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IEMA PLENO DE PRESIDENTE DUTRA

Curso de Serviços Jurídicos


Alunas: Ana Clara Monteiro e Laira Lene Marinho
Professora: Thereza Letícia

Agronegócio e PIB: favorece ou não a população brasileira?

O agronegócio no Brasil provou ser um dos setores econômicos de mais rápido


crescimento, onde este setor representa 50,8% das exportações brasileiras, resultado
ligado à alta produtividade impulsionada pelas melhorias na tecnologia utilizada no
setor, tendo também uma maior capacidade de criar riqueza e reduzir as desigualdades
sociais. Hoje, a cadeia produtiva é responsável por mais da metade das exportações do
Brasil e por cerca de 25% do seu produto interno bruto (PIB).

Os números do agronegócio brasileiro são surpreendentes. Segundo estatísticas


da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a taxa de crescimento do PIB agrícola
anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também se
manteve elevada nos últimos anos devido ao protagonismo da soja na demanda
brasileiras para os principais países importadores.

Ademais, é interessante abordar que o agronegócio não só traz benefícios para a


economia brasileira e para o PIB nacional, mas também carrega consigo conseqüências
e danos reais para a população, para o meio ambiente e para o mercado interno. Este
ensaio acadêmico tem como objetivo tratar da temática dos impactos do agronegócio,
visando evidenciar se ele favorece ou não a economia e o mercado interno brasileiro.

Em certa análise, o agronegócio cria oportunidades de emprego diretas e


indiretamente para milhões de trabalhadores rurais e urbanos, especialmente nas regiões
centro-oeste, sul e sudeste, onde a agricultura e a pecuária estão concentradas. Gerando
a diversificação das exportações brasileiras e estimulando a inovação tecnológica e a
competitividade do setor produtivo do país. Assim, não podendo negar a importância do
agronegócio, mas também não se podem ignorar seus impactos sociais, ambientais e
econômicas.

Por meio do jornal BRASIL DE FATO: UMA VISÃO POPULAR DO BRASIL


E DO MUNDO que publicou a seguinte reportagem: `` "O Agro não é pop": estudo
aponta que a fome é resultado do agronegócio´´ pode-se adentrar a interpretação de que
o agronegócio não é tão benéfico para a economia brasileira, também é possível notar
isto devido á algumas conseqüências do agronegócio, como a concentração de terra, a
renda e o poder nas mãos de poucos grandes produtores e empresas transnacionais, o
crescimento do desmatamento, a degradação ambiental e a perda da biodiversidade, o
desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas dos povos indígenas, quilombolas e
camponeses e por fim, a desconsideração da soberania alimentar e a diversidade cultural
do povo brasileiro. Como ele concentra a renda e o poder nas mãos de poucos
proprietários rurais, que muitas vezes se beneficiam de incentivos fiscais, créditos
subsidiados e isenções tarifárias, essa situação gera desigualdade social e conflitos
agrários, além de influenciar as decisões políticas em favor dos interesses do setor.

Em seguimento a questão da desigualdade gerada pelo agronegócio e suas


conseqüências os autores Marco Antônio Mitidiero Júnior e Yamila Goldfarb
demonstram, por meio de uma pesquisa, que o agronegócio não só traz alimentos para a
população brasileira , mas em conjunto faz aumentar o alarmante nível da fome, os
autores declaram que: ´´...o setor fomenta a desigualdade, que faz com que atualmente
55% da população não tenha certeza se terá o suficiente para se alimentar no dia
seguinte.´´ Com isso, é possível observar uma economia fragilizada, onde a população
está em um estado precário, e o mercado interno brasileiro cada vez mais dependente da
importação de alimentos para outros países.

E, por fim, ao pensar na produção de riqueza, analisam-se os dados do PIB,


divididos nos três setores da economia: agropecuária, indústria e comércio. Os dados do
IBGE evidenciam que o agronegócio é o que menos contribui para a produção de
riqueza. Sendo sua participação na produção de riqueza apenas 5%.

Com base nos argumentos apresentados, pode-se concluir que existem desafios e
preocupações significativos sobre o modelo do agronegócio que domina a economia
brasileira. Embora o setor agrícola desempenhe um papel importante no crescimento
econômico do país, a concentração de terras, os impactos ambientais negativos e as
questões relacionadas com a inclusão social apontam para a necessidade de repensar e
reformar o modelo de exportação agrícola.

Para isso, é fundamental fortalecer a agricultura familiar e agroecológica,


garantir os direitos dos povos do campo e da floresta, promover a reforma agrária e a
democratização da terra, regular o mercado e a atuação das empresas multinacionais e
implementar políticas públicas que incentivem a produção de alimentos saudáveis e
diversificados para o consumo interno e externo. Chico Rodrigues afirma que: ´´É
inquestionável a sua importância [da agricultura familiar] para garantir a segurança
alimentar e o combate à fome em nosso país, que grassa já mais de 30 milhões de
pessoas´´.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAD, Maria Leonor Lopes; ALMEIDA, Jalcione. Agricultura e


sustentabilidade. Contexto e Desafios, n. 29, p. 15-30, 2004.

GUILHOTO, Joaquim JM et al. A importância do agronegócio familiar no


Brasil. Revista de economia e sociologia rural, v. 44, p. 355-382, 2006.

MONCAU, Gabriel. "O Agro não é pop": estudo aponta que a fome é resultado do
agronegócio. Brasil de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br. Acesso
em: 18 set. 2023.
REHAGRO. Agronegócio no Brasil: qual a importância para o país?. Disponível em:
https://rehagro.com.br. Acesso em: 18 set. 2023.

RODRIGUES, Chico. Chico Rodrigues destaca importância da agricultura familiar.


Disponível em: https://www12.senado.leg.br/. Acesso em: 18 set. 2023

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