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I SIMBOI – Simpósio sobre Desafios e Novas Tecnologias na Bovinocultura de Corte, 02 a 03.04.

2005
Brasília, DF

NOVAS TECNOLOGIAS PARA FORMAÇÃO DE PASTAGENS PERENES COM A UTILIZAÇÃO DE


CULTURAS ANUAIS

Marco Aurélio Alves de Freitas Barbosa1; Adley Camargo Ziviani2; Manoel Messias Pereira da
Silva1; Ronaldo Lopes Oliveira1

RESUMO
Diversos resultados de pesquisa, desenvolvidas por empresas estatais e privadas, tem colaborado
para colocar o Brasil em posição de destaque no mercado internacional de carne bovina. Esses
mercados externos apresentam cada vez mais exigentes, especialmente ao boi produzido em
sistema de pasto. Aliado ao potencial genético do animal, a formação e manejo racional das
pastagens pode alavancar de vez o setor atingindo, assim novos nichos de mercado externo.
Quando se analisa os dados do Estado de Goiás, com cerca de 11% (20, 1 milhões de cabeças) do
rebanho nacional percebe-se que sua quase totalidade é obtida de bovinos produzidos a pasto. O
objetivo do presente do presente trabalho é discutir os aspectos relevantes da grande vantagem do
país, especialmente o Estado de Goiás, de possuir uma das maiores áreas pastoris do planeta. Os
trabalhos de pesquisa aplicados em bovinocultura a pasto são escassos no país encontra-se uma
grande dificuldade em somar resultados aplicados a propriedade rural, de maneira a aumentar a
eficácia na produção de carne. O que se verifica na prática é que grande parte das pastagens do
Cerrado (60 a 80%) apresenta algum grau de degradação de plantas, o que contribui para a
produção do famoso “boi sanfona”. Isto causa impacto negativo aos índices zootécnicos desejados
pelo pecuarista. A escolha da técnica, mais apropriada para implantação ou recuperação de
pastagens dependerá da situação do solo, da disponibilidade de tempo, recursos financeiros,
disponibilidade de tempo e do tipo de atividades desenvolvidas, além, é claro das condições
climáticas inerentes a cada local.

INTRODUÇÃO
O Brasil possui, atualmente, o maior rebanho comercial do mundo e os índices de produção e
produtividade estão se elevando gradualmente (Figura 1). Atualmente o agronegócio envolve cerca
de 5 milhões de propriedades, 70 mil agroindústrias, sendo 20 mil no ramo de exportação, 25
milhões de empregos, e representa o equivalente a 42% do PIB nacional. Em 2001, o setor
agropecuário ocupou 15,3 milhões de pessoas, o equivalente a 21% do total nacional de mão-de-
obra ocupada, superando os setores da indústria, serviços e comércio.
Estes resultados têm sido alcançados devidos aos programas de pesquisa agropecuária,
desenvolvidos por empresas estatais, institutos estaduais de pesquisa, universidades públicas e
privadas e empresas privadas. Esses agentes têm contribuído, também, no processo de
transferência e adoção de tecnologia por parte dos empreendedores rurais. Isso tem dado
competitividade ao agronegócio nacional frente ao mercado internacional de produtos agrícolas,
bem como proporcionado meio para o equilíbrio da balança comercial brasileira.
A pecuária goiana tem participação expressiva na economia do Estado, o que se reflete em índices
positivos da atividade entre os maiores produtores brasileiros. O efetivo bovino alcança 20,1
milhões de cabeças, o que corresponde a 11% do rebanho nacional, ou seja, o 4º lugar no ranking
nacional, nos quais a maioria são produzidas em sistema de pasto. As perspectivas são favoráveis
ao crescimento da atividade, considerando a tendência mundial de maior consumo do boi produzido
a pasto. Alguns fatores foram preponderantes para o bom desempenho do setor: o certificado de

1
Zootecnista, DSc, Professor do Departamento de Zootecnia - UPIS. (maafbarbosa@aol.com; manoel02811@upis.br;
ronaldo@upis.br)
2
Eng. Agronomo, MSc. Professor do Departamento de Agronomia – UPIS (adley@upis.br)

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Estado livre de febre aftosa, com vacinação, conferido pela Organização Internacional de Epizootias
(OIE), e a instalação do Projeto de Recuperação e Manejo de Pastagens (PROPASTO), desenvolvido
em parceria com a iniciativa privada, que vem aumentando paulatinamente a capacidade de
pastejo. A pecuária representa cerca de 30% do Valor Bruto da Produção da atividade agropecuária
no estado de Goiás.

168
166
Nº de Bovinos no Brasil (milhões)

164
162
160
158
156
154
152
150
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano

Figura 1. Número de bovinos no Brasil nos últimos 10 anos. Fonte: ANUALPEC (2003).

Alguns números do Estado de Goiás - Período de 7 anos (de 1997 a 2003):


1. A pecuária bovina apresentou crescimento de 11,81% em seu efetivo;
2 A produção de leite cresceu 25,51%; e
3 A produção de carne em 2003 foi de 910 toneladas, um crescimento de 49%.
Do ponto de vista nacional, o crescimento vertiginoso das exportações de carne (Figura 2) mexe
com mercados de outros países, como, principalmente, a Austrália, Argentina e os Estados Unidos.
As relações internacionais se tornam cada vez mais competitivas à medida que melhoramos nossos
produtos e alcançamos novos nichos de mercado como o Oriente Médio e a Ásia. Em função disto,
é certo dizer que não adianta aumentarmos nossa produção e exportação de carne sem nos
organizarmos para atender adequadamente os mercados externos tradicionais e os emergentes.
Grandes obstáculos devem ser transpostos neste sentido, tais como melhoria da malha viária,
organização industrial (principalmente no que diz respeito à avaliação e tipificação de carcaças, por
intermédio de incentivos para o produtor), barreiras sanitárias, entre outros.

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950

Exportações de carne pelo Brasil - Mil


850

toneladas (equivalente carcaça)


750

650

550

450

350

250

150
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Ano

Figura 2. Exportação de carne bovina pelo Brasil (industrializada + in natura) de 1993 a 2002.
Fonte: ANUALPEC (2003).

Não temos a pretensão de discutir os aspectos relativos à organização da cadeia agroindustrial da


carne bovina, mas sim abordarmos características vantajosas para o país bovinocultor que somos.
O aspecto mais relevante que trataremos no texto é a grande vantagem do país possuir uma das
maiores áreas agricultáveis, particularmente em pastagens, do planeta. Esta característica, aliada à
proibição, por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do uso de produtos de
origem animal na alimentação de ruminantes, tem nos levado à produção do famoso “boi a pasto”.
As produções bovinas sem adição de produtos de origem animal interessam aos mercados
externos, atualmente, em função do aparecimento, no final da década passada, do “mal da vaca
louca” (BSE), resultante do alto emprego destes produtos no arraçoamento de ruminantes,
principalmente, na Europa e América do Norte.
Contudo, produzir bovinos a pasto parece, à primeira vista, ser fácil. Um exemplo disto é o alto
número de artigos publicados, nas revistas científicas brasileiras, preocupados com altas
tecnologias para sistemas confinados, em detrimento de trabalhos que visem técnicas para
aumentar o aproveitamento forrageiro em nosso país. Devemos nos preocupar também com
pesquisas que visem o aproveitamento dos nossos pastos, aliando estes resultados com a produção
no campo, já que ainda existe um grande abismo entre as informações geradas no meio científico e
aquelas passíveis de utilização pelo produtor rural, de maneira a aumentar a eficiência de nossa
produção de carne.
Um aspecto relevante em termos de eficiência é a taxa de abate bovina brasileira. Quando se
analisa este índice zootécnico em nosso país (Figura 3), verifica-se que nos encontramos abaixo de
países como México (42%), Nova Zelândia (40%), Austrália (32%) e Estados Unidos da América
(36%). Deste modo, é possível aumentarmos nossa taxa de desfrute quando comparado a outros
países. Certamente deve-se levar em consideração que os sistemas de produção dos países acima
citados são diferentes dos adotados no Brasil. Porém, pode-se inferir que, como a maior parte da
nossa produção é a pasto, este deve ser o principal foco de mudança para alcançarmos eficiência.
É evidente que devemos levar em conta o considerável aumento na nossa taxa de abate atual,
comparada apenas com a dos anos seguintes à implantação do plano real, quando o consumo
interno de carne bovina foi alto, alavancando o abate geral.

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25,0
24,5
24,0
23,5
Taxa de Abate (%)
23,0
22,5
22,0
21,5
21,0
20,5
20,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano

Figura 3. Taxa geral de abate bovino no Brasil. Fonte: ANUALPEC (2003)

O manejo mais eficiente das pastagens, aliado as tecnologias ligadas formação e estabelecimento
dos pastos, à nutrição, reprodução, melhoramento genético dentre outras também tem levado a
uma maior eficiência reprodutiva dos bovinos.
À medida que o país deseje continuar no topo das exportações de carne bovina e aumentar o
consumo interno, deve-se atentar para a qualidade da carne inserida em ambos os mercados.
Desta forma, deve-se trabalhar no sentido de cada vez mais fugirmos do “boi sanfona”, aquele que
ganha peso nas águas e perde na seca, e também buscar a produção de carcaças de animais mais
jovens. Evidentemente os mercados externos exigem diferentes acabamentos de gordura e este
aspecto deve ser levado em consideração. De qualquer modo, o manejo da pastagem aliado a
utilização de diferentes grupos raciais (genéticos) devem ser objeto de melhoria quando se almeja
produção dos diferentes tipos de animais exigidos. O bovinocultor brasileiro já está se
conscientizando que a perda de peso na seca é altamente prejudicial do ponto de vista econômico.
Resta ao governo brasileiro, juntamente com os frigoríficos, implementar uma política de
classificação de carcaças, visando o incentivo ao produtor de manejar suas pastagens e, ainda,
adotar outras tecnologias que objetivem a redução da idade de abate e a melhoria das carcaças
produzidas, de maneira a atender as exigências do consumidor interno e dos mercados externos
tradicionais e emergentes.
Embora a maioria das áreas com pastagens cultivadas, quando bem manejadas, seja considerada
áreas de cultura perene, que se verifica na prática é que grande parte destas pastagens (60 a
80%) apresentam algum grau de degradação, necessitando de ações de recuperação ou renovação
destas áreas para atingir/ manterem os índices de produção desejados pelo produtor. GONTIJO
NETO (2005).
Existem no país, variando conforme a fonte consultada, entre 105 a 115 milhões de hectares de
pastagens exóticas. Destas, o grande destaque dá-se ao gênero Brachiaria, ao qual participa com
95 milhões de hectares. São basicamente três espécies: Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich.)
Stapf (60 milhões de ha), Brachiaria decumbens Stapf (25 milhões de ha) e Brachiaria humidicola
(Rendle) Schwickt (10 milhões ha) (ANUALPEC, 2003).
No Brasil são comercializados anualmente mais de 80 000 t de sementes de forrageiras tropicais.
Neste contexto, 75% são de Brachiaria sp e considerando uma taxa de semeadura de 15 kg/ha,
estima-se que quatro milhões de hectares são semeados anualmente com essa espécie (ZIMMER e
MACEDO, 1994). Outra espécie de importância, principalmente pela alta produtividade e qualidade
nutricional, seria a Panicum maximum Jacq., que estão entre as principais forrageiras cultivadas no

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Brasil. Os dados sobre a área ocupada pelos cultivares da espécie nem sempre são precisos, porém
indicam serem eles bastante difundidos no território nacional. Pode-se estimar que a espécie já
ocupou área superior a 6 milhões de hectares no Brasil (em sua grande maioria com o capim-
colonião). Provavelmente, hoje, essa área seja menor, pois problemas de manejo e de fertilidade
do solo têm prejudicado suas pastagens (ARONOVICH, 1995).
Os trabalhos de pesquisa realizados em diferentes países, inclusive no Brasil, têm mostrado que o
estabelecimento de pastagens adaptadas, com alto potencial de produção e persistência seria uma
das vias para incrementar a produção e produtividade animal das empresas pecuárias.
É evidente, entretanto, que assim como uma só espécie de planta forrageira não poderia cobrir a
diversidade ambiental que ocorre no Brasil, somente um método de formação de pastagem não
seria adequado dentro desta grande área.
Ao decidir implantar ou recuperar pastagens o produtor rural encontra a sua disposição uma
diversidade de métodos e tecnologias. A escolha da melhor opção dependerá da situação do solo,
da disponibilidade de tempo e recursos e do tipo de atividade desenvolvida, além é claro das
condições climáticas.

I. PREPARAÇÃO DA ÁREA DE SEMEADURA

1.1. PREPARO CONVENCIONAL – CULTIVAÇÃO


O preparo da área de semeadura (“cama da semente”) utilizando o preparo convencional do solo
por meios mecânicos (aração e ou gradagem pesada; e nivelamento), para a formação de
pastagens, é um dos métodos mais tradicionais. O estabelecimento das forrageiras, quando se
utiliza este método, geralmente, está associado com o grau de acabamento do preparo do solo. O
objetivo seria a diminuição da densidade aparente do solo, favorecendo o desenvolvimento
radicular, e possibilitar um contato íntimo da semente com o solo, aperfeiçoando o processo de
germinação.
Em solos muito argilosos e ou nas áreas com altas precipitações dos trópicos, uma cama de
semeadura muito fina e pulverizada poderia promover a formação de crosta superficial (devido
principalmente ao impacto da gota d’água, uma vez que a área encontra-se desprotegida), a qual
poderia dificultar ou impedir a emergência das plântulas mais do que prejuízos causados por
diminuição na percentagem de germinação e o desenvolvimento.
A preparação mecânica do solo poderia ser uma das formas de estabelecimento das espécies
sensíveis à competição com outras plantas, dado que, como outros métodos, ela permite controle
da vegetação.
A época para iniciar o preparo do solo, com vistas ao plantio, varia conforme a região. Isto se deve
ao fato de possibilitar a eliminação das espécies invasoras e controlar a regeneração das espécies
indesejáveis e garantir o estabelecimento do pasto, já que este depende de condições ambientais
para obter êxito.
Um período longo entre a finalização do preparo do solo e o início da semeadura, nos trópicos,
poderia não ser necessário devido à rápida decomposição do material vegetal. Entretanto, períodos
curtos entre o preparo do solo e a semeadura, nas áreas tropicais muito chuvosas, incrementariam
a competição de plantas indesejáveis (invasoras, pasto anterior) mais do que controlaria
(SWAIN,1968) Por outro lado, os riscos de erosão, devido a maiores períodos entre o preparo do
solo e a semeadura, poderiam ser aumentados, ocasionando grandes perdas de solo em terrenos
com alguma declividade.
O período entre o preparo do solo e a semeadura deve ser analisado conforme a situação. Quando
se opta pela mudança de espécie forrageira e a anterior apresenta alto grau de agressividade,
juntamente com grande número de sementes puras e viáveis (SPV) no banco de semente do solo,

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deve-se atentar ao fato da possibilidade de realizar os processos de preparo por mais de uma vez
(outros métodos podem ser empregados como serão descritos posteriormente). Isto seria
necessário para realizar a redução da espécie menos preferida. Em termos práticos isto é muito
comum quando se substitui pastagens de Brachiaria sp. por outras mais produtivas, porém menos
agressivas, tais como Panicum maximum Jacq, Cynodon sp. e Pennissetum purpureum Schum.
Um intervalo menor de tempo entre o começo do preparo do solo e a semeadura, em alguns casos,
pode permitir bom controle da vegetação e diminuir o tempo em que o terreno fica improdutivo.
Quando se emprega períodos curtos para preparação da “cama de semeadura” e a semeadura, as
arações profundas asseguraram que a maior parte das sementes de plantas indesejáveis sejam
deixadas abaixo da zona de semeadura; e que as mesmas apresentariam maior dificuldade de
germinar.
A falta de observação destes fatores poderia conduzir ao retorno da vegetação nativa ou espécie
exótica anterior e desaparecimento das espécies forrageiras desejáveis em pouco tempo. As
chances de estabelecimento do pasto quando se utiliza este tipo de preparo de solo são altas, no
entanto, as mesmas têm o inconveniente de serem caras e demoradas (COOK, 1977; SPAIN,
1978).
Uma vantagem importante deste método é que ele possibilita a incorporação eficiente de corretivos
(calcáreo) e, assim, obtendo resposta mais rápida. Isto é de extrema importância pois é bem
conhecido que os solos do Cerrado brasileiro, em sua maioria, apresentam acidez pronunciada e
saturações de alumínio tóxico, bem como níveis baixos e ou inadequada relação de Ca e Mg.

1.2. QUEIMA
Esta prática tem sido responsável pela formação de pastagens em áreas recém desmatadas e ou de
difícil acesso, tanto no passado quanto no presente. A isso se deve o fato de sermos considerado o
3º emissor de CO2 do planeta (Figura 4), sendo que em torno de 70% de nossa emissão de CO2
são oriundos de queimadas e somente 30% de outros processos, inclusive os industriais.
Segundo MEIRELLES (2005) já existe um consenso de que a atmosfera na superfície do planeta
terra está sofrendo um processo de aquecimento. Certos gases presentes na atmosfera (dióxido de
carbono - CO2, metano, óxido nitroso, etc.) evitam que parte do calor emitido pela superfície da
terra vá para o espaço e assim mantém aquecida a camada próxima a ela. Esse processo é
conhecido como efeito estufa e o aumento na concentração desses gases aumenta a temperatura
do ar. Muitas atividades humanas liberam gases do efeito estufa. Antes da revolução industrial, a
concentração de CO2 na atmosfera era de 280 partes por milhão, sendo atualmente de 379 partes
por milhão.

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FIGURA 4. Quantidade de CO2 emitido por país (t/ano de CO2) (PINHO e MENCONI, 2005)

A conferência dos países membros da Convenção do Quadro das Nações Unidas para as Mudanças
do Clima estabeleceu um acordo conhecido como Protocolo de Kyoto, onde apenas os países
industrializados devem cumprir metas de redução de emissão de gases geradores do efeito estufa,
neste primeiro momento. O protocolo entrará em vigor em 2005. Está previsto no Protocolo de
Kyoto o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que instaura o Mercado de Carbono onde os
países industrializados, para atingirem suas metas, poderiam comprar créditos de carbono de
países em desenvolvimento. Estes projetos podem ser energéticos, que reduzam a emissão de
gases do efeito estufa, ou florestais, que removam CO2 da atmosfera por meio do acúmulo de
carbono na biomassa. A formação de estoque de carbono no solo não é contemplada no MDL. Os
projetos para concorrer aos créditos de carbono devem promover o desenvolvimento sustentável e
apresentar a quantificação dos créditos de carbono, especificando nos projetos florestais o período
de tempo que o carbono estocado será mantido na biomassa. Cada país em desenvolvimento que
queira participar deste comércio deverá atestar oficialmente os projetos quanto à sua
sustentabilidade e os créditos de carbono negociáveis.
O Brasil apresenta forte potencial de participação no Mercado de Carbono com projetos
agroflorestais (reflorestamento, recuperação de matas ciliares e outras áreas degradadas,
biocombustíveis, etc.).
Segundo TOLEDO e FORMOSO (1993), os pastos tropicais podem contribuir efetivamente para
redução do efeito estufa. Isto se deve ao fato de gramíneas tropicais serem extremamente
eficientes no processo de fixação de CO2, via fotossíntese. Pastagens de gramíneas C4 incorporam
grandes quantidades de C como liteira orgânica (parte aérea e subterrânea). Além desta
contribuição potencial, as pastagens contribuem para o desenvolvimento social e econômico devido
à produção de leite, carne, entre outros, ligados ao agronegócio.

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As savanas tropicais na América do Sul ocupam uma área de aproximadamente 200 milhões de ha.
Se subestimarmos sua capacidade produtiva e fixarmos sua produção de matéria seca média em 10
kg/ha/dia poderemos alcançar a marca de 730 milhões de toneladas de matéria seca de forragem
produzida anualmente. Alguns trabalhos de pesquisa têm demonstrado que gramíneas tropicais
exóticas apresentam a capacidade produtiva de 150 kg/ha/dia de matéria seca (BARBOSA, 2003;
BORTOLO et al., 2001;SANTOS et al., 1999). Isto sugere que poderíamos ir em direções de
produção animal e reduções nas quantidades de CO2 muito além do que o subestimado. Estes
resultados poderiam ser alcançados se além do método de formação dos pastos também o manejo
dos mesmos fossem com vistas a permitir certo acúmulo de material senescente ao invés de maior
eficiência de colheita.
BARBOSA (2003) demonstrou que o emprego de ofertas de forragens (OF) de 10% do peso vivo
(no manejo de pasto tropical) acarretaria acúmulos de material senescente muito superior ao
emprego de 3% de OF e que o desempenho de novilhos era muito superior nas maiores OF. Aqui
vale a citação de MARASCHIN (1994ab) onde “um estabelecimento dirigido para a atividade
agropecuária é essencialmente uma fábrica, na qual produtos como carne, leite, lã, grãos e outros
são produzidos a partir de matérias primas que incluem a terra, águas e adubos, como meio de
subsistência e também para satisfazer certos desejos do proprietário. Entre a matéria prima e o
produto final há uma série de interações entre os componentes que constituem um verdadeiro
sistema de produção. O animal deve ser considerado uma máquina de transformação de pasto em
produtos úteis ao homem e não como um moinho de transformar forragem em esterco”.
Em países em desenvolvimento com altas taxas tributárias (donde alguns trabalham próximo de 4
meses do ano para pagamento de impostos), como o Brasil, o custo de formação de áreas torna-se
de extrema importância para o sucesso da pecuária. Com isso, colaborando com a utilização do
fogo no preparo de áreas de semeadura de pastos, este tem a vantagem de ser um método rápido
e, principalmente, de baixo custo imediato. Isto em um país que parte dos pecuaristas ainda
permanece com a mentalidade extrativista e, que não acreditam que o futuro é o amanhã, tem
preservado esta forma arcaica de formação de pastos.
Para evitar este método de preparo de semeadura caberia ao Governo Federal incentivos para
possibilitar formas mais sustentável de formação de pastagens. Já que o custo de formação de
pastos com utilização de tecnologias modernas, em média, são acima de R$ 1.000,00/ha
(ANUALPEC, 2004).
A queimada é geralmente mais efetiva na preparação da área de semeadura quando há suficiente
material para produzir uma queima uniforme e uma espessa camada de cinzas pode ser deixada na
superfície do solo. Nas áreas tropicais úmidas da América do Sul, a queima após a derrubada da
floresta proporcionaria uma boa cama de semeadura para implantação de pastagens (TOLEDO,
1978; SERRÃO, 1978).
O principal entrave nesta técnica é que nos dias atuais precisamos evitar a utilização de queima de
material orgânico, com vistas à redução de emissão de CO2 na atmosfera.

1.3. SISTEMA DE PLANTIO DIRETO DE PASTAGENS TROPICAIS


O sistema de plantio direto (SPD) refere-se a semeadura direta, donde existe um preparo do solo,
contudo o mesmo é localizado na linha de semeadura, por intermédio da ferramentas adaptadas a
semeadoras-adubadoras, principalmente a haste sulcadora ou discos duplos desencontrados, que
proporcionam adequada condição para o desenvolvimento da planta. Neste contexto, a entrelinha
de cultivo permanece inalterada, mantendo as características físicas do solo da área de cultivo.
Para maximização da resposta produtiva do pasto implantado pelo SPD, seria importante que o solo
estivesse com suas características físicas (ausência de tocos, raízes, camadas compactadas de
subsuperfície etc.) e químicas (pH, baixa saturação de alumínio, relação Ca : Mg, etc.) corrigidas.

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A utilização de herbicidas é uma ferramenta importante na preparação da cama de semeadura em


área de SPD. Esta prática, também, é útil nas áreas de altas precipitações e com problemas de
erosão, dado que os resíduos vegetais são deixados no local. Com a implantação e desmistificação
da Integração Lavoura-Pecuária a utilização do SPD se torna peça chave para recuperação e
formação de áreas de pastagens.
Nas condições tropicais, no que se refere ao preparo do solo, o SPD é a alternativa mais adequada,
pois tem por base programas de rotação de culturas e caracteriza-se pelo cultivo em terreno
coberto por resíduos vegetais e ou plantas em desenvolvimento (HERMANI e SALTON, 1998) e o
mínimo de mobilização possível do solo.
Do ponto de vista ecológico, o SPD corrobora com a sustentabilidade produtiva, pois preserva
maior quantidade de resíduo vegetal evitando que o C seqüestrado pela cultura anterior seja
rapidamente devolvido para a atmosfera.
Uma vantagem importante deste método é que a aplicação de fertilizantes dá-se próximo ao local
de emergência das plantas, favorecendo a cultura alvo. É sabido que nos solos argilosos dos
Cerrado parte do P aplicado acaba adsorvido pela argila, já que estes solos são considerados
“dreno” para este íon e com um poder de retenção muito maior do que a capacidade de absorção
das plantas. Este efeito é favorecido quando este fertilizante é incorporado em área total do solo.
Outra importante vantagem deste método é o de reduzir a reinfestação na área recém formada.
Isto se deve a ocorrência em um ambiente com cobertura de resíduo vegetal o que impediria ou,
no mínimo, dificultaria o contato do banco de semente com o solo, favorecendo a espécie alvo.

II. MÉTODOS DE SEMEADURA

2.1. A LANÇO
A semeadura a lanço tem a vantagem de apresentar uma grande capacidade operacional na
formação de pastagem, enquanto que a mesma pode ser realizada de forma manual, mecânica ou
aérea (Figura 5).

a b c
FIGURA 5. Semeadura a lanço: a. equipamento semeadura a lanço aérea; b. semeadura a lanço
mecânica; e c. semeadura a lanço manual.

Além, do valor cultural da semente e da escolha da espécie forrageira adaptada às condições e


métodos de formação, alguns fatores são responsáveis pelo insucesso no estabelecimento de
pastagens, tais como, a falta de umidade, cobertura insuficiente ou demasiada da semente,
formação de crosta no solo, falta de corretivos do solo e ou fertilizantes, drenagem pobre, seca,
competição com cultura acompanhante, competição com as plantas invasoras e ataques de pragas
e doenças (CORSI, 1994)
O estabelecimento das pastagens semeadas a lanço exige uma distribuição homogênea sobre a
superfície do terreno, pois falhas na sua distribuição podem levar aparecimento de manchas com
outras espécies menos desejadas. Na Figura 6 é apresentada uma distribuição uniforme de
sementes sobre o solo.

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FIGURA 6. Distribuição uniforme de sementes sobre o solo.

Após a distribuição de sementes sobre a superfície do terreno tem sido recomendada a


incorporação superficial ou a compactação das mesmas para aumentar seu contato com o solo e,
assim aperfeiçoar o processo de estabelecimento do pasto.
Sementes de gramíneas tropicais, comumente utilizadas na formação de pastos, Brachiaria sp,
Panicum sp, entre outras, são muito pequenas, com isso o plantio muito profundo das sementes
pode reduzir a quantidade de plântulas emergidas por área. CAMPBELL (1972), demonstrou que o
plantio superficial de sementes de gramíneas (0,6 até 1,3 cm de profundidade) apresentou
melhores resultados em experimentos conduzidos em duas décadas nos Estado Unidos.
A utilização de grade niveladora fechada com o intuito de enterrar a semente pode provocar
heterogeneidade no enterrio, provocando desuniformidade na emergência das plântulas. Isto
ocorre principalmente em terrenos bem preparados juntamente com sementes muito pequenas,
tais como de P. maximum, e menos freqüente com B. decumbens.
Aparentemente a utilização do rolo compactador para o “enterrio” das sementes tem apresentado
resultados superiores aos da utilização da grade niveladora. Isso porque este método propicia
maior contato da semente com o solo e ocorre pouco aprofundamento desta. Assim garantindo que
um melhor estabelecimento do pasto.
Tem sido prática comum das empresas que comercializam sementes indicarem à utilização do rolo
em detrimento a grade niveladora fechada.
Na Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) a prática de incorporar
superficialmente a semente com grade niveladora fechada não é mais utilizada.

2.2. LINHA
As semeadoras-adubadoras geralmente permitem distribuir e cobrir as sementes em uma só
operação, obtendo-se um melhor contato das mesmas com o solo, com isso favorecendo a taxa de
absorção de água e, por conseguinte, a germinação. Alguns modelos de semeadoras-adubadoras
utilizadas para o SPD permitem obter um adequado estabelecimento mesmo nas áreas onde
nenhuma preparação de solo foi realizada, com isso proporcionando menor custo e rapidez na
implantação.
Nos EUA a média de estabelecimento das pastagens de alfafa, semeadas em sulcos foi
incrementado de 32 para 62%, melhorando a precisão da profundidade de semeadura (CAMPBELL,
1968).

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O maior entrave com a utilização deste método é garantir uma profundidade de plantio adequada
para cada tipo de espécie forrageira. A profundidade de plantio é uma função de tamanho das
sementes e das características do solo. As gramíneas e leguminosas de sementes pequenas são
mais afetadas por maiores profundidade de semeadura que as sementes grandes.
Um dos maiores inconvenientes para o estabelecimento de forrageiras em linha, nos trópicos, é a
falta de equipamentos adequados. Grande parte destes é efetuada com semeadoras de cereais, as
quais, na maioria das vezes, não permitem colocar as sementes a uma profundidade e
espaçamento desejado e, também aplicar quantidades recomendadas, sendo que permitem
somente à aplicação de grandes quantidades de sementes por unidade de área.
ZIMMER et al. (1983) utilizando semeadoras de cereais, regulada para aplicar a semente a 3 cm de
profundidade, observaram que 31% das sementes de B. decumbens ficaram abaixo dessa faixa de
semeadura. Estes autores ainda argumentam que para maior parte das espécies, a cobertura das
sementes (principalmente 2 a 4 cm de profundidade) favorece a emergência e o estabelecimento
das espécies.
A empresa de maquinários agrícolas TATU – MARCHESAN desenvolveu uma semeadora para
plantio direto de cereais e ou pastagens que tem apresentado bons resultados na formação e
recuperação de pastos. Na Tabela 1 são apresentadas descrições técnicas da semeadora-
adubadora TATU – MARCHESAN modelo PDCP 13/9F/3G-6G.
Na Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) tem se observado que este tipo
de maquinário (PDCP 13/9F/3G-6G - Tabela 1) tem permitido ajustar a profundidade de semeadura
(tanto no plantio convencional quanto SPD), bem como a quantidade de sementes por ha por
apresentarem dois mecanismos dosadores de sementes. Isto tem favorecido a formação de áreas
de plantio de pastagens solteiras, bem como áreas de formação de pastagens mais culturas anuais
para produção de silagens e, ainda áreas de plantio de pastagens consorciadas (gramíneas e
leguminosas).

TABELA 1. Descrições técnicas da semeadora-adubadora TATU – MARCHESAN modelo PDCP


13/9F/3G-6G.

Ítens Especificações
Modelo PDCP 13/9F/3G-6G
Linha de semente de forrageiras 9 linhas – 23 cm de espaçamento
Espaçamento 70 cm pra sorgo, milho, entre
Linha de sementes graúdas
outras
Largura útil do chassi 2,2 m

3.4. SISTEMA SANTA FÉ


Acredita-se que o consórcio de cultura ou cultivos múltiplos em uma mesma área durante o mesmo
ano é praticado desde os primórdios da civilização, e seja uma tradição ligada aos costumes
indígenas. Observou-se, por exemplo, no México, que a área de distribuição do milho silvestre é a
mesma da variedade silvestres de Phaseolus vulgaris L. e que, tendo as duas espécies o mesmo
ciclo vegetativo, ao crescerem juntas, o milho serve de suporte ao feijão-comum. Conclui-se que o
sistema de associar as culturas foi copiado da natureza pelos indígenas e, posteriormente,
transferido aos colonizadores (Miranda Colín, 1967, citado por KLUTHCOUSKI e AIDAR, 2003).

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O estabelecimento das pastagens com lavouras anuais é uma prática que poderia ocasionar muitos
benefícios. Os custos de preparo do solo para implantação de pastagens poderiam ser em parte
absorvidos pelos lucros obtidos do cultivo anual. Por ocasião da colheita da cultura, o solo
permaneceria coberto, diminuindo os riscos de erosão.
O Sistema Santa Fé (SSF) fundamenta-se na produção consorciada de culturas de grãos,
especialmente o milho, sorgo, milheto, arroz e soja, com forrageiras tropicais, principalmente as do
gênero Brachiaria, tanto no SPD como no plantio convencional, em área de lavouras, com solo
parcial ou devidamente corrigidos.
Um dos principais objetivos quando se realiza este tipo de operação deverá ser a obtenção de uma
adequada formação de pastagens e minimizar as perdas da cultura. Os cereais, devido ao seu mais
rápido crescimento, apresentariam um balanço competitivo favorável com relação à forrageira.
Entretanto, o emprego de certas técnicas para melhorar o comportamento das últimas poderia
diminuir e comprometer a produção da lavoura. Alguns dos fatores mais importantes a considerar
quando se emprega esta técnica seriam: tempo de semeadura, método de estabelecimento,
fertilização e taxa de semeadura (KLUTHCOUSKI e AIDAR, 2003).
Na Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) adaptou-se a idéia do SSF, ao
invés de utilizar a área para produção de grãos o enfoque principal foi e está sendo a produção de
silagens mistas (milho ou sorgo + capim – Figura 7) para favorecer o estabelecimento de pastagem
(Figura 8). Para isso foram empregadas técnicas tanto para garantir a quantidade e a qualidade da
silagem produzida, bem como da formação da pastagem. No SSF tradicional a principal espécie
forrageira empregada é a Brachiaria brizantha. Durante o processo de adaptação do SSF, a opção
foi a escolha da espécie Panicum maximum pelo fato de ser altamente exigente em fertilidade,
apresentar boa resposta a fertilização e, principalmente, por apresentar alta qualidade nutricional.
Segundo ANUALPEC (2004) os custos (R$/ha) para formação de áreas de milho, sorgo, para
produção de silagens, capim tanzânia/capim mombaça para formação/reforma de pastagens foram,
para o ano agrícola de 2003, de 1.409; 1.160,00; e 1.038,00, respectivamente. Na Fazenda Lagoa
Bonita, como em outras partes, existe grande necessidade de produção de alimentos volumosos
(silagens e pastagens), para fornecer aos animais no período da seca, com isso a adaptação do SSF
auxiliou na redução dos custos de produção destes alimentos, bem como possibilitou a formação de
pastagens de P. maximum com maior quantidade de insumos, garantindo bom estabelecimento das
mesmas, como pode ser visualizado na Figura 8.
Para aperfeiçoar o processo de ensilagem da mistura milho ou sorgo mais capim e obter silagens
de boa qualidade, foram utilizados alguns aditivos, tais como a inclusão de quirera de milho e
aditivo enzimáticos/bacterianos (Figura 9). Apesar do milho ou do sorgo apresentar boas condições
para serem ensilados (% MS, % carboidratos solúveis) a utilização destes aditivos se deu pelo fato
do capim utilizado na mistura não apresentar boas condições para ensilagem (alta umidade, entre
outros), o que poderia comprometer o processo.

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a b

FIGURA 7. Área formada com sorgo mais capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq) para produção
de silagem mista. Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) – março
de 2003

a b

c d
FIGURA 8. Áreas estabelecidas, pelo sistema Santa Fé para produção de silagens mistas (sorgo +
capim): a e b capim-mombaça (Panicum maximum Jacq) implantado no ano agrícola de
2003/2004; e c e d capim-tanzânia (Panicum maximum Jacq) implantado no ano
agrícola de 2004/2005. Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) -
março de 2005.

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a b

c d
FIGURA 9. Aplicação de quirera de milho (a e b) e aditivo enzimático/bacteriano (c e d) no processo
de ensilagem de sorgo + capim tanzânia. Fazenda Lagoa Bonita Planaltina – DF
(Campus Rural – UPIS) - março de 2005.

3.5. PASTOS CONSORCIADOS

Outra possibilidade interessante para o Bioma Cerrado seria a formação de pastagens mistas de
gramíneas e leguminosas, pastos consorciados. A partir da década de 60, as leguminosas têm sido
estudadas como uma alternativa para fornecimento de N aos ecossistemas de pastagens, em
regiões de solos ácidos dos trópicos, com baixo uso de insumos, como é o caso do Cerrado, pois
são capazes de fixar quantidades de 70 a 140 kg/ha de N (LEITE et al., 1985), tornando o sistema
mais estável ao longo do tempo e conferindo-lhe sustentabilidade.
Em pastagens de gramíneas tropicais ocorre substancial imobilização do N da liteira , com
mineralização líquida ocorrendo somente quando sua relação C:N decresce abaixo de 65. O
aperfeiçoamento da mineralização líquida com a inclusão de leguminosas (nativas ou exóticas) é
um resultado direto da menor relação C:N destes materiais.
Estes procedimentos conduzem ao aumento da ciclagem de N através da via da liteira que é menos
sujeito as perdas e, então aumentar a contribuição da leguminosa para a fertilidade do solo.
Estudos sugerem que uma proporção de leguminosa de 13-23% do total de MS produzida, acima
do solo, é necessária para sustentar a produtividade. A quantidade de N derivado da fixação tem
por base 3 fatores: produção da forragem, concentração de N no tecido da planta e percentagem
de N derivado da simbiose.
O problema com a persistência de leguminosas é o principal entrave em misturas de pastagens.
Uma alternativa para aumentar a sobrevivência de leguminosas em misturas é usar leguminosas
menos palatáveis (menor aceitabilidade pelos animais). A seleção de leguminosas mais
competitivas e ou espécies de gramíneas menos agressivas para associações com leguminosas e
uso de baixas taxas de lotação (menores pressões de pastejo), bem como curtos períodos de
descanso favorecem a manutenção de uma alta proporção de leguminosas nestas pastagens.

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Em pastagens onde as gramíneas competem mais fortemente pelo N mineral do solo, a proporção
de N2 fixado, pelas leguminosas, pode ser aumentada. A proporção de N2 fixado diminui em
relvados com alta predominância de leguminosas pela supressão da nodulação e da fixação do N2
induzida pela acumulação de N mineral do solo favorecendo, além disso, a lixiviação do nitrato do
sistema.
A deficiência de P, um dos principais problemas dos solos do Brasil, reduz a proporção de fixação
de N2. Adequada fertilização e manejo animal tão bem quanto à seleção de espécies adaptadas ou
ecótipos poderiam auxiliar para manter altas taxas de fixação de N2 sob tais condições limitadas de
nutrientes.
O caminho da contribuição da leguminosa a produtividade a longo prazo das pastagens depende
fortemente de sua palatabilidade (governando a via animal - liteira) e decomposição (adição para o
solo de N orgânico-mineral) do material da leguminosa. A maioria das leguminosas tropicais
apresenta baixa aceitabilidade pelos bovinos na estação chuvosa.
Vários métodos são descritos para implantação de pastos consorciados. Desde a aplicação das
sementes da gramínea e da leguminosa a lanço, até em sistemas mais tecnificados o plantio de
ambas, leguminosas e gramíneas, sendo em linhas. Esta última forma confere vantagem à
leguminosa na formação do pasto consorciado, pois possibilitam menor competição inicial por luz,
água e nutrientes, assim aperfeiçoando o processo de estabelecimento do pasto.
Na Fazenda Lagoa Bonita, Planaltina – DF (Campus Rural – UPIS) tem sido proposto um arranjo
espacial no plantio que confere altas taxas de estabelecimento dos pastos consorciados,
juntamente com a escolha de espécies de leguminosas menos aceitas pelos animais, tais como
calopogônio e estilozantes (Multilinha Campo Grande).
O arranjo espacial da distribuição das sementes em linhas se dá da seguinte forma: a semeadora-
adubadora utilizada (PDCP 13/9F/3G-6G - Tabela 1 e Figura 10) apresenta a configuração de 9
linhas para plantio de sementes de plantas forrageiras (sementes miúdas), sendo distribuídas em
duas caixas (frente com 4 linhas e atrás com 5 linhas), de regulagem independente, de distribuição
das sementes para o plantio (frente e atrás) e duas caixas de regulagem dependentes para
fertilizantes, além de 3 caixas (três linhas) para plantio de sementes de cereais (algumas
configurações permitem 6 linhas). Na caixa da frente eram colocadas as sementes das leguminosas
O arranjo espacial da distribuição das sementes em linhas se dá da seguinte forma: a semeadora-
adubadora utilizada (PDCP 13/9F/3G-6G - Tabela 1 e Figura 10) apresenta a configuração de 9
linhas para plantio de sementes de plantas forrageiras (sementes miúdas), sendo distribuídas em
duas caixas (frente com 4 linhas e atrás com 5 linhas), de regulagem independente (Figura 11), de
distribuição das sementes para o plantio (frente e atrás), e duas caixas de regulagem dependentes
para fertilizantes (frente e atrás, além de 3 caixas - três linhas) para plantio de sementes de cereais
(algumas configurações permitem 6 linhas). Na caixa da frente eram colocadas as sementes das
leguminosas, no entanto eram utilizadas somente duas linhas (extremidades) e na caixa de trás
(cinco linhas) eram utilizadas três linhas (internas). Com isso toda vez que o maquinário executava
o plantio eram formados o seguinte esquema (Figuras 12 e 13): nas extremidades leguminosas e
na parte interna gramínea. Quando esta retornava semeando voltava aplicando a linha de
leguminosa junto com a linha da mesma, semeada anteriormente. Assim a configuração final
ficava: 2 linhas de leguminosas, 3 linhas de gramíneas, 2 linhas de leguminosas, ..., e assim
sucessivamente. O mais importante é que como o maquinário configura-se (quando utilizado as 9
linhas simultaneamente) em nove linhas espaçadas a 23 cm, quando utilizava-se o bloqueio das
linhas da gramíneas dava-se espaço maior para as linhas da leguminosa, o que permite uma área
maior para que estas pudessem se estabelecer. Todas as linhas recebiam o fertilizante 2:20:20.

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Caixas de semente
de
forrageiras (miúda)

Caixas
de
fertilizantes

FIGURA 10. Visualização da semeadora-adubadora TATU-MARCHESAN PDCP 13/9F/3G-6G.

Na Fazenda Lagoa Bonita existem áreas formadas com B. brizantha cv. Marandu + Calopogonium
mucunoides Desv. (calopogônio) + Stylosanthes spp (Multilinha Campo Grande); Andropogon
gayanus Kunth cv. Planaltina mais Calopogonium mucunoides Desv. (calopogônio) + Stylosanthes
spp (Multilinha Campo Grande); e Panicum maximum Jacq. Cv Aruana + Calopogonium
mucunoides Desv. (calopogônio) – no entanto esta última não apresentou o resultado esperado,
pois o estabelecimento do capim aruana foi prejudicado por enterrio muito profundo das sementes,
mas a leguminosa teve êxito em seu estabelecimento. Atualmente a área encontra-se formada por
Panicum maximum Jacq. Cv Aruana + Calopogonium mucunoides Desv. (calopogônio) + B.
brizantha cv. Marandu (cultura anterior) + Andropogon gayanus Kunth cv. Planaltina. O que
ressalta é que a leguminosa persiste no ambiente.

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Roletes
Canelados.
Regulagem de
sementes
(kg;ha).
Estes se
apresentam
Na caixa da
Frente e na de
trás.

FIGURA 11. Visualização regulagem de sementes de forrageiras da semeadora-adubadora TATU-


MARCHESAN PDCP 13/9F/3G-6G (caixa dianteira).

leguminosa
leguminosa

gramínea

FIGURA 12. Área estabelecida de capim marandu mais calopogônio mais Multilinha Campo Grande.
Configuração em duas linhas de leguminosas, 3 linhas de gramíneas, 2 linhas de
leguminosas.

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leguminosa

leguminosa

gramínea

FIGURA 13. Área estabelecida de capim marandu mais calopogônio mais Multilinha Campo Grande.
Leguminosas (principalmente calopogônio) espalhando-se sobre a área.

IV. CONCLUSÕES

Para os Cerrados, não existe uma forma ideal de formação de pastagens, mas sim um conjunto de
informações que deverão ser utilizados no momento da tomada de decisão para implantação de
uma pastagem.
O processo de formação de pastagens com a utilização do fogo deve ser abolido, pois causa
prejuízos ecológicos nocivos ao planeta.
O sistema Santa Fé possibilita a formação de pastagens de alta qualidade.
Na falta de fundos monetários para formação de pastagens solteiras adubadas, deve ser optado
pela formação de pastagens consorcidas.
A pesquisa deve gerar mais informações sobre a importância de áreas de pastagens tropicais para
o seqüestro do C para a diminuição do efeito estufa.

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