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FATESB – Faculdade de Educação Teológica

“Fonte de Belém”
MINISTÉRIO E MISSÕES
MINISTÉRIO E MISSÕES

Elaboração: Pr. Aldemário Alves Brandão – Th,B; Th,M


 Ministro do Evangelho desde 1992
 Membro da CGADB , COMADESPE, e OMEB
 Leciona Teologia desde 1989
 Pastor Presidente da AD- Missão no Brasil
 Fundador da FATESB em 1996
 Escritor , Colunista e Conferencista

Editoração : Hellen Wilma A. Brandão

A FATESB ministra os seguintes cursos:

 Básico em Teologia
 Médio em Teologia
 Bacharelado em Teologia

 2009 Direitos reservados por FATESB – Faculdade de Educação Teológica


“FONTE DE BELÉM”

FONES: 5971-1054
www.fatesb.com
aldemariobrandao@hotmail.com

“Você no caminho certo”


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“Fonte de Belém”
MINISTÉRIO E MISSÕES

INTRODUÇÃO:

A postura e a missão do ministro do evangelho é um dos estudos de muita


importância ao obreiro que deseja melhor servir ao Senhor, sem ter de que
envergonhar-se, a Teologia Pastoral também é conhecida como PASTORALOGIA e
a Ética Ministerial também é conhecida como MINISTÉRIOLOGIA; São elas que
estudam o comportamento, o estilo e a metodologia de culto e vida do obreiro. Trata-
se de um dos ramos da educação teológica que se preocupa com os labores pastorais
teóricos e práticos. É verdade que varia consideravelmente, dependendo da
denominação ou instituição de ensino teológico. Em princípio, “ética” pode ser
definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste na análise da natureza da vida
moral humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado” pelos quais sua conduta
possa ser guiada e dirigida. Portanto “ética” é um somatório de princípios que
capacitam o homem a fazer uma escolha e a transforma-la em ação vital.Dependendo
desses princípios, essa decisão pode ser boa ou má, benéficas ou prejudiciais á quem
se destina, pessoa ou comunidade.

O OBREIRO E SUA APTIDÃO

É muito fácil aprender qual é a sua capacidade, examinado os resultados. É


preciso dizer que a maior parte de nós não sabe valorizar as aptidões. Não
conhecemos nossa capacidade nem aquilo de que necessitamos para
melhorá-las. “Não temos conhecimento das aptidões que Deus não nos
deu”. Descubra você mesmo, qual o seu trabalho no Serviço do Senhor!!.
Temos que aprender onde nos situar e quais são nossas aptidões para
extrair o máximo de benefícios disso. Devemos saber onde estão nossos
defeitos, quais as aptidões que não temos, onde estamos, quais são nossos
valores. Pela primeira vez na história da humanidade temos de aprender a
assumir a responsabilidade de administrar a nós próprios. Administrar a si
próprios, reforçar a sua capacidade, construir seus valores.

QUALIFICAÇÕES MORAIS DO MINISTRO

“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante,
sóbrio,honesto,hospitaleiro,apto para ensinar.” ( 1 Tm 3.1,2)

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Se algum homem deseja ser “bispo” (gr.episkopos, aquele que tem sobre si a
responsabilidade pastoral, o pastor) deseja um encargo nobre e importante. É
necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela palavra de Deus e pela
igreja, porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se
disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja
segundo os padrões bíblicos de ( 1 Tm 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9). O líder cristão deve
ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” ( 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua
perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de
imitação. Deve manifestar exemplos na: piedade, fidelidade, pureza e lealdade a
Cristo e ao evangelho. O povo de Deus deve aprender a ética cristã, não somente pela
Palavra de Deus, mas também pelo exemplo de seus lideres que vivem conforme os
padrões bíblicos.

ALGUMAS QUALIFICAÇÕES DO OBREIRO, SEGUNDO PAULO.

(1 Timóteo 3.1-7)
1. Irrepreensível (3.2)
2. Vigilante (3.2)
3. Sóbrio (3.2)
4. Honesto (3.2)
5. Hospitaleiro (3.2)
6. Apto para ensinar (3.2)
7. Não dado ao vinho (3.3)
8. Não espancador (3.3)
9. Moderado (3.3)
10.Não contencioso (3.3)
11.Não Ambicioso por Dinheiro (3.3)
12.Não novato na fé (3.6)
13.Boa reputação fora da Igreja (3.7)
14.Marido de uma mulher (3.2)
15.Que governe bem sua própria casa (3.4,5)
16.Que tenha seus filhos em obediência e respeito (3.4)

ALGUNS DEVERES DO PASTOR E LIDER

1. Governar – Aos Pastores cabe a função de supervisionar, de forma sábia e


competente todas as reuniões e atividades administrativas da igreja. lembrando
que está cuidando do rebanho de Deus, por isso deve lembrar que liderar não é
manter ditadura, mais conduzir o povo com temor e tremor diante de Deus.
Este governo deve ser, dentro dos padrões bíblicos e éticos, que cabe ao bom

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mordomo de Deus. O bom governo é aquele que sabe amar, cultivar e
apresenta-lo a Deus sem nenhum prejuízo.
2. Defender – O Pastor faz parte dos oficiais do exercito de Deus, por isso deve
está na frente da batalha, procurando defender o rebanho das investidas do
inimigo. Bem como de todas as heresias e falsas doutrinas.Pois havemos de dar
contas diante do Todo-Poderoso.
3. Alimentar – O rebanho de Deus, necessita de alimento sadio e dosado pela
palavra. Aos lideres cabe levar o povo a alimentrar-se de forma adequada, pelo
ensino sábio da palavra de Deus.
4. Cuidar – Sempre existe ovelhas fracas, feridas e algumas vezes querendo
desgarrar-se do rebanho. O Pastor, com paciência e amor, seguindo o exemplo
do Divino Pastor, tem de cuidar de todas; e não somente da mais gorda ou mais
bonita, mais de todas.
O sucesso no Ministério está fundamentalmente ligado ao caráter santificado do
Ministro. Por isso é exigido que a vida do ministro seja autentica, isto é, transparente
aos olhos dos liderados. Não significa ser perfeito, sem pecado. Os apóstolos não
foram perfeitos sem falhas. Todos tiveram seus erros e defeitos de personalidade,
porém, no todo, suas vidas demonstram elevado grau de piedade, sinceridade e
santidade. O bom seria se pudesse dizer isso de todos os ministros. O exemplo do
ministro falará mais alto do que todos os seus sermões, estudos e escritos.

PRIORIDADE MINISTERIAL
1. Deus
2. Família
3. Trabalho (vida social)
4. Igreja
Itens a serem Priorizados
 Amar a si mesmo e ao próximo
 Área Financeira ( seja moderado)
 Ser Dizimista fiel
 Seja Ofertante voluntário
 Não ser fiador de estranhos
 Administrar sabiamente o dinheiro e seus bens

SUCESSO MINISTERIAL

Seu ministério é problema seu, administrá-lo não é fácil. Mas crescer e


prosperar ministerialmente só depende de você.
 O Obreiro deve pensar em crescer, não só no sentido de tornar-se
conhecido, mais intelectualmente e espiritualmente, afim de fazer
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toda a boa obra, que lhe conferido. “E o Senhor vos aumente, e faça
crescer...” ( 1 Tss 3.12)
 O obreiro precisa investir, fazendo bons cursos, adquirindo boas
literaturas, e participando de seminários, palestras e etc. “De sorte
que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.”
( Rm 10.17)
 O obreiro precisa prosperar, não só na área financeira, mais em
conhecimento, quantos obreiros que não sabem nem sequer citar as
divisões da bíblia? Não podemos ser ANÃO espiritual, precisamos
crescer. “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo.” ( 2 Pe 3.18).
 Nenhum grupo ou comunidade, vai se preocupar com seu
crescimento. Isso é problema, exclusivamente seu. Algumas igreja,
fazem investimento em seus obreiros e lideres, porem cabe ao
próprio líder o desejo de desenvolver-se ministerialmente. Não deixe
que nada venha impedir o seu crescer e o seu prosperar. Cabe a você
gerenciá-los.

OBREIRO EM PUBLICO!!!

Reconhecemos que toda uma lição deste livro seria insuficiente para nela tratarmos
de tudo aquilo que o obreiro deve evitar principalmente enquanto está de posse do
púlpito. Muito menos podemos fazer isto em apenas dois Textos, neste e no que se
segue. Assim sendo, com forma de aproveitar bem o espaço que temos, achamos por
bem destacar apenas aquelas principais coisas que o obreiro deve evitar, se é que não
quer ser taxado de “medíocre” quanto à cultura, por aqueles que lhe ouvem.

Vício de Linguagem.

Nesta área o obreiro deve observar o seguinte:


- Evitar proferir as expressões “Glória a Jesus” e “Aleluia”, a cada minuto da
sua mensagem; pois se isto lhe parece prova de espiritualidade, para os seus
ouvintes vai parecer que você não tem outra coisa para dizer. Estas duas
expressões, marcas da mensagem genuinamente pentecostal, são belas, mas
quando ditas no momento apropriado, como expressão de adoração a Deus,
saídas do nosso espírito e não por uma simples questão de costume.
- Evitar no final da oração, dizer: “Eu te rogo em nome do Pai, e do Filho e
do Espírito Santo”. Em nenhum lugar das Escrituras somos ensinados a orar

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em nome da Trindade, mas em nome de Jesus. Pois, se alguém pede algo
em nome da Trindade, a quem está pedindo?

Cacoetes e Gestos Extravagantes

Enquanto estiver pregando, o obreiro deve observar mais seguinte:


- Evitar demasiada afetação da voz.
- Evitar o demasiado uso do lenço para enxugar o suor do rosto, ou a saliva
presa aos lábios.
- Evitar enterrar as mãos nos bolsos da calça ou do paletó.
- Evitar o posicionamento indiscreto das mãos.
- Evitar fazer da mensagem que prega, uma armadilha para seus ouvintes.
- Evitar truques em forma de gracejos ante a sua congregação, como, por
exemplo, perguntar: “Se Jesus vier hoje, os irmãos ficarão alegres?” Só para
que depois da congregação responder: “ficaremos”, dizer: “Pois eu subirei
alegre”.
- Evitar apoiar os cotovelos no púlpito.
- Evitar bater no púlpito com as mãos ou com a Bíblia.
- Evitar dar as costas para a multidão, constante e demoradamente, como
quem está conversando com os demais obreiros que estão sentados no
púlpito.

Outros Cuidados Necessários.

Uma vez de posse do púlpito, enquanto prega, o obreiro deve observar ainda o
seguinte:
- Evitar apontar para o céu quando estiver falando sobre o inferno que é para
baixo.
- Evitar apontar para baixo quando tiver de falar a respeito do céu que é para
cima.
- Evitar apontar o dedo em direção de pessoas da congregação,
principalmente daqueles que estão sentados ao púlpito, fazendo-os
personagens das ilustrações que porventura venha a usar. Isto às vezes tem
deixado a pessoa a quem se dirige em terrível situação.

Certo obreiro enquanto pregava sobre a conversa que o Senhor teve com Satanás a
respeito da pessoa de Jó (Jó 1 e 2), todas as vezes que queria enfatizar as palavras do
Senhor a Satanás, apontava o dedo bem no nariz de outro obreiro sentado no púlpito
ao seu lado, e falava como se fosse o Senhor, enquanto que aquele outro obreiro era
colocado no papel de Satanás. Quando a congregação descobriu o que estava
acontecendo, começou a sorrir, deixando o obreiro em difícil situação.

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ÉTICA NO CULTO

Ao longo desta lição abordaremos a ética cristã no culto divino, tratando de temas tais
como: diferentes tipos de culto, cântico e louvor, reverência e ordem no culto, e a
condução do culto divino.
No primeiro Texto trataremos acerca dos diferentes tipos de culto da Igreja, tais como
cultos congregacionais ou cultos normais da Igreja, cultos de aniversário, cultos de
formaturas, etc., inclusive quanto à maneira de dirigir cada um deles.
No Texto seguinte trataremos da importância do cântico e do louvor como parte do
nosso culto a Deus; mostrando, inclusive, que os mesmos não podem ser dirigidos a
Deus de qualquer modo, mas com bom senso, sabedoria e, discernimento espiritual.
Nos dois últimos Textos abordaremos a reverência e a ordem no culto divino, não só
concernente ao lugar que se presta para adoração, mas acima de tudo, pelo fato de se
estar na augusta presença de Deus. Abordaremos também a maneira correta,
novotestamentária de conduzir o culto a Deus.
Oramos no sentido de que os assuntos tratados nesta lição lhe sejam úteis à sua vida
em particular e ao seu ministério de zelador dos interesses e da honra de Deus entre
os salvos.

CONCLUSÃO:

È de interesse Divino que todos os Ministro do Evangelho, tenha conhecimento e ética,


para que o obreiro possa ter um relacionamento interpessoal, evitando que a imagem do
Pastor venha a ser marginalizada, ridicularizada e até desgastada por muitos.

BIBLIOGRAFIA:

Severino Pedro: Corpo, Alma e Espírito – CPAD


A. Pereira Vasconcelos – Ética e Clinica Pastoral (Apostila)
Nemuel Kessler – Ética Pastoral – CPAD
Diversos Autores – O Pastor Pentecostal –CPAD
José Wellington B.da Costa – Como ter um Min. Bem-sucedido –CPAD
Manual do Ministro – Myer Pearlman - CPAD
Apostila de Liderança Cristã – Aldemário Brandão - FATESB

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MISSIOLOGIA

Introdução:

Missiologia é o estudo da obra missionária ordenada por Jesus aos seus discípulos, no
sentido nacional e transcultural (Mc. 16.15, Mt. 28.19, At. 1.8). O estudo de
Missiologia é de fundamental importância, por se tratar de tarefa suprema da Igreja
que é a Evangelização dos povos. Durante muitos anos ouvimos desta conhecida
frase: “Missões está no coração de Deus”. Disto nós sabemos que o interesse de Deus
sempre foi, e sempre será, alcançar todos os povos, raças, nações e tribos de todas as
línguas. Porém, nestes últimos dias, Deus está interessado em saber se missões está
também no nosso coração. O ponto fundamental da Missiologia é definir as
estratégias e parâmetros da grande comissão dada pôr Jesus, tais como uma agência
missionária: quem envia e quem é enviado, os maiores obstáculos das missões
modernas e contemporâneas, o alcance dos povos não alcançados, a evangelização de
todos os povos. Deus fez o papel do primeiro missionário quando desceu até o Jardim
do Éden e proclamou o evangelho aos países e toda raça humana, escondida nos
lombos de Adão. Depois disso Deus fez papel de enviado, quando completou a
missão que o Pai lhe confiou. O Espírito Santo é o Agente das Missões
contemporâneas. Concluindo esta introdução, aprendemos que a Trindade formou o
primeiro Conselho Missionário.

I – O que é missão?
A palavra missão vem da expressão latina missione, que se originou por sua
vez do verbo mittere, que significa ação, tarefa, ordem, mandato, compromisso,
incumbência, encargo ou obrigação de enviar missionários. No grego corresponde a
palavra apostolé que, em português, é apóstolo e significa “alguém enviado por
ordem de outrem para realizar uma tarefa”. Ora, alguém enviado para realizar algo
(missão-tarefa) no intuito de atingir um alvo específico (missão-objetivo).
A Grande Comissão apresenta a evangelização mundial como a missão da
Igreja. Mas será que a evangelização é a única missão da Igreja? Ou será que
evangelizar é o alvo final de Deus? Claro que não! Tudo que Deus fez, fez para Sua
glória. A esta tarefa de fazer discípulos pelo mundo afora chamamos de missões,
devido a pluralidade da tarefa. Não encontramos este termo na Bíblia, mas deparamo-
nos com um verbo correspondente: “enviar” (Gn 12.1; 45.5; Ex 3.10-15; Jz 6.14; Is
6.8; Jr 26.12; Ml 3.1; Mt 10.16,40; 28.18-20; Mc 3.14; 16.15; Lc 9.1,2; 10.1; 24.44-
49; Jo 17.3-21; 20.21; At 1.8; 13.4; Rm 3.15; 1 Co 1.17; etc). Enviar significa mandar
alguém ou alguma coisa; fazer seguir por determinada via. Isto é, Deus manda ou faz

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seguir sua mensagem de salvação a um destino – o mundo – através de uma
determinada via – seus discípulos.
A tarefa de salvar o mundo não pode ser desassociada do enviar homens e mulheres
cheio do Espírito Santo para alcançar o mundo sem Deus, sem paz e sem salvação.
Porque não há como salvar o mundo sem que haja alguém enviado para pregar e
apontar-lhe o caminho.

CONHECIMENTO INDISPENSAVEL PARA FAZER MISSÕES.

1. o que é cultura?
Culturas significa atitude de veneração e respeito a alguma coisa ou alguém,
proveniente de culto. É o conjunto de atitudes e modos de agir característicos do
homem que exerce no meio ou em si mesmo, visando uma transformação, de forma a
melhorar sua condição de vida. A cultura se transmite de uma geração a outra
formando um sistema de comportamentos humanos.
Mas não é só isso. Cultura é “o conjunto dos conhecimentos de alguém; instrução”.
Como podemos ver, a cultura é empregada em dois sentidos principais:
a) sentido absoluto, filosófico e pedagógico: diferencia-se de civilização, designa a
vida intelectual de pensamento crítico e reflexivo de um indivíduo, de uma época
ou de um país.
b) sentido relativo, antropológico, sociológico, etnográfico: designa aquele conjunto
de estilos, de métodos, de valores materiais que juntamente com os morais
caracterizam um povo ou uma sociedade. Compreende por outro lado, um acervo
de objetos, utensílios e instrumentos. E, por outro lado, um conjunto de hábitos
corporais ou mentais que servem direta ou indiretamente para satisfação de
necessidades humanas.
Não há cultura padrão para se comparar ou verificar qual a melhor. Sendo assim, não
há cultura melhor do que outra. O certo será dizer que aqueles que tem a Jesus como
Senhor fazem parte da Igreja e irão para o céu, não importa a que cultura pertençam.
Isto é o mais importante.
Não podemos dizer que um civilizado é melhor que um índio nativo. O conceito de
certo e errado para um civilizado é diferente para um nativo. Os valores e padrões
podem ser diferentes, mas não errados; piores ou melhores. Tudo depende do ponto
de vista cultural de cada um. O único padrão de comportamento humano é a Bíblia
Sagrada, a infalível Palavra de Deus. E esta, sobretudo, respeita a cultura de cada um.
“O brasileiro fala o português correto no Brasil e o português fala sua língua correta
em Portugal. Se trocarmos as posições, ambos falarão o português erradamente”.
É muito comum acharmos que a nossa cultura é melhor ou superior as outras,
baseando apenas em conceitos que temos do que nos rodeia e nos é comum. O

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sentimento de superioridade para com as outras culturas tem dificultado o
relacionamento de muitos missionários em outros países ou culturas. O missionário
transcultural é aquele que compreende a cultura alheia e a aceita como seu padrão de
vida. Não critica nem tenta mostrar que a sua cultura é melhor. Simplesmente
assume, o adota como sua, a cultura daqueles a quem anunciará a Jesus, o Salvador.
Desta forma, o povo identificará com o missionário transcultural, pois não o vê como
um estrangeiro, mas como um dos seus.

2. o que são costumes?


Geralmente, são práticas observadas e transmitidas de geração em geração. Os
costumes podem sofrer alterações através dos tempos. Por exemplo, no mundo
ocidental casar-se de branco é padrão. Este costume sofreu alterações. Antigamente,
só se casava de branco as virgens. Hoje isso já não se observa, existindo até quem
dispense a cerimônia religiosa. Diferente da doutrina bíblica, que não sofre alteração
e nem mudanças.

3. o que é raça?
É um conjunto de indivíduos que possuem tronco comum e características
semelhantes, dentro de sua espécie, geração, casta, origem, estirpe.
Em antropologia, é um conceito biológico distinto de um povo, que designa uma
unidade cultural, e de nação, que é uma unidade política.
Em antropologia física, as raças humanas agrupam-se segundo a cor da pele, a cor e a
forma do cabelo, a configuração do crânio, os grupos sangüíneos, etc.
Baseada na cor da pele, a raça humana divide-se em três grupos étnicos principais:
a) Negróide, ou homo afer – raça negra ou africana;
b) Mongolóide ou homo asiáticos – raça amarela ou asiática;
c) Caucasóide ou homo europeus – raça branca ou européia.

4. o que é choque cultural?


O choque cultural é o distúrbio emocional resultante do ajustamento a um novo
ambiente cultural.
O choque cultural acontece com qualquer missionário transcultural. Mais cedo ou
mais tarde ocorrerá, é inevitável na transculturação. Por isso é importante conheça o
fenômeno, para saber como agir quando ele ocorrer, afim de poder transpô-lo com
sucesso.
O choque cultural tem sido uma das principais causas de frustação, de fracasso e
regresso do campo missionário devido ao despreparo. Por isso todo missionário
deverá estar preparado espiritualmente, emocionalmente e com conhecimento da
cultura em que estará fazendo missões.
Vejamos algumas fases pelas quais um missionário transcultural passa no processo de
transculturação:

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a) A Fase Turística – período em que tudo é novo e interessante para o missionário
recém chegado. Após anos de preparo e oração, está no campo tão desejado.
b) A Fase do Choque Cultural – a novidade acabou, e o que era interessante deixou
de ser. O missionário está mais consciente de que agora o seu lar é ali, onde
estabelecerá novas raízes em uma cultura diferente da sua. A pressão emocional se
torna maior, pois o desenvolvimento não é como desejaria; muitas vezes, sente-se
cobrado por sua Igreja quanto a relatórios de resultados ainda não conseguidos: o
povo não compreende o evangelho como o missionário gostaria; a comunicação é
difícil; os valores não são de fácil assimilação. Por exemplo: um missionário que
vai para a Europa, sente-se chocado ao ver que os europeus só tomam banho uma
vez por semana. A princípio, acha falta de higiene, e o seu desejo é mudar a
situação. Entretanto, ao estudar melhor as razões, compreenderá, ainda que não
aceite para si o porquê de tal atitude.
c) A Fase de Adaptação Transcultural – depois de vencer todos os processos de
choque cultural, o missionário já está enculturado e ajustado àquela cultura,
assumindo-a como sua. Desta forma, estará apto para ganhar almas, visto os
nativos sentirem que o missionário é um deles, e não um estrangeiro. Eles notam
que o missionário come, fala e vive de modo semelhante a eles... O missionário se
sente mais a vontade para comunicar o evangelho.

RESPONSABILIDADES DO MISSIONÁRIO

Ser missionário é uma tarefa de muita responsabilidade, fé, dedicação e renúncia.


Deve envolver muita oração, vigilância, reflexão e, sobretudo, a direção divina.

1. a chamada do missionário
Na realidade todos os crentes são chamados à obra missionária. O testemunho cristão
é algo real na vida do crente desde o momento de sua conversão. Vamos definir dois
tipos de missionários: 1) aqueles que vão enviado, ou seja, dão testemunho de Cristo
na localidade onde vivem e se esforçam em oração e com recursos financeiros para
enviar e manter a obra missionária; 2) aqueles missionários que vão indo, ou seja, são
chamados para uma área fora do alcance de sua comunidade local.

2. o preparo missionário
O campo missionário não é lugar para aprendizes, mas para especialistas. O apóstolo
Paulo diz, em 2 Tm 2.15: “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Esta
declaração nos adverte de que os obreiros do Senhor devem estar preparados para
desempenhar a tarefa por Deus destinada. Entre o chamado de Deus e o envio
geralmente há um espaço de tempo no qual Deus prepara o obreiro para a obra a ele
designada. O obreiro, deve preparar-se o máximo, para desempenhar sua tarefa de

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forma satisfatória. Não se esqueça que Deus respeita nossas capacidades, dons e
limitações usando-nos em conformidade com o desenvolvimento dos dons a nós
conferidos.
O missionário ao sentir-se chamado por Deus deverá envolver-se nos trabalhos da
Igreja, que lhe servirão de treinamento. Nunca deve forçar sua partida para o campo.
No momento que Deus considerar apto e for chegada a hora certamente que ele abrirá
as portas e enviá-lo-á ao campo, sem prejuízo a obra missionária.

CONCLUSÃO

O primeiro missionário foi o próprio Deus, depois fez papel de enviador (Jo 3.16),
dando Seu Filho como missionário, e de sua única Igreja quer fazer missionária. Em
Is 6.8 há um apelo a todos os cristãos “a quem enviarei, e quem irá por nós?”. Se
você não pode ir, faça com que Deus envie um substituto. Se você não é um enviado,
seja um enviador. Se você não vai, contribua para que outros vão. Você pode fazer
missões indo, contribuindo, orando. A Igreja que não faz missões não deveria ser
chamada Igreja, pois a missão da Igreja é fazer missões. AMÉM!

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