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Sendo influenciado (parte 1)

O ser humano é um ser sociável. É comum e natural vivermos em


família, amigos, sociedade, colegas de trabalho, entre outros. É igualmente
comum sermos influenciados pelas pessoas que se relacionam conosco e,
de certa forma, influenciá-las também.
O mundo digital tem aproximado pessoas conhecidas e desconhecidas.
Temos hoje os influenciadores digitais (influencer) realizando o marketing de
influência por meio de plataformas digitais. Inclusive, esses “influencer”
buscam ter muitos seguidores, falando, orientando, aconselhando e
apoiando de maneira que se ganhem mais seguidores.
Nesse contexto, quanto mais seguidores digitais o “influencer” tiver,
maior é considerado seu alcance, influência e sucesso, independentemente
do tipo de mensagem que ele passe.
Bem, o evangelho de João registra que uma multidão seguia Jesus
Cristo → Uma grande multidão o seguia, porque tinham visto os sinais que ele fazia na
cura dos enfermos. (João 6:2). Episódio em que Jesus alimentou quase 5 mil
homens em sua primeira multiplicação de pães e peixes. Se continuarmos a
leitura desse capítulo, podemos verificar que, em certo momento, seus
discípulos pedem dele (Jesus) um sinal para ver e crer (João 6:30). Jesus
aproveita esse pedido para apontar para ele mesmo como o pão vivo, o
alimento espiritual que vivifica a alma e espírito de todo ser humano → De
fato, a vontade de meu Pai é que todo aquele que vir o Filho e nele crer tenha a vida
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:40); → — Em verdade, em verdade
lhes digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os pais de vocês
comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o
que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer
deste pão, viverá eternamente. E o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.
(João 6:47-51).
A fala e orientação de Jesus Cristo foi impactante, porém causou um
efeito inusitado, muitos de seus próprios discípulos começaram a deixá-lo e
parar de segui-lo → Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram:
— Duro é este discurso; quem pode suportá-lo? (João 6:60); → Diante disso, muitos dos
seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. (João 6:66).
Apenas no capítulo 6 do Evangelho de João, temos a confirmação de
que Jesus curou enfermos, alimentou multidões com o milagre da
multiplicação de pães e peixes, andou sobre as águas, ainda assim, seus
discípulos, que devem ter visto muito mais antes disso, ainda pedia um sinal
para ver e crer. E quando confrontados com um discurso diferente do que
eles esperavam, nenhum milagre citado e visto por eles foi suficiente para
evitar que eles ficassem insatisfeitos e deixassem de seguir Jesus.
Entretanto, bem diferente dos influenciadores de hoje, que se
preocupam em ganhar mais seguidores, o qual o discurso deve ser
intencionalmente agradável para que ouve com essa intenção, ganhar
seguidores, Jesus buscou falar e agir conforme a vontade de Deus Pai →
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele
que me enviou. (João 6:38). Mesmo que isso o fizesse perder seguidores, fazer
a vontade de Deus Pai era e é o mais importante, pois é o que, no final das
contas, nos dá a vida eterna → De fato, a vontade de meu Pai é que todo aquele
que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna;e eu o ressuscitarei no último dia. (João
6:40).
Arrisco dizer que, se os “influencer” de hoje começassem a perder
seguidores devido ao seu conteúdo, rapidamente mudariam o conteúdo, o
discurso e tudo o mais, para evitar essa perda, mas a reação de Jesus diante
da retirada de muitos de seus discípulos foi bem diferente, → Então Jesus
perguntou aos doze: — Será que vocês também querem se retirar? (João 6:67). Sem
constrangimento e com ousadia, Jesus confronta os seus seguidores mais
próximos, os doze, e pergunta se eles também não queriam deixá-lo.
Essa pergunta é feita para nós hoje. O que é mais importante para nós,
ouvir o que nos agrada, um discurso que não nos fará arrependermos de
nossos erros, ao contrário, massageará nosso ego, afirmando que não tem
problema nenhum continuar pecando e caminhando rumo a condenação? Ou
a fala de Jesus, cheia de poder do Deus Pai, que nos constrange, mas nos
perdoa e nos leva a um caminho de compaixão, graça, misericórdia,
arrependimento, perdão, mudança de atitudes e vida eterna?
Que a nossa resposta seja sempre como a de Pedro → Simão Pedro
respondeu: — Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna, e
nós temos crido e conhecido que o senhor é o Santo de Deus. (João 6:68,69). Deixando
nossa antiga vida para trás, sigamos Jesus, em novidade de vida, pois só ele
tem as palavras de nos conduzem a vida eterna.

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