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FABRICO DA CARNE TM II
ÍNDICE
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
CONSUMO DE CARNE AO LONGO DA HISTÓRIA...................................................................................4
IMPACTOS DA PRODUÇÃO DA CARNE.................................................................................................. 5
IMPACTOS AMBIENTAIS..........................................................................................................................5
IMPACTOS NA SAÚDE HUMANA.............................................................................................................5
IMPACTOS NO BEM-ESTAR DOS ANIMAIS...............................................................................................6
IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS..............................................................................................................6
PRESSÃO SOBRE OS RECURSOS NATURAIS..............................................................................................6
IMPACTOS CULTURAIS E ÉTICOS..............................................................................................................7
CUSTO DE PRODUÇÃO DE CARNE......................................................................................................... 8
PECUÁRIA VS AGRICULTURA................................................................................................................ 9
QUANTOS LITROS DE ÁGUA GASTA A PECUÁRIA VS AGRICULTURA?.......................................................9
QUANTO GASTA A PECUÁRIA EM PORTUGAL?......................................................................................10
CONCLUSÃO...................................................................................................................................... 14
INTRODUÇÃO
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CONSUMO DE CARNE AO LONGO DA HISTÓRIA
A relação dos humanos com a carne tem evoluído desde que começámos a caçar animais há centenas de
milhares de anos.
Afinal, como evolui o consumo mundial de carnes desde a década de 60 e qual a previsão para os próximos
anos?
O desafio de atender à crescente demanda por proteína animal foi impulsionado pela combinação do
crescimento populacional, renda crescente e urbanização.
A estimativa é que a produção anual de carne aumente de 218 milhões de toneladas apurada entre os anos
de 1997-1999 para 376 milhões de toneladas até 2030.
O fato é que a urbanização é uma importante força que influencia a demanda global por produtos
pecuários. Isso porque em comparação com as dietas menos diversificadas das comunidades rurais, os
habitantes da cidade têm uma dieta variada, rica em proteínas e gorduras animais, e caracterizada pelo
maior consumo de carne, aves, leite e outros produtos lácteos.
E os dados mostram que o consumo mundial de carnes passou de, em média, 24,2kg/hab./ano na década
de 60 para 36,4kg/hab./ano no final da década de 90.
O importante é destacar que a expectativa é que em 2030 o consumo mundial de carnes alcance
45,3kg/hab./ano, um crescimento de 25,7% em relação ao valor observado no final dos anos 90.
Em Portugal
Desde o início da série estatística, que começa em 1981, o consumo de carne em Portugal já duplicou:
passou de 58 kg por habitante para 117 kg. No total, o consumo passou de 576.000 toneladas para
1.210.000 toneladas. A população aumentou de 9,8 milhões para 10,3 milhões de habitantes em Portugal.
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IMPACTOS DA PRODUÇÃO DA CARNE
(Introdulão)
ESCASSEZ/POLUIÇÃO DE ÁGUA
Segundo a National Geographic, 70% da Terra está coberta de água, mas apenas 2,5% dessa água é
potável. Um estudo de 2013 descobriu que 92% destes 2,5% de água potável são utilizados na
agricultura, sendo um terço relacionado com produtos de origem animal.
São necessários quase 2.500 litros de água para fazer um hambúrguer, o que equivale a dois meses
de banho! Se o hambúrguer for coberto com bacon e queijo, esse número sobe para 3.140 litros.
Por outro lado, estima-se que, em comparação com os hambúrgueres de carne, os hambúrgueres
100% vegetais utilizam 99% menos água, produzem cerca de 90% menos emissões de gases com
efeito de estufa, utilizam cerca de 93% menos terra e requerem cerca de 93% menos energia. 43%.
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POLUIÇÃO
A FAO determinou que o sector pecuário – que está a crescer e a intensificar-se mais rapidamente que a
produção agrícola – tem “sérias implicações” para a qualidade da água.
Na água encontram-se poluentes como excrementos de animais, pesticidas, matéria orgânica como
dejectos de gado, patogénios como a E. coli (bactéria intestinal) e poluentes emergentes como resíduos de
drogas, hormonas e aditivos alimentares.
Como os animais estão tão densamente confinados nos armazéns e quintas industriais hoje em dia, eles
produzem mais excrementos do que o que pode ser absorvido pela terra na forma de fertilizante. O
escoamento destas instalações contamina gravemente rios e águas subterrâneas.
Como exemplo, a Tyson, a maior produtora de carne dos Estados Unidos, é responsável por despejar mais
poluentes tóxicos nos cursos de água do que empresas como a Exxon Mobil e a Dow Chemical. Os
excrementos de animais e o escoamento agrícola contaminaram já quase um terço dos rios dos EUA.
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IMPACTOS AMBIENTAIS
Desmatamento:
A produção de carne é uma fonte significativa de gases como metano e óxido nitroso,
que contribuem para as mudanças climáticas.
Consumo de Água:
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IMPACTOS NO BEM-ESTAR DOS ANIMAIS
Muitos animais são criados em condições de confinamento intensivo, onde têm pouco
espaço para se mover e viver em ambientes naturais.
Práticas de Abate:
Em alguns casos, práticas de abate podem ser cruéis e não conformes com padrões
éticos de bem-estar animal.
IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS
Desigualdade Alimentar:
Recursos que poderiam ser usados para cultivar alimentos para humanos são usados
para criar alimentos para animais, exacerbando a desigualdade alimentar.
Efeitos nas Comunidades Locais:
A produção de carne requer grandes áreas de terra para pastagens e também grandes
quantidades de grãos e soja que poderiam ser usados para alimentação direta de
humanos.
Consumo de Energia:
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IMPACTOS CULTURAIS E ÉTICOS
Em resposta a esses impactos, algumas pessoas optam por adotar dietas baseadas em plantas
ou reduzir seu consumo de carne, enquanto pesquisadores e empresas trabalham em
alternativas sustentáveis, como carnes cultivadas em laboratório. Essas mudanças podem
ajudar a mitigar alguns dos impactos negativos associados à produção de carne.
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CUSTO DE PRODUÇÃO DE CARNE
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PECUÁRIA VS AGRICULTURA
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QUANTO GASTA A PECUÁRIA EM PORTUGAL?
Segue-se o setor urbano com 19,6% (889 hm3). Os dados constam do Plano Nacional da Água, em consulta
pública há uma semana.
Segundo o Plano Nacional da Água, colocado recentemente em consulta pública, persiste «alguma
ineficiência no uso da água em todos os setores».
O setor industrial consome cinco por cento da água e o turismo 0,7 por cento.
No documento pode ler-se que se regista «a persistência de pressões qualitativas, algumas pontuais
(agropecuárias, industriais e algumas descargas de águas residuais urbanas insuficientemente tratadas que
ainda subsistem) e sobretudo difusas (agricultura e, em alguns casos, agropecuária derivada à exploração
extensiva ou ao espalhamento de efluentes) que põem em causa os objetivos fixados».
O documento alerta para o facto de «as pressões qualitativas exercidas pela actividade agropecuária,
responsável pela descarga de azoto e fósforo nas massas de água, que são importantes nutrientes, estão
por identificar e caracterizar, nomeadamente aquelas unidades que recorrem ao espalhamento e
valorização agrícola e que são por isso sujeitas a escasso controlo ambiental».
A persistência de pressões sobre as massas de água, decorrentes de actividades económicas, com impacto
significativo sobre o seu estado, também põe em causa o cumprimento da lei, de acordo com o mesmo
documento.
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A agricultura é o grande sorvedouro de água
“Não se pode falar de agricultura, sem se falar de água”.
Em Portugal, o sector agrícola (incluindo a pecuária) é responsável por 75% do total de água utilizada no
país, conforme foi apurado pelo estudo da Fundação Gulbenkian7.
Esta percentagem tão elevada deve-se ao facto de a agricultura em Portugal ser, numa percentagem
crescente8, agricultura de regadio, ou seja, o tipo de agricultura que necessita da rega durante o ciclo de
produção para garantir a colheita.
Acresce que, por um lado, em Portugal, a estação mais quente do ano coincide com a estação mais seca,
sendo a rega a forma de compensar a escassez de chuva, garantindo a produtividade das culturas e a
competitividade do sector.
Se as percentagens do consumo total de água são elevadas na agricultura em Portugal, quando o assunto é
o seu desperdício, os valores também são, diríamos, assustadores.
Em 2009, por exemplo, e “de acordo com o Plano Nacional de Uso Eficiente de Água (PNUEA) (2012-2020),
o sector agrícola era aquele onde se registava a maior % de desperdício, no total de água consumida –
37,5%”9.
Este desperdício está relacionado com as práticas da rega e com a forma como esta é percepcionada pelos
próprios agricultores.
De entre os diversos sistemas de rega utilizados em Portugal, o sistema gota-a-gota é o mais eficiente em
termos de rega, estando o sistema por gravidade na situação oposta em termos de eficiência. Se, de acordo
com o estudo da Gulbenkian, é já uma maioria (65% dos respondentes) que recorre ao sistema mais
preciso, ainda assim, 11% dos agricultores inquiridos abrem a torneira ou comporta para deixar a água
escorrer pela terra.
Figura
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3, retirada do estudo “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e actual com os protagonistas
chave” (pág. 54).
Se em muitas práticas do dia-a-dia se evidencia uma preocupação comum com o gasto e desperdício de
água, sobretudo no uso doméstico (ex. tomar duches curtos), no que toca à selecção dos produtos de
consumo alimentar, “o uso de água é um ‘não problema’ para o cidadão comum14”.
Segundo o estudo da FG, a ‘pegada hídrica’ ainda está longe de ser um conceito reconhecido pelo cidadão
comum. Este conceito de 2002, “é um indicador do uso de água doce por unidade de tempo, por pessoa,
produto ou serviço, incluindo todos os consumos associados direta e indiretamente”.
Figura 5, retirada do estudo “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e actual com os
protagonistas chave” (pág. 188).
Questionaram-se os inquiridos sobre a existência de um eventual selo, nas frutas e vegetais de origem
portuguesa, capaz de comprovar a eficiência do uso de água para a sua produção. Ainda que 43% tenha
indicado que compraria o produto desde que não fosse mais dispendioso, 1 em cada 5 pessoas aceitaria
mesmo pagar um preço um pouco mais caro. Tornar o critério de sustentabilidade visível ao consumidor,
no momento de compra, poderia ser uma forma de sensibilizar para uma escolha informada.
Contudo, mesmo que o uso eficiente de água possa influenciar a escolha do consumidor entre produtos
equivalentes, levantam-se questões sobre a real relevância deste assunto para as decisões alimentares de
cada um. Conforme se verifica na figura abaixo, 1 em cada 2 dos inquiridos refere que, de facto, saber
isoladamente os litros de água necessários à produção de um alimento não seria suficiente para influenciar
a decisão de compra.
Assim, mesmo que a informação sobre a pegada hídrica dos alimentos estivesse disponível, metade dos
inquiridos do estudo não se mostraria influenciado por tal.
Figura
6, retirada do estudo “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e actual com os protagonistas
chave” (pág. 192).
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Uma medida que reconhecesse e transmitisse ao consumidor o impacto ambiental do produto adquirido
estaria em linha com o que se verifica, por exemplo, na Suécia, onde existem estabelecimentos comerciais
que indicam a pegada ecológica de cada produto.
Adicionalmente, ainda que os dados comprovem que a produção de alimentos de origem animal seja
responsável por um uso superior de recursos e emissões de gases de efeito de estufa, em Portugal, e de
acordo com o estudo da FG, a questão da sustentabilidade ainda não manifesta substancial impacto no
consumo de carne.
As questões relacionadas com a saúde ou o preço do produto são os principais factores para essa decisão,
como se pode ver na figura seguinte:
Figura 7, retirada do estudo “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e actual com os
protagonistas chave” (pág. 173).
Com efeito, de acordo com um estudo publicado na revista Acta Portuguesa de Nutrição, “estima-se que
uma vaca que consuma 1 300 kg de ração e 7 200 kg de forragem, irá precisar de 24 000 litros de água
para se hidratar e de 7 000 litros para a limpeza geral. Assim, para a produção de 1 kg de carne bovina são
necessários 15 500 litros de água”.
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Gráfico incluído no artigo de revisão: “Água: A Pegada Hídrica no Setor Alimentar e as Potenciais
Consequências futuras”
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SOLUÇÃO
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
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