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Introdução
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cerca de 40 mil toneladas entre 2003 e 2005. Em Santa Catarina, de 1600 hectares de
viveiros existentes, apenas 200 não foram atacados pelo vírus da Mancha Branca,
somando um prejuízo de 6 milhões de reais.
Os flocos microbianos
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formadora de colônia(CFU)/ml e até 100 milhões CFU/ml no final do ciclo (Boyd e
Clay, 2002).
Algumas pesquisas recentes demonstram que a chamada relação C/N
ideal para formação do floco microbiano deve estar na faixa de 14 e 30:1, ou seja, para
cada 14 a 30 partes de carbono, necessita uma de nitrogênio. Pode-se usar melaço a fim
de estimular o crescimento dos flocos e balancear a relação C/N (Wasielesky, 2006).
Burford et al. 2004, relataram que a utilização dos flocos como alimento, fornece
uma grande quantidade de nitrogênio na dieta dos camarões, contribuindo
significativamente no crescimento dos animais e que mais de 29% do alimento
consumido por Litopenaeus vannamei podem ser provenientes do floco bacteriano
presente no meio heterotrófico.
Aivnimelech (2000) determinou que a presença de microorganismos nos tanques
de cultivo aumenta a eficiência da conversão protéica de 20-25% para cerca de 45%,
pois eles convertem o nitrogênio inorgânico presente na água e o disponibiliza na forma
de proteína microbiana, que é ingerida pelos organismos cultivados.
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A amônia (principalmente a não ionizável) apresenta uma relação direta com os
níveis de pH. Em águas muito ácidas e com baixo oxigênio dissolvido, diminuirão a
capacidade das bactérias nitrificantes de converterem a amônia em nitrato (Wasielesky,
2006). Citando Mead (1989 apud Arana, 2004, p.88), a forma não ionizada da amônia
(NH3) incrementa-se dez vezes para cada grau de pH que aumenta na água.
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e dureza são importantes na atividade de muda dos camarões fornecendo cálcio aos
animais.
Citando Kubitza (2003), no cultivo de camarões marinhos os valores ideais de
dureza são aqueles acima de 150mg CaCO3/L, sendo que, deste valor, pelo menos
100mg CaCO3/L seja proveniente dos íons cálcio (dureza cálcica). As águas estuarinas
e oceânicas utilizadas no abastecimento dos viveiros de cultivo de camarão apresentam
alta concentração de cálcio e magnésio, atingindo valores de dureza acima de 500mg/L
de CacO3/L. O cálcio é um importante componente da carapaça (exoesqueleto) dos
camarões e, portanto, um nutriente altamente exigido em virtude das freqüentes mudas
necessárias para manter um bom ritmo de crescimento dos camarões. Nestas águas com
teor alto de dureza a exigência de cálcio pelos camarões é, em sua grande parte,
atendida pela absorção direta do cálcio na água.
Em sistema fechado é mais fácil conseguir valores altos de alcalinidade uma vez
que a água não vai embora e, portanto, não leva consigo a fonte usada para alcalinizar,
ficando dentro do sistema E quanto maior a salinidade maior o poder tampão que ela
exercerá, assim, facilitará a manutenção dos níveis desejáveis de pH no sistema , pois de
acordo com Wasielesky et al. (2006), níveis de pH abaixo de 7,0 afetam o crescimento
de L vanammei em meios heterotróficos.
As bactérias nitrificadoras são ineficientes quando comparadas com as hete-
rotróficas na conversão de energia disponível em material celular. Por exemplo, as
Nitrosomonas geram apenas 1-4% e a Nitrobacter 3-10% do material celular que seria
gerado por um heterotrófico com a mesma quantidade de energia disponível (Montoya e
Velasco 2000).
Montoya e Velasco (2000) ainda ressaltam que a oxidação da amônia em nitrato
aumenta com o crescimento da concentração de amônia até alcançar seu ponto máximo,
que pode ser previsto matematicamente. A taxa de nitrificação é diretamente
proporcional ao crescimento das populações de bactérias nitrificadoras, a qual pode
também ser prevista matematicamente. As bactérias são eficientes na purificação de
nutrientes e podem competir exitosamente com o fitoplâncton para o consumo de íons
de amônia. Alguns estudos indicam que microrganismos heterotróficos podem utilizar
até 50% do total de amônia dissolvida na água. Entretanto, o crescimento bacteriano
heterotrófico e a demanda de nitrogênio parecem ser mais altos do que as taxas
máximas de consumo de amônia, indicando que os heterotróficos também utilizam
outras fontes de nitrogênio, tais como compostos orgânicos. Estes podem incluir ração
peletizada não ingerida ou partículas desintegradas e excrementos dos animais. A maior
parte desta matéria orgânica é decomposta aerobicamente (heterotróficos que
consomem oxigênio). As bactérias heterotróficas aeróbicas estão distribuídas em toda a
coluna de água e na superfície dos sedimentos ( biofilmes), decompõem substratos
orgânicos para seu crescimento e acúmulo de energia e utilizam amônia como base para
a síntese de proteínas.
As taxas de decomposição dependem principalmente de vários fatores
ambientais e da qualidade dos substratos orgânicos. Os principais determinantes
ambientais da taxa de decomposição são temperatura e oxigênio. A qualidade dos
substratos orgânicos depende dos tipos de carbono, das fontes de energia e dos
nutrientes. As fontes de carbono diferem bastante, desde a facilmente degradável (i.e.,
açúcares) até compostos mais resistentes (i.e., lignina).As deficiências de qualquer
nutriente exigido pelas bactérias heterotróficas podem limitar a decomposição. Em
ecossistemas naturais o nitrogênio é geralmente o fator limitante. Mas esta situação é
revertida em em alguns sistemas aqüícolas, nos quais a utilização de dietas com alto
conteúdo de proteínas têm como resultado um excesso de nitrogênio.
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Levando em consideração o papel chave do nitrogênio, a relação entre a
quantidade de carbono e a quantidade de nitrogênio, conhecida como a proporção
carbono: nitrogênio (C:N) tem sido utilizada com freqüência para indicar a qualidade
dos substratos orgânicos. Por exemplo, duas rações com a mesma quantidade de
carbono, mas diferentes quantidades de proteína, e conseqüentemente diferentes níveis
de nitrogênio, resultarão em proporções de C:N diferentes. A ração com mais proteína
terá a menor proporção de C:N (Montoya e Velasco 2000).