainda que o Est ado sej a part e form al da com unidade int ernacional.
d) A im prescrit ibilidade dos direit os hum anos não alcança a pret ensão à
reparação econôm ica decorrent e de sua violação. Port ant o, inexist e direit o

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à indenização por violação a direit os hum anos ocorridos durant e o regim e


m ilit ar.
e) Em razão do carát er hist órico dos direit os hum anos, exist e consenso
dout rinário acerca de sua divisibilidade, est abelecendo- se independência
ent re os direit os hum anos e priorização de sua exigibilidade a part ir do
espaço geográfico em que seu t it ular est ej a inserido.

Com e n t á r ios
A a lt e r n a t iva A est á incorret a. Pela caract eríst ica da irrenunciabilidade,
devem os ent ender que a pessoa não pode dispor sobre a prot eção à sua
dignidade. Desse m odo, event ual renúncia a direit o hum ano é nula, não
possuindo qualquer validade j urídica.
A a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Segundo o princípio da
relat ividade, os Direit os Hum anos podem sofrer lim it ações para adequá- los a
out ros valores coexist ent es na ordem j urídica.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As norm as j us cogens de Direit os Hum anos, em
razão da essencialidade da m at éria que t rat am , se im põem sobre qualquer out ro
regram ent o int ernacional.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. A int im idade é um direit o de t odo ser hum ano
durant e t oda a sua exist ência, inclusive para depois da m ort e. Se, violado esse
direit o, nasce a pret ensão do prej udicado buscar reparação civil, para indenização
m at erial e m oral.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. A indivisibilidade t em o sent ido de que os direit os
hum anos const it uem um corpo único, a ser int erpret ado e aplicado em conj unt o.

5 – Re su m o
D im e nsõe s dos D ir e it os H um a n os
1 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 2 ª D I MENSÃO DOS 3 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS
H UMANOS D I REI TOS H UMANOS H UMANOS

direit os sociais, cult urais


direit os direit os civis e polít icos direit os difusos e colet ivos
e econôm icos

associação
ao lem a da
Liberdade igualdade frat ernidade
Revolução
Francesa

 Revolução Gloriosa na
I nglat erra  Revolução Mexicana  Pós- 2ª Guerra Mundial
m arco
hist órico  I ndependência dos EUA  Revolução Russa  Surgim ent o da ONU
 Revolução Francesa

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 “ Encíclica Rerum
 “ Segundo Trat ado sobre Novarum ” ( Papa Leão  t rabalhos acadêm icos
m arco o Governo” ( John Locke) XI I I ) que visem à prot eção
t eórico  “ O Cont rat o Social”  “ Manifest o do Part ido universal e solidária da
( Jean- Jacques Rousseau) Com unist a” ( Karl Marx e hum anidade
Frederich Engels”

 Const it uição Am ericana


 Const it uição Mexicana
de 1787
m arco de 1917 Declaração Universal dos
j urídico  Declaração Francesa dos Direit os Hum anos, de 1948
 Const it uição de
Direit os do Hom em e do
Weim ar de 1919
Cidadão de 1789

evolução passagem do Est ado passagem do Est ado Revolt a da sociedade


da Absolut ist a para o Est ado Liberal para o Est ado cont ra as at rocidades das
sociedade de Liberal Social guerras m undiais

direit o à liberdade de
exem plo direit o à saúde direit o ao m eio am bient e
expressão

4 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 5 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS


H UMANOS H UMANOS

 pesquisas biológicas e à
m anipulação do pat rim ônio
genét ico das pessoas
( Norbert o Bobbio)
direit o direit os à paz
 t ut ela da dem ocracia, do
direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo
Bonavides)

m arco Lei de Biossegurança ( Lei


11 de Set em bro
hist órico 11.105/ 2005)

Afir m a çã o h ist ór ica dos D ir e it os H um a n os


 O est udo da afirm ação hist órica dos Direit o Hum anos rem et e à análise dos
fat os hist óricos que levaram ao surgim ent o de direit os e garant ias prot et ivos da
dignidade das pessoas.
 O est udo é dividido em 2 part es:
1º . a fir m a çã o do con ce it o de pe ssoa na hist ór ia ;
2º . gr a nde s e t a pa s hist ór ica s na a fir m a çã o dos dir e it os hum a nos.
 AFI RMAÇÃO DO CONCEI TO DE PESSOA NA HI STÓRI A

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A lei escrit a e os cost um es são considerados o fundam ent o de t oda a


GRÉCI A E
sociedade, repercut indo no regram ent o dos assunt os, de m odo que a pessoa
ATENAS
passou a ser obj et o de reflexão.

Cent rou a discussão em t orno da unidade m oral do ser hum ano e da dignidade
FI LOSOFI A
do hom em , pelo qual devem os com preender t odos com o iguais em bora
ESTOI CA
exist am m uit as diferenças individuais.

O crist ianism o prega que Jesus é m odelo ét ico de pessoa, um a represent ação
CRI STI ANI SMO fact ível de Deus e suas dout rinas na t erra, que defende a igualdade ent re as
pessoas.

Segundo a filosofia de Em m anuel Kant , a igualdade é a essência da pessoa,


FI LOSOFI A responsável pelo núcleo do conceit o de direit os hum anos. Por cont a disso, a
KANTI ANA dignidade da pessoa deve ser considerada um fim em si m esm o, não
inst rum ent o para ser chegar a det erm inado obj et ivo.

Com preende que houve um a inversão de valores com o desenvolvim ent o do


PENSAMENTO
m odelo capit alist a, na m edida em que o operário passou ser considerado
MARXI STA
coisa, deixando de ser suj eit o de direit o.

 A com preensão em t orno da pessoa foi valorizada. Junt am ent e, alguns


conceit os at relados à ét ica e aos com port am ent os m orais prevaleceram ,
indicando a ne ce ssida de de se r e m pr ot e gidos a lgun s dir e it os e sse ncia is
a o hom e m , e m r a zã o de sua na t ur e za .
 GRANDES ETAPAS HI STÓRI CAS NA AFI RMAÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS

AFI RM AÇÃO H STÓRI CA D OS D I REI TOS H UM AN OS


Const it ui a análise dos principais event os hist óricos que, de algum m odo, cont ribuíram para o
desenvolvim ent o e afirm ação dos Direit os Hum anos. Tais event os, em regra est ão relacionados
a:
 At rocidades, guerras e surt os de violência; ou
 Descobert as cient íficas ou invenções t écnicas.

PERÍ OD O OBSERVAÇÕES

Marca a passagem do pensam ent o filosófico, que passa ser


P ERÍ OD O A XI AL cent rado no ser hum ano, reconhecendo que o hom em é o
cent ro das at enções.

Const it uem form as polít icas nas quais o poder polít ico
R EI N O D AV Í D I CO , D EM OCRACI A encont ra- se subordinado à lei, sej a por int eresse divino
A TEN I EN SE E R EPÚBLI CA R OM AN A ( Reino de Davi) , por int eresse dem ocrát ico ( At enas) ou pela
est rut ura segm ent ada e organizada da sociedade ( Rom a) .

Marca a reação de set ores da sociedade cont ra a ret om ada


do poder, exigindo o respeit o da direit os de liberdade.
B AI XA I D AD E M ÉD I A
- Declaração das Cort es de Lesão de 1188; e
- Magna Cart a de 1215.

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Marca o renascim ent o de ideais republicanos e


dem ocrát icos, com dest aque para o sent im ent o de liberdade
e resist ência a governos absolut ist as:
S ÉCULO XVI I
- criação do habeas corpus
- Bill Of Right s

Período que m arca o nascim ent o dos Direit os Hum anos, com
despont am ent o da legit im idade dem ocrát ica, resguardo aos
I N D EPEN D ÊN CI A A M ERI CAN A E direit os de cidadania e valorização da dignidade.
R EVOLUÇÃO F RAN CESA
- Declaração de I ndependência dos EUA; e
- Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão.

R ECON H ECI M EN TO D OS D I REI TOS Marca a reação da classe operária e difusão do pensam ent o
H UM AN OS SOCI AI S D E socialist a, que viabilizou o reconhecim ent o dos direit os
ECON ÔM I COS E SOCI AI S econôm icos e sociais com o Direit os Hum anos.

Marca o surgim ent o do Direit o Hum anit ário ( Cruz Verm elha)
P RI M EI RA FASE D E
– vert ent e dos Direit os Hum anos – a lut a cont ra a
I N TERN ACI ON ALI ZAÇÃO D OS
escravidão ( At o Geral da Conferência de Bruxelas) , bem
D I REI TOS H UM AN OS
com o a regulação dos direit os t rabalhist as ( criação da OI T)

Marca a efet iva int ernacionalização dos Direit os Hum anos,


EVOLUÇÃO D OSD I REI TOS
com o reconhecim ent o da dignidade da pessoa com o valor
H UM AN OS A PARTI R D E 1 9 4 5
suprem o.

6 - Con side r a çõe s Fin a is


Chegam os ao final da aula inaugural! Vim os um a pequena part e da m at éria,
ent ret ant o, um assunt o m uit o relevant e para a com preensão da disciplina.
A pret ensão dest a aula é a de sit uar vocês no m undo dos Direit os Hum anos, a
fim de que não t enham dificuldades em assim ilar os cont eúdos relevant es que
virão na sequência.
Além disso, procuram os dem onst rar com o será desenvolvido nosso t rabalho ao
longo do Curso.
Quaisquer dúvidas, sugest ões ou crít icas ent rem em cont at o conosco. Est ou
disponível no fórum no Curso, por e- m ail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxim a aula. At é lá!
Ricardo Torques

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / www.facebook.com / direit oshum anosparaconcursos

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