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CCAA

Componente: Economia e mercado


João Diego Castro Pereira 8°P

Agricultura familiar e o Crédito rural


Introdução:
Como é de nosso conhecimento a agricultura e o setor agropecuário é de suma
importância para a economia brasileira, sendo o maior responsável pelo
SUPERÁVIT comercial e pela oferta de alimentos. Dentro desse setor
econômico, existe uma vertente chamada agricultura familiar, que também
exerce papel fundamento para a economia como um todo, gerando emprego e
renda para diversas pessoas. Por esse motivo, o governo elabora políticas
específicas para a agricultura familiar, dentre elas o crédito rural. Assim, não
podemos discutir crédito rural sem definir agricultura familiar.

Agricultura familiar

O sistema de produção chamado de agricultura familiar, por ser usado como


meio e subsistência, ou seja, as pessoas plantavam e criavam animais para o
próprio consumo, começou no Brasil no século XVI, logo após o
descobrimento.
Dessa forma podemos ter a agricultura familiar como ideia de identidade,
correlacionando a família e o trabalho na agricultura. Em outras palavras, é
uma unidade de produção na qual a propriedade e o trabalho estão
diretamente ligados à família.
Para Tedesco (2001 apud BASÍLIO, 2009), a agricultura familiar é aquela na
qual a família é dona dos fatores de produção e o objetivo maior é a
preservação da terra, e não o lucro, como em outros tipos de empresas. Nesse
sentido, e com as mudanças socioeconômicas que ocorreram nas últimas
décadas, a agricultura familiar se alterou, ou melhor, se transformou junto com
a sociedade (BASÍLIO, 2009).
De acordo com a FAO (2014), na agricultura familiar estão incluídas todas as
atividades agrícolas de base familiar e ela está ligada a inúmeras áreas do
desenvolvimento rural. Atividades essas de organização da produção agrícola,
florestal, pesqueira, pastoril e aquícola, que são gerenciadas e operadas pelas
famílias e dependem basicamente da mão de obra familiar.
Assim, como podemos ver, os conceitos de agricultura de subsistência, de
camponês, e/ou de pequeno produtor rural estão ultrapassados. Atualmente
foram incorporadas outras características. Ou ainda, como afirma Savoldi
(2010), a agricultura familiar não é um grupo homogêneo, ou seja, nem todos
os estabelecimentos familiares possuem exatamente as mesmas
características, e mesmo assim continuarão sendo classificados como
familiares e isso ocorre pois para ser considerada agricultura familiar algumas
características precisam estar presentes, de acordo com o artigo 3° da lei n°
11.326/2006:

I – Não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro)módulos fiscais;


II – Utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades
econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
III – tenha renda familiar predominantemente originada de atividades
econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento;
IV – Dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

Importância da agricultura familiar

As terras brasileiras, como sabemos, está concentrada na mão de poucas


pessoas/famílias, dessa forma entende-se que são grandes propriedades.
Apesar dessa concentração e da agricultura familiar ser composta por
pequenas propriedades que utilizam basicamente a mão de obra familiar, não
podemos excluir a agricultura familiar do agronegócio, nem afirmar que ele não
exerce papel fundamental na economia brasileira.
Segundo dados do Portal Brasil (2015), a agricultura familiar é responsável por
70% dos alimentos consumidos no Brasil, sendo um agente decisivo na oferta
de mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de
aves (50%) e milho (46%).
Estabelecimentos e área da agricultura dividida pelas regiões brasileiras, tanto da agricultura
familiar quanto da não familiar:
Crédito rural

No Brasil, a política agrícola é formulada por dois ministérios, que são o


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA). Essas políticas são baseadas em ações de
apoio à gestão, financiamento e seguro da produção, formação de estoques e
garantia de preços mínimos, que acontecem via instrumentos de políticas
agrícolas (IEA, 2015).
Uma dessas políticas é o crédito rural, que é definido pelo Portal Brasil (2009)
como um financiamento destinado a produtores rurais e cooperativas ou
associações de produtores rurais. Nesse sentido, o MAPA (2016) acrescenta
que o crédito rural engloba recursos destinados ao custeio, investimento ou à
comercialização.
Assim, o crédito rural tem como objetivo estimular os investimentos e ajudar no
custeio das atividades agrícolas, principalmente de produção e comercialização
dos produtos agropecuários. Ou ainda, como acrescenta o Banco Central
(2015, [s.p.]), o crédito rural tem como objetivos:
• Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas
cooperativas.
• Favorecer o custeio da produção e a comercialização de produtos
agropecuários.
• Fortalecer o setor rural.
• Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção,
visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das
populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais.
• Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos
pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais.
• Desenvolver atividades florestais e pesqueiras.
• Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra na agricultura
familiar.
Os créditos de investimento são aplicados em bens ou serviços duráveis, cujos
benefícios repercutem durante muitos anos. Já os créditos de comercialização
asseguram ao produtor rural e a suas cooperativas os recursos necessários à
adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e o armazenamento da
colheita nos períodos de queda de preços (MAPA, 2016).
Qualquer agricultor ou pecuarista pode utilizar o crédito rural? Não. Segundo o
Banco Central (2015), as pessoas que podem fazer uso do crédito rural
precisam ser produtor rural (pessoa física ou jurídica), cooperativa de
produtores rurais; e pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor
rural, se dedique a uma das seguintes atividades:
• Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas.
• Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões.
• Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis
rurais, inclusive para a proteção do solo.
• Prestação de serviços de inseminação artificial em imóveis rurais.
• Exploração de pesca e aquicultura, com fins comerciais.
• Medição de lavouras.
• Atividades florestais.

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