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Avaliação do Humor - Importância e como Fazer

1. O que é a Avaliação do Humor

A avaliação do humor nada mais é do que pedir para o paciente te dar um valor

quantitativo e qualitativo de como foi a sua semana. Quando perguntamos como foi a sua

semana, temos dados qualitativos, as coisas que aconteceram e como foi a sua sensação

em geral da semana, e para os dados quantitativos, pedimos para ele nos dar um valor para

sua Depressão, Ansiedade, Raiva ou qualquer emoção que seja o foco do tratamento.

2. Por que ela importa?

Através da avaliação do humor conseguimos ter uma ideia de como foi a semana do

paciente e temos um dado inicial para realizarmos outros questionamentos, termos nossa

agenda da sessão e já pensarmos em algumas intervenções.

Quando sei que o humor do paciente melhorou de uma semana para a outra, posso

questionar o que foi que aconteceu ou o que ele fez de diferente que ajudaram nesta

melhora.

Será que ele está olhando as coisas de outra maneira?

Será que ele colocou em prática o plano de ação e isso ajudou?

Quando sei que o humor do paciente piorou ou se manteve, consigo ter um gancho

para descobrir o que mantém ou piora seu humor.


Será que ele faz algo continuamente que ajuda na manutenção do seu humor?

Será que ele se envolveu no comportamento disfuncional que estamos trabalhando?

Será que ele teve uma interpretação específica sobre algum evento que causou isso?

3. Como realizar uma boa Avaliação do Humor?

Como comentado, a primeira coisa que podemos fazer é perguntar de forma geral

como foi a semana do paciente. Assim, já teremos muitos dados qualitativos que nos

ajudam a termos uma ideia do humor do paciente.

Então, perguntas como:

Como foi a sua semana?

Aconteceu algo essa semana que você acha importante de discutirmos?

Depois, para os dados quantitativos, podemos utilizar inventários de avaliação do

humor, como os inventários de Beck, que atualmente estão desfavoráveis no Brasil (tirando

o BDI -II); inventários de livros ou artigos, como os de Tristeza e de Ansiedade do livro A

Mente Vencendo o Humor; ou podemos simplesmente perguntar: Esta semana, como foi de

Ansiedade/Depressão/Raiva de 0 a 10? Sendo 0 não sentindo NADA da emoção e 10

sendo o MÁXIMO daquela emoção que você já sentiu na vida.

4. Uso dos Dados coletados


Com os dados coletados, você pode usá-los para definir itens da agenda,

investigando mais a fundo o que está por trás desses dados e para definir estratégias para

melhorá-los (caso estejam piores ou iguais) ou mantê-los (caso estejam melhores).

Isso quando falamos no nível de uma sessão. Quando pensamos no tratamento como

um todo, os dados coletados podem ser utilizados para mostrarmos o progresso do

paciente e como as intervenções da terapia e seus comportamentos de segurança

influenciam seu humor e sua melhora.

Posso então pegar todos os números que tenho do paciente e depois de umas 8

semanas (2 meses) posso montar rapidamente um gráfico para ele, seja através dos

inventários ou no Excel (ou na mão mesmo).

Com esse gráfico, posso passar pelas anotações das sessões e mostrar para ele o

que provavelmente afetou cada subida ou descida de humor em seu gráfico. Isso traz mais

consciência para o paciente do impacto que seus comportamentos têm sobre seu bem-estar

e também como o processo da terapia está indo.

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