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Fé para a eternidade

Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. (Efésios 2:8,9).

Sem querer entrar em questões doutrinárias ou dogmáticas, a Bíblia


está repleta de explicações de que, tanto a fé quanto a graça são obras
únicas e exclusivas de Deus, dada ao ser humano. Não há contradições da
Palavra de Deus. A graça nos salva e é preciso fé para receber a graça, ou
seja, fé na graça (obra redentora de Cristo por nós) nos justifica perante o
Senhor, nos trazendo perdão e a uma caminhada em comunhão com Deus,
com a sua Palavra e sua Igreja, sendo guiado, conduzido e transformado
pelo Espírito Santo.
Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito:
"O justo viverá por fé." (Romanos 1:17); → E é evidente que, pela lei, ninguém é
justificado diante de Deus, porque "o justo viverá pela fé". (Gálatas 3:11). Nosso
comportamento moralmente correto e/ou em observância aos mandamentos
de Deus não nos conduzem a vida eterna (salvação). É necessário fé! Fé de
que Deus existe; convicção de que não somos perfeitos. Assim, erramos e
nos tornamos dependentes do perdão de Deus.
Fé na obra redentora e mediadora de Cristo. Fé de que esse mérito
não é nosso, e sim de Jesus Cristo, por isso é graça e de graça e não há
nada, absolutamente nada, que possamos fazer para substituir isso. → É a
justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem.
Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo
justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,
(Romanos 3:22-24).
Como obter fé? → Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto
não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. (Efésios
2:8,9). A fé é presente de Deus para nós. Pode ser recebida ouvindo a
Palavra de Deus → E, assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo.
(Romanos 10:17). Então ouvir a Palavra de Deus, produz em nós fé!
Mas nem todos que escutam a Palavra “produzem” a fé necessária.
Basta vermos a explicação do próprio Senhor Jesus em Mateus 13:3-23 e
em Marcos 4:1-20. A palavra precisa ser semeada em boa terra, ou seja,
alguém que recebe e entende a necessidade de que, sozinho não consegue
obedecer a Deus, carecendo assim da obra redentora da Cruz.
O Espírito Santo é que nos dá esse entendimento; → E eu pedirei ao Pai,
e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito
da verdade (João 14:16,17) → Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em
meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o
que eu lhes disse. (João 14:26). O Espírito Santo nos dá o entendimento e
certeza de que a Palavra é verdadeira, nos mostra que nosso esforço não
produz salvação e nos convence da obra de Jesus Cristo. → Mas eu lhes digo
a verdade: é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá
para vocês (Jesus se referindo ao Espírito Santo) ; mas, se eu for, eu o enviarei a
vocês. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado,
porque eles não creem em mim (é necessário crer em Jesus e na sua obra
completa); da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais (depender e
confiar em Cristo, único mediador e redentor) ; do juízo, porque o príncipe deste
mundo já está julgado (manter-se confiando em seu próprio mérito não nos
salva, nos condena). (João 16:7-11).
Então, a fé nos é dada pelo Espírito Santo, quando ouvimos a Palavra
de Deus. Essa fé nos convence que somos pecadores, que nosso esforço
não é suficiente, e que devido a isso, diante de Deus, estamos sujeitos a
condenação eterna, mas que, por meio de Jesus Cristo somos perdoados,
remidos e reconectados com Deus Pai, para viver conforme sua vontade
aqui na terra e na eternidade.
Como disse Agostinho de Hipona, “A Lei foi concedida por Deus para
que busquemos a graça, e a graça nos é oferecida para que possamos
cumprir a Lei”, ou seja, por meio da fé no poder transformador de Jesus
Cristo, recebido de graça e pela graça, o Espírito Santo nos capacita para
vivermos a vontade de Deus → O Espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita. As palavras que eu lhes tenho falado são espírito e são vida. (João 6:63).
Que tipo de fé seria essa, que nos conduz a Cristo? Ora, a fé
verdadeira deve produzir seus frutos, pois → Assim, também a fé, se não tiver
obras, por si só está morta. (Tiago 2:17). Na epístola de Paulo às igrejas da
Galácia há uma lista desses frutos (ou obras) que o Espírito Santo produz
em nós pela fé em Cristo → Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra
estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas
paixões e os seus desejos. (Gálatas 5:22-24).
Mas, gostaria de ressaltar o primeiro fruto dessa fé, destacado por
João Batista e ratificado por Jesus Cristo, o arrependimento. → Quando João
viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: — Raça de
víboras! Quem deu a entender que vocês podem fugir da ira que está por vir? Produzam
fruto digno de arrependimento (Mateus 3:7,8).
Essa foi a mensagem de João Batista, que produzamos frutos de
arrependimento. Arrependimento de nossos pecados, de nossas falhas e,
inclusive, de nossas tentativas de herdar a vida eterna com nosso esforço
(sem depender de Cristo como redentor), tanto que ele mesmo aponta para
Jesus como a solução → No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção,
João disse: — Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1:29).
Contudo, quando João Batista é preso, Jesus prossegue a obra de
Deus Pai → Ao ouvir que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. ( Mateus
4:12); → Daí em diante Jesus começou a pregar e a dizer: — Arrependam-se, porque
está próximo o Reino dos Céus. (Mateus 4:17).
O arrependimento é o primeiro fruto visível da fé. O arrependimento é o
convencimento do Espirito Santo de que, não alcançaremos a vida eterna
por nós mesmo, somente por meio de Jesus Cristo. O arrependimento nos
faz dependente do perdão de Deus, que nos é derramado por meio de Jesus
Cristo, gera mudança de atitude (conversão) e a certeza de que nossas
obras não são agradáveis a Deus, nos tornando dependentes do Espírito
Santo para que, em nós, seja forjado o caráter de Cristo → Mas revistam-se do
Senhor Jesus Cristo e não façam nada que venha a satisfazer os desejos da carne
(Romanos 13:14), fazendo com que esse caráter continue a produzir outros
frutos (30, 60 e 100 por 1, conforme Gálatas 5: 22-24), de modo que a nossa
fé seja viva e não morta, pois as nossas obras não produzem fé mas a fé
verdadeira na obra de Cristo produz frutos dignos de arrependimento e frutos
que permanecem → O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita. As
palavras que eu lhes tenho falado são espírito e são vida. (João 6:63).
Confiar em nossas obras morais e atitudes éticas apenas nos levará a
condenação eterna. Porém, entender que não agradamos a Deus com nossa
imperfeição, acreditando na dependência do Redentor, aceitar que Jesus é o
redentor e salvador, confiando que o Espírito Santo nos capacita, pela Graça,
a produzir atitudes e um caráter (obras / frutos) semelhante ao de Cristo, por
meio da fé na Palavra (que nos ensina a vontade de Deus e seu plano de
salvação por meio de Jesus Cristo); essa é a fé que nos conduz a vida
eterna. Vinda de um arrependimento que gera mudança de vida → Não foram
vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e
deem fruto, e o fruto de vocês permaneça (João 15:16).
Analisando a galeria dos “heróis da fé” citada em Hebreus 11, podemos
testificar que há heróis do período “pré lei” e do período da “lei e profetas”. O
que todos têm em comum é a fé, não nas suas obras, práticas ou seus feitos
e méritos, mas no Deus Vivo e Verdadeiro. Confiança de que a salvação vem
de Deus e mais ninguém.
Viver pela fé não é uma opção, é a única forma de herdar a eternidade.
Que a nossa fé seja viva, cheia de frutos (obras) agradáveis a Deus, sendo
ele mesmo o “jardineiro” do solo do nosso coração, um coração cheio do
Espírito Santo, nos ensinando, convencendo e transformando.
Que nunca confiemos em nossas obras, mas na única obra aceitável
por Deus (morte e ressurreição de Jesus) e que essa obra permaneça viva
em nós, frutificando para a eternidade. → o qual nos capacitou para sermos
ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o
Espírito vivifica. (2 Coríntios 3:6). → Por isso, deixando os princípios elementares da
doutrina de Cristo, avancemos para o que é perfeito, não lançando de novo a base do
arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos e da imposição
de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. (Hebreus 6:1,2).
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. (Romanos 10:4)
→ ou seja, o objetivo da lei moral de Deus é o nosso reconhecimento de que
apenas Cristo consegue cumprir tudo com perfeição, de maneira que nos
tronamos denedentes 100% da obra da cruz, crendo que, por meio de Jesus
Cristo, somos justificados diante de Deus Pai e capacitados a obedêce-lo.

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