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1.

Cisma do Oriente (1054): O Grande Cisma do Oriente resultou na separação entre a Igreja
Católica Romana e a Igreja Ortodoxa. Essa divisão enfraqueceu a autoridade papal e sofreu
a influência do papado nas regiões orientais.
A Cisma do Oriente representou parte dos conflitos gerados pela Igreja Católica do Ocidente e do
Oriente, em meados do século XI, o que resultou na criação de duas vertentes da religião, as quais
permanecem até os dias atuais: a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica Ortodoxa.
Do latim, a palavra “cisma” (schisma) significa dividir, partir, separar.

E marcou a diferença de interesses (políticos, culturais, sociais) entre as partes envolvidas,


separando definitivamente a religião católica, sendo um dos mais significativos acontecimentos na
história das religiões. Eventos anteriores já demostravam as variantes culturais existentes entre
uma e outra, no entanto, foi na Cisma do Oriente que essa separação ocorreu de fato.

Desde o século IV, o Imperador de Roma, Constantino, elegeu a religião católica como oficial do
Império Romano. Após o Concílio de Niceia (325 d.C.) e decorrente às diferenças existentes em
cada uma, a Igreja Católica foi dividida em: Igreja Católica Apostólica Romana e as Igrejas Católicas
Ortodoxas de Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Por conseguinte, outros concílios
ecumênicos aconteceram, no entanto, o que ficou determinada foi a crença na divindade de Cristo
e a união da cristandade.

Os conflitos dessas duas vertentes remontam o século IV, com a divisão do Império Romano em
Oriental e Ocidental, e a transferência da capital da cidade de Roma para Constantinopla.

Entretanto, foi no ano de 1054 que ocorreu na cidade de Constantinopla, a Cisma do Oriente,
que definitivamente separou as duas vertentes do catolicismo. Vale lembrar que a sede da
Igreja Católica do Ocidente era em Roma, enquanto a Igreja Católica do Oriente era em
Constantinopla.

Os ortodoxos seguiam os ideais do “Cesaropapismo Bizantino” (subordinação da Igreja ao


Estado), que desagradava os católicos do ocidente, uma vez que os ortodoxos do ocidente
elegiam um Patriarca ecumênico, não compartilham a crença nos santos e da virgem Maria, além
de não consideravam obrigatório o celibato para os padres.

Por sua vez, os católicos de Roma, creditavam todo o poder na figura do Papa, ao mesmo tempo
em que veneravam os Santos, acreditavam no purgatório (além do céu e inferno) e ainda, o
celibato para padres era obrigatório.

Parte disso explica uma diferença substancial na iconoclastia das duas vertentes da religião,
posto que as Igrejas Católicas do Ocidente são constituídas de diversas imagens de santos,
enquanto as Igrejas Ortodoxas, não apresentam nenhuma.

Além das diferenças dogmáticas, os Impérios Romanos do Ocidente e Oriente passaram por
distintos processos históricos, o que configurou diferentes traços culturais, sociais, religiosos e
políticos em cada uma delas. Assim, o Império Romano do Ocidente foi invadido pelos Bárbaros,
e o Oriente permaneceu com fortes características do mundo clássico, pautadas na tradição da
cristandade helenística.

2. Cisma do Ocidente (1378-1417): O Cisma do Ocidente foi um período de disputa interna


dentro da Igreja Católica, com dois e depois três papas rivais. Isso causa confusão e
desunião, minando a confiança do papado e enfraquecendo sua autoridade.
3. Avanço dos estados nacionais: Durante a Idade Média, os estados nacionais estavam
emergindo na Europa. Esses estados buscavam consolidar seu poder e autonomia em
relação à autoridade papal, gerados em conflitos entre a Igreja e os governantes
seculares.Isso gradualmente sofreu a influência do papado sobre os assuntos políticos e
sociais.
EXEMPLO: Um exemplo importante desse conflito foi a investidura, uma disputa que ocorreu
durante o século XI entre o papa e o imperador do Sacro Império Romano-Germânico sobre quem
tinha o direito de nomear bispos e outras autoridades eclesiásticas. O papado reivindicava esse
direito como uma prerrogativa divina, enquanto o imperador considerava-o como parte de sua
autoridade secular. Esse conflito resultou em uma luta pelo poder e influência entre o papado e o
império.
Henrique IV governou o Sacro Império Romano-Germânico de 1056 a 1105. Ele entrou em conflito
com o papa Gregório VII (também conhecido como Hildebrando), que buscava afirmar a
autoridade do papado sobre as nomeações e investiduras dos líderes da Igreja

4. Reforma Protestante (século XVI): A Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero e
outros reformadores, contestou a autoridade papal e questionou várias práticas e doutrinas
da Igreja Católica. Esse movimento resultou em uma divisão significativa dentro do
cristianismo ocidental e enfraqueceu ainda mais o poder do papado.
EXEMPLO: Venda de indulgências: A prática de vender indulgências era uma maneira pela qual a
Igreja Católica arrecadava dinheiro, oferecendo remissão parcial ou total das penas temporais
pelos pecados. Martinho Lutero, em particular, criticou essa prática, argumentando que a salvação
não poderia ser comprada ou vendida.

5. Avanços científicos e intelectuais: Durante o Renascimento e o Iluminismo, houve um


aumento do pensamento crítico, avanços científicos e novas ideias que desafiaram a visão
de mundo promovida pela Igreja Católica. Esses desenvolvimentos minaram a autoridade
papal como a principal fonte de conhecimento e verdade. EXEMPLO: A teoria heliocêntrica
de Copérnico: Até o século XVI, a Igreja Católica promovia a visão geocêntrica de que a
Terra era o centro do universo. No entanto, o astrónomo Nicolau Copérnico considerou a
teoria heliocêntrica, que afirmava que o Sol era o centro do sistema solar. Isso foi
considerado heresia pela Igreja, mas a teoria de Copérnico acabou sendo confirmada por
outros cientistas e se tornou amplamente aceita.

6. Papas corruptos e decadentes: Durante o final da Idade Média, muitos papas eram
conhecidos por seu comportamento imoral e falta de liderança espiritual. Alguns eram
acusados de nepotismo, venda de cargas eclesiásticas e até mesmo de promover a guerra.

1. EXEMPLO: Papa Alexandre VI (1492-1503): Também conhecido como Rodrigo Bórgia,


Alexandre VI é frequentemente citado como um exemplo proeminente de um papa
corrupto e decadente. Ele foi acusado de nepotismo, favorecendo seus filhos ilegítimos com
posições de poder e riqueza. Além disso, ele era conhecido por sua vida promíscua e
envolvimento em intrigas políticas, buscando expandir seu poder temporal e territorial.
2. Papa Bonifácio VIII (1294-1303): Bonifácio VIII foi acusado de abuso de poder e excesso de
autoridade. Ele entrou em conflito com o rei Filipe IV da França sobre a questão da
supremacia papal versus a soberania real. Essa disputa resultou na prisão de Bonifácio VIII e
na tentativa de Filipe IV de subjugar o papado à autoridade real.
3. Papa Leão X (1513-1521): Leão X, membro da família Medici, é conhecido por seu estilo de
vida luxuoso e despesas extravagantes. Ele era um patrono das artes e das letras, mas
muitas vezes era criticado por sua falta de interesse em questões espirituais e sua busca por
riquezas temporais.

Esses são apenas alguns dos principais fatores e eventos para o declínio do papado medieval. Vale
ressaltar que o papado não desapareceu completamente e ainda exerce influência significativa os
dias de hoje, mas até seu poder e autoridade foram criados por esses eventos históricos.

Há diferenças significativas na autoridade papal entre a Idade Média e os dias atuais. Aqui
estão algumas das principais diferenças:

1. Poder Temporal: Durante a Idade Média, os papas não eram apenas líderes religiosos, mas
também governantes temporais. Eles exerciam autoridade política sobre os Estados
Pontifícios, um território governado pelos papas na região central da Itália. Roma, Ravenna,
Perugia, Bolonha e outras regiões adjacentes. Esses territórios eram governados
diretamente pelos papas como líderes políticos e religiosos, estabelecendo sua autoridade
temporal sobre a região.
2. Centralização do Papado: Durante a Idade Média, a Igreja Católica era uma instituição
altamente centralizada, com o papa como a autoridade suprema. Suas decisões e decretos
eram considerados infalíveis e de obrigação para toda a Igreja. Hoje, embora o papa ainda
seja reconhecido como a máxima autoridade na Igreja Católica, sua autoridade é exercida
de maneira mais consultiva e colegiada. Decisões importantes são tomadas em conjunto
com o Colégio dos Cardeais e outros organismos da Igreja.
3. Reformas e Mudanças Institucionais: A Igreja Católica passou por reformas e mudanças
institucionais desde a Idade Média. No século XVI, a Reforma Protestante desafiou a
autoridade papal e levou a mudanças dentro da Igreja. Além disso, o Concílio Vaticano II,
realizado entre 1962 e 1965, introduziu importantes reformas e atualizações nas práticas e
na governança da Igreja, buscando maior participação dos leigos e enfatizando o diálogo
com outras religiões.
4. Papado como líder moral: Hoje, o papado é amplamente reconhecido como uma
autoridade moral na Igreja Católica e no mundo em geral. O papa exerce influência sobre
questões sociais, políticas e éticas, mas essa autoridade não se estende a governos ou
Estados como no passado. O papa exerce seu papel como líder espiritual, promovendo
valores e princípios morais, mas não detém poder político ou temporal direto.

Essas são apenas algumas das diferenças entre a autoridade papal na Idade Média e a autoridade
papal nos dias atuais. É importante ressaltar que a evolução da autoridade papal reflete tanto as
mudanças históricas quanto as transformações dentro da Igreja Católica ao longo dos séculos
1. Simão Pedro: Considerado o líder dos doze, Pedro era pescador e tornou-se um dos pilares
da Igreja Cristã.
2. André: Irmão de Pedro, também era pescador e foi um dos primeiros discípulos de Jesus.
3. Tiago, filho de Zebedeu: Junto com seu irmão João, foi chamado por Jesus para ser um dos
doze. Conhecido como Tiago Maior ou Tiago, o Maior.
4. João, filho de Zebedeu: Junto com seu irmão Tiago, era pescador e foi um dos discípulos
mais próximos de Jesus. Conhecido como o Discípulo Amado.
5. Filipe: Chamado por Jesus na Galileia, Filipe também se tornou um dos doze apóstolos.
6. Bartolomeu: Às vezes identificado como Natanael, foi chamado por Jesus enquanto estava
debaixo de uma figueira.
7. Mateus: Anteriormente conhecido como Levi, era um coletor de impostos antes de ser
chamado por Jesus.
8. Tomé: Conhecido como "Dídimo" ou "Gêmeo", ficou famoso por sua dúvida em relação à
ressurreição de Jesus.
9. Tiago, filho de Alfeu: Também chamado de Tiago, o Menor, para distingui-lo de Tiago, filho
de Zebedeu.
10. Simão, o Zelote: Pouco se sabe sobre ele, além de seu nome e associação com os doze
discípulos.
11. Judas, filho de Tiago: Às vezes chamado de Tadeu, para distingui-lo de Judas Iscariotes, foi
o responsável por fazer perguntas a Jesus na Última Ceia.
12. Judas Iscariotes: Infelizmente, Judas Iscariotes traiu Jesus e o entregou às autoridades
romanas em troca de trinta moedas de prata.

PEQUENOS GRUPOS E DISCIPULADO

Pequenos Grupos: Os pequenos grupos, como uma forma de reunião e comunhão entre os seguidores de uma
fé, têm raízes antigas em várias tradições religiosas e culturais. No contexto cristão, os pequenos grupos
surgiram como uma extensão do modelo de comunidade estabelecido por Jesus Cristo e seus primeiros
discípulos.

1. Jesus Cristo e os Doze Discípulos: Jesus formou um pequeno grupo íntimo de doze discípulos, com
quem ele compartilhava ensinamentos, experiências e ministério. Eles se reuniam regularmente para
aprender, discutir e compartilhar a vida juntos.

EXEMPLO: Ao longo de seu tempo juntos, Jesus compartilhou ensinamentos profundos com seus
discípulos, ensinando-lhes sobre o Reino de Deus, a vida piedosa, o amor ao próximo e os princípios
fundamentais da fé cristã. Ele também demonstrou por meio de suas ações e exemplo prático como viver
uma vida voltada para Deus.

Os encontros regulares entre Jesus e seus discípulos forneceram um ambiente de aprendizado íntimo e
pessoal, onde eles podiam fazer perguntas, obter esclarecimentos e compartilhar suas experiências de vida.
Jesus os equipou para seu ministério, enviando-os para pregar o evangelho, curar os enfermos e fazer
discípulos em seu nome.

2. Igreja Primitiva: Após a ascensão de Jesus, a Igreja Primitiva continuou a se reunir em pequenos
grupos nas casas dos crentes. Essas reuniões, conhecidas como "casas de oração" ou "casas da igreja",
eram locais de adoração, estudo das Escrituras, comunhão e encorajamento mútuo.
Algumas características dos pequenos grupos na Igreja Primitiva:
1- Comunhão e encorajamento: Os pequenos grupos proporcionavam um ambiente íntimo e acolhedor,
onde os crentes podiam compartilhar suas vidas, orações, necessidades e encorajamento mútuo. Eles
se conheciam pessoalmente e se apoiavam em sua jornada de fé.

2- Estudo das Escrituras: Os pequenos grupos eram locais onde os crentes se reuniam para estudar e
discutir as Escrituras. Eles buscavam um entendimento mais profundo da Palavra de Deus e aplicavam
seus ensinamentos em suas vidas diárias.

3- Oração e adoração: A oração era uma parte essencial dos encontros dos pequenos grupos. Os crentes
se uniam em oração, buscando a direção de Deus, intercedendo uns pelos outros e adorando juntos.

4- Partilha de refeições: A partilha de refeições era uma prática comum nos pequenos grupos. Eles
compartilhavam refeições, celebravam a Ceia do Senhor (Eucaristia) e fortaleciam seus laços de
comunhão.
5- Ensino e discipulado: Os pequenos grupos eram oportunidades para o ensino e o discipulado. Líderes
e membros mais experientes instruíam e orientavam os novos crentes, ajudando-os a crescer em sua fé
e a se tornarem discípulos comprometidos de Jesus.

Esses pequenos grupos desempenharam um papel significativo no crescimento e na disseminação do


Cristianismo nos primeiros séculos. Eles eram mais do que apenas uma extensão da igreja local, sendo uma
expressão vital da vida em comunidade e da vivência da fé no contexto cotidiano das pessoas. Os pequenos
grupos permitiam uma conexão pessoal e uma expressão prática da fé, construindo relacionamentos profundos
e fortalecendo a igreja como um todo.

Discipulado: O discipulado, que envolve o ensino, o acompanhamento e a formação de discípulos, também


tem suas raízes nos ensinamentos e exemplos de Jesus Cristo e de seus primeiros seguidores. É uma prática
que se desenvolveu organicamente ao longo do tempo.
1. Jesus Cristo e seus discípulos: Jesus foi o mestre supremo e o exemplo perfeito de discipulado. Ele
ensinou e treinou seus discípulos, investindo tempo e compartilhando experiências de vida com eles.
Ele os enviou para fazer discípulos de todas as nações.

2. Paulo e suas cartas: O apóstolo Paulo desempenhou um papel significativo na formação e no


desenvolvimento do discipulado na Igreja Primitiva. Em suas cartas, Paulo exortava os crentes a se
encorajarem mutuamente, a ensinarem uns aos outros e a serem imitadores de Cristo.

EXEMPLO: Um exemplo específico das exortações de Paulo relacionadas ao discipulado pode ser
encontrado em sua primeira carta aos Tessalonicenses, capítulo 5, versículos 11-14:

"Portanto, exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis. E rogamos-
vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos
admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da obra deles. Tende paz entre vós.
Exortamo-vos também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os de pouco ânimo,
sustenteis os fracos, e sejais longânimes para com todos."

Neste trecho, Paulo incentiva os crentes a se encorajarem mutuamente e a edificarem uns aos outros.
Ele destaca a importância de reconhecer e honrar aqueles que lideram e ensinam na comunidade de fé.
Além disso, Paulo exorta os crentes a buscar a paz entre si e a desempenhar um papel ativo na
edificação e no cuidado uns pelos outros. Ele menciona a necessidade de admoestar os insubmissos,
consolar os desanimados, sustentar os fracos e praticar a longanimidade com todos.

Essa passagem exemplifica o foco de Paulo no discipulado como um processo de encorajamento,


ensino, edificação e cuidado mútuo dentro da comunidade cristã. Paulo incentivava os crentes a
desempenharem um papel ativo na formação e no crescimento espiritual uns dos outros, fortalecendo
assim o corpo de Cristo como um todo.

Embora não seja possível identificar uma única pessoa ou um momento específico em que os pequenos grupos
e o discipulado tenham sido implementados pela primeira vez, essas práticas se originaram dos ensinamentos
e exemplos de Jesus e dos primeiros seguidores do Cristianismo. Ao longo da história da Igreja, essas práticas
foram aprimoradas e adaptadas às necessidades e contextos das diferentes comunidades de fé.

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