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Estrutura Fundiária
A estrutura fundiária é a forma como são distribuídas as propriedades rurais de um país. A realidade
da distribuição de terras no Brasil é uma herança do sistema colonial – da “Lei das Sesmarias” –
onde havia o predomínio de grandes propriedades de terras – as “plantations” – cuja produção
estava voltada ao mercado externo.
Nas últimas décadas, o governo brasileiro tomou algumas medidas para tentar corrigir essa
desproporcionalidade. Houve assentamentos de produtores rurais sem terras, apoio à agricultura
familiar, crédito rural e outros programas. Contudo, isso não mudou de forma significativa a
estrutura fundiária brasileira.
A maior concentração fundiária ocorre nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. O Sul apresenta a
menor concentração fundiária do país, mas mesmo em tal região as propriedades rurais não são
bem divididas.
O Índice Gini – indicador de desigualdade utilizado para medir o grau de concentração da terra e da
renda – revela quanto conservadora é a estrutura fundiária do Brasil. O índice varia de zero a um:
quanto mais próximo de um, maior a desigualdade na distribuição de terras. O Censo Agropecuário
de 2006, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma Gini de
0,872 para a estrutura agrária brasileira. Esse número, que é superior aos índices apurados em 1985
(0,857) e 1995 (0,856), demonstra que com o passar do tempo, o problema da concentração de
terras no Brasil se agravou.
Área agrícola - São Paulo
Os minifúndios – pequenas propriedades rurais, geralmente exploradas pelo agricultor e sua família
– costumam ser mais bem aproveitados do que os latifúndios. Os minifúndios são responsáveis por
grande parte das culturas de alimentação básica. São eles que sustentam a atividade produtiva do
país, fornecendo alimentos para a população. Os minifúndios são também os estabelecimentos que
mais geram empregos na área rural.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 2011 pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há 29.4 milhões de pessoas que vivem
na zona rural.
Entre os habitantes do campo, há cerca de 14.7 milhões de pessoas (50% do total) empregadas em
atividades agrícolas. Do total das pessoas que vivem em áreas rurais, 29,6% são trabalhadores
autônomos e 28,4%, empregados. Contudo, a pesquisa aponta que houve uma redução de
aproximadamente um milhão de pessoas empregadas na agricultura. Essa queda se deve à
realocação de pessoas para outros setores ainda relacionados ao agronegócio – por exemplo, a
agroindústria.
A pesquisa aponta que 54,8% da população rural tem entre 15 e 54 anos de idade e que 57% das
pessoas que moram no campo têm entre quatro e 14 anos de estudo. A Pnad revela que há mais
pessoas com pouca escolaridade no campo do que na cidade: 22,5% dos habitantes não
frequentaram a escola ou estudaram por menos de um ano. Entre a população urbana, esse
percentual é de 9,7%.
Segundo o Censo de 2010, dos 29,9 milhões de brasileiros que residiam no campo, 25,5% viviam em
situação de pobreza extrema. Já entre os 160,9 milhões que residiam nos centros urbanos, o número
era bastante inferior: 5,4%.
Esses dados demonstram a enormidade da concentração de terras no Brasil: mais de 75% da área
produtiva nacional se encontra nas mãos de cerca de 15% dos proprietários de terra.
Produtividade Agrícola
Graças às pesquisas da Embrapa, o aumento da produtividade resultou no crescimento da produção
agrícola brasileira. Um exemplo disso: entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos no Brasil subiu
1,7% ao ano, mas a produção cresceu 4,7%.
De 1975 a 2010, o índice de produtividade agrícola do Brasil multiplicou-se 3,7 vezes: o dobro da
velocidade observada nos Estados Unidos.
O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e no Caribe. Segundo um estudo realizado
em 2011 pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o país apresenta índices de
crescimento acima da média mundial.
O aumento da produtividade deve-se às novas tecnologias aplicadas ao plantio, à colheita e ao
transporte. Deve-se também ao uso de sementes de melhor qualidade, à maior utilização de
insumos agrícolas e de maquinário, à mão de obra predominantemente assalariada e ao uso
intensivo do solo.
É importante notara que as pequenas propriedades podem ser consideradas as mais produtivas, pois
abastecem em grande parte o mercado interno. Proporcionalmente, as grandes propriedades são
mais improdutivas, pois ocupam a maior parte da área e têm a menor quantidade de produção.
Subsídios do Governo
As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio, pois oferecem ao homem do
campo acesso a linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização. Vários programas do
governo ajudam a financiar as diversas necessidades dos produtores. Contudo, os pequenos
produtores rurais são os que mais encontram dificuldades para obter linhas de financiamento.
Agronegócio
O agronegócio é a agregação de valor ao produto rural, por sua industrialização.
O agronegócio no Brasil ocupa aproximadamente 282 milhões de hectares. Destes, 220 milhões são
utilizados para pastagens e 40 milhões para lavouras. Há no país 106 milhões de hectares a serem
explorados, especialmente nos cerrados.
PIB do setor rural (“dentro das porteiras das fazendas”): R$ 162,95 bilhões
PIB do conjunto do agronegócio (“dentro e depois das porteiras das fazendas”): R$
524,46 bilhões
Valor Bruto da Produção agropecuária (VBP): R$ 166 bilhões
Exportações totais do agronegócio: US$ 36,03 (29% a mais do que em 2003)
Saldo comercial: US$ 31,578 bilhões
Postos de trabalho: cerca de 37% do total das pessoas ocupadas no Brasil
O agronegócio no Brasil é estimulado pelo governo, que concede créditos. Apesar de seus
benefícios, promove a concentração de terras e o desemprego no campo.
Agricultura de exportação
Segunda a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola
do mundo. O país é superado apenas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Em 2012-2013, o
Brasil exportou US$ 100,61 em produtos agropecuários.