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São Paulo
2019
Rodrigo da Silva Ferreira
São Paulo
2019
Biblioteca FESPSP – Catalogação-na-Publicação (CIP)
155.3320688
F383m Ferreira, Rodrigo da Silva.
Masculinidade Tóxica e Marketing de Causas Sociais: o caso da
Gillette / Rodrigo da Silva Ferreira. – 2019.
30 f. : il. ; 30 cm.
Data de aprovação:
________/________/_________.
Banca examinadora:
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Instituição e assinatura.
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Instituição e assinatura.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
2 MARCAS E O MARKETING SOCIAL
2.1 - Marketing de Causas Sociais
2.2 - A Digitalização, Nativos Digitais e os Mobile First
2.3 - Receptor e Coparticipe da Informação
2.4 - Causas Sociais
3 MASCULINIDADE TOXICA E O MARKETING EM CAUSAS SOCIAIS: O CASO
DA GILLETTE
4 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
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1. INTRODUÇÃO
lugares que antes os pertenciam. Esses mesmos lugares ocupados, aos quais foram
conquistados durante todas as lutas na história de um país é, diariamente, colocado
em xeque por comportamentos culturais e conservadores que, também, foram
construídos durante o processo histórico.
Na introdução da obra O Martelo da Feiticeira, Rose Marie Muraro (2015)
remonta a organização e a divisão do trabalho colocado sobre a divisão do sexo. Em
primórdios, as mulheres detinham protagonismo por serem passíveis de gerar a vida,
tal como era observado pela natureza. “Enquanto as sociedades eram de coleta, as
mulheres mantinham uma espécie de poder, mas diferente daqueles das culturas
patriarcais” (p. 93). A autora continua:
gerações, são passíveis de gerar outros comportamentos que não traduzem, em sua
amplitude, as novas relações que são apresentadas pelo público masculino
decorrentes do próprio avanço social, democrático na defesa das liberdades civis. Tais
posicionamentos se mostram importantes, pois grande parte dos consumidores
apresentam a tendência à identificação com marcas que se engajam em causas
(KAMIYA et al. 2018).
Partindo de tais considerações contextuais e de posicionamento do objeto de
estudo, este texto tem como objetivo falar sobre a relação das marcas com as causas
sociais, e como tais marcas engajadas se apropriam dos discursos ou bandeiras de
luta para alavancar seu posicionamento no mercado, atingindo posições que antes
não haviam alcançado. Para auxiliar em uma linha de construção da narrativa, iremos
debater, em primeiro momento, sobre marketing social e de causa; intercalando com
discussões que ter como cerne a construção de masculinidade e como a cultura
impacta diretamente para formação dos homens no futuro. Essa construção se torna
importante para construir as bases aos quais a marca Gillette tem se posicionado. Em
seguida, iremos falar sobre o sobre o estudo de caso, o caso da Gillette, the best man
can be.
The fact that each year thousands of markets develop cause marketing
programs is evidence that marketers believe cause marketing is useful
marketing tactics (Wymer e Samu, 2009, p.1)
Marketing social não é uma ação recente das empresas. Kotler e Eduardo
(1992) pontua que a estratégia já era utilizada mesclando propostas (políticas, sociais
e culturais) e campanhas para provocar mudanças de comportamentos nos
consumidores. Entretanto, o que pode ter ocasionado mudanças para que o tema
“masculinidade tóxica” seja debatido após 27 anos após às menções de Kotler?
É comum falar dos nativos digitais, ou seja, dos sujeitos nascidos após os anos
de 1990. Entretanto, esses sujeitos têm apresentado e revolucionado as formas de
produção, absorção e propagação de conteúdo. Kotler (2018), no livro Marketing 4.0,
coloca paradigmas de intersecção de canais que o consumidor interage com uma
marca. Os canais são diversos e ocorre todos de maneira simultânea, aos quais as
informações chegam e transitam por todos e a qualquer momento. Como exemplo,
podemos tratar de um consumidor que durante a interação em qualquer situação, tem
a possibilidade de realizar consultas sobre o produto de uma loja física. Conhecendo
os atributos que lhe encantaram naquele produto, entra em contato com a marca pelos
canais de atendimento ou busca nos sites das empresas motivado pela experiência
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Metodologia de pesquisa que coleta, dentro de um universo, informações sobre lembrança de marcas
ou produtos com consumidores. Normalmente pesquisas de opinião, aplicadas em pontos de fluxo
(PDV) ou por meio da coleta telefone. A pesquisa inicia-se por um processo de coleta de informações
básicas para segmentar o consumidor e identificar que a comunicação está sendo direciona com
alguém que faz uso da categoria. Em seguida é questionada, de maneira geral, qual marca o
entrevistado associa ao uso de uma determinada categoria. A primeira lembrança, ou aquele que está
no consciente do entrevistado é a mais lembrada ou, em outras palavras, top of mind.
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que teve na loja física. O consumidor passa a atuar ativamente atrás de um produto
ou serviço, ganhando mecanismos e formas de barganhar o melhor custo-benefício.
1. Sujeito ativo;
2. Molda e produz conteúdo que está presente nos veículos tradicionais (grandes
veículos de comunicação de massa);
2.3 - RECEPTOR E COPARTICIPE NA INFORMAÇÃO
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Oposto ao mobile first, há o nativo digital, aquele sujeito que nasceu pós anos
90 e tem como extensão de suas ações o uso das redes e dispositivos eletrônicos. A
denominada “geração X” e os “millenials” além de possuírem força de propagação das
ideias são o grupo que estará no controle, ou, como já pontua Casimiro e Macedo
(2018) são aqueles que estão no controle.
Kotler (2018) também pontua sobre os nativos digitais. Para o autor, eles são
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Os nativos digitais são os sujeitos que irão mover a história nas próximas
décadas, além de se apresentarem como indivíduos que engajam outros pela sua
presença nas mídias digitais.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Gráfico 2: LGBT
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Fonte: Google Trends, 2019
A temática LGBT passa a ganhar corpo e espaço de fala nas ruas durante o
período que governo de esquerda está a frente do executivo. Uma vez que os lugares
são ocupados, a luta pela manutenção e permanência passa a ser diária. Daí o gráfico
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abaixo mostrar uma constante na curva a partir de 2010. Embora, no caso do Brasil,
deve-se investigar, pois há uma especificidade no debate bastante pautado pelo grupo
religioso considerado “neopentecostal”.
Gráfico 3: Homossexualidade
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Fonte: Google Trends, 2019
Gráfico 4: Feminismo
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Fonte: Google Trends, 2019
Os gráficos nos auxiliam a pensar em questões que estão sendo buscadas nas
redes e quais são as tendências e motivações para que empresas e usuários se
engajem em causas sociais.
caráter exponencial com o passar dos anos. Observando o “pico” nas buscas deste
ano buscaremos entender qual fator externo, o “gatilho” que pode ter ampliado muito
tal busca.
Gráfico 6 - Gillette
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Gráfico 8 - Sentido dos comentários usuários das redes sociais sobre masculinidade
tóxica
4. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
. Acesso em 18/11/2019.
COMSCORE. Onde os brasileiros estão passado seu tempo online? 2019. Disponível
em https://www.comscore.com/por/Insights/Infographics/Onde-o-brasileiro-esta-
passando-seu-tempo-online-outubro. Acesso em 18/11/2019.
_______. Quais mercados globais são os mais mobile first. 2017. Disponível em
https://www.comscore.com/por/Insights/Blog/Quais-mercados-globais-sao-os-mais-
mobile-first. Acesso em 18/11/2019.
INGOLD, T. Estar vivo: Ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Rio de Janeiro:
Editora Vozes. 2015.