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A ÁGUA E A VIDA

Luzia Bueno

“A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De


maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento
para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da
qualidade das reservas atualmente disponíveis.”
Artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos da Água.

CANTO DAS ÁGUAS

“No princípio Deus criou o céu e a terra


E o espírito de Deus movia-se sobre as águas...
Águas de fontes cristalinas, que jorravam
bíblicas da terra prometida para o mar dos cristãos
E hoje vão sujas e sem vida em lenta procissão,
Ou de súbito revoltas em violenta inundação!
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
14 Trabalhos apresentados

Águas de Minas, olhos d’água na menina dos olhos...


Águas revolvidas... montanhas em explosão!
Dragadas por estranho dragão!

Águas servidas com tanta poluição!


Águas queridas, sede no sertão?!
Onde estão águas queridas? Onde estão?

Saindo das entranhas, descendo montanhas...


Mas, em que direção?

Águas vivas, seiva da Terra! Mãe Manancial!


Porque não mais irrigam o vale do meu coração?

Águas hoje, querem dizer somente águas minerais?


Serão águas mínimas amanhã?
Apenas matéria prima?!

E as águas de minas?
Preciosas águas públicas da lavadeira, do pescador,
Da infância, dos barcos, dos peixes, da lua cheia, dos poetas...
Ficarão apenas nos postais?

Água mole em cabeça dura tanto bate...


Água dura em pedra mole, estalactite!
Água pouca em terra crua, eucalipto!
Água e fogo em terra nua, apocalipse!

Água pura é cultura.


Água clara, gema rara!
Água fresca lava a alma.
Refresca, purifica e acalma...

Água para narciso é espelho.


Água para o peixe é casa!

Água para o homem é vida.


Água para a vida é sagrada!
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
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Quando a vida destrancou a porta do tempo


Derramou semente d’água, do fogo, do vento, minerais, vegetais, bicho e gente...

Quanto tempo? Não se sabe ainda...


Para o tempo o eterno é um segundo!

Enquanto houver planta florida é tempo de gente no mundo,


Enquanto houver água tem vida!
E é tempo de gente no mundo.

Pois água para o homem é vida...


Água para a vida é sagrada!”

Adaptação do “Fragmentos de Canto das Águas, poema-discurso de


Aníbal Oliveira Freire, Engenheiro-Sanitarista.
Última estrofe – Juraildes da Cruz”

1. INTRODUÇÃO
A água quimicamente pura (H2O) é um líquido formado por móleculas de
hidrogênio e oxigênio. Na natureza, gases como oxigênio, dióxido de carbono e
nitrogênio estão dissolvidos entre as moléculas de água. Também fazem parte
desta solução líquida sais como nitratos, cloretos, carbonatos e elementos
sólidos. Poeira e areia podem estar presentes em suspensão.

Outras substâncias químicas dão cor e gosto à água. Íons podem causar uma
reação quimicamente alcalina ou ácida. As temperaturas apresentam variação de
acordo com a profundidade e com o local onde a água é encontrada, constituindo-
se em fatores que influenciam no comportamento químico da mesma.

Em sentido lato, “água-doce” significa sistemas aquáticos continentais tais como


rios e lagos. Tecnicamente, designa águas com menos de 0,5 g/litro de sais
minerais dissolvidos.

Os antigos filósofos gregos já afirmavam: “A vida provém da água”. Fato


inúmeras vezes demonstrado pela ciência, que vai além de afirmar que a vida se
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16 Trabalhos apresentados

originou na água. Prova, inclusive, que a matéria predominante em todos os seres


vivos é nada mais, nada menos que ÁGUA.

O hidrogênio representa mais de 70% da massa do Universo conhecido. A Terra


tem 70% de sua superfície coberta por água. O peso corporal de qualquer ser
vivo, entre eles o ser humano, é composto, em média, por 70% de líquidos.

Alguns vegetais, entre eles a melancia, possuem 98% de água. Curiosamente, o


mesmo percentual de líquido existente nos fetos humanos.

A maior parte de uma célula é composta por água. O transporte dos nutrientes
necessários para a manutenção da vida é feito pela seiva ou pelo sangue e
precisam estar em estado líquido para atravessarem as membranas celulares. Sem
a água as substâncias nocivas ao organismo não seriam eliminadas.

A água está em todas as células, nos vasos sangüíneos e nos tecidos de


sustentação. As funções orgânicas necessitam da água para o seu bom
funcionamento. Um ser humano tem aproximadamente 47 litros de água em seu
corpo. Somos totalmente dependentes da água.

A regulação da temperatura interna dos animais superiores também depende da


água. A temperatura só se mantém constante porque ocorre o fenômeno da
transpiração, ou seja, eliminação de líquidos, através da pele. São esses fatos
apenas obra do acaso? Uma incrível coincidência ou a matéria da VIDA realmente
é a ÁGUA?

Para os seres humanos também são inúmeras as utilidades da água. Ela permite a
navegação, a recreação, o lazer e o paisagismo, matar a sede de animais
domésticos, a geração de energia hidrelétrica, a irrigação, o abastecimento
doméstico e industrial e a diluição de esgotos.

2. O UNIVERSO E A TERRA
O Universo surgiu há 15 bilhões de anos. As galáxias, ha cerca de 13 bilhões e
as primeiras estrelas começaram a aparecer 4 bilhões de anos depois, de acordo
com a teoria do “Big-Bang”.
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A Terra, na sua origem, há 4,5 bilhões de anos, era formada de poeira e gases
expelidos por um incontável número de vulcões. À medida que esfriava, liberava
de seu interior gases que originaram a atmosfera primitiva do planeta. A
temperatura da superfície era tão elevada que uma gotícula d’água que caísse da
atmosfera evaporava-se instantaneamente.

O encontro do vapor d’água com as camadas mais frias da atmosfera


provocavam chuvas torrenciais, que esfriaram, gradativamente, a superfície do
planeta.

O esfriamento da superfície da Terra fez com que surgisse uma fina camada de
massa sólida, originando-se dela a crosta terrestre.

Quando a água das chuvas deixou de se evaporar totalmente, caindo líquida


sobre a superfície, uma parte escorreu pela crosta formando os rios, a outra parte
se acumulou nas depressões. O resultado foi uma imensa massa líquida: a
hidrosfera primitiva. Muito depois surgiu o primeiro oceano da Terra, chamado
Pantalassa. Desse oceano primitivo originaram-se os 5 oceanos, Atlântico,
Pacífico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico.

3. ORIGEM DA VIDA
A atmosfera primitiva, provavelmente, era composta de nitrogênio misturado
com dióxido de carbono (CO2) e vapor d’água, pois estas moléculas contêm os
elementos químicos (carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio) que compõem
aproximadamente 98% da matéria encontrada nos organismos vivos de hoje.

Gases como o sulfeto de hidrogênio (H2S), amônia (NH3) e metano (CH4) também
parece ter estado presentes na atmosfera. Já o gás oxigênio (O2), que agora
perfaz aproximadamente 21% da atmosfera, não foi formado até que os
organismos vivos fotossintetizantes aparecessem. Logo existiam apenas seres
anaeróbios, que viviam sem oxigênio.

Há 3,5 bilhões de anos teria surgido o primórdio das células primitivas, que
comporiam os primeiros seres vivos, formados por apenas uma célula. Cerca de
100 milhões de anos depois, começaram a aparecer as primeiras células capazes
de gerar seu próprio alimento, através da fotossíntese, os seres autotróficos.
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Até 1,5 bilhões de anos atrás os seres existentes eram apenas bactérias (seres
unicelulares) heterotróficas e autotróficas. A partir daí, começaram a surgir seres
pluricelulares cada vez mais complexos e aeróbicos. Percebe-se que toda a
complexidade da vida teve origem em dois elementos simples, o gás carbônico e
a água.

Há 600 milhões de anos, as algas microscópicas que foram se tornando


multicelulares e com uma estrutura morfológica mais complexa, deram origem às
primeiras plantas (Raven et al., 1996).

3.1 O homem
Desde o surgimento dos organismos primitivos, as formas de vida sofreram
muitas mutações e a evolução darwiniana selecionou as formas mais adaptadas
às condições climáticas da Terra, que mudaram com o tempo, culminando com o
surgimento do antepassado mais remoto do homem.

A evolução do Homo sapiens, por sua alta complexidade, levou 3,8 bilhões de
anos. Sua existência data de 300.000 anos atrás. O Homo sapiens sapiens só
teria surgido há 125.000 anos, e a civilização somente há 10.000 anos, com o
fim da última idade do gelo, sendo, portanto, a espécie mais nova do planeta.

4. ÁGUAS DO PLANETA
A superfície da Terra tem 70% de água e 30% de terra. A quantidade de água
do planeta é da ordem de 1.265.000 trilhões de toneladas, sendo 97% no
estado líquido.

De toda a água existente no planeta, 97,61% é salgada. São os oceanos e


mares. Somente 2,39% é água doce. A maior parte das águas doces está nas
geleiras, icebergs e em subsolos profundos. Apenas as águas dos rios e lagos
estão potencialmente disponíveis para uso, mas a água potável não estará
disponível infinitamente. Ela é um recurso limitado e finito.

O volume total de água no planeta é constante e as reservas somam


aproximadamente 1.386 milhões de km3. O volume de água doce representa
cerca de 35 milhões de km3, ou 2,52% da quantidade total de água no planeta.
Deste volume total, os rios representam 0,00009%, os lagos 0,009% e a água
contida na atmosfera 0,0009%. A distribuição de água no planeta não é
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uniforme, o que produz alterações continentais, regionais e locais no uso dos


recursos hídricos, com profundas implicações econômicas.

A distribuição das águas na biosfera e o seu tempo de renovação é apresentada


na Tabela 1.

Tabela 1. Distribuição de água na biosfera e o seu tempo de renovação.


Local V o l u m e ( k m 3) Percentual do total (%) Tempo de renovação

Oceanos 1.370.000 97,60 3.100 anos

Calotas polares e geleiras 29.000 2,08 16.000 anos

Água subterrânea 4.000 0,29 300 anos


Água doce de lagos 125 0,009 1 -1 0 0 a n o s

Água salgada de lagos 10 4 0,008 1 0 -1 . 0 0 0 a n o s

Água misturada no solo 67 0,005 280 dias

Rios 1,2 0,00009 1 2 -2 0 d i a s

Vapor d’água na atmosfera 14 0,0009 9 dias

Fonte: R. G. Wetzel, 1983, citado por Instituto de Economia, 2003.

Na Tabela 2 é apresentado o consumo de água no planeta desde o ano de 1900,


por setor consumidor.

Tabela 2. Consumo de água por setor consumidor.


S e t o r / c o n s u m o a n u a l ( k m 3) 1900 1950 1970 1980 2000

Agricultura 409 859 1.400 1.730 2.500

Indústria 4 15 38 62 117

Municipal 4 14 29 41 65

Reservatório - 7 66 120 220

Total 417 894 1.540 1.950 2.900

F o n t e : W a t e r i n C r i s i s , 1 9 9 3 , citado por Instituto d e E c o n o m i a , 2 0 0 3 .

É grande o consumo de água no planeta, sendo a maior parte usada na agricultura


e na indústria e o menor volume para uso doméstico.

Nos dias de hoje mais de 250 milhões de pessoas, em 26 países, já enfrentaram


escassez crônica de água. Estima-se que em 30 anos a população mundial será
de 8.000 bilhões de pessoas, o que elevará para 3 bilhões o número de seres
humanos que sofrerão com a escassez de água, em 52 países.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
20 Trabalhos apresentados

Segundo estudo realizado pelas Nações Unidas, no Oriente Médio e norte da


África muitas pessoas já estão sofrendo com a falta de água. Estima-se que até
2025, 45% da população da Terra deverá estar passando por problemas
semelhantes, pois as reservas de água em locais como a China, Índia e África do
Sul deverão esgotar-se completamente. Será necessário produzir mais comida e
mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Essas
perspectivas fazem crescer o risco de guerras, porque a questão das águas torna-
se internacional.

Atualmente, segundo a ONU (1997), citado por Instituto de Economia (2003), há


mais de 1 bilhão de pessoas sem suficiente disponibilidade de água para
consumo doméstico. Prevê-se que, para o século XXI, metade da população
mundial sofrerá com a falta de água ou disporá apenas de água insalubre,
segundo estudos da Comissão Mundial da Água, como conseqüência da
contaminação de rios e mares, do desperdício e da má administração de recursos
naturais.

Ao calcular-se a razão entre a quantidade total de água doce em rios e lagos,


126.200 km3, e o volume anual utilizado pelo homem, 2.900 km3, obtém-se um
tempo de circulação de 44 anos, que é bastante inferior ao tempo de sua
renovação em escala global, indicando uma tendência de se tornar um recurso
cada vez mais escasso.

A Tabela 3 mostra a disponibilidade hídrica per capita para os blocos geo-


econômicos.

Tabela 3. Disponibilidade hídrica de água doce per capita e escassez hídrica, para
o ano 2000.
Estimativa - Participação Disponibilidade per capita
Bloco
população ano 2000 (milhões) (%) (m 3/ a n o )

África 790 13 3.966.


América Latina 508 8 24.973

Ásia 3.678 61 4.050


OCDE 1.061 18 11.196
Mundo 6.037 100 7.055

Fonte: ONU, 1997, citado por Instituto de Economia, 2003.


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Trabalhos apresentados 21

4.1 Águas do Brasil


O Brasil detém 13% de toda a água doce superficial do planeta. A disponibilidade
hídrica do Brasil é de 8.160,00 km3/ano, e a do planeta chega a 41.497,73 km3/ano
o que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab/ano.

Essa quantidade, no entanto, não está distribuída igualmente nas regiões


brasileiras (Figura 1).

FIGURA 1. Bacias Hidrográficas Brasileiras. Fonte: AGÊNCIA... 2002.

O Norte, uma das regiões menos habitadas do país, com apenas 5% da


população brasileira, concentra 80% desse total. É na Amazônia que está a
maior bacia fluvial do mundo. O volume d’água do rio Amazonas é o maior do
globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta.

O Sudoeste, que concentra 50% da população do país, local onde se localiza o


maior parque comercial e industrial da América Latina, detém somente 6% da
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22 Trabalhos apresentados

água. Os 14% de água restantes estão distribuídas nas demais regiões


brasileiras.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, no último meio século a


disponibilidade de água por ser humano diminuiu 60%, enquanto a população
aumentou 50%.

Cada pessoa vive bem usando cerca de 40 litros diários de água. Só no Brasil a
cota média utilizada é de 200 litros diários. Estes 200 litros são usados da
seguinte forma: 33% para descarga do banheiro; 27% para cozinhar e beber;
25% para higiene pessoal; 12% para lavagem de roupa e 3% para outros usos.

4.2 Águas do Paraná


O Estado do Paraná apresenta grande importância econômica, em grande parte
devido à sua riqueza em água, tanto superficial como subterrânea.

O Paraná é subdividido em duas principais bacias de desaguamento: os rios que


pertencem ao grande sistema de captação do rio Paraná e o complexo de rios
que pertencem à bacia de drenagem do Atlântico.

Os principais rios da bacia hidrogáfica do Paraná são o Paranapanema, Tibagi,


Ivaí, Piquiri e o Iguaçu, que formam um complexo hidrográfico com enorme
potencial energético (Figura 2). Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce ao
lado de Curitiba e deságua no extremo oeste do Estado, no rio Paraná, na
fronteira com o Paraguai, tem potencial hidrelétrico para 11,3 mil megawatts.

A rigor o Paraná possui apenas duas bacias hidrográficas, separadas pela Serra do
Mar. A Leste da Serra do Mar está a bacia Atlântica ou Litorânea, e a Oeste está a
bacia do rio Paraná, que é parte importante da bacia do Prata. Entretanto para
efeito de estudos o Estado foi dividido em 16 bacias hidrográficas (Tabela 4).
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Trabalhos apresentados 23

FIGURA 2. Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná. Fonte: MAPA... 2002.

T A B E L A 4 . Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná


2
Bacia Área km Disponibilidade m3/s (1)

Cinzas 9658 8,21

Iguaçu 55048 224,90

Itararé 5187 9,73

Ivaí 36594 130,80

Atlântica 5766 17,30

Paraná I 1332 3,33

Paraná II 2825 7,06

Paraná III 8389 12,58

Paranapanema I 1246 0,93

Paranapanema II 695 0,61

Paranapanema III 3745 7,49

Paranapanema IV 4149 10,37

Piquiri 24731 134,70

Pirapó 5025 11,06

Ribeira 9129 27,39

Tibagi 24712 80,20

Total 198231 686,66

(1) Os valores de vazão disponível são valores de vazão nos períodos de estiagem.
Fonte: MAPA... 2002.
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24 Trabalhos apresentados

5. CICLO DA ÁGUA
O caminho percorrido pela água é chamado ciclo da água. A água que evapora
dos lagos, rios e oceanos forma as nuvens. As nuvens devolvem a água à terra
em forma de chuva. Ela penetra no solo, recarregando os reservatórios
subterrâneos e provendo as nascentes dos rios. A chuva cai nos oceanos
misturando-se com a água salgada, torna a evaporar, chove e retorna à terra
(Figura 3).

Figura 3. O ciclo da água (Fonte: Embrapa, 1996).

6. QUALIDADE DA ÁGUA
A água pode dissolver vários compostos químicos. Por isto é fácil compreender
porque não existe água totalmente pura na natureza. Tanto as de superfície, como
as de lençóis subterrâneos e de poços profundos podem conter zinco, magnésio,
cálcio, ferro, cobre e até materiais radioativos, entre outras substâncias. O fator
determinante para a qualidade da água é o grau de concentração dos compostos
químicos presentes.
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A potabilidade de nossas águas vem sendo comprometida pela poluição e pela


contaminação provocada pelos seres humanos, e segundo a Organização
Mundial de Saúde - OMS, este fato representa, cada vez mais, um perigo para a
saúde e o bem-estar do homem. Só de diarréias morrem no mundo mais de 5
milhões de crianças por ano. A OMS aponta ainda a degradação dos recursos
hídricos como uma importante ameaça ao desenvolvimento econômico.

Os parques industriais respondem por 21% da água consumida no Brasil, e o


abastecimento domiciliar por 6%. Os maiores complexos industriais e
populacionais do país encontram-se nas capitais. Os rios e lagos brasileiros vêm
sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação
e tratamento.

Nas cidades, o saneamento básico não consegue acompanhar o crescimento


demográfico, deixando de atender parte significativa da população,
principalmente no que se refere à distribuição de água tratada, coleta e
tratamento de esgotos e disposição adequada do lixo, o que provoca poluição e
contaminação dos recursos hídricos. Os corpos de água assim comprometidos,
aliados ao consumo da água sem tratamento, provocam doenças tais como o
cólera, a amebíase, a disenteria bacilar, a esquistossomose, a febre tifóide, as
cáries dentárias, a hepatite infecciosa, entre outras. O uso inadequado dos
recursos hídricos tem agravado também, a situação dos rios e lagos distantes
das capitais brasileiras, comprometendo a qualidade e quantidade da água
disponível para captação e tratamento.

Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, os rios Madeira, Cuiabá e


Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo
clandestino.

A agropecuária e a irrigação respondem por 73% da água consumida no país. A


diminuição da quantidade da água é agravada pela retirada da mata ciliar e o
comprometimento da qualidade fica por conta, principalmente, do uso abusivo e
irresponsável de insumos agrícolas (fertilizantes e agrotóxicos).

A exposição do solo aos processos erosivos, tanto no meio rural como nas
cidades, pela retirada da vegetação original e utilização do mesmo para cultivos
sem adoção de práticas de manejo e conservação, e/ou a falta de proteção dos
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
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solos em loteamentos urbanos, por exemplo, tem contribuído para aumentar a


quantidade de sedimentos presentes na água dos rios, elevando a turbidez da
mesma (Figura 4).

Foto: Marcos Fernando Gluck Rachwal.


FIGURA 4. Aporte de sedimentos (lado esquerdo) em zona de captação de água,
provenientes de afluente em cuja bacia os solos não estão sendo manejados
corretamente.

7. A ÁGUA E OS OUTROS
ELEMENTOS NATURAIS
Deve-se sempre buscar as inter-relações entre os elementos. Pode-se perguntar:
porque a água é importante para o ar, solo, flora, fauna e seres humanos? E
como estes elementos interagem com a água?

A água tem a capacidade de umedecer o ar, regulando a temperatura do mesmo.


Além disso, a chuva é capaz de absorver poeiras presentes no ar, contribuindo
para purificá-lo.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
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É a água que dissolve e transporta os nutrientes presentes no solo, permitindo


que os mesmos sejam incorporados aos tecidos dos vegetais. Os solos,
juntamente com as florestas, funcionam como verdadeiros filtros e armazéns
naturais de água.

Ao se infiltrar nos solos das encostas a água vai sendo purificada, pois as
impurezas presentes na mesma vão sendo retidas nas partículas do solo, as
quais as prendem como se fossem ímãs (vide Figura 16 no capítulo Solos).
Deste modo a água vai chegar limpa aos lençóis freáticos e posteriormente aos
rios.

Próximo às margens dos rios existem solos com alta capacidade de retenção de
líquidos que funcionam como verdadeiras “esponjas”, armazenando quantidades
significativas de água (vide Figuras 9 e 10 no capítulo Solos). Este reservatório
natural é importantíssimo, uma vez que regula a vazão de água nos rios,
fornecendo-lhes água nas estações mais secas e contendo o excesso durante as
estações chuvosas.

As florestas também fazem este serviço de filtragem e armazenamento de água,


sem cobrar nada. Pedem apenas o nosso respeito.

A copas das árvores funcionam como amortecedores da força e velocidade da


chuva. Isto é muito importante porque desta forma o volume de água da chuva é
vagarosamente conduzido ao solo, sendo que as eventuais impurezas presentes
na mesma são retidas pelas folhas, galhos e troncos das árvores, bem como pela
camada de folhas depositadas naturalmente acima da superfície do solo, o
“tapete” da floresta.

Estudos mostram que em uma área ocupada por uma floresta adulta, dos 1.000
mm de chuva que incidem sobre a mesma, 700 mm infiltram-se no solo graças
ao processo de retenção pelas copas e posterior redistribuição ao solo. Não é
difícil imaginar o que seria desta chuva se a floresta estivesse ausente.

Não se pode esquecer que a floresta ainda aumenta a taxa de infiltração, reduz o
escorrimento superficial de água no solo e diminui sua temperatura. Onde é mais
quente, no interior de uma floresta ou num campo a céu aberto? Mas o grande e
um dos mais nobres papéis das florestas é ocupar e proteger a beira dos rios,
conforme figura 5 (vide também a Figura 21 no capítulo sobre Solos).
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
28 Trabalhos apresentados

Foto: Marcos Fernando Gluck Rachwal


FIGURA 5. A natureza em equilíbrio: harmonia entre floresta, solo e água.

Estes benefícios que o solo e a floresta oferecem à água, e esta a ambos,


mostram a harmonia, dependência e ajuda mútua entre os elementos que formam
a natureza. Será que os seres humanos não podem seguir este exemplo?

A água também permite a decomposição de matéria orgânica presente nos solos


e nas florestas. Sem ela não haveria reciclagem dos nutrientes presentes nos
tecidos vegetais.

Muitas relações poderiam ser feitas entre a água e os animais. E o que dizer dos
animais aquáticos? A água é tudo para eles! Dá-lhes abrigo, alimento e locais
para reprodução. E é através dela que se locomovem. Muitos deles, como focas,
rãs, sapos e lontras hidratam e refrescam suas peles com este maravilhoso
líquido, não precisando de hidratantes artificiais, como os seres humanos.

E nós humanos também podemos dizer que a água é tudo para a gente. Ela nos
higieniza e refresca. Transportamos os mais variados tipos de materiais através
das hidrovias e dos mares. Já pararam para pensar quantas formas de lazer,
incluindo os esportes aquáticos, são desenvolvidas na água? Desde um simples
pescador até grandes indústrias vivem da colheita dos “frutos da água”, ou seja,
da pesca. Serve-nos ainda como fonte de energia. A água não só produz
alimentos mas também gera empregos.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 29

Para sensibilizar o público sobre a importância da água para os animais pode-se


utilizar a dinâmica “Água e aves aquáticas” (Figura 6), descrita a seguir.

Dinâmica: ÁGUA E AVES AQUÁTICAS


Autor desconhecido

MATERIAL NECESSÁRIO:
3 copos d’água
3 penas (macias)
1 porção de detergente
1 porção de azeite

COMO FAZER:
1 copo apenas com água (simbolizando o rio de águas limpas)
1 copo com detergente (simbolizando um rio poluído com esgotos)
1 copo com azeite (simbolizando um rio poluído com petróleo)

Cada uma das penas deverá ser mergulhada em um dos copos (sem soltá-la).

Ao introduzir a pena na água limpa, faça uma analogia com o mergulho de uma
ave aquática em um rio limpo. Mostre a seguir que a ave não apresentou
nenhum problema.

Ao introduzir as 2 restantes (uma de cada vez) em seu respectivo copo, faça a


mesma coisa, chamando a atenção para o que representa cada um deles, e
mostre a dificuldade da ave aquática ao utilizar um rio poluído com esgoto e
óleo.

Não esqueça de comentar qual é a alternativa da ave em um rio poluído e qual a


responsabilidade que cabe ao ser humano.

Obs: A dramatização fica por conta da imaginação de cada um.


Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
30 Trabalhos apresentados

Foto: Rachel Gueller Souza


FIGURA 6. Dinâmica: água e aves aquáticas.

8. LEIS EM DEFESA DA ÁGUA


O crescente agravamento da falta de água tem levado as pessoas a
estabelecerem uma nova forma de pensar e agir, inclusive mudando seus
hábitos, usos e costumes. Essa nova forma de pensar e agir visa o crescimento
econômico respeitando a capacidade dos recursos do meio ambiente, sobretudo
a água.

Racionalizar o uso da água não significa ficar sem ela periodicamente. Significa
usá-la sem desperdício, considerando-a uma prioridade social e ambiental, para
que a água tratada, saudável, nunca falte em nossas torneiras.

No Império Romano havia uma lei que obrigava o povo a cuidar bem das
nascentes e dos canais, condenando severamente quem não a cumprisse.

As leis em defesa da água evoluíram ao longo dos séculos à medida que


aumentaram as necessidades humanas em relação a ela.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 31

No Brasil, diversos órgãos governamentais dividem as responsabilidades sobre a


gestão das águas, e numerosas leis foram pouco a pouco sendo aperfeiçoadas.

A Lei Nº 9.433, de 08 de Janeiro de 1997, representa um importante passo na


defesa e administração da nossa água, pois institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o
art. 1º da Lei nº 8.001, de 14 de março de 1990, que modificou a Lei nº
7.990, de 28 de dezembro de 1989. Esta legislação, diferentemente do Código
de Águas e do Código de Águas Minerais, voltados para atividades que utilizam
a água superficial ou subterrânea com a intenção única e exclusiva de gerar
lucros, confere à água a importância de bem de domínio público, limitado, de
valor econômico, cujo uso prioritário é o consumo humano. Define a bacia
hidrográfica como unidade territorial de gestão dos recursos hídricos,
determinando que haja a participação de usuários, comunidades e entidades
civis, através de uma forma de gestão descentralizada. Tem como objetivos
principais assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
águas, prevenir e defender as águas de ocorrências hidrológicas críticas, naturais
ou provocadas pelo ser humano.

A água é bem comum da nação. É um recurso precioso de um povo. Sua


proteção, valorização e uso sustentável, respeitando os equilíbrios naturais, é
dever de todos. É herança de vida das gerações futuras.

Portanto, uma administração racional das águas introduz o conceito de


preservação dos ecossistemas contra as fontes poluidoras, e a restauração da
qualidade de vida, valorizando economicamente o recurso e a sua distribuição
entre os usuários. É preciso adotar com a água uma relação equilibrada e
harmônica para garantir a sobrevivência e o futuro de todas as espécies vivas.

9. AGRESSÕES À ÁGUA
9.1 Poluição
Consiste na alteração indesejável das características físicas, químicas ou
biológicas do meio em conseqüência da descarga de poluentes. Estas alterações
são resíduos das atividades humanas, e podem poluir e contaminar o ar, o solo e
a água.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
32 Trabalhos apresentados

9.1.1 Poluição da água


Estudos realizados pela ONU mostram que as águas continentais estão poluídas a
tal ponto que seu uso para consumo humano ou irrigação já está comprometido
em algumas regiões do planeta.

As principais responsáveis por essa situação são as atividades industriais e


mineradoras, as práticas agrícolas (agrotóxicos) e o destino inadequado dos
esgotos residenciais (eutrofização).

Como em países subdesenvolvidos apenas uma fração da população tem acesso


a água tratada, o lançamento de esgotos nos rios tem elevado de forma
significativa o índice de doenças infecciosas e parasitárias que têm como veículo
a água.

9.1.2 Contaminação da água por chorume


Definido como todo e qualquer resíduo sólido descartado pelas atividades do
homem na sociedade, o lixo representa um dos grandes problemas ambientais da
atualidade, em virtude da sua grande quantidade, destinação inadequada e
produção de chorume (líquido preto produzido pela decomposição da matéria
orgânica que contamina os lençóis freáticos).

9.1.3 Contaminação da água por metais pesados


Os despejos de resíduos industriais são as principais fontes de contaminação das
águas dos rios com metais pesados. Indústrias metalúrgicas, de tintas, de cloro e
de plástico PVC (vinil), entre outras, utilizam mercúrio e diversos metais em suas
linhas de produção e acabam lançando parte deles nos cursos de água. Outra
fonte importante de contaminação do ambiente por metais pesados são os
incineradores de lixo urbano e industrial, que provocam a sua volatilização e
formam cinzas ricas em metais, principalmente mercúrio, chumbo e cádmio.

Os metais pesados não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto
de vista químico, o que explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na
natureza. Normalmente, apresentam-se em concentrações muito pequenas,
associados a outros elementos químicos, formando minerais em rochas. Quando
lançados na água como resíduos industriais, podem ser absorvido pelos tecidos
animais e vegetais.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 33

Uma vez que os rios deságuam no mar, estes poluentes podem alcançar as águas
salgadas e, em parte, depositar-se no leito oceânico. Além disso, os metais
contidos nos tecidos dos organismos vivos que habitam os mares acabam
também se depositando, cedo ou tarde, nos sedimentos, representando um
estoque permanente de contaminação para a fauna e a flora aquáticas.

Estas substâncias tóxicas também depositam-se no solo ou em corpos d’água de


regiões mais distantes, graças à movimentação das massas de ar. Assim, os
metais pesados podem se acumular em todos os organismos que constituem a
cadeia alimentar do homem. É claro que populações residentes em locais
próximos a indústrias ou incineradores correm maiores riscos de contaminação.

Os metais pesados podem ser eliminados da água através de um tratamento


específico. Quando detectados na água “in natura”, é feito um pré-tratamento
também com substâncias químicas, formando também compostos mais pesados,
que se depositam no fundo dos tanques de tratamento. Após esta etapa, a água
segue para o tratamento tradicional.

9.1.4 Chuva ácida


Os óxidos de enxofre (SO2) e de nitrogênio (NO2), liberados na atmosfera em
virtude da queima de combustíveis fósseis por indústrias e veículos afetam não
só a saúde da população como também a do meio ambiente. Esses óxidos
reagem com o vapor de água formando ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico
(HNO3), que se precipitam com a umidade formando as chuvas ácidas. Essas,
além de destruírem plantações e florestas, poluírem rios e lagos, corroem prédios
e monumentos.

Podemos citar como exemplos de regiões afetadas por chuvas ácidas as ilhas
Bermudas, as montanhas amazônicas do sul da Venezuela e Cubatão, em São
Paulo. Em Cubatão os índices de pH da chuva atingiram em 1983 valores de
4,7 a 3,7, devido ao enxofre despejado na atmosfera, proveniente das
petroquímicas e siderúrgicas.

9.2 Eliminação das florestas ciliares


A remoção de florestas ciliares é uma das formas mais drásticas de comprometer
a qualidade e quantidade das águas dos rios. Em sua ausência o solo das
margens, que geralmente apresenta areia em sua constituição (material
inconsistente e que não resiste ao impacto da água) é conduzido para dentro dos
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
34 Trabalhos apresentados

rios, aumentando a turbidez, prejudicando a respiração dos peixes, diminuindo a


navegabilidade e aumentando os riscos de inundação (Figura 7). Infelizmente a
legislação que protege estas áreas, proibindo a remoção da vegetação, não está
sendo cumprida na maioria dos casos.

Foto: Marcos Fernando Gluck Rachwal


FIGURA 7. Desbarrancamento de margem e carreamento de sedimentos para dentro do
rio assoreando o leito do mesmo devido à retirada da floresta ciliar.

10. RECUPERAÇÃO DAS ÁGUAS

O saneamento pode ser uma forma simples de recuperação e proteção da água.


No entanto, ele não resolve o problema causado nas águas pelo esgoto industrial
(uma grande fonte poluidora) e pelos garimpos (assoreamento de rios e
contaminação com mercúrio).

Embora seja possível recuperar um rio poluído, trata-se de um processo lento e


dispendioso. Portanto, medidas preventivas devem ser adotadas como forma de
se tentar preservar a qualidade das águas. As medidas deverão ser, antes de
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 35

tudo, regulamentadoras do uso do solo, devido ao grande poder que o mesmo


possui de filtrar e armazenar a água.

10.1 Saneamento Básico


Saneamento é o conjunto de medidas que visam preservar ou modificar as
condições do ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a
saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água e disposição
de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria. Outras atividades de
saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos,
escolas, locais de trabalho, lazer e habitações.

Normalmente, qualquer atividade de saneamento objetiva o controle e prevenção


de doenças e a melhoria da qualidade de vida da população.

10.1.1 Abastecimento de água


A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser
considerada como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem
substâncias que modificam estes padrões, ela é considerada poluída. A presença
de compostos nitrogenados, cloretos e alto consumo de oxigênio indicam
poluição por matéria orgânica. Para o abastecimento de água, a melhor saída é a
solução coletiva, excetuando-se comunidades rurais muito afastadas.

10.1.2 Distribuição
As redes de abastecimento funcionam sob o princípio dos vasos comunicantes.
A água necessita de tratamento para se adequar ao consumo.

10.1.3 Sistema de esgotos


Dejetos são compostos de materiais rejeitados ou eliminados devido à atividade
normal de uma comunidade. O sistema de esgotos existe para afastar a
possibilidade de contato dos mesmos com a população e com as águas de
abastecimento. O sistema de esgotos ajuda a reduzir despesas com o tratamento
da água fornecida à população, controle de doenças, além de controlar a
poluição das praias.

O esgoto (também chamado de águas servidas) pode ser de vários tipos:


sanitário (água usada para fins higiênicos e industriais), sépticos (em fase de
putrefação), pluviais (águas pluviais), combinado (sanitário + pluvial), cru (sem
tratamento), fresco (recente, ainda com oxigênio livre).
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
36 Trabalhos apresentados

Há soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não água


encanada. Existem três tipos de sistemas de esgotos:

• sistema unitário: é a coleta do esgotos pluviais, domésticos e industriais em um


único coletor. Tem custo de implantação elevado, assim como o tratamento
também é caro.
• sistema separador: o esgoto doméstico e industrial ficam separados do esgoto
pluvial. É o usado no Brasil. O custo de implantação é menor.
• sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais.

A contribuição domiciliar para o esgoto está diretamente relacionada com o


consumo de água.

A diferença entre água e esgoto é a quantidade de microorganismos que no


último é extremamente maior. O esgoto não precisa necessariamente ser tratado,
depende das condições locais, desde que estas permitam a oxidação. Quando
isso não é possível, ele é tratado em uma Estação de Tratamento de Água
Residual (ETAR).

10.1.3.1 Coleta e tratamento


Ainda que só 0,1% do esgoto de origem doméstica seja constituído de
impurezas de natureza física, química e biológica, e o restante seja água, o
contato com esses efluentes e a sua ingestão é responsável por cerca de 80%
das doenças e 65% das internações hospitalares.

Atualmente, apenas 10% do total de esgotos produzido recebem algum tipo de


tratamento, os outros 90% são despejados “in natura” nos solos, rios, córregos
e nascentes, constituindo-se na maior fonte de degradação do meio ambiente e
de proliferação de doenças.

O esgoto sanitário requer não só a implantação de uma rede de coleta, mas


também um adequado sistema de tratamento e disposição final.

Alternativas de coleta mais baratas que as convencionais vêm sendo


implementadas em algumas cidades brasileiras, como o sistema condominial.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 37

Quanto ao tratamento, há várias opções atualmente disponíveis que devem ser


avaliadas segundo critérios de viabilidade técnica e econômica, além de
adequação às características topográficas e ambientais da região. Dependendo
das necessidades locais, o tratamento pode se resumir aos estágios preliminar,
primário e secundário. No entanto, quando o lançamento dos efluentes tratados
se der em corpos d’água importantes para a população, seja porque deles se
capta a água para o consumo, seja porque são espaços de lazer, recomenda-se
também o tratamento terciário seguido de desinfecção, via cloração das águas
residuais.

O tratamento preliminar se dá por meio de grades e caixas de areia, visando à


retenção dos sólidos em suspensão (galhos e demais materiais mais grosseiros,
como terra, areia e gordura decantáveis) que deve ser posteriormente conduzido
para aterros sanitários.

O tratamento primário é a decantação simples por meio da ação da força da


gravidade ou por precipitação química, o que requer o uso de equipamentos.
Nesse estágio é gerado o lodo primário que deve ser manuseado com cuidado e
tratado por processos de secagem ou incineração antes da sua disposição no
solo.

No tratamento secundário são removidos os sólidos finos suspensos que não


decantam, e são digeridos por bactérias.

Investir no saneamento é melhorar a qualidade de vida da população, bem como


a proteção ao meio ambiente urbano.

Nas obras de instalação da rede de coleta de esgotos poderão ser empregados os


moradores locais, gerando emprego e renda para a população beneficiada, que
também pode colaborar na manutenção e operação dos equipamentos.

Conduzido pela administração pública municipal, o saneamento ambiental é uma


excelente oportunidade para desenvolver instrumentos de educação sanitária e
ambiental, o que aumenta sua eficácia e eficiência. Por meio da participação
popular ampliam-se os mecanismos de controle externo da administração
pública, concorrendo também para a garantia da continuidade na prestação dos
serviços e para o exercício da cidadania.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
38 Trabalhos apresentados

Apesar de requerer investimentos para as obras iniciais, as empresas de


saneamento municipais são financiadas pela cobrança de tarifas (água e esgoto),
o que garante a amortização das dívidas contraídas e a sustentabilidade a médio
prazo. Como a cobrança é realizada em função do consumo (o total de esgoto
produzido por domicílio é calculado em função do consumo de água), os
administradores públicos podem implementar políticas educativas de economia
em épocas de escassez de água e praticar uma cobrança justa e escalonada.

10.2 Tratamento da água

NO BRASIL 58% DOS MUNICÍPIOS NÃO TEM ÁGUA TRATADA!

O tratamento de água é iniciado nas barragens (Figura 8), através de um serviço


de proteção aos mananciais que tem como objetivo principal, evitar a poluição da
água por detritos, impurezas e mesmo lançamentos de origem doméstica,
agrícola ou industrial que, desta ou daquela maneira, alterem a qualidade dos
mesmos.

Foto: Marcia Mayer de Lima

FIGURA 8. Represa do Caiguava no Centro de Educação Ambiental Mananciais da


Serra- CEAM da SANEPAR, Piraquara-PR.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 39

Um serviço de hidrobiologia controla o crescimento excessivo de algas e outros


microorganismos, através de análises de rotina, que apontam o estado de alerta,
quando o mesmo atinge um número superior a 1000 microorganismos/cm3. É
feito, nesses casos, uma desinfecção do manancial com sulfato de cobre ou
hipoclorito de sódio, a depender da sensibilidade das algas a este ou aquele
algicida. Após chegar à estação de tratamento, a água recebe tratamentos
diversos enumerados a seguir:

a) Floculação: é o processo no qual a água recebe substâncias químicas, como o


sulfato de alumínio, sulfato ferroso, entre outras. Estes produtos fazem com
que as impurezas da água reajam com a substância química, formando
compostos mais pesados, flocos (Figura 9 e 10), para serem facilmente
removidos no processo seguinte.

Foto: Marcos Fernando Gluck Rachwal

FIGURA 9. Partículas sólidas sendo aglutinadas por substâncias químicas, formando


flocos mais pesados que a água, sendo separadas da mesma.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
40 Trabalhos apresentados

Foto: Marcos Fernando Gluck Rachwal.


FIGURA 10. Água livre de sedimentos (ao centro) sendo conduzida para as fases
subseqüentes do tratamento.

b) Decantação: neste processo, como os flocos de sujeira são mais pesados do


que a água, caem e se depositam no fundo do decantador. O período médio
de retenção da água nesses tanques é de três horas.

c) Filtração: nesta fase, a água passa por várias camadas filtrantes, compostas por
areias de granulometria variada, onde ocorre a retenção dos flocos menores
que não ficaram na decantação.

Estas três etapas: floculação, decantação e filtração recebem o nome de


clarificação.

Nesta fase, todas as partículas de impurezas são removidas, deixando a água


límpida mas ainda não pronta para ser usada. Para garantir a qualidade da água,
após a clarificação é feita a desinfecção, composta por cloração e fluoretação,
descritos a seguir:
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 41

d) Cloração: consiste na adição de cloro à água clarificada. Este produto é usado


para destruição de microorganismos presentes na água que não foram retidos
na etapa anterior. O cloro é aplicado em forma de gás ou em soluções de
hipoclorito, numa proporção que varia de acordo com a qualidade da água e
de acordo com o cloro residual que se deseja manter na rede de
abastecimento.

e) Fluoretação: é uma etapa adicional. O produto aplicado tem a função de


colaborar para redução da incidência da cárie dentária. O flúor é aplicado na
água, usando como produtos fluossilicato de sódio ou ácido fluossilícico.

f) Análises laboratoriais: Cada Estação de Tratamento de Água (ETA) possui um


laboratório que processa análises e exames físico-químicos e bacteriológicos
destinados à avaliação da qualidade da água, desde o manancial até o sistema
de distribuição. Além disso, pode existir um laboratório especial que faz a
aferição de todos os sistemas e também realiza exames como a identificação
de resíduos de pesticidas, metais pesados e plâncton. Esses exames são feitos
na água bruta, durante o tratamento e em pontos da rede de distribuição, de
acordo com o que estabelece a legislação em vigor.
g) Bombeamento: Concluído o tratamento, a água é armazenada em reservatóri-
os e segue até as residências através de canalizações.
h) Filtro de Carvão Ativado: Trata-se de um equipamento que tem por finalidade
primordial a remoção de cloro livre e de matéria orgânica, agentes estes que
causam gosto e cor na água filtrada e podem, eventualmente, oxidar as resinas
de troca iônica utilizadas em tratamento de água para geradores de vapor,
hospitais, indústrias farmacêuticas. O filtro pode ser capaz de remover resquíci-
os de agrotóxicos presentes na água, que o tratamento não conseguiu remo-
ver.

Existem muitas alternativas para recuperação e utilização racional da água. Pode-


se coletar a água usada em pias e chuveiros, tratá-la e reutilizá-las em descargas,
jardins e lavagem de calçadas.

A captação da água das chuvas em cisternas também é uma forma inteligente de


economizar. Na região de Araruama, no Rio de Janeiro, estabeleceu-se um
sistema simples de coleta de água da chuva, no qual a mesma é conduzida dos
telhados das casas para cisternas que ficam embaixo delas. Esta água pode ser
consumida nas descargas e pias de banheiros e cozinhas, bem como para lavar
carros e calçadas, além de uso na irrigação, e praticamente sem custo.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
42 Trabalhos apresentados

O sistema de irrigação por gotejamento, no qual são distribuídos canos com


pequenos orifícios que fornecem água em pequenas doses, próximo às plantas,
são muito mais econômicos do que os que utilizam aspersão.

11. ESCLARECENDO ALGUMAS


DÚVIDAS
- Aspecto turvo da água não significa necessariamente contaminação:
O homem sempre teve uma grande preocupação com respeito ao aspecto
estético da água que bebe. Antigas civilizações já empregavam métodos de
filtração ou decantação para remover a turbidez provocada por partículas em
suspensão na água.

- Lançamento Excessivo De Matéria Orgânica:


O lançamento excessivo de matéria orgânica nos corpos d’água provocam o
desequilíbrio ecológico e não um envenenamento das águas, apesar desta ser
uma das causas mais freqüentes de morte de peixes em rios poluídos. Os
organismos que respiram dentro do ambiente líquido são afetados diretamente.
Indiretamente, entretanto, o homem é prejudicado, seja pelo desaparecimento
dos peixes, que constituem uma importante fonte de alimento protéico, seja
pelas dificuldades que a poluição em geral provoca em relação ao tratamento da
água para abastecimento.

- Veiculação Hídrica De Organismos Patogênicos:


Microrganismos patogênicos não se reproduzem nem vivem muito tempo nas
águas. Nelas são encontrados porque foram introduzidos através dos esgotos
ou resíduos que contenham fezes humanas de pessoas doentes, pois o
ambiente favorável à vida e à proliferação desses seres é o próprio corpo
humano. Uma vez expelidos para o ambiente externo, solo ou água, eles
geralmente vivem pouco tempo, embora o suficiente, muitas vezes, para que
sejam ingeridos por outra pessoa que se tornará assim, contaminada, adquirindo
a doença provocada por eles.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
Trabalhos apresentados 43

12. DICAS ECOLOGICAMENTE


CORRETAS QUE AJUDAM A
ECONOMIZAR ÁGUA

Manter as torneiras bem fechadas, usá-las com moderação, eliminar defeitos e vazamentos.
Uma torneira pingando significa a perda de aproximadamente 45 litros
de água por dia.
Deixar a torneira fechada ao escovar os dentes.
Uma torneira aberta durante 3 minutos equivale a 23 litros de
água desperdiçados.

Para escovar os dentes só é necessário um copo d´água.


A lavagem do carro é mais econômica se for realizada com um balde e esponja.
Neste processo, o consumo será de 60 litros de água.
Todo banho demorado implica em consumo exagerado de água.

Dez minutos são mais que suficientes para uma boa higiene corporal. Mais do que isto é
desperdício.
As válvulas de descarga dos vasos sanitários de parede chegam a gastar
19 litros de água. Deve-se evitar descargas desnecessárias e
prolongadas.
Reciclar as águas de aquários, lavagem de legumes e outras, para molhar plantas.
Não lavar as calçadas com jatos d´água de mangueira.
Ao usar máquinas lava-louças ou lava-roupas, utilizá-las no nível alto com o
máximo de material possível.
Verificar sempre, com atenção, o consumo d´água de sua casa.
Os procedimentos daqueles que realmente se preocupam com a qualidade do ambiente em
que vivem, assim como a conservação dos recursos naturais, não devem ficar restritos ao local
onde moram.
Na rua, ao verificar algum vazamento, avisar imediatamente à empresa concessionária.
Denunciar a um órgão de defesa do consumidor os casos de conserto ou
reparo na rede pública onde verificar negligência na execução por parte
da firma responsável pela obra.
Ao notar água “servida” ou “esgoto a céu aberto” sendo lançado em via
pública, deve-se mobilizar a população afetada e exigir providências dos órgãos competentes.

“Homens se educam entre si intermediados pelo mundo”.


Paulo Freire - Caderno de Princípios.
Os seis elementos: Água, Ar, Solo, Flora, Fauna, Ser Humano:
44 Trabalhos apresentados

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