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Calagem e gessagem
Meta
Objetivos
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O que é calagem?
Olá pessoal!
AMOSTRAGEM DE
SOLO E FOLHAS
LABORATÓRIO
CORRETIVA
PLANTIO
PÓS - PLANTIO EM
COBERTURA
FORMAÇÃO
PRODUÇÃO
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A partir de agora, daremos um importante passo em nossos estudos -
trataremos da CALAGEM - pratica agrícola extremamente importante para
neutralizar a acidez do solo.
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do que a calagem. É um grande engano, pois através da prática da calagem
apresenta-se a eficiência dos fertilizantes, consequentemente, aumentando o
retorno econômico da adubação.
Dentre os benefícios de uma correta prática da calagem, destacam-se:
→ Diminuição da toxidez por H+, Al3+
Bases do solo – nutrientes de
e Mn2+, explicadas pelas reações da página carga positiva (Ca, Mg, K e Na).
Mineralização – Processo de
anterior, liberando espaço nos colóides
decomposição da matéria orgânica
para as bases do solo; do solo, promovida por
microorganismos, que resulta na
→ Aumento da mineralização da
liberação de nutrientes para a
matéria orgânica; solução do solo, principalmente
Nitrogênio, Enxofre, Fósforo e Boro.
→ Fornecimento de cálcio e
magnésio, pois os mesmos fazem parte da constituição dos calcários.
→ Aumento da disponibilidade de fósforo e molibdênio, que em solos ácidos
estão presente em formas fixadas e de menor disponibilidade.
→ Aumento da capacidade de troca catiônica do solo: explicado pela
neutralização do H+, que não é trocável com a solução do solo.
→ Por todos os motivos já expostos, a calagem aumenta a eficiência das
adubações.
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Assim, podemos concluir que a calagem é de extrema importância para o
cafeeiro. A tabela abaixo traz dados experimentais que comprovam a eficiência da
calagem para a cultura:
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No Brasil pelas suas dimensões e diversidade de clima e solo, existem
diversos métodos de recomendação, aplicados conforme a região. Em nosso estado
utilizamos os dois principais: “Método da neutralização do alumínio e elevação dos
teores de cálcio e magnésio” e “Método da Saturação por Bases”.
Este método é utilizado nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do
Sul e Mato Grosso. As doses de calcário são calculadas visando neutralizar o teor
de alumínio trocável e fornecer cálcio e magnésio, quando os teores desses
nutrientes estiverem abaixo de 2 cmolc/dm3.
O livro abaixo faz parte da “cabeceira” de técnicos e agrônomos no Estado de
Minas Gerais. A 5ª Aproximação, como é mais conhecida, é a base de
recomendação de corretivos e fertilizantes em nosso estado.
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→ Al3+ = teor de alumínio do solo (análise de solo);
→ mt = máxima saturação por Al3+ tolerada pela cultura, em % (no caso do
café = 25%);
→ t = CTC efetiva, em cmolc/dm3 (valor calculado em função da análise do
solo);
→ X = valor variável em função das necessidades de Ca e Mg das culturas,
(no caso específico do cafeeiro utilizaremos o valor 3,5);
→ Ca2+ = teor de cálcio do solo (análise de solo);
→ Mg2+ = teor de magnésio do solo (análise de solo);
Profundidade K Ca Mg Al H+Al
pH
cm mg/dm³ .................. cmolc/dm³ ..................
0 - 20 4,3 31 1,0 0,6 0,5 3,8
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→ O valor t = CTC efetiva, cuja expressão matemática que o representa é a
seguinte: t = SB + Al.
Portanto, para calcular t, antes temos que calcular a SB (soma de bases)
SB = Ca + Mg + K + Na
Não podemos esquecer de um problema apresentado na aula 2: Ca e Mg
estão em cmolc/dm3 e o K está em mg/dm³. Para converter o potássio em cmolc/dm3,
basta dividir o valor em mg/dm³ por 391:
31/391 = 0,08 cmolc/dm3.
Agora podemos calcular a soma de bases. Considerando Na = 0,0, temos:
SB = 1,0 + 0,6 + 0,08 = 1,68 cmolc/dm3.
Finalmente podemos voltar para o t:
t = SB + Al
t = 1,68 + 0,5 = 2,18 cmolc/dm3.
QC= NC x SC x PF x 100
100 20 PRNT
Onde:
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Voltando ao nosso caso: PRNT do calcário = 70%, a cultura já está
implantada (PF = 8 cm) e o cultivar utilizado é de porte baixo, com espaçamento
adensado (SC = 100%)
Então temos que NC = 1,81 t/ha, SC = 100%, PF = 8 cm e PRNT = 70%
Após cálculos:
QC = NC x (SC/100) x (PF/20) x (100/PRNT)
QC = 1,81 x (100/100) x (8/20) x (100/70)
Esse método é utilizado nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e,
em alguns casos, na região dos cerrados. Baseia-se na estreita relação que existe
entre o pH e a saturação por
Saturação por bases: é o percentual que as
bases (V%), ou seja, quanto bases do solo ocupam na CTC a pH 7 (T). Na
maior o pH, maior a V% do solo. prática, significa o percentual que os
elementos essenciais de carga positiva (Ca,
Ao se fazer a correção Mg, K e Na) ocupam entre todos os elementos
para elevar a saturação por de carga positiva. Para calcular, utilizamos a
fórmula: V = (SB / T) x 100
bases (V%) a níveis adequados
às culturas, elevando também o pH, consequentemente, há eliminação do excesso
de Al (tóxico) e elevação dos teores de Ca e Mg.
Este método tem a importante característica de levar em consideração as
exigências das culturas na definição da quantidade do corretivo a ser adicionado ao
solo, alem de ter a vantagem da facilidade dos cálculos e na flexibilidade de
adaptação para diferentes culturas, de acordo com suas exigências.
Para calcular a necessidade de calagem utilizando esse método, utilizamos a
fórmula:
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NC = T(Ve-Va)
100
Onde:
Vamos calcular?
Para efeito de comparação, vamos empregar a mesma análise de solo e
as mesmas informações utilizadas no método anterior.
Relembrando:
Profundidade K Ca Mg Al H+Al
pH
cm mg/dm³ .................. cmolc/dm³ ..................
0 – 20 4,3 31 1,0 0,6 0,5 3,8
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Considerando a analise de solo acima, calcule a necessidade de calagem e a
quantidade final pelo método da saturação por bases, considerando o PRNT do
calcário: 70%; que a cultura já está implantada e que o cultivar utilizado é de porte
baixo, com espaçamento adensado. O solo possui 35% de argila.
NC = T(Ve-Va)
100
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Porém, este método também expressa os resultados em toneladas por
hectare, considerando o PRNT do calcário = 100%, profundidade de incorporação =
20 cm e 100% da superfície do terreno coberta por calcário.
Para atender ao desafio proposto:
QC= NC x SC x PF x 100
100 20 PRNT
Onde:
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por bases indicará maior quantidade. Para não errar nunca: recomende a utilização
da maior quantidade indicada pelos dois métodos.
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Se a relação estiver alta, significa que os teores de magnésio estão baixos.
Assim recomendamos calcários onde a relação cálcio/magnésio seja menor.
Exemplos: Dolomítico B e C (pela nova classificação).
Em nossa região, a segunda situação é mais comum do que a primeira.
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depende da umidade no solo, para que as reações do calcário no solo se
processem.
.
→ Entre aplicar com solo seco ou aplicar com menor
antecedência, escolha a segunda opção.
→ A distribuição do calcário deve ser uniforme sobre a
superfície do solo. Posteriormente, devemos incorporá-lo
a profundidade desejada.
→ Doses maiores que 5 t/ha devem ser parceladas em duas vezes, metade
aplicada antes da aração ou gradagem pesada e a outra metade antes da gradagem
de nivelamento.
Gessagem
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Logo podemos concluir que as principais funções do gesso agrícola são:
→ Fornecer Ca em profundidade;
→ Reduzir a saturação de Al nas camadas mais profundas do solo;
→ Aprofundar e melhorar a distribuição do sistema radicular;
→ Aumentar a resistência ao déficit hídrico (falta de água).
Importante!
A gessagem não modifica o pH e não substitui a calagem.
A gessagem deve ser feita junto ou após a calagem, para potencializar
seus efeitos.
Portanto, o gesso agrícola deve ser encarado como importante insumo para a
agricultura, mas devido a suas características, tem seu emprego limitado a situações
particulares bem definidas, uma vez que o uso indiscriminado e sem critérios pode
acarretar problemas em vez de benefícios para o agricultor.
De uns anos para cá algumas indústrias de fertilizantes vem estimulando o
seu uso. Apesar de vários estudos mostrarem o potencial da utilização do gesso na
agricultura, ainda persistem junto a extencionistas e agricultores, muitas dúvidas no
que se refere a como, quando e quanto utilizar deste insumo.
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Para se calcular a quantidade a ser aplicada do produto, existem algumas
metodologias baseadas nas características químicas e físicas do solo. No entanto,
estas fórmulas ainda necessitam ser amplamente avaliadas em ensaios de campo
nas mais diversas condições de solo e culturas:
Onde:
→ NG = Necessidade de gesso, em t/ha
→ t = CTC efetiva = SB + Al
→ Ca+2 = teor de cálcio, em cmolc/dm3
→ Al3+ = teor de alumínio, em cmolc/dm3
Este método baseia-se na premissa de que para se elevar o teor de Ca ou
diminuir o teor de Al em 1 cmolc/dm3 são necessárias cerca de 2,5 t de gesso/ha e
que o solo deve apresentar, na camada de 20 a 40 cm, um teor de Ca 2+ superior a
40 % de sua CTC efetiva ou um teor de Al3+ inferior a 20 % da CTC efetiva.
Mais recentemente, Malavolta propôs, para a cultura de café, que a
participação mínima do Ca2+ na CTC efetiva da camada de 20 a 40 cm deva ser de
60 %, ou seja:
NG = (0,6 x CTC efetiva - Ca2+) x 2,5
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QG = NG x SC/100 x EC/20
Onde:
→ QG: Quantidade de gesso a ser aplicada (em toneladas/ha);
→ NG: Necessidade de gessagem (em toneladas/ha);
→ SC: Superfície do terreno a ser coberta por gesso (%);
→ EC: Espessura da camada (cm). Por exemplo: Numa amostragem de solo
de 20-40 cm, a espessura da camada é de 20 cm;
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