Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE MAURICIO DE NASSAU

PSICOLOGIA

ESTUDO DE CASO

GARANHUNS
2022
ANA PAULA FARIAS DE ALMEIDA
ANA PAULA HENRIQUE DO NASCIMENTO
CARLOS DAVE CAVALCANTI
CINTHYA CAMILA LINO DA SILVA
GIOVANA MARIA CORDEIRO MONTEIRO DE MACEDO
LETÍCIA CARVALHO GOMES DA SILVA
STEFANNY CORREIA DE ALMEIDA
VANESSA FALCÃO DE MELO

ESTUDO DE CASO

Estudo de Caso, apresentado a


Universidade Mauricio de Nassau,
como parte das atividades da
disciplina Psicologia Escolar com
a Professora Mestra Emanuella
Paixão.

Garanhuns
2022
Estudo de caso
Após a terceira semana de faltas consecutivas, a equipe pedagógica do
Colégio YYY tentou entrar duas vezes em contato com o responsável pela estudante
Amanda através de telefone, porém sem sucesso. Duas semanas depois, o caso foi
encaminhado ao Conselho Tutelar. A estudante retornou à escola após quase dois
meses consecutivos de infrequência, o que resultou numa reprovação por falta.
Entendendo que, entre as diversas atribuições da escola, o problema do abandono
escolar deve ser uma das suas principais preocupações, que estratégias a equipe
pedagógica e a direção poderiam ter utilizado na tentativa de que o problema não
resultasse numa reprovação?
A repetência escolar pode causar diversas consequências. Quando o
aluno é reprovado, provavelmente ele irá sentir vergonha, desânimo, pois seus
colegas vão seguir a jornada estudantil e ele irá continuar onde estava, gerando
inseguranças e baixa autoestima, consequentemente, provocando o desinteresse
nos estudos, um dos motivos do abandono escolar. Também pode gerar
consequências futuras na vida do aluno desistente e na sociedade, pois os mesmos
ao abandonarem os estudos chegam ao mercado de trabalho com grande
dificuldade para encaixar-se, e ainda que consiga um emprego, na maioria das
vezes são trabalhos mal remunerados. Em situações mais extremas o indivíduo
pode não conseguir colocação profissional, o que pode levar, junto com outros
fatores, à criminalidade.
Todas essas consequências levam à necessidade de combater a
repetência.
Diretamente relacionados à repetência e fenômenos a serem evitados, o
abandono e a evasão escolar se inserem no fenômeno do fracasso escolar.
Diferenciando os dois, segundo Riffel e Malacarne (2010, apud SILVA
FILHO e ARAÚJO) a evasão é fuga da escola, quando o aluno sai do ambiente
escolar e substitui aquela atividade por outra, de forma temporária ou definitiva, sem
que exista transferência, inclusive quando o estudante não renova sua matrícula e
deixa a escola ou curso antes do ano letivo iniciar.
Já o abandono, acontece quando o aluno interrompe suas atividades
escolares ou quando é reprovado por faltas, mesmo que esteja presente nos últimos
meses do ano letivo.
A desistência e consequente evasão ou abandono não tem uma única
motivação, sendo ocasionada por diversos fatores como, o aluno não se enxergar
capaz de concluir o ano letivo com aprovação, o desinteresse, a escola não
parecendo atrativa para o aluno, falta de atenção dos pais e/ou responsáveis na vida
escolar do discente, questões financeiras ou a falta de uma boa adaptação.
A questão da desigualdade social é provavelmente a causa mais comum
de evasão e abandono escolar, sem condições de continuar na escola, o aluno
chega a desistir ou os próprios pais/responsáveis colocam a criança ou adolescente
para trabalhar.
No estudo de caso proposto, embora a questão seja especificamente
analisar saídas para evitar a reprovação, após o retorno da aluna, é importante
salientar que a escola agiu corretamente ao realizar a busca ativa com a finalidade
de entrar em contato com os familiares da criança, no entanto, ao não obter retorno,
a gestão da escola poderia também ter tentado se deslocar até o endereço da
estudante para fazer uma busca pessoal, tentando compreender o real motivo das
faltas e trazer a estudante de volta ao convívio escolar.
Acertada ainda a atitude de encaminhar o caso ao Conselho tutelar, ante
a expressa determinação do art. 56 do Estatuto da criança e do adolescente- ECA:
Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao
Conselho Tutelar os casos de:
I - Maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III - Elevados níveis de repetência.

Superada tal possibilidade, busca ativa domiciliar, e recebida a aluna


após os dois meses de falta, é primordial a compreensão dos motivos que levaram
ás ausências, inclusive para possíveis encaminhamentos relacionados à saúde ou
questões sociais.
Importante, portanto, nesse contexto o contato com os pais/responsáveis
que apresentariam as justificativas referentes as faltas excessivas da criança e todo
o contexto social envolvido.
Após esta análise e compreensão, a equipe pedagógica elaboraria um
programa de recuperação dos prejuízos ocasionados pelas faltas, nos quais
estariam incluídos atividades avaliativas e atividade extraclasse.
De início seria realizada uma avaliação a fim de apurar de maneira mais
precisa os prejuízos que a estudante teve com suas ausências, estabelecendo um
parâmetro para o que seria necessário recuperar.
As atividades extraclasse teriam como objetivo complementar o trabalho
realizado em sala, oferecendo à aluna a possibilidade de ter contato com conteúdo
que não vivenciou em sala durante suas ausências.
Em uma situação ideal as atividades extraclasse poderiam ser planejadas
em conjunto com a equipe de professores a fim de houvesse interdisciplinaridade,
respeitando o estágio de desenvolvimento da aluna e sua faixa etária.
A depender da idade o ideal seria utilizar de elementos lúdicos a fim de
facilitar a absorção de conhecimento.
Pode-se ainda utilizar de observação prática de elementos do dia a dia e
filmes e animações com resenha destas
É relevante ainda a participação dos responsáveis durante o processo de
reintegração para que a aluna possa se dedicar e atingir as metas estabelecidas
pela instituição, e assim atingir a aprovação.
Referências
BARRETO, Camila. “Consequências da repetência escolar?”. Blog forleven, 2018.
Disponível em: https://blog.forleven.com/2018/12/03/consequencias-da-repetencia-escolar/.
Acesso em: 27 de Novembro de 2022

SILVA FILHO, Raimundo Barbosa; ARAÚJO, Ronaldo Marcos De Lima. Evasão e


abandono escolar na educação básica no Brasil: fatores, causas e possíveis consequências.
Educação Por Escrito, v. 8, n. 1, p. 35, 2017.

BRASIL. Lei 8069/1990. Estatuto da criança e do Adolescente. Disponível em: <


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 27 nov. 2022.

FERREIRA, Luiz Antônio Miguel. EVASÃO ESCOLAR. Disponível em: <


https://docplayer.com.br/18021439-Evasao-escolar-luiz-antonio-miguel-ferreira-promotor-de-
justica-sp.html >. Acesso em 27 de Novembro de 2022

SILVA, Ana Rita Azevedo Correia. Dissertação de mestrado. Um Olhar sobre o Abandono
Escolar: Da Compreensão à Prevenção a intervenção. Porto. 2014.

Evasão escolar e o abandono: um guia para entender esses conceitos. Observatório de


Educação. Disponível em: <https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-
debate/abandono-evasao-escolar>. Acesso em: 27 nov. 2022.

Você também pode gostar