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siga-me
Copyright © Comunidade da Graça 2015

“Uma igreja família,


vivendo o amor de Cristo,
alcançando o próximo
e formando discípulos.”

Título:
Siga-me

Revisão:
Paulo Alexandre Sartori e Gustavo Rosaneli

Capa e Diagramação:
Salsa Comunicação

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Índice

07 Siga-me - Crescimento e vitória na vida cristã

11 O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS

19 O Início da vida com Cristo

29 A Graça

37 O Espírito Santo, o novo amigo

47 As duas bases: a leitura da Bíblia e a oração

57 A Vida livre do passado

67 O Desenvolvimento da Nova Vida

79 A Alegria de uma Vida em Comunidade

89 A missão de compartilhar a fé

97 A Transformação do Caráter

109 Uma Vida Próspera

119 A Família Restaurada


Siga-me
Crescimento e vitória na vida cristã

Que alegria ter você como parte da família Comunidade da Graça! Sua nova
vida - a vida cristã - é desafiadora, uma jornada de lutas e vitórias, uma corrida.

“Portanto, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o


pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos a
correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós.” (Hebreus
12:1 – NTLH).

Jesus chamou discípulos para estarem com Ele (Marcos 3:14) dizendo a cada
um: “Segue-me”, “Venha caminhar comigo”. Discípulo significa aquele que
aprende, alguém que segue os passos do mestre. O chamado de Cristo para
os dias de hoje é o mesmo. Jesus, o mestre, está chamando você.

Ele prometeu estar conosco na caminhada e nos dar uma vida nova, a vida 7
dEle em nós. Uma vida de fé e boas obras aqui, que se perpetuará pela
eternidade.

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“(...) eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”
(João 10:10b - RA)

“Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-


se o que era velho, e já chegou o que é novo.” (2 Coríntios
5:17 – NTLH)

Nossa alegria é como a dos primeiros discípulos, quando receberam de


Jesus a missão de ir e abençoar muitas outras pessoas.

“Os setenta e dois voltaram muito alegres e disseram a Jesus: —


Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do nome
do senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas! Jesus
respondeu: (...) Porém não fiquem alegres porque os espíritos
maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de
vocês está escrito no céu.” (Lucas 10: 17-20 – NTLH)

Vamos juntos nessa jornada aprender com o Mestre Jesus!

Carlos Alberto de Quadros Bezerra


Pastor Presidente e Fundador da Comunidade da Graça
o ProPóSito
eterno de deUS
O PROPÓSITO
ETERNO DE DEUS
Aprendendo
Você tem propósitos em sua vida? Cite ao menos dois.

Conhecendo a nossa origem

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,


conforme a nossa semelhança.” (Gênesis 1:26 – RA)

A palavra propósito significa o que se quer alcançar ou atingir, objetivo, alvo,


a razão de ser de determinada pessoa, objeto ou ação.

O plano original de Deus foi criar o homem à sua imagem e semelhança, ou 11


seja, um ser parecido com Ele em caráter e propósito. Com um caráter santo
e um propósito de abençoar a terra. Ser criado à imagem e semelhança de

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Deus é receber as qualidades e os atributos que se achavam em Deus.

Quando o Deus Pai disse “façamos” estava falando com o Deus Filho (Jesus)
e o Deus Espírito (o Espírito Santo). Juntos, Eles compunham a primeira comu-
nidade pré-existente. O Deus Soberano nos criou como ninguém poderia: “(...)
formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra.” (Gênesis 2.7 – RA).

No 6º dia da criação, Deus consumaria sua obra conforme o texto abaixo:

“Aí ele disse: — Agora vamos fazer os seres humanos, que


serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder
sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos
e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão.
Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos
com Deus. Ele os criou homem e mulher e os abençoou,
dizendo: — Tenham muitos e muitos filhos; espalhem- se por
toda a terra e a dominem. E tenham poder sobre os peixes
do mar, sobre as aves que voam no ar e sobre os animais
que se arrastam pelo chão.” (Gênesis 1:26 -28 – NTLH)

Deus estava dando domínio ao homem (o direito de governar e a respon-


sabilidade de administrar). O homem e a mulher foram criados debaixo da
bênção de Deus. Estavam consagrados e autorizados por Deus a governar a
terra junto com Ele. O cenário era de harmonia e paz no paraíso. O Senhor fez
com que ali crescessem lindas árvores de todos os tipos, que davam frutas
boas de se comer. No meio do jardim ficava a árvore da vida (capaz de dar
vida a quem comer dela) e também a árvore do conhecimento do bem e do
mal (capaz de dar a quem comesse o conhecimento sobre o bem e também
sobre o mal).

Livre e perfeito, o homem recebeu, de Deus, apenas uma restrição:

“Então o SENHOR Deus pôs o homem no jardim do Éden,


para cuidar dele e nele fazer plantações. E o SENHOR deu
ao homem a seguinte ordem: — Você pode comer as frutas
de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o co-
nhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvo-
re; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá.”
(Gênesis 2:15-17 – NTLH)

Como o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, ele tinha, tal como
Deus, a liberdade de fazer suas próprias escolhas, tomar suas próprias deci-
sões. Ele era livre para decidir obedecer ou não esta única restrição colocada
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para o seu bem. Se ele decidisse conhecer o “bem e o mal”, ele morreria.
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Enganada pela serpente, a mulher comeu do fruto da árvore do conhecimen-


to do bem e do mal e o dividiu com seu marido. Esta decisão de desobedecer
a Palavra de Deus trouxe uma consequência permanente para toda a raça
humana. A natureza do homem foi corrompida e tornou-se inclinada para o
mal, passando a viver de acordo com seus sentimentos e determinações pró-
prias, independente de Deus. A comunhão plena que o primeiro casal tinha
com Deus foi interrompida a partir desta decisão. Isto é chamado de pecado:
rebeldia consciente contra a vontade de Deus.

Depois deste acontecimento o homem passou a ter medo de Deus, sentindo-


-se condenado e culpado pelo que acabara de fazer:

“Naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o ho-


mem e a sua mulher ouviram a voz do SENHOR Deus, que es-
tava passeando pelo jardim. Então se esconderam dele, no
meio das árvores. Mas o SENHOR Deus chamou o homem e
perguntou: — Onde é que você está? O homem respondeu:
— Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim,
e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi. Aí
Deus perguntou: — E quem foi que lhe disse que você estava
nu? Por acaso você comeu a fruta da árvore que eu o proibi
de comer?” (Gênesis 3:8-11 – NTLH)
O pecado alterou drasticamente o quadro original, mas não alterou o propó-
sito de Deus. Manifestando sua justiça, Deus fez duas coisas:

1. Afastou o casal do jardim do Éden, a fim de que não tomassem da árvore


da vida e vivessem eternamente. A partir daquele momento não havia
mais comunhão com Deus. Eles passaram a viver em uma terra onde
havia sofrimento (Gênesis 3:14-24).

2. Anunciou a obra de Cristo: o descendente da mulher – Cristo - pisaria a


cabeça de Satanás - a serpente. (Gênesis 3:15).

A morte espiritual do homem


Para compreendermos o tipo de morte que Adão e Eva sofreram, precisamos
compreender que ao criar o homem Deus o fez Espírito, Alma e Corpo.

CORPO
ALMA
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ESPÍRITO

Corpo Físico: o instrumento de expressão da alma, controlado por ela,


caracterizado pelos cinco sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.

Alma: emoções, pensamentos e vontade. É a parte que comunica-se


com o mundo natural, decide e age, através do corpo físico.

Espírito: também chamado na Bíblia de homem interior. Foi morto por


causa do pecado, mas renasce quando o homem crê na obra de Cristo.
É o lugar da habitação do Espírito Santo, que se une ao espírito do ho-
mem, tornando-se um com ele. (1 Coríntios 3:16; 6:17).
Como Deus havia dito, se comessem da árvore do conhecimento do bem e
do mal, eles morreriam. E morreram. Não fisicamente, mas espiritualmente.
Os seres humanos que vieram de Adão e Eva passaram a nascer espiritual-
mente mortos. Isso significa que o homem passou a viver somente na dimen-
são ou interesse do corpo e da alma (sede da vontade, das emoções, das
decisões), e não mais sob o governo do espírito. O homem se tornou egoísta,
completamente voltado para si mesmo.

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado


no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Roma-
nos 5:12 – RA)

O Propósito de Deus não foi frustrado


A única solução para o homem morto em pecados seria receber vida espiritu-
al novamente, ou seja, seu espírito precisaria nascer de novo. Deus começa
então a anunciar por todo o Antigo Testamento que Ele faria uma obra pode-
rosa na vida do homem a fim de restaurar a plena comunhão com Ele.

14 “Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito


novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e
lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu Es-
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pírito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas


leis e cumpram todos os mandamentos que lhes dei.” (Eze-
quiel 36:26-27 - NTLH)

E foi exatamente isso que Deus fez em Cristo, através de Sua morte na cruz
e ressureição. Em Cristo, o propósito eterno de Deus é finalmente cumprido,
onde Jesus se torna o primogênito entre muitos irmãos, e nós nos tornamos
parte da família de Deus.

“(...) eu vim para que tenham vida e a tenham em abundân-


cia.” (João 10:10b – RA)

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande


amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos
delitos, nos deu vida juntamente com Cristo,-- pela graça sois
salvos.” (Efésios 2:4-5 – RA)

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coi-


sas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Corín-
tios 5:17 – RA)
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome.” (João 1:12 – RA)

Refletindo
Eu entendi que as minhas escolhas determinam as consequências da minha vida?
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Eu entendi que Deus me criou para tomar decisões, assim como Ele, e que to-
das essas decisões afetam não somente a minha vida, mas também a minha
família e os que estão ao meu redor?
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Está claro para mim que o propósito de Deus é ter uma família de muitos
filhos e filhas semelhantes a Jesus?
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Eu compreendi que Deus me ama e me criou para ter um relacionamento


com Ele de um Pai amoroso e perdoador para comigo, filho amado e especial
assim como é o relacionamento de Deus Pai com Jesus, o Filho?
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Aplicando
Qual é a origem de todo o mal que está no mundo hoje?
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A Palavra de Deus mostra que essa maldade é o resultado das escolhas de


homens escravos do pecado, egoístas, voltados para si mesmos e que não
se importam com o seu próximo.
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Qual é a solução para que este mundo se torne melhor?


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Homens e mulheres transformados novamente à imagem e semelhança de


Deus. O homem precisa nascer de novo e ter comunhão com Deus, só assim
ele pode experimentar e praticar o amor e compaixão pelo próximo.

Eu desejo ser alguém transformado por Deus?


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Ore assim: Senhor, eu reconheço que nasci inclinado para o mal e preciso de
um novo coração e do Espírito Santo habitando em mim para ter comunhão
contigo novamente. Faça esta obra em minha vida Senhor, eu quero ser se-
melhante a Jesus, fazer parte da família de Deus.
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O Início da
vida com Cristo
O Início da
vida com Cristo
Aprendendo
O que essas placas indicam? Que atitude um(a) motorista deve tomar ao vê-
-las? Se preferir não seguir as placas, que consequências pode sofrer?

A vida cristã começa do mesmo jeito, com um retorno e, em seguida, a indi-


cação de seguir em frente vitoriosamente.

Arrependimento
A palavra arrependimento, do grego metanoia; significa conversão, mudan-
ça de mente, mudança na maneira de pensar. Esta mudança de mente afeta
nossas decisões, atitudes, reações e influencia a formação de nosso caráter.
O arrependimento produz na pessoa uma tristeza verdadeira por causa dos 19
pecados cometidos contra Deus, contra o próximo e contra si mesmo. O arre-
pendido decide não mais cometer o mesmo pecado. O remorso, diferente do

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arrependimento, não leva a pessoa a uma mudança, é apenas uma tristeza
pelo fato de ter cometido um erro que foi descoberto.

O Novo Testamento começa com João Batista e Jesus pregando sobre o


arrependimento.

“Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de ar-


rependimento para remissão de pecados.” (Marcos 1:4 – RA)

“Respondeu- lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e


sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao
arrependimento.” (Lucas 5:31-32 – RA)

“Digo- vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pe-
cador que se arrepende do que por noventa e nove justos
que não necessitam de arrependimento.” (Lucas 15:7 – RA)

O termo “justo” usado por Jesus neste texto fala das pessoas que são “boas”
aos seus próprios olhos e acham que não precisam arrepender-se de nada.
Elas dizem: “eu não mato, não roubo, não bebo, não fumo, cumpro minhas
obrigações, não devo nada a ninguém, já tenho a minha religião e etc.”.
A Bíblia diz que não somos bons e que nem tudo o que fazemos agrada a
Deus; nascemos com uma natureza rebelde.

“Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é,
na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de
mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê- lo. Pois
não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não
quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já
não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é
que faz.” (Romanos 7:18-20 - NTLH)

Jesus não veio implantar nenhuma religião aqui na terra. Ele veio exclusiva-
mente para nos trazer vida, e vida com abundância! (João 10:10).

Porém, com a natureza egoísta com que nascemos, somos incapazes, por
nós mesmos, de chegar ao arrependimento. Ninguém pode gabar-se dizen-
do: “Eu me arrependi!”.

O arrependimento é uma operação do Espírito Santo na vida de quem ouve


a pregação do evangelho (Romanos 10:17) e é convencido de sua condição
de pecador, ao mesmo tempo em que lhe são revelados o amor de Deus e a
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graça de Jesus.
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Para nos salvar por meio do evangelho, que é o poder de Deus (Romanos
1:16), Deus nos confronta e nos leva a pensar a respeito da nossa própria vida.
Ele faz isso por amor, visando a nossa salvação.

“Quando ouviram isso, todos ficaram muito aflitos e pergun-


taram a Pedro e aos outros apóstolos: — Irmãos, o que deve-
mos fazer? Pedro respondeu: — Arrependam- se, e cada um
de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para que os
seus pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus
o Espírito Santo.” (Atos 2:37-38 – NTLH)

“Pois a tristeza que é usada por Deus produz o arrepen-


dimento que leva à salvação; e nisso não há motivo para
alguém ficar triste. Mas as tristezas deste mundo produzem
a morte.” (2 Coríntios 7:10 – NTLH)

“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e


longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te
conduz ao arrependimento?” (Romanos 2:4 – RA)

A conversão a Cristo começa com arrependimento. É como fazer um retorno


na estrada ao descobrir que estávamos no caminho errado.
Exemplo de Arrependimento: Jesus contou uma parábola em que um filho,
depois de pedir sua herança ao pai, saiu de casa e foi aproveitar os prazeres
da vida. Gastou tudo e ficou pobre. Por fim, desesperado, arrependeu-se de
seu erro (pecado) e decidiu voltar para casa, mas pensava que seu pai talvez
o recebesse como um empregado. No entanto, ele foi recebido como filho
novamente, por causa do amor que seu pai tinha por ele. Leia Lucas 15:11-32.

O exemplo da borboleta
O arrependimento, enfim, nos prepara para uma mudança interior, operada
pelo Espírito Santo, que nos faz “nascer de novo”, transformados em novas
criaturas.

É como a lagarta que, nessa fase, destrói as plantas e é uma praga no jardim.
Mas, depois de sua metamorfose, se transforma em uma borboleta que ajuda
na fecundação das flores, gerando vida e beleza no mesmo jardim. Isso é
nascer de novo.

Mas como ter essa nova vida? Como “nascer de novo”? É algo real ou figu-
rativo? Essa é a pergunta que Jesus respondeu em uma conversa com um
homem chamado Nicodemos. 21

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Uma conversa decisiva: Jesus e Nicodemos
Nicodemos, um religioso da época de Jesus, era uma pessoa que, como mui-
tos de nós, tinha dúvidas a respeito de como ser salvo e fazer parte do Reino
de Deus. Por isso:

“Uma noite ele foi visitar Jesus e disse: — Rabi, nós sabemos
que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode
fazer esses milagres se Deus não estiver com ele. Jesus respon-
deu: — Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode
ver o Reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos per-
guntou: — Como é que um homem velho pode nascer de novo?
Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer
outra vez? Jesus disse: — Eu afirmo ao senhor que isto é verda-
de: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da
água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de
natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza
espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que to-
dos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer,
e ouve- se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele
vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos
os que nascem do Espírito. — Como pode ser isso? — perguntou
Nicodemos. Jesus respondeu: — O senhor é professor do povo
de Israel e não entende isso?” (João 3: 2-10 – NTLH)

Jesus mostra para Nicodemos que existem duas naturezas: a natureza huma-
na e a natureza espiritual. Todos nós nascemos com a natureza humana (incli-
nada ao pecado) e precisamos do Espírito Santo para “nascermos de novo”
e, assim, teremos a natureza espiritual (obediente a Deus e a Sua Palavra).
Somente as pessoas que têm essa nova natureza espiritual podem entender
e participar do Reino de Deus.

A expressão “se alguém não nascer de novo” aparece duas vezes no texto.
Logo, podemos compreender que o Reino de Deus é composto por pessoas
nascidas de novo.

O novo nascimento acontece por meio da água (perdão e purificação dos


pecados por meio da fé na Palavra de Deus) e do Espírito Santo (que se torna
aquele que guia a nossa vida)

“Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado.”


(João 15:3 - NVI)
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“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como que primícias das suas
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criaturas.” (Tiago 1:18 – RA)

“Vocês foram regenerados, não de uma semente perecível,


mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e perma-
nente.” (1 Pedro 1:23 – NVI)

“Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu
povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam,
e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles
não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não
nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio
Deus é quem foi o Pai deles.” (João 1:11-13 – NTLH)

Por que Nascer de Novo?


Porque, como já vimos no capítulo 1, segundo a Bíblia estamos espiritualmen-
te mortos. A desobediência de Adão levou-o à morte espiritual, e essa morte
passou para toda a humanidade.

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado


no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Roma-
nos 5:12 – RA)

“Desviam- se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já


se desencaminham, proferindo mentiras. Têm peçonha se-
melhante à peçonha da serpente; são como a víbora surda,
que tapa os ouvidos.” (Salmos 58:3-4 – RA)

Quando começaram a pregar o evangelho, João Batista e o próprio Jesus


referiam-se aos homens como raça de víboras (Mateus 3:7; 12:34; 23:33). A
natureza de quem não nasceu de novo é a mesma de uma cobra. Mas, gra-
ças a Deus, há uma saída para nós: quando nascemos de novo, somos trans-
formados de cobras para ovelhas pertencentes a Jesus, o Bom Pastor!

Um plano perfeito

1ª parte - O pagamento total da minha dívida

“Porque o salário do pecado é a morte (...).” (Romanos 6:23a – RA)


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Jesus não tinha pecado. Então por que morreu? Porque Ele assumiu os nos-

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sos pecados. Sua morte foi a nossa morte, e Sua ressureição foi a nossa
ressureição. Nossa natureza má e perversa tinha que morrer e nós precisáva-
mos receber a mesma natureza de Cristo.

Jesus nos incluiu na sua morte e ressurreição. Quando cremos nisso, em fé


na Palavra de Deus, nascemos de novo pelo poder do Espírito Santo.

“E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pes-


soas para mim. Ele dizia isso para indicar de que maneira ia
morrer.” (João 12:32-33 – NTLH)

“Quando estávamos espiritualmente mortos por causa da


nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos
em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos.”
(Efésios 2:5 – NTLH)

“Pois sabemos que a nossa velha natureza pecadora já foi


morta com Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador
fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado.”
(Romanos 6:6 – NTLH)

“Vocês foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o


seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está
sentado ao lado direito de Deus. Pensem nas coisas lá do
alto e não nas que são aqui da terra. Porque vocês já mor-
reram, e a vida de vocês está escondida com Cristo, que
está unido com Deus. Cristo é a verdadeira vida de vocês, e,
quando ele aparecer, vocês aparecerão com ele e tomarão
parte na sua glória.” (Colossenses 3:1-4 – NTLH)

“Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de
viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não
sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida
que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e se deu a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:19-20 - NTLH)

Cristianismo não é uma religião, mas uma experiência de morte e ressurrei-


ção com Cristo, de sermos regenerados (gerados de novo). É a mudança de
escravo do pecado, para servo da justiça (Romanos 6:18). Não é mudança de
religião, mas sim de natureza, de mente e de coração.

2a Parte – A vida eterna que começa aqui

“(...) mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que te-


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mos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor.” (Romanos
6:23b – NTLH)
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“Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre to-
dos os homens para condenação, assim também, por um só
ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a
justificação que dá vida.” (Romanos 5:18 – RA)

Nós merecíamos a morte como pagamento dos nossos pecados. Mas o amor
de Deus fez com que Jesus pagasse a dívida e nos beneficiasse inteiramen-
te, concedendo-nos a vida eterna – que começa imediatamente na vida do
que crê e durará para sempre.

Refletindo
Faça esse autoexame: Eu já me arrependi profundamente de ser um pecador,
afastado de Deus, vivendo somente para mim mesmo? Eu tenho uma nature-
za de cobra ou de ovelha? Eu já nasci de novo?
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Aplicando
Uma pessoa arrependida é aquela que provou o amor do Pai, a graça do
Filho Jesus e a comunhão do Espírito Santo (1 Coríntios 13:13). A Trindade
entra em ação para operar o arrependimento e o novo nascimento, que é o
caminho da salvação.

Para nascer de novo é preciso se arrepender de não crer na graça e no amor


de Deus, entregar toda sua vida a Cristo e pedir que Ele venha habitar em
você, tornando-se o Senhor de sua vida.

Ore dizendo assim:

“Pai, eu reconheço a minha natureza má e perversa. Reconheço que sou pe-


cador, e estou longe do Teu amor e da Tua graça. Mas hoje eu creio que eu
fui incluído na morte de Jesus, e morri com Ele para a vida velha. Eu também
creio que ressuscitei juntamente com Cristo, e recebi uma nova vida, um
novo coração. Declaro que a partir de hoje Cristo é a minha vida! Eu morri
para o mundo e para o pecado! Recebo o Espírito Santo de Deus, uma nova
natureza que obedece a Deus, e a minha salvação pela Graça em Jesus”.
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A Graça
A Graça

Aprendendo – Pastel de feira


Você gosta de pastel de feira? É uma delícia. Sem falar no caldo de cana. Mas
imagine uma situação: você chega na barraca e lê nas placas “pastel de gra-
ça!” Você faria o pedido direto sem qualquer constrangimento ou perguntaria
se os pastéis são mesmo de graça?

Tudo é de graça neste mundo? Com certeza não. Isso dificulta nosso enten-
dimento a respeito da graça de Deus?

A palavra graça significa um favor que ninguém merece. Ela é um dom gratui-
to e sobrenatural dado por Deus para conceder tudo o que precisamos para
existir e é através dela que a humanidade recebe salvação. Este presente é
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determinado pela misericórdia e amor de Deus. O apóstolo Paulo, por exem-
plo, mesmo perseguindo os cristãos e sem pedir, foi alcançado pela graça.

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A Lei da Graça
Na Bíblia, O Velho Testamento mostra a Lei de Deus dada através de Moisés.
O Novo Testamento mostra a graça de Deus revelada em Jesus.

“Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a


verdade vieram por meio de Jesus Cristo.” (João 1.17 – RA)

Moisés, um dos maiores líderes do povo judeu, trouxe a perfeita lei de Deus:
um conjunto de regras, ordenanças e preceitos éticos, religiosos e morais
para que o homem vivesse bem com Deus e uns com os outros. Essas leis
estão reunidas principalmente nos livros de Êxodo a Deuteronômio.

“A lei do SENHOR é perfeita e nos dá novas forças. Os seus


conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas
simples. Os ensinos do SENHOR são certos e alegram o co-
ração. Os seus ensinamentos são claros e iluminam a nossa
mente.” (Salmos 19:7-8 – NTLH)

Mas do que adianta uma lei perfeita se os homens tinham uma natureza re-
belde e incapaz de obedecer? A prova disso e o que Deus disse a Moisés
em Deuteronômio 5:29 (RA): “Quem dera que eles tivessem tal coração, que
me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos,
para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!”

Muitos anos depois de Moisés, e antes de Jesus, o profeta Ezequiel trouxe


uma nova e transformadora promessa de Deus que vale para os dias de hoje:

“Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito


novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e
lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu Espí-
rito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas leis
e cumpram todos os mandamentos que lhes dei.” (Ezequiel
36:26-27 – NTLH)

A promessa começa com o verbo dar, sinal da graça. A graça é dar algo a al-
guém sem que essa pessoa mereça, e sem esperar nada em troca. Jesus disse:

“Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho,
para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a
vida eterna.” (João 3:16 – NTLH)
30
A Graça em Jesus
siga-me

O Deus da graça veio até nós na pessoa de Jesus.

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e


de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai.” (João 1:14 – RA)

Como judeu, Jesus foi criado na cultura da Lei do Velho Testamento, mas Ele foi
o maior pregador da graça e o Único Cumpridor da Lei. Seus ensinamentos são
repletos da graça.

Veja um exemplo: uma mulher pega em adultério foi arrastada até Jesus pelos
judeus, que diziam:

“De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlte-
ras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que
diz sobre isso? Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma
prova contra Jesus, pois queriam acusá- lo. Mas ele se abaixou
e começou a escrever no chão com o dedo. Como eles conti-
nuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e
disse a eles: — Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o
primeiro a atirar uma pedra nesta mulher! Depois abaixou-se
outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram
isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais
velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé.
Então Jesus endireitou o corpo e disse: — Mulher, onde estão
eles? Não ficou ninguém para condenar você? — Ninguém, se-
nhor! — respondeu ela. Jesus disse: — Pois eu também não con-
deno você. Vá e não peque mais.” (João 8:5-11 – NTLH)

Você sabia que o nome Jesus significa Jeová Salva? É outro marco da graça.

Philip Yancey, no livro Maravilhosa Graça, disse: “A palavra graça não foi es-
tragada. Eu a chamo de “a última palavra perfeita”, lembrando-nos de que as
coisas boas da vida vêm pela graça de Deus.”

Veja os efeitos da graça de Jesus:

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que,


sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua
pobreza, vos tornásseis ricos.” (2 Coríntios 8:9 – RA)

O texto comprova que quem recebe a graça pela fé não olha mais para os
outros com um olhar crítico ou acusador. A graça derruba-nos de nossa falsa
31
posição de orgulho e nos rebaixa até a necessidade do próximo para que
ele alcance, como nós, o mesmo favor imerecido. Foi o que Jesus fez. Quem

siga-me
recebe a graça divina faz o mesmo.

A Graça na Vida de Paulo


O apóstolo Paulo enfrentou muitas lutas e tribulações. Em um certo momento
em sua vida, ele pediu a Deus para que o livrasse de um problema que o es-
tava incomodando. Ele reconhece que o objetivo deste “espinho na carne” –
que a Bíblia não explica claramente o que é – era tão somente ajudá-lo a não
ficar orgulhoso por causa das grandes revelações que ele havia recebido de
Deus. A resposta de Deus foi: “A Minha graça é suficiente”.

“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das


revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro
de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.
Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de
mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o
poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais
me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o po-
der de Cristo.” (2 Coríntios 12:7-9 - RA)

“Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou


digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de
Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça,
que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito
mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus
comigo.” (1 Coríntios 15:9-10 – RA)

A Bíblia não diz o que era esse espinho. Mas seja o que for, o benefício da
graça de Deus excedia em muito o sofrimento causado por esse espinho.

Pense nisto agora: a graça não torna ninguém acomodado ou inativo. A graça
nos torna mais operantes. Quem recebe a graça, transborda em gratidão,
amor e serviço a Deus.

“Paulo repetia sempre a mesma coisa, insistindo na graça porque sabia o


que poderia acontecer se nós crêssemos que merecemos o amor de Deus.
Paulo sabia que Deus nos ama pelo que Ele é, e não pelo que somos. Paulo
esforçou-se para explicar como Deus fez a paz com os seres humanos. Ele
desistiu do seu próprio Filho para não desistir da humanidade. A graça não
custou nada para nós, mas tudo para o Doador. Para Deus, custou o exorbi-
tante preço do Calvário.” (Philip Yancey, Maravilhosa Graça)

Por isso, indignado com judeus que queriam justificar-se diante de Deus ig-
32
norando Jesus e guardando a Lei do Velho Testamento, Paulo disse:
siga-me

“Mas sabemos que todos são aceitos por Deus somente


pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei man-
da. Assim nós também temos crido em Cristo Jesus a fim
de sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não
por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito por
Deus por fazer o que a lei manda. Ao procurarmos ser acei-
tos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro que
somos “pecadores” como os não judeus. Mas será que isso
quer dizer que Cristo trabalha em favor do pecado? Claro
que não! Se eu, depois de ter destruído a lei, começar a
construí-la de novo como meio de ser aceito por Deus, aí,
sim, fica claro que eu havia quebrado a lei. Pois, quanto à
lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para
Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou
eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida
que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e se deu a si mesmo por mim. Eu me recuso a rejeitar
a graça de Deus. Pois, se é por meio da lei que as pessoas
são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou
nada.” (Gálatas 2:16-21 – NTLH)
A Graça em nós

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se
glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas.” (Efésios 2:8-10 – RA)

A graça é divina e, como filhos de Deus, podemos transmitir esta graça a


outras pessoas.

“O mundo pode fazer quase tudo tão bem ou melhor do que a igreja. Você
não precisa ser cristão para construir casas, alimentar os famintos ou curar os
enfermos. Há apenas uma coisa que o mundo não pode fazer. Ele não pode
oferecer graça.” (Gordon Macdonald – Citado no livro Maravilhosa Graça, de
Philip Yancey).

O cristão maduro anula a ideia de que merece alguma coisa. Quando alguém
lhe diz: “Você merece isso ou aquilo”, ele simplesmente responde: “A única
coisa que eu merecia era a cruz, mas Jesus a levou sobre Si”. A humildade e a
gratidão são as marcas de quem recebeu a graça de Deus pela fé em Jesus. 33

siga-me
“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abun-
dou o pecado, superabundou a graça.” (Romanos 5:20 – RA)

Lembre-se de que agora você é membro de uma igreja que valoriza a graça:
a Comunidade da Graça. E quando nos encontramos, nos saudamos dizendo
uns aos outros: graça e paz.

Em todas as suas cartas, Paulo abre os textos dizendo: “Graça e Paz da parte
de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo” e encerra com “A Graça do Senhor
Jesus Cristo seja convosco”. Ele recebeu a revelação da graça para si e para
os que cressem no evangelho.

Refletindo
Eu ainda tenho a ideia falsa e religiosa de que tenho que fazer alguma coisa
para merecer o amor de Deus?
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Eu penso que para Deus me receber como filho e me dar a vida eterna eu
tenho que, primeiro, ser bom o suficiente?
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Aplicando
Eu não me transformo em alguém melhor para receber a graça de Deus. É ao
contrário: a graça de Deus é que me transforma em alguém melhor. Por isso
preciso da revelação da graça de Deus e do Seu amor incondicional por mim,
conhecendo o que Cristo fez por mim na cruz.

Prática: para conhecer mais da graça de Deus me comprometo a ler o livro


de Efésios nesta semana. E anotar o que entendi da graça e do amor de Deus.

34
siga-me
O Espírito Santo,
o novo amigo
O Espírito Santo,
o novo amigo
Aprendendo – O valor de um verdadeiro amigo
“Se você não tem um amigo que te fale a verdade, contrate um inimigo para
lhe prestar este serviço”. Um amigo vale muito! Amigo é aquela pessoa que
nos faz crescer; nos protege falando a verdade em amor; temos alegria de
estar junto e pensar em voz alta.

“(...) mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um ir-


mão.” (Provérbios 18:24b - NTLH)

Quem são seus melhores amigos? Quais histórias você poderia lembrar e
contar para outras pessoas?
37
O novo Amigo

siga-me
No início do seu ministério na terra, Jesus chamou 12 homens para serem
seus discípulos e mostrou o tipo de relacionamento que queria ter com eles.
Eles estiveram juntos por pouco tempo, mas viveram intensamente, embora
Jesus nunca tivesse escondido que sua partida estava próxima.

“Daqui a pouco o mundo não me verá mais, mas vocês me


verão. E, porque eu vivo, vocês também viverão.” (João 14:19
– NTLH)

“Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empre-


gado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de
amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai.”
(João 15:15 – NTLH)

Jesus estava falando de Sua morte, ressurreição e ascensão ao céu. Esta


ideia deixava os discípulos muito preocupados, pois eles estavam prestes a
perder o seu mestre, que também havia se tornado o seu melhor amigo. Foi
aí então que Jesus falou de um novo amigo.

“Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espíri-


to da verdade, para ficar com vocês para sempre. O mundo
não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem
conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês
e viverá em vocês.” (João 14:16-17 – NTLH)

“Eu falo a verdade quando digo que é melhor para vocês


que eu vá. Pois, se não for, o Auxiliador não virá; mas, se eu
for, eu o enviarei a vocês.” (João 16:7 – NTLH)

Depois dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), que narram o nas-
cimento, serviço, morte e ressurreição de Jesus, entramos em Atos dos Após-
tolos – a continuação do ministério de Jesus através dos apóstolos e discípulos.

O capítulo 1 de Atos fala da subida de Jesus aos Céus e Suas últimas palavras:

“Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês


receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém,
em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais distantes
da terra. Depois de ter dito isso, Jesus foi levado para o céu
diante deles. Então uma nuvem o cobriu, e eles não puderam
vê-lo mais.” (Atos 1:8-9 – NTLH)
38
O capítulo 2 de Atos fala da descida do Espírito Santo. O livro todo focaliza o
Espírito Santo agindo através dos cristãos.
siga-me

Apesar de serem dias difíceis, de perseguição, a primeira comunidade cristã


estava cheia do poder do Espírito Santo. Eles não tinham mais a presença
física de Jesus, mas tinham um novo amigo para impulsioná-los com coragem
e alegria nas mesmas obras de Jesus.

O livro de Atos dos Apóstolos também é, por vezes, chamado de atos do


Espírito Santo, porque vemos, em todo tempo, o Espírito conduzindo os após-
tolos e a todos os demais cristãos. Isso continua acontecendo. A igreja de
hoje é a continuidade dos atos do Espírito Santo através de cada um de nós.

“Pedro respondeu: — Arrependam-se, e cada um de vocês


seja batizado em nome de Jesus Cristo para que os seus
pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus o Es-
pírito Santo.” (Atos 2:38 - NTLH)

Cada pessoa nascida de novo, que recebeu a Jesus em fé, já tem o Espírito Santo.

Nossa amizade com Jesus deve ser desenvolvida através de um relaciona-


mento com o Espírito Santo. Ele é o melhor Companheiro da vida cristã. Ele
não só caminha ao nosso lado, mas habita dentro de nós e nos orienta em
todas as áreas da nossa vida.
Todas as obras de Jesus não teriam sido realizadas sem o Espírito Santo. O
mesmo vale para nós. Assim como um corpo sem espírito é um cadáver, não
há vida cristã sem o Espírito Santo.

“Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê em mim fará
as coisas que eu faço e até maiores do que estas, pois eu
vou para o meu Pai.” (João 14:12 – NTLH)

“Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu,


e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e
pousar sobre ele.” (Mateus 3:16 – NTLH)

“Sabem também como Deus derramou o Espírito Santo sobre


Jesus de Nazaré e lhe deu poder. Jesus andou por toda parte
fazendo o bem e curando todos os que eram dominados pelo
Diabo, porque Deus estava com ele.” (Atos 10:38 – NTLH)

Quem é o Espírito Santo?

1 - Ele é Deus 39
A terceira Pessoa da Trindade. Ele faz parte da primeira comunidade que

siga-me
existiu (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo).

“No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava


sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Es-
pírito de Deus pairava por sobre as águas.” (Gênesis 1:1-2 – RA)

Quando Deus diz em Gênesis 1:26 (RA): “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança (...)” com quem Deus estava falando? Com o
Filho e com o Espírito Santo.

Sendo Deus, o Espírito Santo também é Onipotente (tem todo poder), Onipre-
sente (está em todo lugar) e Onisciente (conhece todas as coisas).

Deus é trino e devemos amar a Deus sobre todas as coisas:

“Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o


coração, com toda a alma e com toda a mente.” Este é o maior
mandamento e o mais importante.” (Mateus 22:37-38 – NTLH)

O mesmo amor e entrega são devidos ao Espírito Santo. Os três estão conos-
co. Deus é o nosso Pai e Criador de todas as coisas. Jesus é o nosso “irmão
mais velho” (o primogênito de uma nova raça de seres humanos, como está
escrito em Romanos 8:29), nosso Salvador, mas, acima de tudo, ele é o nosso
Senhor. O Espírito Santo é o nosso novo amigo e consolador, nossa fonte de
poder para uma vida segundo o propósito eterno de Deus: reinar com Cristo
e abençoar as famílias da terra.

2 - Ele é uma Pessoa


Como pessoa, Ele tem capacidade de amar, se emocionar e desejar. Ele pos-
sui uma mente (1 Coríntios 2:10), toma decisões de acordo com a Sua vontade
(Atos 15:28) e distribui dons aos homens (1 Coríntios 12.11). Tanto Ele nos ajuda
como pode se entristecer por nossas atitudes.

“Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o
Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?” (Tiago
4:5 – NVI)

“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês


foram selados para o dia da redenção.” (Efésios 4:30 – NVI)

“Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa


fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espí-
40
rito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados por
palavras, pede a Deus em nosso favor.” (Romanos 8:26 – NTLH)
siga-me

O que o Espírito Santo faz?

Ele nos converte a Cristo


Há uma unidade santa e perfeita na Trindade. O Pai dá glória ao Filho e o
Filho dá glória ao Pai (João 17:1); o Espírito Santo dá glória ao Filho e coopera
com ambos para nos converter e gerar Cristo em nós. Uma vez convertidos,
pelo poder do Espírito, podemos viver em unidade com a Trindade e com a
comunidade cristã – a Igreja, os irmãos de fé. Jesus contou aos discípulos
que Espírito Santo o glorificaria:

“Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a


verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá
tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para
acontecer.” (João 16:13 – NTLH)

Jesus contou aos discípulos que o Espírito Santo nos convenceria

“Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mun-


do de que elas têm uma ideia errada a respeito do pecado e do
que é direito e justo e também do julgamento de Deus.” (João
16:8 – NTLH)

Vimos na conversa de Jesus com Nicodemos que o Novo Nascimento é uma


ação do Espírito Santo na nossa vida.

“(...) ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da


água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser
de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de na-
tureza espiritual.” (João 3:5-6 – NTLH)

Ele nos transforma e aperfeiçoa a obra de Deus em nós.

Somos transformados e aperfeiçoados pelo Espírito Santo depois da conver-


são a Cristo.

“Pois eu estou certo de que Deus, que começou esse bom


trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que ele esteja
completo no Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6 – NTLH)

Ele dirige a nossa vida 41


“(...) deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e

siga-me
não obedeçam aos desejos da natureza humana.” (Gálatas
5:16 – NTLH)

Quando temos o Espírito Santo em nós, presente e atuante, os frutos do Es-


pírito começam a aparecer, tornando-nos semelhantes a Jesus em caráter e
santidade, abençoando a nós e as pessoas ao nosso redor – pois o Espírito
Santo nos ajuda nos relacionamentos com Deus e também uns com os outros.

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,


benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gála-
tas 5:22-25 – RA)

Ele nos capacita a compartilhar a fé com os não cristãos.

Jesus falou em Atos 1:8 sobre o poder do Espírito Santo para testemunhar.
Nem aos anjos foi dada a honra de anunciar Jesus aos homens. Esta tarefa
é da igreja – de cada homem e mulher nascido de novo. No mundo das más
notícias, temos as boas notícias: o evangelho de Jesus!
O Batismo no Espírito Santo

João Batista citou o batismo no Espírito Santo:

“Disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas
vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno
de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com
o Espírito Santo e com fogo.” (Mateus 3:11 – RA)

Foi isso que aconteceu pela primeira vez em Atos 2, versos 1 a 13. Precisamos
buscar este batismo de revestimento de poder espiritual. Esta busca deve
ser feita a sós com Deus, na célula, nos ministérios, na comunidade ou em
qualquer outra oportunidade. É um batismo de fogo, paixão, coragem, fé e
ousadia para anunciar Jesus e alcançar pessoas.

Recebemos o Espírito Santo quando cremos em Jesus. Ele é como um selo, uma
marca, que identifica que agora pertencemos a Cristo. O batismo no Espírito San-
to é a experiência de sermos cheios do Espírito Santo, revestidos do Seu poder,
sendo capacitados sobrenaturalmente para fazer as obras de Jesus.

42 “Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça;


mas encham- se do Espírito de Deus.” (Efésios 5:18 – NTLH)
siga-me

Quais são algumas evidências do batismo no Espírito Santo?

Mudança de caráter com uma paixão pelos não alcançados:

“Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de


Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da
natureza humana.” (Gálatas 5:16 – NTLH)

Poder e sensibilidade do alto para anunciar a Cristo:

“Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês


receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusa-
lém, em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais dis-
tantes da terra.” (Atos 1:8 – NTLH)

Desejo de se submeter a Deus e aos líderes espirituais

“Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos to-


los de receber elogios; mas sejam humildes e considerem os
outros superiores a vocês mesmos.” (Filipenses 2:3 – NTLH)
Zelo pelas coisas de Deus

“Então os discípulos dele lembraram das palavras das Es-


crituras Sagradas que dizem: “O meu amor pela tua casa, ó
Deus, queima dentro de mim como fogo.” (João 2:17 – NTLH)

Vida em santidade

“Pelo contrário, sejam santos em tudo o que fizerem, assim


como Deus, que os chamou, é santo. Porque as Escrituras
Sagradas dizem: “Sejam santos porque Eu sou santo.” (1 Pe-
dro 1:15-16 – NTLH)

Falar em outras línguas para edificação pessoal ou edificação da igreja


quando houver interpretação

“Quem fala em línguas estranhas ajuda somente a si mes-


mo, mas quem anuncia a mensagem de Deus ajuda a igreja
toda.” (1 Coríntios 14:4 – NTLH)

Manifestação dos dons espirituais para o pleno exercício do ministério em


43
benefício de outras pessoas. Os dons são: palavra de sabedoria, palavra de
ciência, fé, dons de curar, operação de milagres, profecia, discernimento de

siga-me
espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas (1 Coríntios 12 e 14).

“Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele


dá um dom diferente para cada pessoa, conforme Ele quer.”
(1 Coríntios 12:11 – NTLH)

Refletindo
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor
dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por
mãos humanas.” (Atos 17:24 – NVI)

“Certamente vocês sabem que são o templo de Deus e que


o Espírito de Deus vive em vocês.” (1 Coríntios 3:16 – NTLH)

Eu tenho consciência de que o Espírito Santo de Deus habita em mim? De-


sejo ter este relacionamento diário com Ele? Quero buscar e ser cheio do
Espírito Santo?
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Aplicando
Tenho algo que preciso confessar e que sei que está me impedindo de ser
cheio do Espírito Santo?
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Na prática, o que eu posso fazer para buscar o Espírito Santo e ser cheio dele?
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siga-me
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As duas bases:
a leitura da Bíblia e a oração
As duas bases:
a leitura da Bíblia e a oração
Aprendendo – Pão e Água
Existe um provérbio interessante em Portugal: “Come pão, bebe água e vive-
rás sem mágoa”. Pão e água são essenciais como fonte de vida. Quem não
gosta de uma mesa farta de pão? Sem o pão e a água, qualquer pessoa sofre.

Você tem uma vida saudável? Cite dois hábitos saudáveis que mudam a vida
de uma pessoa. Você os pratica?

Hábitos Espirituais Saudáveis


Dois hábitos saudáveis são essenciais na vida cristã: a leitura da Bíblia e a
oração. Praticados com regularidade e orientação, trazem grandes benefícios. 47
Amós, um profeta do Velho Testamento disse assim:

siga-me
“Está chegando o dia em que mandarei fome pelo país inteiro.
Todos ficarão com fome, mas não por falta de comida, e com
sede, mas não por falta de água. Todos terão fome e sede de
ouvir a mensagem de Deus, o SENHOR.” (Amós 8:11 – NTLH)

Jesus chamou a Palavra de Deus de pão:

“(...) Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que


procede da boca de Deus.” (Mateus 4:4 – RA)

Jeremias disse o mesmo:

“Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me


foram gozo e alegria para o coração (...).” (Jeremias 15:16 – RA)

Lendo a Bíblia

Um dado importante: segundo levantamento do Instituto Pró-Livro, apenas


2,5% da população brasileira lê a Bíblia com frequência, e 74% dos brasileiros
e brasileiras entre 16 e 64 anos não serão alcançados pelo texto sagrado no
formato impresso porque não sabem ler ou porque entendem muito pouco
do que leem.

Mais do que um livro, a Bíblia é a Palavra de Deus. Nela encontramos his-


tórias, mandamentos, ensinamentos, advertências, revelações, profecias e
promessas maravilhosas! Sendo a Palavra de Deus, devemos lê-la com o ob-
jetivo de ouvir a voz de Deus. Para conhecer melhor a Deus e a nós mesmos,
precisamos ler, estudar e meditar na Bíblia.

“— Jeremias, pegue um rolo — um livro — e escreva nele


tudo o que lhe falei a respeito do povo de Israel e de Judá e
a respeito de todas as nações (...).” (Jeremias 36:2 – NTLH)

“Pois nenhuma mensagem profética veio da vontade huma-


na, mas as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quan-
do anunciavam a mensagem que vinha de Deus.” (2 Pedro
1:21 – NTLH)

“Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil


para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e
48
ensinar a maneira certa de viver.” (2 Timóteo 3:16 – NTLH)
siga-me

Ler a Bíblia é como alimentar-se


Um processo que envolve três etapas:

1ª Ingestão - Comer um alimento. Não pode ser feito com pressa ou em


grande quantidade. O mesmo se aplica à leitura bíblica. É necessário ler sem
pressa, pedindo a ajuda do Espírito Santo e nunca ler muitos textos ao mes-
mo tempo.

2ª Digestão - Quebra e decomposição do alimento pelo organismo. Repre-


senta o processo de meditar no que lemos na Bíblia. A meditação fica entre a
concentração e a contemplação. Significa pensar, relacionando consigo mes-
mo até ouvir e receber uma direção de Deus.

3ª Absorção - Processo de aproveitamento do alimento ingerido e digerido.


Significa a assimilação e o impacto transformador na vida de quem leu a Bí-
blia, é quando somos nutridos. Significa a prática do que foi lido e meditado.

Os próximos versículos mostram a importância de ler e meditar na Palavra


de Deus.
“Jesus respondeu: — Como vocês estão errados, não conhe-
cendo nem as Escrituras Sagradas nem o poder de Deus.”
(Mateus 22:29 – NTLH)

“(...) continuem a crescer na graça e no conhecimento do


nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Glória a ele, agora e
para sempre! Amém.” (2 Pedro 3:18 – NTLH)

“(...) o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles


meditam dia e noite. Essas pessoas são como árvores que
crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo
certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o
que essas pessoas fazem dá certo.” (Salmos 1:2-3 – NTLH)

Precisamos da Palavra:

• Para não errar ao analisar as situações e tomar decisões;


• Para conhecer tudo o que Deus já nos deu pela Sua gra-
ça, e ter o conhecimento mais profundo da pessoa de
Cristo e da Sua obra em nosso favor;
49
• Para prosperar em tudo o que fizermos nesta vida.

siga-me
Orando

Orar é falar, dialogar com Deus. Como em uma conversa, este ato envolve
falar e ouvir. A oração é uma conversa com Deus. Falamos o que está em
nosso coração e também ouvimos o que Ele tem a nos dizer. A oração deve
ser uma conversa espontânea e não mecânica e repetitiva. Os discípulos se
impressionaram com a vida de oração de Jesus.

“Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando aca-
bou de orar, um dos seus discípulos pediu: — Senhor, nos
ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.” (Lucas
11:1 – NTLH)

Jesus orientou assim:

“Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta


e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê
o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. — Nas
suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disse-
ram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvi-
rá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles,
pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que
vocês precisam.” (Mateus 6:6-8 – NTLH)

A oração é uma atitude de fé, embora envolva sentimentos. Precisamos crer


que há um Deus – um Pai Amoroso - que está nos ouvindo e responderá à
oração segundo a vontade d´Ele.

“Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a


ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que pro-
curam conhecê-lo melhor.” (Hebreus 11:6 – NTLH)

A oração é um caminho que Jesus nos abriu até o Pai, uma forma de nos
relacionarmos diariamente com Deus, a qualquer hora e em qualquer lugar.

“Por isso, irmãos, por causa da morte de Jesus na cruz nós


temos completa liberdade de entrar no Lugar Santíssimo. Por
meio da cortina, isto é, por meio do seu próprio corpo, ele
nos abriu um caminho novo e vivo. Nós temos um Grande
Sacerdote para dirigir a casa de Deus. Portanto, cheguemos
perto de Deus com um coração sincero e uma fé firme, com
a consciência limpa das nossas culpas e com o corpo lavado
50
com água pura. Guardemos firmemente a esperança da fé
que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá
siga-me

as suas promessas.” (Hebreus 10:19-23 – NTLH)

Como orar?
Há duas respostas para essa pergunta. Uma diz respeito ao conteúdo da
oração e a outra à frequência com que devemos orar.

O conteúdo da nossa oração deve envolver:

• Louvor e Adoração: Período em que elogiamos e exaltamos a Deus por


causa de Suas obras e de Seu caráter. Adorar a Deus é se prostrar diante
d’Ele em humildade, rendição e submissão;

• Ações de Graça: Período de agradecer-lhe por suas ações em nosso


favor;

• Confissão: Período no qual confessamos a Palavra de Deus e pecados


que estejamos cometendo, ou seja, práticas ou pensamentos contrários
à vontade d’Ele exposta na Bíblia;

• Intercessão: Período em que oramos em favor de outras pessoas;


• Súplica/Pedido: Período no qual apresentamos a Deus as nossas neces-
sidades pessoais.

A frequência da nossa oração pode ser:

• Período regular e fixo: O profeta Daniel orava três vezes ao dia (Daniel
6:10). Os primeiros cristãos oravam diariamente, outros às três horas da
tarde (Atos 3.1; 10.30);

• Período especial: Um dia inteiro, uma noite, três dias, uma semana, um
mês, etc. Jesus orou uma noite inteira para escolher seus doze discípulos
(Lucas 6:12-16);

• Período de necessidade: Diante de uma situação crítica, temos não só a


liberdade, mas o dever de buscar a Deus mais intensamente;

• Continuamente: É desenvolver uma vida de oração, em comunhão com


Deus o tempo todo, mantendo uma abertura e prontidão constantes para
orar. Isso se faz em momentos, minutos ao longo do dia, em pensamen-
to, em palavras baixas ou mesmo separando um tempinho a sós em um
lugar. Pode ser quando dirigimos um carro, esperamos na fila, etc. Mais
do que tudo significa ter a mente em oração e comunicação com Deus.
51

siga-me
“(...) orando em todo tempo no Espírito (...).” (Efésios 6:18 – RA)

“(...) orem sempre (...).” (1 Tessalonicenses 5:17 – NTLH)

“Vigiem e orem para que não sejam tentados (...).” (Mateus


26:41 – NTLH)

Escolha um local e horário adequados nos quais consiga manter regularida-


de, privacidade e tranquilidade para ler a Bíblia e orar. Uma vida de leitura
bíblica e oração deve começar aos poucos.

Exemplo: Se você quisesse correr 10 km em ritmo forte, o que deveria fa-


zer? Andar por um bom tempo, depois trotar por um bom tempo, depois
correr levemente e, quando tiver condicionamento físico/respiratório, aí sim,
aumentar o ritmo para suportar os 10 km de corrida, que já foi desenvolvido
em menores velocidades.

A prática do jejum
O jejum é um recurso espiritual misturado à oração. Por um tempo específico,
você pode ficar sem comer e beber para dedicar-se à oração ou consagra-
ção. O jejum nos dá uma sensibilidade muito maior à voz de Deus, quando
associado à oração.
O jejum bíblico é a abstinência de alimento sólido e líquido. Com o tempo
e maturidade, os cristãos jejuam com mais frequência ou por períodos mais
longos. Jesus jejuou por quarenta dias. Mas Ele já era um “atleta” bem expe-
riente. Estabeleça primeiro os seus alvos de leitura e oração. À medida que
for crescendo, a tendência será envolver também o jejum. Comece devagar;
“devagar se vai ao longe”.

“— Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como


fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem
que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verda-
de: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando
jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não
saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que
não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu
Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompen-
sa.” (Mateus 6:16-18 – NTLH)

Pode-se jejuar comendo apenas alguns tipos de alimentos – tal como fez Da-
niel, que comeu apenas legumes durante certo tempo. O propósito do jejum
também é que, no tempo dedicado a comer, que nos dediquemos à oração,
leitura e meditação.
52
Jejuar televisão, videogame ou filmes não é jejuar no sentido real da palavra,
siga-me

uma vez que não envolve abstenção de alimentos. É uma boa prática para
ajudar no seu tempo de jejum e oração, permitindo que você tenha mais tem-
po e se foque mais no relacionamento com Deus.

O jejum não é uma troca com Deus – eu jejuo para que Deus faça alguma
coisa por mim.

Eu jejuo para ficar mais sensível a voz de Deus e ouvir o que Ele tem a me di-
zer. Eu não preciso convencer Deus a me abençoar, mas posso buscar saber
como Deus deseja me abençoar e o que eu devo fazer para isso.

Sobre Bíblias e planos de leitura


Procure um plano bíblico de leitura. Existem vários. Um para a Bíblia toda,
outros que mostram o Novo Testamento, Salmos e Provérbios. O importante
é seguir um roteiro.

Existem vários tipos de Bíblia e também de traduções. As traduções mais


comuns são:
• Revista e Corrigida (RC): é uma versão com preço bem acessível, porém
a linguagem é muito complicada, com frases e termos de um português
muito antigo;
• Revista e Atualizada (RA): é a versão com um português mais fácil de
entender do que a RC, mas ainda preserva muitos termos e construções
de frases não muito comuns nos dias de hoje;
• Nova Versão Internacional (NVI): é uma tradução mais moderna, com
construções de frases e termos mais comuns nos dias de hoje. Segue a
linha da RA, porém mais fácil de compreender;
• Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) ou Nova Bíblia Viva: é uma
tradução muito fácil de entender, com muitas simplificações de termos,
palavras e sinônimos. Boa para começar a leitura, entretanto a NVI e a RA
são mais fiéis aos textos originais, com termos que explicam com mais
profundidade o significado;
• A Mensagem: não é uma versão, mas uma paráfrase, ou seja, uma tradu-
ção livre com analogias, comparações e até gírias que tornam fácil a lei-
tura e bem interessante. Entretanto tem um certo grau de interpretação e
aplicação particular do autor.
53
O que recomendamos é ter uma versão como NVI ou RA que guardam gran-
de paridade com o texto original, e ler a NTLH e a Mensagem para conseguir

siga-me
compreender com mais facilidade a ideia que o texto quer comunicar.

Existem também as Bíblias de estudo. Estas Bíblias têm várias notas no roda-
pé da página, explicando o contexto histórico da época, o significado cultural
do que estava acontecendo, o significado dos nomes das pessoas e cidades,
e os links para outros textos semelhantes na própria Bíblia. Uma Bíblia de
estudo é imprescindível para quem quer conhecer e entender mais a Palavra.

Bíblias nos celulares: atenção! Há versões com erros, versões com traduções
muito simplificadas. Recomendamos sempre usar uma versão conhecida (RC,
RA, NTLH, NVI, Contemporânea, SBI). Bíblias de estudo para celulares existem,
porém a maioria ainda está em inglês na presente publicação deste material.

Refletindo
Eu tenho a prática de ler a Bíblia? Por que não? O que me impede?
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Eu tenho orado regularmente? O que me impede?
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Eu estou disposto a jejuar para ouvir a Deus?


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Aplicando
Como vou fazer para incluir a leitura da Bíblia em minha vida? Que plano bí-
blico de leitura vou fazer?
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Como vou incluir o hábito de orar em minha vida? O que preciso mudar na
minha forma de orar?
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Quando vou separar um período de jejum para buscar a Deus?


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A Vida livre
do passado
A Vida livre
do passado
Aprendendo – O Túnel do Tempo
O Túnel do Tempo era um famoso seriado da TV nos anos 1960 e 1970. Mos-
trava as viagens no tempo de dois cientistas. Muitos outros filmes foram fei-
tos sobre esse mesmo assunto. A possibilidade de voltar ao passado é algo
que mexe sempre com o imaginário das pessoas.

O passado atrapalha as pessoas? Quando é bom e quando é ruim olhar para


o passado?

O apóstolo Paulo disse que agora nada pode nos separar do amor de Deus
que está em Cristo. E ele fez uma lista em Romanos 8:38-39 (NTLH): “nem a
morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celes- 57
tiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo
lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor

siga-me
de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor.”

Você notou uma curiosidade no texto? A palavra “passado” não aparece. O


que comprova que o nosso passado não define o nosso futuro, porque todos
os nossos pecados do passado já foram totalmente perdoados por Deus.

Muitas pessoas estão presas ao seu passado. Elas não vivem bem hoje por-
que há coisas antigas mal resolvidas, questões não perdoadas, lembranças
ruins e destrutivas. Quando a mulher de Ló olhou para trás ao sair de Sodoma
e Gomorra, ela foi transformada numa estátua de sal (Gênesis 19:26). O pas-
sado mal resolvido interfere em nossa vida no presente e pode comprometer
nosso futuro. Por isso, Deus quer tratar com o nosso passado e nos livrar de
toda culpa. Veja como Ele trata esse assunto:

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por


amor de mim e dos teus pecados não me lembro.” (Isaías
43:25 – RA)

Mas há dois modos de olhar para o passado que são bons:


1o Quando nos lembramos de coisas boas;
2o Quando nos lembramos de coisas que nos prendem e decidimos resolvê-las.
Paulo falou do seu passado resolvido:

“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus,


nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para
o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e per-
seguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na
ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça
de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus
veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal.” (1 Timóteo 1:12-15 – RA)

Outro exemplo de passado resolvido:

“Então muitos dos que creram vinham e confessavam publi-


camente as coisas más que haviam feito. E muitos daqueles
que praticavam feitiçaria ajuntaram os seus livros e os trou-
xeram para queimar diante de todos. Quando calcularam o
preço dos livros queimados, o total chegou a cinquenta mil
moedas de prata.” (Atos 19:18-19 – NTLH)
58
Os novos convertidos a Cristo em Éfeso confessaram seus pecados publica-
mente e ajuntaram objetos da antiga vida pecaminosa para serem queimados
siga-me

na praça. Eles renunciaram o passado para caminharem livres com Cristo.

O perdão é a solução para o passado não resolvido


A Bíblia diz que Deus já nos perdoou totalmente em Cristo. Não há nada,
absolutamente nada, que não tenha sido perdoado por Deus.

“Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei


mais dos seus pecados.” (Hebreus 8:12 – NVI)

“O SENHOR perdoa todos os meus pecados e cura todas as


minhas doenças; ele me salva da morte e me abençoa com
amor e bondade.” (Salmos 103:3-4 – NTLH)

Um dos ensinamentos mais marcantes de Jesus está relacionado ao perdão.


Jesus ensinou que assim como Deus nos perdoou, também devemos perdo-
ar aos nossos ofensores.

Quando temos consciência do perdão de Deus por nós, não temos como
deixar de perdoar uns aos outros.
“Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: — Senhor,
quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra
mim? Sete vezes? — Não! — respondeu Jesus. — Você não
deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes. Porque
o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto
de contas com os seus empregados. Logo no começo trou-
xeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o
empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar
a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos
como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos
e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas
o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: “Tenha
paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor.” — O patrão
teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse em-
bora. O empregado saiu e encontrou um dos seus compa-
nheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele
pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-
-lo, dizendo: “Pague o que me deve!” — Então o seu compa-
nheiro se ajoelhou e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu
lhe pagarei tudo.” — Mas ele não concordou. Pelo contrário,
mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida.
59
Quando os outros empregados viram o que havia aconte-
cido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí

siga-me
o patrão chamou aquele empregado e disse: “Empregado
miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que
você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu com-
panheiro, como eu tive pena de você.” — O patrão ficou com
muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de
ser castigado até que pagasse toda a dívida. E Jesus termi-
nou, dizendo: — É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai
fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o
seu irmão.” (Mateus 18:21-35 – NTLH)

A falta de perdão nos coloca acima de Deus, e debaixo de cadeias espirituais.


Nossa vida não prospera, e às vezes até ficamos enfermos, sem motivação e
desanimados, tudo porque guardamos rancor e não perdoamos. Queremos
vingança ou compensação. Esperamos que Deus castigue o outro pelo que
fez contra nós, mas Deus não fará isso, porque Ele ama e quer perdoar a to-
dos. A única solução é perdoar assim como Deus nos perdoou.

O perdão não é um sentimento, mas uma decisão. Se esperarmos sentir von-


tade de perdoar, jamais perdoaremos. Mas se perdoarmos em obediência
ao mandamento de Jesus, ficaremos livres de ressentimentos, iras, rancores,
ódio e tudo mais que nos prende ao passado.
“Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos
outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pes-
soa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos
outros.” (Colossenses 3:13 – NTLH)

Cristo nos libertou de tudo o que nos prende ao passado!

Na cruz Cristo nos livrou de toda maldição! Ele nos liberta perdoando nossas
ofensas, e também nos levando a perdoar os que nos ofenderam.

Para que sejamos libertos, é necessário identificar-mos hábitos, práticas e


ideias do passado e tomarmos uma posição de fé e de ação prática, em obe-
diência à Palavra.

Precisamos perdoar a nós mesmos por tudo o que fizemos de errado na nos-
sa ignorância ou teimosia, porque Deus já nos perdoou. E também temos que
perdoar os nossos ofensores para ficarmos totalmente livres.

Passos práticos para uma vida livre do passado:


60
1º Renúncia a doutrinas, práticas e objetos ligados a outros deu-
ses e crenças
siga-me

Nada pode concorrer com a nossa fé em Cristo. O Senhor quer 100% de nós;
do mesmo modo como podemos contar com o 100% dEle. Jesus disse em
João 14:6 (NTLH): “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode che-
gar até o Pai a não ser por mim.”

Os discípulos da cidade de Tessalônica também tomaram providências em


relação ao passado deles, por causa da Nova Vida em Cristo.

“Todas as pessoas desses lugares falam da nossa visita a


vocês e contam como vocês nos receberam bem e como vo-
cês deixaram os ídolos para seguir e servir ao Deus vivo e
verdadeiro.” (1 Tessalonicenses 1:9 – NTLH)

Muitas pessoas têm objetos e imagens ligadas a Jesus. Tem algum proble-
ma? A Bíblia diz assim:

“Não faça imagens de nenhuma coisa que há lá em cima


no céu, ou aqui embaixo na terra, ou nas águas debaixo da
terra. Não se ajoelhe diante de ídolos, nem os adore, pois eu,
o SENHOR, sou o seu Deus e não tolero outros deuses (...).”
(Êxodo 20:4-5 – NTLH)
E não há imagem comprovada do rosto de Jesus. Nós o vemos pela fé.

“Ao Rei eterno, imortal e invisível, o único Deus — a ele sejam


dadas a honra e a glória, para todo o sempre! Amém.” (I Ti-
móteo 1:17 – NTLH)

2º Acerto com pessoas ofendidas ou prejudicadas

Paulo tinha perseguido e maltratado muita gente. Reconheceu seu pecado


contra Deus e os homens. Se você ofendeu ou prejudicou alguém durante a
sua vida, essa situação precisa ser resolvida. Se foi uma ofensa, peça perdão
a Deus e também à pessoa. Se foi uma dívida, quite-a ou renegocie. Se foi um
empréstimo, faça a devolução.

Mas, e se você for a pessoa ofendida? Jesus mostrou um único caminho: PERDOAR.

3º Abandono ou regularização de relacionamentos impróprios

O mundo de hoje é permissivo. Tudo é certo e nada é errado, desde que


você seja feliz. A Bíblia não ensina isso. O inferno estará cheio de gente feliz
segundo os padrões humanos e o céu cheio de gente que talvez não tenha
61
tido tanto esse tipo de felicidade, mas muita santidade, juntamente com a ale-
gria que vem por uma vida vivida de acordo com a Palavra de Deus. A Bíblia

siga-me
mostra o que é certo ou errado.

Temos que preservar e melhorar os relacionamentos afetivos. O casamento


é o mais importante de todos, porque afeta o casal e os filhos e, assim, afeta
a família, que afeta todo o mais.

“Então o SENHOR Deus fez com que o homem caísse num


sono profundo. Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das
suas costelas e fechou a carne naquele lugar. Dessa costela
o SENHOR formou uma mulher e a levou ao homem. Então
o homem disse: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e
osso dos meus ossos. Ela será chamada de ‘mulher’ porque
Deus a tirou do homem.” É por isso que o homem deixa o seu
pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se
tornam uma só pessoa.” (Gênesis 2:21-24 – NTLH)

O casamento envolve um homem e uma mulher que têm condições de deixar


a provisão de seus pais e formar uma nova família. O casal deve firmar um
pacto de aliança (até que a morte os separe) e buscar a bênção de Deus,
envolvendo um cerimonial público (cartório e igreja), com testemunhas, um
ministro evangélico e convidados.
A lei brasileira reconhece a união estável, que são casais que se ajuntam sem
o formato dos votos nupciais e a bênção de Deus perante testemunhas, mas
que perante a lei tem os mesmos direitos civis de pessoas casadas.

Entretanto, biblicamente, é necessária a união diante do Senhor. Recomen-


damos aos casais nesta condição que regularizem a situação em cartório e
façam uma cerimônia reservada para a troca de alianças e liberação da bên-
ção de Deus por um ministro. Não há necessidade do aparato religioso típico
do casamento de jovens solteiros.

“A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma.”


(Provérbios 10:22 – NVI)

“Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de


Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ído-
los, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os avaren-
tos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão
parte no Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas
foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus
e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Es-
pírito do nosso Deus.” (1 Coríntios 6:9-11 – NTLH)
62
Deus é Santo e seus filhos são igualmente santos
siga-me

“Porque as Escrituras Sagradas dizem: “Sejam santos por-


que eu sou santo.” (1 Pedro 1:16 – NTLH)

Santo não significa uma pessoa perfeita ou canonizada. Os santos, na Bíblia,


são todos aqueles cuja vida está separa da para o serviço e amor a Deus. Os
santos são os cristãos sinceros que ganharam a nova vida em Cristo.

Por isso, a Bíblia condena a imoralidade sexual (prática sexual entre pesso-
as solteiras; ou solteira com uma pessoa casada – pecado de fornicação),
o adultério (prática sexual entre pessoas casadas cujo parceiro não seja o
seu cônjuge) e a homossexualidade (prática sexual entre pessoas do mesmo
sexo, que é um pecado contra Deus, uma vez que Ele criou homem e mulher
para a vida a dois, visando a família).

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de


Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1:27 – RA)

A Bíblia ensina mais em 1 Coríntios 6:18 (NTLH): “Fujam da imoralidade sexual!”.

Deus odeia o pecado, mas ama o pecador e tem expectativa em sua conversão!
Nós, cristãos, não admitimos preconceito, discriminação ou violência contra
alguém que tenha optado por um caminho contrário a Palavra de Deus. Nos-
sa missão envolve oração e amor ágape (incondicional). O que Jesus fez com
os adúlteros e prostitutas de sua época? Ele acolheu os que o procuraram e
os ajudou a enxergar a vontade perfeita de Deus.

4º Abandono de vícios e práticas impróprias

Todo vício é escravizador. Paulo dizia assim:

“Alguém vai dizer: “Eu posso fazer tudo o que quero.” Pode,
sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: “Pos-
so fazer qualquer coisa.” Mas não vou deixar que nada me
escravize.” (1 Coríntios 6:12 – NTLH)

O texto é claro e mostra a diferença entre o perigo do vício e a bênção do


domínio próprio, ou seja, de ser governado pelo Espírito Santo.

“Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça;


mas encham-se do Espírito de Deus.” (Efésios 5:18 – NTLH)
63
Cigarro, álcool, maconha, cocaína, crack, sexo, comida, bebida, pornografia,

siga-me
jogos, maledicência, mentira, ira e outros males formam uma lista de vícios
comuns e destrutivos – isto é, chamado na Bíblia de “obras da carne”. O
oposto a essas atitudes é o Fruto do Espírito, a manifestação da vida do Espí-
rito através das atitudes de uma pessoa.

“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual,


impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discór-
dia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; em-
briaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como
antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não
herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor,
alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com
as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito,
andemos também pelo Espírito. Não sejamos presunçosos,
provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros.”
(Gálatas 5:19-26 - NVI)

“Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle tam-


bém a nossa vida.” (Gálatas 5:25 – NTLH)
Refletindo
Eu ainda guardo objetos ou pratico atos religiosos de adoração a outros deuses?
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Tem alguém que preciso perdoar?


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Eu preciso perdoar a mim mesmo?


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Estou envolvido em algum relacionamento impróprio?


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64 ___________________________________________________________

Existem vícios em minha vida ou pecados repetitivos que precisam de libertação?


siga-me

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Aplicando
Jesus tem todo o poder. Ele libertou você de todo o seu passado, perdoando
seus pecados e dando a você o poder de abandoná-los, porque agora você
tem uma nova vida.

Como cristão, você pode colocar sua vida em ordem e ficar livre de qualquer
mal destrutivo. Se tem alguma coisa a acertar ou alguém a perdoar, confesse
e acerte.

Confesse a palavra de perdão e libertação. Não aceite mais estas coisas em


sua vida, e peça ajuda do Espírito Santo para mudar onde é necessário.

Algumas coisas acontecem instantaneamente, outras demoram um pouco.


Depende de cada pessoa e situação. Mas você tem que decidir o que não
deseja mais em sua vida, e pedir ajuda ao Espírito Santo e aos seus amigos.
Está disposto(a) a fazer isso?
O Desenvolvimento
da Nova Vida
O Desenvolvimento
da Nova Vida
Aprendendo – Desenvolvimento
Vamos olhar para o desenvolvimento humano? As etapas da vida humana
são: infância, adolescência, fase adulta e velhice. Entre a infância e a adoles-
cência há a puberdade, uma fase de transição, quando se iniciam as mudan-
ças no corpo, graças à ação de alguns hormônios.

Vamos falar de Maturidade Espiritual?


Tudo que tem vida se desenvolve. Na Nova Vida em Cristo também é assim.
Tanto no plano físico quanto no emocional, Deus quer que cresçamos e che-
guemos a estágios mais elevados de maturidade espiritual.
67
“Quando eu era criança, falava como criança, sentia como
criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, pa-

siga-me
rei de agir como criança.” (1 Coríntios 13:11 – NTLH)

A Bíblia fala de três estágios da maturidade cristã: os filhinhos, os jovens e


os pais. A maturidade cristã se mede pela capacidade de nos relacionarmos
com Deus e com os outros. O bom relacionamento vertical (com Deus) defini-
rá o bom relacionamento horizontal (com as pessoas).

1º Estágio: OS FILHINHOS

“Filhinhos, escrevo a vocês porque os seus pecados são per-


doados por causa de Cristo. (...) Escrevo a vocês, filhinhos,
porque conhecem o Pai.” (1 João 2:12 e 14 – NTLH)

O termo filhinhos representa cristãos como crianças que brincam e choram ao


mesmo tempo. Descobriram que são aceitos por Cristo e têm um Pai Amoroso
que lhes perdoou os pecados. É a fase do primeiro amor e do encanto. Os filhi-
nhos ainda estão focados nos seus próprios interesses. Querem ser batizados,
estão animados com a igreja, com a célula, com os ministérios, apesar do pouco
conhecimento bíblico. Eles precisam de cuidados especiais, pois ainda são ima-
turos e estão expostos ao engano do inimigo (Satanás) e às pequenas situações
que enfrentarão na vida cristã e na convivência com outros irmãos. Os filhinhos
ainda acham tudo perfeito e o verbo que os caracteriza nesta fase é RECEBER.
Imagine um bebê vivendo por si só, sem os pais. Na natureza, certos animais dão
os primeiros passos no dia em que nascem e conseguem viver com menos de-
pendência. O ser humano não é assim. Deus nos planejou dependentes d’Ele e
de outras pessoas que possam nos amar, servir e ajudar durante a jornada cristã
por toda a vida. Deus nos criou para viver sempre em relacionamento.

2º Estágio: OS JOVENS

“Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A mensagem de


Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno.” (1 João
2:14b – NTLH)

O termo jovens representa os cristãos como pessoas fortes e em pleno cres-


cimento. Já com certa maturidade espiritual, começam a compreender seus
deveres como seguidores de Jesus.

“— Venham a mim, todos vocês que estão cansados de car-


regar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. (...)
Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que
eu ponho sobre vocês é leve.” (Mateus 11:28 e 30 – NTLH)
68
Os jovens estão focados na meditação e no estudo diário da Palavra de Deus
e na oração como fonte de força e coragem para vencer o maligno. Foi assim
siga-me

com Davi que disse:

“Tu me dás força para atacar os meus inimigos e poder para


vencer as suas defesas. Este Deus faz tudo perfeito e cum-
pre o que promete. Ele é como um escudo para os que pro-
curam a sua proteção.” (Salmos 18:29-30 – NTLH)

Davi confiava na Palavra de Deus. Por isso destruiu o gigante Golias com
uma pedra. Nesta fase estão em treinamento e desenvolvimento. Davi estava
treinado na arte de usar uma funda, por isso seu tiro no gigante foi certeiro.
Ligados a pessoas mais experientes (que são os pais, último estágio), os jo-
vens recebem e oferecem cuidados, além do compromisso com a missão:

“Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que


sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a
obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem
disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tem-
pos.” (Mateus 28:19-20 – NTLH)

É a fase do compromisso com a missão e o verbo que os caracteriza é REA-


LIZAR.
3º Estágio: OS PAIS

“Pais, escrevo a vocês porque conhecem aquele que existiu


desde a criação do mundo.” (1 João 2:13a – NTLH)

O termo pais, último estágio da maturidade cristã, representa os cristãos que


geram, cuidam e ajudam seus filhos na fé a crescerem. Os filhos naturais mu-
dam a vida dos pais, e o mesmo vale para os pais espirituais que têm filhos
na fé; eles estão focados no progresso destes filhos. Pensam neles o tempo
todo e sabem de suas responsabilidades. Os filhinhos e os jovens aprendem
a andar na fé cristã com o bom exemplo de amor e serviço dos pais.

Os pais são os cristãos que experimentaram a soberania de Deus e a recom-


pensa por toda prática de obediência e fé. A maturidade dos pais veio do
crescimento em Deus nas lutas e vitórias.

Exemplo: Paulo era pai na fé de Timóteo

“(...) escrevo a você, Timóteo, meu verdadeiro filho na fé (...).”


(1 Timóteo 1:2 – NTLH)
69
“(...) Que essas palavras sejam as suas armas para que você
possa combater bem.” (1 Timóteo 1:18 – NTLH)

siga-me
A esperança dos cristãos na categoria de pais é uma só:

“Desse modo todos nós chegaremos a ser um na nossa fé e


no nosso conhecimento do Filho de Deus. E assim seremos
pessoas maduras e alcançaremos a altura espiritual de Cris-
to.” (Efésios 4:13 – NTLH)

O verbo que caracteriza os pais é FORMAR.

Vamos falar de Visão?


Ter visão é fundamental para o nosso desenvolvimento como pessoas ou como
Igreja. Sem visão ninguém vai a lugar nenhum. A Igreja reúne pessoas em tor-
no de um mesmo objetivo e precisa ter uma visão clara e bíblica. A visão indica
o que a Igreja quer ser e o caminho a seguir. Visão é “uma imagem do futuro
que produz paixão nas pessoas.” - Bill Hybels. A visão não indica o que somos
hoje, mas o que poderemos ser no futuro com o comprometimento de todos.

“E o SENHOR Deus disse: “Escreva em tábuas a visão que


você vai ter, escreva com clareza o que vou lhe mostrar, para
que possa ser lido com facilidade.” (Habacuque 2:2 – NTLH)
A visão da Comunidade da Graça é Uma igreja-família, vivendo o amor de
Cristo, alcançando o próximo e formando discípulos.

UMA IGREJA FAMÍLIA


Não significa uma Igreja que se preocupa somente com a família ou que fala/
ministra apenas sobre família.

Significa uma Igreja que é como uma família, onde as pessoas têm relacio-
namentos de aliança e fidelidade, se preocupam umas com as outras, e os
mais maduros cuidam e ensinam os mais jovens. É a família de Deus na terra.

“Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem


visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo
de Deus e são membros da família dele.” (Efésios 2:19 – NTLH)

VIVENDO O AMOR DE CRISTO


A Igreja é um lugar de aceitação, não de exclusão. As pessoas são amadas
sem distinção.
70
“Vivendo o amor de Cristo” significa amar e servir as pessoas como o próprio
siga-me

Jesus faria, pois a Igreja é o corpo cuja cabeça é Cristo.

“Ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais
para si mesmos, mas vivam para aquele que morreu e foi res-
suscitado para a salvação deles.” (2 Coríntios 5:15 – NTLH)

“E este é o seu mandamento: Que creiamos no nome de seu


Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como
ele nos ordenou.” (1 João 3:23 - NVI)

ALCANÇANDO O PRÓXIMO
A missão da Igreja, como vista anteriormente, é ir e alcançar a todos os ho-
mens, fazendo deles discípulos (aprendizes) de Jesus Cristo, levando-os a
um íntimo relacionamento com Ele.

Alcançar o próximo significa evangelizar as pessoas com as quais nos rela-


cionamos, a partir de nossa família (cônjuge, filhos), amigos, familiares, cole-
gas de escola, de trabalho, vizinhos, e assim por diante.

“(...) Ame os outros como você ama a você mesmo.” (Mateus


22:39 – NTLH)
“Porque o Filho do Homem veio salvar quem está perdido.”
(Mateus 18:11 - NTLH)

E FORMANDO DISCÍPULOS
O propósito principal da Igreja é fazer discípulos, pessoas que são semelhan-
tes a Cristo em seu caráter e obras, e que têm o Espírito Santo habitando em
seus corações.

Para isso, é necessário ensinar aos novos tudo o que Jesus nos deixou.

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-


os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-
os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que
estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”
(Mateus 28:19-20 – RA)

A Comunidade da Graça tem como visão fazer de cada membro um discípulo.


Uma pessoa madura, capaz de amar a Deus, viver em amor, também alcan-
çando a outros, fazendo deles discípulos de Cristo.

A Igreja é definida no Novo Testamento como A Família de Deus (Efésios 71


2:19) ou como O Corpo de Cristo.

siga-me
“Assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só
corpo por estarmos unidos com Cristo. E todos estamos uni-
dos uns com os outros como partes diferentes de um só cor-
po.” (Romanos 12:5 – NTLH)

As palavras FAMÍLIA e CORPO sugerem unidade, cooperação, dependência,


ligação, relacionamento, compromisso. Note a oração de Jesus:

“E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, es-
tás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os
que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo
creia que tu me enviaste.” (João 17:21 – NTLH)

Na família de Deus todos são bem-vindos. Igreja-família não significa uma


Igreja formada por gente de famílias perfeitas, muito menos por pessoas per-
feitas, mas sim que somos a família de Deus na terra.

Em uma família temos os filhinhos, os jovens e os pais. O mesmo se dá na


família de Deus. E cada família procura fazer com que cada um de seus mem-
bros tenha o melhor, se desenvolva, e atinja seu propósito na vida.
A Comunidade da Graça, em sua visão, simplesmente declara com outras pa-
lavras que deseja obedecer ao mandamento do Senhor, ganhando pessoas,
fazendo delas discípulos que vivem em amor. Para fazer isso a Comunidade
tem um modelo, uma maneira, para ensinar e treinar as pessoas, que inclui:
• As reuniões de celebração (cultos) e ministérios;
• As células;
• O discipulado;
• Os treinamentos, encontros e ensinos do programa IDE – Integrar, De-
senvolver, Enviar.

As células

Você já viu o voo de uma águia? Suas asas são longas e juntas, dão a ela
leveza e capacidade para que atinja os voos mais altos. Como cristãos, nós
dispomos de “duas asas” para voar na fé cristã: os cultos de celebração, aos
domingos, representam uma delas; e as células, a outra.

”Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas


suas casas partiam o pão e participavam das refeições com
72 alegria e humildade.” (Atos 2:46 – NTLH)
siga-me

A célula constitui a menor partícula do corpo humano com grande capacida-


de de multiplicação. A semelhança vale para a vida da Igreja. A célula, ou o
grupo menor, é uma extensão da Igreja nos lares. Um grupo com até 15 pes-
soas, que estarão sob os cuidados de um dirigente e auxiliares devidamente
instruídos para o serviço em amor; eles levam a visão da Igreja às casas.

As células são uma excelente oportunidade de encontro dos cristãos fora do


ambiente do prédio para exaltar a Deus, edificar-se mutuamente e alcançar
outros para Jesus. Não é um método moderno da Igreja atuar. Os primeiros
cristãos já viviam assim.

“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos


apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos
e fazendo orações. (...) Todos os que criam estavam juntos
e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham. (...)
Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas
suas casas partiam o pão e participavam das refeições com
alegria e humildade. Louvavam a Deus por tudo e eram es-
timados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as
pessoas que iam sendo salvas.” (Atos 2:42-47 – NTLH)
Cristo: A base da Célula

Foi o próprio Jesus quem declarou:

“(...) onde dois ou três estão juntos em meu nome, eu estou ali
com eles.” (Mateus 18:20 – NTLH)

A célula só existe por causa de Jesus. Sua presença, Seu poder e Seu propó-
sito se manifestam na célula, através das pessoas ali reunidas.

Os três P’s compõem a grande bênção de Cristo estar entre os irmãos.

Sua presença libera cura, libertação e direção aos membros do grupo.

Seu poder produz o fortalecimento da fé para enfrentar os desafios da vida.

Seu propósito leva as pessoas a comunicarem o amor de Jesus e Seu poder


a outras pessoas, que passam também a fazer parte da célula.

Como resultado disso a célula tem que se multiplicar em outra, para que to-
dos continuem crescendo e experimentando esses três P’s. 73
“Portanto, queridos irmãos, continuem fortes e firmes. Con-

siga-me
tinuem ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem
que todo o seu esforço nesse trabalho sempre traz proveito.”
(1 Coríntios 15:58 – NTLH)

Pergunta: Que benefícios a célula traz para as pessoas que a frequentam?

Os cultos e ministérios

Além das reuniões públicas de pregação e ensino da Palavra (os cultos), há


diversos programas realizados pelos ministérios.

A igreja deve se organizar de modo a dar oportunidade para que os grupos


homogêneos se encontrem e as pessoas sejam ainda mais fortalecidas na fé.
Grupos homogêneos são aqueles grupos que reúnem pessoas de uma mes-
ma categoria. O ser humano é um ser sociável e gosta de estar em “tribo”,
por faixa etária. Os ministérios variam de igreja para igreja conforme o seu
tamanho, mas geralmente são: Crianças (de 2 a 11 anos), Juniores (de 12 a 14
anos), Adolescentes (de 15 a 17 anos), Jovens, Adultos, Casais, Melhor Idade,
Homens, Mulheres, Surdos e etc.
Os ministérios devem priorizar encontros criativos e dinâmicos de inspiração
e reforço dos princípios da igreja-família cuja base está nos relacionamentos
em amor.

Através dos ministérios os grupos homogêneos também crescem do ponto


de vista espiritual, humano e social. Os ministérios cooperam com as células,
que também cooperam com os ministérios, formando uma grande rede de
inclusão de novos cristãos na família. Os grupos homogêneos concentram
força ativa e criativa de novos dons e talentos. Ambos, células e ministérios,
devem trabalhar em prol do maior desafio da igreja: integrar, desenvolver e
enviar os novos cristãos para a mesma vida e serviço de Jesus.

O discipulado

A palavra discipulado vem do latim discipulatu e significa “aprender”, “apren-


dizagem”. Percebe-se, então, que o discipulado é um processo de ensino-
-aprendizagem, onde o que ensina aprende com o que é ensinado, e vice-
-versa. O objetivo é formar novos discipuladores, já que a visão de ganhar
almas para o Reino de Deus, aprimorada por Jesus, não pode parar.

Todo o trabalho espiritual da Igreja através das células e dos ministérios tem
74
que convergir para a construção de relacionamentos fraternos e com propó-
sito. O discipulado de Jesus com seus doze discípulos foi assim. Jesus não
siga-me

fundou uma escola de discipulado; não havia uma classe com aulas sistemá-
ticas e material didático sobre discipulado. Jesus andou com seus discípulos;
conviveu natural e intensamente com eles durante três anos. Tornaram-se
amigos ao ponto de saber quando um ou outro passava por dificuldade. Não
foi à toa que seus discípulos deram sequência ao trabalho do Mestre.

Isso não elimina a necessidade da Igreja treinar seus membros para o ministério
através de recursos específicos. Mas o discipulado trata da vida pessoal. Jesus,
ao final do Seu ministério aqui na terra, chamava seus discípulos de amigos.

Jesus deu o formato exato do que consiste o discipulado no texto da Grande


Comissão:

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, bati-


zando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho orde-
nado. E eis que estou convosco todos os dias até a consuma-
ção dos séculos.” (Mateus 28:19-20 – RA)
Que conclusões tiramos desse texto?

• A 1ª ordem é ir (“Ide”). Ir é sair do lugar, tomar a iniciativa de ir até as pesso-


as com compaixão para levar as boas novas do Reino de Deus;

• A 2ª ordem é façam discípulos (“fazei discípulos”), ou seja, tenha disposi-


ção e renúncia para se relacionar bem com as pessoas, invista tempo para
estar com elas em casa e na Igreja, ande pacientemente com elas e ensi-
ne-as, através do exemplo, a viverem de acordo com o que a Bíblia ensina;

• A 3ª ordem é batizando-as, que é o desafio de levar as pessoas a assumi-


rem um compromisso público com Jesus, testemunhando que agora têm
uma nova vida;

• A 4ª ordem está relacionada com o conteúdo do discipulado – o assunto


central do discipulado; ensinem as pessoas a guardarem as coisas que eu
tenho posto como mandamento e orientação – que são os ensinamentos
de Jesus contidos nos quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João,
além da sequência natural do Novo Testamento.

O discipulado é o relacionamento entre pessoas que amam a Cristo, apren-


deram a andar juntas, vivendo como Jesus viveu com seus discípulos, en- 75
frentando os desafios do dia a dia e alcançando outras pessoas para o Reino

siga-me
de Deus. À luz das Escrituras, o trabalho do discipulador e do discípulo é
simples: imitar a Cristo. O apóstolo Paulo disse assim:

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1


Coríntios 11:1 – RA)

O discipulador não deve formar pessoas iguais a si mesmo. Até porque so-
mos totalmente diferentes uns dos outros. Deus nos fez assim e esta diversi-
dade é maravilhosa. O discípulo também não deve procurar ser igual ao seu
discipulador. O alvo é nos parecermos com Cristo!

Para isso contamos com o exemplo de vida, a oração e as orientações em


amor do nosso discipulador. Não desprezamos o fato de que a convivência
nos torna, até certo ponto, parecidos. Mas sejamos parecidos naquilo que é
bom. Entretanto, o alvo é parecermo-nos com Cristo.

Jesus, o maior de todos os discipuladores, lavando os pés de seus discípulos,


inclusive Judas, o traidor, disse:

“Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vo-


cês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo
para que vocês façam o que eu fiz.” (João 13:14-15 – NTLH)
Refletindo
Em que estágio de maturidade cristã você está? O que precisa ser feito para
mudar de estágio?
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Você já faz parte de uma célula? Se não, por quê?


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Você tem um discipulador, um amigo mais maduro que te acompanha na fé cristã?


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siga-me

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Você está participando do IDE – já fez alguma etapa?


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Aplicando
Quais ações práticas você vai tomar para desenvolver a sua maturidade cris-
tã a partir de agora? (Tempo devocional, conversar com pessoas mais ma-
duras, etc.)
77

siga-me

A Alegria de uma
Vida em Comunidade
A Alegria de uma
Vida em Comunidade
Aprendendo – Os Três Mosqueteiros
O Francês Alexandre Dumas escreveu um romance intitulado “Os Três Mos-
queteiros”. Um jovem abandonado de 18 anos, chamado D’Artagnan vai a
Paris para se tornar membro da elite da guarda do rei. Ele conhece três mos-
queteiros inseparáveis - Athos, Porthos e Aramis. Juntos, enfrentam grandes
aventuras a serviço do rei da França, Luiz XIII e da rainha Ana de Áustria.

Você se lembra de qual era o lema dos Três Mosqueteiros? Por que é bom
viver na companhia de outros?

O lema “Um por todos e todos por um” da obra de Alexandre Dumas nos
lembra de um princípio bíblico: 79
“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto:

siga-me
um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu
por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressusci-
tou.” (2 Coríntios 5:14-15 – RA)

O texto revela duas verdades:


1ª verdade: O amor de Cristo na cruz também teve por finalidade a nossa
morte. Cristo nos substituindo na cruz é uma meia verdade bíblica. Nossa
cultura religiosa nos ensinou assim. Mas o texto diz mais: nós morremos com
Ele. Então, a verdade completa é que Cristo me substituiu e me incluiu na Sua
morte e ressurreição. Com que finalidade? Para que uma vez mortos para o
pecado, o diabo e o mundo, possamos, do mesmo jeito que Cristo, viver para
Deus. UM POR TODOS E TODOS POR UM.

”Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do


batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma
vida nova.” (Romanos 6:4 – NVI)

2ª verdade: Existem dois grupos de pessoas: os egoístas e os altruístas. Os


egoístas são aqueles que vivem e só pensam em si mesmos. A palavra ego,
do latim, significa o eu de cada indivíduo; o solitário.
Já os altruístas, são aqueles que pensam mais nos outros do que em si mes-
mos. A palavra altruiste, do francês, significa as pessoas cujas ações bene-
ficiam a outros; os comunitários; os solidários; caridosos; abnegados, que
negam-se a si mesmos em favor de alguém. Jesus foi o maior de todos os
altruístas. Dedicou-se em favor de todos e deu a própria vida em resgate da
humanidade.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida


pelos seus amigos.” (João 15:13 – NVI)

Nós, seres humanos, por causa do pecado, nascemos egoístas.

“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se con-


tra a verdadeira sabedoria.” (Provérbios 18:1 – RA)

A Bíblia mostra o egoísta e o altruísta num mesmo texto:

“Que ninguém procure somente os seus próprios interes-


ses, mas também os dos outros.” (Filipenses 2:4 – NTLH)

O mesmo texto de Filipenses segue nos mostrando o altruísmo perfeito de Jesus:


80
“Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo
siga-me

Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou


ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo
o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se
assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum
de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até
a morte — morte de cruz. Por isso Deus deu a Jesus a mais
alta honra e pôs nele o nome que é o mais importante de
todos os nomes, para que, em homenagem ao nome de
Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos
mortos, caiam de joelhos e declarem abertamente que Je-
sus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai.” (Filipen-
ses 2:5-11 – NTLH)

Por isso, o Deus Pai veio mudar a nossa natureza egoísta através de Jesus.

“Deus faz que o solitário more em família; tira os cativos


para a prosperidade; só os rebeldes habitam em terra esté-
ril.” (Salmos 68:6 – RA)

Fomos originalmente criados para viver em comunidade, em uma vida co-


mum com outras pessoas através de relacionamentos sadios e com propósi-
to de abençoar a outros. Quando Cristo vem ser Senhor de nossa vida, então
nos tornamos pessoas plenamente sociáveis. Embora sejamos pessoas dife-
rentes umas das outras, o Reino de Deus funciona assim:

“Então peço que me deem a grande satisfação de viverem


em harmonia, tendo um mesmo amor e sendo unidos de
alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou
por desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes e
considerem os outros superiores a vocês mesmos.” (Filipen-
ses 2:2-3 - NTLH)

A vida que Deus planejou para nós é maravilhosa. Seguir a Jesus requer
conhecimento e obediência aos princípios bíblicos para uma vida em comu-
nidade. A vida com outros irmãos é uma fonte de saúde e crescimento.

A Ceia do Senhor
Uma das maneiras de celebrar a vida em comunidade é através da Ceia do
Senhor.

Jesus viveu com Seus discípulos no estilo “um por todos e todos por um”. Ele
tinha essa expectativa. Jesus amou Seus discípulos até o fim. Com exceção 81
de Judas que o traiu e João que morreu bem velhinho em Éfeso, todos os
demais deram a vida em prol do evangelho – tornaram-se mártires.

siga-me
“Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu
graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos,
dizendo: — Peguem e comam; isto é o meu corpo. Em se-
guida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois
passou o cálice aos discípulos, dizendo: — Bebam todos
vocês porque isto é o meu sangue, que é derramado em
favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que
garante a aliança feita por Deus com o seu povo.” (Mateus
26:26-28 – NTLH)

O texto de Mateus comprova que a Igreja é o corpo de Cristo, um corpo com-


posto por pessoas que estão comprometidas com a mesma obra de Cristo e
também umas com as outras. Jesus instituiu a CEIA para a Igreja.

Na ceia o PÃO representa o corpo de Cristo moído por nós, e o VINHO, o san-
gue de Cristo vertido na cruz. O PÃO PARTIDO simboliza a nossa morte com
Cristo e O VINHO DERRAMADO, a nossa ressurreição com Cristo.

Na Comunidade da Graça a ceia geralmente é celebrada no primeiro domin-


go de cada mês. Eventualmente pode ser celebrada na célula ou em outras
ocasiões especiais.
Quando os cristãos comem o pão e bebem o cálice, eles o fazem para:

• Lembrar de Cristo e do sacrifício na cruz (1 Coríntios 11:24-25);

• Anunciar a morte de Cristo até que Ele retorne (1 Coríntios 11:26);

• Declarar morte e ressurreição com Cristo (Colossenses 3:1 a 4);

• Assumir a continuidade do ministério de Cristo (1 Coríntios 11:23a);

• Renovar a aliança com os líderes e os irmãos (1 Coríntios 11:17-22).

A participação na Ceia envolve temor, entendimento e exame de consciência.


Como alguém se sentaria à mesma mesa do Santo Jesus com trajes sujos?
Os trajes sujos podem ser uma vida egoísta, falta de perdão, relacionamentos
quebrados, pecados ocultos. Quem faz isso atrai condenação sobre si mes-
mo. Paulo explica que esta falta de temor é a causa de tanta gente doente,
fraca e até espiritualmente morta dentro da Igreja.

“Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice


do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o cor-
po e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo,
82 e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e
bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua
siga-me

própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos


e doentes, e vários já dormiram” (1 Coríntios 11:27-30 – NVI)

25 Mandamentos Recíprocos
Jesus sabia que a vida em comunidade, no amor e serviço uns aos outros
seria um grande desafio para todos nós. Primeiro, porque, na maioria dos
casos, viemos de lares desajustados, onde os relacionamentos foram difí-
ceis e até rompidos. Segundo, porque Satanás odeia ver os irmãos de Cristo
relacionando-se com alegria, amor e serviço mútuo.

Deus, o Pai, vive em comunidade com o Filho e o Espírito Santo. Jesus viveu
em comunidade com seus doze discípulos. A Igreja primitiva viveu em comu-
nidade e Deus espera o mesmo de nós.

“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos


apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e
fazendo orações.” (Atos 2:42 – NTLH)

Pensando nisso, Jesus nos deixou 25 Mandamentos Recíprocos com o fim


de valorizar, proteger e contribuir para que vivamos uma união inabalável até
a Sua volta.
A. Mandamentos que valorizam os relacionamentos
• Amem-se uns aos outros - João 13:34;

• Aceitem-se uns aos outros - Romanos 15:7;

• Saúdem-se uns aos outros - 1 Coríntios 16:20;

• Tenham igual cuidado uns pelos outros - 1 Coríntios 12:24-25;

• Sujeitem-se uns aos outros - Efésios 5:18-21;

• Suportem-se (deem suporte) uns aos outros – Efésios 4:1-3.

B. Mandamentos que protegem os relacionamentos


• Não tenham inveja uns dos outros - Gálatas 5:25-26;

• Deixem de julgar uns aos outros - Romanos 14:13;

• Não se queixem uns aos outros - Tiago 5:9;

• Não falem mal uns dos outros - Tiago 4:11; 83


• Não mordam nem devorem uns aos outros - Gálatas 5:14-15;

siga-me
• Não provoquem uns aos outros - Gálatas 5:25-26;

• Não mintam uns aos outros - Colossenses 3:9-10;

• Confessem seus pecados uns aos outros - Tiago 5:16;

• Perdoem uns aos outros - Efésios 4:31-32.

C. Mandamentos que contribuem para o crescimento dos outros


• Edifiquem-se uns aos outros - 1 Tessalonicenses 5.11;

• Ensinem uns aos outros - Colossenses 3:16;

• Encorajem uns aos outros - Hebreus 3:12-13;

• Aconselhem-se uns aos outros - Romanos 15:14;

• Falem entre vocês com salmos, hinos e cânticos espirituais - Efésios 5:18-20.
D. Mandamentos de serviço
• Sirvam uns aos outros - Gálatas 5:13;

• Levem os fardos pesados uns com os outros - Gálatas 6:2;

• Sejam hospitaleiros uns com os outros – 1 Pedro 4:7-9;

• Sejam bondosos uns para com os outros - Efésios 4:31-32;

• Orem uns pelos outros - Tiago 5.16.

Refletindo
Estou sendo egoísta em meus relacionamentos? O que as pessoas que me
conhecem bem dizem sobre a forma como eu me relaciono com os outros?
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siga-me

Eu sou capaz de me submeter a outra pessoa, ouvindo e procurando enten-


der o que preciso melhorar?
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Eu tenho consciência do que significa tomar a ceia do Senhor? Faço isso de


forma religiosa ou entendendo meu compromisso com o corpo de Cristo (as
pessoas)?
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Quais dos mandamentos recíprocos eu tenho mais facilidade em cumprir?


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Aplicando
O que preciso mudar na minha forma de me relacionar com as pessoas?
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Como vou praticar os mandamentos recíprocos que tenho mais dificuldade?


O que vou fazer de prático?
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siga-me

A missão de
compartilhar a fé
A missão de
compartilhar a fé
Aprendendo - Missão
Madre Teresa de Calcutá foi uma das grandes personalidades do século XX.
Destacou-se por se dedicar aos pobres necessitados do mundo, especialmen-
te aos da Índia. Em 1979, dada a relevância e grande impacto de seu trabalho,
foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. Ela é um exemplo de abnegação
e serviço às pessoas. Assim também foram outros, como William Wilberforce
que lutou contra o tráfico de negros na Inglaterra, David Livingstone que foi um
médico e missionário inglês que deu sua vida em favor dos povos africanos,
George Miller um homem amável e sensível à necessidade dos órfãos.

Você já fez uma coisa relevante em favor de alguém? Como foi essa experi-
ência? Como se sentiu depois disso? 89
Lembrem das palavras do Senhor Jesus:

siga-me
“É mais feliz quem dá do que quem recebe’.” (Atos 20:35b - NTLH).

Aos ouvidos egoístas de nossa sociedade, essa frase pode soar estranha. O
que seria realmente melhor? Dar ou receber um presente? Segundo Jesus,
dar é melhor por duas razões:

1a Quem dá, pressupõe-se, está suprido para si mesmo, e tem o que repartir
com os outros. Ninguém pode dar o que não tem.

2a Foi cientificamente comprovado que o ato de dar traz mais satisfação à


alma do que o ato de receber. Quem recebe, muitas vezes, fica até sem
graça, mas quem dá transmite graça.

Deus tem uma natureza doadora. Paulo escreveu assim:

“Quem primeiro deu alguma coisa para Deus e depois rece-


beu?”. (Romanos 11:35 - NVI)

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Uni-
gênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha
a vida eterna.” (João 3:16 – NVI)
O dar sempre partiu de Deus. Um ditado popular diz: “Tal pai, tal filho”, ou
seja, os filhos tendem a se parecer com os pais em traços fisionômicos e tam-
bém de caráter. Não seria correto pensar que os filhos de Deus têm a mesma
natureza doadora de Deus?

Qual foi o maior presente que você já recebeu de Deus? A resposta de


quem já teve uma experiência de encontro com Jesus só pode ser uma: a
nova vida em Cristo e a salvação pela fé em Jesus, que inclui a vida eterna!
Que presente se iguala a esse? O que as pessoas levam desta vida quando
morrem?

Se a conversão a Cristo é a maior alegria que um ser humano pode experi-


mentar, levar uma pessoa a se converter a Cristo é uma alegria igual. É como
a alegria de gerar um filho. Já vimos, em um capítulo anterior, a alegria de
Paulo falando com Timóteo, seu filho na fé. Quando evangelizamos alguém,
levando o evangelho (as boas notícias de Cristo) e o nosso testemunho pes-
soal, este simples ato é capaz de transformar a vida de outra pessoa. O Espí-
rito Santo age quando fazemos isso. Então aquela pessoa se torna nosso(a)
filho(a) na fé.

90
A missão de evangelizar
siga-me

Evangelizar é levar o evangelho para alguém. Essa tarefa maravilhosa é a


resposta que damos à missão que Jesus nos deixou:

“Então Jesus chegou perto deles e disse: — Deus me deu


todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os
povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores,
batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho
ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês to-
dos os dias, até o fim dos tempos.” (Mateus 28:18-20 – NTLH)

Depois dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) - que contam o
nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus -, o livro de Atos dos
Apóstolos abre um novo cenário. Nele, antes de subir aos céus, Jesus disse:

”Quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês recebe-


rão poder e serão minhas testemunhas (...).” (Atos 1:8 – NTLH)

A profecia de Jesus sobre o poder do Espírito Santo para cada cristão tes-
temunhar diz respeito a todos nós. Jesus não está fisicamente na terra, mas
Seu Corpo, a Igreja, está. Com que propósito? De testemunhar das grande-
zas de Deus e de Seu Filho Jesus aos não alcançados.
O Espírito Santo, nosso Amigo, habitando em nós, dá-nos coragem, poder e
compaixão para ganhar pessoas para Cristo. Cada cristão é um ministro; um
servo de Deus. Paulo confirma isso:

“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mes-


mo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e
nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos
embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse
por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que
vos reconcilieis com Deus.” (2 Coríntios 5:18-20 – RA)

Cada um de nós é um ministro da reconciliação. Nosso trabalho cristão é le-


var Cristo às pessoas para que a inimizade e separação de Deus, provocadas
pelo pecado, se desfaçam. Que maravilha saber que somos embaixadores,
representando a embaixada do céu na terra.

“Jesus estava andando pela beira do lago da Galileia quando


viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chama-
do de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com
91
redes. Jesus lhes disse: — Venham comigo, que eu ensinarei
vocês a pescar gente.” (Mateus 4:18-19 – NTLH)

siga-me
Outras versões dizem: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de ho-
mens”.

Quatro maneiras de testemunharmos sobre Cristo:

1ª Através de uma vida digna

Francisco de Assis disse: “Pregue o evangelho o tempo todo; se necessá-


rio, use palavras”. O viver diário de acordo com a Palavra é o nosso maior
e primeiro testemunho. Não há nada tão nocivo para a igreja quanto o mau
exemplo de cristãos que não praticam o que a Bíblia ensina.

Uma vida digna consiste em praticar o que Jesus ensinou nos evangelhos:
falar a verdade em amor, não dever nada a ninguém, amar e servir a todos,
andar na luz (vida transparente sem coisas escondidas), não ser maledicente
ou julgar as pessoas, jamais promover divisão entre os irmãos, ser generoso,
perdoar e não guardar rancor, e tantas outras coisas práticas.

“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cris-


to (...) que estais firmes em um só espírito, como uma só alma,
lutando juntos pela fé evangélica.” (Filipenses 1:27 – RA)
2ª Através da amizade

Nosso novo coração deve estar aberto e receptivo às pessoas, independen-


temente da fé que professam. A Bíblia ensina a não amarmos o mundo (1
João 2:15), isto é, o sistema de valores e práticas que vão contra os ensina-
mentos bíblicos. Mas a Bíblia nos manda amar o próximo. Deus não ama o
pecado, mas ama o pecador.

Como cristãos, somos contra o fundamentalismo religioso que leva a pessoa


a um extremismo que julga e condena os que não pensam igual. Jesus era
chamado de amigo dos pecadores. Ele não concordava com o estilo de vida
que eles que tinham, mas sentava-se com eles a fim de apresentar o novo
Reino. O Cristo que vive em nós ama os pecadores.

“Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí


um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e peca-
dores!” (Lucas 7:34 – RA)

3ª Através do serviço

Precisamos sair da nossa zona de conforto e fazer algo prático e relevante


92
em favor de alguém que não conheça a Cristo.
siga-me

Exemplos: Ajudar a pessoa a lavar uma calçada, presenteá-la com algumas


frutas ou verduras que trouxemos da feira, oferecer um bolo, visitá-la num
momento de luta, oferecer carona, dispor-se a servi-la em qualquer situação.

”Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Se-


nhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus.”
(2 Coríntios 4:5 - NVI)

4ª Contando o milagre que Cristo operou em nós

Depois de uma vida digna, coração aberto e serviço prestado, ganhamos o


direito de falar com as pessoas. Aí sim será mais fácil elas ouvirem de nós o
que Jesus fez em nossa vida e quem agora somos em Cristo. Então podere-
mos levá-las a uma célula e em nossa Comunidade. Não basta convidar as
pessoas, precisamos fazer mais do que isso, precisamos levá-las.

“Ele retrucou: Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era


cego e agora vejo.” (João 9:25 – RA)

“(...) e o que ganha almas é sábio.” (Provérbios 11:30 – RA)


Refletindo
Como eu fui evangelizado? O que marcou a minha vida nesta fase?
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Em qual das quatro maneiras de evangelizar eu tenho mais facilidade?


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93
Aplicando

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Quais pessoas estou pensando em ganhar para Cristo? O que pretendo fazer?
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Como eu posso praticar as quatro maneiras de evangelizar no meu dia a dia?


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siga-me

A Transformação
do Caráter
A Transformação
do Caráter
Aprendendo - Obras inacabadas
Você se lembra de ter começado alguma coisa e ter abandonado no meio do
caminho? Que tipo de prejuízo você teve?

É impressionante o número de obras inacabadas nas cidades. Além do pre-


juízo que representam, elas comprovam falhas no processo. Falta de visão e
planejamento inadequado interrompem a obra. O ideal, para que ninguém saia
perdendo, é começar e terminar uma obra. Isso também vale para a nossa vida.
Não importa como começamos, o mais importante é como terminamos!

A conversão a Cristo é a maior experiência que um ser humano pode ter.


Entretanto, como começamos não é a grande questão. O que mais importa é 97
como terminamos, como chegaremos ao final.

siga-me
Assim como é fundamental um bom planejamento em uma construção, a vida
cristã também requer cuidados. A jornada com Cristo é longa e com obstácu-
los e testes no caminho. Mas chegaremos no final. Jesus demonstrou esse
conceito – veja o texto abaixo:

“Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e


calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não
fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode
terminar a construção. Aí todos os que virem o que acon-
teceu vão caçoar dele, dizendo: “Este homem começou a
construir, mas não pôde terminar.” (Lucas 14:28-30 – NTLH)

Diferente de nós, tudo o que Deus começa, Ele termina. Sua disposição é tão
grande que envolve até o Seu trabalho em nossa vida.

“Pois eu estou certo de que Deus, que começou esse bom


trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que ele esteja
completo no Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6 – NTLH)

Deus está trabalhando em nós, e através de nós. No que depender de Deus,


chegaremos até o fim da jornada cristã e, quando Cristo voltar, nos levará
para junto d’Ele.
“E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei
e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam
também.” (João 14:3 – NTLH)

Mas e quanto a nós? E a nossa parte nisso? Que providências precisamos


tomar? Deus, o Pai, já nos gerou de novo em Cristo. Isto é um fato espiritual
já realizado e devemos tomar posse dele pela fé. Quando Jesus disse na
cruz: “Está consumado” (João 19:30), referia-se exatamente ao cumprimento
da vontade do Pai: gerar-nos de novo em Cristo, matando nossa natureza má
e perversa na Cruz!

Mas o nosso caráter, que significa a personalidade moral que temos, precisa
ser transformado. Alguns inimigos da vida cristã precisam ser enfrentados.
Eles eram nossos aliados antes de estarmos do lado de Jesus. Estes inimigos
são: a tentação, o mundo, a carne e o Diabo.

A tentação
Seremos tentados na vida cristã. Jesus foi tentado no início de seu ministério.

“Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser ten-
98 tado pelo Diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta
noites, teve fome. O tentador aproximou- se dele e disse: “Se
és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem
siga-me

em pães”. Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão vi-


verá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus’”. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na
parte mais alta do templo e lhe disse: “Se és o Filho de Deus,
joga- te daqui para baixo. Pois está escrito:“ ‘Ele dará ordens
a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão,
para que você não tropece em alguma pedra’”. Jesus lhe res-
pondeu: “Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor,
o seu Deus’”. Depois, o Diabo o levou a um monte muito alto
e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E
lhe disse: “Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares”.
Jesus lhe disse: “Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore
o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto’”. Então o Diabo
o deixou, e anjos vieram e o serviram.” (Mateus 4:1-11 - NVI)

Satanás conhece nossa área de fraqueza humana. Jesus orou assim:

“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal (...).”


(Mateus 6:13 – NVI)

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na


verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41 – RA)
Tiago foi além, dizendo:

“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; por-


que Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a nin-
guém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua pró-
pria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça,
depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado,
uma vez consumado, gera a morte.” (Tiago 1:13-15 – RA)

O pecado mata e ele sempre começa com a tentação. A escada da tentação


tem três degraus: cobiça, pecado e morte. A cobiça começa nos olhos; na-
quilo que vemos. Ninguém cobiça o que não vê. Por isso precisamos guardar
os nossos olhos:

“Não porei coisa injusta diante dos meus olhos (...).” (Salmos
101:3 – RA)

“Os olhos são como uma luz para o corpo: quando os olhos
de vocês são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém,
se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de
escuridão. Assim, se a luz que está em você virar escuridão,
99
como será terrível essa escuridão.” (Mateus 6:22-23 – NTLH)

siga-me
Somos nós que damos lugar à tentação. As tentações mais comuns estão re-
lacionadas com sexo, dinheiro, poder, pornografia, jogos, más amizades, de-
sobediência, rebeldia, maledicência, pensamentos impuros, raiva, vingança,
ódio, inconstância e procrastinação (deixar certas coisas importantes sempre
para depois).

Qual é a saída para a tentação?

A saída para a tentação é a confissão. Quem guarda uma tentação tende a


ser destruído por ela. Quem não confessa uma tentação agora, mais tarde
terá que confessar um pecado. O que é mais fácil fazer?

“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará;


mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pro-
vérbios 28:13 – RA)

A confissão a Deus libera o perdão.

“Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele


cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele per-
doará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.”
(1 João1:9 – NTLH)
A confissão a um irmão ou irmã mais experiente libera a cura.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e fa-


çam oração uns pelos outros, para que vocês sejam curados.
A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito po-
der.” (Tiago 5:16 – NTLH)

O mundo
Na perspectiva bíblica, o mundo não é o planeta e nem a sociedade em que
vivemos, mas um sistema de princípios, valores e práticas contrários à vonta-
de de Deus. É o estilo de vida das pessoas que não conhecem a Deus. Um
estilo geralmente exibido nos filmes, novelas, revistas, músicas, que incentiva
uma vida cheia de “felicidade” e conquistas, mas vazia de Deus e também
irresponsável, se importando somente consigo mesma.

Princípios: verdades fundamentais nas quais cremos e sobre as quais apoia-


mos nossa fé, vida, decisões, ideias, planos.

Valores: o que consideramos importante e aquilo a que damos prioridade.


100 Afetam a maneira como vemos as pessoas, relacionamentos, dinheiro, casa-
mento, trabalho, etc.
siga-me

Práticas: aquilo que fazemos no dia a dia, fruto dos princípios em que cre-
mos e do que passamos a valorizar e priorizar.

Sempre praticamos o que priorizamos. Priorizamos o que valorizamos. Va-


lorizamos as coisas que cremos serem importantes para nosso sucesso e
felicidade, baseados nos princípios em que cremos e apoiamos nosso en-
tendimento.

Por isso, quando passamos a apoiar nosso entendimento nos princípios da


Palavra de Deus, nossos valores e nossas práticas de vida são transformados
Exemplo: Acreditamos que Deus ouve e responde as orações. Orar é algo
que muda o destino de nossa vida, e consideramos a oração muito importan-
te. Prática: separamos um tempo diário para orar, conversando com Deus e
ouvindo Sua voz.

Quando somos alcançados por Jesus, deixamos de ser controlados pelos


valores e práticas deste mundo para pertencermos a Deus. Veja o que Jesus
disse a respeito de si mesmo e dos Seus discípulos:

“Assim como eu não sou do mundo, eles também não são.”


(João 17:16 – NTLH)
A Bíblia nos ensina a amar as pessoas, mas não o sistema deste mundo.

“Não amem o mundo, nem as coisas que há nele. Se vocês


amam o mundo, não amam a Deus, o Pai.” (1 João 2:15 – NTLH)

“Gente infiel! Será que vocês não sabem que ser amigo do
mundo é ser inimigo de Deus? Quem quiser ser amigo do
mundo se torna inimigo de Deus.” (Tiago 4:4 – NTLH)

Considerando que o mundo é um sistema de princípios, valores e práticas con-


trários à vontade de Deus, como vencê-lo? Só é possível através de uma trans-
formação da nossa mente, ou seja, começarmos a pensar como Deus pensa.

“Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas dei-


xem que Deus os transforme por meio de uma completa mu-
dança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vonta-
de de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a
ele.” (Romanos 12:2 – NTLH)

“Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no


coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com
101
toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espiritu-
ais; louvem a Deus, com gratidão no coração.” (Colossenses

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3:16 – NTLH)

A vontade de Deus está em Sua Palavra. Só mudamos nossa mente alimen-


tando-a com pensamentos que estejam de acordo com a Palavra de Deus - a
Bíblia. A Palavra de Deus tem o poder de mudar a nossa maneira de pensar.

“Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar con-


tra ti.” (Salmos 119:11 – NTLH)

“Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vo-


cês, nem os seus caminhos são os meus caminhos”, decla-
ra o Senhor. “Assim como os céus são mais altos do que a
terra, também os meus caminhos são mais altos do que os
seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que
os seus pensamentos.” (Isaías 55:8-9 – NVI)

Um colaborador de Paulo, chamado Demas, amou mais o mundo e abando-


nou o evangelho e também Paulo – Colossenses 4:14, Filemom 24.
A carne
Na perspectiva bíblica, carne é a natureza humana tendenciosa ao pecado, e
não o corpo humano (Atenção: em algumas versões mais antigas da Bíblia a
palavra carne é usada para corpo humano e em outros lugares também para
natureza carnal).

Por causa do pecado de desobediência de Adão e Eva, que resultou em mor-


te espiritual, o ser humano passou a ser governado pela carne.

“Quando o SENHOR viu que as pessoas eram muito más e


que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas, ficou
muito triste por haver feito os seres humanos. O SENHOR ficou
tão triste e com o coração tão pesado, que disse: — Vou fazer
desaparecer da terra essa gente, que criei, e também todos os
animais, os seres que se arrastam pelo chão e as aves, pois
estou muito triste porque os criei. Mas o SENHOR Deus apro-
vava o que Noé fazia” (Gênesis 6:5-8 – NTLH)

A carne representa a vontade do homem, uma vontade contrária à de Deus.


Mas quando recebemos a Cristo, pela fé, o Espírito Santo vem habitar em
102 nós exatamente para que consigamos fazer a vontade de Deus com alegria.
Antes de Cristo vivíamos assim:
siga-me

“(...) fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam


(...).” (Efésios 2:3 – NTLH)

A vida na carne e a vida no Espírito

“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espíri-


to, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com
o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Mas,
se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei.
Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual,
impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia,
ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embria-
guez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes
já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herda-
rão o Reino de Deus.” (Gálatas 5:17-21 – NVI)

Este texto descreve a vida na carne. Um estilo de vida comum entre aqueles
que não temem a Deus e ainda não receberam a Nova Vida em Cristo. Mas
Jesus nos chamou para um novo estilo de vida. Uma vida na dependência
total do Espírito Santo, nosso Amigo. Foi o que Paulo ensinou aos irmãos da
cidade de Galácia:
“Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum sa-
tisfarão os desejos da carne (...) o fruto do Espírito é amor,
alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.”
(Gálatas 5:16 e 22-23 – NVI)

Este texto descreve a vida no Espírito Santo; um estilo de vida comum entre
os filhos de Deus; aqueles que receberam do Pai um novo coração e um
novo espírito (Ezequiel 36:26-27).

A cruz de Cristo foi a providência de Deus contra a nossa natureza carnal:

“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com


as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito,
andemos também pelo Espírito.” (Gálatas 5:24-25 – NVI)

Que obra e que recursos maravilhosos Deus colocou à nossa disposição.


Não somos mais escravos do pecado e nem dominados por uma natureza
carnal. Cristo nos livrou disso na cruz.

Mas isso tudo não elimina uma constante vigilância, pois ainda habitamos em
103
um corpo humano limitado, fraco, e que retornará ao pó. Somos continua-
mente tentados e pressionados a voltar à antiga maneira de viver. O apóstolo

siga-me
João disse:

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se mani-


festou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele
se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos
como ele é.” (1 João 3:2 – NVI)

Um dia teremos o mesmo corpo glorificado de Jesus e viveremos em um lu-


gar onde a presença do diabo e do pecado não existirá mais. Mas, enquanto
não temos este corpo e não estamos neste lugar, devemos nos apropriar do
evangelho, da oração, do jejum e da comunhão com gente melhor do que nós
para que possamos sempre abrir o nosso coração e fechar portas para o diabo.

Embora libertos da carne, nós podemos, ao deixar de andar no Espírito, ser


tentados a praticar as obras da carne ou mesmo cair em algumas delas. Não
permita que isso aconteça com você.

O diabo
O diabo é um espírito maligno que se opõe a Deus e a seus filhos. Outro
nome dele é Satanás, que significa adversário; inimigo. O diabo é astuto e
usa as tentações para nos induzir ao pecado e assim nos afastar de Deus.
“Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de
vocês quer. Desde a criação do mundo ele foi assassino e
nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe
verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que
é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as men-
tiras.” (João 8:44 – NTLH)

“Não deem ao Diabo oportunidade para tentar vocês.” (Efé-


sios 4:27 – NTLH)

“Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vo-


cês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procuran-
do alguém para devorar.” (1 Pedro 5:8 – NTLH)

Como vencer o diabo?

Do mesmo jeito que Jesus o venceu. Usando a Palavra, a Armadura de Deus


e andando na luz! Quando o diabo tentou enganá-lo, Jesus usou três vezes a
expressão: “Está escrito”– referindo-se à Palavra de Deus (Mateus 4:4,7 e 10).
Outra forma de vencê-lo é vestido a Armadura de Deus:

104 “Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para fi-
carem firmes contra as armadilhas do Diabo. Pois nós não es-
tamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças es-
siga-me

pirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as


autoridades e os poderes que dominam completamente este
mundo de escuridão. Por isso peguem agora a armadura que
Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as
forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo
e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem
recuar. Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como
cinturão. Vistam-se com a couraça da justiça e calcem, como
sapatos, a prontidão para anunciar a boa notícia de paz. E
levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger
de todos os dardos de fogo do Maligno. Recebam a salvação
como capacete e a palavra de Deus como a espada que o
Espírito Santo lhes dá.” (Efésios 6:11-17 – NTLH)

Andar na luz é viver em comunhão com outros irmãos e sem coisas escondi-
das na nossa vida.

“Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andar-


mos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se,
porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos co-
munhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho,
nos purifica de todo pecado.” (I João 1:6-7 – RA)
Refletindo
Eu creio que já recebi a vitória sobre as tentações, o mundo, a carne e o dia-
bo, por meio de Cristo? Ou vivo com medo destas coisas?
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Eu tenho usado as armas espirituais para manter minha vitória sobre esses
inimigos? Leitura da bíblia, oração, comunhão com os irmãos.
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105
Aplicando

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Em quais áreas tenho sido tentado e, por vezes, caído? Como vou lidar com
isso? Tenho alguém com quem abrir meu coração e confessar, pedindo ajuda
e conselhos sábios? O que vou fazer quanto a isso?
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Quais são as coisas boas que comecei e não acabei em minha vida? Que
solução preciso dar para isso?
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siga-me

Uma Vida Próspera


Uma Vida Próspera

Aprendendo - Os Ovos de Ouro


“Um camponês e sua esposa tinham uma galinha que todo dia botava um
ovo de ouro. Motivados pela ganância, e supondo que dentro dela deveria
haver uma grande quantidade de ouro, resolveram sacrificar o pobre animal
para pegar tudo de uma só vez. Para surpresa dos dois, viram que a ave em
nada era diferente das outras galinhas de sua espécie. Assim, o casal de to-
los, desejando enriquecer de uma só vez, perdeu o ganho diário que já tinha
assegurado.” Fábula de Esopo – Escritor Grego.

Que lição você tira desta fábula?

Ninguém foi tão próspero como Jesus. A prova de Sua prosperidade estava 109
na relação com o Pai e na bênção que produzia na vida dos outros. Jesus foi
próspero no corpo, na alma e no espírito, mesmo sabendo que morreria na

siga-me
cruz. E uma curiosidade: Ele andou sobre a terra sem dinheiro e estimulou
seus discípulos a não levarem dinheiro para a jornada.

Os cobradores de impostos da época perguntaram a Pedro se Jesus pagava


imposto. Pedro disse a eles que sim. Chegando em casa, Jesus conhecendo
a situação, perguntou a Pedro: “O imposto é cobrado dos filhos ou dos es-
tranhos?”. “Dos estranhos” – respondeu Pedro. Jesus complementou: “Então
os filhos estão isentos de impostos Pedro. Mas para que ninguém fique es-
candalizado, quero que você vá pescar. Na boca do peixe encontrará duas
moedas. Pague o imposto por mim e por você.” (Mateus 17:24-27).

Jesus não tinha as moedas no bolso. Mas Seu Pai tinha as moedas na boca
do peixe. Para provocar uma nova experiência em Pedro, que era pescador,
mostrou-lhe de onde vinham seus recursos e de onde viriam também os re-
cursos de Pedro: da comunhão com o Pai.

A verdadeira prosperidade não envolve só dinheiro.


A Bíblia mostra, diversas vezes, a palavra “bem-aventurados”. Muitos a tradu-
zem como “felizes”. Bem-aventurados vem do hebraico, “ashur” pé e “ashrei”
caminhada.
Portanto, “bem-aventurado é aquele que, apesar de tudo, está caminhando.
Somente quando mantemos os pés a caminho do Reino de Deus somos feli-
zes.” Talmidin – Ed René Kivitz.

Veja o que é a prosperidade na visão bíblica:

“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos


ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se as-
senta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está
na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é
como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devi-
do tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo
quanto ele faz será bem sucedido.” (Salmos 1:1-3 – RA)

“Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR e se com-


praz nos seus mandamentos. A sua descendência será pode-
rosa na terra; será abençoada a geração dos justos. Na sua
casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece
para sempre.” (Salmos 112:1-3 – RA)

“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos


110
seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz se-
rás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa, será
siga-me

como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira,


à roda da tua mesa.” (Salmo 128:1-3 – RA)

E, nas palavras de Jesus, o ponto mais alto da prosperidade é que ela se


prolonga pela eternidade.

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o


reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão
consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a
terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos
de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os
pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-
aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque
deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por
minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque
é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram
aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5:3-12 – RA)

Isso é prosperidade no nível mais elevado – pela eternidade. O conceito de


prosperidade nasce de nossa consciência de que tudo, absolutamente tudo,
pertence a Deus e de que somos meros administradores dos bens de Deus.

“Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por
meio dele e para ele. Glória a Deus para sempre! Amém!” (Ro-
manos 11:36 – NTLH)

Por isso Paulo declarou:

“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contenta-


mento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa
alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos
vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos
caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências in-
sensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e
perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males;
e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se
atormentaram com muitas dores.” (1 Timóteo 6:6-10 – RA)

Então, prosperidade é um estado de espírito que envolve alegria, gratidão e


satisfação em Deus. Sem dispensar, é claro, a necessidade de trabalhar e o
111
ganho obtido com isso.

siga-me
“(...) Quem não quer trabalhar que não coma.” (2 Tessalonicen-
ses 3:10 – NTLH)

Dizem que tem gente que é tão pobre, que só tem dinheiro. Jesus afirmou
que o dinheiro pode se tornar um deus na vida das pessoas – e o nome em
hebraico desse deus é Mamom.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de


aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um
e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às rique-
zas.” (Mateus 6:24 – RA)

Se você quer um ano de prosperidade, cultive trigo.


Se você quer dez anos de prosperidade, cultive árvores.
Se você quer cem anos de prosperidade, cultive pessoas.

“Por cada cem homens capazes de suportar a adversidade, há apenas um


capaz de suportar a prosperidade.” Thomas Carlyle - Escritor e Historiador
Escocês

A prosperidade é um teste na vida da pessoa que tem muitos bens. A tendên-


cia humana é colocar toda a confiança nas riquezas. Este perigo foi advertido
por Jesus em três dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas escreve-
ram as mesmas palavras de Jesus):

“E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fun-
do de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.”
(Mateus 19:24 – RA)

Dízimos e ofertas - Bênção e Proteção


O profeta Malaquias escreveu:

“Eu pergunto: “Será que alguém pode roubar a Deus?” Mas


vocês têm roubado e ainda me perguntam: “Como é que esta-
mos te roubando?” Vocês me roubam nos dízimos e nas ofer-
tas. Todos vocês estão me roubando, e por isso eu amaldiçoo
a nação toda. Eu, o SENHOR Todo- Poderoso, ordeno que tra-
gam todos os seus dízimos aos depósitos do Templo, para que
haja bastante comida na minha casa. Ponham-me à prova e
verão que eu abrirei as janelas do céu e farei cair sobre vocês
as mais ricas bênçãos. Não deixarei que os gafanhotos des-
112 truam as suas plantações, e as suas parreiras darão muitas
uvas. Todos os povos dirão que vocês são felizes, pois vocês
vivem numa terra boa e rica. Eu, o SENHOR Todo- Poderoso,
siga-me

estou falando.” (Malaquias 3:8-12 – NTLH)

O dízimo é um mandamento e deve ser devolvido a Deus para que haja pro-
visão em Sua obra. Como organização, a Igreja tem uma infraestrutura cons-
tituída de patrimônios, funcionários e serviços que demandam custo. Como
ministério, a Igreja investe dinheiro em pessoas e projetos que visam o reino
de Deus na terra. E a origem de todos estes recursos são os dízimos entre-
gues por gente fiel a Deus.

No Velho Testamento, a Lei exigia o dízimo de todos os israelitas. Eles consa-


gravam 10% de tudo que produziam e criavam para o templo, além de terras e
animais, cuja décima parte era reservada para Deus (Levítico 27:30; Números
18:26; Deuteronômio 14:22; 2 Crônicas 31:5; Malaquias. 3:8-10).

Hoje, no Novo Testamento, os nascidos de Deus (os filhos de Deus) dão mais
do que 10% de tudo que produzem ou recebem. Os beneficiários da graça
fazem mais do que os legalistas da Lei.

Jesus validou a importância do dízimo:

“Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês


dão a Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da erva-
doce e do cominho, mas não obedecem aos mandamentos
mais importantes da Lei, que são: o de serem justos com os
outros, o de serem bondosos e o de serem honestos. Mas são
justamente essas coisas que vocês devem fazer, sem deixar
de lado as outras.” (Mateus 23:23 – NTLH)

“Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou


com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com
eles, mas para dar o seu sentido completo (...) Pois eu afirmo
a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis
em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os
fariseus.” (Mateus 5:17 e 20 – NTLH)

Nota: os escribas eram os doutores e mestres, especializados no estudo e


explicação da Lei – à Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia). Os fariseus
eram judeus devotos a Torá e davam o dízimo de tudo – 10%. Jesus ensinou
que nossa prática deve ir além da prática deles.

A oferta tem um caráter distinto do dízimo. Enquanto o dízimo é um manda-


mento, a oferta é voluntária e generosa. A oferta representa a gratidão dos
filhos de Deus por tudo quanto Ele tem feito.
113
“Portanto, não pensem que foi com a sua própria força e com

siga-me
o seu trabalho que vocês conseguiram todas essas riquezas.
Lembrem do SENHOR, nosso Deus, pois é ele quem lhes dá
força para poderem conseguir riquezas (...).” (Deuteronômio
8:17-18 – NTLH)

“Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acon-


tecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas.
Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de
pouco valor. Então ele disse: — Eu afirmo a vocês que esta
viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram
do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo
o que tinha para viver.” (Lucas 21:1-4 – NTLH)

“Lembrem disto: quem planta pouco colhe pouco; quem


planta muito colhe muito. Que cada um dê a sua oferta con-
forme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por
obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus
pode dar muito mais do que vocês precisam para que vo-
cês tenham sempre tudo o que necessitam e ainda mais do
que o necessário para fazerem todo tipo de boas obras.” (2
Coríntios 9:6-8 – NTLH)
Deus nos dá muito mais do que necessitamos. Para quê? Para praticarmos
boas obras, investirmos mais na obra de Deus e repartirmos com os necessi-
tados. Os filhos de Deus não têm mais o coração em coisas e sim em pesso-
as, querem ser justos, bondosos e generosos.

Nosso Deus é generoso e é natural Dele dar o melhor para os seus filhos.
Assim como Ele entregou a Jesus para morrer em nosso lugar (sendo o maior
ato de generosidade que já existiu), nós como seus filhos, e como suas cria-
turas devemos fazer o mesmo. A Bíblia diz que fomos feitos a imagem e
semelhança de Deus, portanto, ser generoso deve ser algo natural para um
cristão, e não algo forçado. Jesus reconhece a generosidade:

“Jesus estava no pátio do Templo, sentado perto da caixa das


ofertas, olhando com atenção as pessoas que punham dinhei-
ro ali. Muitos ricos davam muito dinheiro. Então chegou uma
viúva pobre e pôs na caixa duas moedinhas de pouco valor. Aí
Jesus chamou os discípulos e disse: Eu afirmo a vocês que isto
é verdade: esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os
outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão po-
bre, deu tudo o que tinha para viver.” (Marcos 12:41-44– NTLH)
114
Ser generoso não esta restrito apenas ao dinheiro, mas sim ao seu tempo,
aos seus dons e a sua vida. Um cristão que experimentou o amor de Deus
siga-me

através de Jesus, tem compaixão e é generoso.

Refletindo
Eu creio no princípio dos dízimos e ofertas? Eu tenho praticado com fidelidade?
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Tenho passado por dificuldades financeiras por não honrar em primeiro lugar
a Deus com minha renda? Eu separo o dízimo quando sobra ou logo que
recebo meu rendimento?
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Tenho sido generoso com outras pessoas (meu tempo, dinheiro, atenção) ou
vivo uma vida centrada em minhas próprias necessidades?
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Aplicando
Para os não dizimistas: o que está me impedindo de dizimar?
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Para os não ofertantes: como pretendo ofertar para o Reino de Deus?


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siga-me

A Família
Restaurada
A Família Restaurada

Aprendendo - A célula mãe


Muitos pintores usam o quadro da família como inspiração artística. Houve
épocas em que se ensinava que a família é a Célula Mater da sociedade, isto
é, a família deveria ser a célula mãe, uma estrutura modelo que se projetasse
pela sociedade. O pastor Craig Hill afirmou: “Famílias fortes, igrejas fortes!
Igrejas fortes, nações fortes!”.

O casamento no mundo atual (Gn 11)


A crise que nossa geração vive está especificamente centrada nos lares. As-
sim como o primeiro pecado foi cometido dentro da família e atentou contra
ela (Gn 3:6), em nossos dias a maioria dos pecados também é cometida no 119
seio familiar.

siga-me
As tensões, contendas, discussões, brigas, gritos, ofensas, ressentimentos,
amarguras nos lares são constantes, chegando até a separações e divórcios.
A família tem sido o alvo dos ataques de Satanás. Ele tem interesse na des-
truição de todas as famílias da terra. A deterioração dos valores tradicionais,
o aumento dos conflitos familiares e o número crescente de separações e
divórcios atingem proporções alarmantes.

A causa desses problemas é que os princípios bíblicos de Deus para as famílias


tem sido ignorados, abandonados e substituídos por critérios humanos. Porque as
pessoas se casam no mundo atual? Como explicar tanto desajuste nas famílias?

A falta de propósito
Atualmente, muitos casamentos são realizados sem um propósito determi-
nado. As pessoas casam-se, trabalham, esforçam-se, adquirem coisas, tem
filhos, porém não sabem bem a razão principal pela qual estão fazendo isso.
Se perguntarmos à maioria dos casais de noivos próximo ao casamento o
porque de se casarem, eles não encontrariam uma resposta correta e clara
para nos oferecer. Costumam planejar muitos detalhes, como o vestido, a
festa, a viagem, os moveis, os convidados, porém jamais se perguntam: “Por
que vamos nos casar?”. A falta de proposito no casamento leva a maioria dos
pais a crer que atingirão os objetivos na família somente quando oferecerem
a alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos, educação escolar ou
recreação para seus filhos. Tudo isso é necessário, mas ainda está muito
longe do propósito central do casamento.

Objetivos errados

O progresso material

A falta de um propósito claro para a família faz com que nos desviemos para
objetivos equivocados e façamos dos meios um fim. O progresso material
tem se constituído no objetivo principal de muitas famílias. A grande meta é o
conforto e a realização material. As pessoas passam a vida trabalhando para
alcançar o desejado, e então seguem trabalhando para manter o alcançado.
Sempre estão pensando em uma nova conquista e sacrificam tudo, até mes-
mo a própria família. Fazem do meio um fim (Lc12:15).

A gratificação pessoal

120 A gratificação pessoal e egoísta tem sido outro objetivo errado para o casa-
mento. Existem aqueles que se casam pensando em si mesmos. Seu objetivo
siga-me

não é dar, mas receber; não servir, mas ser servido, seja na esfera material,
sexual ou das responsabilidades familiares. Nesses casos, o fracasso do ca-
samento é garantido.

A deificação da própria família

A deificação da família é outro objetivo equivocado. Alguns fazem da família


um fim em si mesmo. A felicidade e a convivência se convertem na meta mais
alta da vida familiar, ainda que inconscientemente considerando Deus como
um excelente meio para o bem-estar da família. Tais famílias se procuram
muito com a sua própria fama e glória e empenham-se em conquistar sua
própria comodidade e prazer.

A obtenção dos benefícios legítimos que a família oferece

Mesmo inconscientemente, a maioria das pessoas busca esse objetivo no


casamento. Evidentemente há benefícios legítimos que Deus tem outorgado
ao casamento: a alegria de viver em companhia, oferecer e receber carinho,
afeto, a felicidade e o deleite que oferecem as relações sexuais, estar ligado
a um núcleo familiar, a cobertura e proteção, a graça de ter filhos, etc.
O Dr. Cliford Adams relaciona em ordem de importância seis motivos pelos
quais os homens e as mulheres se casam:

HOMENS MULHERES
1) para ter uma companheira 1) por amor

2) para ter satisfação sexual 2) por desejo de segurança

3) por amor 3) para ter um companheiro

4) para ter um lar e filhos 4) para ter um lar e filhos

5) pela necessidade de uma auxiliadora 5) para ter satisfação sexual

6) por desejo de segurança 6) para ter aceitação social

O casamento sob o ponto de vista de Deus

Deus tem um propósito eterno: Ele se propôs, antes da fundação do mundo,


a ter uma família com muitos filhos semelhantes a Seu filho Jesus. 121
“Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele

siga-me
também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu
Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre mui-
tos irmãos.” (Romanos 8:29 – NTLH)

“Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido


para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a
fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos
diante dele sem culpa. Por causa do seu amor por nós, Deus
já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de
Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade”
(Efésios 1:4-5 – NTLH)

A família foi criada em função de um propósito eterno que nasceu no cora-


ção de Deus: Ele quer ser pai de uma grande família. O profeta Malaquias
demonstra o propósito de Deus ao fazer do homem e da mulher “uma só
carne”, quando diz:

“Não é verdade que Deus criou um único ser, feito de carne e


de espírito? E o que é que Deus quer dele? Que tenha filhos que
sejam dedicados a Deus. Portanto, tenham cuidado para que ne-
nhum de vocês seja infiel à sua mulher” (Malaquias 2:15 – NTLH)
Não foi Adão que se propôs a ter uma família, a ideia foi de Deus. O homem e a
mulher receberam de Deus a capacidade de se multiplicarem, produzindo assim
uma descendência que Ele adora como seus filhos, por meio de Jesus Cristo.

Na criação da mulher Deus não estava somente oferecendo ao homem uma


companheira, mas uma auxiliadora idônea para que neles e através deles pu-
desse realizar seu plano e propósito. Portanto, a família foi deita para ser uma
comunidade que serve aos elevados e eternos propósitos de Jesus Cristo.

Os objetivos do casamento

“Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem,


conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes
do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de
toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se mo-
vem rente ao chão”.
Criou Deus o homem à sua imagem,
à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou.
122 Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipli-
quem- se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os ani-
siga-me

mais que se movem pela terra” (Gênesis 1:26-28 NVI)

Para entender o propósito inicial de Deus para o casamento, devemos olhar


para o livro de Gênesis. No trecho acima encontramos três objetivos para o
casamento:

1) Refletir a imagem de Deus (v.26)

2) Reproduzir descendentes piedosos (v.28)

3) Exercer domínio na terra (v.28b)

A compreensão dessas verdades como família cristã leva-nos a refletir sobre


nossos objetivos e atitudes diante da vida e efetuar as correções necessárias
a fim de nos consagrarmos ao propósito de Deus.

“Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com


eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na
rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou
com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque
havia sido construída na rocha”. (Mateus 7:24-25 NTLH)
Quando a família está afinada com o projeto eterno de Deus ela se trans-
forma no ambiente mais propicio para o desenvolvimento do ser humano.
Quando a família atende ao proposito de Deus, ela torna-se o alicerce de
uma igreja sólida, que por sua vez firma a base de uma sociedade justa, de-
senvolvida e prospera.

A Autoridade na Estrutura Familiar

Escrevendo aos irmãos de Corinto, Paulo mostrou a base familiar:

“Mas quero que entendam que Cristo tem autoridade sobre


todo marido, que o marido tem autoridade sobre a esposa e
que Deus tem autoridade sobre Cristo.” (I Coríntios 11:3 – NTLH)

Jesus viveu debaixo da autoridade do Pai, e só quem vive debaixo da autori-


dade pode exercer autoridade legitimamente. Deus espera que cada homem
cristão viva debaixo da autoridade de Cristo. Só assim o homem poderá exer-
cer autoridade sobre a sua esposa, e a esposa, junto com o marido, exercer
autoridade sobre os filhos.
123
A autoridade que a Bíblia confere ao marido sobre sua esposa e filhos não
advém do poder, mas do amor e do serviço. Ou seja, o marido desenvolve a

siga-me
habilidade de levar sua esposa e filhos a agir em dentro dos princípios e valo-
res do Reino de Deus (que ele crê e pratica). Não se trata da força do marido,
mas da maneira como ele vive e trata bem a sua família.

Os papéis na família
A Bíblia tem um padrão maravilhoso para o casamento. Ela compara a união
entre um homem e uma mulher, pelos laços formais e religiosos do casamen-
to, com a relação entre Cristo e a Igreja. Paulo ensinou os irmãos da cidade
de Éfeso sobre os papéis na família cristã:

O marido

“Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja


e deu a sua vida por ela. Ele fez isso para dedicar a Igreja a
Deus, lavando-a com água e purificando-a com a sua pala-
vra. E fez isso para também poder trazer para perto de si a
Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas,
ou rugas, ou qualquer outro defeito. O homem deve amar a
sua esposa assim como ama o seu próprio corpo. O homem
que ama a sua esposa ama a si mesmo. Porque ninguém
odeia o seu próprio corpo. Pelo contrário, cada um alimenta
e cuida do seu corpo, como Cristo faz com a Igreja.” (Efésios
5:25-29 – NTLH)

O amor, na Bíblia, é descrito como serviço, doação, fazer alguma coisa em favor
de alguém, mesmo que seja seu inimigo. Trata-se do amor ágape, incondicio-
nal. O mesmo amor da trindade. Um amor maior do que o amor sentimental. É
com este amor que a Bíblia manda o marido amar a sua esposa. Um amor que
só pode ser derramado no coração do homem pelo Espírito Santo:

“Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus der-


ramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito San-
to, que ele nos deu.” (Romanos 5:5 – NTLH)

A esposa

“Esposa, obedeça ao seu marido, como você obedece ao


Senhor. Pois o marido tem autoridade sobre a esposa, as-
sim como Cristo tem autoridade sobre a Igreja. E o próprio
Cristo é o Salvador da Igreja, que é o seu corpo. Portanto,
124
assim como a Igreja é obediente a Cristo, assim também
a esposa deve obedecer em tudo ao seu marido.” (Efésios
siga-me

5:22-24 – NTLH)

Outras versões bíblicas usam a palavra submissão no lugar de obediência. O


mundo moderno desconhece a importância do termo submissão, que tem a
ver com uma missão junto com alguém, ou debaixo da mesma missão. A
submissão bíblica não tem nada a ver com a subserviência ou anulação total
da mulher. Ao contrário, Deus espera que as mulheres sejam ajudadoras sá-
bias e competentes ao lado de seus maridos. Inclusive, discordando deles e
ajudando-os quando estiverem agindo fora do padrão do Reino de Deus. “Ao
lado de um grande homem, sempre existe uma grande mulher”. A mulher
amada tende a respeitar o marido como a Igreja respeita a Cristo.

Os filhos

“Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à


sua mãe, pois isso é certo. Como dizem as Escrituras: “Res-
peite o seu pai e a sua mãe.” E esse é o primeiro mandamen-
to que tem uma promessa, a qual é: “Faça isso a fim de que
tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra.”
(Efésios 6:1-3 – NTLH)
A Bíblia ordena que os filhos obedeçam e honrem seus pais. A obediência
gera a bênção de Deus nos filhos. Honrar é respeitar e dar aos pais o devido
valor que eles têm. Os pais devem ser os primeiros a saber tudo o que se
passa com os filhos. Essa iniciativa dos filhos está ligada ao conceito bíblico
de honra. Obediência e honra aos pais são os padrões de sucesso que Deus
estabeleceu para os filhos. Quem os quebrar terá grandes prejuízos.

Os pais

“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com


que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-
-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos.” (Efésios
6:4 – NTLH)

Há um ditado popular que diz: “Pôr filhos no mundo é fácil, difícil é educá-
-los”. Isso é verdade. A dificuldade na educação está no fato de que muitos
pais pretendem educar seus filhos no mesmo padrão de educação que rece-
beram. Aí mora o perigo. Se a referência e exemplo de educação que recebe-
ram dos pais foi centrada em Deus e nas Escrituras, tudo bem. Caso contrário,
há uma necessidade integral de revisão de valores e práticas.
125
A Bíblia é o manual de Deus para a família. O Criador deixou um roteiro
absolutamente capaz de fazer da família o que Deus sempre sonhou: uma

siga-me
comunidade santa e abençoada, a célula mãe da sociedade, uma célula a
serviço daqueles que sofrem pelos desajustes provocados pelo pecado.

Somente com a vida de Cristo em nós e na dependência do Espírito Santo


poderemos voltar a viver como família neste padrão maravilhoso e perfeito
que Deus projetou.

Refletindo
Eu tinha consciência desse nível de importância que Deus sempre deu para
a família?
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Eu tenho dificuldades com o assunto família por causa de experiências fa-


miliares ruins? Eu tenho receio de formar uma família por causa das minhas
experiências negativas do passado (ou do presente)?
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Eu creio que Deus pode transformar a minha família, cada membro dela, tal
como tem transformado a minha vida?
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Quando falo sobre minha família uso palavras de fé e esperança, ou geral-


mente reclamo e uso termos negativos?
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Eu estou exercendo o meu papel dentro da família? Ou os papéis estão in-


vertidos lá em casa?
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siga-me

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Aplicando
Quais as pessoas que preciso perdoar e me reconciliar em minha família?
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O que eu preciso mudar em meu comportamento ou estilo de vida para cum-


prir com o meu papel em minha família?
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