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Psicologia B

A minha Identidade Cultural na Era Global

Trabalho realizado por Hannah Amine Alidina, Nº18, 12º7


Orientado por Profª Raquel Sofia Santos Silva
Psicologia B

Índice

O que é Cultura? ---------------------------- 3

A Minha Cultura --------------------------- 3

Globalização versus Aculturação -------- 4

Anexos --------------------------------------- 6

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Hannah Amine Alidina Orientada por Profª Raquel Sofia Santos Silva
Psicologia B

O que é cultura?

Designa-se por cultura os valores, crenças, objetos, comportamentos e tradições que são
partilhados por um grupo amplo de pessoas e transmitidos de geração em geração. A cultura é
o principal mecanismo para o ser humano se integrar em determinado ambiente e fornecer
orientações e bem-estar às pessoas integradas nessa respetiva sociedade. A origem da palavra
cultura provém do termo em latim “colere”, que significa cuidar, cultivar e crescer. Os
elementos que compõem uma cultura são compartilhados pelos membros da sociedade,
criando-se, assim, uma identidade cultural.

A minha cultura

Eu sou portuguesa, nascida e criada em Portugal, com origens ancestrais indianas, sendo que
também tenho influências de Moçambique pois os meus pais nasceram lá e emigraram muito
jovens para Portugal. Tenho a sorte de ter influência de várias culturas que me dão a capacidade
de “viver” vários locais do mundo.
Naturalmente, criei um modo de vida que inserisse um pouco das três culturas no meu
quotidiano.

Um dos elementos culturalmente mais abrangentes e que considero ter mais presente no meu
dia-a-dia é a diversidade gastronómica.
Uma coletânea de pratos provenientes do continente africano e indiano, foram passados de
geração em geração e hoje, com influência portuguesa e ocidental, recheiam as mesas da minha
família de variedade multicultural (apresentados anexos).
À mesa, a minha família tem o costume de incluir tanto pratos indianos e moçambicanos, como
pratos tipicamente portugueses, pois apreciamos e habituámo-nos a essa variedade de paladares.
Numa mesa, é capaz de haver bacalhau com broa, como também biryani (figura 1), caril de
gambas de côco ou amendoim (figura 2), chamuças (figura 3), como pasteis de nata e mithais (figura
4).
Para a minha família é nos intrínseca esta variedade gastronómica. Até nos pratos mais usuais,
como um simples bife com arroz consegue-se notar uma certa influência da cultura indiana e
africana na maneira em que confecionamos a comida. A gastronomia indiana a meu ver, é mais
intensa relativamente à gastronomia portuguesa e mediterrânica, principalmente pelo uso de
vários temperos (como cominhos, açafrão, pimenta…). A gastronomia africana é mais
envolvente, segundo a minha opinião, tendo por base os ingredientes que abundam no
continente, como o côco, alho e os amendoins, por exemplo.

Um diferente elemento cultural que também assimilei da cultura indiana foi a nível de
vestuário, nomeadamente nos trajes que temos como costume usar em ocasiões festivas e até
comummente (apresentados anexos).
Nos casamentos de famílias originárias da Índia, por exemplo, o traje típico das mulheres é o
sari (figura 5), que costuma ser dividido em duas partes: a blusa e um lenço comprido que forma
a saia e pousa no ombro de forma fluida (figura 6). Os saris podem ser de cores fortes, padrões
exuberantes e com bastante brilho.

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Da cultura africana, gosto muito de usar em forma de acessórios os padrões das capulanas (pano
que é a base do vestuário típico africano).

Para mim, a cultura indiana é uma das culturas mais bonitas do Mundo, assim como a cultura
africana, pelo que sou extremamente grata por ter as raízes que tenho, que me enriquecem
bastante em vários níveis.
Mas também aprecio imenso o facto de ter nascido em Portugal e no continente europeu,
principalmente sendo Mulher. Digo isto, porque na cultura indiana e africana ainda existe a
ideia estigmatizada de que as mulheres não têm a mesma capacidade de trabalhar no “mundo
exterior” que o sexo oposto e que deveriam ficar em casa, a fazer as tarefas domésticas e a
cuidar dos filhos exclusivamente.

Sou bastante grata por ter uma família e pais que, mesmo sendo naturais de uma sociedade
onde a cultura impunha a submissão da mulher perante o homem, sempre me ensinaram a
reconhecer o meu valor enquanto mulher útil para a sociedade e com os mesmos direitos que o
sexo masculino. Ensinaram-me valores que considero de grande importância neste mundo cada
vez mais globalizado: priorizar os meus estudos, trabalhar e capacitar a mente todos os dias e
nunca ser dependente de ninguém, emocionalmente e/ou financeiramente. O facto de eles terem
imigrado para Portugal numa idade tão tenra pode ter contribuído para esse aspeto, porém é
desconcertante imaginar que se eu porventura tivesse nascido em outro país que não
promovesse a minha educação ou que, se os valores que me ensinaram desde criança fossem
diferentes por estar numa sociedade que me impusesse uma forma de pensar menos ocidental,
a minha história pessoal seria totalmente diferente e provavelmente não seria pré-universitária
ou estaria a fazer este trabalho.

Globalização versus Aculturação

A Globalização é o processo de ausência ou diminuição de barreiras económicas e imigratórias


entre os países. É caracterizada pelo aprofundamento das relações económicas, sociais,
culturais e políticas entre os diferentes povos do mundo e é marcada pelos sistemas de
transporte e de comunicação (como a internet). Observa-se assim, a interação de diferentes
culturas e costumes, sem a necessidade de uma integração territorial. No entanto, o processo de
globalização não se dissemina de forma igualitária, pois é notório que os centros
economicamente dominantes transmitem em maior escala os seus elementos culturais. Por esse
motivo, diz-se que estamos a viver perante uma homogeneização das culturas, isto é, uma
padronização dos modos de ser e agir dos indivíduos com base numa referência dominante,
fazendo com que os valores locais e tradicionais sejam esquecidos e secundarizados.

A aculturação é o nome dado ao processo de troca entre culturas diferentes a partir da sua
convivência, de maneira que a cultura de um sofre ou exerce influência sobre a construção
cultural do outro.

Com a crescente globalização, a aculturação vem se tornando um dos aspetos fundamentais da


sociedade. Pela proximidade das culturas e a rapidez de comunicação entre os diferentes países
do mundo, alguns autores afirmam que as culturas estão a perder a sua identidade, aderindo em
parte a outras culturas.

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Por um lado, com base na visão que tenho do mundo, concordo que algumas culturas possam
estar a perder alguns dos seus valores iniciais, substituindo-os por outros, o que pode parecer
ingrato para com os seus antepassados, mas, por outro lado, acredito que uma das maiores
riquezas que o ser humano tem é a sua capacidade de adaptação, aprendizagem e evolução.
Somos seres inacabados e em processo constante de evolução, logo, como a cultura é algo
criado pelo Homem, acredito que assim também o seja.

Citando Stephen Hawking:

“A inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.”

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Bibliografia

“Nós” - Manual de Psicologia B do 12º ano

Globalização: o que é, origem, efeitos, pontos positivos e negativos - Toda Matéria


(todamateria.com.br)

Cultura e Globalização. A relação entre cultura e globalização (uol.com.br)

Do que se trata a aculturação? Compreendendo o processo de aculturação (uol.com.br)

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Anexos

Figura 1- Biryani, prato de carne e arroz tipicamente indiano que se costuma servir em ocasiões festivas

Figura 2- Caril de amendoim, prato tipicamente moçambicano e um dos preferidos dos meus pais, oriundos da
ilha de Moçambique

Figura 3- Chamuças, salgado frito indiano

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Figura 4- Mithais, pequenos doces indianos que costumam estar presentes em situações festivas

Figura 5- Sari, traje tipicamente indiano usado em cerimónias

Figura 6- instruções passo a passo em como se vestir um sari

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