O documento apresenta projeções para o mercado brasileiro de carnes entre 2010-2020, prevendo que: (1) a produção de frango continuará a maior e crescerá 3,7% ao ano, (2) o consumo de frango e bovino permanecerá alto, com crescimento de 2,3% e 1,9% ao ano respectivamente, (3) as exportações de frango continuarão maiores que bovina e suína, atingindo 5 milhões de toneladas em 2020.
Descrição original:
Mercado de carnes
Título original
Resenha critica do artigo intitulado “Previsões para o Mercado de Carnes”
O documento apresenta projeções para o mercado brasileiro de carnes entre 2010-2020, prevendo que: (1) a produção de frango continuará a maior e crescerá 3,7% ao ano, (2) o consumo de frango e bovino permanecerá alto, com crescimento de 2,3% e 1,9% ao ano respectivamente, (3) as exportações de frango continuarão maiores que bovina e suína, atingindo 5 milhões de toneladas em 2020.
O documento apresenta projeções para o mercado brasileiro de carnes entre 2010-2020, prevendo que: (1) a produção de frango continuará a maior e crescerá 3,7% ao ano, (2) o consumo de frango e bovino permanecerá alto, com crescimento de 2,3% e 1,9% ao ano respectivamente, (3) as exportações de frango continuarão maiores que bovina e suína, atingindo 5 milhões de toneladas em 2020.
Resenha critica do artigo intitulado “Previsões para o Mercado de Carnes”
A situação do mercado no setor de carnes é caracterizada por altos preços
nominais para todas as carnes, apoiados no lado da demanda pelo rápido crescimento nas economias em desenvolvimento e no lado da oferta pelos altos custos dos insumos, notavelmente pelos grãos usados na alimentação animal e nos insumos relacionados à energia. Aproximadamente dois terços do aumento das importações de carne do mundo são oriundas de países em desenvolvimento. Em contrapartida, alguns entraves quanto ao crescimento das exportações dessas carnes como a presença de febre aftosa, gripe aviária, o surgimento da “vaca louca” em rebanhos bovinos. O artigo de estudo apresentou projeções brasileiras de produção, consumo, exportação e preço médio de exportação para as carnes de frango, bovina e suína observadas no período de 1972-2009 e análise de previsões no período de 2010- 2020. O Brasil apresenta grande competitividade no mercado internacional devido ao baixo custo de produção nos três tipos de carne, aumento de profissionalização nestes setores, com a adoção de técnicas mais modernas e práticas de bem-estar animal. De acordo com as projeções apresentadas na produção de carnes no Brasil, a carne de frango permanecerá a mais produzida, acompanhada pela carne bovina. A produção de carne de frango terá um aumento de aproximadamente 5 milhões de toneladas, a carne bovina atingirá 11 milhões de toneladas, enquanto a suína, apenas 4 milhões de toneladas nos próximos 10 anos. As taxas de crescimento da produção de carnes bovina, suína e de frango no Brasil serão de 1,9% a.a., 1,8% a.a. e 3,7% a.a., respectivamente, para o mesmo período. Conforme os dados, a expectativa é de que a produção de carne de frango tenha um crescimento maior que das carnes bovina e suína. Segundo alguns artigos, a produtividade no setor de carnes é vista como crítica a longo prazo, uma vez que implica em um nível menor de insumos que são requeridos para produzir uma dada produção. Por exemplo, os ganhos de produtividade que aumentam as taxas de extração (que medem os volumes de animais abatidos no país em um ano em relação ao tamanho total do rebanho) implicam em menores estoques de animais que usam extensivamente alimentos, terras, água e outros insumos e ajudam a melhorar a sustentabilidade. Além de aumentar a produtividade rural, as melhoras no manejo da cadeia de fornecimento, em particular o manejo da cadeia de frio, têm e continuarão tendo um importante impacto no crescimento desse setor. Isso é especialmente verdadeiro em muitos países em desenvolvimento onde a estocagem e o transporte de carnes têm sido limitados. Já em relação ao consumo, as carnes de frango e bovina continuarão sendo as mais consumidas. O consumo brasileiro de carne bovina passará para 9 milhões de toneladas em 2020, correspondendo a um aumento anual de 1,9%. Com relação à carne suína, as estimativas apontam para um crescimento do consumo de 1,8% ao ano (3,2 milhões em 2020). A preferência brasileira pelo consumo da carne de frango é refletida na sua taxa de crescimento de 2,3% a.a. no período de 2010 a 2020, passando para 9,8 milhões. As economias emergentes também aumentarão sua demanda, onde o crescimento da renda e a urbanização fortalecerão a ingestão de proteínas animais à custa de alimentos de origem vegetal. Inversamente nos países desenvolvidos, onde a demanda está bastante saturada, uma desaceleração da renda e no crescimento populacional, o envelhecimento e a reincidência de medos relacionados aos alimentos se combinarão para frear a demanda por carnes. Assim como na produção e no consumo, a carne de frango continuará sendo a mais exportada ao longo de todo o período projetado, em torno de 5 milhões de toneladas, seguida pela carne bovina em 2 milhões de toneladas e pela carne suína em torno de 800 mil toneladas.De acordo com as estimativas obtidas, a carne bovina (taxa anual de crescimento em 1,5%) continuará sendo a mais valorizada no mercado internacional, seguida pela carne suína (1,1% ao ano). Uma série de direcionadores importantes de mercados e eventos macroeconômicos poderá alterar as projeções de mercado brasileiro de carnes desse estudo. A principal questão será a situação do mercado de alimentos animais e os fatores que afetarão sua evolução durante o período. Considerando a sensibilidade do setor de carne às condições macroeconômicas, qualquer distúrbio durante o período analisado poderia ter um grande impacto, como barreiras sanitárias às compras da carne brasileira por alguns países. Algumas doenças animais têm potencial para afetar a produção doméstica e regional de carnes. Apesar da erradicação de algumas ter se mostrado tecnicamente possível, também se mostrou cara. Países e regiões estão protegendo seu status de livre de doenças e fazendo grandes esforços para sustentar essa situação. A febre aftosa é um exemplo. Surtos de doenças que são zoonoses, como o H1N1, também são potenciais fatores que poderão impactar significantemente não somente no acesso a mercados, mas também, no comportamento dos consumidores. O mercado mundial de carnes também está bastante fragmentado pela legislação específica dos países no que se refere a segurança alimentar e as restrições às importações representam um risco significante para a validade das projeções. Acredita-se que os países em desenvolvimento aumentarão sua participação na produção global em todas as categorias de carnes e, até o final do período. Os maiores retornos à escala continuarão concentrando a produção em menos fazendas maiores, não somente nos países desenvolvidos, mas cada vez mais também em mercados emergentes. Essa mudança estrutural continuará aumentando a dependência da produção de carne de alimentos animais à base de grãos. Apesar dos fortes preços das carnes durante a projeção, as importações de carnes em países em desenvolvimento deverão aumentar, direcionadas por um crescimento na população e na renda e na alta elasticidade da renda da demanda. Da mesma maneira, os fortes preços resultarão em lucros de exportação sustentados, que encorajarão os grandes países exportadores de carne a investir nos mercados internacionais de carne, apesar da alta incidência prevalente de barreiras de importação relacionadas a questões sanitárias e de segurança alimentar. Os preços da carne permanecerão em um alto patamar durante o período previsto sob custos de produção persistentemente altos, devido não somente aos altos custos dos alimentos animais e insumos relacionados à energia, incluindo transporte e custos de cadeias de refrigeração, mas também, a questão cada vez mais rígida de segurança alimentar, meio-ambiente e regulamentações de bem- estar animal (rastreabilidade, acomodações, transporte, etc.) A resposta da oferta pode ser limitada em muitos países e regiões por limitações em recursos naturais, competição pela terra e água por colheitas alternativas e investimentos insuficientes em infraestrutura em regiões importantes ricamente favorecidas com recursos naturais para a produção pecuária. O crescimento da produtividade na cadeia de produção de carnes tem sido significante nos últimos anos. Apesar dos maiores custos, rebanhos melhorados, práticas de manejo de cria e do rebanho, especialmente melhores práticas de alimentação, permitiram um crescimento na produção de carnes e essa tendência deverá continuar durante o período analisado.
Referências
SILVA E SOUZA, G., SOUZA, M.O., MARQUES, D.V., GAZZOLA, R., MARRA, R. Previsões para o Mercado de Carnes. RESR, Piracicaba, SP, vol. 49, nº 02, p. 473- 492, abr/jun 2011.
OCDE/FAO: perspectivas mundiais para o mercado de carnes. Disponível em <
http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/especiais/ocdefao-perspectivas- mundiais-para-o-mercado-de-carnes> .Acesso em 24/08/2013.