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Fichamento sobre Apontamentos estratégicos sobre a bovinocultura de corte

brasileira
Disciplina: produção de ruminantes
Equipe: Ivynna Sarah e Lara Simões

A cadeia produtiva da carne bovina brasileira é uma das principais redes


globais de produção de proteína, envolvendo provedores de insumos,
tecnologias, serviços e informações. Nesse sentido, os pecuaristas utilizam
técnicas associadas a insumos e processos para desenvolver essa parte
essencial do agronegócio brasileiro. A atividade é baseada principalmente em
pastagens, raças zebuínas e cruzamentos com raças taurinas, com indicadores
de eficiência e produtividade em constante evolução. Embora cerca de 60% da
carne seja destinada ao mercado interno, o Brasil desempenha um papel
importante no mercado internacional devido às suas exportações em grande
volume. Os recursos naturais no Brasil estão protegidos por regulamentações
que limitam a expansão da produção, incentivando a intensificação. Os
produtores contam com pesquisa, desenvolvimento e extensão através de
universidades e centros de pesquisa para enfrentar desafios como custos
crescentes, demandas dos consumidores e legislação ambiental. Nesse
cenário, os custos devem aumentar, exigindo investimentos em inovações para
manter a competitividade. A geração de conhecimento, integração entre os
agentes da cadeia e o fluxo de informações são fundamentais para enfrentar
esses desafios e criar uma base institucional e organizacional sólida. Esse
artigo descreve a estrutura da cadeia produtiva da carne bovina brasileira e a
importância da inovação tecnológica nesse setor.
O Brasil é um grande exportador de carne bovina, com destaque para parceiros
econômico como Egito, Rússia, Hong Kong, Venezuela, Irã, China (carne in
natura) e Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Itália (carne
industrializada). No entanto, houve uma queda nas exportações nos últimos
dois anos. Além disso, para a carne bovina congelada, existem dois grupos de
clientes: um que foca principalmente no preço, enquanto o outro valoriza mais
questões sanitárias. Com relação à carne in natura, diferentes grupos de
clientes têm demandas distintas, com alguns dispostos a pagar mais por
qualidade sanitária e rastreabilidade. Atualmente, o Brasil não atende aos
requisitos para acessar mercados que pagam preços mais elevados devido a
preocupações sanitárias. Portanto, para superar esses desafios e valorizar o
produto, estratégias como erradicação da febre aftosa, criação de zonas de
baixo risco para encefalite espongiforme bovina, alinhamento com as
expectativas dos consumidores e implementação de rastreabilidade são
necessárias.
A inovação científica e tecnológica na bovinocultura de corte é essencial para
melhorar a eficiência, viabilidade econômica, responsabilidade social e
sustentabilidade ambiental. Diante disso, o Brasil tem aumentado sua produção
de conhecimento nesse campo, porém ainda está atrás de outros países onde
a produção animal é menos relevante economicamente. Entretanto, o
conhecimento gerado não é aplicado frequentemente devido à falta de conexão
entre centros de pesquisa e o setor empresarial. A inovação não deve se limitar
apenas a novas tecnologias, mas também incluir mudanças institucionais. O
aprendizado e a colaboração entre diversos grupos de interesse, como
produtores, indústria, pesquisadores e governo, são fundamentais para
impulsionar a inovação na produção animal. Algumas áreas de evolução
científica incluem análises de forragens conservadas, comportamento ingestivo
dos animais em pastagens e sistemas de avaliação de produção animal. No
entanto, esses avanços enfrentam desafios na padronização e difusão. Com
relação a isso, no campo do melhoramento genético, parcerias público-
privadas estão contribuindo para avanços significativos, com destaque para a
identificação de marcadores genéticos.
No território brasileiro, as indústrias de carne bovina estão sujeitas a três
esferas governamentais de inspeção: municipal, estadual e federal. Cada uma
tem diferentes níveis de exigências regulatórias e de controle de qualidade. As
habilitações variam de mercado interno a exportações para diferentes países,
com requisitos específicos para cada destino. Sendo assim, as principais
tendências no consumo de carne bovina incluem preocupações com origem,
bem-estar animal, sustentabilidade e certificações. No mercado interno, o preço
ainda é um fator decisivo, mas em mercados de nicho, os consumidores estão
dispostos a pagar mais por produtos diferenciados. A percepção do consumidor
sobre a qualidade dos alimentos nem sempre coincide com a visão da
indústria, tornando a ciência e a inovação essenciais para atender às
expectativas dos consumidores e melhorar a produção e industrialização do
produto.
Portanto, nota-se que a bovinocultura de corte tem sido alvo de estudos
tecnológicos para aumentar a produtividade, todavia, nos dias atuais, enfrenta
novos desafios. A terra, tornando-se escassa devido ao avanço agrícola, leva a
uma integração entre pecuária e agricultura. Isso exige uma abordagem
interdisciplinar e reconfiguração dos modelos de produção, priorizando o
consumidor final e ajustando os arranjos na cadeia produtiva. O entendimento
das expectativas dos consumidores é essencial para orientar pesquisas e
inovações na área.

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