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Aula 00
Afirmação Histórica
dos Direitos
Humanos
Su m á r io
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 3
2 - Dim ensões dos Direit os Hum anos ................................................................................ 3
2.1 - Prim eira Dim ensão dos Direit os Hum anos ............................................................... 4
2.2 - Segunda Dim ensão dos Direit os Hum anos .............................................................. 5
2.3 - Terceira Dim ensão dos Direit o Hum anos................................................................. 6
2.4 - Quart a e Quint a Dim ensões dos Direit os Hum anos ................................................... 7
3 - Afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos .................................................................. 13
3.1 - Afirm ação do conceit o de pessoa na hist ória ......................................................... 14
3.2 - Grandes et apas hist óricas na afirm ação dos Direit os Hum anos ................................ 15
4 - Quest ões ............................................................................................................... 23
4.1 - Quest ões sem Com ent ários ................................................................................ 23
4.2 - Gabarit o .......................................................................................................... 30
4.3 - Quest ões com Com ent ários ................................................................................ 30
5 – Resum o ................................................................................................................ 43
6 - Considerações Finais ............................................................................................... 46
A PRESENTAÇÃO DO CURSO
1 - Con side r a çõe s I n icia is
Na aula de hoj e vam os est udar a Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H um a nos.
Ant es de iniciar a aula propriam ent e, é im port ant e um a observação. Ao longo
dest a aula haverá várias cit ações de dout rinadores consagrados. I sso é feit o com
um propósit o único: o est udo dessa part e é t ot alm ent e t eórico, conceit ual. Não
haverá t rat ado ou regras j urídicas int ernacionais a serem analisados. Pelo
cont rário, há diversas corrent es de pensam ent o que, ao longo da Hist ória,
m oldaram os Direit os Hum anos, t al com o ele se apresent a hoj e. Logo, leiam os
conceit os e, para m em orizar, recorram aos gráficos e esquem as.
Ant es de iniciar, gost aria de deixar um convit e a vocês: CURTAM N OSSA
PÁGI N A N O FACEBOOK, ESPECÍ FI CA D E D I REI TOS H UM AN OS. Lá t erem os
diversas inform ações út eis, provas com ent adas, art igos, t udo sobre provas de
Direit os Hum anos. Aproveit em !
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Boa aula!
2 - D im e n sõe s dos D ir e it os H u m a n os
Out ro t em a pert inent e ao est udo da Teoria Geral dos Direit os Hum anos refere- se
à análise de suas gerações ou dim ensões. Trat a- se de um a associação em t erm os
gerais de períodos em que a sociedade se preocupou m ais int ensam ent e com um
ou out ro direit o hum ano. Segundo Rafael Barret o 1 , dim ensões dos Direit os
Hum anos é a
expressão cost um eiram ent e ut ilizada para referir- se a det erm inado grupo de direit os,
surgidos num a det erm inada época hist órica, com caract eríst icas bem peculiares.
1
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos, p. 36.
2 .1 - Pr im e ir a D im e n sã o dos D ir e it os H um a n os
A prim eira dim ensão dos Direit os Hum anos com preende
os dir e it os da libe r da de , que são os dir e it os civis e
polít icos, decorrent es das revoluções liberais e da
t ransição do Est ado Absolut ist a para o Est ado de
Direit o.
Caract erizam - se esses direit os por im porem um a
a bst e nçã o e st a t a l, por lim it a r e m a a t ua çã o do
Est a do e m de fe sa dos dir e it os da s pe ssoa s. Em razão disso, diz- se que essa
dim ensão represent a direit os de carát er ne ga t ivo. Essa caract eríst ica faz t ot al
sent ido com o m om ent o hist órico de superação do absolut ism o, que consist ia
num governo concent rado nas m ãos dos reis. Com o form a de frear o poder do
soberano, foram criadas lim it ações legais à at uação est at al, que im poriam a
obrigação de o Est ado não int ervir nos direit os de liberdade e de propriedade.
Os grandes m a r cos hist ór icos de surgim ent o dessa dim ensão são:
1. Revolução Gloriosa na I nglat erra, em 1688;
2. I ndependência dos Est ados Unidos, em 1777; e
3. Revolução Francesa de 1789.
No cam po dos est udiosos, apont a- se com o m a r co t e ór ico a obra “ O Cont rat o
Social” de Jean- Jacques Rousseau e o “ Segundo Trat ado sobre o Governo” de
Jonh Locke, os quais afirm am que os hom ens possuem det erm inados direit os que
não podem ser suprim idos pelos governant es e que, se desrespeit ados,
represent am um governo arbit rário, violador de Direit os Hum anos.
Por fim , ident ificam - se com o m a r cos j ur ídicos dessa dim ensão:
1. Const it uição dos EUA, de 1787; e
2. Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão redigida na França, em
1789.
2 .2 - Se gu n da D im e n sã o dos D ir e it os H um a n os
Essa geração com preende os dir e it os r e la cion a dos à
igua lda de , abrangendo os dir e it os socia is, dir e it os
e conôm icos e os dir e it os cult u r a is, em razão da
evolução do Est ado Liberal para o Est ado Social.
Ao cont rário da dim ensão ant erior, os direit os de
segunda dim ensão são not adam ent e pr e st a ciona is. Vale dizer, os Est ados
passaram a ser obrigados a a t ua r posit iva m e nt e para assegurar os direit os
sociais, econôm icos e cult urais.
Em t erm os polít icos, o que se percebeu na época em que t ais direit os foram
reclam ados é que apenas a liberdade não era suficient e para garant ir a dignidade
das pessoas. Era necessária, t am bém , um a at uação est at al para corrigir
event uais dist orções ocorridas na sociedade em razão, principalm ent e, da
prim azia do poder econôm ico.
Dois são os m a r cos hist ór icos relevant es desse período:
1. Revolução Mexicana, em 1910; e
2. Revolução Russa, em 1917, que culm inou com o com unism o da URSS.
Evidencia- se com o m a r co t e ór ico a “ Encíclica Rerum Novarum ” , de aut oria do
Papa Leal XI I I , em 1891. Out ro docum ent o im port ant e é o “ Manifest o do Part ido
Com unist a” de Karl Marx e de Frederich Engels, de 1948. Am bos indicaram a
necessidade de dar m ais at enção às quest ões sociais e um a m elhor dist ribuição
das riquezas. A Encíclica papal, inclusive, m ost rou- se cont ra arbit rariedades
com et idas pelos em pregadores em det rim ent o da classe operária, especialm ent e
em relação às condições precárias de em prego e de exploração do t rabalho da
m ulher e de crianças e adolescent es.
Em relação aos m a r cos j ur ídicos, a dout rina apont a a:
1. Const it uição Mexicana, de 1917, considerada o prim eiro t ext o
const it ucional a proclam ar direit os sociais; e
2
GUERRA, Sidney. Direit os Hum anos: curso elem ent ar, p. 63.
3
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos: cu r so e le m e n t a r , p. 63.
2 .3 - Te r ce ir a D im e n sã o dos D ir e it o H u m a n os
A t erceira dim ensão dos Direit os Hum anos envolve os
dir e it os de solida r ie da de ( ou fr a t e r nida de ) ,
abrangendo os dir e it os difusos e cole t ivos.
Const it uem , na realidade, os direit os assegurados às
pessoas em geral.
Essa é um a das dim ensões m ais im port ant es para a
nossa disciplina, um a vez que, ao final da 2ª Guerra
Mundial, as discussões acerca da própria com preensão
do ser hum ano se m odificaram . Em razão das at rocidades decorrent es das
grandes guerras e dos regim es ant issem it as, a sociedade passou a com preender
a necessidade de se assegurar ao m áxim o a prot eção da dignidade da pessoa.
Nesse sent ido vej am os os ensinam ent os de Rafael Barret t o 5 :
A caract eríst ica cent ral dos direit os não est ará relacionada com o papel do Est ado, m as sim
com o fat o de serem direit os reconhecidos ao hom em pela m era condição hum ana, direit os
pert encent es à Hum anidade, independent em ent e de qualquer condicionam ent o quant o à
origem , et nia, sexo ou qualquer out ro fat or que configure um a discrim inação.
4
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos: cu r so e le m e n t a r , p. 64.
5
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos, p. 41.
2 .4 - Qu a r t a e Qu in t a D im e n sõe s dos D ir e it os H u m a n os
Alguns dout rinadores de relevo no est udo da m at éria afirm am exist ir a quart a e
a quint a dim ensões dos Direit os Hum anos. Devem os saber, inicialm ent e, que
essas dim ensões n ã o são consenso na dout rina, m as, por vezes, aparecem em
provas.
Com e n t á r ios
A present e quest ão envolve a discussão a respeit o das dim ensões dos direit os
hum anos. Trat a- se de um a quest ão com plet a e aprofundada. Vej am os cada um a
das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á incorret a. A prim eira dim ensão ret rat a dos direit os civis e
polít icos. Caract erizam - se por serem direit os negat ivos, que im põem abst enção
est at al. Na alt ernat iva fala- se em m udança nas relações econôm ico- sociais, o que
rem et e aos direit os sociais, econôm icos e cult urais, condizent es com a segunda
dim ensão dos direit os. Adem ais, de form a incoerent e, fala- se t am bém em direit os
relacionados com o desenvolvim ent o t ecnológico e cient ífico, caract eríst icos dos
direit os de quart a dim ensão.
A a lt e r na t iva B t am bém est á incorret a. Os direit os hum anos de quint a dim ensão
– segunda a dout rina de Paulo Bonavides – ret rat a os direit os relacionados à paz
e decorrem dos event os t errorist as, com m arco no 11 de Set em bro. A alt ernat iva
refere- se t am bém aos direit os de solidariedade e de frat ernidade, caract eríst ico
dos direit os de t erceira dim ensão.
A a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Os direit os de segunda
dim ensão const it uem a igualdade em sent ido m at erial, suplant ando a m era
igualdade form al, garant ida pela prim eira dim ensão dos direit os. Adem ais, os
direit os de segunda dim ensão abrangem os direit os relacionados aos direit os
sociais, econôm icos e cult urais.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. A alt ernat iva ret rat a os direit os de prim eira
dim ensão, com o com ent am os na prim eira alt ernat iva, e não os direit os de
t erceira dim ensão.
A a lt e r na t iva E est á igualm ent e incorret a. Novam ent e a alt ernat iva t rat ou dos
direit os de prim eira dim ensão, e não dos direit os de quart a dim ensão.
Sobre as dim ensões dos direit os, lem bre- se:
Com o
bem ilust ra o esquem a acim a, é possível perceber que a cada passo avant e da
sociedade, m aior é a prot eção da dignidade da pessoa.
Segunda, finalizam os um dos pont os m ais im port ant es da aula de hoj e. Com o
form a de auxiliar a fixação dessas inform ações, sugerim os a revisão periódica do
assunt o, de acordo com o quadro- sínt ese abaixo.
1 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 2 ª D I MENSÃO DOS 3 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS
H UMANOS D I REI TOS H UMANOS H UMANOS
associação
ao lem a da
Liberdade igualdade frat ernidade
Revolução
Francesa
Revolução Gloriosa na
I nglat erra Revolução Mexicana Pós- 2ª Guerra Mundial
m arco
hist órico I ndependência dos EUA Revolução Russa Surgim ent o da ONU
Revolução Francesa
“ Encíclica Rerum
“ Segundo Trat ado sobre Novarum ” ( Papa Leão t rabalhos acadêm icos
m arco o Governo” ( John Locke) XI I I ) que visem à prot eção
t eórico “ O Cont rat o Social” “ Manifest o do Part ido universal e solidária da
( Jean- Jacques Rousseau) Com unist a” ( Karl Marx e hum anidade
Frederich Engels”
direit o à liberdade de
exem plo direit o à saúde direit o ao m eio am bient e
expressão
pesquisas biológicas e
m anipulação do pat rim ônio
genét ico das pessoas
( Norbert o Bobbio)
direit o direit os à paz
t ut ela da dem ocracia, do
direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo
Bonavides)
Com e n t á r ios
Lem bre- se:
Assinale a alt ernat iva que represent a, corret a e cronologicam ent e, essa
classificação.
a) Direit os civis; direit os polít icos; direit os fundam ent ais.
b) I gualdade; liberdade; frat ernidade.
c) Direit os individuais; direit os colet ivos; direit os polít icos e civis.
d) Direit os civis e polít icos; direit os econôm icos e sociais; direit os difusos.
e) Liberdades posit ivas; liberdades negat ivas; direit os dos povos.
Com e n t á r ios
Podem sint et izar as prim eiras t rês dim ensões da seguint e form a:
3ª D: direit os
difusos e
colet ivos
2ª D: direit os
econôm icos e
sociais
1ª D: direit os
civis e polít icos
Pessoal, para que com preendam os a afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos
vam os dividir o est udo em 2 part es:
1º . a fir m a çã o do con ce it o de pe ssoa na hist ór ia ;
2º . gr a nde s e t a pa s hist ór ica s na a fir m a çã o dos dir e it os hum a nos.
Cent rou a discussão em t orno da unidade m oral do ser hum ano e da dignidade
FI LOSOFI A
do hom em , pelo qual devem os com preender t odos com o iguais em bora
ESTOI CA
exist am m uit as diferenças individuais.
O crist ianism o prega que Jesus é m odelo ét ico de pessoa, um a represent ação
CRI STI ANI SMO fact ível de Deus e de suas dout rinas na t erra, que defende a igualdade ent re
as pessoas.
6
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 13.
Em sínt ese, a com preensão em t orno da pessoa foi valorizada. Junt am ent e,
alguns conceit os at relados à ét ica e aos com port am ent os m orais prevaleceram ,
indicando a ne ce ssida de de se r e m pr ot e gidos a lgun s dir e it os e sse ncia is
a o hom e m , e m r a zã o de sua na t ur e za .
É por cont a disso, que part e dos dout rinadores at relam os Direit os Hum anos ao
Direit o Nat ural. Com o j á vim os nest a aula, Direit os Hum anos e Direit os Nat urais
não se confundem para a corrent e m aj orit ária do pensam ent o filosófico. Cont udo,
é possível afirm ar que, em sua origem , os Direit os Hum anos surgiram com a
ascensão da acepção de Direit os Nat urais, inat os ao hom em .
Cont udo, conform e ficará pat ent e nest e m at erial, os direit os hum anos se
desenvolvem e se afirm am com os acont ecim ent os hist óricos, não perm anecendo
de form a est anque, absolut a e im ut ável ao longo do t em po.
Lançada a base sobre a qual se erigiu a disciplina Direit os Hum anos, vam os
passar ao est udo de com o se desenrolou esse processo de desenvolvim ent o.
Período Axial
Prim eiram ent e vam os com preender o t erm o “ axial” . Axial refere- se a eixo. Vale
dizer que o período axial dos direit os hum anos é o e ix o sobr e o qua l se
de se nvolve a disciplina D ir e it os H u m a nos.
Com pr e e ndido e n t r e VI I I a .C e I I a .C., esse período levou à for m a çã o
da quilo que conh e ce m os por h um a nida de .
O século VI I I a.C. m arca o I N Í CI O do período axial, quando os est udiosos
est abeleceram pr incípios e dir e t r ize s funda m e nt a is da vida .
Em seguida, no século V a.C. na sce a filosofia , que m arca um a evolução: a
pa ssa ge m do sa be r m it ológico pa r a o sa be r da r a zã o. Ant es, as coisas eram
fant ást icas, t udo o que exist ia era frut o da criação dos deuses. Com a filosofia, o
hom em passou a exercer um papel crít ico e racional na realidade, não m ais
apegado à m it ologia.
Em razão dessa m udança de post ura, o hom e m pa ssou a se r o ce nt r o da s
discussõe s. Dit o de out ra form a: as pessoas passaram a ser obj et o de análise
e de reflexão.
I sso não quer dizer que deixou de exist ir a m it ologia ou religião, m as com o
t em po ela foi adapt ada, de m odo que passou a se cult uar, por exem plo,
ant epassados, pessoas com m odelos ét icos para orient ar o com port am ent o das
novas gerações.
Nesse período houve a a pr ox im a çã o e a com pr e e nsã o m út ua e nt r e os
dive r sos povos que com punham as com unidades da época.
Assim leciona Fábio Konder Com parat o 7 sobre esse período:
É a part ir do período axial que, pela prim eira vez na Hist ória, o ser hum ano passa a ser
considerado, em sua igualdade essencial, com o ser dot ado de liberdade e razão, não
obst ant e as m últ iplas diferenças de sexo, raça, religião ou cost um es sociais.
7
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 19.
Re pública Rom a na : há lim it ação do poder polít ico por m eio da inst it uição
de um com plexo sist em a de cont roles recíprocos ent re os diversos órgãos.
Em sum a , t odas essas sociedades caract erizam - se pela LI M I TAÇÃO D O
POD ER POLÍ TI CO e possuem im port ância na consolidação dos Direit os
Hum anos.
Século XVI I
Esse período é caract erizado pelo que a dout rina denom ina de “ cr ise de
consciê ncia ” , no qual os est udiosos e pensadores da época passaram a
que st ion a r o pode r polít ico.
Ao lado das revoluções cient íficas da época, houve o r e na scim e nt o dos ide a is
r e publica nos e de m ocr á t icos, in t e nsifica ndo- se o se nt im e nt o de
libe r da de e de r e sist ê ncia a o pode r a bsolut ist a .
Por cont a disso, esse período é m arcado pelo est at ut o das liberdades pessoais,
com dest aque para:
1. cr ia çã o do ha be a s cor pus; e
2. Bill of Right s.
Em sum a: nesse período despont ou o ESTATUTO D AS LI BERD AD ES
PESSOAI S, guardando ínt im a relação com a t em át ica dos Direit os Hum anos.
Com e n t á r ios
Essa quest ão é ext rem am ent e m aldosa!
Sabem os que o Bill Of Right s const it ui um a declaração de direit os de liberdade
( de expressão, polít ica e de t olerância religiosa) . Trat a- se de um docum ent o que
surgiu no Reino Unido em 1689 e possui grande relevância para a afirm ação
hist órica dos Direit os Hum anos.
Cont udo, não é desse docum ent o que t rat a a quest ão. Ela refere- se ao Bill of
Right s D OS ESTAD OS UN I D OS D A AM ÉRI CA, que é o nom e dado às prim eiras
10 em endas à Const it uição dos EUA de 1787. Esse docum ent o caract eriza- se por
cont er direit os básicos do cidadão em face do Est ado, porém não se confunde
com Bill os Rigt hs que est udam os acim a.
Port ant o, a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.
8
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H um a n os, p. 62.
Esse período m arca o r e ssu r gim e nt o da de m ocr a cia , que obj et ivou a defesa
da classe burguesa cont ra o regim e de privilégios e de governo irresponsável.
Esse m ovim ent o foi fundam ent al para a consolidação da dem ocracia, dos direit os
de cidadania e da m elhoria das condições de vida da sociedade.
Em sum a: nesse período despont a- se LEGI TI M I D AD E D EM OCRÁTI CA,
D I REI TOS D E CI D AD AN I A E TEN TATI VA D E M UD AN ÇA D AS CON D I ÇÕES
D E VI D A com o m anifest ações dos Direit os Hum anos.
Com e n t á r ios
Tem os aqui um a quest ão dificílim a, m as que ilust ra bem o nosso est udo. Em face
disso, vam os com ent á- la no m at erial. A Declaração dos Direit os do Hom em e do
Cidadão m arca a Revolução Francesa e é fundam ent al na afirm ação hist órica dos
Direit os Hum anos.
Em bora sej a reconhecido com o docum ent o fundam ent al de Direit os Hum anos, há
aut ores que crit icam o docum ent o. Na quest ão, a FCC explorou j ust am ent e isso.
Ela quer saber, em cada um dos it ens, quais são os crít icos referidos.
Acredit am os que um a quest ão t al com o essa é difícil de aparecer em provas. As
provas de Defensor Público do Est ado de São Paulo caract erizam - se por serem
PERÍ OD O OBSERVAÇÕES
Const it uem form as polít icas nas quais o poder polít ico
R EI N O D AV Í D I CO , D EM OCRACI A encont ra- se subordinado à lei, sej a por int eresse divino
A TEN I EN SE E R EPÚBLI CA R OM AN A ( Reino de Davi) , por int eresse dem ocrát ico ( At enas) ou pela
est rut ura segm ent ada e organizada da sociedade ( Rom a) .
Período que m arca o nascim ent o dos Direit os Hum anos, com
despont am ent o da legit im idade dem ocrát ica, resguardo aos
I N D EPEN D ÊN CI A A M ERI CAN A E direit os de cidadania e valorização da dignidade.
R EVOLUÇÃO F RAN CESA
- Declaração de I ndependência dos EUA; e
- Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão.
R ECON H ECI M EN TO D OS D I REI TOS Marca a reação da classe operária e difusão do pensam ent o
H UM AN OS SOCI AI S D E socialist a, que viabilizou o reconhecim ent o dos direit os
ECON ÔM I COS E SOCI AI S econôm icos e sociais com o Direit os Hum anos.
Marca o surgim ent o do Direit o Hum anit ário ( Cruz Verm elha)
P RI M EI RA FASE D E
– vert ent e dos Direit os Hum anos – a lut a cont ra a
I N TERN ACI ON ALI ZAÇÃO D OS
escravidão ( At o Geral da Conferência de Bruxelas) , bem
D I REI TOS H UM AN OS
com o a regulação dos direit os t rabalhist as ( criação da OI T)
Marca a efet
7 iva int ernacionalização dos Direit os Hum anos,
EVOLUÇÃO D OSD I REI TOS
com o reconhecim ent o da dignidade da pessoa com o valor
H UM AN OS A PARTI R D E 1 9 4 5
suprem o.
Com e n t á r ios
Analisando as alt ernat ivas, excluím os a a lt e r na t iva A, pois o j unat uralism o
const it ui um m ovim ent o que é ut ilizado com o fundam ent o dos Direit os Hum anos
e não com o m arco hist órico evolut ivo da m at éria. Do m esm o m odo, a
independência do Brasil naõ possui significado na evolução dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a, pois em bora as out ras duas referências sej am
relevant es, a queda do I m pério Rom ano não t rouxe consequências im port ant es
para a evolução da disciplina.
A a lt e r na t iva D t am bém est á incorret a, int ernam ent e a CF possui relevância em
relação aos direit os fundam ent ais, cont udo, não pode ser considerada m arco
hist órico da evolução dos Direit os Hum anos. Quant o ao t ot alit arism o e a queda
de Hit ler não podem os vinculá- los diret am ent e com o m arcos da nossa disciplina.
A a lt e r na t iva E t am bém não pode ser o gabarit o, pois, em bora a I grej a Cat ólica
sej a fundam ent al na divulgação dos valores crist ãos de respeit o à pessoa, não é
m arco da evolução da disciplina. E, quant o ao const it ucionalism o, é um
m ovim ent o j urídico que influenciou indiret am ent e na int ernalização de Direit os
Hum anos.
Port ant o, a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.
e
4 - Qu e st õe s
4 .1 - Qu e st õe s se m Com e n t á r ios
Qu e st ã o 0 1 – VUN ESP/ TJM - SP - Juiz de D ir e it o Su bst it u t o -
2016
Sobre os direit os do hom em , assinale a alt ernat iva corret a.
a) Os direit os de t erceira dim ensão são direit os t ransindividuais que
ext rapolam os int eresses do indivíduo, focados na prot eção do gênero
hum ano. Evidencia- se nesse cont ext o a ideia de hum anism o e
universalidade.
b) Os direit os hum anos de prim eira dim ensão buscam o respeit o às
liberdades individuais e t êm com o base hist órica a Magna Cart a de 1215 e o
Trat ado de Versalhes.
c) A dout rina é unânim e em reconhecer que a expressão direit os hum anos é
sinônim a da expressão direit os fundam ent ais, inexist indo dist inção ent re os
t erm os.
d) Os direit os hum anos de segunda dim ensão colocam em perspect iva os
direit os sociais, cult urais e econôm icos, bem com o os direit os colet ivos,
sendo a Const it uição de Weim ar a prim eira cart a polít ica a reconhecê- los.
e) Alguns dout rinadores j á reconhecem a exist ência da quart a e quint a
dim ensões de direit os do hom em . No prim eiro caso, o foco seria o direit o ao
desenvolvim ent o e à paz. No segundo caso, os direit os est ariam relacionados
à engenharia genét ica e ao m eio am bient e.
No Brasil, os ent es federat ivos prot egem aut om át ica e int egralm ent e os
cham ados direit os hum anos de segunda geração, ou direit os sociais, por
força de consagração const it ucional nesse sent ido.
Qu e st ã o 0 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de propriedade represent am um a esfera clássica dos direit os de
prim eira dim ensão, enquant o os direit os sociais, caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar Social, represent am a segunda dim ensão dos direit os.
Qu e st ã o 3 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de colet ividade são direit os de t erceira dim ensão. Em bora não
haj a unanim idade na dout rina, fala- se, ainda, em direit os de quart a e quint a
dim ensão, respect ivam ent e, os direit os relat ivos ao m at erial genét ico e
direit o à paz.
Qu e st ã o 0 7 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de nat ureza t rabalhist as at relam - se especialm ent e à segunda
dim ensão dos direit os hum anos, exigindo do Est ado um a posição
int ervent iva nos cont rat os de t rabalho.
Qu e st ã o 0 8 – in é dit a - 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos direit os hum anos, j ulgue o it em seguint es:
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba direit os com o saúde,
m oradia e t rabalho.
Quant o à afirm ação hist órica dos direit os hum anos j ulgue o it em a seguir.
O Bill of Right s, de 1689, foi a prim eira cart a de direit os de que se t em not ícia
na hist ória.
Qu e st ã o 1 4 – I n é dit a – 2 0 1
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O est udo dos aspect os hist órico dos Direit os Hum anos conduz à conclusão
de que as at rocidades, guerras e surt os de violência m obilizaram a
com unidade int ernacional para a prot eção dos Direit os Hum anos.
Qu e st ã o 1 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m ovim ent o socialist a, especialm ent e difundido por Karl Marx e Friedrich
Engels, im plicou o reconhecim ent o dos direit os difusos e colet ivos.
Qu e st ã o 1 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m odelo filosófico crist ão de pensam ent o propugnou a subm issão do ser
hum ano à figura divina, não cont ribuindo para o desenvolvim ent o dos
Direit os Hum anos.
d) A prot eção do núcleo essencial represent a o cont eúdo int angível inerent e
a cada direit o hum ano que não pode ser violado na hipót ese de sua rest rição
e lim it ação do m esm o, caract erizando- se com o “ lim it e do lim it e” .
e) O subprincípio da adequação busca assegurar o equilíbrio ent re a
finalidade perseguida pela rest rição im post a ao direit o hum ano e os m eios
adot ados para a sua realização.
Qu e st ã o 2 1 – I D ECAN / Pr e fe it u r a de N a t a l – RN – Pe da gogo –
2016
“ A Yout h for Hum an Right s I nt ernat ional afirm a que as crianças que não
conhecem os seus direit os são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos
m al- int encionados. Est at íst icas de perda da dignidade e da vida at ravés do
abuso infant il, violência de gangs, t rabalho infant il e crianças- soldados são
incrivelm ent e alt os.”
( Disponível em : ht t p: / / br.yout hforhum anright s.org/ voices- for- hum an-
right s/ hum an- right s- abuses.ht m l.)
Os direit os hum anos incluem o direit o à vida e à liberdade, à liberdade de
opinião e de expressão, o direit o ao t rabalho e à educação, ent re m uit os
out ros. Todos m erecem est es direit os, sem discrim inação. Acerca dos
direit os hum anos, assinale a afirm at iva I NCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de form a igual e sem
discrim inação a t odas as pessoas.
b) Devem ser vist os com o de igual im port ância, sendo igualm ent e essencial
respeit ar a dignidade e o valor de cada pessoa.
c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direit os hum anos.
O que im plica em não poder ser lim it ados em det erm inadas sit uações.
d) São indivisíveis, int er- relacionados e int erdependent es, j á que é
insuficient e respeit ar alguns direit os hum anos e out ros não. Na prát ica, a
violação de um direit o vai afet ar o respeit o por m uit os out ros.
4 .2 - Ga ba r it o
Quest ão 01 – A Quest ão 02 – I NCORRETA
Quest ão 17 – B Quest ão 18 – E
Quest ão 19 – D Quest ão 20 – A
Quest ão 21 – C Quest ão 22 – C
Quest ão 23 – B
Com e n t á r ios
Quest ão que aborda as dim ensões de Direit os Hum anos.
A a lt e r na t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a em razão da base hist órica. Ao cont rário do
afirm ado ( “ Magna Cart a de 1215 e o Trat ado de Versalhes” ) , os direit os hum anos
possuem com o m arcos hist óricos e j urídicos:
1. Revolução Gloriosa na I nglat erra, em 1688;
2. I ndependência dos Est ados Unidos, em 1777; e
3. Revolução Francesa de 1789.
4. Const it uição dos EUA, de 1787; e
5. Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão redigida na França, em
1789.
A a lt e r na t iva C est á incorret a, pois a dist inção t erm inológica j ust ifica- se apenas
no âm bit o de posit ivação. Os direit os fundam ent ais são direit os posit ivados
int ernam ent e, ao passo que os direit os hum anos são posit ivados
int ernacionalm ent e.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. Trat a- se de um a alt ernat iva m aldosa, pois a
Const it uição e Weim ar dat a de 1919 ao passo que a Const it uição Mexicana é de
1917, port ant o a prim eira const it uição a reconhecer direit os de segunda
dim ensão.
A a lt e r n a t iva E, por fim , est á incorret a pois o direit o à paz refere- se à quint a
dim ensão dos Direit os Hum anos ao passo que na quart a dim ensão t em os a
quest ão das pesquisas biológicas e à m anipulação do pat rim ônio genét ico das
pessoas ( Norbert o Bobbio) e t ut ela da dem ocracia, do direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo Bonavides) .
No Brasil, os ent es federat ivos prot egem aut om át ica e int egralm ent e os
cham ados direit os hum anos de segunda geração, ou direit os sociais, por
força de consagração const it ucional nesse sent ido.
Com e n t á r ios
A assert iva est á incor r e t a , pois os direit os hum anos de carát er social nem
sem pre possuem eficácia diret a e im ediat a, o que denot a o carát er program át ico
dos direit os de segunda dim ensão.
Com e n t á r ios
A quest ão m ist ura os direit os de prim eira geração, direit os de liberdade, e
m enciona exem plos de direit os de segunda dim ensão, os direit os sociais, dent re
os quais est ão inclusos os direit os dos t rabalhadores.
A assert iva est á incor r e t a .
Com e n t á r ios
Quest ão t ranquila e de fácil solução. Para acert arm os essa quest ão bast a
pensarm os na t opografia do t ext o const it ucional. Ent re os t ít ulos e capít ulos da
Const it uição da República encont ram os, ent re out ros os direit os sociais,
posit ivados ent re os art . 6º ao 11º . Apenas por isso poderíam os afirm ar que a
assert iva est á incorret a.
Adem ais, cum pre m encionar que a acepção de que os direit os com preendidos
pela segunda dim ensão possuem apenas carát er program át ico, rest a plenam ent e
superada pela dout rina e j urisprudência. At ualm ent e, ainda que sej am norm as
que dependem de regulam ent ação ou de im plem ent ação est at al por int erm édio
de polít icas públicas, t odos os direit os sociais, econôm icos e cult urais possuem
algum a carga de vinculat ividade e eficácia diret a.
Assim , a assert iva est á incor r e t a .
Qu e st ã o 0 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de propriedade represent am um a esfera clássica dos direit os de
prim eira dim ensão, enquant o os direit os sociais, caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar Social, represent am a segunda dim ensão dos direit os.
Com e n t á r ios
Est á corret a a assert iva. Ent re os direit os de prim eira dim ensão est ão os direit os
civis e, cert am ent e, o direit o de propriedade é um dos direit os individuais civis
m ais im port ant es deles, ao lado do direit o de liberdade e do princípio da
igualdade.
Do m esm o m odo, os direit os de segunda dim ensão são caract eríst icos do Est ado
de Bem - Est ar social, na m edida em que represent am a necessidade de o Est ado
efet ivar polít icas públicas para garant ir o bem est ar da colet ividade, t ais com o o
direit o à saúde.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .
Qu e st ã o 0 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de colet ividade são direit os de t erceira dim ensão. Em bora não
haj a unanim idade na dout rina, fala- se, ainda, em direit os de quart a e quint a
dim ensão, respect ivam ent e, os direit os relat ivos ao m at erial genét ico e
direit o à paz.
Com e n t á r ios
Exat o! Os direit os de t erceira dim ensão são represent ados pelos direit os de
frat ernidade e solidariedade, que abrangem os direit os difusos e colet ivos.
Quant o às quart a e quint a dim ensões referidas na assert iva, se ret ornarm os à
Aula 01, podem os afirm ar que as os direit os referidos est ão em conform idade
com o posicionam ent o de Norbert o Bobbio. Logo, ainda m ais considerando que a
quest ão alert ou haver divergências, a assert iva est á cor r e t a .
Qu e st ã o 0 7 – I n é dit a – 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens seguint es.
Os direit os de nat ureza t rabalhist as at relam - se especialm ent e à segunda
dim ensão dos direit os hum anos, exigindo do Est ado um a posição
int ervent iva nos cont rat os de t rabalho.
Com e n t á r ios
Essa assert iva t em que ficar m em orizada. Os direit os dos t rabalhadores são
espécie de direit os sociais de segunda dim ensão. Lem bre- se que, nest e caso, a
at uação est at al ocorre com a int ervenção nas relações de t rabalho, com o fim de
evit ar abusos por part e do em pregador.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .
Qu e st ã o 0 8 – in é dit a - 2 0 1 7
Acerca das dim ensões dos direit os hum anos, j ulgue o it em seguint es:
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba direit os com o saúde,
m oradia e t rabalho.
Com e n t á r ios
A t erceira geração dos direit os hum anos engloba os direit os colet ivos e difusos.
Os exem plos cit ados na assert iva são direit os sociais.
A assert iva est á incor r e t a .
Com e n t á r ios
A quest ão m aliciosam ent e t ent a nos induzir a erro. Vim os na part e da afirm ação
hist órica que a fase que com preende a dignidade com o valor suprem o, m arcando
a concepção cont em porânea dos Direit os Hum anos ocorre após a 2ª Guerra
Mundial, e não com o t érm ino da 1ª Grande Guerra.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .
Com e n t á r ios
Trat a- se de quest ão bast ant e int eressant e acerca da evolução e afirm ação
hist órica dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva A est á incorret a, post o que os ideais de liberdade, igualdade e
frat ernidade são discut idos ant es da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução
Francesa que t ais direit os são avent ados e defendidos pela sociedade.
A a lt e r na t iva B poderia gerar cert a dúvida, pois, de fat o, a Declaração dos
Direit os do Hom em e do Cidadão const it uem im port ant e docum ent o hist órico na
afirm ação dos Direit os Hum anos. Ent ret ant o, ao cont rário do que fora afirm ado,
a referida declaração é do século XVI I I – de 1789 – e não do século XI X conform e
t rouxe a quest ão.
A a lt e r n a t iva C est á t ot alm ent e incorret a. A concepção filosófica racionalist a
afirm a a razão com o única font e para propiciar o conhecim ent o adequado da
realidade. Por decorrência, ao cont rário do que m encionou a alt ernat iva, esse
pensam ent o despoj a- se do divino. Segundo essa corrent e do pensam ent o
filosófico, o direit o é com preendido com o processo racional.
A a lt e r na t iva D t am bém est á incorret a. O posit ivism o t eve papel fundam ent al
para que os direit os assum issem carát er vinculat ivo, gerando efeit os j urídicos
perant e t oda a sociedade. Nesse cont ext o, à m edida que foram posit ivados, os
direit os hum anos passaram a ser exigíveis. Logo, cont ribuíram de m odo
significat ivo para a afirm ação e evolução hist órica dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva E é a corret a e gabarit o da present e quest ão. Ent re out ros
pensam ent o filosóficos – com o os m encionados pensam ent os racionalist a e
posit ivist a – o “ j usnat uralism o” t eve fort e influência para o reconhecim ent o dos
direit os hum anos.
Com e n t á r ios
A quest ão est á in cor r e t a e faz confusão ent re os períodos de evolução dos
direit os hum anos.
Com e n t á r ios
A Const it uição Mexicana de 1917 e a Const it uição de Weim ar de 1919 declararam
o surgim ent o de Est ado de Bem Est ar Social ( Welfare St at e) e est abeleceram
um a série de direit os sociais que am pliaram a perspect iva em relação às
dim ensões dos direit os e às at uações est at ais, not adam ent e, no que se refere à
prot eção dos direit os econôm icos, sociais e cult urais ( direit os de segunda
dim ensão) .
A assert iva est á cor r e t a .
Com e n t á r ios
A assert iva est á incor r e t a , t endo em vist a que foi a Magna Cart a, de 1215, que
represent ou a prim eira cart a de garant ias e liberdades individuais concedidas aos
nobres da I nglat erra pelo rei “ João sem Terra” .
A finalidade principal do docum ent o foi a subm issão do rei às suas regras a sim
de evit ar arbit rariedades e excessiva cobrança de im post os, além de reconhecer
direit os civis com o a propriedade privada e o direit o de ir e vir.
Qu e st ã o 1 4 – I n é dit a – 2 0 1
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O est udo dos aspect os hist órico dos Direit os Hum anos conduz à conclusão
de que as at rocidades, guerras e surt os de violência m obilizaram a
com unidade int ernacional para a prot eção dos Direit os Hum anos.
Com e n t á r ios
Corret o. Tal afirm ação const a da dout rina de Fábio Konder Com parat o. I sso fica
evident e, especialm ent e no que t ange à criação da ONU, que é decorrência diret a
a m obilização int ernacional cont ra as barbáries da 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .
Qu e st ã o 1 5 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m ovim ent o socialist a, especialm ent e difundido por Karl Marx e Friedrich
Engels, im plicou o reconhecim ent o dos direit os difusos e colet ivos.
Com e n t á r ios
O m ovim ent o socialist a defende m aior int ervenção est at al, de m odo que ao
Est ado com pet e prover, na m edida de suas possibilidades as necessidades da
sociedade. Essas necessidades caract erizam - se pelos direit os de segunda
dim ensão.
Logo, est á incor r e t a a assert iva.
Qu e st ã o 1 6 – I n é dit a – 2 0 1 7
Relat ivam ent e à afirm ação hist órica dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
seguint es.
O m odelo filosófico crist ão de pensam ent o propugnou a subm issão do ser
hum ano à figura divina, não cont ribuindo para o desenvolvim ent o dos
Direit os Hum anos.
Com e n t á r ios
Quando da análise da afirm ação hist órica, vim os que o crist ianism o foi essencial
para firm ar a com preensão de que a pessoa é o cent ro das ações hum anas,
cont ribuindo com o desenvolvim ent o dos Direit os Hum anos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .
exem plo da vedação de associação para fins param ilit ares previst o pelo
poder const it uint e originário.
c) Tendo em vist a que as norm as de prot eção aos direit os hum anos não
int egram o cham ado j us cogens, a universalidade dos direit os hum anos é
relat ivizada, prevalecendo um a fort e ideia de respeit o ao relat ivism o
cult ural, ainda que o Est ado sej a part e form al da com unidade int ernacional.
d) A im prescrit ibilidade dos direit os hum anos não alcança a pret ensão à
reparação econôm ica decorrent e de sua violação. Port ant o, inexist e direit o
à indenização por violação a direit os hum anos ocorridos durant e o regim e
m ilit ar.
e) Em razão do carát er hist órico dos direit os hum anos, exist e consenso
dout rinário acerca de sua divisibilidade, est abelecendo- se independência
ent re os direit os hum anos e priorização de sua exigibilidade a part ir do
espaço geográfico em que seu t it ular est ej a inserido.
Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Pela caract eríst ica da irrenunciabilidade, a pessoa
não pode renunciar à prot eção de sua dignidade. Desse m odo, event ual renúncia
a direit o hum ano é nula, não possuindo qualquer validade j urídica.
A a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Segundo o princípio da
relat ividade, os Direit os Hum anos podem sofrer lim it ações para adequá- los a
out ros valores coexist ent es na ordem j urídica.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As norm as j us cogens possuem m aior hierarquia
em relação às dem ais norm as int ernacionais. As norm as j us cogens de Direit os
Hum anos, em razão da essencialidade da m at éria que t rat am , se im põem sobre
qualquer out ro regram ent o int ernacional.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. Segundo o STJ, as ações indenizat órias por danos
m orais decorrent es de at os de t ort ura ocorridos durant e o Regim e Milit ar de
exceção são im prescrit íveis. A im prescrit ibilidade se refere t ant o à punição pela
prát ica do crim e, quant o pela reparação do dano à vit im a.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. A indivisibilidade t em o sent ido de que os direit os
hum anos const it uem um corpo único, a ser int erpret ado e aplicado em conj unt o.
Com e n t á r ios
A Segunda Guerra significou a rupt ura com os direit os hum anos, e o Pós- Guerra
significa sua reconst rução. Com o m arco m aior do processo de reconst rução dos
direit os hum anos, em 10 de dezem bro de 1948, foi aprovada a Declaração
Universal dos Direit os Hum anos.
Ent ão, o t ext o se refere ao processo de int ernacionalização dos direit os hum anos
no cenário global e sua reconst rução a part ir do final da Segunda Guerra Mundial.
Desse m odo, a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
Com e n t á r ios
Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Os direit os t rabalhist as
e previdenciários surgiram a part ir da Const it uição de Weim ar, de 1919, da
Alem anha, e não na Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia que prot egia os
direit os hum anos.
A Declaração de Direit os do Est ado da Virgínia dem onst ra preocupação com a
est rut uração de um governo dem ocrát ico. No ent ant o, não faz nenhum a m enção
aos direit os econôm icos e sociais.
Qu e st ã o 2 1 – I D ECAN / Pr e fe it u r a de N a t a l – RN – Pe da gogo –
2016
“ A Yout h for Hum an Right s I nt ernat ional afirm a que as crianças que não
conhecem os seus direit os são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos
m al- int encionados. Est at íst icas de perda da dignidade e da vida at ravés do
abuso infant il, violência de gangs, t rabalho infant il e crianças- soldados são
incrivelm ent e alt os.”
( Disponível em : ht t p: / / br.yout hforhum anright s.org/ voices- for- hum an-
right s/ hum an- right s- abuses.ht m l.)
Os direit os hum anos incluem o direit o à vida e à liberdade, à liberdade de
opinião e de expressão, o direit o ao t rabalho e à educação, ent re m uit os
out ros. Todos m erecem est es direit os, sem discrim inação. Acerca dos
direit os hum anos, assinale a afirm at iva I NCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de form a igual e sem
discrim inação a t odas as pessoas.
b) Devem ser vist os com o de igual im port ância, sendo igualm ent e essencial
respeit ar a dignidade e o valor de cada pessoa.
c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direit os hum anos.
O que im plica em não poder ser lim it ados em det erm inadas sit uações.
d) São indivisíveis, int er- relacionados e int erdependent es, j á que é
insuficient e respeit ar alguns direit os hum anos e out ros não. Na prát ica, a
violação de um direit o vai afet ar o respeit o por m uit os out ros.
Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á corret a, pois em razão da universalidade os direit os são
aplicados a t odos em t odos os lugares.
A a lt e r na t iva B est á corret a, pois não há hierarquia ent re direit os hum anos que
devem ser, t odos, respeit ados e prom ovidos com igual im port ância.
A a lt e r na t iva C est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Os Direit os Hum anos
são, de fat o, inalienáveis e não podem ser “ vendidos” pelo t it ular. Cont udo, os
Direit os Hum anos sofrem diversas lim it ações.
Por fim , a a lt e r na t iva D est á corret a, ret rat ando t rês caract eríst icas
im port ant es, que com preendem um núcleo int egrado de prot eção de direit os. Por
isso devem os considerá- los, a um só t em po, indivisíveis, int er- relacionados e
int erdependent es.
I I I . Os direit os hum anos são direit os inerent es a cada pessoa por ela
sim plesm ent e ser um hum ano.
a) Apenas I I est á corret a.
b) Apenas I I I est á corret a.
c) Apenas I I e I I I est ão corret as.
d) Apenas I e I I est ão corret as.
e) I , I I e I I I est ão corret as.
Com e n t á r ios
Vam os analisar cada um dos it ens.
O it em I est á incorret o. Direit os Hum anos são os direit os básicos de t odos os
seres hum anos.
O it em I I est á corret o, pois se refere ao art . 1º , da Declaração Universal dos
Direit os Hum anos, de 1948:
Art igo 1º
Todos os seres hum anos nascem livres e iguais em dignidade e direit os. São dot ados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos out ros com espírit o de frat ernidade.
Com e n t á r ios
A a lt e r n a t iva A est á incorret a. Pela caract eríst ica da irrenunciabilidade,
devem os ent ender que a pessoa não pode dispor sobre a prot eção à sua
dignidade. Desse m odo, event ual renúncia a direit o hum ano é nula, não
possuindo qualquer validade j urídica.
A a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Segundo o princípio da
relat ividade, os Direit os Hum anos podem sofrer lim it ações para adequá- los a
out ros valores coexist ent es na ordem j urídica.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As norm as j us cogens de Direit os Hum anos, em
razão da essencialidade da m at éria que t rat am , se im põem sobre qualquer out ro
regram ent o int ernacional.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. A int im idade é um direit o de t odo ser hum ano
durant e t oda a sua exist ência, inclusive para depois da m ort e. Se, violado esse
direit o, nasce a pret ensão do prej udicado buscar reparação civil, para indenização
m at erial e m oral.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. A indivisibilidade t em o sent ido de que os direit os
hum anos const it uem um corpo único, a ser int erpret ado e aplicado em conj unt o.
5 – Re su m o
D im e nsõe s dos D ir e it os H um a n os
1 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS 2 ª D I MENSÃO DOS 3 ª D I MENSÃO DOS D I REI TOS
H UMANOS D I REI TOS H UMANOS H UMANOS
associação
ao lem a da
Liberdade igualdade frat ernidade
Revolução
Francesa
Revolução Gloriosa na
I nglat erra Revolução Mexicana Pós- 2ª Guerra Mundial
m arco
hist órico I ndependência dos EUA Revolução Russa Surgim ent o da ONU
Revolução Francesa
“ Encíclica Rerum
“ Segundo Trat ado sobre Novarum ” ( Papa Leão t rabalhos acadêm icos
m arco o Governo” ( John Locke) XI I I ) que visem à prot eção
t eórico “ O Cont rat o Social” “ Manifest o do Part ido universal e solidária da
( Jean- Jacques Rousseau) Com unist a” ( Karl Marx e hum anidade
Frederich Engels”
direit o à liberdade de
exem plo direit o à saúde direit o ao m eio am bient e
expressão
pesquisas biológicas e à
m anipulação do pat rim ônio
genét ico das pessoas
( Norbert o Bobbio)
direit o direit os à paz
t ut ela da dem ocracia, do
direit o à inform ação e o
pluralism o polít ico ( Paulo
Bonavides)
Cent rou a discussão em t orno da unidade m oral do ser hum ano e da dignidade
FI LOSOFI A
do hom em , pelo qual devem os com preender t odos com o iguais em bora
ESTOI CA
exist am m uit as diferenças individuais.
O crist ianism o prega que Jesus é m odelo ét ico de pessoa, um a represent ação
CRI STI ANI SMO fact ível de Deus e suas dout rinas na t erra, que defende a igualdade ent re as
pessoas.
PERÍ OD O OBSERVAÇÕES
Const it uem form as polít icas nas quais o poder polít ico
R EI N O D AV Í D I CO , D EM OCRACI A encont ra- se subordinado à lei, sej a por int eresse divino
A TEN I EN SE E R EPÚBLI CA R OM AN A ( Reino de Davi) , por int eresse dem ocrát ico ( At enas) ou pela
est rut ura segm ent ada e organizada da sociedade ( Rom a) .
Período que m arca o nascim ent o dos Direit os Hum anos, com
despont am ent o da legit im idade dem ocrát ica, resguardo aos
I N D EPEN D ÊN CI A A M ERI CAN A E direit os de cidadania e valorização da dignidade.
R EVOLUÇÃO F RAN CESA
- Declaração de I ndependência dos EUA; e
- Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão.
R ECON H ECI M EN TO D OS D I REI TOS Marca a reação da classe operária e difusão do pensam ent o
H UM AN OS SOCI AI S D E socialist a, que viabilizou o reconhecim ent o dos direit os
ECON ÔM I COS E SOCI AI S econôm icos e sociais com o Direit os Hum anos.
Marca o surgim ent o do Direit o Hum anit ário ( Cruz Verm elha)
P RI M EI RA FASE D E
– vert ent e dos Direit os Hum anos – a lut a cont ra a
I N TERN ACI ON ALI ZAÇÃO D OS
escravidão ( At o Geral da Conferência de Bruxelas) , bem
D I REI TOS H UM AN OS
com o a regulação dos direit os t rabalhist as ( criação da OI T)