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Os sofistas foram os fundadores do que se entende hoje como a pedagogia.

Esta seria uma


ciência ou uma arte? Segundo Jaeger, para os sofistas, a educação era entendida como uma
técnica. Naquele contexto de individualismo, havia uma tendência geral em se compartimentar
todos os ramos da vida social e política em setores de especialização. Também os sofistas
sistematizaram um modelo de educação com um objetivo específico de formar o cidadão. Eles
entendiam que sua técnica era a mais elevada dentre as técnicas.

A antiga tradição educacional da Grécia era baseada na religião: havia uma mistura de religião e
cultura, de modo que não se entendia a formação do homem sem se passar pelos mitos. Os
sofistas aparecem com um modelo de educação que rompe com essa tradição, propondo um novo
paradigma na educação. Esse é o cerne do humanismo, fenômeno tipicamente grego que focava o
homem como objeto e alvo da educação.
Os sofistas nada deixaram escrito que lhes sobrevivesse. Sabe-se que não eram homens de ciência,
e que não exerciam atividade literária, já que seu ensino era pragmático, como coloca Jaeger.

Na elaboração do seu método, os sofistas fizeram um estudo de todos os métodos educativos que
os precederam, investigaram as condições prévias de toda a educação, o problema da relação
entre a natureza e o fluxo educativo exercido sobre o indivíduo. Essa retrospectiva levou-os a
concluir que estavam na natureza os fundamentos da educação, através da doutrinação e do
exercício, o que deveria criar no homem uma segunda natureza, ou seja, uma formação racionalista.
É aí que a natureza humana ganha força em detrimento do modelo antigo. A partir do momento
em que o homem passa a ser visto como submetido às leis da natureza, nasce um conceito mais
amplo de natureza humana. O sistema pedagógico dos sofistas vai, então, entender o ser humano
como uma totalidade de corpo e alma. Essa natureza humana é vista de modo otimista, uma vez
que, para eles, o homem está naturalmente voltado para o bem, e qualquer coisa diferente disso, é
uma exceção. É nesse contexto de otimismo que encontramos o gérmen do que seria o conceito
de lei: o conhecimento do bem faz com que o indivíduo aja bem, enquanto que as práticas más
vão ser previstas e castigadas pela lei. Esta funciona, pois, como um sistema educativo.

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