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- Jesus tem uma visão detalhada da ação da igreja, e não uma visão superficial.

É por
isso que podemos ter a certeza de que tudo que fazemos para Deus é valorizado.
- Todas as cartas têm basicamente a mesma estrutura:
1. Saudação e destinatário: “Ao anjo da Igreja em Éfeso…” (2:1,8,12,18; 3:1,7,14);
- O endereçamento a cada uma das sete igrejas na Ásia Menor.
2. Autodesignação de Cristo: “Aquele que conserva na mão direita as sete estrelas…”
(2:1,8,12,18; 3:1,7,14). Note que existe um paralelo entre quase todos esses títulos com
a descrição simbólica de Cristo no capítulo 1 (vers. 12-20);
3. Aprovação (exceto Laodicéia): “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua
perseverança…” (apenas a igreja de Laodicéia não recebe aprovação);
- Uma avaliação da saúde espiritual da igreja individual.
4. Condenação (exceto Esmirna e Filadélfia): “Tenho, porém, contra ti…”
- Palavras de reprovação.
5. Advertência e ameaça: “Lembra-te, pois, de onde caíste… se não…” (as igrejas de
Esmirna e Filadélfia não recebem advertências);
6. Exortação: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”;
7. Promessa: “Ao vencedor dar-lhe-ei de comer da árvore da vida…”.
- Promessas ao vencedor através de uma ordem para ouvir o que o Espírito tem a dizer
às igrejas.

Éfeso, Esmima, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodicéia

Essas cartas às igrejas são uma preparação para uma perseguição pior que estava por
vir.

“1 Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão
direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:”
- Características da cidade: 1) Éfeso era a principal cidade da Ásia menor. 2) Centro
religioso muito famoso – Cidade da “deusa-mãe” – Artemis para os gregos e Diana para
os Romanos (At. 19:35). 3) O imperador tinha um culto especial para si em Éfeso. 4)
Era conhecida por suas artes mágicas (Atos 19.19). 5) Possuía o centro de
Administração do Império Romano em virtude da localização estratégica.
- História da igreja: 1) A igreja de Éfeso fora fundada por Paulo, Áquila e Priscila
(Atos 18.18); 2) Timóteo pastoreou naquela igreja (1 Timóteo 1: 3). 3) João também a
pastoreou. (Os pais da igreja, Irineu e Eusébio atestam esse fato). 4) Paulo ensinou
durante três anos (Atos. 19.10; 20.31; 20.27) toda a mensagem de Deus , todo seu plano,
todo seu propósito.
- Jesus fala a João em sua visão, e caminha entre os sete candeeiros de ouro, ou seja,
caminha entre as sete igrejas. Jesus está sempre à disposição da igreja.
- A presença manifesta do Cristo vivo no meio da igreja é a sua maior necessidade.
Perdemos o impacto da presença de Cristo em nosso louvor, em nossas reuniões, em
nossos encontros.
- O verbo "kratein" (conserva) é diferente do traduzido por "tinha" (1:16). Significa
segurar com firmeza. Ter totalmente dentro das mãos. Ninguém pode arrancar-nos das
mãos de Jesus. Nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
“2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes
suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram
apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3 e tens perseverança, e suportaste
provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. 6 Tens, contudo, a teu
favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.”
- Jesus tem uma visão detalhada da ação da igreja, e não uma visão superficial. É por
isso que podemos ter a certeza de que tudo que fazemos para Deus é valorizado.
- Características que precisam ser imitadas:
1. Era uma igreja fiel na doutrina
- Os Nicolaítas (destruidores do povo) pregavam uma nova versão do Cristianismo. Os
Pais da igreja, especialmente Irineu, no final do segundo século, afirmavam que era uma
seita fundada por Nicolau Atos 6: 5. Eles pregavam um evangelho sem exigências,
liberal, sem proibições. Eles queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do mundo.
- Muitas pessoas hoje buscam experiência e não a verdade. Elas não querem pensar,
querem sentir. Elas não querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos
e as visões. Elas não querem Deus, querem as bênçãos de Deus.
2. Era uma igreja envolvida com a obra de Deus
Labor “kopos”= intenso trabalho unido a aborrecimento e fadiga.
- A igreja de Éfeso não era apenas teórica, ela agia. Havia labor, trabalho intenso. Os
crentes eram engajados e não meramente expectadores. A congregação se envolvia, não
era apenas um auditório.
- A igreja não vivia apenas intra-muros. Não se deleitava apenas em si mesma. Não era
narcisista. Por meio dela o evangelho espalhou-se por toda a Ásia Menor.
- Jesus pode dizer o mesmo a nosso respeito? Temos sido uma igreja operosa? Você tem
sido um ramo frutífero da Videira Verdadeira? Você tem sido um membro dinâmico do
Corpo?
3. Era uma igreja perseverante nas tribulações
- Ser crente em Éfeso não era popular. Lá ficava um dos maiores centros do culto ao
imperador. Muitos crentes estavam sendo perseguidos e até mortos por não se dobrarem
diante de César. Outros estavam sendo perseguidos por não adorar a grande Diana dos
Efésios. Outros estavam sendo seduzidos a cair nos falsos ensinos dos falsos apóstolos.
Mas, os crentes estão prontos a enfrentar todas as provas por causa do Nome de Jesus.
Eles não esmoreciam.
- Permanecemos fiéis quando somos perseguidos, provados e seduzidos? Hoje muitos
crentes querem a coroa sem a cruz. Querem a riqueza sem o trabalho. Querem a
salvação sem conversão. Querem as bênçãos de Deus sem o Deus das bênçãos.
- A igreja atual está perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho - A igreja hoje
prefere ser reconhecida pelo mundo do que conhecida no céu.
“4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”
- A igreja de Éfeso já tinha sido muito ativa no amor. Paulo elogiou o amor que sentiam
pelos santos (Ef. 1:15), mas cerca de 30 anos depois esse foi o ponto central da
exortação. Isso mostra que nunca podemos nos gabar de uma qualidade que temos. Não
podemos nos exaltar em momento algum.
- Amor é a "qualidade sem a qual todas as outras não têm sentido". Do amor depende a
tua própria existência como igreja.
- Podemos ver nos livros de Atos e Efésios que a igreja do Novo Testamento era
caracterizada tanto pelo amor como pelo zelo.
"Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência;
ainda que eu tenha tamanha fé, ao ponto de transportar montes, se não tiver amor,
nada serei" (1 Co. 13:12).
- O primeiro amor é um fogo de grande intensidade em nosso íntimo, que coloca Jesus
acima de todas as demais coisas!
- O primeiro amor é como um fogo. Se colocamos lenha, ele fica mais inflamado.
Contudo, se jogamos água, ele se apaga! Falhamos por não alimentarmos o fogo e por
permitirmos que outras coisas o apaguem!
- Abandonar “aphiemi”= “enviar para outro lugar; mandar embora ou partir; enviar,
deixar, expelir; deixar ir, abandonar, não interferir; negligenciar; deixar ir, deixar de
lado uma dívida; desistir; não guardar mais; partir.” Essas expressões refletem, não uma
perda que possa ser denominada como sendo meramente acidental, mas um ato
voluntário de abandono, de descaso.
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem,
tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e
compra aquele campo.” Mt. 13:44
- O Senhor está falando de alguém que, além de transbordar de alegria por ter
encontrado o Reino de Deus, ainda se dispõe a abrir mão de tudo o que tem para
desfrutar do seu achado. Estas duas características são evidentes na vida de quem teve
um encontro real com Jesus.
“O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e,
tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.” Mt.
13:45,46
- O Reino de Deus passa a ser prioridade absoluta! É quando amamos a Deus de todo o
nosso coração e alma, com todas as nossas forças e entendimento! Este primeiro amor
nos leva a vivermos intensamente a fé.
- Mas e os meus direitos? Quando amo a Deus, perco o direito de ter direito.

1. Abandonamos o nosso primeiro amor quando substituímos o amor a Jesus pelo


trabalho
- A luta pela ortodoxia, o intenso trabalho e as perseguições levaram a igreja de Éfeso à
aridez. Uma esposa pode ser fiel ao seu marido sem amá-lo com toda a sua devoção. Ela
pode cumprir com os seus devores, mas não motivada por um profundo amor.
- A igreja é a Noiva de Cristo. Ele se deleita nela. Ele se alegra nela. Ele mesmo está
preparando a sua noiva para o grande banquete de núpcias, para a festa das bodas do
Cordeiro.
- O amor é a marca do discípulo (Jo 13:34-35). Sem amor, nosso conhecimento, nossos
dons, e nossa própria ortodoxia não têm nenhum valor. Jesus está mais interessado em
nós do que em nosso trabalho. Odiar o erro e o mal não é o mesmo que amar a Cristo. O
trabalho de Deus não pode tomar o lugar de Deus na nossa vida. Deus está mais
interessado em relacionamento com Ele do que em trabalho para ele.
“Você pode ser utilíssimo nas coisas de Deus e devagar cair no auto-engano de servir
tanto as coisas de Deus que não tem tempo para o Deus de todas as coisas.” (Pr. Caio
Fábio)
“O amor transforma aquilo que eu preciso fazer naquilo que eu desejo fazer.” Luiz
Hermínio

2. Abandonamos o nosso primeiro amor quando o nosso amor por Jesus é


substituído pelo nosso zelo religioso
- Defendemos nossa teologia, nossa fé, nossas convicções e estamos prontos a sofrer e
morrer por essas convicções, mas não nos deleitamos mais em Deus. Não nos
afeiçoamos mais a Jesus. Já não sentimos mais saudades de estar com ele.
- Os fariseus eram zelosos das coisas de Deus. Observavam com rigor todos os ritos
sagrados. Mas o coração estava seco como um deserto.
- O amor esfria quando nosso conhecimento teológico não nos move a nos
afeiçoarmos mais a Deus. Conhecemos muito a Deus, mas não desejamos ter
comunhão com ele. Falamos que ele é todo-poderoso como Jonas, mas o desafiamos
com nossa rebeldia. Falamos que ele é amável, mas não temos prazer em falar com ele
em oração.
3. Abandonamos o nosso primeiro amor quando examinamos os outros e não
examinamos a nós mesmos
- A igreja de Éfeso examinava os outros e era capaz de identificar os falsos ensinos, mas
não era capaz de examinar a si mesma. Tinha doutrina, mas não tinha amor. A igreja
identifica o mal doutrinário nos outros, mas não identifica a frieza do amor em si
mesma. Identifica a heresia nos outros, mas não a frieza do amor em si.
- O conhecimento que adquiriram se tornou o crivo para a análise para o próximo, e não
para si mesmo.

“5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras;
e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”
1. Lembra-te, pois de onde caíste - v. 5
- Para onde precisamos retornar? Para o ponto do qual nos desviamos.
- A igreja não está sendo chamada a relembrar o seu pecado. Não está sendo dito:
lembra em que situação caíste, mas de onde caíste.
- O Filho Pródigo começou o seu caminho de restauração quando lembrou-se da Casa
do Pai.
2. Arrepende-te - v. 5
- Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Não precisa existir choro, basta
decisão. O Filho pródigo não só se lembrou da Casa do Pai, mas voltou para a Casa do
Pai. Lembrança sem arrependimento é remorso. Essa foi a diferença entre Pedro e
Judas. Arrepender é mudar a mente, é mudar a direção, é voltar-se para Deus. É deixar o
pecado. É romper com o que está entristecendo o Noivo. O que está fazendo o seu
coração esfriar? Deixa isso. Arrependa-se.
Arrependimento é ação na direção contrária
3. Volta à prática das primeiras obras - v. 5
- Não arrependimento, e depois repetidamente arrependimento, mas arrependimento e
depois frutos do arrependimento, ou seja, as primeiras obras. Ninguém se arrepende de
um pecado e continua praticando-o.
- É tempo de você voltar para Jesus. Você que se afastou dele, que está frio. Você que
deixou de orar, de se deleitar na Palavra. É tempo de se devotar novamente ao Noivo.
4. Uma solene advertência: e, se não, venho a ti a removerei do seu lugar o teu
candeeiro - v.5
- Candeeiro é feito para brilhar. Se ele não brilha, ele é inútil, desnecessário. A igreja
não tem luz própria. Ela só reflete a luz de Cristo. Mas, se não tem intimidade com
Cristo, ela não brilha, se ela não ama ela não brilha, porque quem não ama está nas
trevas.
- O juízo começa pela Casa de Deus. Antes de julgar o mundo, Jesus julga a igreja. A
igreja de Éfeso deixou de existir. A cidade de Éfeso deixou também de existir. Hoje, só
existem ruínas e uma lembrança de uma igreja que perdeu o tempo da sua visitação.
- Volte onde o declínio começou. Esse é um apelo a reflexão individual sobre a devoção
a Deus, sobre seu estilo de vida.
- O arrependimento começa quando você se levanta. Para caminhar sobre as águas
primeiramente é preciso sair do barco. No caso do arrependimento, não é diferente. A
pessoa precisa se levantar e não ficar prostrada. A Palavra revela que “o pecado não terá
domínio sobre vós”.
- Apesar de que a mensagem é dada ao anjo, o que será removido será o candeeiro. Ou
seja, a liderança é responsável por ensinar a verdade, mas se a igreja não caminhar
como foi ensinado, a responsabilidade é de todos.
- Jesus falou que tiraria o seu candeeiro da igreja, ou seja, a luz dEle deixaria de brilhar
nEles. A instituição poderia continuar existindo, mas a ausência de luz comprova a
ausência de Jesus.
“7 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito Santo diz às igrejas: Ao
vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de
Deus.”
- O vencedor (gr. nikon) é aquele que permanece constante na vitória sobre o pecado, o
mundo e Satanás.
- Deus colocou o homem no jardim do éden, onde existiam árvores que serviriam para
alimentar o homem, a árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2:9),
porém da última mencionada não poderia se alimentar (Gn. 2:17). Quando fez isso (Gn.
3:6), a conseqüência foi o afastamento do paraíso e a impossibilidade de permanecer se
alimentando da árvore da vida (Gn. 3:22,24). Se alimentar da árvore da vida é uma
expressão que demonstra a existência eterna junto a Deus.
Cristo já venceu, você irá vencer também?

– “A carta a Éfeso nos ensina que tudo é importante, mas só o amor preserva o ser.”
Caio Fábio
- Precisamos ser como a lua e não como a estrela. Estrela possui luz própria, por
isso não reflete a glória de Deus, mas só a luz do seu ego. Somente a lua não tem luz
própria e reflete a glória de Deus.

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