Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A nascente é a filha singela do útero da terra. Brotando de suas entranhas, vem irriga-la, perfumando as matas e
refrescando a vida. É ela que humildemente embala a canção da natureza, e se evaporando ao calor do sol, traz
a alegria da chuva.
Os Romanos no grande império, nos confins da terra, faziam festas quando descobriam um fio de água.
Consideravam o achado um bom "augúrio", que merecia ser comemorado. Foram eles que ensinaram o valor da
água que brota da terra, e mostraram ao mundo antigo, o poder das águas minerais para bebida e banho, com
seus chafarizes e suas termas.
Os Druidas faziam de suas nascentes de água, santuários intocados. Sabiam que a água correndo, era o fluído de
santidade carregando alegria, abençoando e rejuvenescendo a terra com o hálito de deus.
Os povos da floresta afirmam que um córrego de água é uma veia do "grande pai". Sai do seio da divindade,
circula a natureza, vai brincar de nuvem e volta, para fazer perfeito o círculo da vida.
Maltratar um fio de água, é profanar o corpo sadio da mãe natureza. Uma ofensa grave ao criador.
Da memória dos antigos com sua sabedoria popular ouvi: Há tanta miséria espiritual no coração de uma criatura
que não cuida desta dádiva de deus, que a insensibilidade o torna um animal incompleto, irracional e imperfeito.
Nasceu deserto. Não merece o respeito dos homens nem a ternura divina.
E que nenhuma criatura, com exceção do homem imperfeito, tem coragem de agredir esta benção que anuncia
e permite o germinar da vida.
Quem assassina uma nascente de água, mata um córrego, empobrece o rio, esteriliza a terra. Comete um crime
contra a humanidade.
Causa espanto aos olhos do "novo homem" que está surgindo, um córrego sujo, suplicando ajuda; Causa horror
ao coração do homem espiritualizado, a indiferença conformista do predador irracional, o "assassino de águas".
Os belos de espírito que chegam para habitar o planeta, começam a olhar a nascente como a "flor das águas",
que vai formar o canteiro dos rios, e o jardim dos mares. E que é a irmã dos animais, mãe dos peixes e cúmplice
da vida!
Por ser frágil, não ter como se defender, tem que ser cuidada como uma criancinha risonha: O presentinho do
ventre da terra.
É o tesouro da terra!.