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N Ay
DE eaze
e -
DDD ED
DRapa
LEON DENIS
CATECISMO
'* ESPÍRITA
(7º edição)
Condensação dos pon-
tos cardiais da Doutrina,
ao alcance de todas as
inteligências, e que mui-
to se presta a auxiliar
o ensino do Ispiritismo
nos lares e nas escolas
espiritas.
Em apêndice, há exce-
lente trabalho sobre o
Exercício da mediunida-
de, além Ge outras ques-
tões de interesse, o que
LtIZ. No LAR
torna a obra muito pro-
curada por neófitos e,
mesmo, por estudiosos
da Doutrina.
ALLAN KARDEC
O PRINCIPIANTE,
ESPÍRITA
(14º edição)
A obra se inicia com
uma longa biografia de
Allan Kardec, do nasci-
mento à desencarnação.
Vem, em seguida, o
resumo dos princípios
da Doutrina Espírita, de
autoria. de Allan Kardec,
sendo estudados os pon-
tos capitais que o espi- Wsto livro foi composto na ortografia usada
rita não deve desconhe- pela Wditora, ou seja, a de 1943, com algu-
cer. Por fim, há uma
mas das modificações propostas pela de 1945.
série de respostas a per-
guntas que comumente
nos são dirigidas pelos
iniciantes ou pelos ad-
versários do Espiritismo.
A
em
Francisco Cândido Xavier
LUZ NO LAR
(ANTOLOGIA MEDIÔNICA)
1.º edição
(10.000 exemplares)
Rio, Gb — ZC-08
ANTECÂMARA, Emmanuelmp
E — “Culto Cristão no Lar, Emmanuel Ttassp .
“2 — Jesus em Casa, Irenê S:'Pinto ii. cu
—» Angústia Materna, Sebastiana Pires.
— Meu Lar, João idesDeusBY. uu cs ce
— No Reino: Doméstico; Irmão: Kids ur
— Colombina, Júlia Cortines eso tME = erra
— Mãe, Irmão IX dE). . Bad. sas. Ola
'— Sempre Amor, Jorge MatosirnA.. as AL
'— Luz no Lar, Seheillas ii. alva. obra)
— Conversa em Casa, Casimiro Cima e
— Na Intimidade Doméstica, Emmbimuel OTA A
— Lamento Paterno, José Guedes PA. oBnesald.
— Mãe, Meiwmei so sta. am. ah casworhe.
— Ternura Maternal, Carlos D; ernandos
— Verdugo e Vítima, Irmão X . BusuaTa.
— Oração da Criança, ido taesagaM
— .A Lenda da Criança, Timão Ksd. oleo ks
— O Berço, Bezerra de Menezes;CirSchutal,
Cármen Cinira, nes de: A eé Crue
C. SOUBO core rerasaso ciais vo odio DIR «ONT «LB RT.
ge), À) — Aborto Delituoso, EmimeninelSE OI. tá M
qm DM) — Filho que não nasceu, José aaPE
21 — Ante o Divórcio, Eminanuol . DEL O,
Composto e impresso
22 - Oração à Mulher, Meimei .cos. r.«DSI,
nas oficinas. da
28 “NoTemplo do Lar, Pio Ventania: aivd O
24 - Renúncia, Emvinanael! (GIGA. DBRRL E,
— FEDERAÇÃO — 2h Carta Paterna, Neio Erúcio Lo RES Ma SA,
“BS-RA; 10-095-L; 1968 “o Lol de Amor, Narcisa Amália Am. Romana,
87 O Grito de Cólera, Neio Lúcio cosequin),
4H Prolossores Diferentes, Emmanuel 90 op. va
INDICE
edificantes, que nos ajudassem a pensar sobre as Senhor, lançados pela bondade do Senhor, no solo
verdades do espírito, sem longo esforço.” de nossos corações. E, ao fazê-lo, rogamos a Ele,
o Divino Semeador, nos conceda força e diretriz,
x
compreensão e discernimento paro cultivá-los, em
NOSSO proveito, de modo a transformarmos a nossa
“Não poderemos ter um facilitário para assi-
milar as ideias espíritas-cristâs ?” área de ação em gleba de amor e luz para a Vida
Eterna. .
EMMANUEL
“Atualmente; vo culto: do. Evangelho em» casa
pede um conjunto de lições práticas, para reger, d Uberaba, 18 de Junho de 1968.
conversação estados oOL epltad os. ensinamentos
de Jesus? ; ge
Anula-pe q malquerença,
A Trago é contente e boa.
CEDOAT tjuem guarda ofensas, perdoa,
(quem mofro, agradece à cruz,
14 LUZ NO LAR
Na casa fortalecida 3
Por semelhante alimento,
Tudo vibra entendimento
Sublime e renovador. Angústia materna
O dever governa a vida,
r
Um filhinho era o maior ideal de nossos cora- «Meus princípios, porém, eram diversos: dosdele
ções entrelaçados no mesmo sonho. e eu queria; meu, filho. para, vaidosamente reinar.
E, por essa razão, durante seis anos consecuti- “Na, escola pritaário Pedro se fêz. pegníaino
vos orei fervorosamente, suplicando a Deus nos demônio: SE
concedesse essa bênção... Desrespeitava, perturbava, destruia..
Uma criança que nos trouxesse a verdadeira Ainda assim, vivia eu mesma questionando com
alegria, que nos consolidasse o reino de amor e fe- os, professores, para que lhe fôssem assegurados
licidade... privilégios especiais.
Depois de seis anos, o filhinho querido vagia “A criança era transferida de estabelecimento
em nossos braços... a estabelecimento, porque instrutores e serventes
Chamamos-lhe Pedro, em homenagem ao se- me temiama agressividadesempre disposta à ferir.
gundoImperador do Brasil, cuja personalidade nos Em razão disso, na primeira mocidade, vi meu
merecia, entranhado respeito. filho incapacitado para mais amplos estudos.
Contudo, desde -as primeiras horas em que me Aindole de Pedro não se compadecia, comqual-
fizera mãe, inesperado exclusivismo, me-tomou Oo quer disciplina, porque eu, sua, mãe, lhe favorecera
espírito fraco. o despotismo, a vaidade é o orgulho gritantes.
'Acalentei meu: filho como se: a; a de: uma Quando nosso rapaz completou dezesseis anos,
leoa me despertasse no seio. ; o pai amoroso e correto providenciou-lhe tarcta,
digna, mas, findo o terceiro dia de trabalho, Pedro
Não obstante-os protestos de meu aids criei
Pedro-tão sômente: para a minha admiração, para chegou em casa choramingando, a queixar-se 'do
o" meu encantamento e para: o círculo estreito de chefe, e eu, em minha imprudência, lhe aceitei as
nossa casa.
lamentações e exigi que Claudino lhe 'dobrasse à
mesada, retirando-o do emprego em que, a meu ver,
Muitas vezes perdia-me em cismas fantasiosas, apenas encontraria pesares e humilhações.
arquitetando para, ele um futuro'diferente, no qual,
O esposo mefêz verà impropriedade de seme-
mais rico e mais poderoso que os outros homens,
vivesse consagrado à dominação. Ihante procedimento. no entanto, amava-me demais
para contrariar-me' os caprichos e, a breve tempo,
«Por esse motivo, mal, ensaiando os primeiros rosão filho" entregoú-se “a “deploráveisdissipações.
passos, Pedro, estimulado por minha leviandade e
Aquele para quem idealizara um futuro 'de rei,
invigilância, procurava ser forte em mau sentido. chopava ao lar em horas avançadas: ii sen cam-
Garantido por mim, apedrejava a casa. dos vi- balcando de embriaguez.
zinhos, humilhava os companheiros e entregava-se, O olhar piedoso de Claudino para as“minhas
no templo doméstico, aos, caprichos que bem. enten- lhgrimas dava-me a entender, que as minhas preo-
desse, ip supações surgiam demasiado: tarde;
“Debalde Claudino. me advertia,atencioso. Ea Podos 08 meus cuidados: foram então inúteis:
18 LUZ NO LAR LUZ NO LAR 19
Gastador e viciado, Pedro confiou-se à bebida, amparasse aquele cuja posição moral eu apenas
à jogatina, comprometendo-se num estelionato de soubera agravar com desleixo delituoso.
grandes proporções, em que o nome paterno se en- “Amealhei algum dinheiro... ;
volveu numa dívida muito superior às possibilidades Dez anos correram apressados sobre a minha
de nossa casa. nova situação.
Claudino, desditoso e envergonhado, adoeceu, E porque as nossas migalhas viviam entesou-
sem que os médicos lhe identificassem a enfermi- radas em meu quarto de velha indefesa, cada noite
dade, falecendo após longos meses de martírio gi- me armava de um revólver sob o travesseiro, ao
lencioso. mesmo tempo que desbotada fotografia era acari-
Morto aquele que me fora companheiro devo- ciada por minhas mãos.
tadíssimo, vendi nossa. residência para solver gran- Numa noite chuvosa e escura, observei que um
des débitos. homem me rondava o leito humilde.
Recolhi-me com Pedro num domicílio modesto; Alteava-se a madrugada.
entretanto, embora me empregasse, aos cinquenta O desconhecido vasculhava gavetas procurando
anos, para atender-lhe as necessidades, comecei a algo que lhe pudesse, naturalmente, atender à vIl-
sofrer, das mãos de meu filho ébrio, dilacerações ciação.
e espancamentos. Não hesitei um momento.
Certa noite, não pude conter-lhe os criminosos Saquei da arma e buscava a mira correta para
impulsos e caí golfando sangue... que o tiro fôsse desfechado com segurança, quando
Internada num hospital de emergência, senti a luz de um relâmpago penetrou a vidraça...
medo de partilhar o mesmo teto com o homem que Apavorada, reconheci, no semblante do homem
meu ventre gerara com desvelado carinho e que se que me invadia a casa, meu filho Pedro, convertido
me transformara em desapiedado verdugo. em ladrão.
Fugi-lhe, assim, ao convívio. Esmoreceram-se-me os braços.
Procurei velha companheira da mocidade, pas- Quis gritar, mas não pude.
sando a morar com ela num bairro pobre. A comoção insofreável como que me estran-
E, juntas, organizámos pequeno bazar de quin- gulava a garganta.
quilharias. Contudo, através do mesmo clarão, Pedro me
Pensava em meu filho, agora, entre a saudade vira armada e bradou, sem reconhecer-me de
e a oração, entregando-o à proteção da Virgem San- pronto:
tíssima. Não me mates, megera! Não me mates!
Finda a tarefa diária, recolhia-me a sós em Avancou sobre mim como fera sobre a presa
singelo aposento, trazendo em minhas mãos o re- vencida e, despojando-me do revólver a pender-me
trato de Pedro e rogando ao Anjo dos Desvalidos das mãos desfalecentes, sufocou-me com os dedos
20 LUZ NO LAR LUZ NO LAR al
“queeu tantasvezes: havia acariciado, “e aires tre! Eu rogarmos juntos a bênção da reencarnação em que
fixiavam, agora, como garras"assassinás. 4º eu possa extirpar-lhe do sentimento a hera maldita
Não conserta realmente, Eee ima só do orgulho e do egoísmo, da viciação e da cruel-
palavra. ordo à FISAITIOS HOM na! dade.
No entanto, sado indo. ao meu corpo, meus E! enquanto sofro as consequências de meus
olhose meus: ouvidos: funcionavam. eficientes. erros deliberados, posso clamar para as minhas
Registei-lhe'o:| sadio rápido: isgjpre o acendedor companheiras do “mundo:
de: Lido SSI VI Hd E
— Mães da Terra, educai vossos filhos!
Espera alosagora contava simplesmente Afagai-os no carinho e na retidão, na justiça
com um cadáver. bem. ;
Contemplei-o . com.. a, ouso da adiar que i “paiacriança no berço é um diamante do Céu
ainda ama, apesar de sentir-se, em. derrocada, su-
para ser burilado.
prema, e notei que Pedro,Se, inclinou, instintiva-
Lembrai-vos de que o próprio Deus, em con-
mente, para, a, minha mão.geguerda, SepRia, a
duzindo à, Terra, o seu Filho. Divino, Nosso, Senhor
guardar-lhe. a fotografia Jesus-Cristo, fêlonascer, numa estrebaria, deu-lhe
" Horrorizado, exclamou: BOBO trabalho numa oficina, singela, | induziv-o a viver
— Mãe, minhamãe! Poisês tu? 3tf em serviçodos semelhantes, e permitiu que Ele, O
Justo, fôsse “imerecidamente imolado aos tormen-
verao equilíbrio. Orgânica,-acariciar-lhede. novo, 08
AA mad GR
tos da cruz.
cabelos edizer-lhe:— “Filho, querido, não se preo-
eupe! Regenere-se,e sejamos. felizes, voltando; a vi- O SEBASTIANA PIRES
ver juntos! Estou velha.«ecansada... Fique Samigo]
Fique comigo!...”
Entretanto, . minha língua, jazia, inanimada e
minhas mãos estavam hirtas. .
Lágrimas ardentes borbotavam-me dos” olhos
parados, enquanto avoz querida, meAtera estri-
dente ;
— — Mamãe! Mamãe! Minha. mãe!
Umsono profundo, pouco a pouco, seRBot
de mim e sômente mais tarde acordei numa casa
desocorro espiritual, onde pude”reconstituir minhas
forças” para empreender a res ração- de”ira
alma diante daLei.
“Noentanto, até agora, “púsco meu filho' para
Meu lar No reino doméstico.
Meu lar é um ninho quente, belo e doce Você, meu amigo, pergunta que papel desem-
Meu generoso e abençoado asilo, penhará o Espiritismo, na ciência das relações so-
Onde meu coração vive tranquilo ciais, e, muito simplesmente, responderei que, alia-
Na sacrossanta paz que Deus me trouxe. do ao Cristo, o nosso movimento renovador é a
chave da paz, entre as criaturas.
Já terá refletido, porventura, na importância
Meu refúgio sereno de esperanca, da compreensão generalizada, com respeito à jus-
Nele encontro essa luz terna e divina tiça que nos rege a vida, e à fraternidade que nos
Do amor que aperfeiçoa, ampara e ensina cabe construir na Terra?
Minhalma ingênua e frágil de criança. A sociologia não é a realização de gabinete.
E” obra viva que interessa o cerne do homem, de
modo a plasmar-lhe o clima de progresso subs-
tancial.
O lar é a minha escola mais querida, Reporta-se você ao amargo problema dos ca-
Doce escola em que nunca me confundo samentos infelizes, como se o matrimônio fôsse o
Onde aprendo a ser nobre para o mundo único enigma na peregrinação humana, mas se es-
E a ser alegre e forte para a vida. quece de que a alma encarnada é surpreendida, a
cada passo, por escuros labirintos na vida de asso-
ciação .
JOÃO DE DEUS Habitualmente, renascem juntos, sob os elos
da consanguinidade, aqueles que ainda não acer-
taram as rodas do entendimento, no carro da evo-
24 LUZ NO LAR LUZ! NO! LAR 25
lução, a fim de trabalharem com o abençoado buril eniyNãos:tenha dúvida. stnsmlavó rara a ajrora1
da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem mo Orhomicídio, nas mais variadas formas, é ink
a harmonia. Jungidos à máquina das convenções tensamente praticado-sem armas visíveis, em todos
respeitáveis, no instituto familiar, caminham, lado os quadrantes “do Planeta. 5 V
a lado, sob os aguilhões da responsabilidade e da “Em quase-toda a parte, vemos pais e “mães
tradição, sorvendo o remédio amargoso da convi- que expressam ternura," ante os: filhos: desventu=
vência compulsória para sanarem velhas feridas rados, e que-serevoltam' contra; eles toda: vez que
imanifestas. se mostrem -prósperosoe felizes. "Há irmãos: que
E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em não suportam a superioridade: daqueles que lhes
desajuste, não identificaremos tão sômente os côn- partilham o nome e a experiência, e -companhceiros
juges infortunados. Além deles, há fenômenos sen- que apenas se alegram “com' a camaradagem' na
timentais mais complexos. Existem pais que não horas de necessidade e infortúnio. 3
toleram os filhos e mães que se voltam, impassí- “Ninguém pode negar a existência do amor no
veis, contra; os próprios descendentes: Há filhos fundo'das multiformes uniões aque nos referimos.
que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos Mas “esse amor “ainda se encontra, à maneira do
que: se exterminam dentro do magnetismo degene- ouro inculto, incrustado no cascalho duro e con-
rado da antipatia: congênita, dilacerando:se uns aos tundente doegoísmo e da ignorância que, às vezes,
outros, com os raios mortiferos-e invisíveis do ódio matam sem a intenção de destruir e ferem sem
e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonada- perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas.
mente cultivados no solo-mental. tear: Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, con-
Os hospitais e principalmente os manicômios vidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conheci-
apresentam significativo número 'de enfermos, que mento e ao perdão, aclarando a origem de nossos
não passam de mutilados espirituais dessa guerra antagonismos e reportando-nos aos dramas por nós
terrível e incrúenta na trincheira mascarada” sob todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de
o nome de Lar. Batizam-nos os médicos 'com rotu- luz em cada coração, inclinando as almas rebeldes
lagens diversas, na esfera da diagnose complicada: ou enfermiças à justa compreensão do programa
entretanto, na profihdez das causas, reside a in- sublime de melhoria individual, em favor da tran-
fluência Maligna da” parentela consanguíinea que, quilidade coletiva e da. ascensão de todos.
não”raro, cópia as atitudes da! tribo selvageme Desvelando os horizontes largos da vida, a
enfurecida. 'Todos' os“ dias, semelhantes farrapos Nova Revelação dilatará a esperança, o estímulo
humanos atravessam os pórticos das" casas de 'saú à virtude e à educação em todas as inteligências
de ou de caridade, à maneira de restos indefiníveis amadurecidas na boa vontade, que passarão a en-
de náufragos, “perdidos em'mar tormentoso, pro- tender nas piores situações familiares pequenos cur-
curando 'a terra firme da costa, através da” ônda sos regenerativos, dando-se pressa em aceitá-los
Móvel, , ; t Fo «HM BOOT 28 MALHI com serenidade e paciência, de vez que a dor e a
26 LUZ NO LAR
JÚLIA CORTINES
LUZ NO LAR 29
recebam o Evangelho do Reino, organiza fenôme- espiritual, no plano divino, sem lágrimas, sem som-
nos luminosos e linguísticos, valendo-se da colabo- bras e sem morte!...
ração dos companheiros, ante judeus e romanos,
partos e medas, gregos e elamitas, cretenses e culo caco oro o nn O quo .. au. ..
árabes. Maravilha-se o povo. Habitantes da Pan-
fília e da Líbia, do Egito e da Capadócia ouvem a Homens e mulheres do mundo, que haveis de
Boa-Nova no idioma que lhes é familiar. afrontar, um dia, a esfinge do sepulcro, é possível
Decorrido algum tempo, Jesus resolve modifi- que estejais esquecidos plenamente,. no dia, imediato
car o ambiente farisaico e busca Saulo de Tarso ao de vossa partida, a caminho do Mais Além. Fami-
para o seu ministério; entretanto, para isso, é liares e amigos, chamados ao imediatismo da luta
compelido a materializar-se no caminho de Da- humana, passarão a desconhecer-vos, talvez, por
masco, a plena luz do dia. O perseguidor impla- completo. Mas, se tiverdes um, coração de mãe pul-
cável, para convencer-se, precisa experimentar a sando na Terra, regozijar-vos-eis, além da escura
cegueira temporária, após a claridade sublime; e fronteira de cinzas, porque aí vivereis amados e fe-
para que Ananias, o servo leal, dissipe o temor e lizes para sempre!
vá socorrer o ex-verdugo, é imprescindível que
Jesus o visite, em pessoa, lembrando-lhe o obséquio IRMÃO X
fraternal. )
Todos os companheiros, aprendizes, seguido-
res e beneficiários solicitaram a cooperação dos
sentidos físicos para sentir a presenca do Divino
Ressuscitado. Utilizaram-se dos olhos mortais,
manejaram o tato, aguçaram os ouvidos...
Houve, contudo, alguém que dispensou todos
os toques e associações mentais, vozes e visões.
Foi Maria, sua Divina Mãe. O Filho Bem-Amado
vivia eternamente, no infinito mundo de seu co- CNC
ração. Seu olhar contemplava-o, através de todas
as estrelas do Céu e encontrava-lhe o hálito perfu-
mado em todas as flores da Terra. A voz d'Ele
vibrava em sua alma e para compreender-lhe a
sobrevivência bastava penetrar o iluminado san-
tuário de si mesma, Seu Filho — seu amor e sua
vida — poderia, acaso, morrer? E embora a sau-
dade angustiosa, consagrou-se à fé no reencontro
aeto
38 LUZ NO LAR
EMMANUEL
Entretanto, prendite a cruzes de ouro,
Cujo peso carregas sem proveito,
Abatido, cansado, insatisfeito,
Arrojado a medonho sorvedouro. ..
JOSE” GUEDES
LUZ NO LAR 41
Mãe
Ternura maternal Pp
Ergo-me agora... O corpo é o pelourinho
De que me desvencilho por beijá-la...
— «Mãe! Minha mãe!...»> — suspiro, erguendo a fala,
A soluçar de júbilo e carinho.
EINEOS
Mas surge alguém, no caos que me entontece,
E” minha mãe, que alonga as mãos em prece,
Doce estrela brilhando entre meus braços!...
LUZ NO LAR 45
— Santo dos Santos, socorre-nos por pieda- Depois de alguns minutos, falou comovido:
de!... Concedeste-nos a paz e hostilizamo-nos uns — Não posso modificar as Leis Eternas. Dei-
aos outros. Reuniste-nos debaixo do mesmo Sol! , 5 -vos o Orbe Terrestre e sois independentes para es-
Nós, porém, desastradamente, em nossos desvarias, tabelecer nele a hase de vossa ascensão aos Planos
na conquista de domínio, inventamos aguerra... Superiores. Tereis, constantemente e seja onde for,
Ferimo-nos e ensanguentamo-nos, à maneira de feras o que quiserdes, em função de vosso próprio livre
no campo, como se não tivéssemos, dada por ti, a arbítrio!... Conceder-vos-ei, porém, um tesouro de
luz da razão!... vida e renovação, no qual, se quiserdes, conseguireis
— Pai Amantíssimo, enriqueceste-nos com os engrandecer o progresso e abrilhantar o Planeta...
preceitos da Justiça; todavia, na disputa de posi- Nesse escrínio de inteligência e de amor, disporeis
ções indébitas, estudamos os melhores meios de nos de todos os recursos para solidificar a fraternidade,
enganarmos reciprocamente, e, muitas vezes, con- dignificar a ciência, edificar o bem comum e elevar
vertermos as nossas relações em armadilhas nas o direito... De um modo ou de outro, todos tereis,
quais os mais astuciosos transfiguram os mais sim- doravante, esse tesouro vivo, ao vosso lado, em qual-
ples em vítimas de alucinadoras paixões... Ajuda- quer parte da Terra, a fim de que possais aperfei-
“nos e libertar-nos do mal!... çoar o mundo e santificar o porvir!...
— Ô Deus de Infinita Bondade, intervém a Dito isso, o Senhor Supremo entrou nos Taber-
nosso favor! Inflamaste-nos os corações com a cha- náculos Eternos e voltou de lá trazendo um ger pe-
ma do gênio, mas habitualmente resvalamos para Os quenino nos braços paternais...
despenhadeiros do vício... Em muitas ocasiões, Nesse augusto momento, os atormentados fi-
valemo-nos do raciocínio e da emoção para sugerir lhos da Terra receberam de Deus a primeira. criança.
a delinquência ou envenenar-nos no desperdício de
forças, escorregando para as trevas da enfermidade IRMÃO X
e da morte!...
Conta-se que o Todo-Misericordioso contemplou
os habitantes da Terra, com imensa tristeza, c ex-
clamou, amorosamente:
— Ah! meus filhos!... meus filhos!... Apesar
de tudo, eu vos criei livres e livres sereis para sem-
pre, porque, em nenhum lugar do Universo, aprova- CNICATO
rei princípios de escravidão!...
-— Qh! Senhor — soluçaram os homens —,
compadece-te então de nós e renova-nos o futuro!...
(Queremos acertar, queremos ser bons!...
O Todo-Sábio meditou, meditou...
LUZ NO LAR 53
18 RODRIGUES DE ABREU
O berço
A criança é uma lúcida promessa,
Convidando-te ao templo do amor puro.
Ajudemos a criança! O berço é o ponto vivo Em todo berço a vida recomeça,
em que a educação começa a brilhar. Procurando a vitória do futuro.
X%
CAIRBAR SCHUTEL
CARMEN CINIRA
LUZ NO LAR 55
20 Ante o divórcio
NARCISA AMÁLIA
meato maçã
LUZ NO LAR 69
É
mente, antes do almoço? a É
Durante seis meses, toda a sua família lutou
Por insignificante questão de vestuário, você e solidarizou-se para recompor a harmonia que-
pe ae
pronunciou palavras feias em voz alta, desrespei- brada, desastradamente, por sua ira infantil.
az doméstica. :
Cento e oitenta dias de preocupações e traba-
O E filho, quantos males foram atraídos lhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque
por seu gesto de cólera!... a
você, incapaz de compreender a cooperação alheia,
A mamãe, muito aflita, correu para o interior,
Ea
se pôs a. berrar, inconscientemente, recusando a rou-
arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a
dor-de-cabeça e o coração tornou a descompassar-se; pa que lhe não agradava.
As duas irmãs, que cuidavam da refeição, diri- Pense na lição, meu filho, e não repita a expe-
giram-se precipitadamente para o quarto, a fim de riência.
socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram Todos estamos unidos, reciprocamente, através
inutilizadas. de laços que procedem dos desígnios divinos. Nin-
Em razão das circunstâncias provocadas por guém se reúne ao acaso. Forças superiores impe-
sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi com- lem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos
pelido a esperar a tempo em casa, chegando ao a ciência da felicidade, no amor e no respeito mú-
i m grande atraso. tuos.
eu(chefs não estava disposto a tolerar-lhe a O golpe do machado derruba a árvore de vez.
falta e recebeu-o com repreensão áspera. A ventania destrói um ninho de momento para.
Quem o visse, erecto e digno, a sofrer essa outro.
pena, em virtude da sua leviandade, sentiria, coti: A ação impensada de um homem, todavia, é
paixão, porque você não passa de um jovem neces- muito pior.
To LUZ NO LAR
cia
e Professores diferentes
paz divina.
A própria guerra, que extermina milhões de
criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns ho-
mens que se alastra, por muito tempo, ameaçando
Entre familiares e amigos, encontras, na Ter-
ra, a oficina do teu burilamento.
o mundo inteiro.
Com raras exceções, todos apresentam proble-
mas a resolver.
NEIO LÚCIO
Problemas na emoção e no pensamento.
Problemas na palavra e na ação.
Problemas no lar e no trabalho.
Problemas no caminho e nas relações.
Prossegues, assim, junto deles, como quem res-
pira ao pé de múltiplos instrutores num instituto
de ensino.
Muitos reclamam trabalho, lecionando paciên-
cia, enquanto outros te ferem a sensibilidade, diplo-
mando-te em sacrifício. Há os que te escandalizam
incessantemente, adestrando-te em piedade, e aque-
les que te golpeiam a alma, com as lâminas invisí-
veis da. ingratidão, para que aprendas a perdoar.
E as lições vão surgindo, à maneira de testes
inevitáveis.
Agora, é o esposo que deserta, dobrando-te a
carga de obrigações, ou, noutras circunstâncias, é
a esposa que se rebela aos compromissos, agonian-
do-te as horas... Hoje, ainda, são os pais que te
contrariam as esperanças, os filhos que te aniqui-
Tr".
72 LUZ NO LAR
ASa
Nenhum problema, entretanto, aparece ao aca-
so, e, por isso, é imperioso te armes de amor para
a luta íntima,
Fugir da dificuldade é, muitas vezes, a ideia
que te nasce como sendo o melhor remédio. Seme-
Ds
lhante atitude, porém, seria o mesmo que debandar, 29
menosprezando as exigências da educação.
Carrega, pois, com serenidade e valor o fardo
de aflições que o pretérito te situa nos ombros, con-
victo de que os associados complexos do destino são Companheiros mudos
antigos parceiros de tuas experiências, a reponta-
rem do caminho, solicitando contas e acertos.
Seja qual for o ensinamento de que se façam Com excelentes razões, mobilizas os talentos da
palavra, a cada instante, permutando impressões
intérpretes, roga à Sabedoria Divina te inspire a
conduta, a fim de que não percas o merecimento da com os outros.
escola a que a vida te conduziu. Selecionas os melhores conceitos para os ouvi-
Ainda mesmo em lágrimas lê, sem revolta, no dos de assembleias atentas.
livro do coração, as páginas de dor que te impo- Aconselhas o bem, plasmando terminologia ade-
nham, ofertando-lhes por resposta as equações do quada para a exaltação da virtude.
amor puro, em forma de tolerância e hondade, au- Estudas Filologia e Gramática, no culto à lin-
xílio e compreensão. guagem nobre.
Encontras a frase exata, no momento certo,
Recorda que o próprio Cristo, sem débito al-
em que externas determinado ponto de vista.
gum, transitou, cada dia, na Terra, entre esses pro-
fessores diferentes do espírito. E, solucionando, na Sabes manejar o apontamento edificante, em
base da humildade, os problemas que recebia na
família,
atitude e no comportamento de cada um, submeteu-
Lecionas disciplinas diversas.
-se, à sós, à prova final da suprema renúncia, à qual Debates problemas sociais.
Analisas os sucessos diários.
igualmente te submeterás, um dia, na conquista da
própria sublimação — o único meio de te elevares Questionas serviços públicos.
ao clima glorioso dos companheiros já redimidos es Rr o verbo é luz da vida, de que
que te aguardam, vitoriosos, nas eminências da Es- ópriooJesuS se valeu
Eprón ] para legar-no
- s o Evangelho
piritualidade.
“Entretanto, nesta nota simples, vimos rogar-te
EMMANUEL apoio e consolação para aqueles companheiros
a
TA LUZ NO LAR
CASIMIRO CUNHA
ço
C
Ke
ANDRÉ LUIZ
JOÃO DE DEUS
BATUÍIRA
LUZ NO LAR 87
tamos de proporcionar-lhes a alegria construtiva, cidos, tentamos debalde o exercício tardio da corre-
nem nos preocupamos com a sua felicidade real. cão. Absolutamente desamparados de nossa lealda-
Viciamo-las simplesmente. de e de nossa previdência, por se manterem viciados
Começamos a tarefa ingrata, habituando-lhes pela nossa indesejável ternura, os filhos do nosso
a boca às piores palavras da gíria e incentivando- amor rolam, vida afora, aprendendo na aspereza
-lhes as mãos pequenas à agressividade risonha. do caminho comum. E? que, antes de serem os re-
Horrorizamo-nos quando alguém nos fala em corri- bentos temporários de nosso sangue, eram compa-
genda e trabalho. A palmatória e a oficina desti- nheiros espirituais no campo davida infinita, e,
nam-se aos filhos alheios. Convertemos o lar, san- se voltaram ao internato da reencarnação, é que
tuário edificante que a Majestade Divina nos confia necessitavam atender ao resgate, junto de nós ou-
na Terra, em fortaleza odiosa, dentro da qual en- tros, adquirindo mais luz no entendimento. Não
sinamos o menosprezo aos vizinhos e a guerra siste- devíamos cercá-los de mimos inúteis, mas de lições
mática aos semelhantes. Satisfazendo-lhes os ca- proveitosas, preparando-os, em face das exigências
prichos, dispomo-nos a esmagar afeições sublimes, da evolução e do aprimoramento, para a vida eterna.
ferindo nossos melhores amigos e descendo aos fun- Desse modo, minha amiga, use os seus recursos
dos abismos do ridículo e da estupidez. Fiéis às educativos compatíveis com o temperamento de
suas descabidas exigências, falhamos em setenta cada bebê, encaminhando-lhes o passo, desde cedo,
per cento de nossas oportunidades de realização es- na estrada do trabalho e do bem, da verdade e da
piritual na existência terrestre. Envelhecemo-nos compreensão, porque as escolas públicas ou parti-
prematuramente, contraímos dolorosas enfermida- culares instruem a inteligência, mas não se podem
des da alma e, quase sempre, só reconhecem algu- responsabilizar pela edificação do sentimento. Em
ma coisa de nossa renúncia vazia, quando o matri- cada cidade do mundo pode haver um Pestalozzi
mônio e a família direta os defrontam, no extenso que coopere na formação do caráter infantil, mas
caminho da vida, dilatando-lhes obrigações e traba- ninguém pode substituir os pais na esfera educa-
lhos. Ainda aí, se a piedade não comparece no qua- tiva do coração.
dro de suas concepções renovadas, convertem-nos Se a senhora, porém, não acreditar em minhas
em avós escravos c submissos. palavras, por serem filhas da realidade indisfarçó-
A morte, porém, colhe nossa alma em gua rede vel e dura, exercite exclusivamente o carinho e es-
infalível para que nos aconselhemos, de novo, com pere pela lição do futuro, sem incomodar-se com os
a verdade. Cai-nos a venda dos olhos e observamos meus conselhos, porque eu também, se ainda esti-
que os nossos supostos sacrifícios não representa- vesse envolvido na carne terrestre e se um amigo
vam senão amargoso engano da personalidade egoís- do “outro mundo” me viesse trazer os avisos que
tica. Nossas longas vigílias e atritos angustiosos lhe dou, provavelmente não os aceitaria.
eram, apenas, a defesa improfícua de mentiroso
sistema de proteção familiar. E humilhados, ven- IRMÃO X
LUZ NO LAR 91
companhias desaconselháveis, a rebeldia constante Há quem diga que sômente as mães sabem
e o carro de luxo com que o presenteei num mo- amar e, realmente, o regaço materno é uma, bênção
mento infeliz... do paraíso. Entretanto, meu filho, os pais tam-
Filho de meu coração, tudo isso revi... bém amam e, por amar imensamente a você, dirijo-
Dera-lhe todo o dinheiro que conseguira ajun- -lhe a presente mensagem, afirmando-lhe estar em
tar, mas você desejava o resto. prece para que a nossa falta encontre socorro e
Nas vascas da morte, vi-o, ainda, mãos ansio- tolerância nos tribunais da Divina Justiça, aos
sas, arrebatando-me o chaveiro para surripiar as quais rogo me concedam, algum dia, a felicidade de
últimas jóias de sua mãe... Vi perfeitamente quan- tê-lo novamente ao meu lado, por retrato vivo de
do você empalmou o dinheiro, que se mantinha fora. meu carinho... Então nós dois juntos, de passo
de nossa conta bancária, e, porque não podia odiá-lo, acertado no trabalho e no bem, aprenderemos, en-
orei talvez com fervor e sinceridade pela primeira fim, como servir ao mundo, servindo a Deus.
vez — rogando a Deus nos abençoasse e compreen-
dendo, tardiamente, que a verdadeira felicidade de J.
nossos filhos reside, antes de tudo, no trabalho e
na educação com que lhes venhamos a honrar a
vida.
Não dito esta carta para acusá-lo.
Nem de leve me passou pelo pensamento o pro-
pósito de anunciar-lhe o nome.
Você continua sangue de meu sangue, coração
de meu coração.
Muitas vezes, ouvi dizer que há filhos crimi-
nosos, mas entendo hoje que, na maioria das cir-
cunstâncias, há, junto deles, pais delinquentes por TNDCA
acreditarem muito mais na força do cofre que na
riqueza do espírito, afogando-os, desde cedo, na
sombra da preguiça e no vício da ingratidão.
Não venho falar, assim, unicamente a você,
porque seu erro é o meu erro igualmente. Falo
também a outros pais, companheiros meus de espe-
rança, para que se precatem contra o demônio do
ouro desnecessário, porque todo ouro desnecessário,
quando não busca o conselho da caridade, é tenta-
ção à loucura,
LUZ NO LAR 95
Fora do amor que brilha em teu regaço. Entreguei-te mentiras por louvores
E enganosa fortuna por abrigo.
Mas no colo a que, em sonho, me recostas, E choro, filho meu, choro vencida,
Tenho apenas teu vulto de mãos postas, Por guardar-te entre os grandes toda a vida,
Que teu filho recorda, soluçando... Sem jamais ensinar-te a ser: pequeno.
ig io
1952 — Maio, 16 — Maurício já foi expulso de cedeu...
três colégios. Perseguido pela má sorte o meu ino-
1959 — Junho, 15 — Estou desesperada. Jor-
centinho!... Jorge afirma-se cansado, desiludi-
ge foi sepultado ontem. Morreu apaixonado, diante
do... Já falou até mesmo num internato de corre-
da violência do delegado policial que intimou Mau-
ção. Meu Deus, será que meu filho sômente encon-
ricinho a provar que não estava vendendo maconha.
tre amor e refúgio comigo? Tão meigo, tão bom!... Amanhã, enviarei um advogado ao Distrito. Se pre-
Prefiro desquitar-me a permitir que Jorge execute
ciso, processarei o chefe truculento. .. Ninguém ar-
qualquer ideia de punição que, aliás, não consigo
ruinará o nome de meu filho, que é um santo...
compreender... Meu filho será um homem sem
Oh! meu Deus, como sofrem as mães!...
complexos, independente, sem restrições... Quero
1960 — Agosto, 2 — Duas mulheres me pro-
Maurício feliz, feliz!...
curaram, com a intenção de arrancar-me dinheiro.
1956 — Meu marido quer empregar nosso fi-
Disseram que meu filho lhes surripiou jóias. Ve-
lho numa casa de móveis. Loucura!... Acredita que
108 LUZ NO LAR
Mentiras da vaidade,
Velhos crimes da avidez,
Calúnia e maledicência
Desaparecem de vez...
Serpentes envenenadas
Do orgulho torvo e escarninho,
Sob o clarão da verdade,
Esquecem-nos o caminho.
Dificuldades e provas,
Na dor amargosa e lenta, /
São recursos salvadores
Com que o Céu nos apascenta.
44 45
Desde muito chorava o belo filho morto, — Se alguém de outra vida pudesse materiali-
Num desastre de mar em suntuoso falucho... zar-se aos meus olhos -- dizia Germano Pereira, em
Triste, a fidalga anciã vivia em pranto e luxo, plena sessão no próprio lar —, decerto que a minha
No esplêndido solar ao pé de velho porto... fé seria maior... Um ser de outro planeta que me
obrigasse a pensar... Tanta gente se reporta a
visões dessa natureza! Entretanto, semelhantes apa-
Certo dia, a criada, em rijo desconforto, rições não passam do cérebro doentio que as ima-
Dá-lhe um pobre enjeitado, um magro pequerrucho. gina. Quero algo de evidente e palpável. Creio es-
Ela clama: “Não quero! Isto é morcego e bruxo, tarmos no tempo da elucidação positiva...
Tem na face de monstro o nariz feio e torto!...” Ouvindo-o, o Irmão Bernardo, mentor espiri-
tual da reunião, que senhoreava as energias me-
diúnicas, aventou, sorridente:
E a dama solitária, em angústia insofrida, — Você deseja, então, espetacular manifesta-
Atravessou a morte e acordou noutra vida, ção de Cima... Alguém que caia das nuvens à
Buscando, ansiosa e rude, a afeição do passado. .. feição de um pára-quedista do Espaço, em trajes
fantasmagóricos, usando idioma incompreensível...
um itinerante de outras constelações, cuja inopina-
Debalde soluçou, na lição do destino... da presença talvez ocasionasse enorme porção de
Ao desprezar na Terra o infeliz pequenino, mal, ao invés do bem que deveria trazer...
Recusara, orgulhosa, o filho reencarnado. — Não, nãoé tanta a exigência — aduziu Par-
reira, desapontado. — Bastaria um ser materiali-
JORGE FALEIROS zado na forma humana, sem a descida visível do
firmamento. Não será preciso que essa ou aquela
LUZ NO LAR 117
q=
No lar des que lhe constituem a expressão no espaço, re-
cebemos todos os serviços que o tempo nos impõe,
habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.
Não olvides que teu filho, sendo a materiali- Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço,
zação de teu sonho, é também tua obra na Terra. a humildade e o devotamento, no templo familiar,
As vezes é um lírio que plantaste no tempo; àfrente de nossos amigos ou adversários do preté-
contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento rito transformados hoje em nossos parentes ou em
de mármore quedeixaste a distância. nossos filhos, e estaremos alcançando nos proble-
Flor que te pode encorajar ou pedra que te mas da eternidade a mais alta e a mais sublime
pode ferir. equação.
Recebe-o, pois, como quem encontra a oportu-
nidade mais santa de trabalho no mundo. BUMANUEL
Não lhe abandones o espírito à liberdade ab-
soluta, para que se não perca ao longo da estrada,
e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus
pontos de vista, para que o teu exclusivismo não
lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito
bem.
Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para O ideal
superior, assim como auxilias a árvore nascente,
em ímpeto ascensional para a luz.
Livra-o das deformidades mentais, tanto quan-
to protejes o vegetal proveitoso contra à invasão
da erva sufocante.
Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na
Criação.
a
LUZ NO LAR 121
48 Maternidade na vida,
Que o saiba quem não souber,
E uma luz que Deus acende
Trovas de mãe No coração da mulher.
Xe
%
Ontem, abandonámos a companheira inexpe-
riente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas
Ontem, atraicoâmos a confiança de um com- garras da delinquência.
panheiro, induzindo-o à derrocada moral. Hoje, achamo-la ao nosso lado, na presença da
Hoje, guardamo-lo na condição do parente di- esposa conturbada e doente, a exigir-nos a perma-
fícil, que nos pede sacrifício incessante. nência no curso infatigável da tolerância.
* X*
Ontem, abandonámos a jovem que nos amava, Ontem, dilacerámos a alma sensível de pais
inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a
Hoje, temo-la de volta por filha incompreen- punhaladas de ingratidão.
siva, necessitada do nosso amor. Hoje, moramos no espinheiro, em forma de lar,
carregando fardos de angústia, a fim de aprender
*
a plantar carinho e fidelidade.
Ontem, colocámos o orgulho e a vaidade no pei- A frente de toda dificuldade e de toda prova,
to de um irmão que nos seguia os exemplos menos abençoa sempre e faze o melhor que possas.
felizes. Ajuda aos que te partilham a experiência, ora
pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem
e desculpa todos aqueles que te injuriam,..
126 LUZ NO LAR
EMMANUEL 50
Provação materna
VALENTIM MAGALHÃES
LUZ NO LAR 129
%*
Construíste palácios que assombram a Terra; Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te
entretanto, se me largas ao relento, porque me fal-
de mim!...
tem recursos para pagar hospedagem, é possível
Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.
que a noite me enregele de frio.
Não te peco o máximo que alguém talvez te
venha a solicitar em meu benefício...
*
Rogo apenas o mínimo do que me podes dar
para que eu possa viver e aprender.
Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais,
garantindo os próprios tesouros; contudo, se me MEIMEI
negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro
a fim de pagar o pão, receio morrer de fome.
10 A v e s pequenas,
Guardam apenas
O pranto e a dor,
Rolando ao vento
Do sofrimento
Esmagador.
Passam a sós,
Erguendo a voz,
Pedindo p ã o . . .
Passam em bando,
Dilacerando
O coração.
juriosas contra os maridos inocentes, preparem-se
para longo tempo de separação na esfera invisível,
onde, na melhor das hipóteses, receberão serviços
reeducativos, e m seu próprio f a v o r .
A morte seria u m monstro terrível se conso-
lidasse as algemas terrestres naqueles que tolera-
53 ram heroicamente a tirania e o egoísmo de outrem.
A l é m de seus muros de sombra, há castelos subli-
mes para os que amaram c o m alma e entesouraram,
Preparação familiar c o m o sentimento mais puro, o ideal e a esperança
numa vida melhor, e há também precipícios escuros,
p o r onde descem os revoltados, em desespero, p o r
O problema familiar, p o r mais que nos des- não poderem oprimir e martirizar, por mais tempo,
preocupemos dele, buscando fugir à responsabili- os corações devotados e sensíveis, de que se rodea-
dade direta, constituirá sempre uma das questões v a m na T e r r a .
fundamentais da felicidade humana. Feita a ressalva, alusiva aos princípios de afi-
E um erro tremendo supor que a morte apaga nidades que regem a sociedade espiritual, recorde-
as recordações, à maneira da esponja que absorve mos a missão educativa que o mundo confere ao
o vinagre, na limpeza do vaso culinário. Certamen- coração dos pais, em nome de D e u s .
te, os laços menos dignos terminam na sombra do Constituiria ato casual da Natureza a reunião
sepulcro, quando suportados valorosamente, e en- de duas criaturas, convertidas em pai e mãe de di-
carados c o m o sacrifício purificador, na existência versos seres? Mera eventualidade o erguimento de
material. Noventa per cento, talvez, dos matrimô- um berço enfeitado de flores?
nios, infelizes pela ausência de afinidade espiritual, Diz a Medicina que o f a t o se resume a simples
extinguem-se com a morte, que liberta naturalmen- acontecimento biológico, o estatuto político relacio-
t e as vítimas dos grilhões e dos algozes. O E v a n - na mais u m habitante a enriquecer o povoamento
gelho de Jesus ensina entre os vivos que Deus não do solo e a Teologia sustenta que o Criador acaba
é Deus de mortos, e os que perderam a indumentá- de formar outra alma, destinada ao teatro da vida,
ria carnal, sentindo-se mais vivos que nunca, acres- enquanto a instituição doméstica celebra a ocorrên-
centam que Deus não é Deus de condenados. Que cia c o m desvairada alegria, muito bela sem dúvida,
os Otelos da Terra se previnam, em suas relações mas vizinha da irreflexão e da irresponsabilidade.
c o m as Desdêmonas virtuosas do mundo, porque, B razoável que os pais sintam emoções verdadeira-
além do cadáver, não poderão apunhalar as esposas mente sublimes e acolham o rebento de seu amor
livres da carne, e as mulheres ciumentas, desgre- com indefiníveis transportes de júbilo. Todavia, é
nhadas dentro da noite, a gritarem blasfêmias in- necessário acrescentar que a galinha e a leoa fazem
o mesmo. Certas aves do sul da Europa chegam a dereçar aos companheiros encarnados as seguintes
roubar pequeninas jóias de damas ricas, a f i m de ponderações:
adornarem o ninho venturoso pela chegada dos fi-
— Bem-aventurados os pais pobres de dinheiro
lhotinhos. Por esse motivo, no círculo da Humani-
ou renome, que não tolhem a iniciativa própria dos
dade, é preciso instituir serviços eficientes contra
filhos, nos caminhos da edificação terrestre! A t r a -
o carinho inoportuno e esterilizante.
vés do trabalho áspero e duro, de decepções e di-
Os filhos não são almas criadas no instante do ficuldades, ensinam aos rebentos de seu lar que são
nascimento, conforme as velhas afirmativas do sa- irmãos dos batalhadores anônimos do mundo, dos
cerdocio organizado. São companheiros espirituais humildes, dos calejados, construindo-lhes a ventura
de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados em bases sólidas e formando-lhes o coração na fé e
ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos no trabalho, antes que venham a perverter o cé-
de outro t e m p o . O instituto da família é cadinho rebro c o m vaidades e fantasias! Esses, sim, podem
sublime de purificação e o esquecimento dessa ver- abandonar a Terra, tranquilamente, quando a morte
dade custa-nos alto preço na vida espiritual. lhes cerrar as pálpebras cansadas. . . Mas, infor-
É lamentável nosso estado dalma, quando vol- tunados serão todos os pais ricos de bagagens mun-
tamos à vida livre, de coração escravizado ao cam- danas, que desfiguram a alma dos filhos, impondo-
po inferior do mundo, em virtude do olvido de nos- -Ihes mentirosa superioridade pelos artificialismos
sas obrigações paternais. E m vão, tentaremos en- da instrução paga, carregando-lhes a mente de con-
sinar tardiamente as lições da realidade legítima; cepções prejudiciais, acerca do mundo e da vida,
debalde nos abeiraremos dos corações amados, para pelo exercício condenável de uma ternura falsa!
recordar a eternidade da vida. Semelhantes impul- Esses, esperem pelas contas escabrosas, porque, de
sos se verificam fora da ocasião desejável, porque fato, tentaram enganar a Deus, distanciando-lhe os
a fantasia j á solidificou a sua obra e a ilusão m o - filhos da verdade e da luz d i v i n a . . . Depois da mor-
dificou a paisagem natural do caminho. Não va- te do corpo, sentirão a dor de se verem esquecidos
lem mais o pranto e a lamentação. É indispensável no dia imediato ao dos funerais de seus despojos,
aguardar o tempo da misericórdia, j á que menos- acompanhando, em vão, como mendigos de amor,
prezamos o tempo do serviço! os filhos interessados na partilha dos bens, a reve-
larem atitudes cruéis de egoísmo e ambição!
Precatem-se, pois, os pais e mães terrestres,
para que não se percam, envenenando o coração Com estas palavras de um amigo, finalizo mi-
dos filhos, à distância do dever e do trabalho. A n i - nhas despretensiosas considerações sobre as respon-
quilem o egoísmo afetuoso que os cega, se não que- sabilidades domésticas, mas duvido que existam pai
rem cavar o abismo f u t u r o ! . . . e filhos na carne com bastante sensatez para nelas
acreditarem.
Enquanto escrevo, ouço um amigo, j á arreba-
tado igualmente da vida humana, que m e pede en- IRMÃO X
54 55
A g o r a , é um bebê risonho,
N o berço feito de s o n h o ;
Seis anos passaram, sem que a hostilidade fa- -— E os pequeninos? Terão eles a culpa de nos-
miliar contra minha mulher esmorecesse, seis anos sas perturbações?
de maledicência na base da perseguição cordial... — Recorramos a prece, meu filho!... A prece
Alice, a companheira inexperiente, proporcio- nos clareará o caminho...
nara-me dois filhos queridos, quando se engravidou Silenciava, ao recolher-lhe as advertências, em
pela terceira vez. face da veneração que lhe tributava, mas, no ínti-
Nessa época, o veneno já me corroera a con- mo, articulava minhas respostas imanifestas: “ora-
fiança. rei pela boca do revólver”, “pobre pai”, “bobo de
Apontava-se amigo nosso de infância como sen- velho com setenta e seis anos”, “cabeça tonta”, “ca-
do o responsável pelos supostos desacertos daquela duco”, “fanático”
que a Providência Divina me colocara nas mãos por E, noite a noite, espreitava, de longe, os mo-
esposaleal. vimentos de Alice, à feição da serpente vigiando
Circunstâncias provocadas pelos que mostra- a furna de que aparentemente desertara.
vam interesse em nossa desunião, falsos testemu- Duas semanas decorreram, normais, quando go-
nhos, bilhetes anônimos e difamações fantasiadas breveio o momento em que lobriguei o vulto de um
de bons conselhos acabaram por arruinar-me. homem, que saía de nossa casa.
Discutimos. Seria o rival...
Guardei segredo e prossegui na tocaia.
Acusei-a, defendeu-se. Chorou, escarneci..
Mais quatro dias e o mesmo homem chegou
E, para fiscalizar-lhe a conduta, transferi-me de carro, despediu-se do motorista e entrou...
para a casa paterna, ameaçando tomar-lhe as crian- Puxei o relógio. Onze horas e quinze minutos.
cas, através do desquite. Para isso, porém, queria Noite quente.
provas, tinha fome de confirmações do inexistente. Prevenido, acerquei-me da moradia, que se lo-
Meu pai surgia conciliador: calizava em subúrbio remoto.
— Meu filho, paternidade é compromisso pe- Encontraram-se os dois com mostras de inti-
rante Deus... midade e, a distância, notei que se acomodavam
— Você não tem direito de proceder assim.. num banco de pedra do pátio lateral, que a sombra
— Onde a caridade para com a esposa in- envolvia. Conversavam sugerindo carinho mútuo.
gênua?.. Enxergava-lhes o perfil, mergulhado em penumbra,
— Mesmo que ela errasse, constituiria isso conquanto não lhes ouvisse as palavras, e estudei,
motivo para uma sentença de abandono implacável? friamente, a posição que ocupavam na peça estreita.
— Flá comportamentos ditados por des Desvairado, consultei o portão de entrada, ve-
brios espirituais que não conhecemos na origem.. rificando-o semiaberto. Acesso fácil.
— Pense nas tragédias da obsessão que cam- Com a sagacidade de um felino, avancei, des-
pelam no mundo... carregando a arma nos dois.
150 LUZ NO LAR
Ea
fugir em seguida, a sentir-me vingado.
Não vacilaria arrostar a polícia, se necessário.
a
Tentando refrigerar a cabeça, procurei descan-
sar algumas horas em praia deserta. Intreguei O
revólver à lama de esgoto esquecido e voltei a casa
para saber, aterrado, que eu não apenas assassinara 60
minha esposa, mas também meu abnegado pai que
a socorria...
Não acreditei. O culto cristão no lar
Corri ao necrotério e, ao reconhecê-los, tornei
ao lar, atormentado pelo remorso, e enforquei-me,
sem dar outra impressão que não fôsse a de um Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da
homem que a dor fizera delirar, atirando-o ao sui- noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado
cídio... provisoriamente em casa de Pedro, tomou og Sa-
Elxilado por minha própria crueldade, em vales grados Escritos e, como se quisesse imprimir novo
tenebrosos, nunca mais vi os que amo... rumo à conversação que se fizera improdutiva e
Entendereis o que sofro? menos edificante, falou com bondade:
Quantos anos passaram sobre os meus crimes? — Simão, que faz o pescador quando se dirige
Não sei... Os que choram sem o controle do tempo para o mercado com os frutos de cada dia?
não sabem contar as horas... O apóstolo pensou alguns momentos e respon-
Misericórdia, meu Deus!... deu, hesitante:
Dai-me a reencarnação, os empeços da Terra, — Mestre, naturalmente escolhemos os peixes
a luta, a provação e o esquecimento, mas ainda que melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
eu padeça humilhação e surdez, durante séculos, Jesus sorriu e perguntou, de novo:
permiti, Senhor, que eu aprenda a escutar!...
— E o oleiro? que faz para atender à tarefa
a que se propõe?
JOÃO
— Certamente, Senhor — redarguiu o pesca-
dor, intrigado —, modela o barro, imprimindo-lhe
a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e ful-
CMDCA gurante, insistiu:
— E como procede o carpinteiro para alcançar
o trabalho que pretende?
152 LUZ NO LAR
LUZ NO LAR 153
O interlocutor, muito simples, informou sem dão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e
vacilar: dos animais.
— Lavraráã a madeira, usará a enxó e o serro- Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes.
te, o martelo e o formão. De outro modo, não aper- e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequa-
feiçoará a peça bruta. das para explicar-se, murmurou, tímido:
Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu: — Mestre, seja feito como desejas.
— Assim, também, é o lar diante do mundo.
Então Jesus, convidando os familiares do após-
tolo à palestra edificante e à meditação elevada,
O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro
desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na
templo da alma. A casa do homem é a legítima
-
Terra, o primeiro culto cristão do lar.
exportadora de caracteres para a vida comum. Se
o negociante seleciona a mercadoria, se o marce-
neiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a NEIO LÓCIO
madeira aos seus propósitos, como esperar uma co-
munidade segura e tranquila sem que o lar se aper-
feiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a
que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em
paz, entre quatro paredes, como aguardar a har-
monia das nações? Se nos não habituamos a amar
o irmão mais próximo, associado à nossa luta de
cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos pa-
rece distante?
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fêz
pequeno intervalo e continuou:
— Pedro, acendamos aqui, em torno de quan- CMDCA
tos nos procuram a assistência fraterna, uma cla-
ridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu
pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada
dia. Porque não instalar, ao redor dela, a semen-
teira da felicidade e da paz na conversação e no
pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o ce-
leiro, através do solo, envia-nos a luz através do
“eu. Se a claridade é a expansão dos raios que
a constituem, a fartura começa no grão. Em razão
disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multi-
LUZ NO LAR 155
EMMANUEL
Compras na Terra o pão e a vestimenta, o cal-
cado e o remédio, menos a paz.
Dar-te-ã o dinheiro residência e conforto, com
exceção da tranquilidade de espírito.
Eis porque nos recomenda Jesus venhamos à
dizer, antes de tudo, ao entrarmos numa casa; “Daz
seja nesta casa.”
A lição exprime vigoroso apelo à tolerância
e ao entendimento.
No limiar do ninho doméstico, unge-te de com- CCO
preensão e de paciência, a fim de que não penetres
o clima dos teus, à feição de inimigo familiar.
Se alguém está fora do caminho desejável ou
se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bomn-
dade e a cooperação para que o mal se reduza.
Se problemas te preocupam ou apontamentos
te humilham, cala os próprios aborrecimentos, Ji-
mitando as inquietações.
LUZ NO LAR 161
(I TIMÓTEO, 5:8.)
FONTE VIVA
Deus te engrandeça pelos sacrifícios e pelos
sofrimentos que te impus, quando em pranto es- Este é o quarto livro da magnífica Série ditada
condido te arrasavas para ser minha luz. [ pelo Espírito de Emmanuel.
Deus te compense pelas noites tristes de afli- Em pequenos capítulos são luminosamente comen-
tados 180 versículos do Novo Testamento, sobressaindo
ção que te dei, pelo perdão de tantas vezes, tan-
em todas as páginas a profundeza dos conceitos e a
tas!... Quantas foram, não sei... leveza do estilo.
Deus te enalteca a fonte de ternura, que nunca E” obra que nos ensina a praticar a doutrina cristã.
se enodoa e nem se cansa, pelo cuidado com que me
restauras, ante o dom do trabalho e a força da es-
perança!
Perdoa se te oferto unicamente, na minha de-
Vinícius
voção de todo dia, o meu ramo de flores orvalhadas
nas lágrimas que choro de alegria! NAS PEGADAS DO MESTRE
Com júbilos divinos, Mãe querida, que a Ce-
leste Bondade te coroe!... Por tudo o que nos dás Vinícius, o venerando escritor de tantas obras
evangélicas, dedica, aos que trilham o Mundo de pro-
nos caminhos da vida, Deus te exalte e abençoe!...
vas e reparações, belíssimas páginas de conforto e paz,
ricas de grande justeza e saber, permitindo ao pen-
MARIA DOLORES samento humano mais largos voos em direção da ver-
dadeira Felicidade,
Antônio Lima
VIDA DE JESUS
E" a apresentação do Wilho de Maria à luz da Ter-
FIM ceira Revelação,
O dustrado Autor analisa as ideias dos mais fa-
monmos escritores o exegotas que se esforçaram por
Intorprotar a figura fmpar de Jesus, e após um estu-
do dam Religiões antigas, do Velho Testamento e dos
lovangelhos, penetra, com bons argumentos, no ponto
fundamental do livro, ou seja, a personalidade do
Enviado de Dous,
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Fundaso em 1.º de Janeiro
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