Você está na página 1de 16

Pedagogia da Saúde

Aprendizagem: vem do verbo aprender e pressupõe uma tomada de conhecimento, uma


memorização, uma mudança de comportamento.
Ensino: vem do verbo ensinar. É uma ação educativa que, partindo do mestre, se dirige ao
estudante para obter dele um crescimento intelectual através da interiorização de conceitos
que o tornarão capaz de compreender a realidade do mundo em que vive.
Didática: é a ciência e arte de ensinar.
Instrução: é um trabalho intelectual que consiste na aquisição de conhecimentos necessários à
vida.
Formação: processo de aperfeiçoamento de capacidades já existentes.
Educação: desenvolvimento harmonioso de tendências e capacidades do ser humano.

Pedagogia: ciência e arte da educação; "paidos" ("da criança") e "agein" ("conduzir").


Andragogia: é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender.
Processo ensino/aprendizagem: é o conjunto organizado de atividades desenvolvidas pelo
professor e alunos com vista à aquisição de conhecimentos por parte destes.
Planeamento: racionalização do trabalho ou organização do mesmo de forma a obter os
melhores resultados. É o estabelecer de linhas gerais que nos vai proporcionar a previsão de
determinados comportamentos ou situações.
Planeamento Pedagógico: é determinar o curso de toda a ação pedagógica de forma a obter os
melhores resultados no processo ensino/aprendizagem. Traduz-se pela previsão e preparação
das atividades e experiências pedagógicas.
Atividade Pedagógica: é o conjunto de meios ou instrumentos utilizados pelo professor para
criar situações e abordar conteúdos que permitam aos alunos viver as experiências necessárias
à sua transformação.

"A Pedagogia tem por objetivo criar situações que permitam multiplicar as
possibilidades individuais de aprendizagem”

- Binet define a Pedagogia como a “ciência da ação”


- Millaret refere que “o domínio da ação pertence à educação enquanto uma reflexão
sobre esta ação seria do domínio da Pedagogia”
Ensinar: … indicar, mostrar, “explicar” (…) uma ciência, uma arte, de maneira que outros
aprendam.
Aprendizagem: Construção pessoal, resultante de um processo experiencial, interior à pessoa e
que se traduz numa modificação de comportamento relativamente estável.

OBJETIVO SUBJETIVO
Adquirir algo Aprender por si, apreender,
que é compreender, organizar o
transmitido por conhecimento, tanto por
outra pessoa trabalho intelectual ou físico,
como pela experiência

 A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) define Educação para a Saúde como
“qualquer combinação de experiências de aprendizagem que tenham por objetivo
ajudar os indivíduos e as comunidades a melhorar a sua saúde, através do aumento dos
conhecimentos ou influenciando as suas atitudes”.
 Esta definição visa contribuir para a operacionalização do conceito de Promoção da
Saúde definido na Carta de Ottawa (1986), como “o processo que visa aumentar a
capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido
de a melhorar.”

História da Educação
Correntes Pedagógicas

Educar: Do latim educare, educere, que significa “conduzir para fora” ou “direcionar
para fora”.

 O significado do termo (direcionar para fora) era utilizado no sentido de preparar as


pessoas para o mundo e viver em sociedade, ou seja, conduzi-las para fora de si
mesmas, mostrando as diferenças que existem no mundo.
 A educação é uma ação reguladora e estimuladora do processo de desenvolvimento
humano, bem como da personalidade humana.
Para Kant, o ser humano só se torna verdadeiramente humano através da educação.
 No sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e
valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para outra.
Vai-se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada
indivíduo ao longo da sua vida.
Principais Fases da Educação

Educação primitiva

Ocorria de forma espontânea, ou seja, as crianças ou jovens aprendiam por imitação, ao


observarem os maiores nas suas atividades elementares, que eram a pesca, a caça, a
agricultura, etc.
 Na antiguidade os factos eram transmitidos pela sua demonstração, cativando deste
modo a atenção de quem aprendia. Os chefes de família foram os primeiros
professores.

Educação na Antiguidade

 No Egito as Escolas funcionam nos templos e em algumas casas e são frequentadas por
pouco mais de 20 alunos cada uma; Predomínio do processo de memorização; Uso
constante de castigos.
Conteúdos ensinados: informações práticas: cálculo da ração das tropas em campanha,
número de tijolos necessários para uma construção, complicados problemas de
geometria associados à agrimensura, grande conhecimento de botânica, zoologia,
mineralogia e geografia.
 Entre os hindus, a educação era privilégio das castas superiores, embora não fossem
comuns as escolas.

Educação na Grécia

 Os sofistas - o sofista dedicava-se ao ensino e à instrução – ensinavam aos jovens


gregos, a arte da retórica, da fala, do convencimento como instrumento de poder, com
a finalidade de fazer prevalecer os seus interesses de classe.
 Cada homem via o mundo a seu modo não sendo possível uma ciência autêntica, de
caráter objetivo e universalmente válida. A educação não era conhecida como um
direito do cidadão grego, mas era por meio dela, que os homens se tornavam melhores
e felizes.
 Neste período as crianças viviam a primeira infância em família, assistidas
pelas mulheres e submetidas à autoridade do pai, que poderia reconhecê-las ou
abandoná-las, que escolhia o seu papel social e era o seu tutor legal. A infância não era
valorizada em toda a cultura antiga. A criança crescia em casa, controlada pelo “medo
do pai”, colocada à margem da vida social. A partir dos sete anos era inserido em
instituições públicas e sociais que lhe concediam uma identidade e lhe indicavam uma
função.
 A menina não recebia qualquer educação formal, mas aprendia os ofícios domésticos e
os trabalhos manuais com a mãe. A escola ainda permanecia elitizada, atendendo aos
jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes enriquecidos. O
ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, já que nas
escolas a formação era mais desportiva que intelectual.
 Principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão
 A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser
suficiente. Surge então o modelo ideal de educação grega, que aparece como Paidéia,
que tem como objetivo geral construir homem como homem e cidadão.
Platão define Paidéia da seguinte maneira: “(...) a essência de toda a verdadeira
educação ou Paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão
perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”.
 A partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o
homem, a educação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na
ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. É então que o ideal
educativo grego aparece como Paideia, formação geral que tem por tarefa construir o
homem, como homem e como cidadão.

dia de uma criança grega


 Mal o dia surgia, o rapaz acordava e o pedagogo que, com a sua
lanterna, o ajudava a lavar-se e a vestir-se;
 Após a refeição da manhã, o pedagogo acompanhava o rapaz à
palestra onde ia aprender música e ginástica;
 Depois de um banho, o rapaz regressava a casa para almoçar;
 À tarde regressava novamente à palestra para ter agora lições de
leitura e escrita;
 De regresso a casa, e sempre acompanhado pelo pedagogo, o
rapaz estudava as suas lições, fazia os trabalhos de casa, jantava
e ia deitar-se.

Não existiam fins de semana nem férias, exceto os frequentes dias


de festivais religiosos ou cívicos, que constituíam bons dias de
descanso para os jovens gregos (cf. Castle, 1962: 65)

Educação em Roma

Visava incutir no cidadão a coragem, a prudência, a honestidade, a seriedade,


sendo a família um fator preponderante para que tais virtudes fossem alcançadas.
Os educadores romanos preocupavam-se mais com questões de ordem prática,
visando desenvolver no homem a racionalidade fazendo-o pensar corretamente e se
expressar de forma convincente.
 A mulher em Roma era valorizada e reconhecida como sujeito educativo, que controlava
a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o
papel do pai, cuja autoridade, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro
da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspeto da vida do filho
(desde a moral até os estudos, as letras, a vida social).
 Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar o seu papel de esposas e
mães, mesmo que tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana.

Educação Medieval

O caráter é essencialmente religioso, dogmático, sendo que predominavam


matérias abstratas, literárias, com prejuízo da educação intelectual e científica. É
utilizado o
uso do latim como língua única.
Educação conservadora; criticava a educação grega (liberal) e romana (prática).

 As matérias ensinadas nas escolas medievais eram representadas pelas chamadas artes
liberais, divididas em trívio - gramática, retórica, dialética - e quadrívio - aritmética,
geometria, astronomia, música.

Educação no Renascentismo

 Conhecida como o século das luzes; Interesse pela educação grega e romana:
 Privilégio aos que detinham o poder;
 Principais pensadores: João Amós Comenius e Jean Jacques Rousseau.
 Para Rousseau, são pressupostos para a educação: a liberdade, a atividade pela
experiência, a diferença entre a mente da criança e do adulto.
 A criança deixou de ser vista como um adulto em miniatura, e passou a ser vista como
um ser em desenvolvimento, com uma educação integral, que atenda aos aspetos
físicos, intelectuais e morais. Teve uma influência decisiva na educação moderna.
 O Renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da natureza. A
exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o projeto estético dos artistas desse
período. Desenvolvendo novas técnicas de proporção e perspetiva, a pintura e a
escultura renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da realidade. Em
consequência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo humano
formavam alguns dos elementos correntes nas obras do Renascimento.
Educação Humanista
A disciplina e autoridade que até então eram predominantes, deixam espaço ao
desenvolvimento do pensamento livre e crítico. As matérias científicas retornam ao currículo,
embora ainda em segundo plano. O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século
XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e económicas
desencadeadas pelo Renascimento.

 O Renascimento confrontou importantes conceitos elaborados pelo pensamento


medieval. No campo da astronomia, a teoria heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do
Universo, contrapunha – se à antiga ideia cristã que defendia que a Terra se encontrava
no centro do cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções do
saber médico dessa época. Os humanistas eram homens letrados profissionais,
normalmente provenientes da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras,
exerceram grande influência sobre toda a sociedade; rejeitavam os valores e a maneira
de ser da Idade Média e foram responsáveis por conduzir modificações nos métodos de
ensino, desenvolvendo a análise e a crítica na investigação científica.

Educação Realista
Com base na filosofia e nas ciências de Galileu, Copérnico, Newton e Descartes, as
chamadas ciências novas, a educação realista dá inicio aos métodos da educação moderna.
Educação Moderna

 Surge no século XVII;


 Separação entre a igreja católica e o estado;
 Principais pensadores: Pestalozzi, Herbat e Froebel
 Duas instituições educativas, em particular, sofreram uma profunda redefinição e
reorganização na Modernidade: a família e a escola, que se tornaram cada vez mais
centrais na experiência formativa. Ao lado da família, há a escola: uma escola que
instruía e que formava; que ensinava conhecimentos, mas, também, comportamentos,
que se articulava em torno da didática, da racionalização da aprendizagem dos diversos
saberes, e em torno da disciplina. Uma escola na qual se ensinavam as mesmas coisas a
todos e segundo processos de tipo adulto, não mais caracterizada pela “promiscuidade
das diversas idades”.

Educação Nacional

Esta Ideia teve origem com a Revolução francesa, no século XVIII. A educação nacional
pressupôs a responsabilidade do Estado para o estabelecimento da escola primária
universal, gratuita e obrigatória, com vista a formação da consciência patriótica.
Pedagogia Tradicional

 Segundo esta perspetiva o estudante chega à escola com a “cabeça vazia”, competindo
à escola colocar-lhe um conjunto de conhecimentos factuais e habilidades intelectuais,
testando periodicamente a aquisição destes conhecimentos através de provas e
exames.
 Deste modo, o conjunto de factos que lhes eram transmitidos não era, de todo,
sinónimo de conhecimento adquirido, uma vez que este método apenas incentivava a
memorização dos factos e não as capacidades cognitivas tais como a interpretação,
julgamento e decisão dos factos, ignorando os estilos individuais de aprendizagem de
cada estudante.
 As habilidades intelectuais mais valorizadas, nesta perspetiva são :
A linguística, ou seja, a capacidade de ler, compreender e escrever textos;
A lógica-matemática, como a capacidade de processar informação quantitativa.
 A Metodologia de ensino é a exposição verbal, a resolução de exercícios e a
memorização de fórmulas, conceitos e recapitulação do saber adquirido.
 A relação professor-estudante é marcada pelo autoritarismo.
O professor é o único que possui o conhecimento para ensinar e o papel do estudante é
o de receber o conhecimento transmitido. O silêncio em sala de aula é imposto pela
autoridade do docente.

Escola Nova

 Na perspetiva dos pedagogos modernos o processo educacional não reside unicamente


nas escolas, pois a educação tem um papel que vai muito para além do ensinar e
instruir.
 O estudante é o centro e há uma preocupação com o domínio psicológico.
 O papel do professor é esforçar-se de modo a despertar o interesse e a curiosidade do
estudante.
 O conteúdo precisa de ser compreendido e não decorado, sendo o “produto” menos
importante que o processo do conhecimento.
 As atividades realizadas são centradas no estudante, sendo a iniciativa e
espontaneidade bastante valorizada, sendo respeitado o ritmo de cada um, tendo assim
uma “valorização personalizada”. Valoriza a utilização de laboratórios, oficinas, hortas.
 É incentivado o trabalho de pesquisa e experiência, permitindo uma evolução daquilo
que é concreto para o que é abstrato.
 Vê o Homem de forma integral, tendo este não só razão, mas, também, sentimentos e
emoções.
 A avaliação é vista como um processo válido para o estudante e não para o professor,
constituindo uma das etapas do processo de aprendizagem e não o seu centro ou fim.
 Deve ter em consideração não só habilidades intelectuais, mas, também, aspetos como
a cooperação e a solidariedade.

Disciplina Rígida; inquestionável Responsabilizante


Papel do Professor Detentor do saber e da Orientador; Moderador;
razão. Autoridade; Transmissão de
Inacessível; Repressivo; conhecimentos
Incontestável; Diretivo. e ajuda a descobrir novos
conhecimentos; Educador.
Papel do Aluno Ouvinte passivo; Ativo participante;
obediente criativo; ouvinte ativo.
ao mestre; aprender sem
criar
Aprendizagem Memorização; Assente em meios
por meio de métodos individuais; audiovisuais;
assente em manuais pesquisa; observação;
reflexão
individual e em grupo;
livros
Relação Não estabelecem Há intercâmbio; privilegia
Escola/Meio relações: fechada, a hétero estruturação.
estanque.
Programas Rígidos; baseados em Flexíveis; orientadores;
normas; repetitivos; adaptados ao educando e
seletivos ao meio;
Modo de encarar O aluno é subordinado; Democrático; empático
o aluno autoritarismo; autocrático
Relação do aluno Individualista; baseado Camaradagem e espírito de
com os colegas na competitividade grupo; não
competitividade

Correntes Pedagógicas

A Corrente Empirista

A aprendizagem é vista essencialmente como um processo de modificação do


comportamento pelo estabelecimento e reforço de novas associações entre estímulos e
respostas – aprender a responder de uma ou de outra maneira na presença de tais
fatores despoletadores – ou a extinção de associações existentes – aprender a
não reagir de uma ou de outra maneira na presença de tais estímulos.
A Corrente Racionalista

A aprendizagem é vista como um processo pelo qual se desenvolvem, transformam e


adquirem as estruturas e as capacidades cognitivas individuais do indivíduo através das
suas ações no meio. Toda a aprendizagem realiza-se a partir de estruturas cognitivas já
existentes. Aprender é transformar estruturas cognitivas prévias em novas estruturas.

A Corrente Interaccionista

A aprendizagem é fundamentalmente abordada como o processo pelo qual o saber


circula, se constrói e se transforma no seio de uma comunidade, de um grupo social.
Aprender, para o indivíduo, é participar neste processo coletivo de coconstrução do
saber, é inscrever-se numa relação com outros que promove esta co-construção.
Planeamento Pedagógico

Planear uma ação “é estabelecer um plano pormenorizado em termos de tempo, de tudo o


que deve ser previsto para permitir a sua realização; é definir progressivamente uma visão
cada vez mais clara da ação, integrando de uma forma coordenada todos os elementos a
considerar e fixar etapas específicas para a sua concretização” (De Ketele, et al., 1988)

Finalidades:

 Tornar o E/A mais eficiente e adequado às necessidades pedagógicas do aluno e aos


critérios de formação da Escola
 Definir objetivos educacionais
 Evitar a rotina e a improvisação
 Evitar desperdícios de tempo/recursos
 Proporcionar sequência, progressão e integração na aquisição de conhecimentos
 Reunir os melhores recursos didáticos
 Humanizar o processo E/A
Tipos de Planeamento:

 Longo prazo: delinear globalmente a ação a ser empreendida;


 Médio prazo: organização das matérias, assuntos ou temas por unidades de ensino;
 Curto prazo: preparação das ações em tempo letivo imediato; ações que se vão
concretizando no dia a dia
Etapas do Planeamento:
1. Análise da situação (necessidades, recursos, caracterização do grupo alvo)
2. Formulação de objetivos educacionais
3. Seleção e organização dos conteúdos
4. Seleção e organização das estratégias
5. Programação da atividade
6. Seleção das estratégias de avaliação
Tipos de Atividades Pedagógicas:

 Escolares: selecionadas, planeadas e desenvolvidas pela Escola com total


responsabilidade desta;
 Circum-Escolares: planeadas e desenvolvidas com a participação da Escola mas não da
sua inteira responsabilidade;
 Extraescolares: atividades que complementam as escolares mas podem ou não estar
relacionadas com os conteúdos; em princípio a Escola não colabora no seu planeamento
e desenvolvimento.

Tipologias da Formação:

 Sessão Letiva (ex. aula clássica ± magistral);


 Curso Breve (±30h, estado atual dos conhecimentos, debate gradual e síntese de
ideias);
 Conferência (monotemática, + profunda e estrutural, habitual/não inclui questões);
 Seminário (semear ideias, inclui debate, síntese e conclusões);
 Workshop (introdução ao tema, proposta de trabalhos em grupo, debate final e síntese
de ideias);
 Congresso (conferência, painel, mesa redonda, workshop…)

Organização de atividades formativas


1. Análise de necessidades
2. Preparação da ação
3. Desenvolvimento da ação
4. O Pós-ação/Conclusão

1. ANÁLISE DAS NECESSIDADES


A procura “pressupõe que alguém solicita explicitamente a outrem alguma coisa, (...) as
expectativas referem-se, antes de tudo, aos efeitos da formação pressentidos de forma mais ou
menos clara, (...) as necessidades de formação correspondem a lacunas ou desfasamentos
entre o vivido e o desejável, suscetíveis de serem colmatados por uma formação adequada.”
(De Ketele, Chastrette, Mettelin e Thomas, 1988)
AVALIAÇÃO DE NECESSIDADES DE FORMAÇÃO

Recolha e tratamento de informação relativa a carências a nível individual e/ou coletivo


referentes a comportamentos, a nível de conhecimentos, capacidades e atitudes que podem
conduzir a um deficiente desempenho e baixa produtividade. (Rodrigues & Esteves, 1993)

2. PREPARAÇÃO DA AÇÃO
Na preparação da ação é necessário definir alguns papéis, tais como:

 Organizador
 Responsável pela ação
 Coordenador pedagógico e científico
Plano de Formação
1. Apresentação / Introdução 15%
3 ideias-chave ou uma questão, às quais vai dando resposta ao longo da sessão;

2. Desenvolvimento 70%
Manter sempre a estreita ligação entre conteúdos e rigor científico: o fundamentar com
autores credíveis;
3. Conclusão / Avaliação 15%
Sintetizar as ideias-chave que se pretendem que sejam retidas;

Um bom PLANO de sessão deve ser:

 preciso
 rigoroso
 objetivo
 com sequência
 coerente
 flexível

Preparação de uma estratégia de formação:


estruturação do programa, definição do conteúdo e dos métodos

Para prever uma estratégia de formação, é importante ter claramente definido os


objetivos da formação, assim como, ter determinado exatamente as CARACTERÍSTICAS
DOS PARTICIPANTES, aos quais é destinada:
 Idade, meio sociocultural de origem, provável sistema de valores;
 Nível de conhecimento do assunto;
 Expectativas, necessidades e motivações (elementos facilitadores) ou, pelo contrário,
crenças, à priori, negativas que possam ter (elementos frenantes);
 Maneira de pensar e de aprendizagem provável, concreta, pragmática ou pelo contrário,
abstrata, teórica.

Quem são os formandos?


O que se pretende que os formandos saibam no final da ação de
formação?
Para quê?
Que saberes dominam os formandos?
Que percurso formativo é preciso adotar com os formandos?
Que motivações / desmotivações se devem considerar?
Que meios de aprendizagem são necessários?
Como deverão ser avaliados os resultados?

Planear uma Formação em Saúde


 Definir características dos formandos;
 Definir objetivos e critérios;
 Reunir informação de apoio / Bibliografia;
 Elaborar a estrutura: tempos, objetivos específicos, conteúdos;
 Eleger os métodos: atender aos estilos de aprendizagem;
 Recolher materiais e instrumentos de suporte e apoio.
Objetivos:
A definição prévia dos objetivos, além de ser condição de maior clarificação dos
procedimentos formativos, é também garantia de maior congruência, entre os resultados
desejados e os alcançados.
Estratégias/Metodologia:

 Ter em conta os diferentes estilos de aprendizagem


 Adotar várias metodologias: Expositivo oral direto até ao mais interativo
 Usar vários recursos: Projetor multimédia, slides, filmes, imagens, fotos reais, entre
outros;
 Mobilizar conhecimentos e experiências prévias;
 Criar uma relação de empatia e proximidade com o grupo;
 Estar atento aos momentos de “quebra”
Taxa de retenção de ideias:
 Aulas 5%
 Leitura 10%
 Audiovisual 20%
 Demonstrações 30%
 Grupos de discussão 50%
 Praticar fazendo 75%
 Ensinar os outros 80%
Matriz Comum no Planeamento de uma Formação

 Entidade Formadora / Instituição;


 Identificação (sumária) do formador (contacto);
 Tema;
 Destinatários;
 Objetivos;
 Conteúdos;
 Duração (inicio e fim);
 Estratégias / Metodologia
- o Inclui a escolha e disposição do espaço, dos recursos, textos, das formas de
veicular os conhecimentos e de interagir com o grupo (tudo planeado, mas não
obrigatoriamente explícito / efeito surpresa) e bibliografia
 Avaliação (formativa e/ou sumativa).

3. DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO
 O acolhimento;
 A abertura da sessão;
 O início dos trabalhos;
 O desenrolar da ação;
 O encerramento da ação.

Conteúdos
 Selecionados em função de:
- Objetivos/finalidade;
- Do enquadramento da formação (painel de congresso, do programa de uma unidade
curricular, de um plano anual de formação em serviço…);
- Dos destinatários;
- Do tempo de duração.

A relevância da formação não reside no arsenal dos métodos que se utilizam ou na


sofisticação das técnicas que se aplicam, mas antes:
 No realismo dos seus objetivos,
 Na identificação clara e precisa dos seus destinatários,
 Na oportunidade dos seus conteúdos,
 Na adequação dos seus métodos
 Na competência técnica e humana dos seus animadores.”
(Ferreira, 1999)

Executar uma Formação


Intervenção:
 Verificar o ambiente/sala e os meios audiovisuais
 Receber o público/formandos
 Apresentar: Formador, Conteúdos, Objetivo principal
 Desenvolver Conteúdos e as várias estratégias
 Resumir Ideias principais (solicitar colaboração ativa)
 Fazer a despedida e deixar um contacto posterior

4. O PÓS-AÇÃO

A produção de documentos administrativos e pedagógicos, tais como o relatório de


execução e o relatório de síntese (é um documento de reflexão do responsável pela
ação sobre a missão que lhe foi confiada pela autoridade organizadora).

Funções da Avaliação:
 Função de certificação de competências, é perante uma prova de avaliação de
conhecimentos que se adquire certificados que irão comprovar competências numa
determinada área.
 Função de seleção nos sistemas de formação, ajuda a selecionar série de candidatos a
algo, determinando a classificação final nessa lista, aceitando ou rejeitando candidatos.
 Função pedagógica, ajudando a corrigir o que a avaliação deu por errado, incompleto
ou menos correto.
 A avaliação poderá ser sumativa ou formativa

Fontes (2007) considera a avaliação formativa, como uma reflexão crítica sobre todos
os momentos e fatores que intervêm na formação a fim de determinar quais podem ser, estão
sendo ou foram, os resultados da mesma.
Concluir é:

 fazer uma síntese global;


 acentuar os pontos essenciais;
 evitar incluir novos assuntos;
 avaliar os resultados alcançados, ao nível dos formandos e a nível do formador;
 enfatizar os aspetos positivos, não esquecendo os objetivos menos conseguidos;
 relacionar o que foi dito e feito com trabalho futuro.

Finalizar uma Formação:


Avaliação
 Auto-avaliação e sensação de controle;
 Cumprir Tempos;
 Desenvolvimento da estrutura planeada;
 Sinais não verbais
» Postura - gestos
» Utilização do espaço
» Olhar – cara
 Paraverbal: volume, tom, ritmo...
Avaliação da: Consecução dos objetivos; Satisfação; e Intenção de mudança.

Você também pode gostar