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proposto. Porém, se o terapeuta não tem furioso, irritado, etc.) e ansiedade (ansioso,
condição de responder nesta sessão, ele nervoso, preocupado, temeroso, assustado,
anota a pergunta e se prontifica a incluí-la tenso, etc.). Outros estados afetivos
na agenda da próxima sessão. relatados pelo cliente também podem ser
Em seguida, o terapeuta passa a avaliados, tipo: sinto-me envergonhado,
cumprir os itens incluídos na agenda embaraçado, humilhado, decepcionado,
(abordagem dos itens da agenda). frustrado, invejoso, ciumento, culpado,
ferido, desconfiado, inseguro, medroso,
Verificação do humor: vulnerável, etc.
A avaliação do humor do cliente Pode-se utilizar uma medida
deve ser feito em todas as sessões. Além do simplificada que varia de 0 a 100.
relato subjetivo (Como você está se Pergunta-se ao cliente: De 0 a 100, o
sentindo hoje?), deve-se monitorar de quanto você se sente triste agora? E
forma objetiva o estado afetivo do cliente, repete-se a pergunta para raiva e
seja através de inventários padronizados ansiedade: De 0 a 100, o quanto você se
e/ou de escalas. sente raivoso(a) agora? E De 0 a 100, o
O mais utilizado é o Inventário de quanto você se sente ansioso(a) agora?
Depressão de Beck (BDI), mas costuma-se Outra maneira de avaliar o humor é
utilizar também o inventário de ansiedade através de escalas categóricas: nada ou
e o de desamparo de Beck. Nos casos de muito pouco (até 20%), um pouco (21 a
depressão, deve-se fazer, pelo menos, três 40%), moderadamente (41 a 60%), muito
testagens com o BDI ao longo da terapia ou bastante (61 a 80%) e intensamente (80
(na segunda sessão, no meio e no fim do a 100%). Apresente uma folha com as
processo terapêutico). seguintes questões e peça para que o
Outra forma de avaliação é através cliente assinale um x na coluna que
de escalas que avaliam a intensidade dos representa como ele se sente em relação a
estados afetivos de tristeza (triste, pra cada um dos afetos avaliados (tristeza,
baixo, infeliz, aborrecido, chateado, raiva, ansiedade ou outro afeto relevante):
magoado, etc.), raiva (com raiva, com ódio,
É necessário que o terapeuta faça esta são os nossos pensamentos que provocam
avaliação através da escala de 0 a 100 ou nossas emoções e determinam os nosso
da escala categórica em todas as sessões, comportamentos.
mesmo que utilize o BDI. Esta informação Na primeira sessão, o terapeuta faz
é importante para acompanhar uma pequena exposição do modelo,
sistematicamente a evolução do caso. utilizando um exemplo do cliente. Eu
gostaria que você me contasse uma
Educação do cliente sobre o modelo situação recente em que você se sentiu
cognitivo: particularmente desconfortável (ou triste,
Ao longo do processo terapêutico, o aborrecido, ansioso, etc.)? Nesta fala do
terapeuta vai ensinando paulatinamente ao cliente, o terapeuta procura identificar os
cliente como funciona o modelo cognitivo: seguintes itens: a situação (ex: Foi na
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PENSAMENTO EMOÇÃO
Eu sou incompetente, Nervosismo e tristeza.
SITUAÇÃO Isto é muito difícil para
Resposta errada mim,
na aula de Não tenho capacidade COMPORTAMENTO
estatística. para o estudo. Abaixar a cabeça e não
acompanhar mais a aula.
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Situação: Comportamento:
Crença central:
Conversa entre Permanecer calada
Eu sou inadequada
colegas de durante a conversa
classe
PA 3: eu não sei
PA 1: Eu só
me expressar bem
falo besteira
verbalmente
PA 2: Eles acham
que sou tola
.
Para isto, o terapeuta deve preparar
um material bibliográfico (folhetos
explicativos) sobre o problema do seu
Educação do cliente sobre o seu paciente. Este texto, formulado com base
problema: na literatura científica da área (CID-10,
Logo no início do tratamento, o DSM IV-R, entre outros) e escrito em
cliente é informado de que a terapia tem linguagem adequada ao nível de
uma função pedagógica destinada a compreensão do cliente, será entregue a ele
ensiná-lo a detectar e a reduzir os seus para que este o leia (como tarefa de casa) e
sintomas. Neste sentido, é função do o discuta nas sessões. A fim de identificar
terapeuta informar ao cliente sobre o seu transtornos mentais, pode-se consultar o
problema, ajudando-o a conhecer-se quadro a seguir:
melhor.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Estas são algumas orientações que
vão ajudar o terapeuta, principalmente o
iniciante, a atuar de maneira mais segura
na condução do processo terapêutico
seguindo um modelo cognitivista.
Como sugestão, é importante que o
clínico procure complementar as
informações aqui expostas com uma sólida
formação em psicopatologia, um
aprofundamento na compreensão dos
conteúdos cognitivos, em especial, a
identificação das crenças, e, por fim,
ampliar o seu domínio no uso das técnicas
e estratégias de intervenção.
REFERÊNCIAS:
ABREU, C. N. & ROSO, M. (Orgs.) Psicoterapias Cognitiva
e construtivista. Porto alegre: Artes Médicas, 2003.
BECK, A. et. al. Terapia cognitiva da depressão. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1997.
BECK, J. Terapia cognitiva: Teoria e prática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1997.
BECK, A. et. al. Terapia cognitiva dos transtornos da
personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
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Pode-se utilizar de perguntas do tipo: 1) Qual a evidência de que o pensamento é verdadeiro? 2) Há uma explicação alternativa?
3) O que é o pior que poderia acontecer? Eu poderia superar isso? Qual é o resultado mais realista? 4) Qual é o efeito de eu
acreditar no pensamento automático? Qual poderia ser o efeito de eu mudar o meu pensamento? 5) O que eu deveria fazer em
relação a isso? 6) Se _______ (nome do(a) amigo(a)) estivesse na situação e tivesse esse pensamento , o que eu diria a ele(a)?
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