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Adoção

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com
todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Antes da fundação do
mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em
amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de
Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. (Efésios 1:3-6).

Muito é dito e falado sobre a grande graça que nos foi ofertada por
Deus, quando Jesus morreu na cruz por nós, Ele carregou o nosso pecado
para que nós, ainda pecadores, pudéssemos herdar a vida eterna → Mas
Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós
quando ainda éramos pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu
sangue, seremos por ele salvos da ira porque, se nós, quando inimigos, fomos
reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida! (Romanos 5:8-10).
Essa é apenas uma das muitas passagens bíblicas com a afirmação de
que Jesus, por sua escolha, aceita carregar o castigo do nosso pecado para
que nós, pecadores, pudéssemos receber sua merecida vitória, que é a vida
eterna.
Ora, numa aliança há uma troca. Para exemplificar, um dia me
explicaram a estória de um missionário que buscava pregar o Evangelho de
Jesus Cristo a uma tribo muito reclusa e nômade, então o missionário
resolve adquirir uma tenda e viver junto a tribo, como nômade, e viver o
evangelho, na prática. Com o tempo, ele foi sendo aceito entre a tribo e
aprendeu que, conforme os costumes locais, se ele fizesse uma aliança com
o “chefe” da tribo, sua aceitação seria mais ampla e facilitada. Então, ele
resolve fazer a tal aliança, numa cerimônia simples, com uma boa refeição,
onde o missionário e o chefe da tribo comessem juntos, com outras
testemunhas.
Para “selar” essa aliança, o chefe da tribo pediu que o missionário
entregasse a ele a sua cabra. Foi nesse momento que o missionário se
espantou, pois o chefe era dono do maior rebanho de cabras da tribo, mas
ele, o missionário, só possuía essa única cabra. Nesse momento o chefe
explicou: “veja, se você me der acesso à sua cabra, significa que eu terei que
te dar acesso às minhas cabras”. E, como num estalar de dedos, o
missionário entendeu que perderia a sua única cabra, mas ganharia todo um
rebanho.
Com essa estória, que ainda não sei se é estória ou história, aprendi o
significado de aliança: exatamente como Deus fez conosco, ele recebeu o
nosso pecado e nos deu seu único filho, para que, por meio da vitória de
Cristo, herdássemos a vida eterna. A Nova Aliança também envolveu uma
“troca”: oferecemos o nosso pecado e recebemos a vida de Jesus em nós.
Nos tornamos filhos de Deus e temos acesso a herança, antes
exclusividade de Jesus → O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos
filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e
coerdeiros com Cristo, se com ele sofremos, para que também com ele sejamos
glorificados. (Romanos 8:16,17).
Somos herdeiros pois no tornamos filhos de Deus, e o próprio Jesus
nos chama de irmãos → Pois, tanto o que santifica como os que são santificados,
todos vêm de um só. É por isso que Jesus não se envergonha de chamá-los de irmãos,
(Hebreus 2:11); → Então Jesus lhes disse: — Não tenham medo! Vão dizer aos meus
irmãos que se dirijam à Galileia e lá eles me verão. (Mateus 28:10).
Nos tornamos filhos de Deus, não do nascimento carnal, mas da água
e do Espírito → Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:12,13); →
Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade lhe digo: quem não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito. (João 3:5,6).
Fomos adotados por Deus, e numa adoção há uma legitimidade real
envolvida, pois é possível não desejar ter um filho biológico, mas é
impossível não desejar ter um filho por adoção. A adoção envolve um querer,
um desejar, uma aceitação. Essa aceitação é justamente o contrário da
rejeição, ou seja, se fomos adotados por Deus, quer dizer que fomos aceitos
por Deus → Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Antes da
fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis
diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos,
por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de
sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. (Efésios 1:3-6).
Como na estória do missionário, nós nos livramos do pecado para
sermos herdeiros da vida eterna, contudo não foi apenas essa troca que foi
feita. Fomos legitimamente aceitos e recebidos como filhos de Deus, de tal
forma que, nem Jesus se envergonha de nos chamar de irmãos, pois há uma
aceitação plena, consciente e desejável por parte de Deus em nos receber
como seus filhos. Essa troca ocorreu também com Jesus → O nascimento de
Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, estava comprometida para casar com José.
Mas, antes de se unirem, ela se achou grávida pelo Espírito Santo. José, com quem Maria
estava para casar, sendo um homem justo e não querendo envergonhá-la em público,
resolveu deixá-la sem que ninguém soubesse. Enquanto ele refletia sobre isso, eis que
lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: — José, filho de Davi, não tenha
medo de receber Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo
dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo Senhor
por meio do profeta: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será
chamado pelo nome de Emanuel." ("Emanuel" significa: "Deus conosco".) Quando José
despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por
esposa. Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a quem
pôs o nome de Jesus. (Mateus 1:18-25).
José não é o pai biológico de Jesus. As escrituras deixam claro que
Jesus foi gerado, em Maria, pelo Espírito Santo. Entretanto, José tinha uma
escolha, aceitar ou não Maria como sua esposa, o que levaria a aceitar ou
não Jesus como filho. Não houve uma imposição da parte de Deus, e, sim,
uma explicação, de que José não precisava ter medo de receber Maria e
Jesus. A aceitação de José deu a Jesus o direito legítimo de ser chamado
“raiz de Davi → Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado
para o evangelho de Deus, que ele, no passado, prometeu por meio dos seus profetas
nas Escrituras Sagradas. Este evangelho diz respeito a seu Filho, o qual, segundo a
carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo
o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso
Senhor. (Romanos 1:1-4).
Em síntese, parte da aliança de Deus conosco também envolveu José
aceitar, receber, legitimamente, Jesus como filho, enquanto Deus Pai nos
recebe igualmente como filhos. O título de Jesus como herdeiro de Davi, por
meio de José, é legítimo, o que faz igualmente legítimo o nosso título de
filhos de Deus. Não somos filhos por “acidente”, não fomos gerados por falta
de planejamento, muito pelo contrário, como consta em Efésios 1, muito
antes do mundo ter sido criado, Deus nos escolheu para sermos seus filhos,
filhos por adoção, não pelo nascimento da carne, mas pela fé em Jesus, pelo
nascimento no Espírito. Jesus nasce da carne, é aceito por José e feito
herdeiro de Davi. Nós nascemos do Espírito, somos aceitos por Deus Pai e
feitos herdeiros de Deus e coerdeiros de Jesus.
A escolha de José faz de Jesus seu filho, com o título “Raiz de Davi” e
a escolha de Deus nos faz seus filhos com o título “filho do Deus Altíssimo”. A
escolha legitima os títulos, a adoção não nos faz sermos menos aceitos ou
menos filhos, ao contrário, a adoção exige uma escolha consciente e
planejada, o que nos passa a certeza da aceitação → Todo aquele que o Pai me
dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. (João 6:37).
→ Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo, e da mão do Pai ninguém pode
arrebatar. Eu e o Pai somos um. (João 10:29,30). → Porque eu estou bem certo de que
nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente,
nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra
criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
(Romanos 8:38,39).
Não somos obra do acaso, não somos um acidente da natureza,
somos escolhidos para sermos filhos do Deus Altíssimo (adotados),
planejados por Ele mesmo, para sermos seus herdeiros e recebermos o seu
amor. E não há nada que possa mudar isso!

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