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Distúrbios pancreáticos

Universidade de Fortaleza – UNIFOR


Módulo: Nutrição em situações especais I
Profa: Lôrrainy Cortez e Ádila Silva
Pâncreas

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Funções
Exócrinas Endócrinas

Secreção de bicarbonato e Células β: produzem


amilase insulina;
Células α: produzem
Secreção de lipase;
glucagon;
Secreção de enzimas Células D: produzem
proteolíticas. somatostatina.
GROSSMAN; PORTH, 2016.
Pancreatite aguda
Ativação
Inflamação dos Inflamação
prematura das
ácinos reversível do
enzimas
pancreáticos pâncreas
digestivas

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Pancreatite Aguda (PA)
• Causas
Alcoolismo
agudo ou Trauma Hiperparatireoidismo
crônico

Doenças do
Idiopática
trato biliar

WAITZBERG, 2017.
Pancreatite aguda
✔ Doença gastrointestinal aguda mais comum que requer
hospitalização;
✔ Mortalidade varia de 5-20%, dependendo da gravidade;
✔ 80% dos casos é de gravidade leve a moderada com baixo
risco de complicações;
✔ 20% dos pacientes desenvolve forma grave (necrosante);
✔ Associada a altas taxas de falência de órgãos.

ESPEN, 2020.
Pancreatite aguda- Fisiopatologia
Obstrução dos ductos
• Doenças do trato biliar biliares

Obstrução dos
ductos pancreáticos
ou refluxo de bile

Ativação das enzimas


nos ductos
pancreáticos
Pancreatite aguda- Fisiopatologia

Sobrecarga de cálcio
intracelular nas células acinares
induzida por toxinas
Disfunção mitocondrial, falha
na produção de ATP, morte
celular e necrose.
Metabolitos oxidativos e não
oxidativos de álcool (efeito
tóxico direto)
MUKHERJEE et al., 2015; WEN et al., 2015.
Manifestações clínicas

Dor Febre Taquicardia


abdominal

Distensão
abdominal GROSSMAN; PORTH, 2016.
Manifestações clínicas

Sede Débito urinário Hipersensibilida Agitação


reduzido de abdominal
Sem melhoras
dos sintomas
nas primeiras 48
horas: sinal de
doença grave
GROSSMAN; PORTH, 2016.
Diagnóstico
o Presença de dor abdominal;
o Aumento das enzimas pancreáticas (amilase e
lipase séricas);
o Ultrassonografia abdominal;
o TC do pâncreas (necrose e acúmulo de
líquidos).
GROSSMAN; PORTH, 2016.
Avaliação nutricional
Pancreatite
Usar métodos de triagem
aguda leve e
validados (NRS-2002)
moderada

Considerar todos os
Pancreatite
pacientes de risco
grave
nutricional

Avaliação do estado nutricional=


antropometria + exame físico+ exames
bioquímicos+ história alimentar
ESPEN, 2020.
Terapia nutricional na pancreatite
Tratamento clássico
aguda leve
Evolução da
consistência com
Dieta líquida melhora do
hipolipídica quadro
Dieta zero por 2
a 5 dias

CUPPARI, 2019.
Terapia nutricional na pancreatite
aguda leve
Evoluir para Em casos em que o
semilíquida, paciente não esteja
Iniciar dieta com
hipolipídica. Se apto a receber
líquidos claros nas
tolerado, com 24h alimentação por via
primeiras 24h.
evoluir pra branda oral após 5 dias na
hipolipídica. PA leve, iniciar TNE.

Monitorar a tolerância à dieta e o


aparecimento de sintomas como:
náusea, vômito e dor. ROSSI, 2019; ESPEN, 2020.
Pancreatite aguda grave
Resposta
Estresse
Catabolismo inflamatória
oxidativo
sistêmica

Mobilização
Jejum Desnutrição das reservas
energéticas
TN na pancreatite aguda grave
o O objetivo primário da TN na pancreatite aguda é
minimizar o catabolismo, evitando assim a instalação
da desnutrição proteica energética ou o seu agravo.

Iniciar a TN o mais o mais breve possível


(24 a 48 horas após as medidas iniciais
do tratamento medico).

CUPPARI, 2019.
TN na pancreatite aguda grave
TCM
Energia Suplementação
25-35 kcal/kg com glutamina
peso
Carboidratos
ideal/dia • 1,2-1,5 g/kg • 1-1,5
de peso • 35-65% g/kg/dia
ideal /dia

Proteínas Lipídios

CUPPARI, 2019; SILVA; MURA, 2010.


Terapia nutricional
ENTERAL PARENTERAL

• Posição da sonda: nasogástrica se • Deve ser usada para complementar


tolerar e jejunal se houver a enteral ou quando a mesma não
intolerância; puder ser usada.
• Fórmula oligomérica (se o
paciente tolerar, usar polimérica) • Quando a nutrição enteral não é
• Iniciar com baixa velocidade e viável ou NP é indicada, a glutamina
volume; parenteral deve ser suplementada
em 0,2 g / kg por dia de L-glutamina.
• Usar fórmula com TCM.

CUPPARI, 2019; ESPEN, 2020.


Pancreatite crônica
Destruição Fibrose
Inflamação
progressiva do Destruição do irreversível do
pâncreas pâncreas pâncreas
exócrino endócrino

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Pancreatite crônica- causas

Cálculos ou
Alcoolismo de Hipercalcemia
neoplasias nos
longa duração
ductos Hiperlipidemia
(60-70%)
pancreáticos

Associada à Doenças
fibrose cística auto-imunes

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Manifestações clínicas

Dor abdominal Náuseas e Emagrecimento Esteatorréia


vômitos Hiperglicemia

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Desnutrição
Inflamação • Hipermetabolismo
crônica • Hipercatabolismo

50% dos
Ingestão
alcoólica pacientes são
desnutridos

Redução • Má digestão
das
enzimas • Má absorção
Tratamento
o Administração de enzimas pancreáticas;
o Insulina (diabetes);
o Não consumir álcool;
o Eliminação de obstruções;
o Pancreatectomia subtotal ou total.

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Terapia nutricional na pancreatite
crônica
Fornecer uma terapia nutricional
satisfatória e permitir ganho de peso

Corrigir desequilíbrio
hidroeletrolíticos e desnutrição

Aliviar má absorção de gorduras


(esteatorréia)
CUPPARI, 2019.
Terapia nutricional
Esteatorréia:
Energia Iniciar com 20 <20%
kcal/kg- Usar TCM
30-35 desnutrição
kcal/kg/dia grave ( evitar
realimentação)
Carboidratos
• 1 a 1,5 • <30% (se
g/kg/dia • 50 -60% bem
tolerado)
• Monitorar
Suplementos orais só a glicemia
devem ser usados
para pacientes
Proteínas Lipídios
desnutridos que não
alcancem as metas de
calorias e proteínas. CUPPARI, 2019.
Terapia nutricional
CUPPARI, 2019.

Vitaminas Suplementar
lipossolúveis
Deficiências

Vitamina C, B1, B2, Enzimas pancreáticas


ácido fólico.

Cálcio, magnésio e
Iniciar com 25.000
zinco, ferro e selênio. UI/refeição
2500 -80.000/refeição
Terapia nutricional
• A nutrição enteral deve ser administrada em pacientes com
desnutrição que não estão respondendo ao suporte
nutricional oral;
• A NE deve ser administrada pela via nasojejunal em pacientes
com dor e atraso no esvaziamento gástrico;
• Na prática, uma dose mínima de lipase de 20.000 e 50.000 U
(com base na preparação) devem ser tomadas em conjunto
com refeições principais e metade dessa dose com lanches.

ESPEN, 2020.
Referências
• CUPPARI, L. Guia de nutrição clínica no adulto. 4. ed.
-- Barueri, SP : Manole, 2019.
• GROSSMAN, S. C.; PORTH, C. M. Fisiopatologia
[tradução Carlos Henrique de Araújo Cosendey,
Maiza Ritomy Ide, Mariângela Vidal Sampaio
Fernandes e Sylvia Werdmüller von Elgg Roberto]. –
9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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