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CORRETIVOS E FERTILIZANTES

Corretivos, Fertilizantes e Defensivos Agrícolas

Corretivos da acidez dos solos são produtos capazes de neutralizar (diminuir ou eliminar) a acidez dos
solos e ainda repor nutrientes vegetais ao solo, principalmente cálcio e magnésio. Os corretivos de
alcalinidade são produtos que promovem a redução da alcalinidade do solo e corretivos de sodicidade
são os produtos que promovem a redução da saturação de sódio. Os produtos considerados corretivos
da acidez dos solos são os que contêm como constituinte neutralizante carbonatos, óxidos, hidróxidos
ou silicatos de cálcio e/ou de magnésio. Os corretivos de acidez são de natureza física sólida, na forma
de pó.

Grande parte dos solos brasileiros são ácidos, com baixas concentrações de cálcio e magnésio, com
níveis elevados de alumínio trocável e baixa disponibilidade de fósforo, prejudicando a absorção dos
nutrientes pelas plantas e aumentando os custos da fertilização. A acidez de um solo é devida à pre-
sença de H+ livres, gerados por componentes ácidos presentes no solo (ácidos orgânicos, fertilizantes
nitrogenados, etc.). A neutralização da acidez consiste em neutralizar os H+, o que é feito pelo ânion
OH-. Por isso, os corretivos de acidez devem ter componentes básicos para gerar OH -, promovendo a
neutralização.

A incorporação de calcário no solo é chamada calagem. Além de corrigir a acidez do solo, fornece
cálcio (CaO) e magnésio (MgO), neutraliza o efeito fitotóxico do alumínio e do manganês e potencializa
o efeito dos fertilizantes. A calagem é considerada como uma das práticas que mais contribui para o
aumento da eficiência dos adubos e consequentemente, da produtividade e da rentabilidade. O sucesso
da prática da calagem depende fundamentalmente de três fatores que são a dosagem adequada, as
características do corretivo utilizado e a aplicação correta. A análise do solo é a ferramenta básica para
identificar a necessidade de calagem em uma área,

Das características dos corretivos de acidez dos solos relacionados com a qualidade, duas são consi-
deradas as mais importantes: a granulometria e o teor de neutralizantes. Essas características deter-
minam o Poder Relativo de Neutralização Total do corretivo (PRNT), que é resultado do teor de com-
postos químicos presentes no calcário que agem na neutralização da acidez (PN poder de neutraliza-
ção) e do grau de finura na moagem (RE Reatividade). A legislação atual determina que os corretivos
da acidez do solo devem possuir como características mínimas passar 100% em peneira de 2 mm
(ABNT n° 10); 70% em peneira de 0,84 mm (ABNT n° 20) e 50% na peneira de 2mm (ABNT n° 10). O
teor de umidade máximo admitido para corretivos de acidez é de 10%.

O calcário é o corretivo natural mais abundante e mais utilizado no Brasil, obtido pela moagem da rocha
calcária. Seus constituintes são carbonato de cálcio CaCO3 e carbonato de magnésio MgCO3. Em fun-
ção dos teores de Mg os calcários são classificados em calcítico (< 5% de MgO), magnesiano (5 a 12%
de MgO) ou dolomítico (> 12% de MgO).

Cal virgem agrícola é obtida industrialmente pela calcinação ou queima completa do calcário. Seus
constituintes são o óxido de cálcio (CaO) e o óxido de magnésio (MgO). Cal hidratada agrícola ou cal
extinta é obtida industrialmente pela hidratação da cal virgem, seus constituintes são o hidróxido de
cálcio Ca(OH)2 e o hidróxido de magnésio Mg(OH)2.

O calcário calcinado, é obtido industrialmente pela calcinação parcial do calcário. Seus constituintes
são (CaCO3) e (MgCO3) não decompostos do calcário, (CaO) e (MgO) e também Ca(OH)2 e Mg(OH)2
resultantes da hidratação dos óxidos pela umidade do ar; é um produto de características e proprieda-
des intermediárias entre o calcário e a cal virgem.

A escória básica de siderurgia é um subproduto da indústria do ferro e do aço. Seus constituintes são,
o silicato de cálcio (CaSiO3) e o silicato de magnésio (MgSiO3). O Carbonato de cálcio é obtido pela
moagem de margas (depósitos terrestres de carbonato de cálcio), corais e sambaquis (depósitos ma-
rinhos de carbonato de cálcio), tendo ação neutralizante semelhante à do carbonato de cálcio dos cal-
cários. O gesso agrícola é também denominado fosfogesso.

Nas indústrias de fertilizantes, durante o processo de fabricação de superfosfatos, simples e triplo, e


fosfatos de amônio, MAP e DAP, usam como matéria-prima a rocha fosfática, geralmente a fluorapatita,
esta, ao ser atacada com ácido sulfúrico, na presença de água, forma como subprodutos sulfato de
cálcio, ácido fosfórico e ácido fluorídrico. Tem sido usado quando o solo apresenta baixos teores de
cálcio e de enxofre e para diminuição de concentrações tóxicas do alumínio trocável nas camadas mais
inferiores do solo.

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A indústria de calcário coloca no mercado produtos com ampla variação na granulometria, teores de
cálcio e magnésio e PRNT. A decisão da escolha deve ser tomada com base na análise do solo, na
exigência da cultura e no preço. Os corretivos mais reativos são, em geral, de custo mais elevado,
porque necessitam moagem mais intensa ou calcinação ou ambos.

O efeito residual de um corretivo é o tempo de duração da calagem efetuada, e depende de vários


fatores como dosagem usada, tipo de solo, adubações (os adubos nitrogenados acidificam o solo),
intensidade de cultivo, e a reatividade do corretivo. Quanto maior a reatividade, menor o efeito residual,
isto é, mais rápida a ação do corretivo.

Os corretivos apresentam baixa solubilidade, e sua ação está associada à umidade do solo e ao contato
do corretivo com o solo, fatores diretamente ligados ao grau de moagem do corretivo, quanto mais
moído, maior é o contato e mais rápida será sua ação, quanto mais misturado, maior é o contato e mais
rápida a ação no solo. Para uma boa mistura do corretivo com o solo é necessário que ele seja distri-
buído uniformemente e bem incorporado.

O conceito de eficiência está ligado à lucratividade, isto é, o corretivo mais eficiente é aquele que pro-
porciona maior lucro. Ocorrem situações que necessitam de corretivos com maior reatividade, como
atraso na calagem, calagem em terrenos arrendados, hortas, solos muito ácidos, entretanto há situa-
ções que necessitam de efeito residual, como calagem para implantação de culturas perenes e pasta-
gens. Na eficiência também deve ser considerada a natureza química do produto e a granulometria.
Essas diferenças devem ser observadas na aplicação. Cal virgem, cal hidratada e calcário calcinado
devem ser incorporados logo após a aplicação para não empedrarem, produtos de granulometria fina
necessitam equipamentos adequados para aplicação, e podem apresentar perdas devido ao vento.

Deve ser considerado também o custo, do produto e o transporte. Há diferentes situações agrícolas
que exigem corretivos com diferentes características.

A necessidade por investimento no solo para sua correção e manutenção dos níveis de fertilidade do
solo é elevada. A baixa fertilidade natural dos nossos solos aliado a outras questões químicas como
acidez é na prática a realidade vivida pelo agricultor na hora de implantar uma lavoura. Estabelecer
lavouras em solo sem correção adequada acarreta, na maioria dos casos, em prejuízos à colheita.

O grau de importância dos corretivos e fertilizantes é estabelecido em primeiro lugar pela sua necessi-
dade. A relação direta entre o potencial produtivo de uma lavoura e os níveis de fertilidade do solo
indica a atenção que estes insumos devem receber. Os níveis de fertilidade de um solo são estabele-
cidos, em parte, pela forma de manejar estes insumos. Os fertilizantes ganharam ultimamente uma
dimensão maior dentro do pacote tecnológico da agricultura em razão dos elevados preços praticados
pelas indústrias. O custo dos corretivos e dos fertilizantes participarão ainda mais do custo total de
implantação de uma lavoura subtendendo ainda mais sua importância nos valores investidos nesta fatia
do agronegócio.

Buscando entendimento sobre questões vividas na prática pelo agricultor devemos planejar os investi-
mentos em corretivos e fertilizantes direcionando-os para dois caminhos:

A) O início da atividade objetiva construir a fertilidade do solo e o segundo passo é a manutenção desta
fertilidade. A construção da fertilidade é dispendiosa, lenta e visa suprir o solo em quantidade de nutri-
entes. Devemos neste passo, pensar em corrigir a acidez por meio de calagem e estabelecer o perfil
do solo em profundidade, por meio da gessagem. Dentro deste contexto a fosfatagem corretiva também
faz parte desta construção. As doses recomendadas de calcário, gesso e fosfatagem, nesta etapa, são
elevados e nem sempre os resultados em produtividade são compatíveis com os investimentos. Mas
por outro lado sem esta estratégia bem definida o tempo necessário para se construir esta fertilidade
poderá ser bem maior que o planejado.

B) A segunda etapa, que é a de manutenção da fertilidade, deve ser planejada visando equilibrar os
nutrientes procurando a interação destes junto aos processos químicos, físicos e biológicos do solo.
Nesta fase, o objetivo é ajustar os teores dos nutrientes em um nível ótimo no solo bem com adequar
suas relações dentro dos valores ideais. As doses recomendadas de corretivos e fertilizantes para a
manutenção desta fertilidade não são elevadas e as condições para a lavoura expressar seu potencial
produtivo são maiores. Também priorizar rotação de cultura e a cobertura do solo pelo manejo da pa-
lhada é primordial, contribuindo com a estrutura organomineral do solo que por consequência interfe-
rindo positivamente sobre a eficiência dos investimentos em corretivos e fertilizantes.

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Para tentar facilitar ao agricultor sua tomada de decisão algumas características destes insumos devem
ser ressaltadas. Quanto ao tipo do calcário a ser recomendado:

A) relação ideal Ca/Mg no solo e na planta. Os tipos de calcário disponíveis no mercado são o dolomítco
e o calcítico. Saber suas características químicas e físicas como o teor de Ca e de Mg, o PRNT e o PN
é necessário ao direcionamento dos investimentos. Para dosar a quantidade de calcário é necessário
saber qual a saturação de base (V%) ideal para a lavoura a ser implantada e para alguns casos esta-
belecer o teor ótimo de Ca e de Mg no solo que se objetiva alcançar.

B) Quanto à gessagem (fonte de S e Ca) esta pratica tem sido utilizada com sucesso pois além do
fornecimento de Ca e Mg promove um maior aprofundamento do sistema radicular podendo minimizar
os prejuízos ocasionados por veranico. Para dosar a quantidade de calcário e de gesso devemos rela-
cionar o teor de argila do solo para estabelecer a recomendação. Como os aspectos químicos da acidez
do solo (calcário) e do enxofre (gesso) se interagem com a argila, faz-se necessário utilizar desta me-
dida para dosar com mais precisão o calcário e o gesso. Para podermos decidir sobre a necessidade
de aplicação de gesso é fundamental a amostragem de solo em profundidade (20 a 40 cm) para então
avaliar os níveis de Ca e de S nestas condições.

C) Correção do solo com o fosfato. Existem no mercado alguns tipos de fosfato e os mais comumente
utilizados são fosfatos reativo e os fosfatos de maior solubilidade. O fósforo que é o nutriente contido
no fosfato sofre um processo complexo, quase irreversível, de fixação as argilas do solo. Esta fixação
pelas argilas implica numa baixa taxa de recuperação pelas raízes das plantas dos fosfatos aplicados.
Frente a este comportamento o fósforo deve ser entendido como nutriente de dinâmica complexa. Re-
quer maior investigação sobre as características químicas e físicas do solo para balizar os seus inves-
timentos.

Dentre os macros e micronutrientes mais exigidos pelas culturas estão N, P, K, Ca, Mg, S, B, Zn, Cu,
Mn, Fe, Mo e Co. Os nutrientes fornecidos ao solo pelo calcário, gesso e o fosfato são respectivamente
Ca, Mg, S e P. No caso do nitrogênio este também apresenta uma dinâmica no solo bastante complexa.
As fontes de N comumente utilizadas são ureia e sulfato de amônio.

Ao comentar sobre o potássio este parece ser mais simples ao entendimento, porém vale ressaltar
que todos os nutrientes apresentam o mesmo grau de importância para as plantas, o que varia são as
quantidades requeridas por esta. A fonte de K é o cloreto de potássio que são os grânulos vermelhos
dos fertilizantes. Para solos mais argilosos aplicá-lo a lanço em pré-plantio e em solos arenosos em
pós plantio.

Quanto aos micronutrientes uma ferramenta para auxiliar os técnicos sobre o direcionamento dos in-
vestimentos é a análise foliar. Junto com a análise de solo, a análise foliar de uma lavoura é ferramenta
que traz informações sobre os níveis nutricionais dos micros podendo favorecer a tomada de decisão
e aumentar a relação custo/benefício dos investimentos.

As informações sobre as exigências nutricionais de uma cultura são de fácil acesso e utilizadas cada
vez mais pelos técnicos para ajustar programas de adubação. Um exemplo sobre indicação na utiliza-
ção de micronutrientes pela pesquisa é o tratamento de semente de soja com molibdênio e cobalto.
Outra forma de aplicação dos micros é a foliar. No mercado as fontes dos micros são os sulfatos,
cloretos e quelatos. No entanto uma saída para definir qual fonte de micro utilizar é realizar áreas teste
na propriedade e avaliar o desempenho do tratamento.

A utilização dos micronutrientes nas formulações NPK dos fertilizantes tem corrigido, a médio prazo,
as deficiências destes no solo. Cada lavoura tem uma exigência específica por determinado micro
sendo assim além de aplicarmos os micros junto as formulações NPK devemos fazer aplicação extraem
quantidades maiores afim de suprir a demanda nutricional da lavoura. Também as aplicações especi-
ficas e pontuais de micronutrientes foliar corrige deficiências bem como atende a demanda da planta
em seus momentos de alta exigência nutricional.

O equilíbrio nutricional no solo e consequentemente na planta é o auge de um programa nutricional e


resulta, quase sempre, em produtividades elevadas. Para atingirmos este equilíbrio devemos respeitar
a porcentagem ideal de Ca, Mg e K na CTC do solo. Sabermos de antemão o teor de argila do solo é
fundamental para estabelecer o teor ótimo necessário de P e S no solo. O teor de matéria orgânica
ideal varia em função do teor de argila do solo. O teor ótimo do nutriente no solo varia com as exigências
nutricionais de cada cultura.

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Apesar da complexidade envolvendo a fertilidade do solo ajustar pontos fundamentais como calagem,
gessagem e a fosfatagem representa passo importante envolvendo a nutrição de lavouras. Atentar
sobre a forma de manejar a matéria orgânica favorecendo técnicas como a rotação de cultura, aporte
de palhada e o plantio direto são alternativas de manejo que contribuem com o sistema solo-planta-
raiz. A matéria orgânica do solo disponibiliza N as plantas, minimiza as perdas de K por lixiviação e
além de outros fornece P orgânico às plantas. Também na parte física do solo a matéria orgânica é um
agente agregante, ou seja, une partículas dispersas de argilas oriundas de calagem, aragens e grada-
gens sucessivas no solo.

O que parece claro nas questões apresentadas é que a tomada de decisão sobre os investimentos em
fertilizantes deve ser embasada por conhecimentos teóricos e práticos. E que existem uma série de
precauções que devem ser tomadas antes de qualquer investimento e parece não deixar dúvidas que
o acompanhamento técnico de pessoas ligadas neste setor é imprescindível. Uma das maneiras de
minimizar as chances de insucesso nos programas de adubação é ser o mais investigativo possível e
para isto a análise de solo e foliar são ferramentas indispensáveis. Esta forma de direcionar os progra-
mas de adubação denomina-se monitoramento nutricional.

O monitoramento nutricional são os procedimentos adotados para a coleta das amostras e posterior
interpretação das análises seguindo uma estratégia investigativa. Os resultados do monitoramento nu-
tricional são ajustes aos programas de adubação que favorecem a tomada de decisão aumentando a
chance em ganhos na produção.

O manejo do solo envolve mais que a aplicação dos corretivos e fertilizantes e as mudanças que ocor-
rem na natureza do solo deve ser bem avaliada. Uma das riquezas maiores existente no Brasil são a
alta capacidade de produção existentes em função das características do solo, topografia, clima e lo-
calização geográfica. Está provado que a capacidade produtiva é ilimitada, mas não vale a pena obtê-
la a qualquer custo. Uma produção sustentada envolvendo o respeito às reservas ambientais, a pre-
servação dos rios, nascentes e animais silvestres deve ser atenção de todos envolvidos com a terra.

Para os produtores que desejarem existem modelos matemáticos denominados Sistemas de Interpre-
tação de Análise de Solo para a Recomendação de Corretivos e Fertilizantes. A utilização destes sis-
temas dentro dos programas de adubação só fora possível com o advento do computador. O compu-
tador insere dois fatores necessários ao desenvolvimento deste trabalho que são a rapidez nos cálculos
e a capacidade de armazenamento de informações. Tal sistema foi desenvolvido com capacidade de
estimar a demanda dos nutrientes pela cultura como variável da produtividade, do teor de nutriente no
solo e características do solo. O sistema utilizado para recomendar corretivos e fertilizantes constitui
num avanço a agricultura moderna e poderá ser utilizado junto aos programas de adubação.

Classificação Dos Fertilizantes No Contexto Da Legislação

As plantas necessitam de nutrientes para o seu desenvolvimento e formação de grãos. Como a fertili-
dade de nossos solos é muito baixa há necessidade de fornecê-los por meio da aplicação de fertilizan-
tes químicos, orgânicos, e misturas entre eles. Portanto, fertilizantes são misturas minerais ou orgâni-
cas, naturais ou sintéticas que fornecem um ou mais nutrientes para as plantas. A comercialização é
feita dentro dos preceitos que rege a Legislação Brasileira de Fertilizantes, que prevê as garantias
mínimas dos nutrientes contidos no fertilizante, e tolerâncias admitidas para cada caso.

Classificação Dos Fertilizantes:

1. Fertilizantes simples: são os que fornecem um ou mais nutrientes primários. Exemplo: uréia, sulfato
de amônio, superfosfato simples, superfosfato triplo, fosfato diamônio (DAP), fosfato monoamônio
(MAP) e cloreto de potássio.

2. Mistura de fertilizantes: são os produtos resultantes da combinação de fertilizantes simples. São as


chamadas “fórmulas”.

3. Fertilizante orgânico simples: produto de origem animal ou vegetal contendo um ou mais nutrientes
para as plantas. Exemplo: esterco de gado, de aves;

4. Fertilizante organo-mineral: produto resultante da mistura física ou combinação de fertilizantes mi-


nerais e orgãnicos. Exemplo: uma mistura de esterco com fertilizante mineral NPK;

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5. Fertilizante orgânico composto: produto obtido por processos físicos, químicos ou biloógicos, natural
ou controlado a partir de matérias-primas de origem ainimal ou vegetal, industrial, urbana ou rural,
simples ou misturadas. podem ser enriquecidos com nutrientes minerais. Exemplo: vermicomposto;

6. Fertilizante mineral complexo: produto formado de dois ou mais compostos químicos que resultaram
da reação qúimica de seus componentes, fornecendo dois ou mais nutrientes. Exemplo: NPK no grão.

Classificação Das Misturas Granuladas De Fertilizantes Minerais:

1. Mistura de Grânulos – cada nutriente principal está contido em grãos separados e resultam da mis-
tura de fertilizantes simples.

Pode haver casos em que o N e o P estão no mesmo grão. Isto ocorre quando se usa fertilizantes
simples chamados nitrogenados-fosfatados (DAP e MAP).

2. Mistura Granulada ou Complexa - quando os nutrientes estão contidos no mesmo grão.

Classificação Dos Fertilizantes Minerais Quanto À Forma Física:

1) Pó – fertilizante na forma de pó. Produto com 95% de partículas menores que 2 mm de diâmetro
(ABNT 10) e, no mínimo, 50% das partículas menores que 0,3 mm de diâmetro (ABNT 50). No caso de
escórias e termofosfatos, 75% das partículas devem passar na peneira 0,15 mm (ABNT 100). No caso
dos fosfatos naturais, 85% das partículas devem passar na peneira 0,075 mm (ABNT 200). A tolerância
admitida é que podem ter até 5% das partículas com diâmetro maior que 2 mm;

2) Farelado – fertilizante com grânulos desuniformes. O produto deve ter 100% de partículas menores
que 4,8 mm de diâmetro (ABNT 4) e, no mínimo, 80% das partículas com diâmetro menor que 2,8 mm
ABNT) 7). É permitida uma tolerância de até 15% de partículas com diâmetro maior que 4,8 mm;

3) Granulado – fertilizante na forma de grânulos. Os produtos devem apresentar 100% de grânulos


menores que 4 mm de diâmetro (ABNT) 5) e um máximo de 5% dos grânulos com diâmetro inferior a
0,5 mm (ABNT 35). No caso do NPK no grão, cada grânulo deve conter os elementos garantidos no
registro. No caso de misturas granuladas, em que os grânulos contém separadamente os nutrientes
garantidos, o grânulo deve estar dentro das especificações acima;

4) Líquido – fertilizante na forma líquida.

Classificação Dos Fertilizantes Simples Quanto Aos Nutrientes:

1. Fertilizantes simples nitrogenados – são aqueles que contém na sua composição o nitrogênio (N);
Exemplos: uréia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, nitrocálcio, etc.

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2. Fertilizantes simples fosfatados – são aqueles que contém na sua composição o fósforo (P). Exem-
plos: superfosfatos simples e triplo, fosfatos naturais, fosfatos naturais reativos, termofosfatos, escórias,
etc;

3. Fertilizantes simples nitrogenados-fosfatados – são aqueles que contém na sua composição o nitro-
gênio (N) e o fósforo (P). Exemplos: fosfato diamônio (DAP), fosfato monoamônio (MAP);

4. Fertilizantes simples potássicos – são aqueles que contém na sua composição o potássio (K). Exem-
plos: cloreto de potássio, sulfato de potássio, etc.

Classificação Dos Fertilizantes Minerais Quanto À Concentração De Nutrientes:

A) Baixa concentração: menos de 25% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 05–10–09 cuja soma N+P+K
= 24%;

B) Média concentração – de 25 a 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 00–30–10 cuja soma NPK =
40%;

C) Alta concentração – mais de 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 05 – 30 – 15 cuja soma NPK =
45%.

A Legislação Brasileira de Fertilizantes prevê que a soma das garantias mínimas dos nutrientes
NPK expressas nos fertilizantes simples e complexos, como percentual sobre o peso do produto, não
pode ser inferior a 24%. Formulações com soma NPK menor que 24% não são registradas e, desta
maneira, não estarão aptas para a comercialização.

Garantias Dos Fertilizantes Organo-Minerais:

1. Materia orgânica total: mínimo de 25%;

2. Teores N total: conforme declarado no registro do produto;

3. Teores de P2O5 e K2O: conforme o declarado no registro do produto;

4. Umidade: máximo de 20%;

5. Soma das concentrações de NPK, NP, PK ou NK: mínimos de 12%;

6. Matérias-primas de origem orgânica na constituição do produto: mínimo de 50%

Manejo De Fertilizantes E Corretivos Agrícolas

Mesmo sendo um dos poucos países com fronteira agrícola a ser ampliada, a agricultura brasileira
passa por um período em que os esforços para a verticalização da produção estão sendo redobrados.

Desta forma profissionais e produtores agrícolas trabalham objetivando ganhos em produtividade vi-
sando tornar o agronegócio mais rentável.

Neste contexto, as práticas de correção e fertilização do solo assumem lugar de destaque, pois são
responsáveis por ganhos de 50% de produtividade das culturas.

Desta forma, o manejo destas práticas deve ser o mais correto possível, visando a maximização da
eficiência dos efeitos benéficos dos fertilizantes e corretivos agrícolas e dos retornos dos investimentos
dispensados com estes insumos, sem descuidar da conservação dos recursos naturais.

Porém, na grande maioria dos casos, os conceitos básicos ligados a estas práticas não são observados
pelos agricultores, o que leva a níveis extremamente baixos de aproveitamento e eficiência dos corre-
tivos e fertilizantes aplicados nas lavouras.

Focado nos aspectos básicos das práticas de correção e fertilização agrícola, visando melhorar o apro-
veitamento dos nutrientes disponibilizados e maximizar os benefícios destes.

Manejo De Fertilizantes Nitrogenados

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Do ponto de vista agronômico, para a maioria das culturas sob condições de cultivo de sequeiro, ou
dependente apenas das chuvas, a eficiência dos diferentes nitrogenados deverá ser semelhante. Evi-
dentemente, na avaliação de casos específicos, esta eficiência tende a ser variável em função de al-
guns fatores, entre os quais citam-se:

a) disponibilidade no local;

b) outros nutrientes na composição;

c) doses a serem aplicadas;

d) forma de aplicação;

e) condições do solo (umidade, textura, tipo de argila, pH, etc);

f) condições de clima (índice pluviométrico e temperatura);

g) condições da cultura (ciclo, variedade, capacidade de proliferação de raízes, eficiência metabólica,


etc).

De uma maneira geral, a eficiência dos fertilizantes nitrogenados pode ser consideravelmente aumen-
tada, levando-se em conta os seguintes aspectos:

Incorporação Adequada

A incorporação adequada dos fertilizantes nitrogenados, tanto por ocasião do plantio, como no caso
das coberturas, é de fundamental importância para se evitarem as perdas por volatização de amônia,
principalmente em solos alcalinos, calcários ou áreas que foram calcariadas em excesso. Em geral, a
recomendação de se aplicar o fertilizante na dose necessária para o plantio, 5 cm ao lado e 5 cm abaixo
da semente, ainda é válida para a maioria das culturas produtoras de grãos. As aplicações de nitrogênio
em cobertura, principalmente nas formas amídicas (uréia) e amoniacais (sulfato de amônio e outros),
devem ser feitas em sulco, cobrindo-se o fertilizante com cerca de 5 cm de terra. Quando a incorpora-
ção do fertilizante nitrogenado aplicado em cobertura não é possível de ser feita, as perdas por volati-
zação de amônia podem ser minimizadas, misturando-se o fertilizante com a camada superficial do
solo.

Parcelamento Da Adubação

O parcelamento da adubação, de acordo com as necessidades da cultura e em função das caracterís-


ticas do solo e do clima é, sem dúvida, uma das práticas e manejo mais recomendados para aumentar
a eficiência dos fertilizantes nitrogenados.

Em geral deve-se usar maior número de parcelamentos (3 e 4), sob as seguintes condições:

a) altas doses de nitrogênio (120-150 kg N/ha);

b) solos de textura arenosa e/ou solos argilosos com baixa CTC;

c) áreas sujeitas a chuvas de alta intensidade;

d) variedades de ciclo longo, quando se tratar de culturas anuais.

Irrigação Controlada

Muitas vezes, sob condições de agricultura intensiva, as aplicações de fertilizantes nitrogenados em


cobertura não podem ser feitas com incorporação do produto. Nesse caso, o uso de irrigação controlada
permite uma rápida solubilização do fertilizante aplicado, movimentação dos nutrientes na solução do
solo até uma certa profundidade e redução das perdas por volatilização de amônia.

Embora haja variações quanto ao tipo de solo, para cada 1 mm de irrigação há uma percolação de
aproximadamente 1 cm. Assim sendo, uma irrigação com 10 mm de lamina d’água após a aplicação
de uréia é suficiente para diminuir sensivelmente as perdas por volatilização. Este princípio de manejo

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aplica-se, também, para as culturas de arroz sob inundação, sendo atingida maior eficiência dos fertili-
zantes nitrogenados, fazendo-se a drenagem do excesso de água, distribuindo-se o fertilizante nitro-
genado a lanço, seguindo-se inundação controlada.

Contribuição Dos Estercos, Fixação Biológica Do Nitrogênio E Adubação Verde

Em certos sistemas de cultivo, notadamente em pequenas glebas, a contribuição do uso dos estercos
não pode ser desconsiderada. Em função das doses aplicadas e das possíveis taxas de mineralização,
sob condições ideais, esta contribuição pode chegar a níveis bem altos.

Da mesma forma, a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas é um componente importante, tanto


qualitativa como quantitativamente, no que diz respeito a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, quer
sejam em monoculturas ou em rotação de culturas. Nas leguminosas, portanto, a técnica de inoculação
de estirpes adequadas de bactérias fixadoras de nitrogênio ocupa lugar de destaque no processo global
de eficiência deste nutriente.

Assim como a fixaçao biológica, também a adubação verde com leguminosas constitui-se em fator de
grande importância na avaliação do uso eficiente de nitrogênio. A contribuição desta técnica na nutrição
nitrogenada tende a ser expressiva, principalmente sob condições de solo cultivado intensivamente.
Neste contexto, as doses de nitrogênio a serem aplicadas podem ser reduzidas consideravelmente,
principalmente quando se cultivam variedades de baixa exigência em nitrogênio.

Manejo De Fertilizantes Fosfatados

Os princípios de manejo para se obter o máximo de eficiência dos fertilizantes fosfatados diferem, em
certos aspectos, daqueles considerados para os fertilizantes nitrogenados. No caso dos fertilizantes
nitrogenados, as formas principais de perdas, e a consequente diminuição da eficiência agronômica,
ocorrem por lixiviação e volatização. A eficiência dos fertilizantes fosfatados depende, principalmente,
da minimização de perdas por erosão e fixação, embora este último processo não se apresente com
características de irreversibilidade total.

Assim, os seguintes aspectos de manejo devem ser levados em consideração, quando se almeja ma-
ximizar a eficiência dos fertilizantes fosfatados:

Percentagem de P2O5 Solúvel Em Relação Ao Teor De P2O5 Total

A eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados consumidos no Brasil, para culturas anuais e bia-
nuais, tem sido comprovada como dependente dessa relação. O manejo básico desta relação indica
que:

1. as fontes mais eficientes têm sido os fosfatos solúveis (superfosfatos e fosfatos de amônio);

2. os fosfatos com alta solubilidade em ácido cítrico (termofosfato e fosfatos naturais de alta reatividade
– gafsa, por exemplo), têm mostrado eficiência similar aos solúveis em água, quando computado o
efeito residual a longo prazo;

3. os fosfatos naturais brasileiros (Abaeté, Araxá, Alvorada, Catalão, Patos, Tapira, etc.) têm mostrado,
com relação aos solúveis em água, uma baixa eficiência inicial (3 a 20%), melhorando um pouco após
alguns anos (15 a 45%).

Fertilizantes Fosfatados Solúveis

Os fertilizantes fosfatados mais solúveis (superfosfatos e fosfatos de amônio) têm sua eficiência agro-
nômica aumentada de forma considerável, quando se levam em conta três aspectos:

1. aplicação após uma calagem adequada;

2. na forma granulada;

3. de maneira localizada (em sulcos).

A finalidade básica dessas três ações de manejo é diminuir a taxa de fixação do fósforo, isto é, diminuir
a transformação do fósforo lábil em não lábil.

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Ressalta-se que em algumas situações, notadamente em solos da região dos cerrados, em áreas com
alta probabilidade de veranicos, o processo de “construção” da fertilidade do solo, visando a incorporá-
lo à produção de grãos, envolve uma calagem bem feita e uma adubação fosfatada corretiva, além
de,em alguns casos, também uma adubação potássica corretiva.

Nestes casos, não só os termofosfatos, mas também as fontes solúveis em água devem ser distribuídas
a lanço e incorporadas com gradagem (0-10 cm), seguindo-se as operações de plantio e adubações
de manutenção que incluem, também, doses adequadas de adubação fosfatada com fontes solúveis
na linha.

Para estimar as doses de P2O5 solúvel a aplicar, utiliza-se a relação seguinte: kg deP2O5/ha = 4 x %
de argila ou, ainda, a utilização da mesma relação (kg deP2O5/ha = 4 x % de argila) aplicando-se, por
ocasião do plantio, na linha, metade da dose como fósforo solúvel em água e a outra metade como
fosfato natural reativo, termofosfato ou outro produto de baixa solubilidade em água. Repetir essa ope-
ração por 3 a 5 anos até que o monitoramento via análise de solo indique teor médio a alto em fósforo.
A partir daí fazer apenas a adubação de manutenção.

Fosfatos Naturais

Existem muitas duvidas sobre os princípios de manejo dessas fontes de fósforo para se atingir a Pro-
dutividade Máxima Econômica, em comparação com os tradicionais fosfatos acidulados (superfosfatos
simples e triplo). Trabalhos de pesquisa indicam que:

– A maioria dos fosfatos naturais brasileiros de baixa reatividade (Araxá, Patos, Catalão, Abaeté, dentre
outros) é de origem magmática, formados principalmente por apatitas, em geral com 4 a 5 % de
P2O5 solúvel em ácido cítrico e com teores de P2O5 total de 28 a 30 %. Esses produtos apresentam
baixa eficiência agronômica para culturas de ciclo curto e anuais, mesmo quando finamente moídos
para passar 85% em peneira de 0,075 mm (ABNT n° 200), aplicados a lanço e em solo com pH em
água até 5,5;

– A eficiência desses fosfatos naturais de baixa reatividade tende, entretanto, a aumentar com o passar
dos anos, quando o solo é submetido às práticas normais de preparo (aração e gradagem), no sistema
convencional de produção, que levam a uma mistura do mesmo na camada arável;

– Os fosfatos naturais de baixa reatividade podem ser usados para formação de pastagens tolerantes
à acidez, com aplicação a lanço e incorporados, de preferência, em solos com pH em água até 5,5 ou
no preparo de covas ou valetas para formação de culturas perenes (cafeeiro, fruticultura, etc) e reflo-
restamento. Outro ponto relevante quando se usam esses fosfatos naturais e calagem, é que esta
última prática deve ser feita preferencialmente após a incorporação dos fosfatos naturais.

Sequência De Culturas

Sob condições de limitação de recursos, ou sistemas de cultivos sequenciais, a prioridade de aplicação


dos fertilizantes fosfatados deve ser dada à cultura de ciclo mais curto, com menor desenvolvimento
do sistema radicular e com maior intensidade de resposta ao fósforo. As culturas com ciclo mais longo,
com maior desenvolvimento do sistema radicular e menor intensidade de resposta a esta nutriente
podem, muitas vezes, ser razoavelmente bem supridas pelo efeito residual da adubação precedente.

Grau De Micorrização

A micorrização, através de seu efeito físico na extensão do sistema de absorção das plantas e dos
efeitos fisiológicos de utilização de fósforo pela planta, representa um importante mecanismo para a
maximização da eficiência de fertilizantes fosfatados. Esta associação favorece ainda o crescimento
das raízes e a fixação biológica de nitrogênio, nas plantas que formam simbiose com bactérias fixadoras
de nitrogênio.

Manejo De Fertilizantes Potássicos

A quase totalidade do potássio consumido na agricultura brasileira é fornecida na forma de cloreto de


potássio, que é um produto solúvel em água. Embora o problema de deficiência deste nutriente não
seja tão acentuado no Brasil, como a deficiência de fósforo, a demanda para aplicação de fertilizantes

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potássicos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, notadamente em áreas com aplicação
de alta tecnologia, para atingir a Produtividade Máxima Econômica (PME).

Para maximizar a eficiência dos fertilizantes potássicos, os seguintes pontos devem ser considerados:

Textura, Tipo De Argila E CTC

Esses três fatores, somados às informações quanto ao teor de potássio trocável e, logicamente, às
exigências da cultura, são de fundamental importância na tomada de decisão sobre as doses de po-
tássio a serem aplicadas.

Parcelamento Da Adubação

Solos arenosos ou de textura média/argilosa, mas com argilas de baixa atividade e sujeitos a chuvas
intensas, devem receber a adubação na forma parcelada, com o objetivo de minimizar possíveis perdas
principalmente quando da aplicação de doses elevadas de potássio. Uma regra prática énão ultrapas-
sar 50-60 kg de K2O, em linha, aplicados no sulco de plantio.

Adubação Potássica Corretiva

Embora uma maneira eficiente de se fazer a adubação potássica, para culturas anuais e bianuais plan-
tadas em linha, seja a distribuição do fertilizante em sulcos, ao lado e abaixo das sementes, em algumas
situações é também recomendada uma adubação potássica corretiva.

Este é o caso, bastante comum, quando da incorporação de solos extremamente pobres, como os sob
cerrado, ao processo produtivo e, principalmente, quando o agricultor for fazer na gleba uma adubação
fosfatada corretiva, conforme mencionado anteriormente. As doses recomendadas neste caso são para
se atingir 2 a 5% da CTC a pH 7,0 saturada por potássio, sendo a distribuição do fertilizante à lanço,
seguindo-se de incorporação com gradagem (mais ou menos 10 cm).

Manejo Dos Restos Culturais

Diferentemente do nitrogênio e do fósforo, a maior parte do potássio absorvido encontra-se nas folhas,
talos e ramos. Este aspecto é relevante, pois o manejo adequado dos restos culturais irá devolver
grande parte do potássio utilizado pelas plantas, contribuindo para um maior equilíbrio na dinâmica
deste nutriente no solo.

Equilíbrio Nitrogênio – Potássio

Embora o princípio da adubação equilibrada e balanceada seja válido para todas as situações de solos,
climas e culturas, a interação nitrogênio – potássio merece lugar de destaque.

Como o potássio promove a absorção e utilização do nitrogênio, a adubação nitrogenada somente terá
máxima eficiência se as plantas também forem supridas com quantidades adequadas de potássio. Este
aspecto assume relevância ainda maior em sistemas de agricultura intensiva sob irrigação, em que,
muitas vezes, pequenas doses de fertilizantes potássicos podem levar ao baixo aproveitamento dos
fertilizantes nitrogenados, baixas produções e menores lucros por parte do agricultor.

Cuidados

O uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas depende de uma série de fatores que afetam o
processo, como um todo. Esses fatores podem ser assim discriminados:

a. Qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas, além da compatibilidade entre fertilizantes e/ou
corretivos;

b. Solo – As características físicas, químicas, físico-químicas, assim como o teor de matéria orgânica
afetam o uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas;

c. Recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa – Na prática da adubação, a “Lei do Mínimo ou


de Liebig”, explica que a produção é limitada pelo nutriente que se encontra em menor disponibilidade,
mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas. O que é importante em
relação à “Lei do Mínimo” é que a grande maioria dos solos do Brasil apresenta, também, deficiência

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de enxofre e micronutrientes e essa lei deve ser considerada na sua forma ampliada. Em relação à
quantidade ou dose é fundamental levar também em consideração, principalmente no caso dos fertili-
zantes, a “Lei dos Incrementos Decrescentes”, que estabelece o seguinte: para cada incremento su-
cessivo da quantidade de fertilizante, ocorre um aumento cada vez menor na produção. Em termos
práticos, essa lei orienta no sentido de que as adubações não devem visar a Produtividade Máxima
(PM), mas a produtividade que proporcione o maior lucro para o agricultor, ou seja, a Produtividade
Máxima Econômica (PME);

d. Época de aplicação – A época de aplicação de fertilizantes deve coincidir com aquela que antecede
a maior demanda da cultura, desde que estes fertilizantes sejam de alta solubilidade. Esse é o caso,
principalmente, dos fertilizantes nitrogenados e potássicos, que, em geral são solúveis em água. O
parcelamento adequado de adubação nitrogenada e, em certos casos, da adubação potássica, é es-
sencial para aumentar a eficiência destes fertilizantes na maioria dos casos. Em anos recentes, têm
sido acumulados dados mostrando efeitos amplamente positivos envolvendo a antecipação da aduba-
ção nitrogenada e potássica na cultura do milho em áreas sob plantio direto ou mesmo sobre agricultura
convencional;

e. Forma de aplicação ou localização;

f. Uniformidade de distribuição – O fator uniformidade de distribuição dos fertilizantes e corretivos está


ligado à qualidade, regulagem e operação adequada dos equipamentos para aplicação desses insu-
mos, de modo a permitir uma localização correta. A uniformidade de distribuição está também, ligada
a certas características dos produtos, tais como:

– O grau de segregação é a separação e acomodação seletiva das partículas por ordem de tamanho,
com a movimentação e trepidação do produto. Isto pode comprometer seriamente a homogeneidade,
em especial de mistura de grânulos, onde a separação por ordem de tamanho e densidade leva, auto-
maticamente, à separação dos nutrientes;

– A higroscopicidade é a tendência que os materiais apresentam de absorver umidade do ar atmosfé-


rico . Para cada fertilizante simples, ou mistura, há um máximo de umidade relativa do ambiente (umi-
dade relativa crítica) a que o produto pode ser exposto sem absorver umidade.Um fertilizante úmido
apresenta vários inconvenientes:

a) queda no teor de nutrientes;

b) dificuldade de manuseio e distribuição;

c) diminuição da resistência das partículas;

d) empedramento.

– O empedramento é a cimentação das partículas do fertilizante, formando uma massa de dimensões


muito maiores que as partículas originais. Resulta da recristalização do material desenvolvido na su-
perfície das partículas umidecidas, o que ocorre através da perda da umidade absorvida, quando dimi-
nui a umidade relativa do ar ou a temperatura se eleva;

– A fluidez é a capacidade de livre escoamento do fertilizante por determinados espaços. No caso dos
fertilizantes sólidos, a fluidez depende da higroscopicidade, uniformidade e formas das partículas.

Desta forma, assumindo-se que o produto a ser utilizado está em condições ideais para aplicação, a
melhor maneira para que o objetivo seja atingido é o agricultor utilizar equipamento adequado e fazer
calibração do mesmo antes de iniciar o processo de distribuição.

A manutenção adequada dos equipamentos, para evitar problemas de última hora, deve merecer es-
pecial atenção.

Sempre vem à tona que a utilização de defensivos agrícolas na produção das lavouras é um perigo
para a saúde humana, ambiental e animal.

São rotineiras as notícias e polêmicas sobre os “venenos” na agricultura.

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Mas o uso dos defensivos agrícolas, se bem utilizado, pode trazer muitos benefícios. Confira!

Defensivos Agrícolas Ou Agrotóxicos?

Chamados também de agrotóxicos ou produtos fitossanitários, os defensivos agrícolas são produtos


químicos, físicos ou biológicos destinados à proteção de culturas agrícolas.

Como o próprio nome diz, eles têm a função de “defender” as lavouras ao ataque seres vivos conside-
rados prejudiciais no ciclo de uma cultura.

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