Autor:
Pastor Esteban Bohr
Tradução de:
Carlos Frederico O. Costa
Revisão de:
20/02/2021
Escola de Teologia ANCHOR
“As Mensagens dos Três Anjos – Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
Índice
12 Verdades sobre Apocalipse 14 ....................................................................................................... 5
O que é o Evangelho Eterno?............................................................................................................ 11
O Temor de Jeová.............................................................................................................................. 22
Dai-lhe Glória a Deus......................................................................................................................... 31
A Hora do Juízo Divino ...................................................................................................................... 41
As Três Etapas do Juízo ..................................................................................................................... 53
Adorai ao Deus Criador ..................................................................................................................... 60
O Espírito de Babilônia...................................................................................................................... 68
O Vinho de Babilônia......................................................................................................................... 80
A Fornicação de Babilônia................................................................................................................. 93
A Grande Cadeia Profética .............................................................................................................. 110
Quem é o Chifre Pequeno? ............................................................................................................. 119
O que Representa a Besta que Emerge do Mar? ............................................................................ 135
A Ferida e o Cativeiro da Besta ....................................................................................................... 141
A Besta com Chifres de Cordeiro .................................................................................................... 148
Mas Falará como Dragão ................................................................................................................ 155
A Imagem da Besta.......................................................................................................................... 163
666: O Número da Besta ................................................................................................................. 177
Informações para Contato .............................................................................................................. 190
(Apocalipse 14:6-12) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para proclamá-lo aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fêz o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas. 8 E outro anjo seguiu dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela
grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição! 9 E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém
adorar a besta e a sua imagem, e receber o sinal na testa ou na mão, 10 também o
tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua
ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e diante do
Cordeiro. 11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm
repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele
que receber o sinal do seu nome. 12 Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os
que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
Verdade #01:
A palavra grega ‘ángel’ significa ‘mensageiro’. Não devemos esperar que anjos literais
voassem pelo meio do céu proclamando as mensagens. Em vez disso, os anjos ajudam os
seres humanos a proclamar as mensagens ao redor do mundo.
(Apocalipse 1:1-4) “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus
servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou
[conforme Apocalipse 2:7 diz que foi por meio do Espírito Santo] e as notificou a João,
seu servo, 2 o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de
tudo o que tem visto. 3 Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras
desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está
próximo. 4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte
daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do
seu trono”.
Às vezes, no Novo Testamento, os seres humanos são referidos como anjos, pois levam a
mensagem de Deus ao mundo:
(Mateus 28:18-20) “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o
poder no céu e na terra. 19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-as a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos. Amém”!
(Atos dos Apóstolos 1:8) “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até aos confins da terra”.
Embora Deus tenha confiado a pregação do evangelho aos seres humanos, os anjos
ajudam-nos a cumprir a tarefa. Em Atos 8:26 foi um anjo que colocou Filipe em contato
com o etíope e em Atos 10:3 um anjo colocou Pedro em contato com Cornélio.
Verdade #02:
Os três anjos voam no meio do céu, o que significa que a mensagem é de origem celestial.
Em contraste, Satanás é o rei do abismo (Apocalipse 9:11) e seus representantes vêm do
mar (Apocalipse 13:1) e da terra (Apocalipse 13:1).
Compare a sabedoria que vem de cima com a sabedoria que vem de baixo:
(Tiago 3:15-17) “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e
diabólica. 16 Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há pertubação e toda
obra perversa. 17 Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois,
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade e sem hipocrisia”.
(Apocalipse 10:1) “E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem;
e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o rosto era como o sol, e os pés,
como colunas de fogo”.
(Apocalipse 18:1) “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha
grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória”.
O trono de Deus está ao norte (Isaías 14:12-14; Salmos 48:1-2) e a região onde Satanás
mora é o sul. O norte é o lugar onde o sol brilha com maior intensidade e o sul é o lugar
onde reina a escuridão mais escura.
Verdade #03:
A grande voz com a qual os anjos anunciam suas mensagens representa o poder e a
autoridade que acompanha a mensagem:
A mensagem deve ser levada a todo o mundo com poder ilimitado. A expressão ‘grande
voz’ vem de duas palavras gregas, ‘mégas y foné’. Ou seja, a mensagem deve ser
proclamada com o volume de um megafone. (Apocalipse 14:7, 9; 18:1).
Aqueles que proclamam as mensagens não são politicamente corretos. Eles não falam
com hesitação e dúvida ou com medo do que vão dizer. Eles não silenciam a trombeta.
Eles proclamam suas mensagens de forma clara, aberta e poderosa.
Os anjos voam o que significa que eles anunciam suas mensagens muito rapidamente
(Apocalipse 14:6).
(Ezequiel 1:13-14) “E, quanto à semelhança dos animais [em outras traduções
seres viventes], o seu parecer era como brasas de fogo ardentes, como uma
aparência de tochas; o fogo corria por entre os animais [seres viventes], e o fogo
resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos. 14 E os animais [seres viventes] corriam
e tornavam, à semelhança dos relâmpagos”.
Em Daniel 9 contém uma frase em que Daniel pediu a Deus sabedoria para entender a
profecia dos 2300 dias. Quando Daniel começou a orar, Gabriel já estava a caminho com a
resposta e chegou antes que Daniel terminasse de orar!
Verdade #05:
Uma proclamação global das mensagens exige um povo global para proclamá-las. Deus
plantou adventistas em todos os cantos da terra para proclamar essas mensagens.
(Marcos 16:15-16) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado”.
O propósito das mensagens dos três anjos é chamar os habitantes da terra para se aliarem
a Deus e, ao mesmo tempo, se opor às mensagens dos três anjos falsos que buscam reunir
o mundo em aliança com Satanás (Apocalipse 16:13).
Enquanto a prostituta, suas filhas e os reis dão o vinho da falsa doutrina a cada nação,
tribo, língua e povo para reuní-los em rebelião contra Deus, os três anjos de Apocalipse 14
dão ao mundo suco de uva não fermentado com o fim de aliá-los a Deus.
Verdade #06:
As mensagens dos três anjos devem ser proclamadas em sua ordem (Apocalipse 14:6, 8-
9). Ou seja, as mensagens são sequenciais e cumulativas e só podem ser entendidas se
forem proclamadas uma após a outra.
O primeiro anjo proclama as boas novas do evangelho eterno e ordena (com os três
imperativos) aos habitantes da terra que temam a Deus, dêem-lhe glória e adorem-no.
O segundo anjo proclama a queda da Babilônia por ter rejeitado a mensagem do primeiro
anjo e chama os fiéis de Deus para sair dela.
Se uma pessoa rejeita a mensagem do primeiro anjo, ela também rejeitará a mensagem
do segundo e do terceiro. Por outro lado, aqueles que aceitam a mensagem do primeiro
também prestarão atenção às mensagens do segundo e do terceiro.
Babilônia cai porque ela rejeitou a mensagem do primeiro anjo. Uma pessoa não aceitará
o chamado para deixar Babilônia a menos que saiba por que deve partir e deve partir
porque Babilônia rejeitou a mensagem do primeiro anjo.
Verdade #07:
(Apocalipse 14:14) “E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem,
um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e,
na mão, uma foice aguda [ou afiada]”.
Se você acredita que está vivendo nos últimos dias da história, então você deve entender
e proclamar essas mensagens, pois é o chamado final de Deus para o mundo. Não há
outra mensagem que deva ocupar o tempo e esforço do povo de Deus.
Verdade #08:
A proclamação das três mensagens é acompanhada pelo poder da chuva serôdia. A chuva
serôdia amadureceu a colheita e a preparou para a colheita. Quando os anjos terminarem
de proclamar suas mensagens, tanto a colheita quanto as uvas estarão maduras.
No dia do Pentecostes começou a cair à chuva temporã e que continua caindo até o dia de
hoje. No último tempo restante, cairá a chuva serôdia para amadurecer a colheita.
Verdade #09:
• Veremos em um estudo subsequente que a ordem ‘temei a Deus’ tem a ver com a
obediência aos mandamentos de Deus e os mandamentos encontram-se no lugar
santíssimo (Eclesiastes 12:13).
Verdade #10:
A aceitação ou rejeição das mensagens é uma questão de vida ou morte. Aqueles que
aceitarem as mensagens receberão o selo de Deus e serão salvos e aqueles que as
rejeitarem receberão a marca da besta e estarão perdidos. Não haverá meio-termo. Os
salvos estarão espiritualmente na cidade de Jerusalém e os incrédulos estarão na cidade
de Babilônia. A cidade de Babilônia é espiritual e global, então a cidade de Jerusalém
também deve ser.
Verdade #11:
Verdade #12:
Os pontos de discórdia que dividirão o mundo no conflito final serão a obediência aos
mandamentos de Deus e a adoração ao criador (Apocalipse 14:6-7, 9-12). O conflito final
não é principalmente político, econômico, social ou nacional por natureza, mas
profundamente espiritual.
Neste capítulo, estudaremos como estar do lado certo no grande conflito final.
Esta é a única vez que o apóstolo João usou a palavra ‘evangelho’ em seus escritos.
As Etapas do Evangelho
• Ele foi projetado pelo Pai e pelo Filho nos séculos da eternidade.
• Foi revelado pela primeira vez a Adão e Eva depois que o pecado entrou.
• Foi simbolizado no sistema de ofertas e sacrifícios do Antigo Testamento.
• Cristo cumpriu o sistema ritual do Antigo Testamento.
• O céu celebrou quando Jesus voltou ao céu.
• É necessário receber os benefícios do evangelho para ser salvo.
• Receber o evangelho traz obrigações.
• A tarefa do povo de Deus é pregar o evangelho em todo o mundo.
• O evangelho será o tema de estudo do povo de Deus por toda a eternidade.
O plano foi formulado nos séculos da eternidade, mas sua implementação ocorreu quando
Jesus se ofereceu para tomar o lugar do pecador.
Jesus tinha que cumprir duas tarefas para redimir o fracasso do homem:
(I Pedro 1:18-20) “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos
vossos pais, 19 mas com o precioso sangue [sua morte] de Cristo, como de um cordeiro
imaculado [sem mancha] e incontaminado [sua vida perfeita], 20 o qual, na verdade,
em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado,
nestes últimos tempos, por amor de vós”.
O evangelho foi projetado nos séculos da eternidade e foi mantido oculto até que fosse
necessário implementá-lo:
(Romanos 16:25-27) “E àquele que vos pode confirmar segundo o meu evangelho e
a pregação de Jesus Cristo, segundo a revelação do mistério que se ocultou desde
os tempos eternos, 26 mas que agora foi revelado, e que, pela As escrituras dos
profetas, de acordo com o mandamento do Deus eterno, foram dadas a conhecer a
todas as pessoas para obedecer à fé, 27 ao único Deus sábio, seja glória por Jesus
Cristo para sempre. Amém.”
“As palavras: ‘Ainda não é chegada a Minha hora’, indicam que todo ato da vida de
Cristo na Terra era cumprimento do plano que existira desde os dias da eternidade.
Antes de vir à Terra, o plano jazia perante Ele, perfeito em todos os seus detalhes.
Ao andar entre os homens, porém, era guiado passo a passo pela vontade do Pai.
Não hesitava em agir no tempo designado. Com a mesma submissão, esperava até
que houvesse chegado a oportunidade.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de
Todas as Nações, Capítulo: Nas bodas, p. 112).
Adão e Eva estavam cobertos com um manto branco de luz, pois refletiam a glória de
Deus:
Em seu estado de inocência, Deus cobriu Adão e Eva com mantos literais de luz.
“Esse casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais; estavam
revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos. Enquanto
viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los.” (WHITE,
Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A criação, p. 19-20).
“A veste branca de inocência foi usada por nossos primeiros pais, quando foram
postos por Deus no santo Éden. Viviam eles em perfeita conformidade com a
vontade de Deus. Todas as suas afeições eram devotadas ao Pai celeste. Luz bela e
suave, a luz de Deus, envolvia o santo par. Esse vestido de luz era um símbolo de
suas vestes espirituais de celeste inocência. Se permanecessem leais a Deus,
continuaria sempre a envolvê-los.” (WHITE, Ellen G. (1988). Meditações Matinais –
Exaltai-o (1992), Capítulo: O Manto de Justiça de Cristo, 29 de Maio, p. 322).
(Gênesis 3:6) “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu
fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”.
Quando Adão e Eva pecaram, perderam ambos seus mantos de luz e ficaram
espiritualmente e fisicamente nus:
• O manto de luz física indicava que o homem tinha o manto espiritual de justiça.
• Quando o homem pecou, ele primeiro perdeu seu manto de luz espiritual e ao
perder o manto espiritual ele também perdeu seu manto físico.
• A nudez física de seu corpo indicava que o homem estava espiritualmente nú em
sua alma.
“Ao entrar o pecado, porém, [1] cortaram sua ligação com Deus, e [2]
desapareceu a luz que os aureolava.” (WHITE, Ellen G. (1988). Meditações Matinais
– Exaltai-o (1992), Capítulo: O Manto de Justiça de Cristo, 29 de Maio, p. 322).
(Gênesis 3:7 segunda parte) “... e coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais”.
As folhas de figueira representam as desculpas que Adão e Eva ofereceram para justificar
sua desobediência:
O pecado causa:
• Nudez espiritual.
• O qual causa nudez física.
• O que, em última análise, leva à nudez da morte (o apóstolo Paulo comparou a
morte à nudez, II Coríntios 5).
(Gênesis 3:19) “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra;
porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Conclusão: A lei exige uma vida de perfeita justiça. Se não oferecemos à lei o que exige, o
resultado é o pecado e o resultado do pecado é a morte. O problema é que nenhum ser
humano pode oferecer o que a lei exige assim todos devem morrer.
Deus prometeu que no mesmo dia em que Adão e Eva comessem da árvore, eles
morreriam:
(Gênesis 2:17) “... mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Mas Adão e Eva não morreram naquele dia, por quê? Naquele mesmo dia Jesus apareceu
diante do Pai e se ofereceu para viver a vida que o homem deveria viver e tomar sobre si
a sentença de morte que o homem merecia. Ou seja, o Pai comutou a sentença de morte
contra o homem com base na promessa de que Cristo viria para viver uma vida perfeita e
sofreria a pena de morte que o homem merecia.
Deus fez a primeira promessa evangélica no Jardim do Éden. Deus prometeu a Adão e Eva
que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente:
(Gênesis 3:15) “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
A resposta é que naquele mesmo dia foram sacrificadas as vítimas [os cordeiros] e com
suas peles Deus cobriu a vergonha da nudez de Adão e Eva:
(Gênesis 3:21) “E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os
vestiu”.
Ellen White explicou o que ocorreu no mesmo instante em que Adão e Eva pecaram:
“No instante em que Adão cedeu à tentação de Satanás e fez exatamente o que
Deus disse que ele não deveria fazer Cristo, o Filho de Deus, colocou-se entre os
vivos e os mortos, dizendo: ‘Caia sobre mim o castigo. Eu ficarei no lugar do
homem. Dê a ele outra oportunidade’. A transgressão colocou o mundo inteiro sob
a sentença de morte. Mas, no céu, foi ouvida uma voz dizendo: ‘Eu encontrei um
resgate’.” (WHITE, Ellen G. (1900). The Bible Echo, Capítulo: The Sinner’s Hope, 21
de Maio de 1900, parágrafo 6).
Somente aquele que criou a todos poderia oferecer viver e morrer no lugar de todos:
Jesus criou todos os seres humanos e, portanto, é responsável por sua existência. Só Ele
poderia oferecer-se para tomar o lugar de todas as Suas criaturas.
(João 1:1-3, 14) “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez. 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
(Levítico 21:17-21) “Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, nas suas
gerações, em quem houver alguma falta [ou defeito], se chegará a oferecer o pão
do seu Deus. 18 Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se
chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros
demasiadamente compridos, 19 ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a
mão, 20 ou corcovado [corcunda], ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou
impigens, ou que tiver testículo quebrado. 21 Nenhum homem da semente
[descendência] de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se
chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; falta [defeito] nele há; não
se chegará para oferecer o pão do seu Deus”.
(Levítico 22:20-22) “Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não
seria aceita a vosso favor. 21 E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao
Senhor, separando das vacas ou das ovelhas um voto ou oferta voluntária, sem
mancha será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele. 22 O cego, ou
quebrado, ou aleijado, ou verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, este não
oferecereis ao Senhor e deles não poreis oferta queimada ao Senhor sobre o altar”.
Portanto, um sacerdote sem defeito oferecia uma vítima sem defeito. A ausência de
defeito físico no sacerdote e na vítima simbolizava que não havia defeito moral em Jesus.
O sistema sacrificial não podia remover o pecado. Era um sistema de deveres. Cada vez
que um animal era oferecido, Jesus se apresentava como fiador e anunciava que pagaria a
dívida. O pecado foi perdoado somente com a promessa de um Messias vindouro.
(Hebreus 10:4) “... porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire
pecados”.
O Cumprimento da Promessa
Por sua vida perfeita, Jesus teceu um manto de perfeita justiça para todos.
(Hebreus 7:26) “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente,
imaculado [sem mancha], separado dos pecadores e feito mais sublime do que os
céus”.
(I Pedro 1:18-20) “... sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou
ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, por tradição, recebestes
dos vossos pais, 19 mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado, 20 o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido,
ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por
amor de vós”.
No princípio:
• O homem pecou.
• Quando pecou, perdeu o manto de justiça espiritual e ficou espiritualmente nú.
• Por haver perdido o manto espiritual, perdeu também o manto físico.
• O resultado final foi à nudez da morte.
Os soldados removeram o belo manto branco sem costura de Jesus e ele ficou
completamente nú. Ele tornou-se pecado e levou nossa nudez sobre si:
(Gálatas 3:13) “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por
nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.
(II Coríntios 5:21) “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para
que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”.
(Isaías 53:5-6) “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras,
fomos sarados. 6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se
• Se trabalharmos para o ‘Senhor Pecado’ ele pagar-nos-á nosso justo salário que é a
morte.
• Jesus trabalhou para o ‘Senhor Justiça’ e ainda assim recebeu o salário do ‘Senhor
Pecado’.
Quando Jesus exclamou na cruz: ‘Está consumado’, a provisão para a salvação de todo o
ser humano estava completa. Uma vida perfeita e uma morte pelo pecado estavam
disponíveis para todo pecador.
(Apocalipse 5:11-12) “E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos
animais [seres viventes], e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e
milhares de milhares, 12 que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi
morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e
ações de graças”.
(Romanos 6:23, última parte) “... mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Ilustração: O dono de um banco, por misericórdia e graça, decide abrir uma conta com
capital suficiente para pagar as dívidas de cada ser humano no planeta Terra. Deposita
capital suficiente na conta para pagar sua hipoteca, cartões de crédito, empréstimos
estudantis, cartões de lojas de departamentos, pagamentos de carros e todas as outras
dívidas.
Mas de que adianta criar essa conta se ninguém sabe que ela está disponível? Assim, o
dono do banco anuncia por todos os meios (boca a boca, televisão, rádio, internet,
telefone, imprensa, Facebook, Twitter, WhatApp, Instagram e outros meios), a boa notícia
de que há capital suficiente para pagar todas as dívidas de todos os seres humanos. Não
há razão para se endividar!
Mas existe uma condição. O devedor tem que se arrepender de ter se endividado,
confessar que errou e vir ao banco com a confiança de que o dono está realmente
disposto a saldar sua dívida. Se escolherem não vir ao banco, continuaram endividados,
apesar de terem capital suficiente para saldar todas as suas dívidas.
A obra de Cristo na terra foi para todos. Cristo viveu uma vida perfeita no lugar de todos e
morreu no lugar de todos. O capital está no banco.
Mas a obra que Jesus faz no santuário celestial é individual e pessoal. Somente aqueles
que se arrependem de ter contraído dívidas, confessam que erraram e confiam na vida e
na morte de Jesus receberão o perdão de suas dívidas. Nos últimos dois mil anos, Jesus
tem recebido clientes no santuário celestial. Depois de adquirir os benefícios da salvação
na terra, Jesus os aplica aos penitentes no lugar santo do santuário celestial.
(João 3:16) “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”.
(Atos dos Apóstolos 5:31) “Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador,
para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados”.
(Atos dos Apóstolos 10:43) “A este dão testemunho todos os profetas, de que
todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”.
(Hebreus 7:25) “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.
(I João 1:9) “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
(I João 2:1) “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se
alguém pecar, nós temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
“É a justiça de Cristo que torna o pecador penitente aceitável a Deus e opera sua
justificação. Por mais pecaminosa que tenha sido sua vida, se ele crê em Jesus
como seu Salvador pessoal, permanece diante de Deus nas imaculadas vestes da
justiça imputada de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2008). Fé e Obras, Capítulo: Aceitos
em Cristo, p. 91).
“A graça de Cristo é dada livremente para justificar o pecador sem qualquer mérito
ou pretensão de sua parte. A justificação é pleno e completo perdão do pecado.
No momento em que o pecador aceita a Cristo pela fé é perdoado. A justiça de
Cristo lhe é atribuída, e não mais deve duvidar da graça perdoadora de Deus.”
(WHITE, Ellen G. (1958). Meditação Matinal – A Fé pela qual Eu Vivo (1959),
Capítulo: Redenção e Perdão, 11 de Abril, p. 218).
27
(Gálatas 3:26-27) “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;
porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”.
O evangelho requer mudanças em nosso estilo de vida. Isso afetará a forma de como
falamos, do que comemos e bebemos, e como usamos nosso tempo, o que vemos, o que
ouvimos, quais lugares frequentamos, como usamos nosso dinheiro, como tratamos os
outros, etc.
“Cristo pagou tudo e, portanto, estou salvo e não necessito preocupar-me por
mudar meu estilo de vida”.
O verbo ‘dizendo’, na mensagem do primeiro anjo, indica que uma mudança no estilo de
vida é parte integrante do evangelho eterno. O evangelho não apenas nos traz benefícios
e privilégios, mas também traz obrigações e responsabilidades.
(Efésios 2:8-9) “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de
vós; é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.
(Efésios 2:10) “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas
obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.
(Tiago 2:14-26) “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não
tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou a irmã estiverem
nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, 16 e algum de vós lhe disser: Ide em
paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo,
que proveito virá daí? 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si
mesma. 18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé
sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. 19 Tu crês que há
um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem. 20 Mas, ó
homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? 21 Porventura Abraão,
o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu
filho Isaque? 22 Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a
fé foi aperfeiçoada, 23 e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e
foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. 24 Vedes, então,
que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. 25 E de igual modo
Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os
emissários e os despediu por outro caminho? 26 Porque, assim como o corpo sem o
espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”.
A pregação do evangelho
Apocalipse 14 nos diz o que Jesus fez por nós e também como devemos responder ao que
Ele fez. Somos ordenados a temer a Deus, dar-lhe glória e adorá-lo, especialmente porque
estamos na hora do juízo.
Isso indica que nossa pregação não deve se concentrar apenas na justificação, mas
também na santificação. Quando o evangelho for pregado em todo o mundo, então o fim
virá.
(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo céu, e tinha o evangelho eterno, para
proclamá-lo aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e
povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a
hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das
águas”.
(Apocalipse 7:9-12) “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual
ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam
diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas em
suas mãos; 10 e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que
está assentado no trono, e ao Cordeiro. 11 E todos os anjos estavam ao redor do
trono, e dos anciãos, e dos quatro animais [seres viventes]; e prostraram-se diante
do trono sobre seu rosto e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! Louvor, e glória, e
sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o
sempre. Amém”!
(Lucas 15:4-7) “Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas,
não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a
achá-la? 5 E, achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo; 6 e, chegando à
sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já
achei a minha ovelha perdida. 7 Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento”.
O Temor de Jeová
Introdução
Em nosso último estudo, enfocamos o que significa o evangelho eterno. Vimos que o
plano da salvação foi elaborado nos séculos da eternidade passada e será o estudo dos
redimidos e seu louvor pela eternidade no futuro.
O evangelho ensina-nos que Jesus teceu um manto de perfeita justiça para sua vida sem
pecado e, então, pagou nossa dívida com sua morte. Todos aqueles que reivindicam o
manto por meio do arrependimento, da confissão, da fé em Jesus e do batismo serão
salvos no reino.
Nesta lição, estudaremos o que o primeiro imperativo significa, ‘temer a Deus’. O verbo
‘temer’ é um particípio presente ativo.
O livro de Apocalipse não explica o que significa “temer a Deus” e, portanto, devemos ir a
outras partes da Bíblia para entender seu significado. Veremos na Bíblia que “temer a
Deus” não significa ter medo dele. Isso pode ser visto pelo fato de que os fiéis de Deus o
temem e ao mesmo tempo sentem alegria:
(Levítico 19:3) “Cada um temerá a sua mãe e a seu pai e guardará os meus
sábados. Eu sou o Senhor, vosso Deus”.
Temer a Jeová é o princípio da sabedoria: Se não temermos a Jeová, não temos nem
mesmo o princípio da sabedoria!
(Neemias 1:11) “Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração dos
teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-
lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei”.
Embora o homem tenha de escolher temer a Jeová, isso não é algo que brota
naturalmente do homem. O próprio Deus implanta no coração do homem seu temor
quando o homem pede dele:
(Jeremias 32:40) “E farei com eles um concerto eterno, que não se desviará deles,
para lhes fazer bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se
apartem de mim”.
Devemos ‘temer a Deus’ pelo que Ele é. É nosso dever render-lhe culto, respeitá-lo,
reverenciá-lo e adorá-lo, porque é nosso Criador.
(Salmos 33:6-9) “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército
deles, pelo espírito da sua boca. 7Ele ajunta as águas do mar como num montão;
põe os abismos em tesouros. 8Tema toda a terra ao SENHOR; teman-no todos os
Ellen White descreveu, de forma resumida e profunda, o que significa temer a Deus:
Deus transcende a sua criação, mas, ao mesmo tempo, entra em contato com ela:
Deus é transcendente. Ou seja, está além e acima de sua criação. Deus é a causa e a
criação é o efeito. Deus não é nosso amigo. Ele não é um de nós. Ele é nosso pai e é por
isso que exige nossa reverência e respeito. Se por um lado não devemos ter uma
familiaridade indevida com Deus, por outro, Deus entra em comunicação com suas
criaturas porque é nosso pai e nos ama. Por assim dizer, Deus está além de sua criação,
mas entra em contato com ela.
(Isaías 57:15) “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e
cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e
abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração
dos contritos”.
Entre outras coisas, ‘temer a Deus’ significa apegar-se [achegar-se] a Ele. Observe todos
os sinônimos no versículo a seguir, levando em consideração que a palavra ‘achegareis’ é
traduzida, nas versões inglesas, como ‘cleave’ [apegar-se]:
A mesma palavra que se traduz como ‘apegar’ aparece em Gênesis 2:24, onde diz que
Adão deveria ‘apegar-se à sua mulher’. Em outros versículos, a mesma palavra traduz-se
como ‘pegar’.
(Salmos 111:9) “Redenção enviou ao seu povo; ordenou o seu concerto para
sempre; santo e tremendo é o seu nome”.
(Mateus 6:9) “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome”.
(Êxodo 20:7) “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o
SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.
“Este mandamento não somente proíbe os falsos juramentos e juras comuns, mas
veda-nos o uso do nome de Deus de maneira leviana ou descuidada [como dizer,
‘Deus meu’], sem atentar para a sua terrível significação. Pela precipitada menção
de Deus na conversação comum, pelos apelos a Ele feitos em assuntos triviais, e
pela frequente e impensada repetição de Seu nome, nós O desonramos. ‘Santo e
tremendo é o Seu nome’ (Salmos 111:9). Todos devem meditar em Sua majestade,
pureza e santidade, para que o coração possa impressionar-se com uma intuição de
Seu exaltado caráter; e Seu santo nome deve ser pronunciado com reverência e
solenidade.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: Israel recebe
a Lei, p. 266).
A Bíblia diz-nos que devemos adorar a Deus na beleza da santidade. Quando vamos à
presença de Deus em adoração, devemos estar bem vestidos, usar música sacra sem tons
seculares e responder com um amém entusiástico, Conversa fiada, mascar chicletes e
assobios e palmas, e o barulho e tumulto estão fora do lugar na adoração.
(II Crônicas 7:3) “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do
SENHOR sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento
[porque eles são feitos do pó da terra], e adoraram, e louvaram o SENHOR,
porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre”.
(Salmos 9:20) “Tu os pões em medo [temor], SENHOR, para que saibam as nações que
são constituídas por meros homens. (Selá)”.
(Isaías 45:9) “Ai daquele que contende com o seu Criador, caco entre outros cacos de
barro! Porventura, dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens
mãos”?
Quando o rei Nabucodonosor ficou cheio de orgulho, Deus tirou dele a pérola da razão e
ele, imediatamente, comportou-se como um animal irracional (Daniel 4:28-37). Bem
recomendou o profeta Jeremias:
(Jeremias 9:23-24) “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria,
nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. 24 Mas o
que se gloriar, glorie-se nisto: Em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que
faço beneficiência [misericórdia], juízo e justiça na terra; porque destas coisas me
agrado, diz o SENHOR”.
(Salmos 115:11) “Vós, os que temeis ao SENHOR, confiai no SENHOR; ele é vosso
auxílio e vosso escudo”.
O temor de Deus leva-nos a tratar com respeito e consideração aqueles que são menos
afortunados.
(Levíticos 19:14, 32) “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do
cego; mas terás temor do teu Deus. Eu sou o SENHOR. 32 Diante das cãs (*) te
levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o
SENHOR”.
Nota (*): De acordo com a Bíblia, as cãs tipificam os cabelos esbranquiçados, ou mais
conhecidos como GRIZALHOS (acinzentados). Isso denota respeito pelos mais velhos, por
causa de suas cãs, ou seja, seus cabelos brancos. Algo aparente.
(Levítico 25:17, 36) “Ninguém, pois, oprima ao seu próximo; mas terás temor do
teu Deus; porque eu sou o SENHOR, vosso Deus. 36 Não tomarás dele usura nem
ganho; mas do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva contigo”.
Nota (**): O verbo assenhorear significa ter modos, atitudes ou privilégios de senhor;
dominar como senhor ou dono de algo ou alguém.
O temor de Deus não é apenas uma atitude mental, mas também afeta a maneira como
vivemos nossas vidas diárias. Aqueles que temem a Deus obedecem aos seus
mandamentos, mas aqueles que não o temem são desobedientes.
Noé obedeceu a Deus quando construiu a arca, embora nunca tivesse chovido:
(Hebreus 11:7) “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se
viam, temeu [com reverência], e, para salvação da sua família, preparou a arca,
pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”.
Abraão demonstrou seu temor ao Senhor [Jeová] quando esteve disposto a oferecer seu
filho Isaque no altar:
(Gênesis 22:12) “Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe
faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o
teu único”.
(Jó 1:8-9) “E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque
ninguém há semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e
desviando-se do mal. 9 Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura,
teme Jó a Deus debalde [em vão]”?
As parteiras preservaram as vidas dos bebês hebreus, mesmo em face do risco de suas
próprias vidas:
(Êxodo 1:17) “As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do
Egito lhes dissera; antes, conservaram os meninos com vida”.
Abraão mentiu sobre Sara, porque em Gerar não havia alí temor de Deus:
(Eclesiastes 8:11-13) “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por
isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o
mal. 12 Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu
sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante
(Romanos 3:10-18) “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. 11 Não
há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. 12 Todos se
extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem
um só. 13 A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam
enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; 14 cuja boca está
cheia de maldição e amargura. 15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16
Em seus caminhos há destruição e miséria; 17 e não conheceram o caminho da paz.
18
Não há temor de Deus diante de seus olhos”.
(Deuteronômio 4:10-13) “No dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em
Horebe, o SENHOR me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas
palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem,
e as ensinarão a seus filhos. 11 E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte;
e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus. E havia trevas, e nuvens, e
escuridão. 12 Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras
ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma. 13 Então, vos
anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os
escreveu em duas tábuas de pedra”.
(Deuteronômio 5:29) “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem
e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse
a eles e a seus filhos, para sempre”!
(Deuteronômio 10:12-13) “Agora, pois, ó Israel, que é o que o SENHOR, teu Deus,
pede de ti, senão que temas o SENHOR, teu Deus, e que andes em todos os seus
caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com
toda a tua alma, 13 para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus
estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem”?
(Eclesiastes 12:13-14) “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e
guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. 14 Porque
Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom,
quer seja mau”.
(Jó 28:28) “Mas disse ao homem: Eis que o temor do SENHOR é a sabedoria, e
apartar-se do mal é a inteligência”.
(Provérbios 3:7) “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparte-
se do mal”.
(Provérbios 14:2) “O que anda na sua sinceridade teme ao SENHOR, mas o que se
desvia de seus caminhos despreza-o”.
(Josué 24:14) “Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com
verdade, e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no
Egito, e servi ao SENHOR”.
(Hebreus 12:28-29) “Pelo que, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado,
retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e
piedade; 29 porque o nosso Deus é um fogo consumidor”.
(II Coríntios 7:1) “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de
toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de
Deus”.
(Malaquias 3:16) “Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o
seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele,
para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome”.
(Provérbios 10:27) “O temor do SENHOR aumenta os dias, mas os anos dos ímpios
serão abreviados”.
(Hebreus 5:7-8) “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e
lágrimas, orações e súplicas ao que podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que
temia. 8Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu”.
(Apocalipse 11:18) “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos,
para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos,
e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de
destruíres os que destroem a terra”.
No estudo anterior, vimos sobre o que significa temer a Deus. Agora estudaremos o
segundo imperativo ou mandamento que o evangelho eterno exige. A palavra ‘glória’
vem do grego ‘doxa’ de onde vem nossa palavra doxologia.
Como podemos dar glória a Deus se não temos glória para dar?
Literalmente, Deus está rodeado por uma glória que é como um fogo consumidor:
(Êxodo 33:18) “Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória”.
(Êxodo 33:19) “Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante
de ti e apregoarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu
tiver e me compadecerei de quem me compadecer”.
(Êxodo 34:5-7) “E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele
apregoou o nome do SENHOR. 6 Passando, pois, o SENHOR perante a sua face,
clamou: Jeová, o SENHOR, Deus misericordioso, tardio em iras e grande em
beneficiência e verdade; 7 que guarda a beneficiência em milhares; que perdoa a
iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente;
que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a
terceira e quarta geração”.
(Salmos 79:9) “Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e
livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome”.
(Salmos 85:9) “Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para
que a glória habite em nossa terra”.
Jesus foi aquele que falou com Moisés na sarça ardente e no monte Sinai.
(Números 12:3) “E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens
que havia sobre a terra”.
Aquele que não se irrita facilmente, paciente, longânimo, gentil, dócil, submisso, cortês,
compassivo, humilde, misericordioso, gentil, afável, calmo, não agressivo. A graça divina
do autocontrole em face de acusações maliciosas.
Em seus primeiros quarenta anos, Moisés nem sempre foi manso. Ele tinha um caráter
violento:
(Êxodo 2:11-12) “E aconteceu naqueles dias que sendo Moisés já grande, saiu a
seus irmãos e atentou nas suas cargas; e viu que um varão egípcio feria a um varão
hebreu, de seus irmãos. 12 E olhou a uma e a outra banda, e, vendo que ninguém ali
havia, feriu [matou] ao egípcio, e escondeu-o na areia”.
A experiência de Moisés prefigura a experiência de Jesus (veja Atos 3:22-26; Hebreus 3:1-
6). Deus fez esta promessa a Moisés:
(Deuteronômio 18:18) “Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos,
como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe
ordenar”.
Vimos a sua glória, cheio de graça e de verdade (são qualidades de seu caráter).
(João 1:14) “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como
a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
Somente aquele que está no seio do Pai que o pode revelar toda a sua glória:
(João 1:18) “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do
Pai, este o fez conhecer”.
Jesus nunca buscou sua própria glória; Ele sempre trabalhou para refletir e chamar a
atenção para a glória de seu Pai.
(João 7:18) “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a
glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça”.
(Mateus 14:23) “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E,
chegada já a tarde, estava alí só”.
(Marcos 1:35) “E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu,
e foi para um lugar deserto, e ali orava”.
(II Coríntios 4:6) “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é
quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da
glória de Deus, na face de Jesus Cristo”.
Há alguns anos, quando servia como pastor no estado de Wyoming, costumávamos visitar
em família o Parque Nacional Grand Teton, no noroeste do estado. Lá no parque existem
paisagens espetaculares. Um dos meus lugares favoritos é certo lago cujas águas na
serenidade da manhã são límpidas como cristal. A majestosa montanha escarpada ao
fundo reflete-se perfeitamente no lago. Tenho fotos do lugar no meu álbum e o reflexo da
montanha no lago é tão claro e diáfano quanto à própria montanha. Na verdade, o reflexo
da montanha no lago é tão perfeito que na foto fica difícil decidir qual é o original e qual é
(João 14:8-10) “Disse-lhe Filipe: Senhor! Mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9 Disse-
lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?
Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês tu que
eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo
de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”.
Jesus, ao revelar a glória do Pai, o glorificou. A glória, que veio do Pai, regressou ao Pai.
A glória de Deus
O povo judeu da época de Cristo ensinava que Deus punia os pecadores com doenças.
Mas Jesus, ao curar os enfermos, revelou que Deus não queria que as pessoas ficassem
doentes, mas saudáveis.
(João 2:11) “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou
a sua glória, e os seus discípulos creram nele”.
(João 11:4, 39-40) “E Jesus, ouvindo isso, disse: Esta enfermidade não é para morte,
mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. 39 Disse
Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal,
porque é já de quatro dias. 40 Disse-lhe Jesus [a Marta]: Não te hei dito que, se
creres, verás a glória de Deus”?
Mas os milagres de Jesus não deviam atrair a atenção do povo a Ele. Jesus curou os
enfermos porque Deus estava com Ele:
(Atos dos Apóstolos 10:38) “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito
Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos
do diabo, porque Deus era com ele”.
(Lucas 17:15) “E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em
alta voz”.
(Lucas 18:43) “E logo viu e segui-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isso,
dava louvores a Deus”.
Em sua oração intercessora, no final de seu ministério, Jesus disse ao seu Pai que havia
revelado a sua glória:
(João 17:4, 22-23) “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me
deste a fazer. 22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que eles sejam
um, como nós somos um. 23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos
em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens
amado a eles como me tens amado a mim”.
(João 12:23-24) “E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho
do Homem há de ser glotificado. 24 Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão
de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto”.
(João 8:12) “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo;
quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
Se estivermos em comunhão com Jesus, refletiremos sua glória. Jesus é a luz do mundo
porque ele é o sol da justiça. Mas Jesus disse que seus seguidores também são a luz do
mundo porque refletem a luz de Jesus para os outros. Jesus é como o sol e nós somos
como a lua que reflete a luz do sol:
(Mateus 5:14-16) “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade
edificada sobre um monte; 15 nem se acende a candeia e se coloca debaixo do
alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. 16 Assim resplandeça
a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem
o vosso Pai, que está nos céus”.
(João 15:8) “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim vós sereis
meus discípulos”.
O apóstolo Pedro glorificou a Deus com sua morte. Cada mártir, que se manteve fiel,
glorificou a Deus:
(João 21:18-19) “Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te
cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho,
estenderás as mãos, e outro te cingirás e te levará para onde tu não queiras. 19 E
disse isso significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isso,
disse-lhe: Segue-me”.
Certa vez, tive um aluno que passou três anos em minhas salas de aula. Ele sempre
chegava primeiro e se sentava na primeira fila com um caderno e um lápis nas mãos e
uma Bíblia aberta. Do início ao fim da aula, ele nunca tirou os olhos de mim. Alguns anos
depois, enquanto eu estava pregando em certo lugar, uma irmã se aproximou de mim e
perguntou se eu conhecia aquele jovem. Eu respondi que o conhecia e ele disse: “Você
prega como ele”. Eu sorri por dentro e disse a ela que o jovem tinha sido meu aluno por
três anos, ao que ela respondeu: “Agora entendo por que ele prega como você”. A
questão é que, quando passamos um tempo com alguém, acabamos refletindo muitas das
características dessa pessoa.
Em II Coríntios 3:18, o contexto deste versículo tem a ver com a experiência de Moisés no
Monte Sinai. A palavra ‘transformados’ é ‘metamorfoo’ de onde vem a nossa palavra
‘metamorfose’. Uma metamorfose é uma mudança radical ao estilo das borboletas.
(II Coríntios 3:18) “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um
espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
Nossa saúde física afeta nossa capacidade de glorificar a Deus. Como diz o ditado: ‘corpo
saudável, mente saudável’. O propósito da reforma de saúde é ter uma mente clara para
comungar com Deus.
(I Coríntios 10:31) “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra
coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.
Nossos hábitos físicos afetam o cérebro, e, aquilo que afeta o cérebro, afeta nossa
capacidade de comunhão com Deus. A mente é o único meio pelo qual Deus pode se
comunicar conosco:
• Álcool
• Café
• Tabaco ou Cigarro
(I Timóteo 4:1-5) “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demônios, 2pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua
própria consciência, 3proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos
manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de
usarem deles com ações de graças; 4porque toda criatura de Deus é boa, e não há
nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, 5porque, pela palavra de
Deus e pela oração, é santificada”.
(Gênesis 1:29-30) “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente
e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore
que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. 30 E a todo animal da terra, e a toda
ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde
lhes será para mantimento. E assim foi”.
Imediatamente antes de fechar a porta da graça, a terra inteira será iluminada com a
glória de Deus:
(Apocalipse 18:1) “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha
grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória”.
(Isaías 58:6-8) “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras
da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os
quebrantados, e que despedaces todo o jugo? 7 Porventura, não é também que
repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E,
vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? 8 Então,
romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua
justiça irá adiante da tua face, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda”.
“Esta é a obra esboçada pelo profeta Isaías, nas palavras: ‘Tu, anunciador de boas
novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às
“Os que aguardam a vinda do esposo devem dizer ao povo: ‘Eis aqui está o vosso
Deus’ (Isaías 40:9). Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de
graça a ser dada ao mundo, é uma revelação do caráter do amor divino. Os filhos
de Deus devem manifestar Sua glória. Revelarão em sua vida e caráter o que a
graça de Deus por eles tem feito.”
Nos dois últimos estudos, vimos o que significa temer a Deus e dar-lhe glória. Neste
estudo, veremos que a razão pela qual devemos obedecer a esses dois imperativos é
porque estamos na hora do juízo.
A maioria das pessoas concebe o juízo como um evento que ocorre no final da história, e
não como um processo que começou em 1844 e culminará após o milênio. O juízo no
Apocalipse ocorre em três etapas:
Nesta lição, estudaremos apenas o estágio que ocorre antes da segunda vinda, visto que o
juízo de Apocalipse 14:7 refere-se a este estágio.
Os juízos terrenos dos países democráticos ocorrem em três etapas. O juízo celestial
consiste nas mesmas três etapas:
A origem do homem
(Isaías 64:8) “Mas, agora, ó SENHOR, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso
oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos”.
(Eclesiastes 12:7) “... e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que
o deu”.
(Eclesiastes 9:10) “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas
forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria [ou
trabalho], nem ciência, nem sabedoria alguma”.
Quando Adão respirou pela última vez, o processo de escrita da sua biografia chegou ao
fim.
Mas o que aconteceu com os 930 anos de identidade pessoal que Adão ‘escreveu’ durante
sua vida? Em outras palavras, o que aconteceu com sua biografia? Sua identidade pessoal
ou biografia estava em seu cérebro e, portanto, quando o cérebro morreu e se
desintegrou, sua biografia deve ter se desintegrado também, certo?
Embora seja verdade que o registro biográfico que estava no cérebro de Adão se
desintegrou, Deus preservou uma cópia exata dessa biografia nos registros celestiais. Deus
mantém um registro de cada ação, cada palavra, cada pensamento, cada emoção, cada
segredo e cada motivo. Ou seja, Deus tem nos registros celestiais um registro completo
de nossas vidas por dentro e por fora. Ele tem uma duplicata nossa escrita no céu. A
Bíblia refere-se a este registro com a palavra ‘livros’. Vamos observar o que Deus tem
escrito nos livros.
(II Coríntios 5:10) “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou
mal”.
(Mateus 12:36-37) “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens
disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. 37Porque por tuas palavras serás
justificado e por tuas palavras serás condenado”.
(Eclesiastes 12:13-14) “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda
os seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. 14Porque Deus há
de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer
seja mau”.
(Daniel 7:9-10) “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos e um
ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua
cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo
ardente. 10 Um rio de fogo manava e saia de diante dele; milhares de milhares o
serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-
se os livros”.
Os livros contêm as obras de cada pessoa, que estará fora da santa cidade, depois do
milênio:
“Assim como o artista retrata fielmente um rosto humano em vidro polido, Deus
coloca diariamente nos livros do céu uma representação exata do caráter de cada
indivíduo.” (WHITE, Ellen G., Comentário Bíblico Adventista, volume #4, p. 1193).
“Lembre-se, seu caráter está sendo retratado pelo Artista-Mestre nos livros de
registro do Céu, tão minuciosamente quanto a face é reproduzida pelo artista
sobre a superfície polida. O que dizem os livros celestiais em seu caso? Está você
conformando seu caráter com o do Modelo, Jesus Cristo”? (WHITE, Ellen G. (2008).
Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, Capítulo: Conselhos a
Walter e Laura, p. 54).
“A obra de cada homem passa em revista perante Deus, e é registrada pela sua
fidelidade ou infidelidade. Ao lado de cada nome, nos livros do Céu, estão escritos,
com terrível exatidão, toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido,
e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia. Advertências ou
admoestações enviadas pelo Céu, e que foram negligenciadas, momentos
desperdiçados, oportunidades não aproveitadas, influência exercida para o bem ou
para o mal, juntamente com seus resultados de vasto alcance, tudo é historiado
pelo anjo relator.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O grande
juízo investigativo, p. 420).
Enquanto os livros contêm o registro biográfico de cada ser humano, o livro [no singular]
contém os nomes de todos os que já professaram o nome de Cristo:
(Filipenses 4:3) “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes
essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os
outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida”.
(Apocalipse 13:8) “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos
nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo”.
(Êxodo 32:31-33) “Assim, tornou Moisés ao SENHOR e disse: Ora, este povo pecou
pecado grande, fazendo para si deuses de ouro. 32 Agora, pois, perdoa o seu
pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito”.
(Daniel 12:1) “E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se
levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia qual nunca houve
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu
povo, todo aquele que se achar escrito no livro”.
(II Coríntios 5:10) “Porque todos [até o grande apóstolo Paulo] devemos
comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
feito por meio do corpo, ou bem ou mal” .
(Daniel 7:9-10) “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos e um
ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua
cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo
ardente. 10 Um rio de fogo manava e saia de diante dele; milhares de milhares o
serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-
se os livros”.
A localização do juízo na cadeia profética (Daniel 7:9, 10, 13, 14) mostra que o juízo é após
o ano de 1798 e antes da segunda vinda de Cristo.
(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para proclamá-lo aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo, 7dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas”.
Cristo trará a recompensa na segunda vinda. É óbvio que Jesus não pode trazer a
recompensa na segunda vinda, a menos que ele tenha decidido de antemão em um juízo
qual será a recompensa:
(Mateus 16:27) “Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus
anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”.
(Apocalipse 22:12) “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar
a cada um segundo a sua obra”.
(João 5:28-29) “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que
estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. 29 E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”.
Como Adão poderia ter aparecido perante o tribunal de Cristo no céu em 1844 se ele já
estava morto e desintegrado na terra? A resposta é simples: Foi examinado o conteúdo
da biografia de Adão que estava nos livros:
“Os justos mortos não ressuscitarão senão depois do juízo, no qual são havidos por
dignos da ‘ressurreição da vida’. Consequentemente não estarão presentes em
pessoa no tribunal em que seus registros são examinados e decidido seu caso.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O grande juízo investigativo,
p. 420).
O espírito de uma pessoa que morreu é mais do que o fôlego de vida. É o sopro da vida
junto com o registro biográfico que a pessoa desenvolveu enquanto vivia. Por assim dizer,
no curso da vida, o espírito individualiza ou ‘personaliza’.
Quando Cristo ressuscitou a filha de Jairo, devolveu-lhe o fôlego junto com seu registro
biográfico. É por isso que a menina reconheceu seus pais e se lembrou de tudo o que
havia feito antes de sua morte. É importante notar que Deus lhe devolveu o seu espírito
(pronome pessoal possessivo):
(Lucas 8:52-56) “E todos choravam e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não
está morta, mas dorme. 53 E riam-se dele, sabendo que ela estava morta. 54 Mas
ele, pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina! 55 E o seu espírito
voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer”.
Quando a turba martirizou Estêvão, ele disse: “Recebe meu espírito.” O pronome pessoal
possessivo aparece novamente:
(Atos 7:57-60) “Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e
arremeteram unânimes contra ele. 58E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E
as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59
E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu
espírito. 60E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes
imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”.
(Lucas 23:46) “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou”.
“Nossa identidade pessoal será preservada na ressurreição, mesmo que não sejam
as mesmas partículas de matéria ou a mesma substância material que foi para a
sepultura. As maravilhosas obras de Deus são um mistério para o homem. O
espírito, o caráter do homem, retorna a Deus e é preservado lá. Na ressurreição,
cada homem terá seu próprio caráter. No devido tempo, Deus chamará os mortos,
dando-lhes o fôlego da vida novamente e ordenando aos ossos secos que vivam.
Ele terá o mesmo formato, mas estará livre de doenças e de todos os defeitos. Vive
novamente com os mesmos traços individuais para que o amigo reconheça o
amigo. Não existe nenhuma lei de Deus na natureza que o obrigue a devolver ao
homem as partículas idênticas de matéria que constituíam o corpo antes da morte.
Deus dará ao justo que morreu um corpo que O agradará.” (WHITE, Ellen G.,
Comentário Bíblico Adventista, volume #6, p. 1092-1093).
“Paulo ilustra este assunto pelo grão de cereal semeado no campo. O grão
plantado se decompõe, mas aparece um novo grão. A substância natural da
semente que se decompõe jamais é ressuscitada como antes, mas Deus lhe dá um
corpo segundo Lhe apraz. O corpo humano compor-se-á de um material muito
mais requintado, pois é uma nova criação, um novo nascimento. ‘Semeia-se corpo
natural, ressuscita corpo espiritual’.” (WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais
– Maranata, o Senhor Vem (1977), Capítulo: Mistérios da ressurreição – 20 de
Outubro, p. 614).
Vamos pensar em uma câmera de vídeo por alguns momentos. Você pode gravar algumas
cenas familiares hoje e depois desligar a câmera. Depois de um mês, ele liga a câmera
novamente e começa a gravar de onde parou um mês antes. No vídeo, não há intervalo
de tempo entre o que você gravou primeiro e o que gravou depois.
Por assim dizer, toda a nossa vida é uma gravação de vídeo. Enquanto estamos vivos,
Deus registra nosso registro biográfico. Quando morremos, a câmera de vídeo é desligada
e na ressurreição ela é ligada novamente e a gravação continua exatamente onde parou
quando morremos. Para aquele que morreu, não há intervalo de tempo entre a morte e a
ressurreição. Na morte, a biografia é suspensa e na ressurreição é retomada.
Jó explicou que depois que seu corpo se desintegrasse em pó, ele finalmente veria a Deus
em sua carne. Para conseguir isso, Jó teria que ser ressuscitado. Observe que Jó sublinha
quatro vezes com o pronome pessoal possessivo que será o mesmo que verá a Deus. Ou
seja, Deus restaurará a Jó não apenas a capacidade de respirar, mas também sua
identidade pessoal!
Quando os ímpios surgirem após o milênio, eles não apenas receberão o fôlego, mas
também o registro com o qual morreram:
“Há reis e generais que venceram nações, homens valentes que nunca perderam
batalha, guerreiros orgulhosos, ambiciosos, cuja aproximação fazia tremer os
reinos. Na morte não experimentaram mudança alguma. Ao subirem da sepultura,
retomam o fio de seus pensamentos exatamente onde ele cessou. São movidos
pelo mesmo desejo de vencer, que os governava quando tombaram.” (WHITE, Ellen
G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O Final e Glorioso Triunfo, p. 578).
John F. Kennedy
Voltemos ao caso de Adão. Por assim dizer, Deus filmou o filme da vida de Adão enquanto
Adão estava vivo, mas o júri celestial vê o filme milênios após sua morte. Quando Deus
retirou o filme do arquivo para julgar Adão em 1844, em um sentido muito real, Adão
compareceu vivo perante a suprema corte. Os registros foram examinados depois que ele
morreu, mas os registros foram feitos enquanto ele estava vivo.
Embora esta passagem descreva o juízo dos ímpios após o milênio, em princípio ela ilustra
a maneira como Deus julgou os justos antes da segunda vinda.
(Tiago 2:12) “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da
liberdade”.
Ponto #02: Todos são culpados porque todos transgrediram a lei de Deus:
(Romanos 3:10, 19, 23) “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer. 19Ora,
nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que
toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. 23
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.
Ponto #04: Satanás está ao nosso lado no juízo como fiscal ou o advogado acusador
(promotor):
(Zacarias 3:1) “E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo
do SENHOR, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe acusar [opor]”.
Se Jesus nos julgasse estritamente por nossos registros, todos nós seríamos condenados.
Como podemos, então, ter confiança no juízo?
Ponto #05: Jesus viveu uma vida perfeita em nosso lugar e sofreu nosso castigo:
(I Pedro 1:18-20) “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou
ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição,
recebestes dos vossos pais, 19mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado, 20 o qual, na verdade, em outro tempo, foi
conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos
tempos, por amor de vós”.
Ponto #06: Temos um advogado que está disposto a nos representar perante o Pai. Se
contratarmos a Jesus como nosso advogado, Ele nos imputa (credita) sua vida perfeita e
sua morte pelo pecado. Se arrependermos de nossos pecados, confessarmo-los e
(I João 2:1) “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
(I João 1:9) “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
No julgamento celestial, os pecados dos penitentes que entraram no santuário por meio
do sangue de Cristo serão apagados dos registros:
(Levítico 16:16) “Assim, fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos
filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e, assim,
fará para a tenda da congregação, que mora com eles no meio das suas
imundícias”.
O juízo demonstrará aqueles que estão em Cristo e estes ressuscitarão na segunda vinda
para receber sua recompensa:
Ilustração de um computador
O avanço da tecnologia eletrônica nos ajuda a entender um pouco melhor como Deus
mantém nosso registro biográfico durante o transcurso de nossa vida e como Ele o retorna
para nós na ressurreição.
• O computador = O corpo
• O processador do computador = O cérebro
• A fonte de energia = O fôlego de vida
• Pelo que você coloca nele, o computador passa a ter sua própria ‘identidade’.
• Existe a possibilidade de a casa pegar fogo e o computador ser desintegrado.
• Por isso é sempre aconselhável fazer um ‘backup’ em um disco rígido ou
dispositivo de todas as informações que estão no computador.
• Na ressurreição, Deus dará a seus filhos um corpo imortal e incorruptível (um novo
computador).
Deus apagará do disco rígido todos os pecados dos quais nos arrependemos, confessamos
e, por sua graça, vencemos. Todas as coisas ruins que estavam em nosso registro não
serão devolvidas para nós. É por isso que o arrependimento (tristeza pelo pecado e
abandono dele) é uma questão de vida ou morte. Nossa maior segurança é ter nossos
pecados cobertos com sangue de Cristo em nosso favor no santuário.
A sequência de poderes na cadeia profética indica que o juízo deveria começar logo após o
ano de 1798 DC e terminará quando o Pai entregar o reino a Jesus. A ideia de que o juízo
consistiria em três estágios, dois no céu antes da segunda vinda e um quando Cristo
retornar pela segunda vez, não foi totalmente compreendido até 1844.
Daniel 7 contém quatro ciclos repetitivos onde a ênfase recai sobre a obra do chifre
pequeno e o juízo em favor dos santos do Altíssimo:
• Daniel 7:1-14: Daniel recebeu a visão dos quatro animais [bestas] que se inicia com
Babilônia e termina com o chifre pequeno e o juízo ao final do qual Deus, o Pai,
entregará o reino a Jesus.
O juízo celestial consiste em três etapas, assim como são os julgamentos nos tribunais
terrestres (ver Daniel 7:8-10 e 13-14, 17-18, 21-22, 25-27):
Daniel recebe a visão em sua totalidade que culmina no juízo e na tomada do reino por
Cristo:
(Daniel 7:8-10, 13-14) “Estando eu considerando as pontas [os chifres], eis que
entre elas subiu outra ponta pequena [chifre pequeno], diante da qual três das
pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos
de homem, e uma boca que falava grandiosamente. 9 Eu continuei olhando, até
que foram postos uns tronos, e um Ancião de dias [no céu] se assentou; a sua
veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu
trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente. 10 Um rio de fogo manava e
saia de diante dele; milhares de milhares [no céu] o serviam, e milhões de milhões
estavam diante dele; assentou-se o juízo [no céu], e abriram-se os livros
[investigação no céu]. 13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que
vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao Ancião de dias
[no céu], e o fizeram chegar até ele [no céu]. 14 E foi-lhe dado [a Jesus pelo Pai no
céu] o domínio, e a honra, e o reino [Jesus recebe o reino no céu], para que todos
os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que
não passará, e o seu reino, o único que não será destruído”.
Gabriel dá a Daniel uma breve explicação sobre as quatro bestas seguidas pelo juízo:
Gabriel explica que o juízo celestial irá reverter os juízos injustos do chifre pequeno contra
os santos do Altíssimo e pronunciará um juízo em favor deles (dos santos):
(Daniel 7:21-22) “E olhava, e eis que essa ponta [chifre] fazia guerra contra os
santos e os vencia. 22 Até que veio o Ancião de dias [no céu], e foi dado o juízo [em
favor de] aos santos do Altíssimo [no céu]; e chegou o tempo [quando Jesus
voltar] em que os santos 55efende55n o reino [na volta de Jesus]”.
O juízo celestial anula o juízo injusto do chifre pequeno contra os santos e pronuncia um
veredicto em favor deles (os santos):
Para que Jesus possua o reino, é necessário fazer uma investigação para determinar quem
tem o direito de pertencer ao reino, uma vez que nem todos os que professam serem
membros o são na realidade. Ellen White, em harmonia com a Bíblia, entendeu que
quando a investigação terminar, o reino de Jesus estará completo e o Pai o entregará a
ele.
“Cada caso fora decidido para vida ou para morte. Enquanto Jesus estivera
ministrando no santuário, o juízo [investigativo] estivera em andamento pelos
justos mortos, e a seguir pelos justos vivos. Cristo recebera Seu reino, tendo feito
expiação pelo Seu povo, e apagado os seus pecados. Os súditos do reino estavam
completos. As bodas do Cordeiro estavam consumadas. E o reino e a grandeza do
reino sob todo o Céu foram dados a Jesus e aos herdeiros da salvação, e Jesus
deveria reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores.” (WHITE, Ellen G. (2007).
Primeiros Escritos, Capítulo: A terceira mensagem encerrada, p. 280).
No juízo investigativo antes da segunda vinda, somente aqueles que professaram o nome
de Jesus entram em perspectiva. O propósito deste julgamento é revelar aqueles que
realmente se arrependeram de seus pecados, os confessaram e tiveram fé genuína em
Jesus, porque nem todos os que professavam o nome de Jesus eram verdadeiros crentes.
Na igreja existem crentes genuínos e falsos crentes:
As bodas no Céu
O ato de receber o reino de Jesus significa o mesmo que casar com Seu povo. O
casamento de Jesus com seu povo ocorre no céu quando a investigação é concluída. Ou
seja, o casamento de Jesus com seu povo é consumado no céu enquanto seu povo ainda
está na terra. O povo como um todo é a esposa do cordeiro e cada membro como um
indivíduo é um convidado no casamento.
As vestes (ou mantos significa o caráter) dos convidados são examinadas no céu para
determinar se eles são súditos do reino:
(Mateus 22:11-13) “E o rei, entrando para ver [a palavra não é ‘blepo’, mas
‘theaomai’] os convidados [como indivíduos, somos convidados], viu ali um
homem que não estava trajado com veste nupcial [mas professou ter o direito de
estar lá]. 12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? [Será
que ele entrou no céu pessoalmente?] E ele emudeceu. 13 Disse, então, o rei aos
servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá
pranto e ranger de dentes [a sentença e a recompensa]”.
A favor ou contra?
Uma pergunta que surge ao estudar a cena do juízo em Daniel 7 é esta: Qual é o propósito
deste juízo? Pretende-se pronunciar uma sentença contra o chifre pequeno ou um
veredicto a favor dos santos do Altíssimo? Na verdade, o juízo atinge ambos os fins.
O juízo investigativo antes da segunda vinda trata apenas dos casos daqueles que uma vez
professaram a Cristo como Salvador:
“Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo
se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os Seus professos seguidores é
passada em revista perante Deus; todos são examinados de conformidade com os
relatórios nos livros do Céu, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo
com seus atos.” (WHITE, Ellen G. (1964). Parábolas de Jesus, Capítulo: Minha
Primeira Visão, p. 199).
O chifre pequeno, que professava ser um sistema cristão, julgou os santos nos tribunais
terrenos, “investigando” as evidências, pronunciando uma sentença injusta e cumprindo a
sentença de morte contra eles. Daniel descreve como Deus anulará sentenças injustas em
tribunais terrestres e dará um veredicto a favor dos santos.
Um ponto final: Trata o juízo de Daniel 7 apenas dos casos dos santos que foram
perseguidos durante os 1260 anos ou inclui também todos os fiéis de todas as eras? À
primeira vista, parece que inclui apenas aqueles que viveram durante os 1260 anos, mas
não inclui. O foco central de Daniel 7 recai sobre o período de 1260 anos, mas isso não
significa que o juízo esteja limitado apenas àqueles que viveram nesse período. Observe
os dois exemplos a seguir:
Esses versículos parecem indicar que o sábado era um sinal apenas entre Deus e os
judeus. Mas em nenhum lugar está escrito que o sábado era exclusivamente para os
judeus. Esses versículos dizem que o sábado era um sinal entre Deus e os judeus porque
os judeus eram o povo de Deus naquela época específica. Isso não significa que não seja
um sinal entre Deus e aqueles que viveram em outros tempos.
(Apocalipse 6:9-11) “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas
dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram. 10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo
Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11 E
a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhe dito que repousassem
ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus
conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram”.
(Apocalipse 20:4) “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado
o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados [ou decapitados]
pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta
nem a sua imagem, e não receberam o sinal [ou a marca] na testa nem na mão; e
viveram e reinaram com Cristo durante mil anos”.
Esses versículos dão uma explicação mais ampla do juízo durante o milênio. Paulo e os
Coríntios também participarão desse juízo, embora não tenham vivido os 1260 anos ou na
crise final:
(I Coríntios 6:1-3) “Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo
perante os injustos e não perante os sntos? 2 Não sabeis vós que os santos hão de
Já foi dito que o todo é igual à soma de suas partes e Daniel 7 é parte do todo.
Conclusão
(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para proclamá-lo aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas”.
Essa referência ao criador na mensagem do primeiro anjo torna necessário voltar aos dois
primeiros capítulos de Gênesis. Vamos encontrar a resposta a três perguntas no relato da
criação:
# 1. Por que não há uma ordem explícita de Deus no relato da criação para que Adão e
Eva cessassem no sábado?
# 2. Por que não teve o sétimo dia ‘tarde e manhã’?
# 3. Por que diz o relato que Deus terminou Sua obra duas vezes?
Com relação à primeira pergunta [# 1), a Bíblia dá razões muito claras porque Deus não
ordenou que Adão e Eva cessassem no sétimo dia da primeira semana. Daremos as
razões, mas primeiro devemos considerar quatro pontos fundamentais:
Primeiro Ponto: Devemos lembrar que quando Deus cessou suas obras, não havia
nenhuma aliança [ou pacto] antiga e nenhum pecado, nem judeus. Sendo este o caso,
sim podemos comprovar que Deus instituiu o sábado para o homem na criação quando
Segundo Ponto: A primeira semana da criação centraliza-se no que Deus fez e não o que
o homem fez. Deus é o sujeito, não o predicado, da criação. O relato não diz que o
homem trabalhou ou descansou. A palavra ‘Deus’ aparece 31 vezes no capítulo 1 e o
capítulo 2:2-3 enfatiza dez vezes que foi Deus quem trabalhou seis e descansou no
sétimo:
(Gênesis 2:2-3) “E, havendo [1] Deus acabado no dia sétimo a [2] sua obra, que [3]
ele tinha feito, [4] ele descansou no sétimo dia de toda a [5] sua obra, que [6] ele
tinha feito. 3 E abençoou [7] Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele [8] ele
descansou de toda a [9] sua obra, que [10] Deus criara e fizera”.
Terceiro Ponto: Deus terminou sua obra no sexto dia, depois cessou no sétimo e, após
cessar o dia todo, santificou-a:
(Gênesis 2:3) “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou
de toda a sua obra, que Deus criara e fizera [veja a relação de causa e efeito em
Gênesis 2:24]”.
Quarto Ponto: Deus não criou apenas as coisas materiais durante a semana da criação.
Deus também criou a semana de sete dias e depois de 61efe-la, Ele a deu a Adão e Eva.
Esta é a sequência de eventos da primeira semana:
Agora estamos prontos para entender a razão pela qual Deus não ordenou a Adão e Eva
que cessassem e santificassem o primeiro sábado da história humana. Existem sete
razões:
Primeira Razão: A primeira razão é tão óbvia quanto ‘dois mais dois é igual a quatro’. Na
verdade, o evangélico solapou seu próprio argumento quando insistiu que a palavra
shabbat significa ‘cessar’. É óbvio que Adão e Eva não puderam parar naquele primeiro
sábado porque não trabalharam nos seis dias anteriores! Deus podia cessar (Shabbat) de
trabalhar porque Ele havia trabalhado seis dias, mas Adão e Eva não haviam trabalhado.
Cessar de quê? Aquele primeiro sábado foi o descanso de Deus, não deles!
Segunda Razão: Deus teve que criar o sábado antes que pudesse dá-lo ao homem
(Marcos 2:27). Deus não poderia dar a eles o que ainda não havia criado. Marcos 2:27 diz-
nos que Deus fez o sábado para o homem. A palavra grega idêntica ‘feito’ aparece quatro
vezes em João 1:1-3 e 10, onde diz explicitamente que o Verbo foi o Criador do Gênesis e
o Verbo é Jesus.
(João 1:1-3 e 10) “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez. 10 Ele estava no mundo, e o mundo foi feito
por ele e o mundo não o conheceu”.
Terceira Razão: Jesus não poderia ter ordenado a Adão e Eva que santificassem o sábado
da primeira semana porque Deus não o santificou até o dia terminar. Como temos visto,
Deus não santificou o sábado até que ele descansasse o dia todo. Cada segundo, minuto e
hora que Deus descansou tornou-se santo.
Quarta Razão: É um absurdo pensar que Jesus abençoou e santificou o sábado para si
mesmo. Na Bíblia, quando Deus santifica e abençoa algo, ele sempre o faz em relação às
suas criaturas. Marcos 2:27 diz que o sábado foi feito para o homem, então a bênção e
santificação do sábado é para ele.
“Seguindo o exemplo do Criador, deveria o homem repousar neste santo dia, a fim
de que, ao olhar [contemplar] para o céu e para a Terra, pudesse refletir na grande
obra da criação de Deus; e para que, contemplando as provas da sabedoria e
bondade de Deus, pudesse seu coração encher-se de amor e reverência para com o
Criador.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A criação, p. 21-
22).
Sexta Razão: O quarto mandamento entra para Adão e Eva a partir da segunda semana
da história. Observe a seguinte ordem de eventos:
Sétima Razão: Ellen White acreditava firmemente que o sábado se originou na criação,
mas ela nunca cometeu o erro teológico de dizer que Deus ordenou a Adão e Eva que
guardassem o primeiro sábado da história:
“Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou pô-lo à parte, como dia de
repouso para o homem.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A
criação, p. 21).
Ao ler o relato da criação, notamos algo diferente. O texto diz-nos que Deus terminou sua
obra duas vezes:
(Gênesis 1:31) “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a
tarde e a manhã: o dia sexto”.
(Gênesis 2:1-3) “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados
[kalah]. 2 E, havendo Deus acabado [kalah] no dia sétimo a sua obra, que tinha
feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. 3 E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que
Deus criara e fizera”.
Como é possível acabar algo duas vezes? Talvez uma ilustração ajude a compreender
como é possível.
No quarto dia o artista pinta no céu um sol radiante e uma lua opaca e no final do dia dá
um passo para trás e diz: ‘ficou bom para mim’. No quinto dia o artista pinta alguns
pássaros nas árvores, pássaros voando no céu e alguns peixes pulando da água e no final
do dia ele dá um passo para trás e diz: ‘ficou bom para mim’. No sexto dia o artista pinta
todos os tipos de animais terrestres e um homem e uma mulher parados no meio da cena
espetacular, dando os toques finais na obra, ele dá um passo para trás e diz: ‘ficou
muitíssimo bom para mim’.
Terminou o artista a obra? Sim e não! Na verdade, a obra de pintar o quadro estava
concluída, mas ainda faltava algo, a assinatura de quem o pintou. Sem a assinatura,
qualquer pessoa poderia reivindicar a obra como sua. Da mesma forma, Deus concluiu sua
majestosa obra de criação no sexto dia e no sétimo dia Ele a assinou. Seria uma
falsificação alguém colocar sua assinatura no que Deus fez. Isso é exatamente o que o
chifre pequeno [a besta] fez!
O relato da criação diz-nos que cada dia tinha tarde e amanhã menos o sétimo.
Para responder a essa pergunta, devemos lembrar que, de acordo com o debatedor
evangélico, a palavra shabbat significa ‘cessar’.
A pergunta chave é: De que cessou Deus no sétimo dia? A resposta é que ele cessou o
trabalho que havia feito nos seis primeiros dias.
Como indicamos anteriormente, a primeira semana da criação pertence a Deus. Deus foi
quem trabalhou seis e descansou no sétimo e, depois que cessou no sétimo dia, não
começou um novo ciclo de sete. Deus tem estado cessando de suas obras de criação.
Em outras palavras: Quando Deus cessou de criar no sétimo dia, ele continuou a cessar
porque um novo ciclo de sete não começou no dia seguinte. Até o sol de hoje, ele tem
cessado sua obra de criação porque não criou mais.
E quanto ao homem?
Significa a ausência da fórmula ‘foi à tarde e a manhã do sétimo dia’ que o sétimo dia
nunca terminou e que nós, seres humanos, ainda vivemos no sétimo dia? Claro que não!
Deus ordenou ao homem cessar a cada sétimo dia para comemorar o descanso original do
Criador:
“Os seis primeiros dias de cada semana são dados aos homens para o trabalho,
porque Deus empregou o mesmo período da primeira semana na obra da criação.
No sétimo dia o homem deve abster-se do trabalho, em comemoração ao repouso
do Criador.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A semana
literal, p. 84).
Mas por que o que Deus fez apenas uma vez no princípio (trabalhar seis e descansar no
sétimo) deveria o homem celebrar semanalmente? Pela mesma razão que comemoramos
o Dia da Independência em 20 de julho de cada ano para comemorar um evento original.
Todo dia 20 de julho celebramos um evento original e, semanalmente, cessamos de
trabalhar para comemorar um evento original também.
Evidência Bíblica
(Hebreus 4:3) “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como
disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso [ou descanso];
embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo”.
O Mantenedor
(João 5:17-18) “E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também. 18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam mata-lo, porque não só
quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se
igual a Deus”.
(João 9:4) “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia
[seu ministério consistia em doze horas]; a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar”.
Acaso isso não indica que o Pai e o Filho ambos seguiam trabalhando quando Jesus estava
na terra? A resposta é não! Ellen White explicou o que Jesus quis dizer:
“Embora Deus tenha cessado Sua obra de criação, Ele está continuamente
sustentando e usando como Seus servos as coisas que criou.” (WHITE, Ellen G.,
Manuscript Release #4, 1882).
“Deus terminou seu trabalho criativo, mas ainda dispensa sua energia para
sustentar os objetos de sua criação.” (Signs of the Times, 20 de março de 1884).
“Quanto ao que respeita a este mundo, a obra de Deus, da criação, está completa;
pois as obras estavam ‘acabadas desde a fundação do mundo’ (Hebreus 4:3). Mas
a Sua energia ainda é exercida ao sustentar os objetivos de Sua criação.” (WHITE,
Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A semana literal, p. 88).
Esses comentários de Ellen White concordam com Hebreus 1:3, onde o apóstolo Paulo
escreveu que Jesus ‘sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder’. Colossenses 1:16-
18 explica que todas as coisas foram criadas por Jesus e que ‘todas as coisas nele
subsistem’.
As obras as quais Jesus se referiu não eram obras de criação, mas obras de redenção e
restauração. Jesus recuperou as pernas de um homem paralítico e as devolveu à condição
em que estavam no princípio. Ele também curou um cego de nascença no sábado. Esta
também foi uma obra de restauração da criação, não uma nova criação.
Existem várias razões pelas quais o sétimo dia tem tarde e manhã para o homem:
• Usa-se um adjetivo numérico para o sétimo dia, assim como todos os outros dias
da semana.
• O sol levanta-se [nasce] e se oculta [pôr do sol] no sétimo dia, como todos os
outros dias da semana. Em termos reais, o sétimo dia tem tarde e manhã que são
determinados pelo nascer e pôr do sol:
“Quando o Senhor declara que fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo,
quer dizer o dia de vinte e quatro horas, que Ele assinalou pelo nascer e o pôr do
sol.” (WHITE, Ellen G. (2008). Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos,
Capítulo: Elevada norma de Deus, p. 123).
• Levítico 23:32 explica que os sábados devem ser celebrados de tarde a tarde para
que o sábado tenha um começo e um fim.
• O homem não poderia obedecer ao quarto mandamento se o sétimo dia nunca
tivesse terminado. Como pode o homem trabalhar seis e descansar no sétimo se
ainda vivemos no sétimo? Isto é, como Deus poderia dizer ao homem para
trabalhar seis dias e descansar no sétimo se o sétimo nunca terminou?
O Espírito de Babilônia
Introdução
(Apocalipse 14:8) “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela
grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição”!
Neste estudo começaremos a estudar a mensagem do segundo anjo, que anuncia a queda
de Babilônia. Dedicaremos três estudos para a mensagem deste anjo:
• O espírito de Babilônia
• O vinho de Babilônia
• A fornicação de Babilônia
Deus ordenou aos seres humanos depois do dilúvio que se dispersassem e povoassem
toda a terra para que o mal não se consolidasse:
A origem de Babilônia
O relato nos diz que todos os habitantes falavam um mesmo idioma e estavam unidos em
um único projeto:
Quando o texto nos diz que toda a terra tinha ‘uma mesma língua’ e ‘uma mesma fala’,
isso não significa apenas que todos falavam a mesma língua. O contexto indica que, por
assim dizer, eles estavam todos ‘no mesmo propósito’. Em outras palavras, eles estavam
todos unidos no mesmo espírito – desobedecendo a Deus ao se consolidarem no mesmo
lugar para estabelecer uma ‘nova ordem mundial’.
Um projeto em conjunto
(Gênesis 11:3-4) “E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los
bem. E foi-lhes o tijolo por pedra e o betume, por cal. 4E disseram: Eia, edifiquemos
nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome [em
homenagem à sua fama e grandeza], para que não sejamos espalhados sobre a
face de toda a terra [eles queriam uma nova ordem mundial com sua capital em
um só lugar]”.
“Ali resolveram edificar uma cidade, e nela uma torre de altura tão estupenda que
havia de 70efen-la uma maravilha do mundo. Estes empreendimentos destinavam-
se a impedir que o povo se espalhasse ao longe, em colônias. Deus determinara
que os homens se dispersassem pela Terra toda, para povoá-la e 70efende-la; mas
estes construtores de Babel resolveram conservar unida a sua comunidade, em um
corpo, e fundar uma monarquia que finalmente abrangesse a Terra inteira. Assim,
a sua cidade tornar-se-ia a metrópole de um império universal; sua glória imporia
a admiração e homenagem do mundo, e tornaria ilustres os fundadores. A
magnificente torre, atingindo os céus, tinha por fim permanecer como um
monumento do poder e sabedoria de seus construtores, perpetuando a sua fama
até as últimas gerações.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A
torre de Babel, p. 91-92).
Os fundadores de Babel pretendiam estabelecer uma nova ordem mundial nas margens
do rio Eufrates. Era o desejo deles se consolidar em um lugar, continuar a viver no pecado
e se salvar por meio da tecnologia, caso houvesse outro dilúvio. Ellen White escreveu:
“Elevando a construção a uma altura muito maior do que a que foi atingida pelas
águas do dilúvio, julgavam colocar-se fora de toda possibilidade de perigo. E, como
pudessem subir à região das nuvens, [eles] esperavam certificar-se da causa do
dilúvio.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A torre de Babel,
p. 92).
A investigação divina
O relato de Gênesis 11 diz-nos que Deus desceu para investigar o projeto dos filhos dos
homens:
(Gênesis 11:5) “Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos
dos homens edificavam [o contrário dos filhos de Deus em Gênesis 6]”.
• Os Amorreus: O cálice que não estava cheio nos dias de Abraão foi cheio quando
Israel conquistou a terra prometida (Gênesis 15:16).
• Jerusalém: Antes da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, Deus fez um
juízo e selou seus fiéis (Ezequiel 9:1-6).
• Babilônia: Deus pesou a Babilônia na balança do juízo e os achou em falta antes da
queda da cidade (Daniel 5:26-28).
• Apocalipse 22:11: Deus falará as palavras terríveis deste versículo quando o juízo
investigativo no céu terminar.
“Deus mantém um ajuste de contas com as nações, bem como com os indivíduos. Ele
permite às nações certo período de provação e dá-lhes evidências de seus requisitos,
de sua supremacia, e tornam conhecidas a elas suas leis que devem ser o governo de
seu reino no governo das nações. Tudo isso ele faz para que as nações pagãs não
sejam entregues à destruição sem aviso e sem luz; mas depois que ele lhes deu
evidência e luz, e elas ainda persistem na insolência para com ele, então, quando a
iniquidade é total, como no caso dos amorreus, Deus toma o assunto em mãos e seus
juízos não são mais retidos.” (WHITE, Ellen G. (1852). The Youth’s Instructor 1852-
1914, 01 de Fevereiro de 1894, p. 476).
O veredicto e a sentença
Deus permitiu que o projeto da construção continuasse por algum tempo e quando
atingiu o seu limite, Deus pronunciou a sentença contra os construtores:
(Gênesis 11:6-7) “E o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma
língua; e isto é o que começam a fazer [este era apenas o primeiro passo para
terem o controle global]; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles
intentarem fazer. 7 Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não
entenda um a língua do outro”.
(Gênesis 11:8-9) “Assim, o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e
cessaram de edificar a cidade. 9 Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto
ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra e dalí os espalhou o SENHOR sobre
a face de toda a terra”.
O mesmo espírito dos construtores de Babel e de sua torre, em Gênesis, foi manifestado
pelo rei Nabucodonosor quando ele estabeleceu o império neobabilônico:
(Daniel 4:29-30) “Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real
de Babilônia, 30 falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei
para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência”?
(Isaías 47:10) “Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me pode ver;
a tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar, e disseste no teu coração: Eu
sou, e fora de mim não há outra”.
Todas as falsas religiões tiveram sua origem na Babilônia, quando os seres humanos
foram dispersos em colônias de acordo com sua língua [idioma]. Um exemplo é o rosário
usado por budistas, muçulmanos e católicos.
Assim é que Gênesis não fornece a origem da palavra ‘Babilônia’, encontrada mais
adiante no livro de Apocalipse. De acordo com o último livro da Bíblia, o que aconteceu
Em 1990, o padre jesuíta Malachi Martin previu a ascensão de um governo mundial sob a
liderança do papado:
Martin não tinha dúvidas qual dos três vencerá essa competição, o papado Católico
Romano. A base bíblica que Martin dá é que Jesus garantiu a Pedro que as portas do
inferno não prevaleceriam contra a igreja romana. E Martin, em palavras assustadoras,
descreve o que acontecerá quando a ferida do papado for curada:
“... uma vez que a competição for decidida, o mundo e tudo o que nele está – nosso
estilo de vida como indivíduos e como cidadãos das nações, nossas famílias e
nossos empregos, nosso comércio e dinheiro, nossos sistemas educacionais e
nossas religiões e nossas culturas, até mesmo os símbolos de nossa identidade
nacional, que a maioria de nós sempre considerou óbvios – todos terão sido
poderosa e radicalmente alterados para sempre. Ninguém pode estar isento de
seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas permanecerá intacto... Ninguém que
conhece os planos desses três rivais tem dúvidas de que apenas um deles pode
vencer.” (MARTIN, Malachi, The Keys of this Blood, p. 11-12).
O Panorama Final
O livro do Apocalipse descreve uma coalizão global onde os reis, a prostituta, as filhas da
prostituta, os mercadores e as multidões e povos estão unidos. A prostituta é a principal
protagonista da coalizão. Esta coalizão apóstata global tem o nome de Babilônia e,
portanto, deve estar relacionada ao que aconteceu em Gênesis 11:
(Apocalipse 17:1-6) “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou
comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da [1] grande prostituta
que está assentada sobre [2] muitas águas, 2 com a qual se prostituiram os [3] reis
da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua
prostituição. 3 E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada
sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha
sete cabeças e dez chifres. 4 E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata,
adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de
ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição. 5 E, na sua testa,
estava escrito o nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A [4] MÃE DAS
Não é por acaso que o Papa Francisco I fala da consolidação das nações. Fale sobre
fronteiras abertas onde há imigração gratuita. Ele sabe que essa imigração dilui o espírito
nacional e destrói as fronteiras entre as nações. Francisco também ataca o capitalismo sob
o pretexto do ‘bem comum’, fala da necessidade de grandes corporações globais de cuidar
do meio ambiente e exorta as nações ricas a redistribuir sua riqueza para as nações
pobres. O papa esconde suas aspirações comunistas sob sua batina de jesuíta.
A última palavra
De acordo com o livro do Apocalipse, Deus terá a última palavra e a grande Babilônia cairá
como Babel caiu:
(Apocalipse 16:17-21) “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande
voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito! 18 E houve vozes, e trovões, e
relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há
homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto. 19 E a grande cidade
fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia
se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira. 20 E toda
ilha fugiu; e os montes não se acharam. 21 E sobre os homens caiu do céu uma
grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus
por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era mui grande”.
Quais são, então, os objetivos do papado? Particularmente durante os últimos 120 anos
(desde que o Papa Leão XIII em 1891 publicou sua encíclica, Rerum Novarum), quatro
expressões apareceram repetidamente na literatura social do papado:
• O bem comum (o individualismo é um inimigo que deve ser evitado a todo custo).
• A solidariedade (devemos nos unir em um único corpo ecumênico e evitar o
sectarismo).
• A subsidiariedade (nossos interesses pessoais são subsidiários ao bem comum de
todos).
• A destinação comum dos bens (os bens pessoais não são necessariamente
pessoais, e estes pertencem a toda a raça humana e devem ser redistribuídos
conforme as necessidades).
Bento XVI em sua encíclica, Caritas in Veritate, explicou os objetivos do papado usando
as seguintes expressões:
“Para governar a [1] economia mundial, [2] sanear as economias afetadas pela
crise, [3] prevenir sua deterioração e consequentes maiores desequilíbrios,
alcançar um [4] desarmamento abrangente e oportuno, a [5] segurança alimentar
e a paz, para garantir a [6] proteção do meio ambiente e regular [7] os fluxos
migratórios, é urgente a presença de uma verdadeira Autoridade Política
Mundial, como já foi delineado pelo meu Predecessor, o Beato João XXIII. Esta
Autoridade deve ser regulada por lei, respeitar especificamente os princípios da
subsidiariedade e da solidariedade, estar ordenada à realização do bem comum,
empenhar-se na realização de um autêntico desenvolvimento humano integral
inspirado nos valores da caridade na verdade. Essa Autoridade, ademais, deve ser
reconhecida por todos, ter poderes efetivos para garantir a cada um a segurança,
o cumprimento da justiça e o respeito aos direitos de cada um. Obviamente, deve
ter o poder de fazer cumprir as suas próprias decisões das várias partes, bem como
as medidas de coordenação adotadas nos diferentes fóruns internacionais. Com
efeito, na falta disso, o direito internacional, não obstante os grandes avanços
alcançados em vários campos, correria o risco de ser condicionado pelos equilíbrios
de poder entre os mais fortes. O desenvolvimento integral dos povos e a
colaboração internacional requerem o estabelecimento de um grau superior de
ordem internacional de tipo subsidiário para o governo da globalização, que uma
ordem social seja finalmente realizada de acordo com a ordem moral, bem como
essa relação entre esfera moral e social, entre política e mundo econômico e civil, já
prevista no Estatuto das Nações Unidas.” (Caritas in Veritate, parágrafo # 67).
A pergunta chave é esta: Quem será responsável por implementar este socialismo
globalista? Eventos recentes indicam que o plano será instalado pelos poderes civis do
mundo sob a influência do papado. O que Bento XVI escreveu em sua encíclica Caritas in
Veritate tem como objetivo exortar a comunidade internacional a aceitar e fazer cumprir
a teoria moral do papado como a consciência moral do mundo.
O papado, portanto, aspira a restabelecer a união da igreja com o estado tal como existia
na Europa durante os 1260 anos. A ideologia papal é que a igreja serve como a
‘consciência moral’ dos poderes civis do mundo e que as nações cumpram o que o papado
deseja especialmente a observância do domingo. O que é extraordinário é que os poderes
civis do mundo estão promovendo nas Nações Unidas as mesmas causas que o papado
promove.
“O chamado mundo cristão será o palco de grandes ações decisivas. Homens com
autoridade promulgarão leis para controlar a consciência, segundo o exemplo do
papado. Babilônia fará que todas as nações bebam do vinho da ira de sua
prostituição. Toda nação será envolvida. João, o Revelador, declara o seguinte
sobre esse tempo: ‘Têm estes um só pensamento’ (Apocalipse 18:3-7; 17:13-14).
Haverá um laço de união universal, uma grande harmonia, uma confederação de
forças satânicas.” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais,
p. 104-105).
“Nosso povo tem sido considerado por demais insignificante para ser digno de
nota; mas virá uma mudança. O mundo cristão está agora procedendo a
movimentos que necessariamente trarão em preeminência o povo observador dos
mandamentos.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5,
Capítulo: Influências Mundanas, p. 522).
“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da
ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia
e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus
conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão
acusados de deslealdade para com o governo. Ministros que negam a obrigação
da lei divina apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às autoridades
civis, como ordenadas de Deus. Nas assembléias legislativas e tribunais de justiça,
os observadores dos mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um
falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus intuitos.”
Ao unir-se o mundo em rebelião contra Deus, os fiéis do Senhor devem unir-se sobre a
plataforma da verdade:
(João 17:14-19) “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do
mundo, assim como eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas
que os livre do mal. 16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou. 17 Santifica-
os na verdade; a tua palavra é a verdade. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo,
também eu os enviei ao mundo. 19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que
também eles sejam santificados na verdade”.
Jesus é a verdade.
A palavra é a verdade.
A lei é a verdade.
(Salmos 119:142) “A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade”.
Não pode haver união verdadeira em desobediência a palavra de Deus, pois a palavra é a
que santifica. A unidade, que não se baseia na palavra, desbaratar-se-á.
Enquanto o mundo se une em rebelião contra Deus, o que deve acontecer entre o povo
de Deus?
A resposta é encontrada em João 17, onde Jesus orou não apenas pela unidade de seus
discípulos, mas pela unidade de todos os que cressem nele.
A igreja remanescente deve unir-se para dar a Satanás uma frente unida. Você pode
imaginar o Pai e o Filho unidos, mas com teologias diferentes? Ellen White escreveu:
“Deus está conduzindo um povo para ficar em perfeita unidade sobre a plataforma
da verdade eterna.” (WHITE, Ellen G. (2007). Testemunhos para a Igreja – volume
#4, Capítulo: Unidade da Igreja, p. 20).
O Vinho de Babilônia
Introdução
(Apocalipse 14:8) “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela
grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição”!
Em seu sentido mais amplo, a Babilônia final será composta de uma confederação tripla
que governará o mundo com mãos de ferro. Os protagonistas desta confederação serão o
dragão, a besta e o falso profeta:
Estes três poderes são mencionados pela primeira vez em Apocalipse 13. Lá o dragão
[Satanás trabalhando através do Império Romano] deu à besta do mar seu poder, seu
trono e sua autoridade. A besta do mar então governou por 1260 anos e no final de seu
governo recebeu um ferimento mortal de espada. Mas milagrosamente uma besta se
levantará da terra e curará sua ferida. Apocalipse 17 descreve a dimensão futura de
Apocalipse 13, mas com simbolismo diferente.
Apocalipse 13 Apocalipse 17
Dragão (13:2) Reis = Governantes civis
Besta que emerge do mar (13:2-10) Prostituta = Papado
Besta que emerge da terra (13:11-18) Filhas = Protestantismo Apóstata
Alguns perguntarão: Não é o dragão um símbolo de Satanás? Como, então, o pastor Bohr
diz que o dragão representa o Império Romano? A resposta é que o dragão representa
Satanás operando por meio dos poderes civis do mundo. Aqui está a evidência de que o
dragão representa Satanás operando através dos sistemas políticos do mundo:
• (Ezequiel 29:3) “Fala e dize: Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei
do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios e que dizes: O meu rio é
meu, e eu o fiz para mim”.
• (Apocalipse 12:4) “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e
lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz,
para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”.
• (Mateus 2:16) “Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-
se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os
seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente
inquirira dos magos”.
• “Assim, conquanto o dragão represente primeiramente Satanás, é, em sentido
secundário, símbolo de Roma pagã.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: A imutável lei de Deus, p. 382).
• “Reis, legisladores e governadores têm colocado sobre si o estigma do anticristo, e
são representados pelo dragão que sai a guerrear contra os santos — contra os
que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus.” (WHITE, Ellen G.
(2008). Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, Capítulo: A igreja de
Cristo, p. 48).
• “No século VI tornou-se o papado firmemente estabelecido. Fixou-se a sede de seu
poderio na cidade imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a cabeça de toda a
igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O dragão dera à besta ‘o seu poder,
e o seu trono, e grande poderio’ (Apocalipse 13:2).” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Como começaram as trevas morais, p. 45).
Embora o livro de Apocalipse nos diga que a Babilônia do tempo do fim será composta de
três poderes, um dos três controlará e dominará os outros dois. A besta do mar
(Apocalipse 13), também conhecida como a prostituta (Apocalipse 17), se comportará
como a prostituta Jezabel na história de Elias. Ela vai protagonizar e dirigir tudo. Os outros
dois membros da coalizão serão simplesmente seus fantoches.
• O dragão (Roma imperial) transfere seu poder, seu trono e grande autoridade para
a besta (13:2).
• A besta do mar, então, reina por 42 meses (13:5).
• A besta do mar fala blasfêmia contra o Altíssimo (13:5-6).
• Ela persegue os santos do Altíssimo (13:7).
• Ela tenta mudar a lei de Deus (a mudança da lei em Daniel 7:25 e a marca da besta
em Apocalipse 13:16-17).
• Ela lança um ataque contra o santuário e aqueles que habitam no céu (13:6).
• Ela recebe uma ferida mortal com a espada no final dos 1260 anos (13:3, 10).
• Por um período de tempo ela fica, por assim dizer, fora de ação ‘no hospital’.
• Quando sua ferida for curada, o mundo inteiro ficará maravilhado e a adorará
(13:3).
Apocalipse 13:11-18 nos diz que a besta da terra prestará homenagem à besta do mar:
Tanto Apocalipse 13 quanto Apocalipse 17, ambos mencionam uma confederação de três
poderes. Mas o capítulo 17 descreve essa coalizão como a prostituta, as filhas e os reis da
(Apocalipse 17:1-6) “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou
comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que
está assentada sobre muitas águas, 2 com a qual se prostituiram os reis da terra; e
os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. 3 E
levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de
cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez
chifres. 4 E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro,
e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das
abominações e da imundícia da sua prostituição. 5 E, na sua testa, estava escrito o
nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E
ABOMINAÇÕES DA TERRA. 6 E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos
santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com
grande admiração”.
A repetição da expressão ‘caiu’ indica que a Babilônia realmente caiu e nunca mais se
levantará porque sua situação é irreversível:
(Apocalipse 14:8) “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela
grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição”!
Babilônia cairá ‘porque’ tem uma fábrica de vinho fermentado com a qual embriaga as
nações. O vinho não é literal, mas sim simbólico, porque tudo no capítulo é simbólico. O
que o vinho representa?
A prostituta tem na mão uma taça de ouro cheia de vinho e o vinho é feito de suas
abominações e da imundície de sua fornicação. Em resumo:
A queda da Babilônia deve ser entendida no contexto da mensagem do primeiro anjo. Por
assim dizer, a Babilônia caiu porque rejeitou o suco de uva não fermentado da mensagem
do primeiro anjo e preferiu o vinho fermentado da falsa doutrina. O primeiro anjo prega o
evangelho eterno que consiste em:
• Jesus foi sacrificado na cruz uma única vez por todas e não precisa morrer vez
após vez.
• Jesus é nosso único e suficiente sacerdote.
• Nós somos salvos pela perfeita justiça de Cristo e não por nossas obras.
“As igrejas denominacionais caídas é que são Babilônia. Babilônia tem estado a
promover doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro é composto de
doutrinas falsas, tais como a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos
ímpios, a negação da existência de Cristo antes de Seu nascimento em Belém, a
defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santo e santificado dia de
Deus. Estes erros e outros semelhantes são apresentados ao mundo pelas várias
igrejas, e assim se cumprem as Escrituras que dizem: ‘Porque todas as nações
beberam do vinho da ira da sua prostituição’. É uma ira criada por doutrinas falsas,
e quando reis e presidentes sorvem esse vinho da ira da sua prostituição, enchem-
se de ódio contra os que não concordam com as heresias falsas e satânicas que
exaltam o sábado falso, e levam os homens a pisarem a pés o monumento de
Deus.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, Capítulo: A igreja de Cristo, p. 65-66).
(Êxodo 20:4-6) “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança
do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da
terra. 5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus,
sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem 6 e faço misericórdia em milhares aos que me
amam e guardam os meus mandamentos”.
(Deuteronômio 18:9-12) “Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der,
não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. 10 Entre ti se
não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador,
nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, 11 nem encantador de
encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante [médium], nem
mágico [espiritista], nem quem consulte os mortos, 12 pois todo aquele que faz tal
coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as
lança fora de diante de ti”.
(Provérbios 28:9) “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração
será abominável”.
Crer que suas boas obras podem salvar é abominação (salvar-se por suas obras):
O outro extremo é a crença de que nossas boas obras podem nos salvar:
(Lucas 16:15) “E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos
homens, mas Deus conhece o vosso coração, porque o que entre os homens é
elevado perante Deus é abominação”.
(Ezequiel 22:2) “Tu, pois, ó filho do homem, julgarás a cidade sanguinária? Faze-
lhe conhecer, pois, todas as suas abominações”.
(Provérbios 6:16-19) “Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma
abomina: 17 olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue
inocente, 18 e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a
correr para o mal, 19 e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia
contendas entre irmãos”.
(Levítico 18:22) “Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação
é”.
A Igreja Católica está obcecada pelo sol. Existem símbolos solares em todos os lugares –
nos cálices, nas janelas, nos altares, nas vestes sacerdotais, nas imagens e assim por
diante. Por sua própria admissão, o papado adotou o domingo como sábado para tornar
os pagãos adoradores do sol confortáveis na igreja. Em princípio, adorar o sol é o mesmo
que adorar o dia do sol.
A maior de todas as abominações entre o povo professo de Deus era a adoração do sol
(lembre-se de que este é o pano de fundo para o selo de Deus e a marca da besta em
Apocalipse 13 e 14):
(Ezequiel 8:16-17) “E levou-me para o átrio interior da Casa do Senhor, e eis que
estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e
cinco homens, de costas para o templo do Senhor e com o rosto para o oriente; e
eles adoravam o sol, virados para o oriente. 17 Então, me disse: Viste, filho do
homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá do que essas abominações, que
fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e ei-los a
chegar o ramo ao seu nariz”.
Em perfeita harmonia com a Bíblia, Ellen White explicou claramente o que o vinho
representa:
O papado tem uma multiplicidade de doutrinas e práticas que não têm um pingo de apoio
bíblico. Aqui está uma lista parcial:
Um remanescente fiel
Aqueles que gritaram e gemeram por causa das abominações cometidas pelo professo
povo de Deus tinham uma marca em suas testas que os distinguia dos apóstatas:
(Exequiel 9:4) “E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que
gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela”.
O vinho de Babilônia não apenas intoxica aqueles que o bebem, mas os irrita contra o
povo de Deus que se recusou a beber:
“O erro jamais é inofensivo. Nunca ele santifica, mas sempre traz confusão e
dissensão. É sempre perigoso. O inimigo tem grande poder sobre os espíritos [as
mentes] que não se acham plenamente fortalecidos pela oração e firmados na
verdade bíblica.” (WHITE, Ellen G. (2008). Testemunhos Seletos – volume #2,
Capítulo: Guardai-vos de ensinos errôneos, p. 98).
A mensagem final
(Apocalipse 18:1-5) “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha
[1] grande poder [autoridade]; e [2] a terra foi iluminada com a sua glória. 2 E [3]
clamou fortemente com [4] grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se
tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda
ave imunda e aborrecível! 3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da
sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra
se enriqueceram com a abundância de suas delícias. 4 E ouvi outra voz do céu, que
dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para
Esta é a última mensagem de Deus para o mundo, pois Deus não alertaria para escapar
das pragas se as pessoas não vivessem durante elas.
O vinho espiritual afeta as pessoas espiritualmente, assim como o vinho literal as afeta
literalmente. O álcool turva a mente e torna impossível que as pessoas pensem com
clareza e tomem decisões sábias. Também os incapacita de distinguir entre o bem e o
mal, o sagrado e o comum:
(Provérbios 31:4-5) “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber
vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. 5 Para que não bebam, e se
esqueçam do estatuto [da lei], e pervertam o juízo de todos os aflitos”.
Nadabe e Abiú
A história de Nadabe e Abiú também se aplica. Por que ofereceram Nadabe e Abiú fogo
comum quando Deus havia dito explicitamente para eles oferecerem fogo sagrado? A
resposta é que eles estavam intoxicados [bêbados] e, portanto, não podiam distinguir
entre o sagrado e o comum.
(Levítico 10:10-11) “... para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o
imundo e o limpo, 11 e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o
Senhor lhes tem falado pela mão de Moisés”.
Consideremos agora outra história que apresenta a outra cara da moeda, o perigo de
tomar o que é santo e 91efen-lo como se fora comum.
(Daniel 5:1) “O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e
bebeu vinho na presença dos mil”.
Este foi o evento que encheu a taça de iniquidade de Babilônia e levou à sua queda fatal.
O rei estava bebendo vinho, um ato que não lhe permitia distinguir entre o santo e o
comum.
Esses vasos sagrados foram trazidos para a Babilônia pelo rei Nabucodonosor (Daniel 1:2).
Belsazar pegou os vasos sagrados que deveriam ser usados apenas no contexto do
santuário e os usou para um propósito comum. Quero dizer, ele os profanou. A palavra
profanar significa ‘tirar sua santidade’.
(Daniel 5:3) “Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo
da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes,
as suas mulheres e concubinas”.
(Daniel 5:4) “Beberam o vinho e deram louvores [beber vinho conduz a idolatria e
a falsa adoração] aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de
pedra”.
O vinho não apenas impediu o rei de distinguir entre o santo e o comum, como o levou a
cometer idolatria. Ele adorava ídolos feitos pelas mãos dos homens. Em outras palavras,
ele quebrantou os mandamentos de Deus e praticou a falsa adoração. Belsazar conhecia
a história dos vasos sagrados ou agiu por ignorância? A resposta é que Belsazar conhecia
muito bem a história de seu avô Nabucodonosor:
(Daniel 5:18-23) “Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e
a grandeza, e a glória, e a magnificência. 19 E, por causa da grandeza que lhe deu,
todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; s quem queria
matava e a quem queria dava a vida; e a quem queria engrandecia e a quem queria
abatia. 20 Mas, quando o seu coração se exaltou e o seu espírito se endureceu em
soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. 21 E foi tirado
dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e
a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer erva como os bois,
e pelo orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o
Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre
“Mas este dia [domingo] que é tão universalmente exaltado, é um sábado espúrio,
um dia de trabalho comum. É aceito no lugar do dia que Deus abençoou e
santificou, mas o resultado certo desse curso de ação pode ser visto na punição que
caiu sobre Nadabe e Abiú. Deus ordenou a esses seus sacerdotes que sempre
oferecessem o fogo que ele mesmo acendeu e que queimava diante dele dia e
noite. Isso teve que ser estritamente observado. Mas Nadabe e Abiú beberam
muito vinho e assim suas mentes perderam a agudeza e ficaram confusas e não
conseguiam distinguir entre o que era sagrado e o que era comum.” (WHITE, Ellen
G. (1898), Review and Herald, 20 de dezembro).
A Fornicação de Babilônia
Geralmente estudamos os eventos finais desde a perspectiva de Daniel e Apocalipse ou
Mateus 24. Mas existe outra maneira de estudar o tema. Podemos comparar os eventos
finais de Jesus com os do seu povo ao final da história.
Todos nós sabemos que o papado será o protagonista principal na crise que afrontará o
povo de Deus ao final da história. Ellen White escreveu que existe uma semelhança
marcante entre a igreja judaica apóstata da época de Jesus e Roma papal ao final da
história:
“Foi pelo afastamento do Senhor e aliança com os gentios que a igreja judaica se
tornou prostituta; e Roma, corrompendo-se de modo semelhante ao procurar o
apoio dos poderes do mundo, recebe condenação idêntica.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual, p. 334).
“Quando quer que a Igreja tenha obtido o poder secular, empregou-o ela para
punir a discordância às suas doutrinas. As igrejas protestantes que seguiram os
passos de Roma, formando aliança com os poderes do mundo, têm manifestado
desejo semelhante de restringir a liberdade de consciência. Foi a apostasia que
levou a igreja primitiva a procurar o auxílio do governo civil, e isto preparou o
caminho para o desenvolvimento do papado, simbolizado pela besta.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 386-387).
Apocalipse 17 descreve uma igreja que professa servir a Deus, mas que é apóstata.
Chama-se ‘a grande prostituta’. Como ela se tornou prostituta?
(Apocalipse 18:1-3) “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha
grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. 2 E clamou fortemente com
grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de
demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e
aborrecível! 3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição.
Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram
com a abundância de suas delícias”.
Como entendeu Jesus a relação entre igreja e o estado, entre o poder civil e o poder
religioso?
Segundo Jesus, a igreja e o estado têm seu legítimo lugar e função. A pergunta chave é:
(Deuteronômio 4:13) “Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu,
os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”.
(Deuteronômio 6:5) “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu poder [forças]”.
Todas as acusações dos líderes judaicos contra Jesus baseavam-se na primeira tábua da
lei. Nunca achamos a estes líderes acusarem a Jesus de desonrar a seus pais, de matar, de
cometer adultério, de roubar, de falar falso testemunho ou de cobiçar. Jesus era um
cidadão exemplar com relação às leis civis de Roma.
(Marcos 2:7) “Por que diz este assim blasfêmia? Quem pode perdoar pecados,
senão Deus”?
Eles acusaram Jesus de violar o terceiro mandamento, tomou o nome de Deus em vão:
(João 8:58-59) “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que
Abraão existisse, eu sou. 59 Então, pegaram em pedras para lhe atirarem; mas
Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou”.
(João 5:16-18) “E, por essa causa, os judeus perseguiram Jesus e procuravam matá-
lo, porque fazia essas coisas no sábado. 17 E Jesus lhes respondeu: Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também. 18 Por isso, pois, os judeus ainda mais
procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que
Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.
Os maiores conflitos de Jesus com os judeus tiveram que ver com a observância do
sábado. Os judeus guardavam o sábado de forma incorreta e odiavam a Jesus por guardá-
lo de forma correta. Ao final da história, o mundo cristão guardará o dia incorreto e
odiarão aqueles que guardam o dia correto.
Jesus veio para representar um reino espiritual – ele veio para semear sua igreja, mas
Satanás e o povo judeu queriam que Jesus assumisse as rédeas do poder civil.
(João 6:15) “Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem
rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte”.
(Lucas 9:55-56) “Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois. 56 Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos
homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia”.
Jesus ensinou que o reino de Deus está dentro de vós. O reino de Deus funciona como o
fermento na massa: cresce de dentro para fora e não por forças externas.
(Lucas 17:20-21) “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino
de Deus, respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior.
21
Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo alí! Porque eis que o Reino de Deus está entre
vós”.
“O reino de Deus não vem com aparência exterior. O evangelho da graça de Deus,
com seu espírito de abnegação, não se pode nunca harmonizar com o do mundo.
Os dois princípios são antagônicos. ‘O homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente’ (I Coríntios 2:14).” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado
de Todas as Nações, Capítulo: Não com aparência exterior, p. 443).
“Mas hoje, no mundo religioso, existem multidões que, segundo crêem, trabalham
pelo estabelecimento do reino de Cristo como um domínio terrestre e temporal.
Desejam tornar nosso Senhor o governador dos reinos deste mundo, o governador
em seus tribunais e acampamentos, em suas câmaras legislativas, seus palácios e
centros de negócios. Esperam que Ele governe por meio de decretos, reforçados por
autoridade humana. Uma vez que Cristo não Se encontra aqui pessoalmente, eles
próprios empreenderão agir em Seu lugar, para executar as leis de Seu reino. O
estabelecimento de tal reino era o que desejavam os judeus ao tempo de Cristo.
Teriam recebido Jesus, houvesse Ele estado disposto a estabelecer um domínio
temporal, impor o que consideravam como sendo leis de Deus, e fazê-los os
expositores de Sua vontade e os instrumentos de Sua autoridade. Mas Ele disse: ‘O
Meu reino não é deste mundo’ (João 18:36). Não quis aceitar o trono terrestre.”
“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os
abusos, extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não
tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem
condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a
administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo,
conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às
misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente
humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem,
individualmente, e regenerar o coração.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de
Todas as Nações, Capítulo: Não com aparência exterior, p. 443).
“Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas,
nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo,
mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do
Espírito Santo.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo:
Não com aparência exterior, p. 443).
Depois que Jesus ressuscitou a Lázaro, as multidões começaram a seguir a Jesus como
nunca antes. Os ministros judaicos estavam perdendo o apoio de seus paroquianos e
estavam cheios de inveja:
(João 12:19) “Disseram, pois, os fariseus entre si: Vedes que nada aproveitais? Eis
que todos vão após ele”.
O temor dos líderes judaicos era que, se todos seguissem a Jesus, a nação perderia sua
relevância e os romanos viriam para removê-la. Era uma questão de segurança nacional!
Os líderes pensavam que matando Jesus salvariam a nação da ruína, quando na verdade,
matando-o, eles causaram o que queriam impedir. Os mesmos romanos que mataram
Jesus vieram mais tarde e exterminaram a nação.
(João 11:49-50) “E Caifás, um deles, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes
disse: Vós nada sabeis, 50 nem considerais que nos convém que um homem morra
pelo povo e que não pereça toda a nação”.
O mesmo argumento será usado nos Estados Unidos para garantir a segurança nacional:
Decreto de morte
Pedro no horto
Quando veio a guarda do templo para prender a Jesus, todos os apóstolos ofereceram
usar a espada para defender a Jesus (Lucas 22:40). Pedro, que supostamente foi o
primeiro papa, desembainhou a espada literal para defender a Jesus. É significativo que
Pedro, o porta-voz dos discípulos de Jesus, pensara que devia defender o reino de Jesus
com a espada. Jesus repreendeu a Pedro:
(Mateus 26:51-52) “E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão,
sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha. 52
Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da
espada à espada perecerão”.
(Apocalipse 13:10) “Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém
matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e
a fidelidade dos santos”.
A Inquisição Eclesiástica
A guarda do templo prendeu a Jesus e o levou à casa de Caifás, onde estavam reunidos os
grandes líderes religiosos da nação. Alí os líderes da igreja fizeram um inquisição.
O julgamento religioso de Jesus fou ima farsa. Os que deveriam escutar o caso
contrataram falsas testemunhas para condenar a Jesus. Foi o tribunal eclesiástico que
condenou Jesus à morte antes que o poder civil surgisse. Repetidamente, os líderes da
igreja violaram os direitos legais de Jesus.
Nos dias de Jesus, havia várias seitas ou denominações judaicas. Todas essas seitas eram
judias, mas tinham doutrinas diferentes e não gostavam umas das outras. Por exemplo,
os fariseus acreditavam na imortalidade da alma e na ressurreição e os saduceus não
(Atos dos Apóstolos 23:8 ‘eles não acreditavam na ressurreição, nem nos anjos, nem nos
espíritos’).
Ecumenismo Político
(Lucas 23:12) “Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois, antes,
viviam em inimizade um com o outro”.
A Sentença de Morte
O poder eclesiástico apóstata tinha um problema muito sério. As leis de Roma proibiam a
igreja de executar a sentença de morte sem a autorização do estado. Como igreja, eles
não podiam cumprir a sentença que haviam pronunciado contra Jesus. Eles precisavam da
espada do poder civil, por isso levaram Jesus a Pilatos!
(João 18:28) “Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de
manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem
comer a Páscoa”.
(João 18:29) “Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis
contra este homem”?
Pelo tom de voz de Pilatos, os líderes judaicos sabiam que não ia ser fácil que Pilatos
condenasse a Jesus. Ao invés de dizer que acusações traziam, disseram a Pilatos:
Página 100 de 190 As Mensagens dos Três Anjos Escola de Teologia ANCHOR
Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
(João 18:30) “Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to
entregaríamos”.
É significativo que Pilatos reconheceu a existência de dois reinos com leis distintas. Visto
que Jesus não havia violado o código civil de Roma, Pilatos disse-lhes que o julgassem de
acordo com sua lei:
(João 18:31) “Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a
vossa lei. Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém”.
Os líderes judaicos disseram a Pilatos, como igreja, que não poderiam executar a setença
de morte sem o apoio do poder civil. Necessitavam da ajuda da espada romana.
Os líderes judeus perceberam que não podiam condenar Jesus com meras acusações
religiosas. Eles tinham que encontrar algum crime de Jesus contra o Império Romano,
então eles recorreram à prevaricação levantando três acusações contra Jesus:
(Lucas 23:2) “E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem [1]
pervertendo a nossa nação, [2] vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele
o Cristo, [3] o Rei”.
Pilatos sabia que Jesus não estava pervertendo o povo e talvez também soubesse que
Jesus não estava evitando pagar impostos. Mas quando Pilatos ouviu que Jesus havia dito
que ele era um rei, seus ouvidos se ergueram e ele levou Jesus para seu quarto particular
para interrogatório. Se Jesus realmente tivesse se proclamado rei, ele seria culpado de
sedição contra o governo romano.
Pilatos perguntou a Jesus em particular se era verdade que ele havia se declararado rei.
Em sua resposta, Jesus reconheceu a existência de dois reinos separados. Ele disse a
Pilatos que era um rei, mas não era deste mundo. Assim, Jesus reconheceu a existência
legítima de dois reinos. Além disso, ele afirmou que se seu reino fosse deste mundo, seus
seguidores lutariam com a espada para defendê-lo.
(João 18:36) “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino
fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não
fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
Pilatos entendeu muito bem que Jesus era outro tipo de rei, caso contrário, ele o teria
imediatamente condenado à morte por sedição contra o governo romano:
(João 18:37) “Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes
que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho
da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”.
Por três vezes Pilatos declarou publicamente que Jesus não era culpado de nenhum crime:
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(João 18:38) “Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos
judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum”.
(João 19:4) “Outra vez saiu Pilatos e lhes disse: Eis que eu vo-lo apresento, para que
saibais que eu não acho nele crime algum”.
Na mente dos líderes judeus, Jesus havia violado a primeira tábua da lei, mas Pilatos se
recusou a envolver-se com essa tábua.
Este mesmo argumento será usado contra os fiéis de Deus nos Estados Unidos:
“Aqueles que viverem nos últimos dias da história deste mundo eles saberão o que
significa perseguição por causa da justiça. Nos tribunais a injustiça prevalecerá. Os
juízes se recusarão a ouvir as explicações dos que são leais aos mandamentos de
Deus, porque sabem que os argumentos a favor do quarto mandamento são
irrefutáveis. Eles dirão: ‘Temos uma lei e, de acordo com a nossa lei, ele deve
morrer’. Para eles, a lei de Deus nada significa. Para eles, ‘nossa lei’ é suprema.
Enquanto aqueles que respeitam esta lei humana serão favorecidos, aqueles que se
recusam a se curvar a este sábado idólatra não receberão nenhum favor.” (Signs of
the Times, 26 de maio de 1898).
Jesus reconheceu que Deus deu a Pilatos o poder para governar em assuntos civis:
(João 19:11) “Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima
não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti [Caifás o sumo sacerdote]
maior pecado tem”.
Primeiro, um tumulto estava se formando e Pilatos queria evitá-lo, porque César o tinha
fichado por tumultos anteriores:
(Mateus 27:24) “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário,
aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo:
Estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco”!
Segundo, os ministros da época o chantagearam, dizendo que se ele libertasse Jesus, eles
iriam acusá-lo diante de César, que tiraria sua posição política:
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(João 19:12) “A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus
clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é
contra César”!
Membros das várias seitas judaicas não foram os que lideraram o clamor pela morte de
Jesus. Foram os líderes religiosos que influenciaram o povo a clamar pela crucificação de
Jesus:
O clímax do julgamento civil de Jesus ocorreu quando Pilatos colocou Jesus e Barrabás
lado a lado no pretório e perguntou aos judeus a quem eles queriam que ele libertasse.
Em sua resposta, os líderes judeus cometeram fornicação e alta traição contra Deus. Eles
rejeitaram seu marido legítimo e cometeram fornicação com César!
(João 19:13-15) “Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se
no tribunal, no lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá. 14 E era a parasceve
pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. 15Eles, porém,
clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei?
Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César”!
Ao reivindicar César como seu rei, eles negaram Jesus, o Rei dos reis. Por fornicar com o
estado romano, a igreja da época tornou-se uma prostituta.
Jesus veio para se casar com o povo de Israel. Era o marido fazendo todo o possível para
fazer Israel se apaixonar, mas eles escolheram César em vez dele. Na verdade, os judeus
odiavam o poder civil de Roma. Eles só queriam usá-lo para destruir Jesus:
Nos Evangelhos, todos os tipos de metáforas são usados para descrever o relacionamento
que Cristo queria ter com seu povo.
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
• Jesus era o marido que veio para se casar com Israel, mas ela escolheu o poder
civil em vez de Jesus.
Os líderes religiosos pensavam que se livrando de Jesus salvariam a nação, mas aconteceu
o contrário. Ao matar Jesus, eles causaram o que queriam impedir. Em 70 DC, os mesmos
romanos que foram usados para matar Jesus vieram e destruíram a nação judaica. Ou
seja, a apostasia nacional levou à ruína nacional.
Algo semelhante ocorrerá quando os governantes civis da terra se derem em conta que a
prostituta e suas filhas os enganaram (Apocalipse 17:16).
O livro de Atos dos Apóstolos nos diz que Jesus enviou os apóstolos para pregar e batizar
aqueles que se arrependeram de seus pecados (Marcos 16:17; Mateus 24:14; Mateus
28:18-20; Atos 1:6-8).
(Atos 1:8) “... Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até
aos confins da terra”.
Para cumprir essa tarefa, Cristo deu a seus seguidores uma espada, a espada do Espírito:
O fruto do trabalho dos apóstolos foi que milhares de ministros e leigos deixaram a igreja
apóstata e se juntaram ao movimento cristão (Atos 2:41; 4:4; 6:7).
Jesus não autorizou seus seguidores a usar a espada do poder civil para realizar seu
trabalho. Em vez disso, Jesus anunciou que a espada seria erguida contra eles:
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(Mateus 10:34-39) “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz,
mas espada. 35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua
mãe e entre a nora e sua sogra. 36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua
própria casa. 37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de
mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38 e
quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39 Quem acha a
sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”.
Há outra espada que o Novo Testamento menciona. Esta espada não pertence à igreja,
mas sim ao poder civil. Deus estabeleceu o poder civil e concedeu-lhe uma espada para
manter a ordem na sociedade, proteger os pais, a vida, o casamento, a propriedade e a
reputação. Deus autoriza os poderes civis a usar esta espada para punir aqueles que
violam a segunda tábua da lei.
(Atos 12:1-3) “Por aquele tempo, mandou Herodes prender alguns da igreja para
maltratá-los, 2 fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João. 3 Vendo ser
isto agradável aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. E eram os dias
dos pães asmos”.
De acordo com o livro de Atos, a igreja judaica apóstata apelava constantemente aos
magistrados de Roma para prender, açoitar e matar os seguidores de Jesus (Atos 9:23;
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13:45, 50; 14:2; 16:20-21 ; 17:6-7, 13; 18:12-15; 20:3, 19; 21:27; 23:12; 24:1-10; 25:2-3, 9-
10, 15-16; 26:2-3; 26:21; 28:18-19). Nunca no Novo Testamento encontramos os
seguidores de Jesus usando o poder civil para cumprir a missão da igreja. Deus deu à igreja
apenas a Espada do Espírito.
Quando Pilatos estava decidindo se entregaria Jesus à morte ou não, ele recebeu uma
advertência de sua esposa dizendo-lhe para não ter nada a ver com a execução desse
homem inocente. Mas o medo de um tumulto devido à pressão do povo e o medo de
perder sua posição política o levou a confirmar o decreto de morte contra Jesus.
Pilatos lavou as mãos, mas Deus não aceitou sua cerimônia porque depois do milênio ele
estará fora da cidade santa.
(Mateus 27:19) “E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te
envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito”.
Por três vezes Jesus implorou ao Pai que lhe desse permissão para salvar o homem:
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à miséria, enfermidade e morte, e não haveria um meio de livramento para o
transgressor. A família inteira de Adão deveria morrer. Vi o adorável Jesus, e
contemplei uma expressão de simpatia e tristeza em Seu rosto. Logo eu O vi
aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o Pai. Disse meu
anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o Pai. A ansiedade dos anjos
parecia ser intensa enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi
encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; e na terceira vez Ele veio de
Seu Pai, e podia-se ver a Sua pessoa. Seu semblante estava calmo, livre de toda a
perplexidade e inquietação, e resplandecia de benevolência e amabilidade, tais
como não podem exprimir as palavras. Fez então saber à hoste angélica que um
meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que
estivera a pleitear com Seu Pai, e oferecera-Se para dar Sua vida como resgate, e
tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse
encontrar perdão; que pelos méritos de Seu sangue, e obediência à lei divina, ele
poderia ter o favor de Deus, e ser trazido para o belo jardim e comer do fruto da
árvore da vida.” (WHITE, Ellen G. (2007). Primeiros Escritos, Capítulo: O plano de
salvação, p. 161).
Quando Jesus estava no horto, ele implorou ao Pai três vezes para passar o cálice de seu
sofrimento, se possível:
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Jesus temia que a separação do Pai fosse eterna:
“Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia
enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua
saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por
parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação
houvesse de ser eterna.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações,
Capítulo: O Calvário, p. 662-663).
(Lucas 23:46) “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito! E, dito isto, expirou”.
(João 16:1-3) “Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. 2 Eles vos
expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará
com isso tributar culto a Deus. 3 Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a
mim”.
No tempo do fim, a história de Jesus repetir-se-á. Acontecerá algo muito parecido com o
que aconteceu com Jesus:
“As forças das trevas se unirão aos agentes humanos que se renderam ao controle
de Satanás e as mesmas cenas que ocorreram quando Jesus foi provado, rejeitado
e crucificado serão revividas. Ao se render às influências satânicas, os homens
serão transformados em demônios e aqueles que foram criados à imagem de Deus,
aqueles, que foram formados para honrar e glorificar o seu Criador, tornar-se-ão
em habitação de dragões, e Satanás verá em uma raça apóstata sua obra-prima do
mal – seres humanos que refletem sua própria imagem.” (Review and Herald, 14
de abril de 1896).
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
Vamos nos sentir separados de Deus:
“Acusando Satanás o povo de Deus por causa de seus pecados, o Senhor lhe
permite que os prove até o último ponto. Sua confiança em Deus, sua fé e firmeza,
serão severamente postas à prova. Ao reverem o passado, suas esperanças
desfalecem; pois que em sua vida inteira pouco bem podem ver. Estão
perfeitamente cônscios de sua fraqueza e indignidade. Satanás se esforça por
aterrorizá-los com o pensamento de que seus casos não dão margem à esperança,
que a mancha de seu aviltamento jamais será lavada. Espera destruir-lhes a fé, de
tal maneira que cedam às suas tentações, desviando-se de sua fidelidade para com
Deus.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo
de angústia, p. 539-540).
“O tempo de agonia e angústia que diante de nós está, exigirá uma fé que possa
suportar o cansaço, a demora e a fome — fé que não desfaleça ainda que
severamente provada. O tempo de graça é concedido a todos, a fim de se
prepararem para aquela ocasião.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 542).
“Os agentes de Satanás estão aproveitando sua última chance para desenvolver
diante do mundo, dos anjos e dos seres humanos os verdadeiros princípios de seus
atributos. O povo de Deus deve agora representar os atributos do Pai e do Filho.”
(Review and Herald, 24 de abril de 1896).
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“As Mensagens dos Três Anjos – Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
“A história que o grande Eu Sou assinalou em Sua Palavra, unindo-se cada elo aos
demais na cadeia profética, desde a eternidade no passado até à eternidade no
futuro, diz-nos onde nos achamos hoje, no prosseguimento dos séculos, e o que se
poderá esperar no tempo vindouro. Tudo o que a profecia predisse como devendo
acontecer, até a presente época, tem-se traçado nas páginas da História, e
podemos estar certos de que tudo que ainda deve vir se cumprirá em sua ordem.”
(WHITE, Ellen G. (2008). Educação, Capítulo: História e Profecia, p. 144).
Um Panorama Simbólico
É importante lembrar neste estudo que na profecia estamos lidando com símbolos que
não podem ser interpretados literalmente. Na vida real, não há leões com asas de águia,
leopardos com quatro cabeças e quatro asas, dragões com dentes de ferro e dez chifres
nas cabeças.
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
símbolo é encontrado explica seu significado e às vezes precisamos ir a outras partes da
Bíblia para 111efende-los.
A data de Daniel 7
O primeiro ano do rei Belsazar foi 550 AC. O reino da Babilônia ainda não cairia por 11
anos, o que significa que tudo o que Deus anunciou em Daniel 7 ainda estava para ser
cumprido quando Daniel recebeu o sonho. Veremos em nosso estudo que Daniel 7 e
Apocalipse 13 anunciam, com grande precisão, eventos que ocorreriam centenas e até
milhares de anos no futuro.
Ventos e Mar
Os ventos representam guerras e conflitos militares entre as nações lutando para chegar
ao poder:
(Daniel 7:1-2) “No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve Daniel um sonho
e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e
relatou a suma de todas as coisas. 2 Falou Daniel e disse: Eu estava olhando,
durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar
Grande”.
(Isaías 17:12) “Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os
mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas”!
Quatro Bestas
(Daniel 7:3) “Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar”.
(Daniel 7:17) “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se
levantarão da terra”.
As quatro bestas [ou animais] representam uma sucessão de quatro reinos, sendo cada
governado por uma sucessão de reis. No livro de Daniel, as palavras ‘reis’ e ‘reinos’ são
usadas intercambiavelmente. Três evidências do livro de Daniel indicam isso:
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• Daniel 2:39 nos diz que Deus disse ao rei Nabucodonosor “tu és a cabeça de ouro”,
mas depois o informou que depois dele surgiria outro reino.
• Daniel 7:23 diz explicitamente que a quarta besta representa um quarto reino que
reinaria sobre a terra.
• Daniel 8:20: O carneiro que tinha dois chifres representa os reis da Média e da
Pérsia.
Não deve ser surpresa que os animais sejam usados para representar as nações. Ainda
hoje é comum que uma nação tenha uma mascote que a represente:
O Leão: Babilônia
No decorrer de nosso estudo de Daniel 7, notaremos que muitos dos verbos estão na voz
passiva, o que indica que há um poder por trás da cortina que está dirigindo os eventos
históricos. No livro de Daniel os anjos são chamados de ‘vigilantes’ (Daniel 4:13, 17, 23) e
por meio deles Deus dirige os eventos históricos.
O Leão
(Daniel 7:4) “O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava,
foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como
homem; e lhe foi dada mente de homem”.
As vozes passivas dos verbos indicam, por trás da cortina, uma mão invisível que está
dirigindo os eventos históricos:
• A cadeia profética começa com Babilônia, o reino que governava quando Daniel
vivia. Babilônia é o primeiro elo da grande cadeia profética.
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
• Quando o rei Nabucodonosor edificou a antiga cidade de Babilônia, ele colocou
esfinges de leões nas entradas principais.
• Outros versículos da Bíblia refere-se a Babilônia como leão:
(Jeremias 4:7) “Já um leão subiu da sua ramada, um destruidor das nações; ele já
partiu, já deixou o seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as
tuas cidades sejam destruídas, e ninguém as habite”.
(Jeremias 50:17) “Cordeiro desgarrado é Israel; os leões o afugentaram; primeiro,
devorou-o o rei da Babilônia [Nabucodonosor] e a sua terra, como castiguei o rei
da Assíria”.
• (Ezequiel 17:2-3, 12) “Filho do homem, propõe um enigma e usa de uma parábola
para com a casa de Israel; 3 e dize: Assim diz o SENHOR Deus: Uma grande águia,
de grandes asas, de comprida plumagem, farta de penas de várias cores, veio ao
Líbano e levou a ponta de um cedro. 12 Dize agora à casa rebelde: Não sabeis o que
significam estas coisas? Dize: Eis que veio o rei da Babilônia a Jerusalém, e tomou
o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para a Babilônia”.
• (Lamentações 4:19) “Os nossos perseguidores foram mais ligeiros do que as aves
dos céus [ás águias]; sobre os montes nos perseguiram, no deserto nos armaram
ciladas”.
• Em Deuteronômio 28 encontramos as 113 efende e maldições da aliança.
Oitocentos anos antes do cativeiro Babilônico, Deus predice, por meio de Moisés,
que os Babilônios viriam como águias velozes contra Judá:
(Deuteronômio 28:49-51) “O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da
extremidade da terra virá, como o vôo impetuoso da águia, nação cuja língua não
entenderás; 50 nação feroz de rosto, que não respeitará ao velho, nem se apiedará
do moço [ver II Crônicas 36:17]. 51 Ela comerá o fruto dos teus animais e o fruto da
tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará cereal, mosto, nem azeite, nem
as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, até que te haja consumido”.
O Urso: A Média-Pérsia
Novamente, a voz passiva dos verbos indica que, por trás da cortina, havia uma mão
invisível que está dirigindo os eventos históricos:
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
• “... e foi-lhe dito: Levanta-te, devora muita carne”.
• Em Daniel 7:5 é-nos dito que o urso era mais alto de um lado do que do outro,
mas não dá a razão.
• Em Daniel 8:3-4 descreve um carneiro que tinha dois chifres, porém um deles era
mais alto do que o outro, e este mais alto, dentre os dois, saiu por último.
• Em Daniel 8:20 é-nos dito que os dois chifres são identificados como os medos e
os persas.
• A profecia paralela em Daniel 8 explica porque o urso era mais alto de um lado do
que do outro.
• A história confirma que os primeiros dois reis da dinastia dos medos e persas
foram medos, mas todos os outros foram persas. Certamente o chifre mais alto
saiu por último!
• As três costelas na boca do urso representam as últimas três províncias que os
medos e persas tiveram que conquistar para chegar ao poder:
1. Lídia (Anatólia / Turquia) caiu em 547 AC.
2. Babilônia caiu em 539 AC.
3. Egito caiu em 525 AC.
• É importante notar que o mesmo livro de Daniel nos diz que o reino que
conquistou a Babilônia foi a Medo-Pérsia (Daniel 5:26-28).
O Leopardo: Grécia
(Daniel 7:6) “Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um
leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro
cabeças, e foi-lhe dado domínio”.
Obviamente, não foi o urso que deu o poder ao leopardo. Então, quem deu a ele o
poder?
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• O chifre notável que o bode tinha representa o primeiro rei. Alexandre Magno
[conhecido como Alexandre, o Grande] conquistou o mundo conhecido em
apenas 9 anos e morreu embriagado aos 32 anos.
• Quando Alexandre morreu, ele não deixou um sucessor e é por isso que seu reino
foi dividido em quatro reinos, mas não de seus descendentes:
(Daniel 7:7) “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o
quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes
de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres”.
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• Saddam Hussein (ditador do Iraque que foi enforcado).
• Barack Obama (presidente dos Estados Unidos).
O conceito que se tem hoje do anticristo é que ele será um personagem malévolo que
reconstruirá o templo judeu, fará uma imagem gigantesca de si mesmo, fará uma
tatuagem na testa ou na mão direita de seus seguidores e perseguirá os judeus por três
anos e meio.
Na explicação da visão, vemos claramente que a quarta besta tinha três etapas
consecutivas de domínio e todas eram romanas:
(Daniel 7:23-24) “Então, ele disse: O quarto animal será um [1] quarto reino na
terra, o qual será diferente de todos os outros reinos, e devorará toda a terra, e a
pisará aos pés, e a fará em pedaços. 24 Os dez chifres correspondem a dez reis que
se levantarão [2] daquele mesmo reino; e, [3] depois deles, se levantará outro, o
qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis”.
Quero deixar bem claro que o chifre não se refere aos indivíduos que estão dentro deste
sistema religioso apóstata, mas ao próprio sistema. Ou seja, nossos comentários se
concentrarão na organização e não nos indivíduos dentro da organização.
Nesse sistema estão milhões de pessoas sinceras que amam a Deus de todo o coração e o
servem com o melhor de seu conhecimento e capacidade. Mas o sistema como
organização é apóstata e corrupto e a sua condição é irreversível.
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A Bíblia refere-se a esta organização com diferentes símbolos:
• O Rei do Norte
• A prostituta
• O homem do pecado
• O chifre pequeno
• A abominação desoladora
• A besta
• O anticristo
Você poderá dizer: “Como podemos fazer uma distinção entre o sistema e os indivíduos
dentro do sistema? Se os indivíduos estão dentro do sistema, não fazem eles parte do
sistema”? Não necessariamente!
Talvez a melhor ilustração de como uma pessoa pode estar em um sistema sem pertencer
ao sistema em seu coração seja encontrada na história da nação judaica desde o tempo
de Cristo. O Judaísmo era composto de sacerdotes e teólogos que se haviam corrompido.
O tribunal supremo desta organização religiosa por várias vezes pronunciou a sentença
de morte contra Jesus. Muitos dos paroquianos desses líderes espirituais também foram
contaminados.
Jesus denunciou com firmeza, mas com amor, esses líderes espirituais referindo-se a eles
como:
• Hipócritas
• Assassinos
• Guias de cegos
• Sepulturas caiadas de branco
• Raça de víboras
• Serpentes
• Ele até perguntou a eles: “Como escapareis da punição do inferno”?
• Finalmente, Jesus disse a esses líderes que o reino de Deus seria tirado deles e
dado aos gentios (Mateus 23:43).
Mas nem todos os que pertenciam à igreja judaica eram apóstatas. Embora estivessem no
sistema, havia uma multidão de pessoas que serviam a Deus de coração sincero.
• Os apóstolos
• Nicodemos (membro do Sinédrio)
• José de Arimatéia (membro do Sinédrio que providenciou a sepultura de Jesus)
• Gamaliel (o erudito que salvou Pedro e João da sentença de morte)
• Saulo de Tarso (o perseguidor da igreja)
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(Atos 6:7) “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos
discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé”.
Assim, vemos que o sistema e aqueles que estavam no sistema não são os mesmos.
Alguns dos que pertenceram ao sistema foram corrompidos pelo sistema, mas outros, por
assim dizer, não dobraram os joelhos a Baal.
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Vejamos sete características que nos ajudarão a identificar o poder que o chifre pequeno
representa:
# 1. Ele levantou-se depois que todos os dez foram completados, então ele deve ter
subido ao poder depois que foi dividido o Império Romano em 476 DC.
# 2. Visto que o chifre pequeno surgiu no meio dos dez chifres e os dez representam as
nações da Europa Ocidental, o chifre pequeno deve ter surgido no território da
Europa Ocidental. Mais especificamente, deve ter sido um poder romano porque
surgiu da cabeça da quarta besta, que representa Roma.
# 3. Quando o chifre pequeno subiu ao poder, ele arrancou três dos dez reinos em que
o império havia sido dividido. Agora observe quatro características adicionais
encontradas em Daniel 7:25:
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(Daniel 7:25) “[4] Proferirá palavras contra o Altíssimo, [5] magoará os santos do
Altíssimo e [6] cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão
entregues nas mãos, por [7] um tempo, dois tempos e metade de um tempo”.
# 4. O chifre pequeno proferiu palavras e blasfêmias contra o Altíssimo.
# 5. Perseguiu os santos do Altíssimo.
# 6. Pensou que poderia mudar a lei de Deus.
# 7. Governou por um tempo, tempos e metade de um tempo.
Antes de identificar o poder que preenche todas essas características, eu quero deixar
algo claro novamente. Não é minha intenção ofender ninguém. Devemos lembrar que o
chifre pequeno representa um sistema ou uma organização apóstata e não todos os
indivíduos que se encontram dentro do sistema. Existem milhões de verdadeiros cristãos
neste sistema religioso apóstata que não sabem o que estou prestes a apresentar.
Dito isso, há apenas um poder na história que cumpre perfeitamente a todas essas
características: O Papado Católico Romano.
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• O papado herdou muitos elementos de sua religião do Império Romano,
incluindo a observância do dia do sol – domingo.
• De acordo com Malachi Martin, a organização da igreja romana é um
reflexo da organização que ela herdou do Império Romano. O imperador
foi substituído pelo papa, os senadores pelos cardeais, os cônsules pelos
arcebispos e os pró-cônsules pelos bispos:
“Em três séculos, a Igreja Romana transformou a organização
administrativa do Império Romano, convertendo-a em um sistema
eclesiástico de bispados, dioceses, mosteiros, colônias, guarnições, escolas,
bibliotecas, centros administrativos, embaixadores, representantes,
tribunais e um sistema de leis detalhado, e tudo isso estava sob o controle
direto do papa. Seu palácio romano, o Latrão, tornou-se o novo senado. Os
novos senadores eram os cardeais. Os bispos que viviam em Roma e os
padres e diáconos ajudavam o papa a administrar este novo império.”
(MARTIN, Malaquías, Declínio e Queda da Igreja Romana, p. 105).
“A igreja romana... ela astutamente tomou o lugar do Império Romano
mundial e é de fato sua continuação. O império não morreu, mas ocorreu
uma transformação. É uma criação política tão imponente quanto um
império mundial, pois é a continuação do Império Romano.” (HARNACK,
Adolph, What is Christianity, pp. 269, 270).
• O nome do líder da igreja romana é ‘sumo-pontífice’ (Pontifex Maximus), o
mesmo nome que designava o imperador romano.
• Vários historiadores afirmam que o papado continuou o legado do Império
Romano. Em 1911, o autor católico romano James P. Conroy comparou o
que era o papado antes e depois do ano de 1870:
“E agora que o poder temporal dos pontífices romanos é uma questão do
passado e o líder da igreja debaixo do céu é forçado a depender para sua
manutenção da generosidade de seus filhos espirituais em todo o mundo e
agora que um usurpador ocupa o trono sobre a qual o papa governou por
mil anos enquanto seu legítimo dono está preso em sua própria cidade,
seria interessante, de muitos pontos de vista, que comparemos como o
povo e a cidade de Roma eram antes de 1870 com o que são hoje. Há muito
tempo, quando por negligência dos imperadores romanos o império
ocidental estava à mercê de multidões bárbaras, os romanos procuraram
um indivíduo para 121 efen-los e 121 efende-los e pediram-lhe que os
governasse; desta maneira simples começou a soberania temporal dos
papas. E subindo humildemente ao trono de César, o vigário de Cristo
tomou o cetro diante do qual os imperadores e reis da Europa
reverentemente se curvaram por muitos séculos. Fizeram isso por respeito
à dignidade de sua posição e também porque ele foi o único mediador que
eles reconheceram em meio a suas guerras sem fim.” (Fonte: Two Romes,
de James P. Conroy, em The American Catholic Quarterly Review, Volume
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XXXVI (36), editado por James Andrew Corcoran, Patrick John Ryan, Edmond
Francis Prendergast, 1911, pp. 193-194).
“Ao contemplar as ruínas do império ocidental tal é o espetáculo que vemos
por toda parte... A Pax Romana cessou e existe uma confusão universal.
Mas onde quer que haja um bispo, a religião protege tudo o que resta da
velha ordem. Uma nova Roma surge no horizonte. Ela é a herdeira da
religião que foi derrubada e se apropria do esplendor externo dos Césares...
O imperador não existe mais... mas o Pontifex Maximus permanece; [o
Pontifex Maximus] é agora o vigário de Cristo que oferece a civilização
antiga às tribos do norte. Ele os converte ao seu credo e eles o servem como
pai e juiz supremo. Esta é a monarquia papal que em sua ascensão e queda
lança sua sombra sobre a Europa por mil anos.” (BARRY, W. F., The Papal
Monarchy, pp. 45, 46).
“Foi assim que a Igreja Romana se impôs imperceptivelmente, ocupando o
lugar do Império Romano mundial, do qual é efetivamente a sua
continuação. O império não morreu, mas passou por uma transformação...
[o papado] é uma criação política tão imponente quanto um império
mundial porque é a continuação do império romano. O papa, que se
autodenomina ‘Rei’ e ‘Pontifex Maximus’, é o sucessor de César.”
(HARNACK, Adolph, What is Christianity, pp. 269, 270).
# 3. Ele desarraigou a três das tribos bárbaras:
Após a queda do Império Romano ocidental em 476 DC, o papado aliou-se aos
imperadores orientais para desarraigar três reinos heréticos: os Hérulos (493 DC),
os Vândalos (534 DC) e os Ostrogodos (538 DC).
• O bispo de Roma pediu ao imperador que o ajudasse a desarraigar os
hérulos hereges. Em resposta, o imperador enviou Teodorico, rei dos
Ostrogodos, para lutar contra Odoacro, rei dos Hérulos. Odoacro foi morto
por Teodorico e os Hérulos desapareceram da história em 493 DC.
• Os próximos na lista de indesejáveis foram os Vândalos. Sob a influência do
papa, o imperador Justiniano enviou seu general de confiança Belisário
para lutar contra os vândalos. Em 534 DC, os vândalos foram desarraigados
e desapareceram da história.
• Mas os ostrogodos ainda eram rebeldes. No ano de 533 DC, o imperador
Justiniano escreveu uma carta pessoal ao Papa João legitimando-o como o
‘cabeça’ de todas as igrejas no império oriental e ocidental. Esta carta foi
incluída no Código Justiniano e, portanto, tinha a autoridade da lei. Com
efeito, o Código Justiniano foi à lei da Europa por mais de mil anos, até ser
substituído no final do século 18 pelo Código de Napoleão. O decreto de
Justiniano reza em parte assim:
“É por isso que nós [o imperador] fizemos o nosso melhor para unir todos
os sacerdotes do Oriente e mantê-los em sua santa sé... porque tu és o
‘cabeça’ de todas as santas igrejas, e faremos tudo ao nosso alcance (como
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expressei acima) para aumentar a honra e autoridade de sua sé...” (SP
Scott, The Civil Law, volume 12, p. 11-13).
O objetivo desse decreto é que a espada do poder civil do imperador
estava sendo usada para legitimar a autoridade do papa na igreja. O
imperador estava usando seu poder para proclamar que o papa era o único
porta-voz do cristianismo ortodoxo. Embora este decreto tenha sido
emitido em 533 DC, o mesmo não foi efetivado até o ano de 538 DC,
quando os rebeldes ostrogodos foram devastados e expulsos de Roma.
# 4. O papado proferiu grandes palavras e blasfêmias contra o Altíssimo:
O QUE É BLASFEMIA?
Para responder a essa pergunta, devemos permitir que a própria Bíblia defina o
que é blasfêmia e não o dicionário. Blasfêmia não é quando um ateu levanta a
mão para o céu e desafia abertamente a Deus. Existem pelo menos duas
definições de blasfêmia na Bíblia:
Definição Número 1:
Blasfêmia é quando um mero homem diz que tem autoridade para perdoar
pecados. Quando Jesus perdoou os pecados de um paralítico, os líderes religiosos
enlouqueceram dizendo:
(Marcos 2:7) “Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode
perdoar pecados, senão um, que é Deus”?
Em todos os templos católicos, há confessionários onde pecadores confessam seus
pecados a um sacerdote humano para serem absolvidos. San Alfonso de Liguorio
definiu o poder do padre católico:
“Se o Redentor entrasse em uma igreja e se assentasse em um
confessionário para administrar o sacramento da penitência, e um padre se
assentasse em outro confessionário e Jesus dissesse a cada penitente: ‘Eu te
absolvo’ e o padre diria igualmente a cada um de seus penitentes ‘Eu te
absolvo’, os penitentes de um e de outro seriam igualmente absolvidos.”
(DE LIGORIO, San Alfonso, Dignidade e Deveres do Sacerdote ou Selva, p.
28).
O Catecismo de Baltimore diz:
“O padre não tem que pedir perdão a Deus de seus pecados. O sacerdote
possui em si mesmo o poder de fazê-lo em nome de Cristo. Quando o padre
perdoa seus pecados, é o mesmo que se você se ajoelhasse e os confessasse
a Jesus.” (BOETTNER, Lorraine, Roman Catholicism, p. 197).
O Papa Francisco I declarou que de 08 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de
2016 foi o ano da misericórdia. Ele afirmou que mesmo as mulheres que
abortaram bebês poderiam receber absolvição do sacerdote, desde que seu
arrependimento fosse genuíno.
Definição número 2:
A Bíblia também diz que quando um mero homem se gaba de tomar o lugar de
Deus como seu representante na terra, ele está blasfemando. Jesus foi acusado de
blasfêmia por dizer que era o representante de Deus na terra:
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(João 10:30-33) “Eu e o Pai somos um. 31 Novamente, pegaram os judeus
em pedras para lhe atirar. 32 Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas
obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? 33 Responderam-
lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da
blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”.
O papado ensina que o papa é o Vicarius Christi, que significa ‘aquele que ocupa o
lugar de Cristo’. O papa também foi denominado ‘Vicarius Filii Dei’, que significa
‘aquele que ocupa o lugar do Filho de Deus’.
Alguns exemplos da história da igreja cristã:
Em uma homilia oferecida ao papa na quarta sessão do Quinto Concílio de Latrão
(1512), Cristóbal Marcelo disse:
“Pois tu eras o pastor, tu eras o médico, tu eras o diretor, tu eras o
fazendeiro; finalmente, tu eras outro Deus na terra.” (Labbe e Cossart,
História dos Conselhos, volume XIV, col. 109).
A Enciclopédia Católica diz:
“Além disso, a autoridade e o poder do pontífice romano não se referem
apenas às coisas celestiais, às coisas terrenas e àquelas que estão debaixo
da terra, mas também alcançam os anjos porque sua autoridade é maior do
que eles. Portanto, se os anjos errassem na fé ou pensassem contrário à fé,
eles poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. O papa tem tão
grande dignidade e poder que o mesmo tribunal forma um com Cristo.”
(Enciclopédia Católica, volume #3, p. 139, artigo “Papa”).
“O papa é como se fosse Deus na terra – o único soberano dos fiéis de
Cristo, principal rei dos reis e senhor dos senhores, que tem a plenitude do
poder, a quem o Deus onipotente confiou não apenas a direção de qual
fundamento [o estado], mas também do reino celestial [a igreja]. O papa
tem autoridade e poder tão grandes que pode modificar, explicar ou
interpretar até mesmo as leis divinas. O papa pode modificar a lei divina
porque seu poder não vem do homem, mas de Deus, e ele atua como vice-
regente de Deus na terra com pleno poder para amarrar e soltar suas
ovelhas.” (FERRARIS, Lucius, Prompta Bibliotheca, 08 volumes, volume #2,
artigo ‘Papa’).
O Catecismo de Nova York diz:
“O papa ocupa o lugar de Jesus Cristo na terra... Ele é o verdadeiro vigário
de Cristo, a cabeça da igreja e o pai de todos os cristãos. Ele é o governante
absoluto, o fundador dos dogmas, o autor e juiz dos concílios, o governante
universal da verdade, o árbitro do mundo, o juiz supremo no céu e na terra,
que pode julgar a todos, mas não pode ser julgado por qualquer um. É o
próprio Deus na terra.” (The New York Catechism, citado em Lorraine
Boettner, Roman Catholicism, p. 127).
# 5. O papado perseguiu os santos do Altíssimo:
O que diríamos sobre a perseguição aos santos? Perseguiu o papado no curso de
sua história aqueles que não concordavam com suas doutrinas e práticas? Existem
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abundantes evidências históricas de que o papado perseguiu os santos do
Altíssimo.
Daremos alguns exemplos da atitude da Igreja Católica em relação à perseguição:
• Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
• O martírio de Jan Huss
• A perseguição aos Hussitas
• A perseguição aos Valdenses
• O Massacre de São Bartolomeu
• A história do Santo Ofício da Inquisição
• Em 12 de março de 2000, o Papa João Paulo II leu um longo documento
pedindo perdão pelas atrocidades que a igreja praticou contra os hereges.
• O Papa Francisco I, em 22 de junho de 2015, viajou para Torre Pellice, onde
pediu perdão aos Valdenses pela forma como foram perseguidos pelo
papado.
• Juan Antonio Llorente, que foi um inquisidor, documentou em vários
volumes, com detalhes minuciosos, as atrocidades cometidas pela
Inquisição na Espanha.
Santo Agostinho
Entre 391 DC e 400 DC, Agostinho se opôs radicalmente ao uso da força contra os
hereges:
“A minha primeira sentença foi que ninguém devia ser obrigado a aceitar a
unidade de Cristo; que se devia agir por palavra, lutar na disputa, triunfar com
a razão, para não transformar em fingidos católicos aqueles que conhecíamos
como hereges declarados.” (Carta 93, cap. 5, p. 17). “Mas, então, entre os anos
400 DC e 405 DC, ele começou a mudar de posição, gradativamente inclinado a
aceitar a violência que o império impunha. Pois bem, apesar de aceitar a
repressão violenta, ele se opôs à pena de morte, frequentemente fazendo uso
de sua autoridade moral perante os magistrados para que não condenassem
nenhum herege à morte, por mais graves que fossem seus crimes”.
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segunda correção, como o apóstolo aponta. Mas se alguém ainda é
persistente, a igreja, não esperando sua conversão, o separa de si mesmo
pela sentença de excomunhão em vista da saúde dos outros. E vai ainda
mais longe, entregando-o ao julgamento secular pelo seu extermínio do
mundo pela morte”.
A Perseguição dos Hussitas
Palavras do Papa Martinho V ao Rei da Polônia (1417-1431) em 1429 ordenando-
lhe que exterminasse os Hussitas:
“Saibam que, de acordo com os interesses da Santa Sé, bem como os de
sua coroa, é seu dever exterminar os hussitas. Lembre-se de que esses
ímpios ousam proclamar princípios de igualdade; eles sustentam que todos
os cristãos são irmãos e que Deus não deu a homens privilegiados o direito
de governar as nações; eles se apegam à ideia de que Cristo veio a Terra
para abolir a escravidão e chamam as pessoas para a liberdade, o que
resultaria na eliminação de reis e sacerdotes. Portanto, enquanto houver
oportunidade, posicione suas forças [militares] contra a Boêmia: queime-se,
massacre-se, faça de todo um deserto, pois não haverá nada que agrade
mais a Deus, ou que seja mais útil para a causa dos reis do que o extermínio
dos hussitas.” (Cormenin, História dos Papas, páginas 116-117).
A Perseguição dos Valdenses
No século XV (1487 DC), o Papa Inocêncio VIII proclamou uma bula contra os
Valdenses. O texto original desta bula está na Biblioteca da Universidade de
Cambridge e a tradução encontra-se na obra de John Dowling, ‘History of
Romanism’ (edição de 1891), Livro #6, Capítulo 5, Seção 62.
Nesta carta pessoal, o papa refere-se aos Valdenses como ‘aquela seita maliciosa e
abominável de malfeitores’ e os ameaçou dizendo que se eles ‘recusassem a
renunciar [à sua fé], deveriam ser esmagados como cobras venenosas’.
Quem poderia esquecer o ‘Massacre do Piemonte’ ocorrido em 1655? Em 25 de
janeiro, o duque de Sabóia [Carlos Emanuel I] emitiu um edito para que os
Valdenses se convertessem à fé católica ou abandonassem os vales, pois suas
propriedades seriam confiscadas em poucos dias. Ele os ameaçou dizendo que se
não fossem embora, estariam sujeitos à pena de morte. O edito foi dado no auge
do inverno:
“Em 17 de abril, 15.000 soldados invadiram o vale do Piemonte. Milhares de
Valdenses foram assassinados, torturados e escravizados. Centenas de
pessoas que conseguiram escapar para as áreas mais íngremes das
montanhas foram presas e desabaram do penhasco íngreme de Catalluzo
perto da Torre Pellice.” (Salim Japas, Heresy, Columbus and the Inquisition
[Siloam Springs, Arkansas: Creation Enterprises, 1992], pp. 62, 63).
O Massacre de São Bartolomeu
“Huguenote” foi o nome dado aos protestantes na França, sendo seguidores de
João Calvino. Em seu auge, em meados do século XVII, havia cerca de dois milhões
de huguenotes na França, enquanto havia cerca de dezesseis milhões de católicos
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romanos. Os huguenotes eram os profissionais da época, por assim dizer ‘la creme
de la creme’ da França.
Em 24 de agosto de 1572, ocorreu o “Massacre do dia de São Bartolomeu”. Ao
toque do sino, os huguenotes em Paris foram massacrados impiedosamente.
Massacres semelhantes ocorreram em outras cidades da França durante as
semanas seguintes, com um número estimado de 70.000 mortos. Os
perpetradores foram protegidos por uma anistia.
O Vaticano celebrou o evento com o toque de sinos, missas de júbilos e o Papa
Gregório XIII, acompanhado por seus cardeais e outros dignitários eclesiásticos,
organizou uma procissão até a igreja de San Luis onde o Cardeal de Lorraine
cantou um Te Deum [hino de louvor a Deus].
O papa contratou o artista italiano Vasari para pintar um mural comemorativo do
evento que ainda está no Vaticano!
Gregório também mandou confeccionar uma moeda comemorativa para a
ocasião. De um lado da moeda está o perfil de Gregório e do outro lado o anjo da
morte é visto acima dos corpos dos que foram mortos.
LADO 1 LADO 2
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Sobre a Inquisição, o historiador católico Pedro de Rosa comentou:
“Dos oitenta papas que reinaram do século XIII em diante, nenhum
desaprovou a teologia e o mecanismo da inquisição. Pelo contrário, um
após o outro, ele acrescentou seus toques cruéis a esta máquina mortal.”
(Peter de Rosa, Vigários de Cristo, p. 175, 176).
Bernard Gui foi um inquisidor francês da ordem dominicana que lutou
incansavelmente contra os Albigenses a pedido dos papas Clemente V e João XXII
entre 1307 e 1323 DC. Gui escreveu:
“... o objetivo da inquisição é destruir a heresia; a heresia não pode ser
destruída a menos que os hereges sejam eliminados; e não é possível
eliminar os hereges a menos que aqueles que os escondem, simpatizam com
eles e os protegem sejam eliminados.” (Salim Japas, Heresy, Columbus and
the Inquisition [Siloam Springs, Arkansas: Creation Enterprises, 1992], p. 20).
Juan Antonio Llorente, que foi membro da Inquisição Espanhola, documentou em
detalhes minuciosos as atrocidades que foram perpetradas pelo papado durante a
Inquisição na Espanha. Escreveu:
“Eu fui secretário da Inquisição da Corte de Madri nos anos de 1789, 1790 e
1791, e conhecia o estabelecimento suficientemente para refutá-lo. Em sua
origem, constituição e leis, eu fui vicioso, apesar das desculpas que foram
escritas em seu favor”.
“A horrível conduta do Santo Ofício (a Santa Inquisição) enfraqueceu o
poder e reduziu a população da Espanha, pois impediu o progresso das
artes, das ciências, da indústria e do comércio; também porque obrigou
multidões de famílias a abandonar o Império, uma vez que instigou a
expulsão de judeus e mouros; também por sacrificar mais de 300.000
vítimas em suas fogueiras.” (Jean Antonine Llorente, Secretário da
Inquisição Espanhola, 1790-92, História da Inquisição, citado em R. W.
Thompson, O papado e o poder civil, página 82).
O padre jesuíta Cavalli, escrevendo na revista La Civitta Católica, em 03 de abril
de 1948, expõe a posição da Igreja Católica Romana sobre o trato dos hereges:
“A Igreja Católica, convencida pelas suas prerrogativas divinas de que é a
única Igreja verdadeira, reivindica única e exclusivamente para si o direito
à liberdade, visto que este direito só pode pertencer à verdade e nunca ao
erro. Quanto às outras religiões, ela não usará a espada contra elas. Porém,
ela pedirá por meios dignos da criatura humana que não lhes permita
propagar suas falsas doutrinas.” (Citado em D, Introdução, Página xiv).
Cavalli diz que a Igreja Católica “não usará a espada” contra outras religiões. Claro,
não o faz nos países modernos porque não pode mais manipular e usar o ‘braço
secular’ como em épocas passadas. Isso porque Deus libertou esses países do jugo
da hierarquia católica romana. Hoje a Igreja Católica Romana não usa a espada
porque os países libertos de seu jugo não o permitem. Mais, no entanto, ela o fez
de forma livre e maliciosa ao longo de muitos séculos no passado, torturando,
matando ou causando a morte a milhões de seres humanos.
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Na América Latina
Na América Latina, a Inquisição funcionou em três países: Colômbia, México e
Peru. Há alguns anos tive a oportunidade de visitar a cidade de Lima, no Peru e um
lugar que sempre quis visitar foi o Palácio da Inquisição.
Na entrada do palácio existe um grande mural que ilustra um auto de Fé na Praça
de Armas. Depois de explicar o mural, o guia turístico nos levou à câmara de
tortura. Fiquei surpreso com a maneira explícita e franca com que o guia
descreveu os instrumentos e métodos usados para torturar e matar hereges que
discordassem das crenças e práticas do papado.
Os corpos dos hereges eram açoitados, flagelados, afogados, cremados, sufocados,
desmembrados, deslocados, esticados, desarticulados. Se você quiser saber a
verdade sobre o que a igreja romana fez, vá ao Google e pesquise por ‘inquisição
de Lima’.
Outras Fontes Católicas
O cardeal da contra-reforma, Belarmino (1542-1621) escreveu o seguinte sobre a
punição dos hereges:
“O único meio eficaz contra os hereges é conduzi-los o mais rápido possível
ao lugar preparado para eles. Ao fazer isso, estamos fazendo o bem a eles,
pois quanto mais tempo eles têm permissão para viver, mais heresias eles
vão inventar e mais crentes eles vão seduzir, agravando assim sua própria
condenação.” (citado em Symposium on Revelation, volume #2, p. 345).
O Papa Pio IX escreveu em sua Encíclica e Syllabus (08 de dezembro de 1864):
“Malditos sejam os que defendem a liberdade de consciência e de culto e
os que afirmam que a Igreja não deve usar a força. O estado não tem o
direito de permitir que cada pessoa escolha a religião que considera
verdadeira”.
O Papa Leão XIII em sua encíclica ‘Libertas Humanan’ escreveu:
“De acordo com o que dissemos, é ilegal exigir, defender ou conceder
liberdade incondicional de pensamento, expressão, imprensa ou culto como
se fossem direitos naturais concedidos ao homem.” (citado em ‘The
Seventh-Day Adventist Bible Student’s Source Book, ‘Igreja e Estado’,
parágrafo 496 [Washington, D. C.: The Review and Herald, 1962], p. 273).
Marianus de Luca, um jesuíta que era professor de teologia na Pontifícia
Universidade Gregoriana de Roma escreveu:
“A Igreja Católica tem o direito e o dever de matar os hereges porque é
pelo fogo e pela espada que a heresia é extirpada. Os hereges zombam da
excomunhão em massa. Se forem jogados na prisão ou mandados para o
exílio, corromperão outros. O único recurso é 129efe-los. O arrependimento
não salva criminosos civis; o maior bem da igreja é o dever da fé e esta não
se pode ser preservada a menos que os hereges sejam mortos.” (citado em
Lorraine Boettner, Roman Catholicism, p. 426).
“Os hereges desprezam a excomunhão e dizem que este raio é impotente;
se são ameaçados com uma multa pecuniária, não temem a Deus nem
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respeitam os homens, sabendo que haverá muitos tolos que acreditarão em
sua causa e os apoiarão. Se forem jogados na prisão ou exilados,
corrompem aqueles que estão próximos com suas palavras e os que estão
distantes com seus livros. PORTANTO, O ÚNICO REMÉDIO É ENVIÁ-LOS
LOGO PARA SEU PRÓPRIO LUGAR.” (Marianus de Luca, Institutos de Direito
Eclesiástico Público (1901), volume #1, p. 143).
O que de Luca quer dizer ao se referir a ‘seu próprio lugar’? Não temos que
advinhar. De Luca explica:
“O magistrado civil, por ordem e comissão da Igreja, deve punir o herege
com a pena de morte.” (Marianus de Luca, Institutos de Direito Eclesiástico
Público (1901), volume #1, p. 261).
O autor católico romano Alfred Baudrillart fez o seguinte comentário sobre como
a igreja incitou a violência durante os 1260 anos:
“Ela [a igreja] tem e proclama com grande volume, que tem um ‘horror de
sangue’... Quando confrontada com a heresia, ela não se contenta em
persuadir; para ela, os argumentos intelectuais ou morais são insuficientes e
por isso recorre à força, aos castigos corporais, à tortura. Ela cria tribunais
como a Inquisição, pede a ajuda das leis do estado e, se necessário,
convoca uma cruzada ou uma guerra religiosa. E todo aquele ‘horror do
sangue’ na prática culmina quando ela incita o poder secular que a
derrame, um procedimento que é mais hediondo, mas menos franco do que
se ela mesma o derramasse”.
“Ela agia assim especialmente com os protestantes durante o século
dezesseis. Ela não estava disposta a se reformar moralmente, a pregar, por
exemplo, a converter pessoas por meio de missionários santos e eloquentes.
Ela acendeu as fogueiras da Inquisição na Itália, na Holanda e
especialmente na Espanha. Na França com Francisco I e Henrique II, na
Inglaterra com Maria Tudor, ela torturou aos hereges enquanto na França e
na Alemanha durante a segunda metade do século XVI e a primeira metade
do século XVII, mesmo quando não iniciou guerras religiosas, pois ela
mesma os encorajou e ativamente ajudou a 130efende-las.” (BAUDRILLART,
Alfred, The Catholic Church, the Renaissance and Protestantism, trad., Por
Mrs. Philip Gibbs [Londres: Kegan Paul, Trench, Trubner & Co., Ltd., 1908],
pp. 182, 183).
A esse respeito, escreveu o padre Alexis M. Lepicier, professor de teologia sagrada
do Pontifício Colégio de Propaganda Fide, um livro publicado em 1910:
“Deveríamos tolerar os hereges? Ninguém pode duvidar que não apenas
eles merecem ser cortados da igreja pela excomunhão, mas também devem
ser removidos do meio dos vivos pela morte. Portanto, assim que alguém
confessar publicamente sua heresia e procurar perverter os outros por
palavra ou exemplo, ele não deve apenas sofrer a maior excomunhão, mas
também deve ser morto, o que é justo para que ele não destrua a muitos
por seu contágio pestilento. Pois, como já dizia Aristóteles, um homem mau
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
é pior do que um animal selvagem e causa mais danos. Portanto, assim
como não é errado matar um animal selvagem que causa grande dano, não
deve ser errado tirar a vida prejudicial de um herege que se desvia da
verdade divina e tenta contra a salvação de outros.” (De Stabilitate et
progressu dogmati, Pontifícia Biblioteca, Roma, página 104; Citado em D,
Introdução, páginas x-xi).
No prefácio do livro escrito por Lepicier, o secretário do Papa escreveu: “O Sumo
Pontífice ficou imensamente satisfeito com a produção”.
No The Tablet, o jornal oficial da Diocese Católica de Brooklyn, Nova York,
encontra-se a seguinte declaração:
“A heresia é um crime horrível contra Deus e aqueles que o iniciam são
ainda mais culpados do que aqueles que traem o governo civil. Se o Estado
tem o direito de punir a traição com a morte, o princípio concede o mesmo
direito à autoridade religiosa de aplicar a pena de morte ao arqui-traidor da
verdade e da revelação divina. Uma sociedade perfeita tem direito à sua
existência... e o poder de cumprir a pena de morte é reconhecido como
necessário para uma sociedade perfeita. A Igreja Católica Romana é uma
sociedade perfeita e, como tal, tem o direito e o poder de tomar medidas
para salvaguardar sua existência.” (The Tablet, 05 de novembro de 1938).
A Enciclopédia Católica admite que:
“... Julgada pelos padrões contemporâneos, a Inquisição, especialmente
como se desenvolveu na Espanha no final da Idade Média, só pode ser
classificada como um dos capítulos mais sombrios da história da igreja”.
Desculpas Papais
Na Basílica de São Pedro, no primeiro sábado da Quaresma, 12 de março de 2000,
o Papa João Paulo II, em uma missa meticulosamente planejada, apoiado em um
crucifixo e com uma voz agonizante, parecia pedir perdão pelos pecados que a
Igreja Católica cometeu no passado contra os judeus, os protestantes, os
imigrantes, as minorias étnicas, as mulheres, as crianças e as crianças abortadas.
Desta forma, o Papa João Paulo admitiu que a Igreja Católica perseguiu durante o
período de seu domínio. Citamos aqui um trecho de sua homilia:
“Nós perdoamos e pedimos perdão!... Não podemos deixar de reconhecer a
traição ao evangelho que cometeram alguns de nossos irmãos,
especialmente durante o segundo milênio. Pedimos desculpas pelas
divisões entre os cristãos, pelo uso da violência por parte de alguns em
defesa da verdade e pelos atos de dissidência e hostilidade às vezes
manifestados contra aqueles que apóiam outras religiões”.
O New York Times comentou sobre este pedido de perdão da seguinte forma:
“O documento deveria ter destacado que ‘os filhos da igreja’ incluem papas,
cardeais e o clero e não apenas os leigos nos bancos...” (New York Times,
Seção A, p. 10).
Escola de Teologia ANCHOR As Mensagens dos Três Anjos Página 131 de 190
Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
Em 22 de junho de 2015, o Papa Francisco I visitou a cidade de Torre Pellice,
capital dos Valdenses, e pediu perdão por todas as perseguições que a Igreja
Católica lançou contra eles durante o segundo milênio. Em parte ele disse:
“Em nome da Igreja Católica, peço-lhes perdão; e peço isso pela maneira
não cristã e até mesmo pelas atitudes e condutas desumanas que temos
manifestado contra vocês. Em nome do Senhor Jesus Cristo, pedimo-lhes o
seu perdão”.
Alguém dirá: “Não vê que a Igreja Católica arrependeu-se de suas perseguições e
mudou? Certamente a igreja romana não persegue hoje”!
É verdade que a Igreja Católica hoje não persegue. Mas não é porque ela mudou
seus princípios, mas porque suas circunstâncias mudaram. Mais adiante nesta
série, veremos que o papado, uma vez que reconquistar o apoio dos poderes civis
do mundo, comportar-se-á como no passado.
# 6. O papado professa ter mudado a lei de Deus.
A renomada Enciclopédia Católica, Prompta Bibliotheca, declara:
“... o papa pode modificar a lei divina porque seu poder não vem dos
homens, mas de Deus e ele age em lugar de Deus na terra com todo o
poder para amarrar e soltar suas ovelhas...” (Lucius Ferraris, Prompta
Bibliotheca, 8 volumes, volume #2, artigo, ‘Papa’).
Embora a Bíblia Católica contenha os dez mandamentos, os catecismos ocultam o
segundo mandamento e dividem o décimo em duas partes.
Além disso, embora a Bíblia Católica diga que o sábado do sétimo dia deve ser
guardado, os catecismos ensinam que o sábado foi mudado, que o domingo é
agora o Dia do Senhor e que todos os fiéis são obrigados a assistir à missa para
honrar a ressurreição de Cristo.
Tenho em minha posse várias páginas com declarações de bispos, cardeais e
papas que afirmam que Cristo deu à Igreja Católica o direito de mudar, alterar e
modificar a lei divina. Vamos examinar algumas dessas citações:
“Na nova lei, a observância do domingo substitui a observância do sábado,
não em virtude de um preceito da lei, mas pela determinação da igreja e do
costume do povo cristão.” (Extraído da Summa Theologica de Santo Tomás
de Aquino, citado em The Sabbath in Scripture and History, p. 205, 206).
“Foi pela autoridade de Jesus Cristo que a Igreja Católica mudou este
descanso para domingo em memória da ressurreição de nosso Senhor e é
assim que, ao observar o domingo, os protestantes prestam homenagem,
sem querer admiti-lo, à autoridade da igreja.” (Monsenhor Segur, Plain Talk
about the 132efende132ntismo f Today [Boston: Thomas B. Noonan & Co.,
1868], p. 213).
“Que autoridade bíblica existe para mudar o sábado do sétimo dia para o
primeiro dia da semana? Quem deu ao papa autoridade para mudar um
mandamento de Deus? Se a Bíblia é o único guia para o cristão, então o
adventista do sétimo dia está certo em observar o sábado junto com o
judeu... Não é estranho que aqueles que fazem da Bíblia seu único professor
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sigam a tradição da igreja neste assunto”? (The Question Box Answers,
(Nova York: The Columbus Press, 1910), pp. 254, 255).
“Você pode ler a Bíblia de Gênesis a Apocalipse e não encontrará uma única
linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras exigem a
observância religiosa do sábado, um dia que nós [católicos] não
santificamos.” (GIBBONS, Cardeal Jaime, The Faith 133efend Fathers, p.
111).
# 7. O papado reinou por um período de ‘tempo, tempos e metade de um tempo’:
O que significa a expressão ‘tempo, tempos e metade de um tempo’? Vamos
examinar sete pontos:
Ponto #1: O que significa a palavra ‘tempos’? Daniel 4 explica que a palavra
‘tempos’ refere-se a anos, então a expressão ‘tempo, tempos e metade de um
tempo’ significa três anos e meio.
Ponto #2: Os anos são literais ou simbólicos? Tudo o que encontramos em Daniel
7 é expresso em linguagem simbólica, então o período de tempo também deve ser
simbólico: Águas, ventos, leão, urso, leopardo, dragão, cabeças, asas, costelas, dez
chifres, dentes de ferro, chifre pequeno com boca, nuvens etc., são todos
simbólicos.
Ponto #3: O sabor da expressão ‘tempo, tempos e metade de um tempo’ não é um
modo natural ou normal de se falar. Quando a Bíblia se refere a três anos e meio
literais, ela expressa isso em linguagem normal como ‘três anos e seis meses’
(Tiago 5:17).
Ponto #4: Então, entendemos que os três anos e meio são simbólicos. Mas
simbólico em que sentido? A Bíblia diz-nos que o ano tem doze meses (Ester 8:12).
Ponto #5: Cada um dos meses bíblicos tem trinta dias. Como nós sabemos disso?
Existem duas maneiras de verificar se o mês bíblico tem trinta dias:
• Maneira #1:
O período de domínio do chifre pequeno é expresso de três maneiras em
Daniel e Apocalipse:
• Tempo, tempos e metade de um tempo (Daniel 7:25).
• Quarenta e dois meses (Apocalipse 13: 5).
• Mil duzentos e sessenta dias (Apocalipse 12: 6, 14).
Apocalipse 12 prova duas coisas:
• Uma comparação de Apocalipse 12:6 e 12:14 mostra claramente
que ‘tempo, tempos e metade de um tempo’ é equivalente a 1260
dias.
• 3,5 tempos (anos) x 30 dias = 1260 dias
• Maneira #2:
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(Gênesis 7:11-12) “No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete
dias do segundo mês, [do ano 600 de Noé] nesse dia romperam-se
todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se
abriram, 12 e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta
dias e quarenta noites”.
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“As Mensagens dos Três Anjos – Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
A besta de Apocalipse 13:1-10 representa o mesmo poder que o chifre pequeno de Daniel
7 por três razões:
Escola de Teologia ANCHOR As Mensagens dos Três Anjos Página 135 de 190
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Primeira Razão: O chifre pequeno e a besta estão no mesmo elo da cadeia profética, mas
em Apocalipse 13 a ordem é inversa:
(Apocalipse 13:1-2) “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete
cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmias. 2 A besta que vi era semelhante a [1] leopardo, com pés como de [2]
urso e boca como de [3] leão. E deu-lhe o [4] dragão [com dez chifres – Apocalipse
12: 3] o seu poder, o seu trono, e grande autoridade”.
• Leão
• Urso
• Leopardo
• Dragão
• 10 chifres
• Chifre Pequeno (BESTA)
(Apocalipse 13:5-7) “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias
e autoridade para agir quarenta e dois meses; 6 e abriu a boca em blasfêmias
contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que
habitam no céu. 7 Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os
vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação”.
Terceira Razão: A besta governa pelo mesmo período de tempo que o chifre pequeno:
(Apocalipse 13:5) “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e
autoridade para agir quarenta e dois meses”.
O chifre pequeno / besta reinou por quarenta e dois meses e, no final desse período, a
terceira etapa do dragão terminou. Apocalipse 13:10 informa-nos que no final deste
período duas coisas aconteceram com a besta:
(Apocalipse 13:10) “Se alguém leva para [1] cativeiro, para cativeiro vai. Se
alguém matar à [2] espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a
perseverança e a fidelidade dos santos”.
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A chave para entender essa profecia é determinar o que simboliza a espada que atingiu a
besta e em que sentido ela foi lançada em cativeiro. Vamos começar interpretando o que
representa a espada que causou a ferida mortal na besta.
A Primeira Espada
Deus concedeu à igreja uma espada, a palavra de Deus, e a igreja a usa para pregar o
evangelho:
Alguns evangelistas adventistas concluíram que a espada que feriu a besta representa a
Bíblia e que a Reforma Protestante infligiu a ferida mortal no papado quando levantou o
princípio bem alto o princípio de Sola Scriptura. Mas esta interpretação da espada não se
encaixa no contexto ou na história por três razões:
1. A espada que a besta usou para matar é a mesma que aplicou a ferida mortal à
besta. É óbvio que o papado não usou a Bíblia para matar ninguém.
• A Bíblia que trouxe a luz a Reforma Protestante não pode ser a espada que atingiu
a besta porque a Reforma Protestante começou em 1517 e a besta recebeu sua
ferida mortal em 1798.
• A besta foi levada cativa ao mesmo tempo em que recebeu a ferida mortal de
espada. Se o papado foi levado cativo em 1517, ele não governou por 1260 anos.
Então, o que representa a espada que causou a ferida mortal à besta e o que significa a
ferida mortal?
Se a espada de Apocalipse 13:10 não representa a Bíblia, então, o que ela representa?
Antes de responder a esta pergunta, devemos lembrar que os símbolos na Bíblia são
flexíveis. Ou seja, o mesmo símbolo pode representar coisas diferentes dependendo do
contexto em que aparece.
A Segunda Espada
A outra espada mencionada na Bíblia foi concedida ao poder civil. O poder civil usa essa
espada para punir as violações do código civil. O governo usa a espada ao impor multas,
Escola de Teologia ANCHOR As Mensagens dos Três Anjos Página 137 de 190
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confiscar bens adquiridos ilegalmente, aprisionar criminosos e, em alguns países e casos,
cumprir pena de morte.
A espada representa o poder que o governo tem de punir as violações do código civil:
O papado não tem exércitos nem armas, mas atinge seus objetivos unindo-se aos
poderes civis para 138efen-lo a impor sua religião. Durante os 1260 anos, o papado
atacou os governos da Europa e os usou para perseguir aqueles que não concordavam
com sua religião. Em outras palavras, a igreja usou a espada do poder civil para punir
qualquer um que se opusesse a ela.
“Há muito tempo, quando, por negligência dos imperadores ocidentais, Roma
estava à mercê das tribos bárbaras, os Romanos apelaram a um personagem por
ajuda e proteção e pediram-lhe que governasse sobre eles. E assim, desta forma
simples, começou a soberania temporal dos papas. E se aproximando
humildemente do trono de César, o Vigário de Cristo apropriou-se do cetro diante
do qual os imperadores e reis da Europa deveriam se curvar por tantos séculos.”
(James P. Conroy, American Catholic Quarterly Review, abril de 1911).
“Sob o domínio do Império Romano [etapa #1: Roma somente] os papas não
tinham poderes temporais. Mas quando o Império Romano se desintegrou e foi
substituído por uma série de reinos rudes e bárbaros [etapa #2: Roma dividida], a
Igreja Católica Romana não apenas se tornou independente dos estados em
questões religiosas, mas passou a dominar em questões seculares também [etapa
#3: Roma papal].” (ECKHARDT, Carl Conrad, The Papacy and World Affairs
[Chicago: The University of Chicago Press, 1937], p. 1).
“Ao longo da Idade Média, havia apenas uma autoridade espiritual e temporal [o
papado] em Roma que exercia poderes que, em última análise, superavam aqueles
que o imperador romano tinha.” (R. W. Southern, Sociedade Ocidental e a Igreja na
Idade Média, vol. 2, pp. 24-25).
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“Na Idade Média, a igreja não era um estado, mas sim o estado; ou melhor, a
autoridade civil era apenas o departamento de polícia da igreja.” (John N. Figgis,
From Gerson to Grotius, p. 4).
No ano de 1302, o Papa Bonifácio VIII escreveu uma bula (carta pessoal) muito
importante intitulada Unam Sanctam, onde desenvolveu a ideia das duas espadas que
tinha sido originalmente proposta por São Bernardo:
“Os textos dos evangelhos informam-nos que esta igreja [Católica Romana] possui
duas espadas, ou seja, a espada espiritual e a temporal. Ambas, então, pertencem
à igreja, ou seja, a espada espiritual e a material. A espiritual deve ser usada para
a igreja, mas a espada material pela igreja; a primeira [espiritual] está nas mãos
do sacerdote e a segunda [material] está nas mãos de reis e soldados, mas sempre
debaixo da vontade e aprovação do sacerdote”.
O cardeal Henry Edward Manning, que era um clérigo da Igreja Anglicana, converteu-se
ao catolicismo e, como recompensa, ele foi investido como cardeal. Manning descreveu
muito bem como o papa foi capaz de tomar posse do trono de Roma quando Constantino
transferiu a sede do império para Constantinopla e quando as tribos bárbaras destruíram
o que tinha sido o Império Romano:
“O papado esperou até o momento propício em que Deus romperia seus laços e o
libertaria da sujeição aos poderes civis [ao Império Romano], colocando-o assim
no trono como o senhor de sua própria soberania temporal.” (MANNING, Henry
Edward, O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo [Londres: Burns & Lambert,
segunda edição, 1862], p. 11-13).
“Digo então que foi o próprio Deus quem libertou seu vigário terreno da sujeição
ao poder temporal, e por meio dele os bispos de Roma reinaram como príncipes
temporais por mil e duzentos anos.” (MANNING, Henry Edward, O Poder Temporal
do Vigário de Jesus Cristo [Londres: Burns & Lambert, segunda edição, 1862], p.
16).
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“A conversão do império ao cristianismo e sua transferência e exílio para o
Extremo Oriente, libertou o vigário de Jesus Cristo da sujeição ao poder temporal;
e então, pela ação dessa mesma providência, lhes foi concedido às prerrogativas de
um verdadeiro e apropriado soberano para governar sobre aquele estado e
território e também sobre o povo a ele confiado. E desde aquela época que se
poderia dizer que foram mil e quinhentos anos ou mais precisamente mil e
duzentos, o Sumo Pontífice tem sido um verdadeiro e genuíno soberano, que
exerce as prerrogativas da nobreza que Deus lhe concedeu sobre o povo de quem é
pai em todas as coisas, tanto espiritual como temporal.” (Fonte: O Poder Temporal
do Vigário de Jesus Cristo, de Henry Edward Manning, DD [nomeado arcebispo de
Westminster em 1865 e cardeal em 1875], segunda edição com prefácio, publicado
em 1862 em Londres por Burns & Lambert, 17 & 18 Portman Street).
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“As Mensagens dos Três Anjos – Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
Acredita-se que isso se refira à época em que o Papa Pio VI foi feito prisioneiro na França
em 1798, onde morreu no exílio em 1799. Mas o significado é muito mais amplo do que
isso. Lembre-se de que a besta não representa um papa em particular, mas um sistema
que reinou por 1.260 anos. Todo o sistema foi lançado em cativeiro em 1798 e não apenas
um papa.
Enquanto o estado fornecesse a espada do poder civil ao papado para fazer cumprir seus
dogmas e práticas, o papado estaria vivo e livre. Mas quando o poder civil retirou a
espada do poder civil e se voltou contra ele, o papado foi ferido e em posto em cativeiro.
O melhor paralelo para entender o cativeiro da besta está no mesmo livro do Apocalipse.
Nestes últimos dias da história, Satanás está solto e causando desastres porque conta com
o apoio dos poderes civis da terra. Como o papado, Satanás sempre alcançou seus
objetivos usando os governos civis do mundo.
Por exemplo, Apocalipse 12:3-4 nos diz que o dragão estava diante da mulher para
devorar seu filho assim que ele nascesse. Embora seja verdade que o dragão representa
Satanás, ele também representa um governante de Roma por meio de quem ele procurou
matar Jesus. Satanás também usou a Faraó para perseguir Israel e Pilatos para condenar
Jesus. Além disso, por meio das Nações Unidas, poderá usar no final da história todos os
governantes do mundo para perseguir os fiéis de Deus.
Mas na segunda vinda, todos os poderes civis que apoiaram Satanás morrerão
(Apocalipse 19:21) e, consequentemente, Satanás receberá uma ferida mortal e será
lançado na prisão ou cativeiro. Embora ele possa usar os reis, ele está vivo e saudável,
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mas quando perde o apoio dos reis da terra, ele está ferido e em cativeiro. No final dos mil
anos, os reis da terra serão ressuscitados (Apocalipse 20:5) e darão novamente seu apoio
a Satanás. Desta forma, sua ferida sarará e será liberto de sua prisão (Apocalipse 20:1-3, 7-
9). Repito, quando Satanás carece da ajuda dos reis da terra, ele está ferido e cativo, mas
quando os reis são ressuscitados, ele está saudável e livre.
A ferida mortal não significa que a Igreja Católica fechou as portas e deixou de funcionar
como igreja. Depois que o Papa Pio VI foi deposto, a Igreja Católica continuou a funcionar
como uma igreja. Os fiéis continuaram a batizar seus filhos, ir à missa e confessar seus
pecados ao padre, mas o governo francês tirou a espada do poder civil. E assim o papado
foi incapaz de usar a espada do poder civil para perseguir aqueles que discordavam de
suas doutrinas e práticas.
É interessante ler o que dizem os historiadores sobre o que ocorreu em 1798. Não dizem
que a Igreja Católica recebeu uma única e mesma coisa. A palavra ‘papado’ refere-se a
um sistema que une a igreja ao estado. Em 1798, o poder civil foi retirado do papado e
simplesmente continuou a funcionar como uma igreja.
“O papado estava extinto [não a igreja]; nem um traço de sua existência [do
papado] permaneceu. E de todos os poderes católicos romanos, nenhum levantou
um dedo para 142efende-lo [porque não tinha mais o apoio dos poderes civis]. A
cidade eterna não tinha mais príncipe [estado] nem pontífice [igreja]; seu pontífice
estava morrendo em terras estrangeiras e já havia sido decretado que a eleição de
um sucessor não seria permitida.” (TREVOR, George, Roma: Desde a Queda do
Império Ocidental, pp. 439, 440).
“Não é de admirar que metade da Europa acreditasse que o veto de Napoleão [que
não haveria outro papa] seria obedecido e que, como o papa, o papado [não a
Igreja] estava morto.” (Joseph Rickaby, Discursos sobre a História da Religião,
volume #3, p. 1).
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
“O papado havia sofrido sua mais profunda humilhação... e parecia estar
aniquilado. A Revolução Francesa proporcionou-lhe uma ferida que, ao que
parecia, não queria sarar até o final do século XX.” (M. Weitlauff, Symposium on
Revelation, volume #2, p. 337).
“O objetivo do diretório francês era destruir o governo papal [não a igreja] como o
inimigo irreconciliável da república... O velho papa [Pio VI] foi convidado a entregar
o governo temporal [não à liderança da igreja], e ao se recusar a fazê-lo, ele foi
arrastado do altar... os anéis foram arrancados de seus dedos e, finalmente, depois
de declarar que seu poder temporal foi abolido, os vencedores o levaram
prisioneiro para a cidade de Toscana, de onde ele nunca mais voltou (1798).”
(TREVOR, George, Roma: From the Fall of the Western Empire [London: The
Religious Tract Society, 1868], p. 439, 440).
A profecia de Apocalipse 13 informa-nos que a ferida mortal sofrida pelo papado em 1798
será curada e a besta estará livre para mais uma vez exercer seu poder despótico em um
nível global. De acordo com a profecia, o mundo inteiro ficará maravilhado após a besta
e esta será a quarta etapa do dragão. É assim que o apóstolo João explica:
(Revelação 13:3) “Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte [com a
espada], mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo
a besta”.
Quais são, então, os objetivos do papado hoje? Há muito tempo, quatro expressões têm
aparecido repetidamente na literatura social do papado:
• O bem comum
• A solidariedade
• A subsidiariedade
• O destino comum dos bens
Essas expressões têm um sabor de socialismo globalista. Bento XVI em sua encíclica
Caritas in Veritate explicou os objetivos do papado usando as seguintes expressões:
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“Para governar a [1] economia mundial, para [2] sanear as economias afetadas
pela crise, para prevenir sua deterioração e consequentes maiores desequilíbrios,
para alcançar um oportuno [3] desarmamento integral, a [4] segurança alimentar
e a paz, para garantir a [5] salvaguarda do meio ambiente e regular os [6] fluxos
migratórios, é urgente a presença de uma verdadeira Autoridade política
mundial, como já foi delineado pelo meu Predecessor, o Beato João XXIII. Esta
Autoridade deve ser regulada por lei, respeitar especificamente os princípios da
subsidiariedade e da solidariedade, ordenar-se à realização do bem comum,
empenhar-se na realização de um autêntico desenvolvimento humano integral
inspirado nos valores da caridade no verdadeiro. Essa Autoridade, ademais, deve
ser reconhecida por todos, ter poderes efetivos para garantir a segurança, o
cumprimento da justiça e o respeito aos direitos de cada um. Obviamente, deve ter
competência para fazer cumprir as suas próprias decisões das várias partes, bem
como as medidas de coordenação adotadas nos diferentes fóruns internacionais.
Com efeito, na falta disso, o direito internacional, não obstante os grandes avanços
alcançados nos diversos campos, correria o risco de estar condicionado pelos
equilíbrios de poder dos mais fortes. O desenvolvimento integral dos povos e a
colaboração internacional requerem o estabelecimento de um grau superior de
ordem internacional de tipo subsidiário para o governo da globalização, que uma
ordem social seja finalmente realizada de acordo com a ordem moral, bem como
aquela relação entre esfera moral e social, entre a política e o mundo econômico e
civil, já prevista no Estatuto das Nações Unidas”.
O que Bento XVI está dizendo é que o papado deve ser reconhecido pela comunidade
internacional como a consciência moral do mundo. O papado, portanto, aspira a
restabelecer a união da igreja com o estado tal como existia durante os 1260 anos. A ideia
papal é que a igreja serve como a ‘consciência moral’ dos poderes civis do mundo e que as
nações cumprem o que o papado deseja, especialmente a observância do domingo. O que
é extraordinário é que os poderes civis do mundo estão promovendo nas Nações Unidas
as mesmas causas que o papado promove.
Sinais de Perigo
Em setembro de 2015, o papa Francisco I fez uma visita aos Estados Unidos e participou
de quatro atividades significativas:
• Ele visitou a Casa Branca para falar com o presidente Barack Obama sobre
pobreza, imigração e mudança climática.
• Ele leu um discurso antes de uma sessão conjunta do Congresso dos Estados
Unidos, onde esboçou os mesmos temas.
• Ele fez um discurso para inaugurar o 70º aniversário das Nações Unidas e fez os
mesmos pontos. No final do seu discurso os representantes de 193 nações deram-
lhe aplausos que duraram vários minutos!
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• Ele fez um discurso em frente ao Constitution Hall na Filadélfia, onde os
documentos que fundaram a nação foram ratificados.
Advertências Solenes
Escritores que não são adventistas deram o alarme quanto aos objetivos do papado. Em
1967, Ayn Rand advertiu:
“A Igreja Católica nunca desistiu de seu desejo de restabelecer [tem uma ferida
mortal] a união medieval da Igreja e do Estado com o objetivo final de criar um
Estado e uma teocracia de alcance global. A igreja / estado romano é um híbrido –
um monstro de poder político e eclesiástico. Sua idiossincrasia política é totalitária
e, quando teve a oportunidade de implementar seus princípios, o resultado foi uma
repressão sangrenta. Se nos últimos trinta anos ele suavizou o tom de suas
declarações de ter o poder plenipotenciário, supremo e irresponsável e assassinou
menos pessoas do que antes, essa mudança de comportamento não se deve a uma
mudança de ideias, mas a uma mudança de circunstâncias [os poderes civis não
permitem montagem]. A igreja / estado romano no século XX está se recuperando
de uma ferida mortal. Se ou quando ele recuperar [deve ter perdido] a plenitude
de seu poder e autoridade, ele vai impor um regime mais sinistro do que qualquer
outro que o planeta já viu.” (Ayn Rand, Ecclesiastical Megalomania, p. 195).
“Estou convencido de que a Babilônia Romana recuperará todo o seu antigo poder
antes que o julgamento final a tome. Temo que a maioria das nações, intimidadas
por seu poder e aterrorizadas por sua brutalidade, permitirão que o jugo que
tiraram há duzentos anos seja colocado de volta sobre elas.” (Palavras de Phillip J.
Spener em Symposium on Revelation, volume #2, p. 388).
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Duzentos anos de inatividade
Por que a ferida mortal ainda não foi curada? O que impede o papado de ser liberto do
seu cativeiro? O erudito jesuíta Malachi Martin explicou o motivo em 1986:
“Por mil e quinhentos anos e mais, Roma [papal] dominou com mão forte todas as
comunidades locais do mundo. Em grande medida e com algumas exceções, esse
era o ponto de vista romano até que duzentos anos de inatividade [cativeiro]
foram impostos ao papado pelas grandes potências seculares do mundo [Europa e
Estados Unidos].” (Citado em Christianity Today [21 de novembro de 1986], p. 26).
• O papado dominou com mão forte todas as comunidades locais do mundo por
1.500 anos.
• Durante os últimos duzentos anos, o papado não foi capaz de exercer esse
domínio porque estava inativo.
• O papado está inativo há duzentos anos porque as grandes potências seculares do
mundo o impuseram.
É óbvio que Martin não percebeu que ele estava descrevendo a ferida mortal e o cativeiro
do papado descrito em Apocalipse 13:10. O que aconteceu duzentos anos antes de 1986?
A resposta é inescapável: Na Revolução Francesa, o governo francês despojou-se do
poder papal e com o passar do tempo surgiram os países democráticos do Hemisfério
Ocidental que não permitiram que o papado os atacasse como no passado.
A Revolução Francesa realizou muito mais do que libertar a França das mãos de ferro do
papado. Nos anos subsequentes a 1798, todas as grandes potências europeias
proclamaram sua libertação. Nação após nação européia formaram governos
democráticos que garantiam plena liberdade civil e religiosa. É por isso que o cardeal
Henry Edward Manning em 1862 lamentou que as nações da Europa tivessem
abandonado o papado:
“Veja esta igreja católica, esta igreja de Deus, frágil e fraca, rejeitada até mesmo
pelas nações que se dizem católica. Ali vemos a França católica, a Alemanha
católica e a Itália católica rejeitando a ideia do poder temporal do vigário de Jesus
Cristo. E como a igreja parece se débil [fraca] e o vigário do filho de Deus repete a
paixão de seu mestre na terra, ficamos escandalizados e escondemos dele o rosto.”
(MANNING, Henry Edward, O poder temporal do Vigário de Jesus Cristo, pp. 140,
141).
Ellen White
Mas a história do papado não acabou. Os poderes seculares do mundo permitirão uma
vez mais que o papado os domine. A prostituta fornicará com os reis da terra (Apocalipse
17:1-2). A Bíblia indica que o papado terá sucesso em recuperar o apoio dos poderes
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seculares com a espada dos Estados Unidos e, como resultado, a ferida mortal do papado
sarará e escapará do cativeiro. Ellen White anunciou isso há mais de 120 anos:
• Quando Ellen White escreveu, o papado estava restringido pelas medidas dos
governos civis do mundo. No caso dos Estados Unidos, a medida restritiva é a
primeira emenda à Constituição do país que proíbe o Congresso de elaborar leis
que estabeleçam observâncias religiosas ou que proíbam sua prática livre.
Enquanto os Estados Unidos respeitarem sua Constituição, não pode haver lei
dominical instigada pelo papado.
• Quando os governos civis removerem as medidas restritivas, o papado levantar-se-
á de sua ferida mortal e estará novamente livre para agir como no passado.
A ferida será totalmente curada quando a besta com chifres de cordeiro (os Estados
Unidos) ajudar a primeira besta a recuperar o poder político que perdeu há pouco mais
de 200 anos. No momento, estamos quase no fim da cadeia profética. O que aconteceu
na Filadélfia, Washington e Nova York em setembro de 2015 são presságios que indicam
que não estamos longe do desencadeamento dos acontecimentos finais do drama.
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“As Mensagens dos Três Anjos – Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
Assuntos Introdutórios
(Apocalipse 13:11) “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres,
parecendo cordeiro, mas falava como dragão”.
No livro do Apocalipse é comum que o versículo introdutório de uma série (as igrejas, os
selos e as trombetas) resuma o ponto inicial e o ponto final da série. Isso significa que em
Apocalipse 13:11 a besta que sai da terra no início de sua corrida manifestará o espírito
dos dois chifres como um cordeiro, mas no final, enquanto ainda tiver os dois chifres,
falará como um dragão.
O que é extraordinário sobre esta besta é sua natureza esquizofrênica. É uma besta de
caráter contraditório. Por assim dizer, ela tem uma dupla personalidade. No final de sua
carreira, ele terá os dois chifres de cordeiro, mas ao mesmo tempo falará como dragão.
Vale ressaltar que os chifres não se quebram e a besta fala como dragão. A besta fala
como um dragão, embora ainda tenha os dois chifres de cordeiro na cabeça. Em outras
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
palavras, o que ela fala com sua boca, ela contradiz o que os chifres em sua cabeça
representam.
O texto deixa bem claro que os dois chifres de cordeiro estão em antítese com a voz do
dragão. Apocalipse 13:11 pode ser traduzido de duas maneiras:
É claro que os dois chifres de cordeiro constituem o lado positivo (como Cristo) desta
besta, enquanto a voz do dragão é o lado negativo (como Satanás). E ambas as
características coexistem na mesma besta. Esta besta professa crer nos dois mesmos
reinos que Jesus ensinou, mas isso contradiz sua profissão na prática.
“Os chifres semelhantes aos do cordeiro e a voz de dragão deste símbolo indicam
contradição flagrante entre o que professa e pratica a nação assim representada...
Somente em flagrante violação destas garantias à liberdade da nação [na
Declaração de Independência e a Constituição], poderá qualquer observância
religiosa ser imposta pela autoridade civil. Mas a incoerência de tal procedimento
não é maior do que o que se encontra representado no símbolo. É a besta de chifres
semelhantes aos do cordeiro—professando-se pura, suave e inofensiva que fala
como o dragão.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável
Lei de Deus, p. 385-386).
Característica #1: Em linguagem profética, uma besta [ou animal] representa uma nação.
O leão, o urso, o leopardo, o dragão, o carneiro e o bode representam nações. Sendo este
o caso, esta besta não pode representar um indivíduo, mas uma nação.
Escola de Teologia ANCHOR As Mensagens dos Três Anjos Página 149 de 190
Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
• Nos últimos 220 anos, estivemos no período da ferida mortal / cativeiro da besta
(1798 até o presente).
• Futuro: Os Estados Unidos e as potências civis do mundo vão curar a ferida mortal
e libertar o papado de seu cativeiro.
Característica #3: A besta da terra surgiu na mesma época em que a primeira besta
recebeu sua ferida mortal.
(Apocalipse 13:10-11) “Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém
matar a espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e
a fidelidade dos santos. 11 Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois
chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão”.
Característica #4: A primeira besta surgiu do mar onde combatiam os ventos de guerra
entre as nações. Em contraste, a besta da terra subiu de onde os ventos não sopravam e o
mar não estava agitado. Ou seja, a besta da terra não teve que lutar contra as nações
anteriores para ascender ao poder. A besta da terra subiu silenciosamente em um lugar
pouco povoado. Diz um jornal da época:
“Um império americano está crescendo. Nós, os ilhéus [os irlandeses], não temos
idéia dos acontecimentos extraordinários que, em meio ao silêncio da terra,
aumentam diariamente o poder e o orgulho desta nação gigantesca.” (Dublin
Nation 1850).
“A fertilidade especial dos Estados Unidos consistia no fato de seu território estar
vazio.”
Característica #5: Em 1798, esta nação estava brotando como uma planta que está
germinando. Na parábola do semeador (Mateus 13:7), Jesus descreveu os espinhos que
brotavam da terra. A palavra “germinou” ou “cresceu” é a mesma que Apocalipse 13:11.
G. A. Townsend em seu livro The New World Compared with the Old, p. 462, descreve a
misteriosa ascensão dos Estados Unidos do nada:
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Característica #7: Antes de emergir como nação, o território de onde essa besta surgiu
forneceu um refúgio para o povo de Deus que estava sendo perseguido na Europa por
1260 anos (Apocalipse 12:13-16).
ANO POPULAÇÃO
1701 260.000
1776 2,8 milhões
1800 5.236.000
1900 76.212.000
1950 151.325.000
2016 Mais de 350 milhões
Embora a nação representada pela besta da terra estivesse surgindo em 1798, com o
passar do tempo ela tornar-se-ia uma superpotência econômica, política e militar.
• Poderio político global: Ordenará que o mundo inteiro adore a primeira besta.
• Potência econômica mundial: Proibirá a compra e venda de quem não receba a
marca da besta.
• Poderio militar mundial: Imporá um decreto de morte contra aqueles que não
receberem a marca da besta.
Característica #9: Esta besta é contemporânea e coexistente com a primeira besta, mas a
primeira é muito mais velha porque existia 1260 anos antes de a segunda surgir. Em vez
de lutar contra a besta do mar, a besta da terra aliar-se-á a ela e a ajudará a recuperar o
poder que perdeu quando recebeu a ferida mortal e foi lançada em cativeiro. Ou seja, a
segunda besta devolverá a espada à primeira, curando sua ferida mortal.
Existem várias evidências que indicam que a besta da terra ajudará o papado a recuperar
o poder que perdeu:
(Apocalipse 12:4) “... e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para
dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse”.
Satanás trabalhou por meio de Roma papal para perseguir a igreja fiel durante os 1260
anos:
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(Apocalipse 12:13-14) “Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra,
perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; 14 e foram dadas à mulher as duas
asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é
sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da
serpente”.
A besta da terra falará como um dragão, isto é, como Satanás operando através da Roma
papal:
(Apocalipse 13:11-17) “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres,
parecendo cordeiro, mas [1] falava como dragão. 12 [2] Exerce toda a autoridade
da primeira besta [3] na sua presença [algumas versões traduzem como ‘em favor
da primeira besta’]. Faz com que [4] a terra e os seus habitantes adorem a
primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. 13 Também opera grandes sinais, de
maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. 14 Seduz os que
habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da
besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que [4] façam uma imagem à besta
[em sua honra], àquela que, ferida à espada, sobreviveu; 15 e lhe foi dado
comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como
ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. 16 A todos os
pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes
seja dada [5] certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, 17 para que [6]
ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da
besta ou o número do seu nome”.
Característica #10: A besta da terra tem dois chifres como de cordeiro. O respeitado
comentarista bíblico, Adam Clarke explicou que os chifres representam dois reinos:
“Assim como a besta com sete cabeças tinha dez chifres e estes representam os
muitos reinos que se juntaram para sustentar a Igreja Latina, da mesma forma, os
dois chifres que possui esta besta que se levanta da terra devem representar dois
reinos; pois se os chifres de uma besta representam reinos em uma parte do
Apocalipse, este símbolo também deve representar reinos quando usado de forma
semelhante em outras partes do mesmo livro”.
O paralelo mais próximo aos dois chifres de Apocalipse 13:11 é encontrado em Daniel 8,
onde os dois chifres de carneiro representam dois reinos em uma só nação: Os medos e
os persas.
(Daniel 8:3) “Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um
carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto
do que o outro; e o mais alto subiu por último”.
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Os dois chifres representam dois reinos da mesma nação:
(Daniel 8:20) “Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e
da Pérsia”.
Esta é a única vez nas profecias em que é especificado que classe de chifres tinha uma
besta. O livro do Apocalipse usa a palavra ‘cordeiro’ 29 vezes e em cada caso está
indiscutivelmente relacionado com Cristo. Devemos então perguntar, quais dois reinos
reconheceu Jesus, o Cordeiro de Deus?
(Mateus 4:8-10) “Levou-o ainda o Diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos
os reinos do mundo [recorda que Jesus disse: Meu reino não é deste mundo] e a
glória deles. 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então,
Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás, e só a ele darás culto”.
(João 18:36) “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino
fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não
fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
Jesus reconheceu dois reinos em uma nação - o seu e o de Roma. Pilatos reconheceu o
mesmo quando disse aos membros do Sinédrio que julgassem a Jesus de acordo com sua
lei:
• Jesus referiu-se ao seu reino como "o reino dos céus" ou o "reino da igreja".
• Ele nunca tentou apegar-se ao poder do Império Romano para fazer avançar sua
obra.
• Ele repreendeu a Tiago e a João quando eles queriam destruir as aldeias
samaritanas que não permitiam que Jesus passasse por elas.
• Ele recusou-se ser coroado rei depois de alimentar aos 5.000.
• Ele repreendeu severamente a Pedro quando ele usou sua espada para defender a
Jesus.
Jesus não veio a este mundo para tomar as rédeas do poder civil, mas para implantar os
princípios de seu reino espiritual no coração:
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(Lucas 17:20-21) “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus,
Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência
[demonstração externa de poder]. 21 Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o
reino de Deus está dentro de vós".
“O reino de Deus não vem com aparência exterior. O evangelho da graça de Deus,
com seu espírito de abnegação, não se pode nunca harmonizar com o do mundo.
Os dois princípios são antagônicos. O homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Desejado de Todas as
Nações, Capítulo: Não com aparência exterior, p. 443).
“Mas hoje, no mundo religioso, existem multidões que, segundo crêem, trabalham
pelo estabelecimento do reino de Cristo como um domínio terrestre e temporal.
Desejam tornar nosso Senhor o governador dos reinos deste mundo, o governador
em seus tribunais e acampamentos, em suas câmaras legislativas, seus palácios e
centros de negócios. Esperam que Ele governe por meio de decretos, reforçados por
autoridade humana. Uma vez que Cristo não Se encontra aqui pessoalmente, eles
próprios empreenderão agir em Seu lugar, para executar as leis de Seu reino. O
estabelecimento de tal reino era o que desejavam os judeus ao tempo de Cristo.
Teriam recebido Jesus, houvesse Ele estado disposto a estabelecer um domínio
temporal, impor o que consideravam como sendo leis de Deus, e fazê-los os
expositores de Sua vontade e os instrumentos de Sua autoridade. Mas Ele disse: 'O
Meu reino não é deste mundo' (João 18:36). Não quis aceitar o trono terrestre. O
governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os
abusos—extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não
tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou
os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração
dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se
afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do
homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e
externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente,
e regenerar o coração”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Desejado de Todas as Nações,
Capítulo: Não com aparência exterior, p. 443).
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O surgimento dos Estados Unidos com seus princípios fundamentais não pode ser
compreendido sem esse pano de fundo histórico. Os documentos que fundaram os
Estados Unidos como nação são extraordinários, pois provam que os dois chifres de
cordeiro representam dois reinos - a Igreja e o Estado - dos quais deriva o conceito de
liberdade civil e religiosa.
“... todos os homens são criados iguais e têm certos direitos inalienáveis [que
ninguém pode tirar porque são concedidos por Deus], entre os quais estão: o
direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade”.
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Em 1787 foi ratificada a Constituição dos Estados Unidos, estabelecendo um governo do
povo, para o povo, e pelo povo, onde os cidadãos governam a si mesmos por meio de
seus representantes.
E em 1791 a Declaração de Direitos (“Bill of Rights”) foi ratificada, que são as primeiras
dez emendas à constituição em que cada cidadão tem garantia de liberdade civil e
religiosa plena.
Todos esses documentos foram ratificados imediatamente antes de o papado receber sua
ferida mortal em 1798. Assim como a profecia previa, a nação que segue na grande cadeia
profética levantou-se para facilitar a proclamação das três mensagens angélicas ao mundo
e posteriormente repudiar os princípios de sua Constituição e perseguir aqueles que os
proclamam.
Mesmo um exame superficial dos escritos dos pais constitucionais revela que eles
acreditavam na existência legítima de dois reinos que deveriam ser mantidos separados.
Segundo eles, a igreja deve usar a espada do Espírito para converter o coração e o estado
deve usar a espada material para preservar a ordem civil.
A nova nação foi estabelecida com base em dois grandes princípios que, em vez disso, se
baseavam na ideia dos dois reinos.
Durante o período de domínio papal, todas as questões civis eram decididas e impostas
pelo rei e todas as questões religiosas eram decididas e impostas pelo papa. O poder fluiu
de cima para baixo. Quando o rei ou papa governava em questões civis e religiosas,
esperava-se que o povo obedecesse sem questionar. O povo não tinha voz ou voto em
assuntos civis e religiosos.
Da ideia de separação dos dois reinos, cada um com sua própria espada, surgia a ideia de
dois princípios, liberdade civil e liberdade religiosa. Não pode haver liberdade civil ou
religiosa, a menos que a separação entre a igreja e o estado seja reconhecida. Esta foi
uma das experiências mais revolucionárias da história. Afirma Ellen White, que nasceu
apenas 29 anos após a ferida mortal:
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Desta forma, os pais fundadores rejeitaram a visão Católica Romana de que é legítimo
para a igreja usar o poder do estado para fazer cumprir suas crenças e práticas. Em vez
disso, os Pais Fundadores estabeleceram um governo que retornou à visão de igreja e
estado que caracterizou Jesus e a igreja primitiva, que separou igreja e estado e garantiu a
liberdade de adorar a Deus de acordo com os ditames da consciência.
Vamos dar uma olhada em várias declarações dos escritos dos Fundadores da Nação:
George Washington
Pode-se dizer que George Washington foi o fundador dos Estados Unidos como nação. Sua
importância não pode ser subestimada:
Benjamin Franklin
Benjamin Franklin foi um homem de grande talento e grande influência. Ele foi um autor,
editor, político, administrador de correios, cientista, inventor, ativista cívico, estadista e
diplomata. Franklin escreveu em certa ocasião:
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“Quando a religião é boa, imagino que ela se sustentará; e quando não se
sustenta, e Deus não cuida de sustentá-la, de modo que seus professores são
obrigados a pedir a ajuda dos poderes civis, é um sinal, creio eu, de que é má.”
(GOLDSTEIN, Clifford (1998). O Dia do Dragão, p. 77).
Thomas Jefferson
“Só o erro precisa do apoio do governo. A verdade pode se manter por ela
mesma." (JEFFERSON, Thomas (1782). Notes on Virginia, 1782; de George Seldes,
ed., The Great Quotations, Secaucus, New Jersey: Citadel Press, 1983, p. 363).
Jefferson entendia muito bem o que sucede quando os sacerdotes se misturam com o
governo:
“Em todos os países e em todas as épocas, o sacerdote foi hostil à liberdade. Ele
está sempre em aliança com o déspota, encorajando seus abusos em troca de
proteção para os seus.” (Carta para H. Spafford, 1814).
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A Associação Batista de Danbury, Connecticut, escreveu uma carta ao presidente Thomas
Jefferson em 07 de outubro de 1801, queixando-se que a legislatura estadual estava
violando seus direitos de liberdade religiosa. Em parte, a carta dizia:
“Os privilégios religiosos de que desfrutamos (como uma minoria no estado) nos
são conferidos como favores concedidos e não como direitos inalienáveis...".
Jefferson respondeu à carta em janeiro de 1802. Em sua carta, Jefferson explicou seu
conceito da primeira emenda à constituição usando a metáfora de um muro, uma ideia
que ele provavelmente tirou de Roger Williams:
James Madison, que é chamado de ‘Pai da Constituição’, expressou sua opinião sobre a
relação entre religião e governo:
Madison afirmou em 1822 que os Estados Unidos estavam ensinando ao mundo duas
verdades mais importantes:
Às vezes, quando estou dando uma palestra sobre esse assunto, faço a seguinte pergunta:
A quantos reinos pertence um Cristão que é cidadão dos Estados Unidos? Eles realmente
pertencem a dois reinos em uma mesmaq nação. Somos cidadãos dos Estados Unidos por
nascimento e somos cidadãos do reino celestial pelo novo nascimento. Temos um
passaporte terrestre que identifica nosso país terreno de origem e temos um passaporte
celestial, o sangue do Cordeiro, que nos identifica como cidadãos do reino celestial de
Cristo, a igreja.
A primeira emenda
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Alguns ativistas cristãos afirmam que a expressão "separação entre a igreja e o estado"
não é encontrada na Constituição dos Estados Unidos. Embora isso seja tecnicamente
verdade, o conceito encontra-se claro e explicitamente lá:
Deve-se notar que a intenção da Primeira Emenda não é proibir o Congresso de favorecer
uma igreja ou uma religião em detrimento de outras. A Primeira Emenda proíbe o
Congresso de fazer leis que tenham a ver com religião, ponto final. A palavra "religião" na
Primeira Emenda não tem artigo definido ou indefinido.
É importante notar que a cláusula terceira da Primeira Emenda garante os direitos civis
de todo cidadão. Portanto, a Primeira Emenda contém a ideia de liberdade civil e religiosa.
Todos nós sabemos que um dia o Congresso dos Estados Unidos elaborará leis que
obriguem a observância do domingo e proíbam a observância do sábado. Essas leis serão
claramente inconstitucionais, mas, em última análise, a Suprema Corte as declarará
constitucionais. Portanto, a besta da terra, embora ainda tenha dois chifres de cordeiro,
falará como um dragão.
A Suprema Corte
Às vezes, alguém se pergunta como é possível para o Congresso dos Estados Unidos
promulgue uma lei dominical seguida por uma lei anti-sabática quando a Constituição o
proíbe estritamente de fazer leis que estabeleçam a religião ou proíbam sua prática livre.
Acho que a resposta está na forma como funcionam as três divisões do governo dos
Estados Unidos:
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pelo presidente da mesma forma que fez com a ordem executiva do presidente Obama
sobre imigração. Vamos observar alguns detalhes importantes:
• Atualmente, a corte é composta por cinco católicos, três judeus e um juiz a ser
nomeado. O presidente Trump reduziu a lista de candidatos para quatro, três dos
quais são católicos. É importante notar que em um país conhecido como
protestante, não existe um único juiz protestante.
• A eleição do ano 2000 demonstra o poder que está nas mãos de apenas nove
pessoas. Quando não se sabia quem havia vencido no estado da Flórida, a Suprema
Corte instalou George Bush como presidente.
• Apesar de vários protestos, a Suprema Corte legalizou o matrimônio entre
homossexuais em 26 de junho de 2015 a nível federal.
• O que acontecerá em um futuro não muito distante é que o congresso redigirá e
estabelecerá uma lei dominical seguida por uma lei que proíba a observância do
sábado e a Suprema Corte os declarará constitucionais. É por isso que a besta que
se levanta da terra ainda terá os dois chifres como de cordeiro, mas ao mesmo
tempo falará como um dragão.
• A nação que professa respeitar a liberdade civil e religiosa (os dois chifres como de
cordeiro) negará sua profissão na prática falando como um dragão - como Roma!
• Em um tempo de emergência nacional, a Suprema Corte não eliminará a primeira
emenda, mas a contradirá na prática.
• Daniel 3 e 6 explicam o que acontece quando o poder civil estabelece observâncias
religiosas e proíbe as pessoas de praticarem livremente sua religião. O resultado é
sempre a perseguição!
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Ellen White, que nasceu apenas 29 anos após a ferida mortal, escreveu, em 1888, sobre o
segredo dp poder e da prosperidade da América:
“As instituições religiosas na Califórnia não podiam mais exigir uma profissão de fé
de seus alunos... nem podiam integrar idéias religiosas ao currículo... nem exige
que os alunos participem de reuniões religiosas... nem poderiam exigir que o aluno
cursasse certas classes bíblicas, e as equipes esportivas não podiam mais organizar
programas de serviço comunitário baseados na fé”.
Hoje parece que o estado está interferindo nos assuntos da igreja, mas a profecia nos diz
que será a igreja quem vai impor sua vontade ao estado. Mesmo que não pareça que isso
vai acontecer, com efeito, ocorrerá. A profecia de Daniel 7 foi dada em 550 AC e tudo o
que foi predito foi cumprido ao pé da letra, de modo que não temos razão para duvidar
que esta parte da cadeia profética também será cumprida com precisão.
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A Imagem da Besta
Revisão dos estudos anteriores
Conforme estudamos no tópico anterior, a besta que se levanta da terra e tem dois chifres
de cordeiro, mas fala como dragão, simboliza os Estados Unidos. Como já vimos esta
besta levantará uma imagem da primeira besta em sua homenagem.
A besta que surgiu da terra fará uma imagem disso. A nação dos Estados Unidos vai
contradizer os princípios de sua própria Constituição, levantando uma réplica do papado
e cenas semelhantes às que ocorreram com Jesus e Jan Huss serão repetidas.
Já vimos que os dois chifres como de cordeiro simbolizam uma única nação que é
composta de dois reinos separados - a igreja e o estado. Deste fundamento segue-se a
ideia de dois princípios, liberdade civil e liberdade religiosa. Por mais de 200 anos, os
Estados Unidos respeitaram essa separação.
Mas, infelizmente, a profecia afirma que a nação acabará falando com a voz do dragão.
Mas o que significa a voz do dragão? Para responder a essa pergunta, precisamos primeiro
saber o que representa o dragão.
A Identidade do Dragão
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Romano (Apocalipse 12:3 [Daniel 7:23]; Mateus 2:16), o reino que procurou matar ao filho
varão (Jesus Cristo). Em Apocalipse 12 e 13, o dragão sempre mantém um relacionamento
com Satanás e com Roma. Então, quando a besta da terra finalmente falar como dragão,
ela não só falará como Satanás, mas também como Roma. Vamos ver a relação entre o
dragão e Roma:
• Apocalipse 12:3 diz que o dragão parou na frente da mulher para devorar seu filho
assim que ele nascesse. Satanás é o dragão, mas ele operou por meio de Herodes,
um governante civil de Roma.
• Quando o Império Romano se desintegrou, a profecia afirma que o dragão deu à
besta (para Roma papal) seu trono, seu poder e sua autoridade (Apocalipse 13:2).
Em outras palavras, o papado continuou a governar com a autoridade conferida
pelo dragão. O dragão (Satanás) operou por meio de Roma por 1260 anos.
• Por fim, a besta que se erguerá da terra no tempo do fim será o porta-voz da besta
que recebeu seu trono, poder e autoridade do dragão (Apocalipse 13:11).
• Em resumo: Ao falar como dragão, a besta da terra fala não apenas em nome de
Satanás, mas em nome de Roma papal. Assim é que o dragão, a besta do mar e a
besta da terra são todos agentes de Satanás que operam por meio de Roma.
Resumindo:
• Apocalipse 12:1-5: O dragão (Satanás por meio do poder civil de Roma) procurou
matar Jesus.
• Apocalipse 12:6, 13-15: O dragão (Satanás através da Roma papal) perseguiu a
mulher por 1260 anos.
• Apocalipse 12:17: O dragão (Satanás, por meio do porta-voz de Roma papal, a
besta da terra) perseguirá o remanescente da semente da mulher quando a ferida
mortal for curada.)
• É por isso que Apocalipse 13:4 diz que o mundo não apenas adorará a besta, mas
também adorará o dragão de quem a besta recebeu seu trono, seu poder e sua
grande autoridade.
Assim é que os Estados Unidos falará como dragão. A pergunta chave é: Como fala uma
nação? A resposta é que uma nação fala por meio dos representantes eleitos pelo povo.
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Uma Besta Peculiar
Esta é a única vez nas profecias onde se identifica, com precisão, o tipo de chifre que tinha
uma besta tinha e, portanto, esse detalhe deve ser importante. Além disso, esta é a única
besta nas profecias que ajuda a besta anterior a recuperar o poder que perdeu. Todas as
outras bestas eliminaram os rivais que as precederam.
Mateus 22:15-21 tem a resposta para essa pergunta. Cristo reconheceu a legitimidade da
igreja e do estado, mas não juntos, senão separados.
Muitos cristãos hoje dizem que devemos ser patriotas e cristãos. Eles dizem que para
sermos ambos, precisamos pressionar o governo para que apoie a religião com tais coisas
como orações em escolas públicas, dinheiro do governo para o trabalho de caridade da
igreja, bonus do governo para educar nossos filhos em escolas religiosas e cartazes
religiosos em edifícios públicos.
Mas, como já vimos separar os assuntos da igreja dos do estado é cristão porque foi isso
que Cristo fez. E também é patriótico porque está em harmonia com os documentos que
fundaram a nação.
Unir a igreja com o Estado seria anticristão (porque iria contra o que Jesus ensinou) e
antipatriótico (porque iria contra os princípios dos pais da pátria).
Vamos revisar por um momento a primeira emenda à Constituição dos Estados Unidos:
“[Cláusula #1] O Congresso não fará nenhuma lei que tenha a ver com o
estabelecimento da religião [cláusula #2] ou que proíba o seu livre exercício,
[cláusula #3] ou que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o
direito do povo de reunir-se pacificamente e pedir justiça ao governo".
Daniel 3 e 6 são ilustrações vívidas do que acontece quando o governo viola as duas
primeiras cláusulas da Primeira Emenda. O resultado, inevitavelmente, é a perda da
liberdade religiosa e da liberdade civil.
Deus mandou a todas as nações que se sujeitassem ao rei Nabucodonosor e, caso não
façam, prometeu castigá-los:
(Jeremias 27:4-8) “Ordena-lhes que digam aos seus senhores: Assim diz o SENHOR
dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores: 5 Eu fiz a terra, o
homem e os animais que estão sobre a face da terra, com o meu grande poder e
com o meu braço estendido, e os dou àquele a quem for justo. 6 Agora, eu
entregarei todas estas terras ao poder de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu
servo; e também dei os animais do campo para que o sirvam. 7 Todas as nações
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servirão a ele, a seu filho e ao filho de seu filho, até que também chegue a vez da
sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis o fizerem seu escravo. 8 Se
alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e
não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, a essa nação
castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o SENHOR, até que eu a
consuma pela sua mão”.
Em outras partes do livro de Daniel, vemos que esses três jovens hebreus respeitavam o
legítimo poder civil do rei, mas quando o rei sobrepôs sua esfera de autoridade, eles se
recusaram a obedecer à sua lei.
Os três jovens não tinham nenhum tribunal humano para apelar. Parecia que todo o
poder estava nas mãos do rei. Na verdade, o rei com arrogante desafio ergueu a mão ao
céu e com voz de dragão disse: "E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos”?
Mas a história revela que Deus foi a última corte de apelação - Ele interveio de maneira
espetacular para libertar Seus servos. Por que Deus libertou seus servos quando eles
desobedeceram ao rei? Acaso Deus não havia dito que todos deveriam submeter-se à
autoridade do rei?
O rei Dario não estabeleceu qualquer observância religiosa. Em vez disso, ele estava
proibindo ao livre exercício da religião. Ele não estava prescrevendo como de devia orar,
mas que não poderia orar a outro Deus por 30 dias.
Essa lei, que proibia ao livre exercício da religião, resultou na perseguição a Daniel, que
insistia em adorar a Deus conforme ditava sua consciência.
Daniel amava o rei e obedecia a todas as leis civis legítimas dos medos e persas, mas
quando o rei sobrepôs sua esfera legítima de autoridade, Daniel recusou-se a obedecer.
Uma vez mais, todo o poder parecia estar nas mãos dos inimigos de Daniel. A lei dos
medos e persas não podia ser mudada ou revogada de forma que parecia que Daniel iria
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perecer. Mas Deus foi o último tribunal de apelação e interveio de forma espetacular para
livrar seu servo das mãos de seus inimigos.
É significativo que nem Nabucodonosor nem Dario entenderam a lição que Deus lhes
queria ensinar. Depois que Deus libertou os três jovens da fornalha, Nabucodonosor
ameaçou matar qualquer um que falasse contra o Deus de Daniel. Não está na esfera do
poder civil proibir falar mal de Deus. Se o homem fala mal de Deus, ele terá que responder
a Deus, não aos homens!
Darío também não entendeu o que Deus queria lhe ensinar. Deus libertou Daniel da cova
dos leões, Dario deu um decreto que todos deveriam tremer e temer diante do Deus de
Daniel. Este decreto era ilegítimo. O poder civil não pode obrigar as pessoas a tremerem e
temerem diante de Deus, porque essa função não pertence ao governo.
O que tudo isso tem a ver com o tempo do fim? Ellen White disse que os Estados Unidos
violarão a primeira emenda à Constituição. Os Estados Unidos irão elaborar leis que
obriguem todos a guardar o domingo e também irão proibir a observância do sábado. A
respeito disso, o Espírito de Profecia diz:
Quando esse tempo chegar, a apostasia, que começou quando o papado tentou mudar o
dia de repouso do sábado para o domingo durante os 1260 anos, estará completa.
Quando o protestantismo apóstata (as filhas da prostituta) influencia o poder civil para
impor a marca da besta, a apostasia estará completa.
Leis Inconstitucionais
Surge a pergunta: Não seria o estabelecimento de uma lei dominical pelo Congresso dos
Estados Unidos uma violação clara da primeira cláusula da primeira emenda à
Constituição? Não seria acaso inconstitucional uma lei tal?
Por outro lado, não seria uma lei que proíba a observância do sábado uma clara violação
da segunda cláusula da primeira emenda à Constituição e, portanto, também
inconstitucional? Qualquer pessoa racional diria que sim.
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
Tenho certeza de que, quando chegar esse tempo, alguns grupos questionarão a
constitucionalidade de tais leis. De acordo com as profecias, estes reclamos cairão em
ouvidos surdos.
Não temos de esperar que o Congresso dos Estados Unidos elimine a Primeira Emenda da
Constituição. O que vai acontecer, sem dúvida, é que a Suprema Corte irá declarar em
tempo de emergência nacional que as leis inconstitucionais são constitucionais. É por isso
que esta besta tem chifres de cordeiro, mas ao mesmo tempo fala como dragão. Esta
besta falará como dragão, embora tenha os dois chifres de cordeiro.
O sistema de governo nos Estados Unidos tem três poderes: o executivo, o legislativo e o
judiciário. Como sabemos, o poder legislativo redige as leis, o executivo as faz cumprir e o
judiciário as interpreta para determinar sua constitucionalidade.
Costumo perguntar: Qual dessas divisões é a mais poderosa? Quase sempre a resposta é
que a divisão do executivo é a mais poderosa. Mas, na realidade, o poder mais poderoso é
o judiciário, especialmente a Suprema Corte.
Por que dizemos isso? Simplesmente porque o Congresso pode redigir uma lei, mas se a
Suprema Corte a declarar inconstitucional, a lei não entrará em vigor.
Por outro lado, também é verdadeiro: o Congresso poderia redigir uma lei que seja
inconstitucional, mas se a Suprema Corte a declarasse constitucional, o poder Executivo
teria de aplicá-la.
Se você não acredita que a Suprema Corte é a divisão mais poderosa do governo, basta
pensar no que aconteceu no estado da Flórida na eleição presidencial do ano 2000. Após
várias apelações a diversos tribunais, a Suprema Corte decidiu em favor de George Bush, e
ele foi empossado como presidente, caso encerrado.
Não há sinais de que essa tendência não continuará. A juíza Ruth Bader Ginsberg é idosa e
não está com boa saúde. Podemos realmente imaginar como será a Suprema Corte com
sete ou mais juízes católicos romanos?
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
Os meios de comunicação nos Estados Unidos são quase totalmente controlados por
católicos romanos. A grande maioria dos comentaristas da mídia é católica.
Ellen G. White previu há muito tempo o que acontecerá se nosso governo protestante
interferir com o papado:
“Eles [os cristãos] não percebem que quando um governo protestante sacrifica os
princípios que o tornaram uma nação livre e independente e, por meio de medidas
legislativas, introduzem na Constituição princípios que propagam falsidades e
enganos papais, eles estão submergindo o país nos horrores romanos da idade das
trevas.” (WHITE, Ellen G. (1888), Review and Herald, 11 de dezembro de 1888).
Alguns adventistas dizem que este panorama é alarmista e que os juízes da Suprema
Corte são patriotas e jamais retornariam a América aos horrores da idade das trevas.
Mas Ellen G. White em O Grande Conflito nos advertiu:
“A Igreja Católica Romana, com todas as suas ramificações pelo mundo inteiro,
forma vasta organização, dirigida da sé papal, e destinada a servir aos interesses
desta. Seus milhões de adeptos, em todos os países do globo, são instruídos a se
manterem sob obrigação de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua
nacionalidade ou governo, eles devem considerar a autoridade da igreja acima de
qualquer outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade ao
Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma, absolvendo-os de
toda obrigação contrária aos interesses dela.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 505-506).
Muitos protestantes hoje estão fascinados com o papado. Jeb Bush, Newt Gingrich e
Tony Blair converteram-se ao catolicismo. Os protestantes dizem que o papado mudou e,
portanto, não há nada a temer. Eles dizem que o papado agora luta pelos direitos
humanos, que defende os pobres, a vida e os bons costumes. Mas é um fato que o
papado não repudiou nenhum de seus dogmas ou deixou de lado suas aspirações de
domínio político global. Ele parece inofensivo quando carece de poder.
“Na minoria somos como um cordeiro. Em igualdade, somos como uma serpente. A
maioria de nós é como um leão".
“Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito;
mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da
serpente." (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à
consciência, p. 498).
Mais de 120 anos atrás, Ellen White escreveu sobre a imagem da besta:
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
“Quando a terra que o Senhor levantou para dar refúgio ao Seu povo para que O
adorassem de acordo com os ditames de suas próprias consciências, a terra na qual
Deus há muitos anos colocou o escudo da onipotência, a terra que Deus tem
favorecido fazendo-a depositória da pura religião de Cristo - quando dita terra, por
meio de seus legisladores [o ato nacional], repudia os princípios do
protestantismo, e apóia a apostasia romana que procurou alterar a lei de Deus -
então será revelada a obra final do homem do pecado. Os protestantes darão toda
a sua influência e apoio ao papado. Por um ato nacional [ato do Congresso], eles
imporão a observância do falso sábado e darão vida e vigor [a cura da ferida] à fé
corrupta de Roma, revivendo assim sua tirania e opressão de consciência. Então,
será a hora de Deus operar com grande poder para vindicar Sua verdade." (WHITE,
Ellen G. (1893), Signs of the Times, 12 de junho de 1893).
Quando isso acontecer, os Estados Unidos terão formado uma imagem que refletirá o que
a besta era durante os 1260 anos. A besta, que surgiu do mar, caracterizava-se por unir a
igreja com o estado para perseguir aqueles que rejeitavam suas doutrinas e práticas, e
assim será nos Estados Unidos.
"A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso
deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja
empregada pela igreja [usar a espada do poder civil] para realizar os seus
próprios fins." (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei
de Deus, p. 386).
Apocalipse 13:11 diz-nos que a besta que emergiu da terra falará como dragão, ou seja,
como Roma. A pergunta chave é: Como é que fala a nação dos Estados Unidos? A
resposta é que o congresso é a voz do povo porque o congresso representa o povo.
A primeira besta pensou que poderia mudar a lei de Deus transferindo o dia de repouso
do sábado para o domingo. A besta da terra imporá essa mudança na lei de Deus por
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meio de leis humanas. O mundo inteiro será levado a seguir o exemplo dos Estados
Unidos.
Como sucederá isto se a reputação dos Estados Unidos é tão ruim no mundo? Sem dúvida,
ocorrerá no contexto de um colapso econômico, uma série, sem precedentes, de
desastres naturais, um aumento desenfreado do crime e uma manifestação espetacular
de comunicações do mundo espiritual sobre o que fazer a respeito. É isso que O Grande
Conflito parece indicar.
O argumento será semelhante ao que foi usado pelo Sinédrio para condenar Jesus: "É
melhor que esses dissidentes morram do que nossa nação pereça". Este argumento soará
patriótico e cristão, mas será exatamente o oposto. Tal como acontece com a nação
judaica, a apostasia nacional levará à ruína nacional.
Ecumenismo Eclesiástico
Nos últimos anos, tem havido uma crescente intimidade entre as igrejas protestantes nos
Estados Unidos e a Igreja Católica. Este ecumenismo eclesiástico levou os protestantes a
cooperar com a Igreja Católica com grande entusiasmo em questões sociais como aborto,
o matrimônio, a pobreza e a mudança climática. Protestantes e católicos têm cooperado
na eleição de candidatos conservadores para vários cargos do governo e para os tribunais
da nação. Ambos lutaram pela eleição de juízes conservadores para os diversos tribunais
do país.
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romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo
necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo inimigo
da liberdade civil e religiosa.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Ameaça à consciência, p. 493).
Ecumenismo Político
No nível político, o governo dos Estados Unidos está cada vez mais envolvido com o
papado. Ronald Reagan e João Paulo II uniram-se para derrubar o comunismo na União
Soviética. Os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas com o Vaticano que,
na realidade, são inconstitucionais. O Papa João Paulo II recebeu a Medalha da Liberdade
do Congresso dos Estados Unidos. Quando o Papa João Paulo II morreu, ajoelharam-se
diante de seu caixão três presidentes, a esposa de um presidente e o secretário de Estado.
O Papa Bento XVI visitou a Casa Branca e, em setembro de 2015, o Papa Francisco I fez
um discurso diante de todo o Congresso dos Estados Unidos. Parece que os governantes
dos Estados Unidos perderam sua perspectiva histórica sobre os perigos representados
por esse sistema.
Assim como nos dias de Pilatos, legisladores inescrupulosos, a fim de ganhar o apoio do
povo e manter sua influência política, cederão ao clamor por uma lei dominical nacional e
proibirão os fiéis de comprar e vender e, finalmente, emitirão um decreto morte:
“Os ministros das várias denominações agem por subterfúgio [por baixo dos
panos], traçando planos de grande importância para o povo de Deus e o objetivo
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
desta manobra secreta é conseguir o apoio popular para a imposição do domingo
como dia santo. Se os ministros puderem convencer o povo a favorecer uma lei
dominical, então eles estão determinados a unir sua influência para obter uma
emenda religiosa à Constituição para forçar a nação a guardar o domingo.”
(WHITE, Ellen G. (1889). Review and Herald, 24 de dezembro de 1889).
Foram os ministros daquela época que incitaram as multidões a clamar a Pilatos para
crucificar a Jesus. A iniciativa partiu dos líderes religiosos, não do estado ou da multidão.
Devemos esperar algo diferente no tempo do fim? Observe como o povo de Deus repetirá
a história de Jesus:
“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da
ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia
e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus
conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão
acusados de deslealdade para com o governo. Ministros que negam a obrigação
da lei divina apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às autoridades
civis, como ordenadas de Deus. Nas assembléias legislativas e tribunais de justiça,
os observadores dos mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um
falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus intuitos.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior perigo para o lar e a
vida, p. 516).
A profecia de Apocalipse 13:11 indica que os Estados Unidos farão uma imagem disso. O
protestantismo perdeu o Espírito e o poder do verdadeiro evangelho; tem pregado por
tanto tempo que não estamos sob a lei, mas sob a graça, que as pessoas passaram a
acreditar que não é necessário guardar a lei.
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O Protestantismo Impotente
Os protestantes passaram a acreditar que ter em nossas cédulas o refrão "Em Deus nós
confiamos" e o voto de fidelidade à bandeira "uma nação sob Deus" e que instituir a
oração nas escolas públicas e exibir os Dez Mandamentos nos tribunais e colocar os
presépios de Natal em prédios públicos e a aprovação de uma emenda constitucional
proibindo o aborto e o matrimônio entre homossexuais vão dar certo. Eles dependem do
governo para fazer o que somente o Espírito Santo pode fazer por meio da proclamação
da Palavra de Deus.
A perspectiva de Apocalipse 17
Por um curto período de tempo, os reis da terra farão o que a prostituta e suas filhas
exigem. Mas no exato momento preciso quando for executar o decreto de morte contra o
povo de Deus, os poderes políticos da terra voltar-se-ão contra a prostituta e suas filhas e
“odiarão a prostituta, e a farão devastada [desolada] e despojada [nua]; e lhe comerão as
carnes, e a consumirão no fogo" (Apocalipse 17:16).
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Assim é que a espada do poder civil, que deveria matar o povo de Deus, será usada para
destruir os poderes religiosos.
“O povo vê que foi iludido. Um acusa ao outro de tê-lo levado à destruição; todos,
porém, se unem em acumular suas mais amargas condenações contra os ministros.
Pastores infiéis profetizaram coisas agradáveis, levaram os ouvintes a anular a lei
de Deus e a perseguir os que a queriam santificar. Agora, em seu desespero, esses
ensinadores confessam perante o mundo sua obra de engano. As multidões estão
cheias de furor. 'Estamos perdidos'! exclamam; 'e vós sois a causa de nossa ruína';
e eles se voltam contra os falsos pastores. Aqueles mesmos que mais os
admiravam, pronunciarão as mais terríveis maldições sobre eles. As mesmas mãos
que os coroavam de lauréis, levantar-se-ão para destruí-los. As espadas que
deveriam matar o povo de Deus são agora empregadas para exterminar os seus
inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Será desolada a terra, p. 571).
Quando o papado foi levado cativo em 1798, as cadeias, que haviam caído de suas mãos
no ano de 508 DC, foram colocadas de volta sobre ele. O papado não podia mais usar o
poder civil ou as massas para cumprir seus propósitos.
A história de Ester
A antiga história de Ester é uma ilustração vívida do que acontecerá muito em breve em
nível global com o remanescente de Deus.
Na história de Ester, é-nos dito que o governante civil, o rei Assuero, deu um decreto para
que todos se inclinassem e prostassem diante de Hamã (Ester 3:2). Quando Mordecai
recusou-se a fazê-lo (Ester 3:2), Hamã ficou tão furioso que persuadiu o rei a emitir um
decreto de morte contra Mordecai e todos os judeus. A esposa de Hamã até sugeriu que
fosse levantado uma forca para colocar a Mordecai nela. Os motivos que Hamã deu ao rei
são fascinantes:
(Ester 3:8-9) “Então, disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre
os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das
leis de todos os povos e que não cumprem as [leis] do rei; pelo que não convém ao
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rei tolerá-lo [deixa-los viver]. 9 Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam
mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil
talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei".
Hamã convenceu o rei de que, para a estabilidade política de seu reino, era necessário
desarraigar a Mordecai e todo o seu povo. O decreto de morte foi escrito por Hamã, mas
deveria ser executado pela autoridade do rei.
Tudo parecia estar indo bem para Hamã até que a trama foi desmascarada pela Rainha
Ester. Pela providência de Deus, o triunvirato do mal foi quebrado e o rei voltou-se contra
Hamã. Ele e sua esposa foram enforcados na forca que prepararam para colocar a
Mordecai.
O Patrão
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Volume #1 - Pr. Esteban Bohr
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“As Mensagens dos Três Anjos - Volume #1”
Pelo Pastor Esteban Bohr
Um nome de blasfêmia
(Apocalipse 13:1) "Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete
cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmia".
Este detalhe é importante porque o número 666 é o número do nome da besta. Isso
significa, então, que o número 666 está intimamente relacionado à blasfêmia. Sendo este
o caso, devemos descobrir a definição bíblica de blasfêmia. Existe tal definição? A resposta
é um sim enfático.
Quando Jesus afirmou: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30), os judeus ficaram furiosos.
Eles pegaram em pedras para cumprir a pena de morte exigida pela lei mosaica (Levítico
24:16). Quando Jesus lhes perguntou o que ele tinha feito para merecer tal punição, eles
responderam:
(João 10:33) “Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos,
e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo".
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Jesus tinha o direito de se proclamar Deus porque de fato era. O ponto importante é que
quando um mero homem se proclama Deus, ele blasfema.
(João 10:36-39) "Então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis:
Tu blasfemas, porque declarei: sou Filho de Deus? 37 Se não faço as obras de meu
Pai, não me acrediteis; 38 mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que
possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai. 39 Nesse
ponto, procuravam, outra vez, prendê-lo; mas ele se livrou das suas mãos".
É interessante notar que os líderes judeus acusaram a Jesus de blasfêmia porque ele disse
que era 'filho de Deus' (Mateus 26:64; 10:36-37; João 19:7). Todos os judeus professavam
ser 'filhos de Deus' em um sentido geral, mas claramente Jesus não estava afirmando que
era um filho de Deus, mas, no sentido estrito da palavra, o representante de Deus na
terra!
Jesus professou ser o porta-voz de Deus na terra, ou seja, o Vigário de Deus! É por isso
que Jesus poderia dizer corretamente:
(João 14:9) “Disse-lhe Jesus: Filipe! Há tanto tempo estou convosco, e não me tens
conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai”?
(Marcos 2:5-7) "Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados
estão perdoados. 6 Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam
em seu coração: 7 Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode
perdoar pecados, senão um, que é Deus?”
Os líderes estavam pensando: Se este homem diz que tem o direito de perdoar pecados,
então ele também deve reivindicar a posição de Deus porque somente Deus tem o poder
de perdoar pecados.
(II Tessalonicenses 2:3-4) “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto
[Cristo] não acontecerá [virá] sem que primeiro venha à apostasia e seja revelado o
homem da iniquidade, o filho da perdição, 4 o qual se opõe e se levanta contra tudo
que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário
[templo] de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus".
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Nestes versículos, o apóstolo Paulo nos diz que o homem do pecado iria assentar-se no
templo de Deus, fazendo-se passar por Deus. Mais uma vez, vemos um poder meramente
humano reivindicando o título e o lugar de Deus.
Mais tarde, neste mesmo capítulo, o apóstolo nos informa que o homem do pecado
também afirma exercer o poder de Deus, até mesmo falsificando as obras maravilhosas
que Jesus realizou quando estava na terra:
(II Tessalonicenses 2:8-9) “Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor
Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua
vinda. 9 Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo
poder, e sinais, e prodígios da mentira”.
(Atos 2:22) “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão
aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o
próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis”.
Neste contexto também é importante enfatizar que o chifre pequeno de Daniel 7 (que
simboliza o mesmo poder da besta de Apocalipse 13:1-10 e o homem do pecado de II
Tessalonicenses 2) tem uma boca que fala ‘grandes palavras contra o Altíssimo’ (Daniel
7:25). Apocalipse 13:5 explica que a besta fala ‘grandes palavras e blasfêmias’. Este chifre
pequeno não apenas finge ser Deus, mas afirma ter o poder de Deus a ponto de pensar
que poderia mudar os tempos e a lei (Daniel 7:25), então, o chifre pequeno / a besta
usurpa o lugar de Deus e professa exercer seu poder.
Em que sentido o chifre pequeno / a besta blasfemam contra o Altíssimo? Daniel 8 nos dá
uma resposta indiscutível. Este capítulo (ao contrário de Daniel 7) não nos diz que o chifre
pequeno fala blasfêmias contra Deus, mas sim que tenta suplantar o príncipe do exército
de Jeová, usurpando seu lugar (ver Josué 5:14-15) e removendo seu ministério contínuo
no santuário celestial (Daniel 8:11). Assim, em Daniel 8, a blasfêmia do chifre pequeno
consiste em usurpar o lugar e as funções do príncipe do exército de Jeová e esse príncipe
é Jesus.
À luz dessa evidência contundente, podemos concluir que o nome de blasfêmia da besta
deve estar intimamente relacionado com sua tentativa de ocupar o lugar de Deus na terra
e exercer o poder e as prerrogativas que pertencem apenas a Deus.
Não há dúvida de que o poder que representa o chifre pequeno, a besta e o homem do
pecado é o papado católico romano. O chifre pequeno / a besta aparece em um momento
específico na grande cadeia profética. Há uma sequência cronológica clara de poderes que
precede a chegada do chifre pequeno / a besta no cenário profética. Os reinos de
Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma e a Roma dividida precedem o aparecimento desse
poder no panorama profético.
Existem numerosas citações onde escritores católicos romanos disseram que o papa
ocupa o lugar de Deus na terra.
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Daremos apenas alguns exemplos. A prestigiosa enciclopédia católica, Prompta Biblioteca,
explica o poder que tem o papa:
“O papa tem tão grande autoridade e poder que pode modificar, explicar ou
interpretar até mesmo as leis divinas. O papa pode modificar a lei divina, visto que
seu poder não pertence aos homens, mas a Deus e ele age em lugar de Deus na
terra com todo o poder para atar e desatar suas ovelhas." (Lucius Ferraris, Prompta
Bibliotheca, 08 volumes, vol. 2, artigo, ‘Papa’).
O Papa Nicolau I (que ocupou o trono papal de 858 até 867 DC) declarou:
“É evidente que nenhum governo terreno pode atar e desatar os papas, nem mesmo pelo
apóstolo Pedro, se ele regressasse à terra; já que Constantino, o Grande, reconheceu que
os pontífices ocupam o lugar de Deus na terra e nenhum homem pode julgar a divindade.
Nós, então, somos infalíveis e quaisquer que sejam nossas ações, somos apenas
responsáveis por elas para nós mesmos." (Cormenin, História dos Papas, p. 243).
O Papa Leão XIII, em uma encíclica datada de 10 de janeiro de 1890, escreveu ('Sobre os
principais deveres dos cristãos como Cidadãos’):
“Nós [os papas] ocupamos o lugar do Deus onipotente nesta terra”. (In The Great
Encyclical Letters of Pope Leo XIII, p. 304).
Repetidamente, vários escritores católicos referiram-se aos papas como vigários de Cristo,
vice-regentes de Cristo e, sim, como vigários do Filho de Deus (ofereceremos provas mais
tarde).
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• Deus é o único que pode pronunciar a sentença de morte contra rebeldes
empedernidos (Daniel 7:21).
• Deus tem uma lei eterna que não pode ser mudada e Deus estabeleceu o Sábado
do sétimo dia como um sinal de seu poder criador (Êxodo 20:8-11).
O papado tem usurpado e reivindicado todos esses direitos como seus, até mesmo
alegando que tinha o poder de mudar a lei de Deus. O papado também professa ter o
poder de perdoar pecados:
“Quando Jesus Cristo ascendeu ao céu, deixou seus sacerdotes na terra para
tomarem seu lugar como mediadores entre Deus e os homens. O sacerdote ocupa
o lugar do próprio Salvador e quando diz 'Eu te absolvo', ele realmente absolve o
pecado.” (LIGOURI, Saint Alphonsus Maria (1888). Dignity and Duties of the Priest
or Selva, p. 34).
“Para que, em certo sentido, o sacerdote possa ser chamado de o criador do seu
Criador, pois ao pronunciar as palavras da consagração, cria, por assim dizer, a
Jesus no sacramento, dando-lhe uma existência sacramental e oferecendo-o como
vítima do Pai eterno. Assim como na criação bastava Deus dizer 'está feito e foi
feito - ele falou e existiu - assim da mesma forma, basta ao sacerdote dizer 'hoc est
corpus meum', e eis que o pão não é mais pão, mas o corpo de Cristo. ‘O poder do
sacerdote’, segundo São Bernardino de Siena, é o poder de uma pessoa divina, pois
a transubstanciação do pão exige tanto poder quanto a criação do mundo.”
(LIGOURI, Saint Alphonsus Maria (1888). Dignity and Duties of the Priest or Selva, p.
33-34).
Alguns sugeriram que o nome da besta deve ser um nome próprio e não um título como
Vicarius Filii Dei. Mas este argumento falha porque os títulos do Apocalipse também são
denotados com a palavra ‘nome’, como podemos ver no seguinte exemplo:
(Apocalipse 19:16) “Tem no seu manto e na sua coxa um nome incrito: REI DOS
REIS E SENHOR DOS SENHORES”.
Já vimos que o nome da besta é um nome de blasfêmia porque professa ocupar o lugar de
Deus e exercer seus poderes. Agora veremos que o nome, apesar de ser um nome de
blasfêmia, tem um número:
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(Apocalipse 13:17) “... para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele
que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome”.
(Apocalipse 13:18) “Há um enigma aqui que requer uma reflexão cuidadosa para
ser resolvido. Quem entende, interpreta este código: O valor numérico das letras
do seu nome é 666”.
A versão católica romana Douay adiciona uma nota de rodapé a Apocalipse 13:18 que
explica:
É um número humano
(Apocalipse 13:18) “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento, conte o
número da besta, porque é o número de homem e seu número é seiscentos e
sessenta e seis".
É importante enfatizar que o substantivo ‘homem’ não possui o artigo definido. Isso
significa que qualitativamente o sistema representado pela besta é centrado no homem.
A ausência do artigo definido indica que o número não é de um indivíduo em particular,
mas de um sistema centrado no homem. É importante notar que o chifre pequeno tem
olhos de homem e o sistema apóstata de II Tessalonicenses 2 é chamado de 'o homem do
pecado'. Certamente este é um sistema humano que usurpa o lugar de Deus e é baseado
na grandeza e nas proezas do homem.
O idioma do nome
Uma questão muito importante surge aqui. Em qual idioma devemos procurar o nome ou
o título da besta? Devemos procurar em hebraico, grego, latim ou, possivelmente,
espanhol?
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Não há dúvida de que podemos saber pela própria Bíblia em qual idioma devemos
procurar o nome e o valor numérico das letras. E qual idioma é esse? A evidência indica
claramente que devemos procurá-lo na língua latina.
Alguém pode se perguntar por que há uma busca por ele na língua latina. A razão é
simples. O livro do Apocalipse nos diz que o dragão procurou matar Jesus assim que ele
nasceu. Mesmo que o dragão represente Satanás primeiro (Apocalipse 12:9), em um
sentido derivado ele representa o reino que Satanás usou para tentar matar a Cristo
(Mateus 2:16; Apocalipse 12:1-5). Quando o filho da mulher ascendeu a Deus e ao seu
trono, o Dragão deu à besta que surgiu do mar seu ‘poder, trono e grande autoridade’
(Apocalipse 13:2), de modo que a besta deve ser romana. A língua oficial do Império
Romano era o latim e a língua oficial do papado é a mesma.
(João 19:20) “Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora
crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego”.
Não é coincidência que o nome oficial da igreja católica é igreja católica apostólica
romana.
Visto que a besta representa o papado católico romano, devemos procurar o nome de
blasfêmia na língua oficial do papado, que é o latim. E se o nome estiver em latim,
devemos procurar o valor numérico das letras também na língua latina! Em suma, tanto o
nome quanto o valor numérico das letras do nome devem ser encontrados no idioma
latim.
• O nome da besta deve ser um nome de blasfêmia. Ou seja, deve apontar para um
sistema que professa ocupar o lugar de Deus na terra e exercer poderes divinos.
• O nome deve ser encontrado na língua latina.
• O valor numérico das letras do nome também deve ser encontrado em latim.
• O nome deve remover os olhos do Deus verdadeiro para fixá-los no homem.
Há um nome que se ajusta perfeitamente a cada um desses requisitos: Vicarivs Filii Dei.
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VALOR DAS LETRAS USADAS PARA NÚMEROS NO LATIM
I=1 V=5 X = 10 L = 50 C = 100 D = 500
VALOR NUMÉRICO TOTAL PARA A PALAVRA ‘VICARIVS FILII DEI’ 666
Agora devemos responder a duas perguntas adicionais. Tem designado a Igreja Católica
Romana, em suas publicações oficialmente, o nome de Vicarius Filii Dei para o papa ou
isso é uma invenção dos protestantes? Além disso, esse nome já foi encontrado na tiara
ou mitra dos papas? Vamos responder a primeira pergunta.
Pelo menos dez papas durante o curso de 600 anos usaram a Doação de Constantino para
justificar o suposto direito que tinham ao poder temporal. A Doação de Constantino
atribue ao papa o nome de Vicarius Filii Dei. Incluímos aqui o original como aparece em
latim:
"In eo privilege ita inter cetera legitur: ‘Utile iudicavimus una cum omnibus satrapis
nostris, et universe senatu optimatibusque meis, etiam et cuncto populo Romanae
gloriae empio subiacenti, ut sicut B. Petrus in terris vicarius Filii Dei esse videtur
constitutus, ita et Pontifices, qui ipsius principis apostolorum gerunt vices,
principatus potestatem amplius quam terrena imperialis nostrae serenitatis
mansuetudo habere videtur, concessam a nobis nostroque imperio obtineant,
eligentes nobis ipsum principem apostolorum vel eius vicários firmos apud Deum
esse patronos".
A Doação é uma suposta carta escrita por Constantino ao Papa Silvestre I. A carta concede
poderes temporários ao Papa. É certo que a Doação já era conhecida no século IX, embora
os papas começassem a usá-la no século 11 para justificar as pretensões extravagantes do
papado ao poder temporal.
A autenticidade da Doação foi questionada pela primeira vez no século XV, com o advento
da crítica histórica. Nicolás de Cusa duvidou seriamente da autenticidade da Doação e no
ano de 1450 o trabalho acadêmico de Laurencio Valla provou sem dúvida que se tratava
de uma falsificação fraudulenta. Desnecessário dizer que o Vaticano não apreciou o
trabalho de Valla e, portanto, o escritório da Inquisição colocou o trabalho no índice de
livros proibidos no ano de 1559.
Os apologistas católicos romanos subestimam o uso do nome Vicarius Filii Dei na Doação,
afirmando o que é óbvio, que a Doação foi uma falsificação e, portanto, não pode ser
usada como um documento oficial e autorizado pela Igreja Católica Romana.
Embora seja verdade que a Doação foi uma falsificação fraudulenta escrita séculos depois
de Constantino, também é verdade que pelo menos dez papas ao longo de 600 anos a
usaram como um documento oficial da Igreja para defender o alegado direito que tinha o
papado ao poder temporal. Se os papas o usaram conscientemente como um documento
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fraudulento, eles foram culpados de engano. E se não sabiam que era um documento
espúrio, o que isso diria sobre suas alegações de infalibilidade?
"Beatus Petrus in terris uicarious Filii Dei esse uidetur constitutus." (Aemilius
Friedberg, Corpus Iuris Canonici, coluna 342).
“Veja esta igreja católica, esta igreja de Deus, frágil e fraca, rejeitada até mesmo
pelas nações que se dizem católica. Lá vemos a França católica, a Alemanha
católica e a Itália católica rejeitando a ideia do poder temporal do vigário de Jesus
Cristo. E como a igreja parece fraca e o vigário do filho de Deus repete a paixão de
seu mestre na terra, ficamos escandalizados e escondemos dele o rosto.”
(MANNING, Cardeal Edward (1862). The Temporal Power os the Vicar of Jesus
Christ, p. 140, 141).
"[No passado] era uma obediência digna curvar-se ao Vigário do Filho de Deus e
submeter-se a arbitragem de suas disputas àquele a quem todos consentiram em
obedecê-lo." (MANNING, Cardeal Edward (1862). The Temporal Power os the Vicar
of Jesus Christ, p. 232).
João Paulo II em seu best-seller ‘Crossing the Threshold of Hope’, p. 3, explicou por que os
papas possuem poderes extraordinários:
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“A fé define o líder da Igreja Católica como Vigário de Jesus Cristo (e os fiéis
aceitam isso). O papa é considerado o homem na terra que representa o Filho de
Deus e que ocupa o lugar da Segunda Pessoa do Deus onipotente da Trindade."
(João Paulo II. Crossing the Threshold of Hope, p. 3).
Observe que João Paulo II não apenas afirmou que o papa é o vigário de Cristo que
‘representa o Filho de Deus’, mas também escreveu que ele ‘ocupa o lugar’ da segunda
pessoa do Deus onipotente da Trindade. A expressão 'ocupa o lugar de' é exatamente
equivalente à palavra 'vigário'.
Johannes Quasten, que foi professor da Pontifícia Universidade em Roma e um dos mais
renomados especialistas nos escritos da patrística, afirmou:
“O título Vicarius Christi, bem como o título Vicarius Filii Dei, são títulos muito
comuns do papa".
Mas ainda temos a segunda pergunta pendente: Está inscrita atualmente o título Vicarius
Filii Dei na mitra ou na tiara papal? Antes de responder a esta pergunta, quero apresentar
uma citação que explica como o papado eliminou muitos registros históricos:
"As palavras a que ele se refere são estas: ‘Aqui está à sabedoria. Aquele que tem
entendimento, conte o número da besta, porque é o número de um homem e seu
número é seiscentos e sessenta e seis’. O título do papa em Roma é Vicarius Filii
Dei. Esta inscrição está em sua mitra e se você pegar as letras deste título e atribuir
a elas números latinos e adicione-as, o resultado é 666".
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Quais são as letras que se encontram na coroa do papa e o que elas significam, se houver?
As palavras que estão escritas na mitra papal são estas, Vicarius Filii Dei, que em latim
significa Vigário do Filho de Deus. Os católicos sustentam que a igreja que é uma
sociedade visível também deve ter uma cabeça visível. Cristo, antes de subir ao céu,
nomeou São Pedro para atuar como seu representante. Após a morte de Pedro, o homem
que o sucedeu como bispo de Roma, reconheceu-se como o ‘cabeça da igreja’. Assim, o
Bispo de Roma, como cabeça da igreja, foi agraciado com o título de ‘Vigário de Cristo’.
O apologista católico Patrick Madrid contatou Robert Lockwood, o editor de Our Sunday
Visitor para solicitar uma cópia da edição de 18 de abril, e Lockwood disse a ele que a
revista inteira foi removida dos arquivos (embora eu pessoalmente tenha uma cópia da
coluna onde à pergunta e a resposta aparece). Esta é uma admissão extraordinária.
Aparentemente, o papado ainda está tentando apagar os registros históricos que o
incriminam.
"As palavras Vicarius Filii Dei não são o nome do papa, nem mesmo seu título
oficial."
A pergunta que devemos fazer é a seguinte: Qual das duas versões é a mais confiável?
Podemos realmente confiar nas palavras de uma organização que se especializou em
engano por tantos séculos?
O apologista, Madrid, sugeriu que o número 666 também pode ser aplicado a Ellen White.
Ele faz isso da seguinte maneira: Se pegarmos o nome Ellen Gould White e aplicarmos
algarismos romanos às letras em inglês, o total é 666:
Mas a interpretação de Madrid tem falhas gritantes. Em primeiro lugar, você tem que
trapacear um pouco porque tem que transformar o "W" em dois "V" Esta prática é
desconhecida no sistema numérico romano. O "W" nem existe em latim!
Em segundo lugar, o nome Ellen Gould Harmon não é nome de blasfêmia em nenhum
sentido da palavra.
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Em terceiro lugar, o uso da numerologia romana com um nome anglo-saxão não se
justifica. Se o nome de Ellen White estivesse em latim, seria justificável aplicar o sistema
numérico latino a ela.
Em quarto lugar, a irmã White depois do casamento nunca usou o nome Ellen Gould
White. Ela sempre se referiu a si mesma como Ellen White.
E por último e mais importante, devemos lembrar que o número 666 é o número da besta
e a besta tem várias características. Ellen White não combina com nenhuma das
características da besta. Ela foi criada nos Estados Unidos, não em Roma. Ela não arrancou
três dos dez reinos da Europa. Ela não pensou em mudar a lei de Deus (pelo contrário, ela
a defendeu com unhas e dentes). Ela nunca perseguiu os santos do Altíssimo. Ela não
proferiu blasfêmias contra o Altíssimo e nem pretendeu ocupar o lugar de Deus na terra.
Ela não reinou por 1260 anos (ela viveu uma vida longa, mas não tanto!). Ela não exerceu
domínio sobre todas as nações, tribos, línguas e povos, nem recebeu uma ferida mortal
com a espada que foi curada e então o mundo inteiro se maravilhou com ela. Mesmo se
aceitarmos que o nome de Ellen Gould White soma 666, este seria apenas um detalhe que
identifica a besta e nenhuma das outras características se encaixam nela.
Certa vez, enquanto falava com um inimigo da irmã White, ele me disse: “Sim, mas Ellen
White recebeu uma ferida mortal quando um colega de classe a atingiu no rosto com uma
pedra e embora os médicos tenham dito aos pais que ela não sobreviveria, foi curada de
sua ferida”!
Fiquei surpreso ao ouvir esse indivíduo usar um argumento tão implausível e ilógico.
Existem dois problemas com o argumento deste inimigo de Ellen White. Em primeiro
lugar, Ellen White foi ferida no início de sua vida como uma criança e, em contraste, a
besta foi ferida após decorrer 1260 anos. Em segundo lugar, a besta foi atingida com a
espada e a irmã White com uma pedra!
Outros nomes ou títulos que foram sugeridos para explicar o significado do número 666.
Entre eles estão os seguintes:
O problema com todas essas sugestões é que nenhum desses nomes é nome de
blasfêmia. Mas existe um nome que foi oficialmente assumido pelos papas que é sem
dúvida um nome de blasfêmia, Vicarius Filii Dei. Quando Jesus foi para o céu, ele deixou o
Espírito Santo como seu representante, não o papa:
(João 14:16-18) “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, 17 o espírito da verdade, que o mundo não pode
receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros”.
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Jesus deixou bem claro que o líder visível da igreja estaria no céu (Jesus) e o líder invisível
tomaria seu lugar na terra (o Espírito Santo). O papado mudou isso colocando o
representante invisível no céu e o visível na terra. Desta forma, os papas usurpam não só o
lugar de Cristo, mas também do Espírito Santo. Isso é blasfêmia do mais alto grau!
No grego clássico, a palavra ‘antibasileus’ significa “aquele que ocupa o lugar do rei.” No
Novo Testamento, o nome de Herodes Antipas significa ‘aquele que governa em lugar de
seu pai’ (Apocalipse 2:13). A palavra antítipo significa ‘aquilo que toma o lugar do tipo’.
Em I Timóteo 2:6 é-nos dito que Cristo veio para dar sua vida ‘em lugar de muitos’.
Portanto, a expressão Vicarius Filii Dei e a palavra anticristo, ambas têm muito em
comum.
“Embora o prefixo 'anti' geralmente significa 'contra' ou 'oposto a', também pode
significar 'em lugar de' ou 'um substituto para'. O anticristo reunirá em si ambos os
significados. Ele opor-se-á a Cristo ao mesmo tempo em que professa ser Cristo.
Em vez de lançar um ataque frontal ao Cristianismo, os ímpios perverterão a igreja
por dentro, professando ser seu fundador. Astutamente ele representará
erroneamente a Cristo, professando ser o Cristo. E é aqui que a imagem fica
complicada. Se o anticristo pretende ser o Cristo, então seus seguidores devem ser
cristãos." (HUNT, Dave, Global Peace, p. 7-8).
Com base nas evidências que analisamos, não seria absurdo acreditar que o título Vicarius
Filii Dei é a chave que resolve o enigma do número 666. Vimos que esse título foi usado
por papas e teólogos católicos. Embora não haja como provar que o título já esteve na
tiara papal ou na coroa papal (embora haja testemunhas oculares que dizem que viram
com seus próprios olhos), concordo com o que diz no Comentário Bíblico Adventista:
“É irrelevante que a inscrição Vicarius Filii Dei seja encontrada na tiara ou na mitra.
A verdade é que o título foi aplicado ao papa, e isso é suficiente para cumprir os
propósitos desta passagem." (The Seventh-day Adventist Bible Commentary,
volume #7, p. 823, 824).
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Secrets Unsealed é um ministério sem fins lucrativos.
SECRETS UNSEALED
Fresno, CA 93727
559-264-2300
888-VER-1412 (somente nos EUA)
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