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Mensagens expositivas de Hernandes Dias Lopes

Editor: Celso Ricardo Bezerra Oliveira

Ouça o que o espírito diz à igreja


INTRODUÇÃO

• O Espírito de Deus tem uma palavra específica para a nossa igreja nesta noite. A
mensagem enviada à igreja de Éfeso é uma palavra viva e atual para a igreja hoje. Os
problemas que aquela igreja enfrentou são os problemas que enfrentamos hoje: como
ser uma igreja dinâmica no trabalho de Deus num tempo de apatia. Como ser uma igreja
fiel em tempos de perseguição no campo de idéias e novas teologias emergentes? Como
ser uma igreja ortodoxa num contexto marcado por tanto misticismo e tantas heresias?
Como ser uma igreja vibrante no seu amor por Deus e uns pelos outros num contexto de
tanto formalismo religioso e frieza nos relacionamentos.

• A mensagem de Jesus à igreja de Éfeso é a mensagem de Jesus para a nossa igreja.


Nossa sociedade é o retrato da cidade de Éfeso. Éfeso era a primeira, maior e mais rica
cidade da Ásia Menor. Era a metrópole e a luz da Ásia. Em Éfeso ficava o porto mais
importante da Ásia. Era considerada a porta de entrada do mundo. Éfeso era também o
centro do culto de Diana. O templo jônico da deusa Diana era uma das sete maravilhas
do mundo antigo. Éfeso era um centro importante da religião pagã bem como do culto
ao imperador. Éfeso era também famosa como centro mundial da superstição. Pessoas
vinham de todas as partes do mundo comprar amuletos e objetos mágicos em Éfeso.
Mas Éfeso era também um centro de imoralidade. O templo de Diana tinha centenas de
prostitutas cultuais.

• A igreja de Éfeso teve grandes pastores como Paulo, Apolo, Timóteo e João. Aquela
era uma grande igreja. Houve naquela igreja ricos sinais de avivamento: 1) As pessoas
ao ouvirem o Evangelo vinham publicamente denunciando as suas obras pecaminosas;
2) As pessoas convertidas do ocultismo, queimavam em praça público os livros de
magia; 3) O evangelho espalhou-se por toda a Ásia a partir do testemunho daquela
igreja. Era uma igreja missionária. E Jesus tem uma mensagem para essa igreja e essa
mensagem também é para nós.

I. A APROVAÇÃO DE JESUS – V. 1-3,6

1. As credenciais de Jesus – v. 1

1.1. Ele tem a liderança da igreja nas suas mãos – Jesus não apenas tinha a liderança
da igreja nas mãos (1:16), mas ele segura essa liderança em suas mãos. Jesus exerce
controle sobre a sua igreja. Nós estamos dentro das mãos de Cristo e das suas mãos
ninguém pode nos arrebatar.
1.2. Ele visita a sua igreja e a sonda profundamente – Cristo visita o seu povo. Ele
habita com ele. Ele anda no meio dele. Ele o inspeciona. Ele o conhece. Jesus está
vendo a igreja por dentro e por fora. Ele anda no meio da igreja para a encorajar, para a
repreender e para chamá-la ao arrependimento. Seus olhos são como chama de fogo.
Nada escapa à sua investigação. Jesus olhou para a igreja de Éfeso e viu o seu amor se
esfriando. Ele olhou para a igreja de Esmirna e viu lá uma sinagoga de Satanás, onde a
imoralidade era tolerada. Ele olhou para a igreja de Pérgamo e viu lá instalado o trono
de Satanás. Na igreja de Tiatira ele viu a tolerância da imoralidade de Jezabel. Ele olhou
para a igreja de Sardes e viu que as suas obras não eram íntegras. Ele avisou à igreja de
Filadélfia que tinha posto diante dela uma porta aberta. Ele alertou a igreja de Laodicéia
que estava a ponto de vomitá-la da sua boca. O que é que Jesus está vendo em nossa
igreja? Frieza, infidelidade, mundanismo, falta de amor, falta de fervor, impureza,
secularismo?

2. Os elogios de Jesus – v. 2-3,6

2.1. Uma igreja envolvida na obra de Deus – v. 2 – A igreja de Éfeso era ativa,
ocupada no serviço de Deus e dos seres humanos. Seus membros eram plenamente
ocupados pregar o evangelho, cuidar dos doentes, ensinar os jovens e visitar os idosos.
A igreja de Éfeso era uma autêntica colméia industriosa. Cada membro estava sempre
fazendo alguma coisa para Cristo. A agenda da igreja estava sempre cheia de muitas
atividades. A palavra kopós descreve um trabalho árduo que demanda toda energia. A
vida cristã não é para os frívolos. Devemos nos gastar na obra de Deus.

2.2. Uma igreja perseverante nas tribulações – v. 2-3– A cidade de Éfesa era um dos
centros de adoração ao imperador. Os habitantes da cidade praticavam artes mágicas e
tinha profunda reverência pela grande Diana dos Efésios. Ser crente em Éfeso era
impopular. Era estar exposto à perseguição. Os crentes sabiam o que era ser desprezado
em público e ser caluniado na vida privada. Apesar de toda pressão, os crentes
mantinham-se firmes e fiéis a Jesus. A palavra hupomone é a paciência triunfadora.
Ninguém pode deter a igreja. O sangue dos mártires é a sementeira do evangelho.

2.3. Uma igreja ortodoxa doutrinariamente – v. 2,6 – Paulo havia advertido os


presbíteros de Éfeso a respeito dos lobos que penetrariam no meio do rebanho e também
que do meio do rebanho se levantariam homens pervertidos ensinando heresias (Atos
20:29,30). Agora os lobos haviam chegado. Feras devoradoras tinham se infiltrado no
meio no aprisco. Falsos profetas estavam disseminando suas doutrinas obscuras e
perigossas no meio do povo de Deus. Mas a igreja de Éfeso se destacava pela sua
pureza doutrinária. Os Nicolaítas = os destruidores do povo. Estavam propagando suas
doutrinas nocivas, especialmente sua condescendência com a imoralidade. Eles
ensinavam que o sexo antes e depois do casamento não era pecado. Eles ensinavam que
os crentes não deveriam viver uma vida diferente do mundo. Os crentes não deveriam
romper com o mundo. Os Nicolaítas eram piores que os pagãos, porque agiam
infiltrados na igreja. Eles queriam gozar do melhor do mundo e do melhor da igreja. Os
Nicolaítas não propunham destruir o Cristianismo, mas uma oferecer uma nova versão
dele, uma versão modernizada da verdadeira fé. A igreja de Éfeso identificou os falsos
ensinos e as falsas obras dos falsos apóstolos e odiou e rejeitou a heresia. Os crentes de
Éfeso não se separaram apenas de falsas doutrinas, mas também de falsas obras. Os
crentes de Éfeso não foram estúpidos a ponto de supor que a cordialidade cristã pode
tolerar falsos apostólos. O verdadeiro amor não comunga com o erro nem com o mal.
Na verdade os crentes de Éfeso eram ocupados no serviço de Deus, pacientes no
sofrimento e ortodoxos na fé.

II. A ACUSAÇÃO DE JESUS – V. 4

1. Uma igreja que perdeu sua paixão por Jesus – v. 4

• Eles deixaram as alturas iniciais de sua devoção e desceram às planícies da


mediocridade. Seus corações perderam o calor da paixão e estavam frios. A luta pela
ortodoxia, o intenso trabalho e as perseguições levaram a igreja de Éfeso à aridez. Uma
esposa pode ser fiel ao seu marido sem amá-lo com devoção. Ela pode ser fiel por dever
e não por uma acendrado e apaixonado amor.

• A igreja como noiva de Deus – Deus muitas vezes comparou Israel à sua noiva e ele
mesmo ao seu noivo ou esposo. Deus fixou nela o seu amor. Quando ela estava em
“tempos de amores” ele a tomou como sua. Ele lhe fizera juramento e entrou em aliança
com ela. Mas ela começou a flertar com outros amantes, os deuses cananeus. Israel
tornou-se infiel e abandonou o seu verdadeiro marido. Deus então como um noivo
apaixonado diz: “Lembro-me de ti, da tua afeição quando eras jovem, e do teu amor
quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra em que se não semeia
(Jeremias 2:2). A igreja é a noiva de Cristo. Ela deve apresentar-se a ele como uma
noiva pura, santa e sem defeito. Mas agora o noivo celestial vê que o amor da sua noiva
está se esfriando. Aquela primeira sensação de êxtase tinha passado. Sua antiga devoção
a Cristo havia esfriado. A igreja havia abandonado o seu primeiro amor.

• O Primeiro Amor – O noivo procura cortejar a sua noiva para voltar ao seu primeiro
amor. O profeta Oséias é um retrato de Cristo nesse ardente desejo: “Eis que eu a
atrairei, e levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. Desposar-te-ei comigo para
sempre…”

• O amante divino ainda se entristece quando seu amor não é correspondido e suspira
por nossa adoração contínua, profunda e amadurecida. O amor, portanto, é a primeira
marca de uma igreja verdadeira e viva. Como conhecidos como discípulos de Cristo
pelo amor. A vida cristã é essencialmente uma relação de amor com Jesus.

• Amor Imortal – Sem esse amor, a obra da igreja é morta (1 Coríntios 13:1-3). A
primeira geração da igreja era marcada pelo amor (1:15). Cerca de 30 anos se passaram.
Uma nova geração despontou na igreja de Éfeso, a qual perdeu o fogo da sua primeira
devoção. Eles continuavam trabalhando, mas sem amor. Continuando enfrentando
perseguições, mas sem amor. Continuavam firmes na doutrina, mas sem amor. Mas sem
amor, o trabalho se torna enfadonho. Sem amor o sofrimento é estoicismo. Sem amor a
ortodoxia é morta. O amor é maior do que o conhecimento, do que a fé, e do que a
esperança.

III. A ADMOESTAÇÃO DE JESUS – V. 5-7

1. A igreja recebe a ordem de lembrar-se de sua condição anterior – v. 5

• A filosofia do mundo diz que para você ser feliz, você precisa esquecer. Mas a
lembrança é um dom precioso. O passado é um enconrajamentro e uma advertência para
nós. Olhar para trás pode ser pecaminoso; mas pode também ser sensato. Olhar para trás
com olhos lascivos, como fez a mulher de Ló, para os pecados de Sodoma dos quais
temos sido libertos é atrair desastre. Olhar para trás para os prazeres do mundo, uma vez
que já pusemos a mão no arado, é não estar apto para o Reino de Deus. Mas olhar para
trás para corrigir os nossos caminhos é dar o primeiro passo na estrada do
arrependimento.
• Não devemos viver no passado. Mas lembrá-lo e comparar o que somos com o que
fomos, é uma experiência salutar e restauradora. O filho pródigo começou o seu
caminho de restauração quando ele lembrou da casa do Pai.

2. A igreja recebe a ordem expressa de arrepender-se do seu pecado – v. 5

• A igreja recebe a ordem de arrepender-se. Isso não é apenas uma mudança passageira.
Não é apenas uma tristeza sentida pelo erro. Arrependimento não é apenas tecido de
palavras nem muito menos medo das consequências. Arrependimento significa mudar
de direção. Precisamos mudar a nossa mente. Precisamos mudar os nossos sentimentos.
Precisamos mudar a nossa vida.
• O filho pródigo disse: “Levantar-me-ei e irei ter com o meu Pai e lhe direi: Pai pequei
contra ti…”

3. A igreja recebe a ordem clara de voltar à prática das primeiras obras – v. 5

• A igreja tinha que recuperar o que havia perdido. Ela tinha que praticar as obras que
praticava no início. Ela tinha que voltar a se apaixonar por Cristo. Ela tinha que ser uma
noiva apaixonada por seu noivo. Ela tinha que viver, trabalhar e enfrentar os perigos por
amor a Jesus.
• Ninguém se arrepende de um pecado e o continua praticando. A prova e o fruto do
arrependimento é uma vida transformada.
• É tempo de você voltar para Deus. Você que se afastou. Você que está frio na fé. Você
que deixou de orar, jejuar, ler a Palavra. É tempo de recomeçar como Pedro recomeçou.
É tempo de voltar para casa como o pródigo voltou. É tempo de reconstruir o altar do
Senhor que está em ruínas.

4. A igreja recebe uma solone advertência de Jesus – v. 5

• Nenhuma igreja tem um lugar seguro e permanente neste mundo. Ela está
continuamente sob julgamento. O tempo é chegado quando o julgamento começa pela
Casa de Deus. Uma igreja fria não pode representar Cristo no mundo. A igreja de Éfeso
ouviu a exortação de Cristo e firmou-se. No século II o bispo Inácio de Antioquia dá
testemunho da vitalidade da igreja de Éfeso. Mas a nova geração que surgiu esqueceu-se
do Senhor e a ameaça foi cumprida. A igreja de Éfeso deixou de existir. Desde então,
aquela igreja nunca mais foi restaurada. Ela perdeu o tempo da sua visitação. Ela perdeu
o tempo da sua oportundade. Ela deixou de ser uma testemunha de Cristo. Éfeso tornou-
se um montão de ruínas e a igreja de Éfeso desapareceu no tempo.
• A despeito dos grande privilégios a igreja de Éfeso estava em risco de perder a sua luz.
A igreja que perde o seu amor, em breve perderá a sua luz. A igreja não tem luz sem
amor. Muitas igrejas tem deixado de existir, porque abandonaram o seu primeiro amor.
Seus templos se transformaram em museus. Seus membros ficaram dispersos. Outras
igrejas perderam sua capacidade de brilhar. Seus edifícios podem permanecer intactos,
seus pastores podem continuar pregando e suas congregações se reunindo, mas seu
candelabro foi removido. Ela não tem luz porque não tem amor.

CONCLUSÃO

• Ouça o que o Espírito diz à igreja: Há uma palavra para o vencedor: “Ao vencedor
dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (2:7).
Cada uma das sete cartas termina com uma promessa ao vencedor, ou seja, para quem
obedece à mensagem que o Espírito diz à igreja.

• Alimentar-se da árvore da vida é gozar da vida eterna no céu. Nós já desfrutamos da


vida eterna aqui e vamos desfrutar em medida infinitamente maior no porvir. Mas, o que
é a vida eterna senão conhecer e amar a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo? E o que é o
céu senão a morada do amor? Porque o céu é onde Deus está e Deus é amor. Portanto, a
recompensa do amor é mais amor na perfeita comunhão do céu.

• Jesus está passeando no meio da nossa igreja nesta noite. Ele está sondando seus
pastores, seus líderes, os casais, os jovens, os adolescentes, os juniores, as crianças, os
anciãos. O que o Senhor está vendo em nossa igreja. Quais elogios? Quais exortações?
Que mudanças precisamos fazer? Quem tem ouvido, ouça o que o Espírito diz à igreja.

Como ser um cristão fiel até a morte

INTRODUÇÃO

1. É possível ser fiel e fiel até à morte num mundo carimbado pelo relativismo? O
sofrimento revela quem é fiel e quem é conveniente. Aqui vemos uma igreja sofredora,
perseguida, pobre, caluniada, aprisionada, enfrentando a própria morte, mas uma igreja
fiel que só recebe elogios de Cristo.

2. Tudo o que Jesus diz nesta carta tem a ver com a cidade e com a igreja:
a) Uma igreja pobre numa cidade rica – Esmirna era rival de Éfeso. Era a cidade mais
bela da Ásia Menor. Era considerada o ornamento, a coroa e a flor da Ásia. Cidade
comercial, onde ficava o principal porto da Ásia. O monte Pagos era coberto de templos
e bordejado de casas formosas. Era um lugar de realeza coroado de torres. Tinha um
magnífica arquitetura, com templos dedicados a Cibeles, Zeus, Apolo, Afrodite e
Esculápio. Hoje essa é a única cidade sobrevivente, com o nome de Izmir, na Turquia
asiática, com 255.000 habitantes.
b) Uma igreja que enfrenta a morte numa cidade que havia morrido e ressuscitado –
Esmirna havia sido fundada como colônia grega no ano 1.000 a.C. No ano 600 a. C., os
lídios a invadiram e destruíram por completo. No ano 200 a. C., Lisímaco a reconstruiu
e fez dela a mais bela cidade da Ásia. Quando Cristo disse que estivera morto, mas
estava vivo, os esmirneanos sabiam do que Jesus estava falando. A cidade estava morta
e reviveu.
c) Uma igreja fiel a Cristo na cidade mais fiel a Roma – Esmirna sabia muito bem o
significado da palavra fidelidade. De todas as cidades orientais havia sido a mais fiel a
Roma. Muito antes de Roma ser senhora do mundo, Esmirna já era fiel a Roma. Cícero
dizia que Esmirna era a aliada mais antiga e fiel de Roma. No ano de 195 a. C., Esmirna
foi a primeira cidade a erigir um templo à deusa Roma. No ano 26 d.C., quando as
cidades da Ásia Menor competiam o privilégio de construir um templo ao imperador
Tibério, Esmirna ganhou de Éfeso esse privilégio. Para a igreja dessa cidade, Jesus
disse: “Sê fiel até à morte”.
d) Uma igreja vitoriosa na cidade dos jogos atléticos – Esmirna tinha um estádio onde
todos os anos se celebravam jogos atléticos famosos em todo o mundo; os jogadores
disputavam uma coroa de louros. Para os crentes dessa cidade, Jesus prometeu a coroa
da vida.

3. Ser cristão em Esmirna era um risco de perder os bens e a própria vida. Essa igreja
pobre, caluniada e perseguida só recebe elogios de Cristo. A fidelidade até a morte era a
marca dessa igreja. Como podemos aprender com essa igreja a sermos fiéis?

4. A fidelidade é um princípio básico da vida cristã: hoje os maridos e esposas estão


quebrando os votos assumidos no casamento. Os pais estão quebrando os votos
assumidos no batismo dos filhos. Os crentes estão quebrando os votos feitos na
profissão de fé. Como ser um crente fiel em tempos de prova?

I. NÃO TENDO UMA VISÃO DESROMANTIZADA DA VIDA – V. 8-9

A igreja de Esmirna estava atravessando um momento de prova e o futuro imediato era


ainda mais sombrio. Há quatro coisas nesta carta que precisamos destacar, se queremos
ter uma visão desromantizada da vida:

1. Tribulação – v. 9
• A idéia de tribulação é de um aperto, um sufoco, um esmagamento. A igreja estava
sendo espremida debaixo de um rolo compressor. A pressão dos acontecimentos pesava
sobre a igreja e a força das circunstâncias procurava forçar a igreja a abandonar a sua fé.
• Os crentes em Esmirna estavam sendo atacados e mortos. Eles eram forçados a adorar
o imperador como Deus. De uma única vez lançaram do alto do montes Pagos 1200
crentes. Doutra feita, lançaram 800 crentes. Os crentes estavam morrendo por causa da
sua fé.
• Como entender o amor de Deus no meio da perseguição? Como entender o amor do
Pai pelo seu Filho quando o entregou como sacrifício? Onde é sacrificado o amado, o
amor se oculta. Isso é a Sexta-Feira da Paixão: Não ausência, mas ocultação do amor de
Deus.

2. Pobreza
• A pobreza não é maldição. Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres” (Lc 6:20). Tiago
diz que Deus elege os pobres do mundo para serem ricos na fé (Tg 2:5). Havia duas
palavras para pobreza: ptochéia e penia. A primeira é pobreza total, extrema. Era
representada pela imagem de um mendigo agachado. Penia é o homem que carece do
supérfluo, enquanto ptocheia é o que não tem nem sequer o essencial.
• A pobreza dos crentes era um efeito colateral da tribulação. Ela vinha de algumas
razões: 1) Os crentes eram procedentes das classes pobres e muitos deles eram escravos.
Os primeiros cristãos sabiam o que era pobreza absoluta; 2) Os crentes eram saqueados
e seus bens eram tomados pelos perseguidores (Hb 10:34); 3) Os crentes haviam
renunciado aos métodos suspeitos e por sua fidelidade a Cristo, perderam os lucros
fáceis que foram para as mãos de outros menos escrupulosos.

3. Difamação
• Os judeus estavam espalhando falsos rumores sobre os cristãos. As mentes estavam
sendo envenenadas. Os crentes de Esmirna estavam sendo acusados de coisas graves. O
diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a arma das acusações
levianas são Sinagoga de Satanás. Havia uma forte e influente comunidade judaica em
Esmirna. Eles não apenas estavam perseguindo os crentes, mas estavam influenciando
os romanos a prender os crentes.
• Os judeus foram os principais inimigos da igreja no primeiro século. Perseguiram a
Paulo em Antioquia da Pisídia (At 13:50), em Icônio (At 14:2,5), em Listra Paulo foi
apedrejado (At 14:19) e em Tessalônica (At 17:5), em Corinto Paulo tomou a decisão de
deixar os judeus e ir para os gentios (At 18:6). Quando retornou para Jurusalém, os
judeus o prenderam no templo e quase o materal. O livro de Atos termina com Paulo em
Roma sendo perseguido por eles.
• Eles se consideravam o genuíno povo de Deus, os filhos da promessa, a comunidade
da aliança, mas ao rejeitarem o Messias e perseguirem a igreja de Deus, estavam se
transformando em Sinagoga de Satanás (Rm 2:28-29). A religião deles foi satanizada.
Tornou-se a religião do ódio, da perseguição, da rejeição da verdade. Quem difama
Cristo ou o degrada naqueles que o confessam promove a obra de Satanás e guerreia as
guerras de Satanás.
• Os crentes passaram a sofrer várias acusações levianas:1) Canibais – por celebrarem a
ceia com o pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2) Imorais, por celebrarem a
festa do Ágape antes da Eucaristia; 3) Divididor de famílias, uma vez que as pessoas
que se convertiam a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Jesus. Jesus veio
trazer espada e não a paz; 4) Acusavam os crentes de Ateísmo, por não se dobrarem
diante de imagens dos vários deuses; 5) Acusavam os crentes de deslealdade e
revolucionários, por se negarem a dizer que César era o Senhor.

4. Prisão
• Alguns crentes de Esmirna estavam enfrentando a prisão. A prisão era a ante-sala do
túmulo. Os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente os prisioneiros
morriam de fome, de pestilências, ou de lepra.
• Vistas de um bastião mais elevado, as detenções acontecem para serdes postos à
prova. Os crentes estavam prestes a serem levados à banca de testes. Deverá ser testada
a sua fidelidade. Mas Deus é fiel e não permite que sejamos tentados além das nossas
forças. Ele superviona o nosso teste.

II. SABENDO QUE A AVALIAÇÃO DE SUCESSO DE JESUS É DIFERENTE


DA AVALIAÇÃO DO MUNDO – V. 9

1. A igreja de Esmirna era uma igreja pobre: pobre porque os crentes vinham das classes
mais baixas. Pobre porque muitos dos membros eram escravos. Pobres porque seus bens
eram tomados, saqueados. Pobres porque os crentes eram perseguidos e até jogados nas
prisões. Pobres porque os crentes não se corrompiam. Era uma igreja espremida,
sofrida, acuada.

2. Embora a igreja fosse pobre financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não
tinha tesouros na terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica
diante de Deus. A riqueza de uma igreja não está na pujança do seu templo, na beleza de
seus móveis, na opulência do seu orçamento, na projeção social dos seus membros. A
igreja de Laodicéia considerava-se rica, mas Jesus disse para ela que ela era pobre. A
igreja de Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta. A
igreja de Esmirna, era pobre, mas aos olhos de Cristo ela era rica.

3. Enquanto o mundo avalia os homens pelo ter, Jesus os avalia pelo ser. Importa ser
rico para com Deus. Importa ajuntar tesouros no céu. Importa ser como Pedro: “Eu não
tenho ouro e nem prata, mas o que eu tenho, isso te dou: em nome de Jesus, o Nazareno
anda”. A igreja de Esmirna era pobre, mas fiel. Era pobre, mas rica diante de Deus. Era
pobre, mas possuía tudo e enriquecia a muitos.

4. Nós podemos ser ricos para com Deus, ricos na fé, ricos em boas obras. Podemos
desfrutar das insondáveis riquezas de Cristo. À vista de Deus há tantos pobres homens
ricos como ricos homens pobres. É melhor ser como a igreja de Esmirna, pobre
materialmente e rica espiritualmente, do que como a igreja de Laodicéia, rica, mas
pobre diante de Cristo.

5. Outro grupo ostentava uma falsa percepção de si mesmo. “Se dizem judeus, mas não
são, sendo antes sinagoga de Satanás” (v. 9). Não é judeu quem o é
exteriormente…judeu é quem o é interiormente (Rm 2:28-29). Eles afirmam que são
judeus, mas isso não é verdade. Eles afirmam que vocês são pobes, mas isso não é
verdade. O mundo vê a aparência, Deus o interior.

III. ESTANDO PRONTO A FAZER QUALQUER SACRÍFICIO PARA


HONRAR A JESUS – V. 10b

1. Aqueles crentes eram pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo
encorajados a enfrentar a própria morte, se fosse preciso. Não é ser fiel até o último dia
da vida. É ser fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. É preferir morrer a negar a
Jesus. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz. Ele foi da cruz até à coroa. Essa
linha também foi traçada para a igreja de Esmirna: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a
coroa da vida”.

2. A igreja de Esmirna, assim, não é candidata à morte, mas à vida.

3. A cidade de Esmirna era fiel a Roma, mas os crentes são chamados a serem fiéis a
Jesus. A cidade de Esmirna tinha a pretenção de ser a primeira, mas Jeus diz: “Eu sou o
primeiro e o último”. Somos chamados a sermos fiéis até às últimas consequências,
mesmo num contexto de hostilidade e perseguição. O bispo da igreja Policarpo,
discípulo de João, foi martirizado no dia 25/02/155 d.C. Ele foi apanhada, arrastado
para a arena. Tentaram intimidá-lo com as feras. Ameaçaram-no com o fogo. Ele
respondeu ao procônsul: “Vocês me ameaçam com um fogo que pode queimar apenas
por alguns instantes, respeito do fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, reservado
para os maus. Mas porque vocês demoram, façam logo que têm de fazer.” Seus algozes
tentaram forçá-lo a blasfemar contra Cristo, mas ele respondeu: “Eu o sirvo a 86 anos e
ele sempre me fez bem. Como posso blasfemar contra o meu Salvador e Senhor, que me
salvou?” Os inimigos furiosos, queimaram-no vivo em uma pira, enquanto ele orava e
agradecia a Jesus o privilégio de morrer como mártir.
4. Hoje Jesus espera do seu povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos
negócios, na fé. Não venda o seu senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu
Senhor, por um prato de lentilhas como Esaú. Não venda a sua consciência por uma
barra de ouro como Acã. Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu namoro, seu
emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que aqueles que são
perseguidos por amor a ele são bem-aventurados (Mt 5:10-12). O servo não é maior do
que o seu senhor. O mundo perseguiu a Jesus e também nos perseguirá.

5. A Bíblia diz que todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será
perseguido (2 Tm 3:12). Paulo diz: “A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em
Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp 1:29). Dietrich Bonhoeffer enforcado no
campo de concentração de Flossenburg na Alemanha, em 9 de abril de 1945 escreveu
que o sofrimento é o sinal do verdadeiro cristão. Enquanto estamos aqui, muitos irmãos
nossos estão selando com o seu sangue a sua fidelidade a Cristo.

6. Aqueles que forem fiéis no pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: “Bom
está servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do
teu senhor.”

IV. SABENDO QUE JESUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODOS OS DETALHES


DA NOSSA VIDA – V. 9-10

1. Jesus conhece quem somos e tudo o que acontece conosco – v. 9


• Este fato é fonte de muito conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas
tribulações é alguém com quem partilhá-las. Jesus conhece nossas aflições, porque anda
no meio dos candeeiros. Sua presença nunca se afasta.
• Nossa vida não está solta, ao léu. Nosso Senhor não dormita nem dorme. Ele está
olhando para você. Ele sabe o que você está passando. Ele conhece a sua tribulação. Ele
sabe das suas lutas. Ele sabe das suas lágrimas. Ele sabe que diante dos homens você é
pobre, mas ele sabe os tesouros que você tem no céu.
• Jesus sabe das calúnias que são assacadas contra você. Ele sabe o veneno das línguas
mortíferas que conspiram contra você.
• Ele sabe que somos pobres, mas ao mesmo tempo ricos.
• Ele sabe que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a coroa da vida.

2. Jesus permite o sofrimento com um propósito, para lhe provar, e não para lhe
destruir – v. 10
• A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de Jesus é provar você. Os
judeus estão furiosos. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas quem realiza seus
propósitos é Deus. O fogo das provas só consumirão a escória, só queimará a palha,
porém tornará você mais puro, mais digno, mas fiel. Jesus estava peneirando a sua
igreja para arrancar dela as impurezas. O nosso adversário tenta para destruir; Jesus
prova para refinar. Precisamos olhar para além da provação, para o glorioso propósito
de Jesus. Precisamos olhar para o além do castigo, para o seu benefício. Exemplo: Davi
– Foi-me bom passar pela aflição para aprender os teus decretos.
• O Senhor não o poupa da prisão, mas usa a prisão para fortalecer você. Ele não nos
livra da fornalha, mas nos purifica nela.
3. Jesus controla tudo o que sobrem à sua vida
• Nunhum sofrimento pode nos atingir, exceto com a sua expressa permissão. Ele
adverte os crentes de Esmirna sobre o que está por acontecer, ele fixa um limite aos seus
sofrimentos. Jesus sabe quem está por trás de todo ataque à sua vida (v. 10). O inimigo
que que nos ataca não pode ir além do limite que Jesus estabelece. A prisão será breve.
E Jesus diz: “Não temas as cousas que tens de sofrer.” Três verdades estão aqui
presentes: a primeira é que o sofrimento é certo; a segunda é que será limitado; a
terceira é que será breve.
• Assim como aconteceu com Jó, Deus diria para o diabo em Esmirna: “Até aqui e não
mais”. O diabo só pode ir até onde Deus o permite. Quem está no controle da nossa vida
é o Rei da glória. Não tenha medo!

4. Jesus já passou vitoriosamente pelo caminho estreito do sofrimento que nos


atinge, por isso pode nos fortalecer
• Ele também enfrentou tribulação. Ele foi homem de dores. Ele sabe o que é padecer.
Ele foi pressionado pelo inferno.
• Ele suportou pobreza, não tinha onde reclinar a cabeça.
• Ele foi caluniado. Chamaram-no de beberrão, de impostor, de blasfemo, de possesso.
• Ele foi preso. Açoitado, cuspido, pregado na cruz.
• Ele passou pelo vale escuro da própria morte. Ele entrentou nas entranhas da morte e a
venceu.
• Agora ele diz para a sua igreja: “Não temas as cousas que tens de sofrer.” Ele tem
poder para consolar, porque ele foi tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos
socorrer, porque trilhou o caminho do sofrimento e da morte e venceu.
• Ele é eterno – Ele é o primeiro e o último. Aquele que nunca muda e que está sempre
conosco.
• Ele é vitorioso – Ele enfrentou a morte e a venceu. Ele destruiu aquele que tem o
poder da morte e nos promete vitória sobre ela.
• Ele é galardoador – Ele promete a coroa da vida para os fiéis e vitória completa sobre
a segunda morte para os vitoriosos.

CONCLUSÃO

1. Quem tem ouvidos, ouça o Espírito diz às igrejas – Cada igreja tem necessidade de
um sopro especial do Espírito de Deus. A palavra para a igreja de Esmirna era:
considerem-se candidados à vida. Sob tribulação, pobreza e difamação continuem fiéis.
Não olhem para o sofrimento, mas para a recompensa. Só mais um pouco e ouviremos
nosso Senhor nos chamando de volta para Casa: “Vinde, benditos de meu Pai, entrem
na posse do Reino…”, aqui não tem mais morte, nem prato, nem luto, nem dor!
2. O vencedor não sofrerá o dano da segunda morte - Podemos enfrentar a morte e
até o martírio, mas escaparemos do inferno que é a segunda morte (v. 11), e entraremos
no céu, que é a coroa da vida (v. 10). Podemos precisar ser fiéis até à morte, mas então a
segunda morte não poderá nos atingir. Podemos perder nossa vida, mas então a coroa da
vida nos será dada.

A capacitação da graça de Deus na aflição

INTRODUÇÃO
1. O céu não é aqui. Aqui não pisamos ruas de ouro, mas cruzamos vales de lágrimas.
Aqui não recebemos os galardões, mas bebemos o cálice da dor.
2. Paulo foi a maior expressão do cristianismo de todos os tempos. Viveu uma vida
superlativa. Homem de oração e jejum. Pregador incomum, teólogo incomparável,
plantador de igrejas sem paralelos. Viveu perto do Trono, mas ao tempo foi açoitado,
preso, algemado, degolado.
3. Tombou como mártir aqui, levantou-se como príncipe no céu. Sua vida muito nos
ensina. Seu exemplo nos inspira. Aprendemos do que a graça de Deus não nos livra:

I.A GRAÇA DE DEUS NOS CAPACITA A ENFRENTAR O SOFRIMENTO

1. Variados sofrimentos
• Deus lhe disse: “Eu lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome” (At 9:26).
• Foi perseguido em Damasco;
• Foi rejeitado em Jerusalém;
• Foi esquecido em Tarso;
• Foi apedrejado em Listra;
• Foi açoitado e preso em Filipos;
• Foi escorraçado de Tessalônica e Beréia;
• Foi chamado de tagarela em Atenas;
• Foi chamado de impostor em Corinto;
• Foi duramente atacado em Éfeso;
• Foi preso em Jerusalém;
• Foi acusado em Cesaréia;
• Foi vítima de naufrágio indo para Roma;
• Foi picado por uma serpente em Malta
• Foi preso e degolado em Roma.
• Ele disse para a igreja da Galácia: “Eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gl 6:17).
Ele falou de lutas por dentro e temores por fora. Ele falou de trabalhos, prisões, açoites,
perigos de morte, fustigado com varas, apedrejado, naufrágio, fome, sede, nudez,
preocupação com todas as igrejas.
• O nosso sofrimento não é sinal de que estamos longe de Deus, de que estamos fora da
sua vontade. As pessoas que andaram mais perto de Deus foram aquelas que mais
sofreram. “Eu tenho por certo que o sofrimento do tempo presente, não podem ser
comparados com as glórias por vir a serem reveladas em nós.” Diz ainda: “A nossa leve
e momentânea tribulação, produz para nós eterno peso de glória”.

II. A GRAÇA DE DEUS NOS CAPACITA A VIVER VITORIOSAMENTE


APESAR DAS ADVERSIDADES

1. Paulo sofreu a dor da solidão - Gente precisa de Deus. Mas gente também precisa
de gente. Ele pediu para Timóteo: 1) Procura vir ter comigo depressa (v. 9); 2) Toma
contigo a Marcos e traze-o contigo (v. 11); 3) Apressa-te a vir antes do inverno (v. 21).
2. Paulo sofreu a dor do abandono – Na hra que mais Paulo precisou de ajuda foi
abandonado e esquecido na prisão. Caminhou sozinho para o Getsêmani do seu
martírio, assistido apenas pela graça de Deus. Diz ele: “Demas, tendo amado o presente
século me abandonou…” (v. 10). Na hora que estamos sofrendo, precisamos de amigos
por perto.
3. Paulo sofreu a dor da ingratidão – Paulo diz: “Na minha primeira defesa, ninguém
foi a meu favor; antes, todso me abandonaram” (v. 16). Paulo deu sua vida pelos outros;
agora, que precisa de ajuda ninguém se arrisca por ele. De que Paulo devia estar sendo
acusado? 1) Ateísmo – porque se abstinha do culto ao imperador e idolatria; 2)
Canibalismo – porque os crentes falavam em comer a carne e beber o sangue de Cristo
quando celebravam a Ceia do Senhor.
4. Paulo sofreu a dor da perseguição – Paulo diz: “Alexandre, o latoeiro, causou-me
muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (v. 14). Este homem foi
quem delatou Paulo, culminando na sua segunda prisão e consequente martírio.
5. Paulo sofreu a dor da resistência – No v. 15 somos informados que Alexandre, o
latoeiro, resistiu fortemente às palavras de Paulo. Ele era um opositor do ministério de
Paulo. Não só perseguia o apóstolo, mas também se opunha ao evangelho.
6. Paulo sofreu a dor do frio – Ele pediu para Timóteo levar a sua capa (v. 13). As
prisões romanas eram frias, insalubres, escuras. Os prisioneiros morriam de lepra, de
doenças contagiosas. O inverno estava se aproximando (v. 21) e Paulo precisa de uma
capa quente para enfrentá-lo.
7. Paulo sofreu a dor de não ter os pergaminhos – Paulo estava na ante-sala do
martírio, mas queria aprender mais, queria estudar mais, queria examinar mais os livros,
os pergaminhos, a Palavra de Deus. Paulo precisa de amigos, de roupa e de livros. Tinha
necessidades da alma, da mente e do corpo.

III. A GRAÇA DE DEUS NOS CAPACITA A TER OS VALORES DE VIDA


MAIS EXCELENTES

1. Uma avaliação correta do presente – v. 6


a) Olha para a vida na perspectiva de Deus – “Nero não vai me matar. Eu é que vou
oferecer minha vida como um sacrifício a Jesus”. Paulo comparou a sua vida como um
sacrifício e uma oferta.
b) Olha para a morte na perspectiva de Deus – Paulo diz: “O tempo da minha partida é
chegada” (v. 6). A palavra analysis significa:
1) É a palavra que descreve a ação de desatar um animal do jugo – A morte é descanso
do trabalho. A morte é deixar a carga, a fadiga (Ap 14:13).
2) É a palavra que significa deixar solto os laços ou cadeias – A morte para Paulo era
uma libertação e alívio. Ia deixar a escura prisão romana para entrar no paraíso.
3) É a palavra para afrouxar as estacas de uma tenda – Para Paulo a morte é levantar
acampamento, é mudar de endereço, é ir para a Casa do Pai.
4) É a palavra para soltar as cordas de um barco – Para Paulo a morte é singrar as águas
do mar da vida e chegar no porto divinal, nas praias da eternidade, onde não há choro,
nem pranto, nem luto, nem morte. Morrer é estar com Cristo. Morrer é habitar com o
Senhor. Morrer é ir para a Casa do Pai.

2. Uma avaliação correta do passado – v. 7


• Muitas pessoas são como a Peer Gee de Ibsen, investem a vida toda naquilo que não
tem nenhum valor eterno e chegam ao fim e dizem: Minha vida foi como uma cebola,
só casca.
a) Combati o bom combate – Paulo olhou para a vida como um combate. Nada de
facilidades. Nada de amenidades. É luta. É combate rehido. Luta contra o mal. Luta
contra as trevas. Luta contra os principados e potestades. Luta contra o pecado. Luta
pelo evangelho. Luta para salvar vidas da perdição.
b) Completei a carreira – Ele não carregou peso inútil nas costas, por isso chegou ao fim
da carreira. Ele não se destraiu com coisas fúteis, por isso chegou ao fim da carreira. Ele
correu de acordo com as regras por isso chegou ao fim da corrida. Ele manteve o seus
olhos no alvo, por isso chegou ao fim, vitoriosamente. Paulo disse: “Em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo conquanto queu complete a minha carreira”. Demas
começou bem, mas desistiu no meio do caminho.
c) Guardei a Fé – Paulo foi um soldado fiel ao seu Senhor até o fim. Muitos são como a
mulher de Ló, olham para trás. Outros são como os israelitas, sentem saudades do Egito.
Outros são como Demas, amam o presente século. Paulo manteve-se firme!

3. Uma visão correta do futuro – v. 8


a) Certeza da recompensa futura – Paulo tinha certeza da bem-aventurança eterna. Ele
fala da coroa da justiça. O imperador Nero pode declará-lo culpado e condená-lo à
morte, mas logo virá uma magnífica revogação do veredito de Nero, quando o Senhor,
reto juiz o declarar justo. Os mártires morreram cantando pela visão da glória: Estêvão
disse: “Eu vejo o céu aberto e o Senhor de pé”.
b) Certeza da segunda vinda de Cristo – Cristo vai voltar. E com ele está o galardão.
Com ele está a coroa. Nossa recompensa está no céu.

IV. A GRAÇA DE DEUS NOS CAPACITA A RECEBER A ASSISTÊNCIA DO


CÉU NA HORA DA MORTE – V. 17-18

1. Abandonado pelos homens, mas assistido por Deus – v. 17


• Paulo foi vítima de abandono dos homens, mas foi acolhido e assistido por Deus.
Assim como Jesus foi assistido pelos anjos no Getsêmani quando os seus discípulos
dormiram, também Paulo foi assistido por Deus na hora da sua dor mais profunda. Deus
não nos livra do vale, mas caminha conosco no vale.

2. Deus não nos livra das provas, mas nos dá poder e forças para cumprirmos o
nosso ministério mesmo nas provas – v. 17
• Deus revestiu Paulo de forças para que continuasse pregando a Palavra. O vaso é de
barro, mas a Palavra é poderosa. Paulo foi preso, mas a Palavra espalhou-se por todos
os gentios.

3. Deus muitas vezes não nos livra da morte, mas na morte – v. 18


• Paulo não foi poupado da morte, mas foi liberto através da morte. A morte para ele
não foi castigo, perda, derrota, mas vitória. O aguilhão da morte já foi tirado. Morrer é
lucro. Morrer é precioso. Morrer é bem-aventurança. Morrer é ir para a Casa do Pai.
Morrer é entrar no céu.

4. Na hora do balanço final Paulo expressa não um gesto de frustração, mas um


tributo de glória ao seu Senhor – v. 18
• Paulo foi perseguido, rejeitado, esquecido, apedrejado, fustigado com varas, preso,
abandonado, condenado à morte, degolado, mas em vez de fechar a cortina da vida com
pessimismo, amargura, ressentimento, termina erguendo ao céu um tributo de louvor ao
Senhor Jesus.
• Suas últimas palavras foram de exaltação ao seu Senhor.

CONCLUSÃO

• O pastor que foi visitar o crente em estado terminal: “irmão, você está preparado para
morrer? Não, eu estou preparado para viver. Eu estou preparado para ver Jesus. Eu
estou preparado para entrar na Casa do Pai. Eu estou preparado para entrar no gozo do
meu Senhor.”

Uma convocação urgente ao fervor


espiritual
INTRODUÇÃO

1. De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum
elogio à igreja de Laodicéia.

2. A única coisa boa em Laodicéia era a opinião da igreja sobre si mesma e, ainda
assim, completamente falsa.

3. A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C., por Antíoco da Síria. A cidade era
importante pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma
cidade rica e opulenta.

4. A igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se


conformado à cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se
também uma igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de
caráter, sempre prontos a comprometerem-se com o mundo, descuidados. Eles
pensavam que todos eles eram pessoas boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida
espiritual.

5. A igreja de Laodicéia é a igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa


de seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação.

6. A cidade de Laodicéia destacava-se por quatro características:


1) Centro bancário e financeiro – Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de
muitos milionários. Em 61 d.C., foi devastada por um terremoto e reconstruída sem
aceitar ajuda do imperador. Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A cidade
era tão rica que não sentia necessidade de Deus.
2) Centro de indústria de tecidos – Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no
mundo inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.
3) Centro médico de importância – Ali havia uma escola de medicina famosíssima.
Fabricava-se ali dois unguentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. O pó
frígio para fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade.
4) Centro das águas térmicas – A região era formada por três cidades: Colossos,
Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis
havia fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto tornava-se morna, e nesta
condição fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia. Tanto as águas quentes de
Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram terapêuticas, mas as águas mornas de
Laodicéia eram intragáveis.

I. O DIAGNÓSTICO QUE CRISTO FAZ DA IGREJA


• O Cristo que está no meio dos condeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a
igreja de Laodicéia e chega ao seguinte diagnóstico: A igreja tinha perdido seu vigor (v.
16-17), seus valores (v. 17-18), sua visão (v. 18b) e suas vestimentas (v. 17-22).
Vejamos o diagnóstico de Cristo.

1. Jesus identificou a falta de fervor espiritual da igreja – v. 15


• Na vida cristã há três temperaturas espirituais: 1) Um coração ardente (Luc 24:32);
2) Um coração frio (Mt 24:12), e 3) Um coração morno (Ap 3:16). Jesus e Satanás
conhecem a maré espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação,
perseguição, negação, apostasia ou abalos nessa igreja.
• O problema da igreja de Laodicéia não era teológico nem moral. Não havia falsos
mestres, nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem engano. Não há na carta
menção de hereges, malfeitores ou perseguidores. O que faltava à igreja era fervor
espiritual.
• A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A
igreja era acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia.
• Nosso fogo espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O
braseiro deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar.
• Muitos fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que
fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração
com a mente. Jonathan Edwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no
coração. A verdade de Deus é lógica em fogo.
• Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é parte essencial do
Cristianismo. Não podemos ter medo das emoções, mas do emocionalismo.

2. Jesus identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio – v. 15


• É melhor ser frígido do que tépido ou morno. É mais honroso ser um ateu declarado
do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A queixa de Jesus contra os
fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a
consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que
algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.
• Uma pessoa morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser,
de um lado, e o que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira
condição.

3. Jesus identificou que a auto-confiança da igreja era absolutamente falsa – v. 17


a) A tragédia do auto-engano (v. 17) – Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes
se considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica.
Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus colocara diante dela uma porta aberta. O fariseu
deu graças por não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo vão estar
enganados (Mt 7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito
de si mesma.
b) A tragédia da auto-satisfação (v. 17) – A igreja disse: “Não preciso de cousa
alguma”. A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro.
O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não
tinha consciência de sua condição. A lenda de Narciso.
c) A tragédia de não ser o que se projetou ser e ser o que nunca se imaginou ser (v. 17c)
– Estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega.
• A congregação de Laodicéia fervilhava de frequentadores presunçosos. Eles diziam:
Estou rico e abastado e não preciso de cousa alguma. Os crentes eram ricos.
Frequentavam as altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um
poderoso centro médico, bancário e comercial.
• O orgulho de Laodicéia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia. O espírito
de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-
se convencidos e vaidosos.
• Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas
Cristo teve de acusá-los de cegos e mengidos nus. Mendigos apesar de seus bancos,
cegos apesar de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.
• São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus
porque não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos
porque não conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.

4. Jesus revelou que um crente morno em vez de ser o seu prazer, lhe provoca
náuseas – v. 16
• Você só vomita, o que ingeriu. Só joga fora o que está dentro. A igreja de Laodicéia
era de Cristo, mas em vez de dar alegria a Cristo estava provocando náuseas nele. Uma
religião morna provoca náuseas. Jesus tinha muito mais esperança nos publicanos e
pecadores do que orgulhosos fariseus.
• Fomos salvos para nos deleitarmos em Deus e sermos a delícia de Deus. Somos filhos
de Deus, herdeiros de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia
de Deus. Mas, quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo,
provocamos dor em nosso Senhor, náuseas no nosso Salvador.
• Cristo repudiará totalmente aqueles cuja ligação com ele é puramente nominal e
supercial. A igreja de Laodicéia desapareceu. Da cidade só restam ruínas. A igreja
perdeu o tempo da sua oportundade.

II. O APELO QUE CRISTO FAZ À IGREJA

1. Cristo se apresenta à igreja como um mercador espiritual – v. 18


• Cristo prefere dar conselhos em vez de ordens – Sendo soberano do céu e da terra,
criador do universo, tendo incontáveis galáxias de estrelas na ponta dos dedos, tendo o
direito de emitir ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. Ele poderia
ordenar, mas prefere aconselhar.
• A suficiência está em Cristo – A igreja julgava-se auto-suficiente, mas os crentes
deveriam encontrar sua suficiência em Cristo. “Aconselho-te que compres DE MIM…”.
• Cristo se apresenta como mascate espiritual – Cristo se apresenta à igreja como um
mercador, um mascate e um camelô espiritual. Seus produtos são essenciais. Seu preço
é de graça. Há notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles são pobres, mas
Cristo tem ouro. Eles estão nus, mas Cristo tem roupas. Eles são cegos, mas Cristo tem
colírio para os seus olhos. Cristo exorta a igreja a adquirir ouro para sua pobreza,
vestimentas brancas para sua nudez e colírio paa sua cegueira.
• A preciosa mercadoria que Cristo oferece – O ouro que Cristo tem é o Reino do céu. A
roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O colírio que Cristo tem
abre os olhos para o discernimento.
• Cristo está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas
e em sua medicina. Ele os chama à ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa
pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.
2. Cristo chama a igreja a uma mudança de vida – v. 19
• Vemos aqui uma explanação e uma exortação: “Eu disciplino e repreendo a quantos
amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te”.
• Desgosto e amor andam juntos. Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição,
ele a ama. Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua
misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo).
• Disciplina como ato de amor – A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa
ser prensada para produzir vinho. Inegavelmente é porque anseia salvá-los do juízo final
é que os repreende e disciplina.
• A base da disciplina é o amor. Porque ele ama, disciplina. Porque ama chama ao
arrependimento. Porque ama nos dá oportunidade de recomeçar. Porque ama está
disposto a perdoar-nos.
• Arrepender-se é dar as costas a esse cristianismo de aparências, de faz de conta, de
mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu.
Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, ele nos vomitará. Devemos
trocar os anos de mornidão pelos anos de zelo.

3. Cristo convida a igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele – v. 20
• Triste situação – Cristo, o Senhor da igreja, está do lado de fora. A igreja não tem
comunhão com ele. Ilustração: o homem que não conseguia ser membro da igreja.
• Este é um convite pessoal – A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto
muitos batiam a porta no rosto de Jesus, outros são convidados por ele. Cristo vem
visitar-nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele deseja entrar. É
uma visita do Amado da nossa alma.
• Uma decisão pessoal – “Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei…”. Jesus
bate através de circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora Cristo tenham
todas as chaves, ele prefere batar à porta. A PORTA – a famosa pintura de Holman
Hunt, Cristo batendo à porta, mas a porta não tinha maçaneta do lado de fora. Ilustração:
O Pai e o Filho. O menino diz para o pai: eles não ouvem porque estão ocupados com
outras coisas no quartinho dos fundos. Aqui vemos uma amostra sublime da soberania
de Cristo e da responsabilidade humana.
• A insistência de Jesus – “Estou à porta e bato”. De que maneira ele bate? Através das
Escrituras, sermão, hino, acidente, doença. É preciso ouvir a voz de Jesus.
• Um convite para cear – Que ele nos convide a vir e cear com ele é demasiada honra;
mas que ele deseje participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável que
ultrapassa nossa compreensão finita. O hóspede transforma-se em anfitrião. Não somos
dignos que ele fique embaixo do nosso teto e ele ainda vai sentar-se à nossa mesa?
Somos convidados para o banquete do casamento do Cordeiro.

III. A PROMESSA QUE CRISTO FAZ À IGREJA – V. 14,21,22

1. Jesus tem competência para fazer a promessa – v. 14


• Cristo é o Amém e a Testemunha Fiel e Verdadeira – Para uma igreja marcada pelo
ceticismo, incredulidade, tolerância Jesus se apresenta coo o Amém. Ele é a verdade, e
fala a verdade e dá testemunho da verdade.
• Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas
promessas à igreja são confiáveis. Em face da vida morna e indiferente da igreja, Jesus é
a verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda, tudo conhece.
• Ele cumpre o que diz. Ele nunca é inconstante. É absolutamente consistente. Para uma
igreja morna, inconstante, Cristo se apresenta como aquele é preciso e confiável. Jesus
não apenas jura, ele é o próprio juramento. Entre ele e sua palavra simplesmente não se
pode meter nenhum cunha.

2. Jesus tem autoridade para tornar a promessa realidade – v. 14


• Cristo é o princípio da criação de Deus – Em face da vida caótica da igreja, Jesus é
aquele que é a origem da criação. Como ele deu ordsem aos caos do universo, ele pode
arrancar a igreja do caos espiritual.

3. Jesus tem poder para conduzir os vencedores ao seu trono de glória – v. 21,22
• Quando Cristo entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes
brancas de justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o Filho
de Deus. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras
promessas ao vencedor. Reinaremos com ele. Assentaremos em tronos com ele. Um
trono é símbolo de conquista e autoridade.
• A comunhão da mesa secreta é transformada em comunhão de trono pública.
• Como Cristo participa do trono do Pai, também participaremos do trono de Cristo.
Quando abrimos a porta para Cristo entrar em nossa casa, recebemos a promessa de
entrar na Casa do Pai. Quando recebemos Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa
de sentarmos com ele em seu trono.

CONCLUSÃO

• Mas a história não termina aqui. Com o capítulo 4 de Apocalipse passamos da Igreja
sobre a terra à igreja no céu. Os olhos de João são arrancados dos companherios em
tribulação para o trono do universo. Diante desse trono estão querubins, os anjos e a
igreja glorificada. O livro da história está nas mãos do Cordeiro e nenhuma calamidade
pode sobrevir à humanidade enquanto Cristo não quebrar os selos. Além disso, os
ventos do juízo não recebem permissão para soprar sobre aqueles que foram selados
pelo Espírito Santo. A segurança da igreja está garantida
• Assim, depois de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira,
emergiremos da grande tribulação e não mais sofreremos. Iremos nos juntar à Igreja
triunfante, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda nação, tribo,
povo e língua e ali estaremos com eles perante o trono de Deus. Ali nossas lágrimas
serão enxugadas, depositaremos nossas coroas diante do trono e adoraremos Àquele que
é digno, para sempre.
• Possa o Senhor nos ajudar a ouvir o que o Espírito diz às igrejas!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Reavivamento ou sepultamento
INTRODUÇÃO

1. A história da igreja de Sardes tem muito a ver com a história da cidade de Sardes. A
glória de Sardes estava no seu passado. Sardes foi a capital da Lídia no século VII a.C.,
viveu seu tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades mais magníficas do
mundo nesse tempo.
2. Situada no alto de uma colina, amuralhada e fortificada, sentia-se imbatível e
inexpugnável. Seus soldados e habitantes pensavam que jamais cairiam nas mãos dos
inimigos. De fato a cidade jamais fora derrotada por um confronto direto. Seus
habitantes eram orgulhosos, arrogantes, e auto-confiantes.

3. Mas a cidade orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C., quando este
cercou a cidade por 14 dias, e quando seus soldados estavam dormindo, ele penetrou
com seus soldados por um buraco na muralha, o único lugar vulnerável, e dominou a
cidade. Mais tarde, em 218 a.c., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma forma. E
isso por causa da auto-confiança e falta de vigilância dos seus habitantes. Os membros
dessa igreja entenderam claramente o que Jesus estava dizendo, quando afirmou: “Sede
vigilantes! … senão virei como ladrão de noite”.

4. A cidade foi reconstruída no período de Alexandre Magno e dedicada à deusa Cibele.


Essa divindade padroeira era creditada com o poder especial de restaurar vida aos
mortos. Mas a igreja estava morrendo e só Jesus poderia dar vida aos crentes.

5. No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída


pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pela alto grau de imoralidade que a
invadiu e a decadência que a dominou.

6. Quando Jão escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente
degenerada. Sua glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se agora aos
encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de
influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. A
igreja não era nem perigosa nem desajável para a cidade de Sardes.

7. É nesse contexto que vemos Jesus enviando esta carta à igreja. Sardes era uma
poderosa igreja, dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não
vida. Tinha performance, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade.

8. A esta igreja Jesus envia uma mensagem revelando a necessidade imperativa de um


poderoso reavivamento.Uma atmosfera espiritual sintética substituía o Espírito Santo
naquela igreja. Ela subsituía a genuína experiência espiritual por algo simulado. A igreja
estava caindo num torpor espiritual e precisava de reavivamento. O primeiro passo para
o reavivamento é ter consciência de que há crentes mortos e outros dormindo que
precisam ser despertados.

9. Não é diferente o estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por aquele que anda
no meio dos candeeiros, precisamos também tomar conhecimento da nossa necessidade
de reavivamento hoje. Devemos olhar para esta carta não como uma relíquia, mas como
um espelho, em que nos vemos a nós mesmos.

I. A NECESSIDADE DO REAVIVAMENTO

1.Quando há crentes que só têm o nome no rol da igreja, mas ainda estão mortos
espiritualmente, ou seja, ainda não são convertidos – v. 1

A igreja vivia de aparências – As palavras de Jesus à igreja foram mais bombásticas do


que o terremoto que destruiu a cidade no ano 17 d.C. A igreja tinha adquirido um nome.
A fama da igreja era notável. A igreja gozava de grande reputação na cidade. Nenhuma
falsa doutrina estava prosperando na comunidade. Não se ouve de balaamitas, nem dos
nicolaítas, nem mesmo dos falsos ensinos de Jezabel. Aos olhos dos observadores
parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja sugeria vida e vigor, mas a igreja
estava morta. Era uma igreja apenas de rótulo, de aparência. A maioria dos seus
membros ainda não eram convertidos. O diabo não precisou perseguir essa igreja de
fora para dentro, ela já estava sendo derrotada pelos seus próprios pecados.

A igreja parecia mais um cemitério espiritual, do que um jardim cheio de vida – Não
nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta.
Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Nem ela própria tinha
consciência do seu estado espiritual. Todos a reputavam como igreja viva, florescente;
todos, com exceção de Cristo. Parecia estar viva, mas na verdade estava morta. Tinha
um nome respeitável, mas era só fachada. Quando Jesus examinou a igreja mais
profundamente, disse: “Não achei as suas obras íntegra diante do meu Deus” (v. 2). J. I.
Packer diz que há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá
dentro tem um defunto.

A reputação da igreja era entre as pessoas e não diante de Deus – A igreja tinha fama,
mas não vida. Tinha pompa, mas não Pentecoste. Tinha exuberância de vida diante dos
homens, mas estava morta diante de Deus. Deus não vê como vê o homem. A fama
diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. Aquela igreja estava se
transformando apenas em um clube.

A fé exercida pela igreja era apenas nominal – O Cristianismo da igreja era apenas
nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, porém não de coração.
Tinham fama de vivos; mas na realidade estavam mortos. Fisicamente vivos,
espiritualmente mortos. Ilustração: O pastor que anunciou o funeral da igreja. E colocou
espelho no fundo do caixão.

2.Quando há crentes que estão no CTI espiritual, em adiantado estadso de enfermidade


espiritual – v. 2

Na igreja havia crentes espiritualmente em estado terminal – A maioria dos crentes


apenas tinha seus nomes no rol da igreja, mas não no Livro da Vida. Mas havia também
crentes doentes, fracos, em fase terminal. O mundanismo adoece a igreja. O pecado
mata a vontade de buscar as coisas de Deus. O pecado mata os sentimentos mais
elevados e petrifica o coração. No começo vem dúvidas, medo, tristeza, depois a
consciência cauteriza, perde a vergonha. Ilustração: A bebida é a mistura do sangue do
pavão, leão, macaco e porco.

3.Quando há crentes que embora estejam em atividade na igreja, levam uma vida sem
integridade – v. 2

Esses crentes têm vida dupla – Suas obras não são íntegras. Eles trabalham, mas apenas
sob as luzes da ribalta. Eles promovem seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscam
a sua própria glória e não a de Cristo. Honram a Deus com os lábios, mas o coração está
longe do Senhor (Is 29:13). Os cultos são solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A
vida dos seus membros estava manchada pelo pecado.
Esses crentes são como os hipócritas – dão esmolas, oram, jejuam, entregam o dízimo,
com o fim da ganhar a reputação de serem religiosos. Eles são como sepulcros caiados.
Ostentam aparência de piedade, mas negam seu poder (2 Tm 3:5). É formalidade sem
poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna,
demonstração sem vida.

Esses crentes vivem um simulacro da fé, uma faz-de-conta da religião – Cantam hinos
de adoração, mas a mente está longe de Deus. Pregam com ardor, mas apenas para
exibir sua cultura. Deus quer obediência, a verdade no íntimo. Caim ofertou a Deus,
mas sua vida e seu culto foram rejeitados. O povo na época de Isaías comparecia ao
templo, mas Deus estava cansado de suas cerimônias pomposas sem o acompanhamento
da vida santa. Ananias e Safira ofertam, mas para a promoção de seus próprios nomes.
Em Sardes os crentes estão falsamente satisfeitos e confiantes; são falsamente ativos,
falsamente devotos e falsamente fiéis.

4.Quando há crentes se contaminando abertamente com o mundanismo – v. 4

A causa da morte da igreja de Sardes era não a perseguição, nem a heresia, mas o
mundanismo – Onde reina a morte pelo pecado, não há morte pelo martírio. A maioria
dos crentes estava contaminando as suas vestiduras. Isso é um símbolo da corrupção. O
pecado tinha se infiltrado na igreja. Por baixo da aparência piedosa daquela respeitável
congregação havia impureza escondida na vida de seus membros.

Viviam uma vida moralmente frouxa – O mundo estava entrando dentro da igreja. A
igreja estava se tornando amiga do mundo, amando o mundo e se conformando com ele.
O fermento do mundanismo estava se espalhando na massa e contaminando a maioria
dos crentes. Os crentes não tinham coragem de ser diferentes. Eram como Sansão (Jz
14:10) e não como Daniel (Dn 1:8), que resolveu firmemente em seu coração não se
contaminar.

II. OS IMPERATIVOS PARA O REAVIVAMENTO

Aqui estão cinco imperativos de Jesus para a igreja: 1) Sê vigilante; 2) Fortaleça ou


consolida o que resta; 3) Lembre-se; 4) Obedeça; 5) Arrependa-se.

Podemos sintelizar esses imperativos de Jesus, em três aspectos básicos:

1.Uma volta urgente à Palavra de Deus – v. 3

O que é que eles ouviram e deviam lembrar, guardar e voltar? A Pavra de Deus – A
igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. O reavimamento é resultado dessa
lembrança dos tempos do primeiro amor e dessa volta à Palavra. Uma igreja pode ser
reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, do seu fervor, do seu
entusiasmo, da sua devoção a Jesus. Deixemos que a história passada nos desafie no
presente a voltarmo-nos para a Palavra de Deus.

Lembra-te – “presente imperativo” = segue recordando, nunca esqueça de recordar.


Arrepende-te – “aoristo imperativo” = ação completada. Um momento de fazer opção e
deixar o mundo para trás, um corte radical com o estilo de vida mundano. Guarda-o –
“presente imperativo” = Não deixe de guardar o evangelho. Observa-o. Obedeça-o.
Deixe de ser um crente claudicante, que está firme hoje e capenga amanhã.

Quando uma igreja experimenta um reavivamento ela passa a ter fome da Palavra – O
primeiro sinal do reavivamento é a volta do povo de Deus à Palavra. Os crentes passam
a ter fome de Deus e da sua Palavra. Começam a se dedicar ao estudo das Escrituras.
Abandonam o descaso e a negligência com a Palavra.

A Palavra torna-se doce como o mel. As antigas veredas se fazem novas e atraentes. A
Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora.

O verdadeiro avivamento é fundamentado na Palavra, orientado e limitado por ela – Ele


tem na Bíblia a sua base, sua fonte, sua motivação, seu limite e seus propósitos.

Avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo,
inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. O
reavivamento é bíblico ou não vem de Deus.

2.Uma volta à vigilância espiritual – v. 2

Sardes caiu porque não vigiou – A cidade de Sardes fora invadida e dominada duas
vezes porque se sentia muito segura e não vigiou. Jesus alerta a igreja que se ela não
vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite, inesperadamente. Para
aqueles que pensam que estão salvos, mas ainda não se converteram, aquele dia será dia
de trevas e não de luz (Mt 7:21-23).

A igreja precisa estar vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado
– Fuja de lugares, situações, pessoas. Cuidado com a vaidade do mundo.

Alguns membros da igreja em Sardes estavam sonolentos e não mortos – E Jesus os


exorta a se levantarem desse sono letárgico (Ef 5:14). Há crentes que estão dormindo
espiritualmente. São acomodados, indiferentes às coisas de Deus. Não têm apetite
espiritual. Não vibram com as coisas celestiais.

Os crentes fiéis (v. 4) precisam fortalecer os que estavam com um pé na cova e arrancar
aqueles que estavam se contaminando com o mundo – Precisamos vigiar não apenas a
nós mesmos, mas os outros também. Uma minoria ativa pode chamar de volta a maioria
da morte espiritual. Um remanescente robusto pode fortalecer o que resta e que estava
para morrer (v. 4).

Precisamos vigiar e orar – Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são
sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas
minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do
mundo, mas pela amizade com o mundo.

A igreja de Sardes não era uma igreja herética e apóstata – Não havia heresias nem
falsos mestres na igreja. A igreja não sofria perseguição, não era perturbada por
heresias, não era importunada por oposição dos judeus. Ela era ortodoxa, mas estava
morta. O remanescente fiel devia estar vigilante para não cair em pecado e também para
preservar uma igreja decadente da extinção, restabelecendo sua chama e seu ardor pelo
Senhor.

3.Uma volta à santidade – v. 4

O torpor espiritual em Sardes não tinha atingido a todos – Ainda havia algumas pessoas
que permaneciam fiéis a Cristo. Embora a igreja estivesse cheia, havia apenas uns
poucos que eram crentes verdadeiros e que não haviam se contaminado com o mundo.
A maioria dos crentes estava vivendo com vestes manchadas, e não tendas obras
íntegras diante de Deus.

As vestes sujas falam de pecado, de impureza, de mundanismo – Obras sem integridade


falam de caráter distorcido, de motivações erradas, de ausência de santidade.

III. O AGENTE DO REAVIVAMENTO

1.Jesus conhece o estado da igreja – v. 1

Jesus conhece as obras da igreja – Ele conhece a nossa vida, nosso passado, nossos atos,
nossas motivações. Seus olhos são como chama de fogo. Ele vê tudo e a tudo sonda.

A vê que a igreja de Esmirna é pobre, mas aos olhos de Deus é rica. Ele vê que na igreja
apóstata de Tiatira, havia um remanescente fiel. Ele vê que a igreja que tem uma grande
reputação de ser viva e avivada como Sardes, está morta. Ele vê que uma igreja que tem
pouca força como Filadélfia tem uma porta aberta. Ele vê que uma igreja que se
considera rica e abastada como Laodicéia não passa de uma igreja pobre e miserável.

Jesus conhece também esta igreja. Sabe quem somos, como estamos e do que
precisamos.

2.Jesus é o dono da igreja – v. 1

Ele tem as sete estrelas – As estrelas são os anjos das sete igrejas. As estrelas estão nas
mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus. Ele controla a igreja. Ele tem autoridade e
poder para restaurar a sua igreja. Ele disse que as portas do inferno não prevaleceriam
contra a sua igreja. Ele pode levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos.

Cristo é o dono da igreja. Ele tem cuidado da igreja. Ele a exorta, consola, cura e
restaura.

3.Jesus é quem pode reavivar a igreja por meio do seu Espírito – v. 1

Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja – O problema da igreja de


Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar
vida. A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento.
Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta
Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos. “Filho do homem, poderão reviver esses
ossos? Senhor Deus, tu o sabes”.
Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo – Só o
Espírito Santo pode dar vida, e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que
o vale de ossos secos transforme-se num exército. Jesus é aquele que tem o Espírito e o
derrama sobre a sua igreja.

É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo


para servir a Deus com entusiasmo.

Jesus é quem envia o Espírito à igreja para reavivá-la – O Espírito Santo é o Espírito de
vida para uma igreja morta. Quando ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se.
Quando ele sopra nossa adoração formal passa a ter vida exuberante. Quando ele sopra
os crentes têm deleite na oração. Quando ele sopra os crentes são tomados por uma
alegria indizível. Quando ele sopra os crentes testemunham de Cristo com poder.

A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito,
viver no Espírito e andar no Espírito. Uma igreja inerte só pode ser reavivada por ele.
Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por ele. Uma igreja fraca, fortalecida. Uma
igreja morta, receber vida.

Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Cristo. Uma coisa é possuir o Espírito,
outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do
Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente.

IV. AS BÊNÇÃOS DO REAVIVAMENTO

1.Santidade agora, é garantia de glória no futuro – v. 5

A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, tornaram-se
impuros pelo pecado. O vencedor receberia vestes brancas, símbolo de festa, pureza,
felicidade e vitória. Sem santidade não há salvação. Sem santificação ninguém verá a
Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no céu. Sem santidade na
terra não há glória no céu.

2.Quem não se envergonha de Cristo agora, terá seu nome proclamado no céu por
Cristo – v. 5

Quando uma pessoa morre, tiramos o atestado de óbito. Tira o nome do livro dos vivos.
Os nomes dos mortos não constam no registro dos vivos. O salvo jamais será tirado do
rol do céu.

Aqueles que estão mortos espiritualmente e negam a Cristo nesta vida não têm seus
nomes escritos no livro da Vida. Mas aqueles que confessam a Cristo, e não se
envergonham do seu nome, terão seus nomes confirmados no livro da vida e seus nomes
confessados por Cristo diante do Pai. Os crentes fiéis confessam e são confessados.

Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter
apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que o nosso nome esteja no
livro da vida a fim de que seja proclamado por Cristo no céu (Mt 10:32).

CONCLUSÃO
1. Quem tem ouvidos, ouça o que Espírito diz às igrejas! Que Deus envie sobre nós,
nestes dias, um poderoso reavivamento!

Rev. Hernandes Dias Lopes

O poder do espírito santo na vida da igreja

Referência: Atos 1.1-14 e 2.1-47

INTRODUÇÃO

1. Visitei várias igrejas nos Estados Unidos, Canadá e Europa que são chamadas
“igrejas mortas”. Estão mortas porque deixaram a fonte da vida. Sem o Espírito Santo a
igreja morre. Sem o Espírito não há vida na igreja.
2. É possível a igreja hoje ser revestida com o poder do Espírito Santo? É possível
sermos revigorados pelo poder do alto? É possível sermos tomados de uma profunda
convicção de pecado e uma intensa sede de Deus?
3. Ao longo da história, várias vezes, Deus visitou o seu povo: a igreja primitiva,
Valdenses, Reforma, Morávios, Puritanos, Missões, Avivamentos.
4. Vamos observar algumas verdades importantes do texto em apreço: A igreja estava
com as portas fechadas, com medo dos judeus. Jesus estava ausente. Os discípulos
estavam em crise. Hoje estamos também assim: cheios de tensões, fechados, com medo,
acovardados. Precisamos, também, de experimentar o derramamento do Espírito Santo.

I. A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO – V. 4-8

1. O derramamento do Espírito é uma promessa do Pai – 1:4


• O profeta Joel já havia profetizado: “E acontecerá depois que derramarei do meu
Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos
sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei
o meu Espírito naqueles dias” (Jl 2:28,29).
• O derramamento do Espírito quebra a barreira do preconceito sexual, etário e social. •
Jesus disse que enviaria o outro Parácleto, o Espírito Santo, para estar para sempre
conosco. Jesus reafirma a promessa, quando Deus derramaria água sobre o sedento e
torrentes sobre a terra seca.

2. O derramamento do Espírito é resultado de uma espera obediente – 1:4


• os discípulos deveriam permanecer na cidade até que fossem revestidos de poder (Lc
24:49). Talvez o último lugar que gostariam de ficar fosse Jerusalém, o palco de queda e
fracasso na vida deles. Mas o cenário do fracasso deve ser o lugar da restauração.
• É mais fácil sair do que ficar. É mais fácil ser um ativista do que depender de Deus. É
mais fácil confiar em nossa força do que no poder do Espírito Santo. Mas a ordem é
capacitação do alto antes de ação na terra. Ilustração: A igreja do Evangelho Pleno em
Seul – O pastor gasta 70% do seu tempo orando e meditando na Palavra.
3. O derramamento do Espírito é resultado da expectativa de uma vida de poder –
1:5,8; Lc 24:49
• O batismo com o Espírito Santo deu-se no Pentecoste, quando o Espírito veio para
estar para sempre com a igreja. Agora, todos nós que cremos, somos batizados pelo
Espírito Santo, no corpo de Cristo. Com o batismo do Espírito, veio também o
revestimento de poder.
• Devemos igualmente esperar uma vida de poder. O evangelho é o poder de Deus. O
Reino de Deus consiste não de palavras, mas de poder. Foi essa sede de poder do alto
que levou os homens santos de Deus a clamar. Ilustração: A reunião de oração do clube
santo, na rua Aldersgate Street no dia 1/1/1738.
• O evangelista Moody foi abordado por duas mulheres da igreja Metodista Livre.
Estamos orando por você, disseram elas. Moody começa também a orar. Logo veio sua
gloriosa experiência em Nova York. Ele disse que não trocaria esse enchimento do
Espírito ainda que lhe dessem em troca o mundo inteiro.
• Mas poder para que?
a) Poder para sacudir o jugo do medo
b) Poder para tirar os olhos da especulação para a ação (At 1:6-8)
c) Poder para morrer (At 1:8)
d) Poder para perdoar (At 1:8)
e) Poder para ir além fronteiras (At 1:8)
f) Poder para para pregar (At 1:8).

II. A BUSCA DO ESPÍRITO SANTO – 1:14

1. Havia uninimidade em oração – “Todos”


• Quando Jesus fez a promessa do derramamento do Espírito, a igreja não duvidou. Não
colocou em segundo plano. Não deixou para depois. Todos os 120 discípulos buscaram
um lugar de oração. Eles tinham uma só alma. Um só propósito: buscar o poder do alto.

2. Havia perseverança na oração – “perseveravam”


• Hoje, temos ânimo para começar uma reunião de oração, mas não temos fibra para
continuar. É fácil ter entusiasmo quando as circunstâncias são favoráveis. Mas Deus
busca em nós persistência.
• C. H. Spurgeon ao pregar sobre Atos 1:14 disse: “Como esperar o Pentecoste se nem
ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando
em oração, só depois vem o Pentecoste”.
• Estudem as Escrituras. Estudem a história da igreja e vejam se há um só exemplo de
despertamento espiritual sem ser precedido por oração!
• Elias orou 7 vezes. A chuva desceu porque Elias subiu. Ele não desistiu, enquanto não
viu o sinal da chuva torrencial de Deus descendo sobre a terra seca. Precisamos ser
despertados para oração.
• Os discípulos oravam 10 dias. Poderiam ter orado um mês, um ano. Eles deveriam
ficar em Jerusalém até que…

3. Havia concordância na oração – “Todos, perseveravam, unânimes em oração”


• Havia um só coração, uma só alma, um só clamor, uma só direção. A igreja estava
unida pela mesma causa. Havia concordância entre os discípulos.
• Hoje há ajuntamento, mas pouca comunhão; há orações, mas pouca concordância;
muita coreografia, mas pouco quebrantamento; muito movimento, mas pouca adoração;
muita agitação, mas pouco louvor; muita verborragia, mas pouca unção.
• Ilustração: A restauração da Romênia em 1989 quando a igreja se uniu em oração.
• Jesus disse que dois na terra concordarem sobre qualquer coisa, isso lhes será
concedido.

III. O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO – 2:1-12

1. O derramemento do Espírito Santo foi um fenômeno celestial – 2:1-4


• O Pentecoste não foi algo produzido, ensaiado, fabricado. Algo do céu
verdadeiramente aconteceu. Foi incontestável, irresistível. Foi soberano, ninguém pôde
produzi-lo. Foi eficaz, ninguém pôde desfazer os seus resultados. Foi definitivo: ele
veio para ficar para sempre com a igreja.
a) O derramamento do Espírito veio como um SOM – Não foi barulho, algazarra, falta
de ordem, histeria, mas um som do céu. O Pentecoste foi audível, verificável, público,
reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto atraiu grande multidão para
ouvir a Palavra.
b) O derramamento do Espírito veio como um VENTO – O vento é símbolo do Espírito
Santo. O vento é livre – ele sopra onde quer. O vento é soberano – ele sopra
irresistivelmente. O vento é misterioso – ninguém sabe donde vem nem para onde vai.
c) O derramamento do Espírito veio em línguas como de FOGO – O fogo também é
símbolo do Espírito Santo. O fogo ilumina, purifica, aquece e alastra.
d) O derramamento do Espírito produziu o fenômeno das línguas – Pentecoste foi o
oposto de Babel. Lá as línguas eram ininteligíveis. Aqui, não há necessidade de
interpretação. Lá eles enalteciam seus próprias nomes. Aqui eles falam as grandezas de
Deus.

2. O derramamento do Espírito nos prova que os milagres abrem portas para o


evangelho, mas não é o próprio evangelho – v. 7, 12,13
• Três foram as reações ao milagre do derramamento do Espírito Santo:
a) Ceticismo – v. 12
b) Preconceito – v. 7
c) Zombaria – v. 13
• O milagre em si não pode transformar a multidão, mas atraiu essa mesma multidão
para ouvir a Palavra de Deus. Quando Pedro começou a pregar, o coração do povo
começou a derreter.
• Naquele dia o apelo não partiu do pregador, mas do auditório.

3. O derramamento do Espírito traz uma experiência pessoal de enchimento do


Espírito Santo – 2:4
• Aqueles discípulos já eram salvos. Por três vezes Jesus havia deixado isso claro (Jo
13:10; 15:3; 17:12). Paulo declarou: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal
não é dele” (Rm 8:9). Jesus disse que quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no Reino (Jo 3:5). Jesus já havia soprado sobre eles o Espírito Santo (Jo 20:22).
• Mas a despeito de serem regenerados pelos Espírito e de receberem o selo do Espírito,
eles ainda não estavam cheios do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito, outra é ser cheio
do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito presente, outra é ter o Espírito presidente. Você
que tem o Espírito, está cheio do Espírito? Ilustração: O missionário presbiteriano John
Hyde.
• A experiência da plenitude é pessoal (At 2:3-4). Logo que eles ficaram cheios do
Espírito começaram a falar as grandezas de Deus (v. 11). Sempre que alguém estava
cheio do Espírito começava a pregar (Atos 1:8; 2:4,11,14,41; 4:8,29-31; 6:5,8-10; 9:17-
22; 1 Ts 1:5; 1 Co 2:4).
• A plenitude do Espírito nos dá poder para pregar com autoridade. Ilustração: Davi
Hume e George Whitefield; Magready e o pastor.

IV. A PREGAÇÃO NO PODER DO ESPÍRITO SANTO – 2:14-41

1. Uma pregação Cristocêntrica na sua essência


a) A morte de Cristo (v. 23) – A cruz não foi um acidente, mas parte do plano eterno de
Deus. A cruz não foi uma derrota para Jesus, mas a sua exaltação. Foi na cruz que Jesus
conquistou para nós redenção e desbaratou com o inferno. Cristo não foi para a cruz
porque Judas o traiu, os judeus o entregaram, Pilatos o sentenciou e os soldados o
pregaram. Eles foi à cruz pelo plano do Pai. Ele foi por amor.
b) A ressurreição de Cristo (v. 24,32) – Não adoramos um Cristo morto, mas o Jesus
vitorioso sobre o pecado, a morte e o diabo.
c) A exaltação de Cristo (v. 33) – Jesus voltou ao céu triunfantemente e assentou-se no
trono. Ele reina. Ele vai voltar.
d) O senhorio de Cristo (v. 36) – Jesus é o Senhor e diante dele deve se dobrar todo
joelho. O ministério do Espírito Santo é o ministério de HOLOFOTE – exaltar Jesus.

2. Uma pregação eficaz quanto ao seu propósito – 2:37


• A pregação de Pedro explodiu como dinamite no coração da multidão. Foi um sermão
atingidor. Pedro não pregou para agradar nem para entreter. Ele foi direto ao ponto. Pôs
o dedo na ferida. Não pregou diante do auditório, mas ao auditório. No verso 23 Pedro
diz: “Vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”.
• A pregação precisa ser direta, confrontadora. Ela precisa gerar a agonia do
arrependimento.

3. Uma pregação clara em suas exigências v. 2:38


• Antes de falar de perdão, Pedro falou de culpa. Antes de falar de redenção, falou de
pecado. Antes de falar de salvação, mostrou que eles estavam perdidos.
• Não há salvação sem arrependimento. Ninguém entra no céu sem antes saber que é um
pecador. Pedro se dirigiu a um grupo extremamente religioso, mas que precisava se
arrepender para ser salvo.
• Hoje, a pregação do arrependimento está desaparecendo dos púlpitos. Precisamos nos
arrepender da nossa falta de arrependimento.

4. Uma pregação específica quanto à promessa – v. 38


• Duas promessas são feitas ao arrependido: uma ligada ao passado e outra ao futuro:
remissão de pecados e dom do Espírito Santo. Depois que somos salvos, então podemos
ser cheios do Espírito. Primeiro o povo se volta para Deus de todo o coração, com
choro, jejuns, rasgando o coração; depois o Espírito é derramado.

5. Uma pregação vitoriosa quanto aos resultados – v. 41


• Quando há poder na pregação, vidas são salvas. A pregação de Pedro não apenas
produziu conversões abundantes, mas também frutos permanentes.
• Eles não somente nasceram, mas também cresceram na graça de Jesus (At 2:42-47).
Ao serem convertidas, elas foram batizadas. Integraram-se na igreja e perseveraram.
Criaram raízes. Amadureceram. Fizeram outros discípulos e a igreja tornou-se
irresistível.
V. A VIDA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO – 2:42-47

1. Uma igreja cheia do Espírito Santo tem compromisso com a Palavra de Deus – v. 42
• Eles tinham prazer de estudar a Palavra. Eles tornaram-se crentes firmes nas
Escrituras. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos.

2. Uma igreja cheia do Espírito tem prazer na vida de oração – v. 42


• Uma igreja cheia do Espírito ora com fervor e constância. É impossível ser uma
pessoa cheia do Espírito e não ter vida de oração.

3. Uma igreja cheia do Espírito tem profunda comunhão – v. 42,44,45,46


• Uma igreja cheia do Espírito é um lugar onde os irmãos se amam profundamente. Eles
gostavam de estar juntos (v. 44). Eles partilhavam seus bens (v. 45). Eles gostavam de
estar na igreja (v. 46) e também nos lares (v. 46b). Havia um só coração e uma só alma.

4. Uma igreja cheia do Espírito que adora a Deus com entusiasmo – v. 47


• Uma igreja cheia do Espírito canta com fervor. Ela louva a Deus com entusiasmo. Ela
louva a Deus de todo o coração e bane do seu meio toda murmuração.

5. Uma igreja cheia do Espírito teme a Deus e experimenta os seus milagres – v. 43


• Uma igreja cheia do Espírito é formada por um povo cheio de reverência. Ela tem
compreensão da santidade de Deus. Ela se curva diante da majestade de Deus. Ela tem a
agenda aberta para as soberanas intervenções de Deus. Ela crê nos milagres de Deus.

6. Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja que tem a simpatia dos homens e a bênção
do cresciemento numérico por parte de Deus – v. 47
• Essa igreja é simpática, amável. Ela é sal e luz. Ela é perfume de Cristo. Ela é carta de
Cristo. Ela é boca de Deus e monumento da graça de Deus no mundo.
• Essa igreja tem qualidade e também quantidade. Ela cresce para o alto e também para
os lados. Ela tem vida e também números.

CONCLUSÃO

1. Você é um crente cheio do Espírito Santo? Você é um crente de oração? Você tem
falado das grandezas de Deus? Você tem experimentado o poder de Deus? Você tem
pregado a palavra de Deus?
2. Hoje, você pode transbordar. Jesus prometeu: “Quem crêr em mim, como diz a
Escritura, rios de água viva fluirão do seu interior”.
3. Você quer tomar posse hoje dessa vida superlativa?

Como encontrar descanso para a sua alma

Referência: Mateus 11.28-30

INTRODUÇÃO

1) Mateus capítulo 11 revela-nos quatro retratos distintos de Cristo:


1. Jesus, o juiz que repreende – v. 21 – Jesus tinha realizado grandes milagres em
Corazin e Betsaida, mas o povo reagiu com indiferença à mensagem e às obras de
Cristo. Jesus, então, os repreende com palavras severas de juízo e condenação.
Ilustração: Um juiz na India estava indo para a coorte quando viu uma criança
brincando sobre os trilhos de um trem que se aproxima. Ele correu e salvou o menino da
morte iminente. Mas seguiu para a coorte e condenou um assassino à morte. Num
pequeno espaço de tempo este Calheiro foi tanto salvador como juiz.

2. Jesus, o Filho que se alegra – v. 25 – Jesus mostra aqui a inescrutável sabedoria de


Deus que oculta as verdades do evangelho aos sábios e entendidos deste mundo e as
revela aos pequeninos. No Reino de Deus quem não se fizer como uma criança jamais
poderá entrar no céu.

3. Jesus, o Deus feito carne que revela o Pai – v. 27 – Jesus mostra aqui, que ele é Deus.
Ele é o criador do universo, o Rei imortal, que veio para nos revelar quem é Deus.

4. Jesus, o Deus redentor que oferece descanso para a nossa alma – v. 28-30 – Essas
palavras tem trazido calma, cura e salvação para milhões de pessoas aflitas ao longo dos
séculos. Aqui nós temos a oferta do Evangelho:

I. O CONVITE DE JESUS – V. 28

Ninguém no universo tem autoridade e competência para fazer esse convite.

Observe que você não está sendo convidado para analisar uma denominação, uma
igreja, uma doutrina, mas você está sendo convidado para um encontro e uma
experiência com Cristo.A verdadeira salvação é encontrada somente em uma Pessoa. Na
Pessoa de Jesus Cristo.

1. Encontro com Cristo – “Vinde a mim”

Esse convite é dirigido a todos indistintamente. Esse convite é aberto a todos os que
estão cansados e sobrecarregados com o peso do pecado ou o peso do legalismo.

Esse convite não é discutir sobre Cristo, mas para um encontro com Cristo. Não é
religião. Não é moralidade. Não é rito religioso. Não é caridade. Não é misticismo. Não
é legalismo. Não é fuga da realidade. É um encontro com aquele que é a vida, a paz, a
alegria, a salvação.

Vir a Cristo significa confiar nele. Entregar-se a ele.

2. Experiência com Cristo – “Vinde a mim todos vós que estais cansados e
sobrecarregados e eu vos aliviarei”.

Há milhares e milhares de pessoas que são controladas pelo pecado. Vivem sob a
opressão do medo, do vício, do pecado.

2.1. A escravidão do pecado – “Todos vós que estais cansados”. O pecado cansa. O
pecado é um fardo. O pecado destrói as pessoas. O pecado é um fardo esmagador.
Muitas pessoas não aguentam mais conviver com seus vícios. São escravas. São cativas.
Estão carregando um peso cruel sobre as costas.

2.2. O peso do pecado – “… e oprimidos”. O Peregrino ao ver a cruz, seu fardo caiu de
suas costas e ele ficou livre. Quando vamos a Jesus encontramos descanso para a nossa
alma. Jesus oferece não apenas descanso espiritual, mas descanso físico, mental e
emocional. “Deixo-vos a paz e a minha vos deu”.

II. A EXIGÊNCIA DE JESUS – V. 29

Relembre que Jesus foi um carpinteiro em Nazaré. Certamente ele fez muitas cangas
para colocar debaixo do mesmo jugo os animais de trabalho. Ao usar essa metáfora,
Jesus está nos falando sobre duas coisas. Esta obrigação é para:

1. Aceitar um relacionamento com Cristo – v. 29 – “Tomai sobre vós o meu jugo”.

Há muitas pessoas que buscam se deleitar nos benefícios do evangelho, mas sem
compromisso de um estreito relacionamento com Cristo. Eles desejam conhecer a paz, o
perdão, o poder e propósitos em suas vidas, mas não querem compromisso com Jesus.

Eles não entendem que não há cristianismo sem compromisso com Jesus. Aquele que se
une com o Senhor torna-se um só espírito com ele.

Tomar o jugo de Cristo é uma profunda experiência. A escravidão de Cristo nos liberta.
O jugo de Cristo é o sinal da libertade. Quanto mais escravo de Cristo você é, mais livre
você se sente.

Quando você toma o jugo de Cristo você conhece a paz com Deus e a paz de Deus.

Tomar o jugo de Cristo é tornar-se discípulo. É submeter-se a Cristo.

2. Assumir uma responsabilidade com Cristo – v. “Tomai sobre vós o meu jugo”.

O jugo fala também do serviço sob o senhorio de Cristo. Assim como dois bois
trabalham debaixo do mesmo jugo, o Senhor Jesus deseja que estejamos ligados a ele no
serviço do Reino de Deus. Veja Marcos 16:20.

Neste apelo evangelístico de Jesus há não somente um convite dirigido ao coração e


uma obrigação dirigida à vontade, mas também uma educação dirigida à mente.

III. O DESAFIO DE JESUS AO APRENDIZADO – V. 29-30

Vir a Jesus e tomar sobre nós o jugo é algo que acontece quando cremos. Mas o
aprendizado é um processo. Quanto mais nós aprendemos de Cristo, mais nós
desfrutamos da sua paz.

1. Nós devemos aprender de Cristo – v. 29


Este não é um aprendizado meramente acadêmico, mas um aprendizado de uma
experiência pessoal com Cristo e seu amor. Devemos buscar a intimidade com Jesus,
como João buscou. Devemos auscultar o pulsar do coração de Jesus.

Devemos aprender sobre a mansidão de Cristo. Mansidão não é fraqueza, mas poder sob
controle.

Devemos aprender sobre a humildade de Cristo. A palavra “humilde” significa baixo


como o chão. Isto significa curvar-se até chegar aos pés de alguém. Ser humildade é
fazer como Maria que se assentava aos pés de Jesus.

2. Nós devemos descansar em Cristo – v. 29

Quanto mais nós aprendemos de Cristo, mais nós descansamos nele. Quanto mais nós
temos intimidade com Cristo, mais nós encontramos descanso para as nossas almas.

Paulo diz isso de outra forma: “Agora já não sou eu mais quem vive, mas Cristo é quem
vive em mim”.

Devemos lançar não apenas a nossa ansiedade sobre ele, mas toda a nossa vida, a nossa
alma. Cristo é o nosso descanso. Ele é a nossa paz. Ele é a nossa cidade refúgio.

A palavra fé é colocar toda a sua alma, seu peso, seu fardo, sua vida sobre Cristo.
Ilustração: Quando John Paton, o missionário que viveu nas Novas Hébridas, estava
traduzindo a Bíblia para a língua nativa ele estava tentando encontrar uma palavra
própria para descrever fé. Um dia, depois de um tempo de trabalho árduo, chegou em
sua casa cansado e jogou todo o seu peso sobre a cadeira. Instantaneamente ele gritou:
Achei a palavra para descrever fé.

CONCLUSÃO

Conversão.

Serviço.

Discipulado.

O drama da redenção

Referência: Mateus 26.26-46; 27.11-54

INTRODUÇÃO

1. O maior drama da história

A paixão de Cristo é o maior drama da história. Ultrapassa em dramaticidade e em


consequência a qualquer grande evento da humanidade. Desse drama depende a sua
salvação.
2. Toda a Bíblia aponta para esse drama

A paixão de Cristo é o centro da Bíblia e da história. As profecias apontaram para este


drama. Dele falaram os patriarcas e os profetas. Os grandes eventos da história e os
grandes ritos da fé judaica apontavam para o sacrifício de Cristo.

João Batista sintetizou essa verdade, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo” (Jo 1:29).

3. O drama da redenção pode ser contemplado em quatro partes

O episódio da redenção pode ter quatro palcos distintos: O Cenáculo, o Getsêmani, o


Pretório e o Calvário.

O drama da redenção é representado: pela Ceia, pela Agonia, pelo Julgamento; pela
Crucificação.

I. O DRAMA DO CENÁCULO – Mt 26:26-30

1. As últimas lições para seus discípulos

Jesus se reúne com seus discípulos no Cenáculo para passar-lhes suas últimas lições:

a) Ele ensina a eles a humildade, lavando-lhes os pés.

b) Ele lhes dá um novo mandamento: amar uns aos outros como ele os amou.

c) Ele lhes consola falando da vinda do Espírito Santo e da sua segunda vinda.

d) Ele ora por eles.

e) Ele aponta Judas como o traidor.

f) Ele alerta a Pedro: “Jamais cantará o galo antes que me negues três vezes”.

2. A instituição da Ceia

Jesus pegou um pão, abençoou-o, quebrou-o em pedaços e passou-os aos discípulos.

Três verdades se destacam aqui:

a) A centralidade da sua morte (Mt 26:26,27) – O pão simboliza o corpo de Cristo


pregado na cruz e o cálice representa seu sangue derramado na cruz. Jesus ordena seus
discípulos: “Fazei isto em memória de mim”. Esse é o único ato comemorativo
autorizado por ele, não dramatiza seu nascimento nem sua vida, nem suas palavras nem
suas obras, mas somente sua morte. Era por sua morte que ele desejava ser lembrado e
não por seus milagres. A morte de Cristo ocupa lugar central no cristianismo. Sem há
cristianismo sem cruz.
b) O propósito da sua morte (Mt 26:28) – Pelo derramamento do sangue de Cristo Deus
estava tomando a iniciativa de estabelecer uma nova aliança com o seu povo, na qual
uma das maiores promessas era o perdão dos pecadores. Cristo vai morrer a fim de levar
o seu povo a um novo relacionamento de aliança com Deus.

c) A aplicação da sua morte (Mt 26:26,27) – Precisamos nos apropriar pessoalmente da


sua morte. Precisamos comer e beber. Assim como não era suficiente que o pão fosse
quebrado e o vinho derramado, mas que tinham de comer e beber, da mesma forma não
era suficiente que ele morresse, mas eles tinham de se apropriar pessoalmente dos
benefícios da sua morte. Não é o cordeiro, nem o sangue do cordeiro, mas o sangue do
cordeiro aplicado que nos salva.

II. O DRAMA DO GETSÊMANI – Mt 26:36-46

1. O drama da tristeza – v. 37,38

Jesus começou a entristecer-se (v. 37); confessou aos discípulos sua tristeza (v. 38);
clamou ao Pai para se possível passar dele aquele cálice?

Por que Cristo está triste? Que cálice era esse que Jesus pediu ao Pai para passar dele?

a) Era porque sabia que Judas estava liderando a turba assassina que viria prendê-lo?

b) Era porque estava dolorosamente consciente que Pedro o negaria?

c) Era porque sabia que o sinédrio o considereria réu de morte?

d) Era porque sabia que Pilatos o entregaria e o sentenciaria à morte?

e) Era porque sabia que seria escarnecido pela multidão e seria pregado na cruz como
um malfeitor?

f) Era porque sabia que seus discípulos o abandonariam?

Não! Esse cálice não simbolizava nem a dor física de ser açoitado e crucificado, nem a
aflição mental de ser desprezado e rejeitado até mesmo por seu próprio povo; antes, a
agonia espiritual de levar os pecados do mundo, de suportar o juízo divino que esses
pecados mereciam.

Foi desse contato com o pecado humano que sua alma sem pecado recuava. Da
experiência de alienação de seu Pai que o juízo sobre o pecado trazia, que ele se afastou
horrorizado.

Jesus começou cada oração: “se possível passe de mim esse cálice” e terminou cada
oração, dizendo: “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. Não foi
possível passar o cálice de Jesus. O propósito de Deus em salvar o pecador incluía
necessariamente a morte do seu Filho. Dessa oração ele emergiu confiante: “Não
beberei, porventura, o cálice que o meu Pai me deu?” (Jo 18:11).

Essa tristeza de Jesus pode ser descrita de quatro formas:


a) Aspecto temporal – A hora de beber o cálice da ira de Deus havia chegado. Para isso
ele havia vindo ao mundo.

b) Aspecto físico – O sofrimento, a humilhação, as cusparadas, os açoites, a cruz.

c) Aspecto moral – O Filho de Deus seria cuspido pelos homens e crucificado como um
criminoso.

d) Aspecto espiritual – A tristeza de Cristo é porque ele estava se fazendo pecado,


maldição, sendo desamparado pelo Pai.

2. O drama da solidão – v. 39

Muita gente já havia abandonado a Cristo. Seus discípulos o iam abandonar agora. Mas,
em breve, o próprio Pai vai desampará-lo. Muita coisa Jesus disse à multidão. Quando
falou do traidor, foi apenas para os 12. E únicamente para 3 desses disse: “A minha
alma está profundamente triste”. E por fim, quando começou a suar sangue, estava
completamente sozinho.

3. O drama da oração

A oração de Jesus foi marcada por: 1) Humilhação – Ele, o Deus eterno, está de joelhos,
com o rosto em terra, prostrado. 2) Intensidade – A luta era tão intensa que ele começou
a suar sangue. Ele agonizou em oração. 3) Perseverança – Ele orou 3 vezes e
progressivamente. 4) Submissão – Ele se rendeu à vontade do Pai. Ele se rendeu ao
plano do Pai. Não havia outro caminho para salvar-nos a não ser que ele bebesse o
cálice amargo da ira de Deus contra o pecado. Ele aceitou ser traspassado pelas nossas
transgressões.

4. O drama da rendição

Jesus veio para dar sua vida. Ele veio para morrer. Ele veio como Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. Ele veio como nosso fiador e representante. Ele veio para se
fazer pecado e maldição por nós. Ele veio para ser a propiciação pelos nossos pecados.
Ele veio nos reconciliar com Deus. Pelo seu sangue ele nos remiu, nos lavou e nos
reconciliou com Deus.

Não havia outro meio. Não havia outro método. Foi preciso que ele bebesse o cálice e
ele se rendeu!

III. O DRAMA DO PRETÓRIO DE PILATOS – Mt 27:11-26

1. O drama da acusação contra Cristo

a) Acusado de sedição política (v. 37) – Os judeus por inveja colocaram Cristo contra o
Estado, contra Roma, contra César. Acusaram-no de ser “o rei dos judeus”. Grafaram
essa acusação do topo da sua cruz em língua hebraica, grega e latina.
b) Acusado de blasfêmia (v. 40b) – Os judeus julgaram-no digno de morte quando se
apresentou como o Filho de Deus. Os membros do sinédrio disseram: “Blasfemou”.
Depois acusaram-no de impostor (v. 40) e embusteiro (v. 43).

2. O drama do governador Pilatos

Quatro vezes Pilatos reconheceu a inocência de Cristo: quando o recebeu, depois que
Herodes o devolveu, depois de ser açoitado e ainda pela advertência da sua mulher.

Pilatos sabia que os judeus haviam entregue a Cristo por inveja.

Pilatos tenta fugir da sua responsabilidade por 4 formas evasivas:

a) Transferir a responsabilidade – Enviou Jesus a Herodes.

b) Tentou meias-medidas – “Portanto, depois de o castigar, soltá-lo-ei” (Lc 23:16,22).

c) Tentou fazer a coisa certa da maneira errada – Soltar a Jesus pela escolha da
multidão. A multidão preferiu Barrabás.

d) Tentou protestar sua inocência – Lavou as mãos, dizendo: “Estou inocente do sangue
deste justo” (v. 24). Pilatos entregou Jesus para ser crucificado.

Três expressões da narrativa de Lucas iluminam o que Pilatos fez: 1) “o seu clamor
prevaleceu”, “Pilatos decidiu atender-lhes o pedido”, e “quanto a Jesus, entregou à
vontade deles” (Lc 23: 23-25). O clamor deles, o pedido deles, a vontade deles. Ele
deseja soltar a Jesus, mas também desejava contentar a multidão (Mc 15:15). A
multidão venceu! Por que? Porque lhe disseram: “Se soltas a este, não és amigo de
César; todo aquele que se faz rei é contra César” (Jo 19:12). A escolha era entre honra e
ambição, entre o princípio e a conveniência. Sua consciência afogou-se nas altas vozes
da racionalização. Ele fez concessões por ser covarde.

Do pretório de Pilatos Jesus saiu ensanguentado, condenado, carregando uma pesado


cruz pelas ruas apinhadas de Jerusalém sob o escárnio da multidão e a tortura dos
soldados.

IV. O DRAMA DO CALVÁRIO – Mt 27:33-54

1. Quem levou Jesus à cruz

A morte de Cristo foi o mais horrendo crime. Gentios e judeus, os líderes religiosos e os
políticos mancomunaram-se com o povo para o condenar. Pedro denuncia as
autoridades judaicas no Pentecostes: “Vós crucificastes o autor da Vida. Vós com mãos
iníquas o matastes”.

Mas, também a morte de Cristo foi a mais alta expressão de amor. Cristo não foi a cruz
porque os judeus o entregaram por inveja, porque Judas o traiu por ganância, porque
Pilatos o condenou por covardia, porque os soldados o pregaram na cruz por crueldade.
Foi o Pai quem entregou Jesus por amor (Jo 3:16; Rm 5:8).
Mas Cristo não foi à cruz como um mártir. Cristo não foi arrastado à cruz. Ele deu a sua
vida. Ele foi para a cruz como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele foi
como um rei caminha para a sua coroação. Ele morreu pelos nosssos pecados.

2. O que Cristo suportou na cruz?

a) Ele suportou a agonia do sofrimento: dor, sede, desprezo, zombaria.

b) Ele suportou as trevas: Douglas Wesbter disse que “No nascimento do Filho de Deus
houve luz à meia-noite; na morte do Filho de Deus, houve trevas ao meio-dia”.

c) Ele suportou a zombaria dos homens: Eles disseram: “desça da cruz”, “ah salvou os
outros, a si mesmo não pode salvar”. “Oh tu que destróis o santuário e em três dias o
reedificas, desça da cruz e creremos em ti”.

d) Ele suportou o desamparo de Deus – O universo inteiro se contorceu de dores. O sol


escondeu o seu rosto. As trevas inundaram a terra. As pedras se arrebentaram nos vales
e Jesus gritou do alto da cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

e) Ele suportou o peso dos nossos pecados – Ele levou sobre o corpo no madeiro os
nossos pecados. Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi moído e
traspassado pelas nossas iniquidades. Ele se fez pecado por nós. Não havia beleza nele.
Ele foi feito maldição.

3. O que Cristo conquistou na cruz

a) Ele conquistou a redenção para o seu povo – Ele disse: “Está consumado”. A dívida
foi paga. A justiça foi satisfeita. Agora o seu povo está quites com a lei. Agora já
nenhuma condenação há para aqueles que estáo em Cristo Jesus.

b) Ele conquistou livre acesso à presença de Deus – O véu do santuário rasgou de alto a
baixo (v. 51). Agora todos somos sacerdotes. Ele abriu um novo e vivo caminho para
Deus.

c) Ele conquistou a vitória sobre a morte – Quando ele morreu, os mortos ressuscitaram.
Ele entrou nas entranhas da morte, arrancou seu aguilhão, tirou o seu poder e venceu a
morte, ressuscitando dentre os mortos.

CONCLUSÃO

O drama da redenção reforça-nos três verdades e implicações profundas:

1. O nosso pecado é extremamente horrível

Nada revela a gravidade do pecado como a cruz. O que enviou Cristo a cruz não foi a
ambição de Judas, nem a inveja dos sacerdotes, nem covardia vacilante de Pilatos, mas
os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. É impossível encararmos a cruz
sem sentirmos vergonha de nós mesmos. Eu estava lá. Você estava lá. Não apenas como
um expectador, mas como um assassino. Nós levamos Cristo a cruz.
Não havia uma outra forma de Deus perdoar os nossos pecados a não ser que o Filho de
Deus fosse morto na cruz.

2. O amor de Deus é incompreensível

Deus poderia nos abandar à nossa própria sorte. Ele seria justo se todos nós fôssemos
condenados, visto que o salário do pecado é a morte. Mas ele não nos abandonou. Ele
nos amou e veio nos buscar. Ele estava em Cristo reconciliando-nos com ele. Ele não
apenas nos amou, mas nos amou graciosamsente e graça é amor aos que não merecem.

3. Aquele que rejeita a oferta da graça só lhe resta uma horrível expectativa de
juízo

A salvação é Deus. É gratuita. É pela fé. É para você. É urgente. É para hoje. Se hoje
você ouvir a voz de Deus não endureça o seu coração. Hoje é o dia oportuno. Hoje é o
dia da salvação. Venha a Cristo agora mesmo. Ele chama: Vinde a mim. Ele agora abre
os braços, e diz: Vem. O céu o espera. O pai o aguarda. A noiva diz: Vem. O Espírito
diz: vem!

A cruz de Cristo, o maior drama da história

Referência: Mateus 27.33-56

INTRODUÇÃO

1. A cruz de Cristo é pré-histórica. Ela estava encrustrada no coração de Deus antes da


fundação do mundo:

a) 1 Pe 1:18-20 –

b) Ap 13:8 –

c) At 2:23

2. O Calvário não foi um acidente, mas um plano divino. Cristo veio para morrer. A
morte na cruz sempre esteve em sua agenda: ele profetizou várias vezes que veio para
morrer. Ele não morreu como um mártir. Ele voluntáriamente deu a sua vida. Ele é o
Cordeiro que tira o pecado (Jo 1:29). Ele é como a serpente levantada (Jo 3:14). Ele é o
pastor que dá a sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11-18). Ele é o grão de trigo que cai e
morre para produzir muitos frutos (Jo 12:20-25).

3. Cristo foi para a cruz não apenas porque os judeus o entregaram por inveja. Não
apenas porque Judas o traiu por dinheiro. Não apenas porque Pilatos o condenou por
covardia. Cristo foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor. Cristo foi para a cruz
porque ele se entregou a si mesmo por nós.
4. O calvário é o maior drama da história. O calvário é o palco da justiça de Deus: seu
consumado repúdio ao pecado e também é o palco do infinito amor de Deus: pois ali ele
não poupou o seu próprio Filho para nos salvar. A cruz de Cristo é o nosso êxodo, a
nossa libertação.

5. Vejamos as cenas dessa maior drama da história:

I. AS ACUSAÇÕES CONTRA JESUS CRISTO NA CRUZ

Jesus foi acusado pelo Estado e pela Religião. O povo amotinado e insuflado pediu sua
condenação. Chamaram-se testemunhas. Ele foi acusado, julgado, sentenciado e
condenado à pena de morte. Mas as acusações eram falsas, as testemunahas foram
subornadas e a condenação o mais perverso erro judicial da história.

1. Jesus foi acusado de sedição política – v. 37

Os judeus por inveja o acusaram de sedição política. Colocaram-no contra o Estado,


contra Roma, contra César. Questionaram as suas motivações e a sua missão.
Acusaram-no de querer um trono, em lugar de abraçar uma cruz.

A acusação contra Cristo é que ele era o “Rei dos judeus”. Essa acusação foi pregada
em sua cruz em três idiomas: hebraico, grego e latim. O Hebraico é a língua da religião.
O grego é a língua da filosofia e o latim é a língua da lei romana. Tanto a religião, como
a filosofia e a lei se uniram para condenar a Jesus, mas ele fez da sua cruz um
instrumento para salvar homens do mundo inteiro.

2. Jesus foi acusado de blasfêmia – v. 40b

Os judeus ficaram chocados, escandalizados e perplexos quando Jesus se apresentou


como Filho de Deus. Eles rasgaram suas vestes, dizendo: ele blasfema! Agora,
escarnecem dele na cruz.

3. Jesus foi acusado de ser um impostor – v. 40a

Eles não tinham olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, nem corações para entender o
que Jesus falava. Eles pensavam que Cristo se referia ao templo de Herodes, enquanto
Jesus falava do seu corpo, de sua morte e ressurreição (Jo 2:19).

4. Jesus foi acusado de ser Salvador – v. 42

“Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar”. Mas se Jesus salvasse a si mesmo, não
poderia nos salvar. Ele morreu para vivermos.

5. Jesus foi acusado de usar indevidamente o nome de Deus – v. 43

Eles pensavam que Jesus era um embusteiro (v. 63), um mentiroso, um lunático que
procurava enganar os fracos ao afirmar que confiava em Deus e que Deus lhe queria
bem.

II. O DESAMPARO DE JESUS CRISTO NA CRUZ


1. Jesus foi desamparado pelo povo – v. 39

O mesmo povo que viu seus gloriosos milagres, que o viu levantando os paralíticos,
curando os cegos, purificando os leprosos e ressuscitando os mortos, agora zombam de
Cristo, agora escarnecem do Filho de Deus.

2. Jesus foi desamparado pelos líderes – v. 41

Aqueles que conheciam a Palavra de Deus, também zombaram de Cristo. Eles


escarneceram do Filho de Deus.

3. Jesus foi desamparado pelos ladrões que foram crucificados com ele – v. 44

Os próprios companherios de desdita também se insurgiram contra Cristo. Eles também


atiram setas venenosas contra o Filho de Deus.

4. Jesus foi desamparado pelo próprio Pai – v. 46

O universo inteiro se contorceu de dores. O sol escondeu o seu rosto. As trevas


inundaram a terra. Cristo se fez pecado por nós. Ele foi feito maldição por nós. Ele
desamparado pelo próprio Pai. Deus puniu o nosso pecado nele. Ele bebeu sozinho o
cálice da ira de Deus.

III. AS PALAVRAS DE JESUS CRISTO NA CRUZ

1. Palavras em relação às pessoas às pessoas

a) Palavra de perdão – “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem” (Lc
23:34).

b) Palavra de salvação – “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23:39-43).

c) Palavra de afeição – “Mulher, eis aí o teu filho – Eis aí tua mãe” (Jo 19:25-27).

2. Palavra em relação a Deus

a) Palavra de desemparo – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt
27:45-49). Houve trevas sobre toda a terra ao meio dia. Sede, desamparo e agonia são
um símbolo do próprio inferno. Foi na cruz que Cristo desceu ao inferno. Foi ali que ele
se fez pecado. Foi ali que ele bebeu o cálice da ira de Deus por nós. Foi ali que ele
suportou o justo castigo que os nossos pecados merecem. A nova praga do Egito foram
três dias de trevas, seguido da última praga, a morte dos primogênitos (Ex 10:22-11:9).
As trevas no calvário foram uma proclamação de que o Cordeiro de Deus seria imolado
pelos pecados do mundo. Os homens pensaram que Cristo clamava por Elias. Havia não
apenas trevas na terra, mas também em suas mentes e corações.

3. Palavras em relação a si mesmo

a) Palavra de agonia – “Tenho sede” (Jo 19:28-29).


b) Palavra de vitória – “Está consumado” (Jo 19:30).

c) Palavra de rendição – “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23:46).

IV. O IMPACTO DA MORTE DE JESUS CRISTO NA CRUZ

1. O sol escondeu o seu rosto e as trevas encheram a terra – v. 45

A natureza fazia coro e se identifica com o sofrimento do Filho de Deus. Naquele


momento ele foi feito pecado por nós. Naquele momento Deus fez cair sobre ele a
iniquidade de todos nós.

2. Acabou a hierarquia espiritual – v. 51

Agora judeus e gentios têm livre acesso a Deus por meio de Cristo. Agora não
precisamos de um sacerdote, de um mediador para entrarmos no santo dos santos.
Agora um novo e vivo caminho foi aberto para o céu, para o trono de Deus.

O véu rasgado simboliza a consumação da obra de Cristo. O caminho para Deus foi
aberto. Jesus conclui a obra da salvação na cruz. O véu rasgado significa que Cristo
venceu o pecado.

3. Abalou e mudou as estruturas engessadas – v. 51

Quando a lei foi dada no Sinai, houve um terremoto. Agora o terremoto significa que as
demandas da lei foram cumpridas na morte de Cristo. O terremoto significa que a
maldição da lei foi abolida para sempre por causa da morte de Cristo. A morte de Cristo
provocou não apenas um terremoto físico, não apenas um abalo sísmico, mas também a
morte de Cristo abalou e mudou todas as estruturas da sociedade. As estruturas
políticas, econômicas, sociais, morais e espirituais foram mudadas.

4. Destruiu a dureza das pedras – v. 51

Não apenas as pedras se fenderam, mas os homens pedras têm seus corações também
quebrados com a morte de Cristo. Pela morte de Cristo homens como Saulo, Agostinho,
Lutero são transformados em homens santos, cheios do Espírito.

5. Destruiu o poder da morte – v. 52

1. Cristo matou a morte com a sua morte. É a morte da morte na morte de Cristo. A
morte já não tem a última palavra. Cristo com sua morte tirou o aguilhão da morte.
Agora a palavra final não é da sepultura. Cristo entrou nas entranhas da morte e venceu
a morte e todo aquele que nele crê não morrerá eternamente. Os túmulos abertos
signicam que Cristo venceu a morte.

CONCLUSÃO

O centurião reconheceu que Cristo de fato é o Filho de Deus (v. 54). O povo saiu do
calvário batendo nos peitos e lamentando. A cruz não foi uma derrota. Ela é o nosso
triunfo.
Na cruz Jesus venceu o diabo – lá ele expôs o diabo e suas hostes ao desprezo e triunfou
sobre eles (Cl 2:14). Lá ele desfez as obras do diabo (1 Jo ).

Na cruz Jesus nos justificou, nos perdoou, nos reconciliou com Deus, e nos deu a sua
paz.

A cruz de Cristo é a nossa morte para o pecado. Ela é a nossa mensagem, a nossa glória!

O quebrantamento do povo e a exaltação de Deus

Referência: Neemias 9.1-15

INTRODUÇÃO

1. Os grandes reavivamentos da história foram produzidos pela Palavra de Deus. Vimos


no capítulo 8 de Neemias que o povo se reuniu para ouvir a Palavra de Deus. A leitura,
explicação e aplicação da Palavra trouxe choro pelo pecado e alegria de Deus na vida do
povo.

2. Vimos também que a liderança reuniu-se para aprofundar-se no estudo da Palavra e o


resultado foi a restauração da vida religiosa de Jerusalém.

3. Essas reuniões de estudo da Palavra aconteceram durante 24 quatro dias (8:1-


3,8,13,18;9:1). Havia fome da Palavra e o estudo e obediência da Palavra trouxeram um
poderoso reavivamento espiritual.

4. Não temos nenhum outro relato bíblico de um culto tão impressionante como esse,
quando o povo pelo exemplo de seus líderes reúne-se durante um mês para estudar a
Palavra e acertar a sua vida com Deus.

I. O QUEBRANTAMENTO DO POVO – v. 1-5

1. O quebrantamento passa pela contrição diante de Deus – v. 1

O povo caminhou da festa (8:13-18) para o jejum (9:1-3). O povo jejuou e cobriu-se
com pano de saco. Esse é um símbolo de contrição, arrependimento e profundo
quebrantamento. O povo reconheceu o seu pecado. Reavivamento começa com choro,
com humilhação, com quebrantamento diante de Deus (2 Cr 7:14). Não podemos adorar
o Rei da glória antes de contemplarmos a triste condição do nosso pecado.

Qual foi a última vez que você jejuou para se quebrantar diante de Deus? Qual foi a
última vez que você jejuou por causa dos pecados do povo de Deus?

2. O quebrantamento passa por uma separação de tudo o que Deus condena – v. 2

Quebrantamento envolve obediência. O povo toma a decisão de deixar todos aqueles


que não eram da linhagem de Israel para se consagrar ao Senhor.
Aqueles que não haviam se convertido ao Judaísmo não participavam dessa reunião.
Eles não tinham a mesma fé e o mesmo Deus. Não há comunhão fora da verdade.

O problema aqui não é racial, mas teológico (10:28). Unir-se aos outros povos era
transigir com a fé, era aceitar o sincretismo, era uma espécie de ecumenismo.

3. O quebrantamento passa pela confissão de pecado – v. 2

Quando somos iluminados pela verdade da Palavra, deixamos de nos justificar e então,
reconhecemos nossos pecados e os pecados dos nossos pais. Confissão é o maior sinal
do arrependimento (Pv 28:13).

A culpa é comunitária no tempo e no espaço (1:6; 9:2). A responsabilidade é coletiva.


Não podemos nos isolar, somos uma família, um rebanho, um corpo, a noiva do
Cordeiro.

Quando um membro sofre, todos se entristecem com ele. Quando um membro cai, os
outros devem corrigi-lo com espírito de brandura.

4. O quebrantamento é produzido pela leitura da Palavra de Deus – v. 3

Quando a Palavra de Deus é lida, explicada e aplicada, então, os corações se derretem


(8:8-10).

Precisamos resgatar a supremacia da Escritura e a primazia da pregação na igreja. O


Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Toda a Escritura é
inspirada por Deus. Só há um evangelho. Precisamos expor essa Palavra com lágrimas,
no poder do Espírito. A proclamação da Palavra produz mudança na vida do povo.

5. Só um povo que se levanta do quebrantamento pode exaltar a Deus de modo


digno – v. 4-5

Só os que choram pelos seus pecados, podem se alegrar em Deus. Só os que se


humilham diante de Deus, podem ser restaurados por Deus. Vemos a glória de Deus
quando molhamos os nossos olhos nas lágrimas do arrependimento.

Os levitas têm uma visão gloriosa da transcendente majestade de Deus (v. 5b).

II. A EXALTAÇÃO DE DEUS

A teologia alcança suas alturas mais culminantes nas orações do povo de Deus. A mais
profunda teologia de Paulo está nas suas orações. Esdras 9; Neemias 9, Daniel 9, são
exemplos de gloriosos lampejos da teologia através da oração.

Como Deus é descrito nessa oração dos levitas? Eles contemplam a majestade de Deus,
exaltam seu poder e descrevem seus gloriosos feitos.

1. Deus é o criador – v. 6
Quando a Bíblia afirma que Deus é o criador, ela está destruindo as bases do ateísmo,
agnosticismo, panteísmo e deísmo.

A Bíblia está combatendo também a evolução deísta.

A Bíblia está combatendo a eternidade da matéria e a evolução da espécie. Cada espécie


reproduz segundo a sua espécie. Existe mutação, mas não transmutação da espécie.

Deus criou o mundo físico e também o espiritual.

A evolução é uma teoria e não uma ciência.

Ilustração: Os embaixadores da Revolução Francesa e o camponês cristão.

2. Deus é o preservador – v. 6

“…e tu preservas a todos com vida”. Deus não só criou todas as coisas, mas sustenta
toda a criação. Ele que faz a semente brotar. Ele é quem renova a face da terra (Sl
104:30; At 17:25,28).

Ele dá vida, saúde, alimento, proteção, paz.

Ele dá chuva e o sol. Ele não é como o relojoeiro que dá corda e vai embora. Ele está
presente, ele atua na obra da criação.

Ele é o Deus que alimenta os pássaros, veste as flores, abastece as fontes, enche a terra
da sua bondade. Dele vem o pão que está em nossa mesa, a saúde para saborearmos o
pão, a força para trabalhar.

3. Deus é o Senhor – v. 6

Ele é o dono, proprietário absoluto de todas as coisas.

Ele é o soberano que está no trono e faz todas as coisas conforme o conselho da sua
vontade.

Ele está sentado na sala de comando do universo e dirige as nações. Ele levanta reinos e
abate reinos. Ele levanta reis e abate reis. Ele está no trono e o Cordeiro está com o livro
da história nas mãos. A história está segura nas suas mãos (Ap 4,5).

4. Deus é aquele que elege os seus escolhidos – v. 7

A eleição divina é soberana.

A eleição divina é graciosa.

A eleição divina é livre.

A eleição divina é incondicional.


A eleição divina é Cristocêntrica.

A eleição divina é proposital: salvação pela santificação do Espírito.

Deus não nos elegeu porque previu que iríamos crer, nem porque éramos santos, ou
praticávamos boas obras. Cremos porque ele nos elegeu. Fomos eleitos para as boas
obras e não por causa delas.

5. Deus é aquele que chama eficazmente – v. 7

Deus não apenas elegeu Abrão, mas tirou-o de Ur dos Caldeus. Tirou-o da sua idolatria.
Tirou-o dos seus ídolos. Deus mudou seu coração, seu caminho, sua vida, seu futuro,
sua eternidade.

O chamado de Deus é irresistível. Há um chamado externo e um chamado interno. O


chamado interno é eficaz. Todo aquele que é eleito, é chamado eficazmente (Rm 8:30).

As ovelhas de Cristo ouvem a sua voz. Deus abre o coração. A bondade de Deus conduz
ao arrependimento e a fé é dom de Deus. Tudo provém de Deus.

6. Deus é aquele que transforma o pecador – v. 7

Deus mudou o nome de Abrão (grande pai), para Abraão (pai de uma grande nação).
Abraão esperou 25 anos até Isaque nascer. Depois Deus mandou Abraão sacrificar
Isaque. Abraão confiou que Deus poderia ressuscitar o seu filho. Deus então lhe
prometeu uma descendência numerosa como as estrelas do céu. Nós os que cremos
somos filhos de Abraão. Todos os remidos, em todos os lugares, em todos os tempos
são filhos de Abraão (Rm 2:28-29: Gl 3:29; Fp 3:3).

Deus muda a nossa sorte, a nossa vida, o nosso coração. O poder não vem de dentro,
mas do alto.

7. Deus é fiel para cumprir suas promessas – v. 8

Deus achou o coração de Abraão fiel e fez uma aliança com ele. Ele vela pela sua
Palavra em a cumprir. Passa o céu e a terra, mas a sua Palavra não passará. Ele não é
homem para mentir. Mesmo quando somos infiéis, ele permanece fiel, porque não pode
negar a si mesmo.

Estamos numa relação pactual com Deus. Ele prometeu ser o nosso Deus e o Deus dos
nossos filhos para sempre. Deus prometeu a Abraão e sua descendência bênçãos
pessoais, nacionais e universais.

8. Deus é aquele que liberta o seu povo da aflição – v. 9

Deus vê e Deus ouve. Ele é o Deus presente. Ele se importa conosco. Ele viu a aflição
do povo no Egito. Ele ouviu o seu clamor. Ele desceu. Ele libertou o povo com mão
forte e poderosa.
A ênfase está nas ações de Deus em favor do seu povoescolhido: “viste, ouviste, fizeste,
dividiste, lançaste, guiaste, desceste, falaste, deste, juraste”.

Deus ainda continua libertando. Ele ainda continua quebrando as cadeias e


despedaçando os ferrolhos de ferro. Ele ainda continua abrindo as portas de bronze e
trazendo o seu povo para um lugar espaçoso.

9. Deus é aquele que opera milagres para revelar o seu poder – v. 10-11

Deus não apenas tirou o seu povo do Egito, mas derrubou os deuses do Egito. Deus
enviou dez pragas. Cada praga foi dirigida contra uma divindade no Egito. Deus estava
revelando ao mundo que só ele é Deus.

Os milagres não são o Evangelho, mas podem abrir portas para ele. O nome de Deus foi
exaltado através dos milagres operados no Egito.

Quando o povo ficou encurralado, cercado por todos os lados, Deus abriu um caminho
no meio do mar. Ele continua abrindo caminhos na tormenta.

10. Deus é aquele que guia o seu povo com sua presença – v. 12

Tanto a coluna de fogo como a coluna de nuvem eram símbolos da presença de Deus
com o seu povo. A presença de Deus protege, aquece, refrigera e orienta.

A coluna de fogo os aquecia no frio do deserto e lhes alumiava o caminho.

A coluna de nuvem refrescava-lhe o calor do deserto e lhes dava refrigério nas


caminhadas do dia.

O Senhor está conosco sempre. Sua presença é o nosso alento para a caminhada da vida
até entrarmos na terra prometida.

11. Deus é aquele que fala ao seu povo através da sua Palavra – v. 13-14

Deus fala do céu e Deus desce. Com letras de fogo na pedra, o dedo de Deus escreveu
as tábuas da Lei. Deus deu juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons.

Deus fala pela Palavra. Ele trouxe sua Palavra a Moisés. Esdras e os levitas estão lendo
essa Palavra ao povo. Hoje a maior necessidade da igreja é da Palavra de Deus. Deus
continua falando ao seu povo pela sua Palavra.

Não devemos buscar outras vozes, subjetividades, profecias forâneas às Escrituras, mas
devemos buscar a Palavra de Deus.

12. Deus é aquele que provê sustento para o seu povo – v. 15

Cerca de 2 milhões de pessoas perambulam pelo deserto, com suas crianças, animais,
velhos. A roupa não envelheceu no corpo. A sandália não envelheceu no pé. Da rocha
brotou água. Do céu caiu maná (Sl 105:40; 78:24) e codornizes. Deus sustentou seu
povo com abundante provisão.
Precisamos confiar no provedor mais do que na provisão.

Deus provê as bênçãos temporárias e dá graciosamente a terra prometida (v. 15b).

CONCLUSÃO

É tempo da igreja reunir-se sob a Palavra de Deus para renovar sua aliança com o
Senhor. Precisamos ter esse senso da glória de Deus em nossos cultos, arrependimento,
confissão, adoração e percepção clara quem é Deus e o que ele faz.

Precisamos olhar para o passado e ver as lições da história: pois o mesmo Deus que fez,
faz e fará maravilhas na vida do seu povo.

Você já foi justificado por Deus

Referência: Romanos 5.1-5

INTRODUÇÃO

1. Há dois axiomas absolutos e uma conclusão lógica

Deus é santo, o homem é pecador, logo nenhum homem pode ser justo aos olhos de
Deus. Pode o imundo ser puro aos olhos de Deus. Pode o pecador justificar-se diante de
Deus. Pode, porventura o etíope mudar a sua pele e o leopardo as suas manchas.

2. O padrão para entrar no céu é a perfeição e todo o homem é imperfeito, logo é


impossível ao homem entrar no céu por seus esforços

Quem obedecer a lei, pela lei viverá. Mas todos pecaram. Não há justo sequer um.
Todos se desviaram. Logo, ninguém jamais poderá entrar no céu por seus méritos.

3. Para o homem entrar no céu é preciso que Deus o justifique e para Deus
justifica-lo precisa ainda continuar justo

Como Deus pode ser justo e ainda justificar o pecador. Como Deus pode justificar o
pecador sem abrir mão da sua justiça.

I. A REALIDADE DA JUSTIFICAÇÃO – V. 1,2

1. O que é justificação

A justificação é um ato legal, forense, judicial e declaratório de Deus no qual ele


declara, sobre a base da justiça de Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas
com respeito ao pecador.

A justificação não é algo que Deus faz em nós, mas por nós. Não acontece dentro de
nós, mas fora de nós.
A justificação é um ato e acontece uma única vez. Não há graus na justificação. O
homem é justificado por completo ou não é justificado em absoluto. Ela é instantânea,
completa e final.

Pela justificação somos remidos da pena do pecado, perdoados e recebemos o favor de


Deus.

2. A necessidade da nossa justificação

Todos somos pecadores e todos nós vamos ter que comparecer diante do tribunal de
Deus para prestar conta da nossa vida.

Somos culpados. Seremos julgados:

a) Por nossas palavras

b) Por nossas obras

c) Por nossas omissões

d) Por nossos pensamentos e desejos: 3 pecados por dia, omelete, tetélestai.

3. A base da justificação

A base da justificação não são nossas obras, nem nossa fé, nem mesmo nosso exemplo,
mas a obra expiatória de Cristo na cruz em nosso favor. Ele morreu a nossa morte. Ele
pagou a nossa dívida. Ele rasgou o escrito de dívida que era contra nós. Ele levou no seu
corpo no madeiro os nossos pecados. Foi traspassado e moído pelas nossas iniqüidades.
O castigo que nos trás a paz estava sobre ele.

A justificação é mais do que perdão – 2 Co 5:21.

4. O instrumento da justificação

Nós não somos justificados com base na fé, mas com base no sacrifício perfeito e eficaz
de Cristo. Mas pela fé nós nos apropriamos da justificação. A fé é o instrumento. A fé é
a mão estendida de um mendigo a tomar posse do presente do Rei.

A fé é a causa instrumental e não a causa meritória.

A fé não expia a culpa, não remove o castigo. Ela é o instrumento de apropriação dos
benefícios da redenção.

II. OS FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO – V. 1-2

1. Passado – Paz – v. 1

Essa paz não é paz de Deus, mas paz com Deus.

É a paz da reconciliação com Deus.


Todas as religiões do mundo são uma tentativa desesperada do homem encontrar paz
com Deus.

Exemplo: Lutero desesperadamente buscava ter paz com Deus.

Cristo morreu e pelo seu sangue nos reconciliou com Deus. Agora não somos mais réus,
nem inimigos de Deus. Estamos quites com as demandas da lei.

2. Presente – Graça – v. 2

A palavra “acesso” é prosagoge.

a) Refere-se à introdução ou apresentação de alguém ante à presença da realeza – Por


meio de Cristo temos acesso a esta graça na qual estamos firmes. Somos aceitos, somos
apresentados como filhos, como herdeiros, como cidadãos do céu.

b) É também o termo comum para referir-se à aproximação do adorador a Deus – Jesus


nos abre a porta à presença do Rei dos reis e quando estas portas se abrem o que
encontramos é graça, não condenação, nem juízo, nem vingança, mas pura misericórdia,
o glorioso favor de Deus.

c) O termo prosagoge traz também a idéia de porto, cais – Significa que por mais que
tratemos de depender de nossos próprios esforços somos varridos pela tempestade,
como marinheiros que enfrentam impotentes um mar revolto que os ameaça destruir
totalmente. Mas, agora, temos ouvido a Palavra de Cristo, temos alcançado o porto da
graça. Por meio de Cristo temos entrado à presença de Deus e encontrado segurança no
porto da graça.

3. No futuro – Glória – v. 2

Quem foi justificado não teme a morte, não teme o amanhã, não teme a eternidade, ele
tem garantia do céu.

Aqueles que não foram reconciliados com Deus têm medo da morte. Mas o salvo
entende se gloria na esperança da glória de Deus.

Miguel Gonçalves Torres – Eu vou lhes ensinar como morrer bem. “Querida, eu pensei
que quando eu fosse morrer eu iria para o céu. Não foi o céu que veio me buscar”.

O apóstolo Paulo – Está na masmorra, na ante-sala do martírio. Ele não está com medo
da guilhotina, mas diz: “Eu sei em quem eu tenho crido. Chegou a hora da minha
partida. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da
justiça me está guardada”.

A mãe da Isabel – Depois que foi convertida seu rosto passou a resplandecer.

O enfermo – “O senhor está preparado para morrer. Não, eu estou preparado para
viver”.

III. A PEDAGOGIA DA JUSTIFICAÇÃO – V. 3-5


A justificação não apenas nos prepara para o céu, mas também nos prepara para
vivermos vitoriosa aqui na terra. Paulo não está tratando de algo apenas para o porvir,
mas algo que nos capacita a viver vitoriosamente no meio das tensões da vida.

1. Nos gloriamos nas próprias tribulações

Não somos masoquistas.

Não somos estóicos.

Não nos gloriamos no sofrimento ou por causa do sofrimento, mas por causa dos seus
frutos, dos seus resultados.

O cristão não olha para vida com uma visão romântica, pessimista ou irreal. Ele não
nega a existência da dor e do sofrimento.

A palavra tribulação – thlipsis = pressão. A vida cristã é o enfrentamento de muitas


pressões: pressão do diabo, do mundo, das nossas fraquezas.

A palavra tribulação é tribulum (latim) = descascador de trigo, separa o trigo da palha.

Rm 8:28 – Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem…

2 Co 4 – A nossa leve e momentânea tribulação produz eterno peso de glória.

Paulo diz que nos gloriamos com grande e intenso júbilo, sabendo que Deus está
trabalhando em nós, esculpindo a imagem do seu Filho.

2. Sabendo que a tribulação produz perseverança – v. 3

A tribulação é pedagógica. Ela produz paciência triunfadora.

A palavra grega é hupomone = paciência vitoriosa, que não se entrega, que não é
passiva, mas que triunfa. É paciência com as circunstâncias. É saber que Deus está no
controle. Que Ele está trabalhando em nós. Ele está esculpindo em nós o caráter de
Cristo.

As grandes lições da vida nós as aprendemos no vale da dor. Salmo 119:71 – “Foi me
bom ter passado pela aflição para que aprendesse os teus decretos”.

Jô – A paciência nasce do sofrimento.

3. A perseverança produz experiência – v. 4

A palavra grega é dokime = provado – metal que era passado pelo cadinho e provado
como legítimo, puro. A palavra significa caráter provado e aprovado como resultado de
um teste de julgamento.

Davi não quis a armadura de Saul porque nunca a havia provado, não havia submetido à
prova.
Não podemos ter uma fé de segunda mão. O Deus que agiu na vida de Abraão, Moisés,
Davi, Paulo tem agido na sua vida. Você conhece a Deus, tem experiência com ele: da
sua bondade, livramento.

4. A experiência produz esperança – v. 5

Esta não é uma esperança vaga, vazia. É uma esperança segura.

Como saber que esta esperança não é uma ficção: Porque o amor de Deus é derramado
em nossos corações. Há uma efusão do amor de Deus. O céu desce à terra.

CONCLUSÃO

Gloriamo-nos em Deus (v. 11).

Se nada sobrar, se tudo se perder. Ainda temos Deus. Gloriamo-nos nele.

Habacuque 3 – Ainda que falte oliveira na vida e gado no curral, ainda assim me
alegrarei no Deus da minha salvação.

Romanos 8:31-39.

O palácio em que somos admitidos é o céu. O portão de entrada é Cristo. O único


passaporte é a fé.

Restauração, uma necessidade urgente

Referência: Salmo 126

INTRODUÇÃO

A minha vida, a sua vida, a nossa família, a nossa igreja estão precisando de
restauração. Não estamos sendo tudo o que deveríamos ser. Algo está faltando: está
faltando poder espiritual, unção do Espírito Santo, fome de Deus, paixão pelas almas
perdidas. Precisamos de restauração.

NARRAÇÃO

Este Salmo 126 fala-nos de Restauração. Ele descreve três períodos na vida do povo de
Israel.

1) O passado (v. 1-3) – Temos uma história de salvação a contar, um passado de glória a
agradecer;

2) O presente (v. 4) – Temos um desafio presente a enfrentar, um presente de crise;

3) O futuro (v. 5,6) – Temos um investimento futuro a fazer: um futuro de investimento


e promessa.
O mesmo Deus que agiu no passado, é o Deus que age no presente. O mesmo Deus que
restaurou no passado é o Deus que restaura no presente. O mesmo Deus que tirou o seu
povo dos grilhões da escravidão e o restaurou à sua terra, é o mesmo que pode mudar a
nossa sorte.

I.AS MARAVILHA QUE DEU FEZ ONTEM DEVEM NOS INSPIRAR A


BUSCAR A DEUS COM MAIS FERVOR HOJE (V.1-3)

1. Nós somos uma igreja histórica, mas não vivemos apenas de história. Nós não
moramos no passado. O nosso Deus fez, faz e fará maravilhas. Não vivemos apenas de
lembranças. A intervenção de Deus é contemporânea.

2. A intervenção de Deus é maior que a nossa expectativa (v.1)

a) O povo tinha perdido a liberdade, a Pátria, o templo, a família, o culto, as festas. O


cerco, a fome, a espada, o opróbrio, a escravidão.

b) O povo estava entregue:

1) À crise da desinstalação – “Às margens dos rios da Babilônia”. Foram arrancados do


lar. Seus vínculos foram quebrados. Perderam seus bens, família. Estão aonde não
gostariam de estar.

2) A crise da apatia coletiva – “Nós nos assentávamos”. Apatia é desânimo crônico. É


morte da esperança. É apostar que a crise é imutável. É aceitar o caos. Todos estão
apáticos.

3) A crise da melancolia – “… e chorávamos”. Juntos eles faziam o coral do gemido, a


orquestra do lamento, a sinfonia do soluço. Eles não cantavam, não sonhavam, não
reagiam à crise.

4) A crise da nostalgia – “… lembrando-nos de Sião”. Eles estão amargos com o


presente porque não largaram o passado. Eles só cantam os cânticos de Sião em Sião.
Eles dependuraram as harpas.

5) A crise da mágoa incurável – No Salmo 137:5,6 diz que eles olhavam para o futuro
apenas para pedir um holocausto, para pedir vingança.

c) Deus quebrou o orgulho de Nabucodonosor. Deus abriu o coração do rei medo-persa.


Deus abriu as portas do cativeiro. A libertação não é obra humana. É intervenção
sobrenatural de Deus. É Deus quem restaura. É Deus quem nos tira da cova. É ele quem
nos põe de pé. É ele quem nos faz sonhar de novo. É ele quem nos enche de poder. Não
se contente com migalhas!

3. A intervenção de Deus produz alegria indizível (v. 2).

4. A intervenção de Deus produz impacto nos outros e torna-se um poderoso


testemunho entre as nações (v. 2b).

5. A intervenção de Deus gera reconhecimento sincero (v. 3)


a) Foram grandes coisas que foram feitas;

b) Foi o Senhor quem as fez;

c) Essas grandes coisas foram feitas por nós e não contra nós.

II. OS LUGARES SECOS DO AGORA PODEM SER FONTES ABUNDANTES


DE VIDA AMANHÃ (V. 4)

1. Um passado de glória não é garantia de um presente glorioso

Eles estão alegres pelas vitórias do ontem, mas ao olharem para o presente, a vida está
como um deserto.

As vitórias do ontem não são suficientes para hoje. Temos que andar com Deus hoje.
Temos que ser cheios do Espírito Santo hoje. Temos que evangelizar hoje. Temos que
investir na família hoje. Não podemos apenas celebrar as vitórias do passado.

Antigas bênçãos não são suficientes para a vida hoje, assim como antigas mágoas não
devem estragar o presente. Sansão eram um jovem cheio do Espírito Santo, mas cedeu
ao pecado e terminou sua vida preso e cego. Davi era um homem segundo o coração de
Deus, mas por não vigiar, adulterou, mentiu e assassinou.

Os lugares dos grandes avivamentos ontem hoje são palcos de igrejas mortas: a) Igreja
de Éfeso; b) Igreja Presbiteriana John Calvino em Toronto.

Quem sabe ontem você foi um homem cheio do Espírito Santo, uma bênção, mas o
coração agora está murcho, seco, vazio.

Ilustração: Falta pão na casa do pão = reunimo-nos para contar que havia pão… a)
Quando falta pão na casa do pão o povo foge; b) Quando falta pão na casa do pão, o
povo perece; c) Quando tem pão na casa do pão o povo retorna.

2. A sequidão hoje não é motivo de desânimo, mas para um clamor

É tempo da igreja clamar como Isaías: “Ah, se os céus fendessem e tu descesses!”.

É tempo da igreja fazer como Elias – subir à presença de Deus e meter a cabeça entre os
joelhos para orar até chegar o tempo de restauração.

Os avivamentos nasceram no ventre da crise:

a) Atos 2 – Os discípulos estão com as portas trancadas, com medo, mas o Espírito
Santo veio e eles se levantaram.

b) Inglaterra no século XVIII – A decadência moral e espiritual era gritante. O clube


santo na cidade de Oxford na vigília de 31 de dezembro de 1739 mudou a história da
nação.

c) Evan Roberts – 1904 no País de Gales.


d) Erlo Stegen – 1966 na África do Sul.

3. A restauração é obra soberana de Deus

Nós não restauramos a igreja com decretos e leis.

Não produzimos avivamento, ele vem do céu.

“Nós procuramos melhores métodos e Deus procura melhores homens” E. M. Bounds.

Ezequiel 37 – “Senhor, poderão reviver esses ossos?” – “Senhor, tu o sabes”.

4. A restauração é fruto da oração fervorosa

Hoje temos fome de livro, mas não temos fome de Deus.

Lemos livros sobre oração, pregamos sobre oração, temos uma boa teologia sobre
oração, mas oramos pouco.

Jesus orou e o céu se abriu.

A igreja orou e o Espírito Santo foi derramado.

Elias subiu e a chuva caiu.

Spurgeon – o segredo do meu ministério é a igreja em oração.

Koréia do Sul – Igrejas presbiterianas que crescem. Paul Young Cho: 70% do tempo em
oração. O telefonema do presidente da Koréia.

Esse é um tempo de orarmos pela restauração da nossa família, filhos. Exemplo: Pastor
Tim Cimbala orando pela filha.

5. A restauração é um milagre de Deus

O Neguev é o maior deserto da Judéia.

O deserto fica 11 meses seco. Mas no mês das chuvas, as águas correm das montanhas e
formas wadis e correntes fluentes de águas e abrem as areias do deserto.

Onde tem água, toda a terra é terra boa.

Deus pode fazer os rios do ES brotarem no deserto da nossa vida.

O Deus que fez a vara seca de Arão florescer pode fazer o seu deserto tornar-se uma
fonte.

Ezequiel 47 – águas nos artelhos, joelhos, lombos e um rio caudaloso.

Isaías 44.3-5.
III. A SEMEADURA COM LÁGRIMAS É O PRELÚDIO CERTO DE UMA
COLHEITA ABUNDANTE (V.5,6).

1. A semeadura é dinâmica. Exige: sair, andar e chorar.

2. Precisamos pregar aos ouvidos e aos olhos: Antonio Vieira, fala sobre as razões do
pequeno resultado da pregação.

a) David Hume

b) Magready Garrick

3. Precisamos regar o solo com as lágrimas. Precisamos aprender o evangelismo das


lágrimas com Jesus, Paulo, Mackeyne, William Booth.

4. A colheita é certa, feliz e abundante:

a) João Miguel Corpas

b) Alexandre Duff.

A ação do Espírito Santo na vida da igreja

Referência: Zacarias 4.6

Sem a ação do Espírito Santo não haveria nenhum crente e nenhuma igreja existiria.

O Espírito Santo é quem aplica a obra de Cristo em nosso coração. Ele é quem gera
vida: biológica e espiritual.

I. A NECESSIDADE DE SE ESTUDAR SOBRE O ESPÍRITO SANTO

O Credo Apostólico dá pouca ênfase ao Espírito Santo. Diz apenas: “Creio no Espírito
Santo”, mas nada fala de seus atributos nem de suas obras.

No período dos pais da igreja e durante a Idade Média nenhum obra de vulto foi escrita
sobre o Espírito Santo.

João Calvino foi chamado “o teólogo do Espírito Santo”. Ele teve uma visão orgânica
da Pessoa e Obra do Espírito Santo, embora não tenha escrito nenhuma obra específica.

O puritano inglês, John Owen, maior teólogo da Inglaterra, escreveu uma obra clássica
sobre o Espírito Santo.

Abraham Kuiper, teólogo, político e educador holades, escreveu uma obra de grande
vulto sobre o Espírito Santo e disse: “Se os ministros não derem crédito à obra do
Espírito Santo, darão pedra em vez de pão ao seu rebanho”.
John Stott diz que o maior problema da igreja hoje é a polarização. Uns distocem a
doutrina do Espírito Santo; outros só falam dela. Outros, ainda, apagam o Espírito.

J. I. Packer, no seu livro Na Dinâmica do Espírito, falou que o Espírito Santo tem o
ministério do holofote. Disse ele: “O Espírito age como um holofote oculto que focaliza
a sua luz no Salvador, fazendo-o resplandecer. A mensagem do Espírito para nós nunca
é: olhe para mim; escute-me; venha a mim; conheça-me; mas sempre é: olhe para Jesus
e veja a sua glória; ouça-o e escute as suas palavras; vá a ele e tenha vida. Conheça-o e
prove o seu dom de alegria e paz.

O Espírito é o aplicador da obra de Cristo. Sem o Espírito Santo a obra de Cristo não
poderia nos valer. Ilustração: Uma pessoa pode morrer dentro de uma farmácia se o
remédio eficaz para a sua cura não lhe for aplicado. A obra do Espírito Santo é tão
importante como a obra de Cristo.

Hoje, quando se fala no Espírito Santo, quase só se pensa em dons, especialmente os


dons de sinais. Não se pode restringir a ação do Espírtio Santo aos dons. Não somos
apenas carismáticos, somos pneumáticos.

II. A NECESSIDADE DE SE REINFATIZAR A AUTORIDADE DO ESPÍRITO


SANTO NA VIDA DA IGREJA

1. No século XVII surgiu um grande conflito: um grupo que depois foi cognominado de
QUAKES afirmava que “nada importava a não ser a autoridade do Espírito; nada
importava senão a luz interior, a experiência íntima”. As Escrituras não eram
necessárias. Isso é um engano. “O Espírito Santo dirá tudo o que tiver ouvido…” (Jo
16:13). O Espírito Santo nos guia pela Palavra.

2. Mas há um outro extremo: É negligência acintosa à autoridade do Espírito Santo na


vida da igreja. Na Igreja apostólica, eles diziam: “Pois parecebeu bem ao Espírito Santo
e a nós…” (At 15:28). Hoje, as eleições conciliares, com algumas exceções, já são
decididas na véspera. Cada voto é disputasdo, é computadorizado. A oração pedindo a
direção do Espírito é uma afronta à soberania do Espírito.

3. Quais as razões dessa negligência?

a) Nos meados do século XIX aconteceram grandes reavivamentos na Inglaterra, País


de Gales, Escócia, Irlanda e Estados Unidos. As pessoas eram sensíveis ao Espírito
Santo. As pessoas não estavam preocupadas consigo mesmas, ou com posição ou
dignidade.

A idéia do culto solene – Logo depois, introduziu-se outra idéia e as pessoas começaram
a falar acerca de um culto solene – a ênfase era a capacidade intelectual do pastor, mais
importante do que sua consagração e enchimento do Espírito.

O medo do entusiasmo – O medo de cairmos no exagero e excesso de alguns segmentos


evangélicos, levaram-nos ao medo das emoções. Não há cristianismo sem emoção.
Vemos na Bíblia o choro pelo pecado. A alegria indizível e cheia de glória. Quem
compreende a verdade e não se emociona nunca entendeu a verdade. J. I. Packer no seu
livro Na Dinâmica do Espírito fala que não há nada mais solene do que um cadáver.
Mas, ele está morto.

O medo do Espírito Santo – NO SPS quando os seminaristas se reuniam para orar eram
vigiados com medo que se tornassem pentecostais. Dr. Oto Guanães Dourado disse que
recebemos uma herança anti-pentecostal, anti-espiritual e anti-Espírito Santo.

Só o conhecimento da teologia não basta – Temos uma doutrina maravilhosa, mas se


não for banhada pelo óleo do Espírito, tornamo-nos com a igreja de Éfeso, ortodoxa,
operosa, mas sem amor.

4. Os esforços da igreja para recuperar a autoridade – A igreja tem consciência de que


lhe falta algo. Essa falta não está em Deus, na Palavra, mas em nós. A igreja fala de
poder, mas não tem poder.

a) A Palavra de Deus era a verdade na boca de Elias. Na boca de muita gente a Palavra
de Deus não tem o poder da verdade.

b) O bordão profético na mão do Geazi não teve poder para ressuscitar o menino morto,
mas na mão de Eliseu sim.

4.1. No final do século XVII e começo do século XVIII a igreja começou a sentir que
estava perdendo sua autoridade:

Decidiram então FUNDAR UMA NOVA SÉRIE DE PRELEÇÕES. O objetivo dessas


conferências era: defender a fé cristã e produzir um sistema de argumentos e
apologética em defesa da fé.

Mas, não foram as preleções de BOYLE, nem as obras de BUTLER que restabeleceram
a posição da igreja e restauraram a sua antiga autoridade. Foi através do Espírito Santo
na vida de George Whitefield e John Wesley na Inglaterra e Jonathan Edwards, nos
Estados Unidos. O que as preleções não puderam fazer o Espírito Santo fez.

4.2. No início do século XIX, a igreja sentiu mais uma vez a perda do poder. O que
fazer?

Conferir mais autoridade ao pregador. Afastá-lo mais das pessoas. Precisa investí-lo de
uma aura de autoridade. O pregador deverá vestir-se de uma maneria diferente.
Puxaram-no para um lugar mais alto, o altar. Assim as pessoas o escutariam.

Mas o poder não veio por este canal. Veio quando o Espírito Santo foi derramado em
1857 na América. Foi Deus intervindo com o seu Espírito e não as tentativas dos
homens que reergueram a igreja.

Hoje estamos a perguntar: como podemos atingir as massas que estão lá fora? Como
causar impacto? Publicidade? Propaganda? Preocupação social mais ativa? Fazer mais
uso do rádio e TV. O método de Deus é o mesmo: através do poder do seu Espírito.

III. A NECESIDADE DE SE CONHECER O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO


SANTO NA VIDA DA IGREJA
1. O Espírito Santo é quem nos convence de pecado (Jo 16:9)

Não há arrependimento sem a ação do Espírito Santo.

Tem havido pouca convicção de pecado em nosso meio. Falta lágrimas de


arrependimento. Falta tristeza pelo pecado.

Há muito ajuntamento e pouco quebrantamento. As pessoas não gostam de ser


confrontadas. Exemplo: Prega sobre os judeus, não há nenhum aqui.

Evan Roberts: Senhor, dobra a minha vida.

2. O Espírito Santo é quem nos regenera (Jo 3:5,8; Tt 3:5; Ez 37)

O Espírito Santo é livre – Ele sopra aonde quer. O Espírito Santo onde jamais
sopraríamos. Ele apanha as coisas loucas para envergonhar as fortes. Exemplo: O
colportor do Rio que foi convertido em Bangu I lendo um dos meus livros.

O Espírito Santo é soberano – Ninguém pode deter o vento. Ele chama e chama
irresistivelmente. O Espírito Santo dirige, fala, escolhe, separa.

O Espírito Santo é incompreensível – Não sabes de onde vem nem para onde vai. Ele
não pode ser domesticado, controlado.

O Espírito Santo é sobrenatural – O homem não pode soprá-lo nem produzí-lo. “O que é
nascido da carne é carne”. O homem não pode mudar a si mesmo.

3. O Espírito Santo é quem nos santifica – (Lc 3:3-6; 2 Ts 2:13; 1 Co 6:11; Ef 1:4).

O Espírito Santo nos transforma. Não é reforma, apenas uma caiação, um verniz.

Stanley Jones diz que o maior inimigo do cristianismo é o subcristianismo.

Maratma Gandi disse: “No vosso Cristo eu creio, eu só não creio no vosso
cristianismo”.

Estamos desesperadamente precisando de santificação. Os crentes estão vivendo como


aqueles que não conhecem a Deus: no lar, nos negócios, no lazer.

4. O Espírito Santo transforma o nosso corpo em santuário e habitação de Deus (1 Co


6:19).

Êxodo 25:8 diz que Deus fez um santuário para habitar no meio do povo.

Esse santuário foi feito de acácia. Depois corpo de ouro. Lá estava a arca da aliança
onde a glória de Deus se manifestava. Onde ia o santuário, ia transportando a presença
de Deus. Deus habita em nós. Onde você vai, você vai transportando a presença de
Deus.

Seu corpo é um templo. Sua vida um culto. Suas ações uma liturgia.
5. O Espírito Santo é o nosso intercessor espiritual (Rm 8:26-27)

O Espírito Santo nos assiste em nossa fraqueza. Temos fraquezas. A força não vem de
dentro, mas do alto. Ele não nos escorraça porque somos fracos, mas nos assiste.

O Espírito intercede por nós: 1) Intensamente; 2) Agonicamente; 3) Eficazmente.

6. O Espírito Santo é quem nos dá vitória sobre o pecado (Gl 5:16,24)

Só mediante a força, o poder do Espírito Santo pode crucificar a carne com suas paixões
e desejos. Só quando somos cheios do Espírito Santo podemos vencer o pecado que
tenazmente nos assedia.

Se alimentamos o Espírito, vencemos. Exemplo: o cão preto e o cão branco.

7. O Espírito Santo é a fonte da vida abundante (Jo 7:37-39)

Deus tem para nós uma fonte que jorra para a vida eterna.

Jesus falou de rios de água viva que fluem do nosso interior.

Dwight Limman Moody e sua experiência de plenitude.

Os crentes que foram cheios do Espírito Santo no Pentecoste viveram uma vida
superlativa, abundante: oração, Palavra, comunhão, testemunho.

8. O Espírito Santo é a garantia da nossa Salvação (Ef 1:13-14)

O Espírito é o selo: Propriedade + Inviolabilidade + Autenticidade.

O Espírito é o penhor: garantia + anel de noivado.

9. O Espírito Santo é quem nos dá poder (Lc 3:16; 3:21-22; 4:1; 4:14; 4:17-18; 24:49;
At 1:3-5,8; 2:4; 4:8; 4:31; 1 Co 2:3-5; 1 Ts 1:5)

Jesus não abriu mão do poder.

A igreja apostólica não abriu mão do poder. Os discípulos já eram regenerados. Eles já
possuíam o Espírito Santo, mas eles não estavam cheios do Espírito Santo. Eles
precisavam ser revestidos com o poder do Espírito Santo.

Nós, que cremos, também temos o Espírito Santo, mas precisamos do revestimento do
poder para testemunhar, para viver, para morrer, para perdoar, para fazer a obra (Zc
4:6).

A ordem de Deus é: enchei-vos do Espírito: Imperativo + Plural + Voz Passiva +


Presente Contínuo.

CONCLUSÃO
Conclamo a nossa igreja a honrarmos o Espírito Santo.

Temos pecado contra o Espírito:

a) Temos entristecido o Espírito – quando o desobedecemos, quando não seguimos sua


direção, quando quebramos a comunhão, quando proferimos palavras torpes.

b) Temos apagado o Espírito – quando tiramos o combustível que o alimenta: Palavra,


oração.

Conclamo a igreja a vivermos no Espírito, a andarmos no Espírito, a seguirmos a


direção do Espírito, a exercermos os dons do Espírito, a produzirmos o fruto do
Espírito, a sermos cheios do Espírito, a sermos reavivados pelo poder do Espírito!
Amém!

A cruz de Cristo, a maior expressão de amor

Referência: Isaías 53.1-12

INTRODUÇÃO

1. A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por você


• Deus ama você. Ele não escreveu essa verdade em letras de fogo nas nuvens, mas
revelou esse amor na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco
pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
• Você é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a
si mesmo, deu o seu único Filho.

2. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a


eternidade
• Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser
o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve encrustrada no coração
de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele
marchou para ela como um rei caminha para a coroação.
• O amor de Deus por você é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo. Ele não
desiste de você.

3. A cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício


• Ele deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido,
preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se
fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da
vida, deu a sua vida.

I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?

1. A morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais


• Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o
sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o
traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz.
• Quem levou Jesus à cruz, então?

a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz


• V. 5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades”.
• V. 8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
• V. 12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou
sobre si”.
• O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz,
fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos
nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado.
• Na cruz ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre ele, pois era o nosso
substituto.

b) O Pai o levou à cruz


• V. 6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
• V. 10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
• V. 4b – “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
• Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta critou: crucifica-o, crucifica-o.
Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas o traiu, por
ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por
crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.

c) Jesus voluntariamente foi à cruz


• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermiasdes e as nossas dores levou
sobre si”.
• V. 10 – “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
• V. 11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as
iniquidades deles levará sobre si”.
• O apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo
se entregou por nós.

II. QUE TIPO DE SOFRIMENTO JESUS SUPORTOU

1. Jesus suportou o sofrimento moral e espiritual


• Seu sofrimento foi repulsivo. Ao vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v. 3).
• Seu sofrimento não produziu compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v. 3).
• Ele teve experiência íntima e longa com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o
que é padecer”.

a) Rejeição – v. 3: “o mais rejeitado entre os homens”


1) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o
receberam”.
2) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático,
mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até endemoninhado.
3) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu = empolgada com seus
milagres, agora como uma turba, como uma súcia sanguissedenta, grita diante de
Pilatos: crucifica-o, crucifica-o! Caia sobre nós o seu sangue!
4) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando
infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas o
escarneceu.
5) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas
para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram no seu rosto.
6) Ele foi rejeitado pelos seus apóstolos = Jesus o traiu, Pedro o negou, os demais o
abandonaram e fugiram.
7) Ele foi rejeitado pelo próprio Pai – Quando Deus lançou sobre ele as nossas
iniquidades, ele foi feito pecado por nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de Deus e
gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
8) Ele ainda é rejeitado = quando amamos mais o pecado e ainda ultramos o seu
Espírito e calcamos aos pés o sangue da eterna aliança.

b) Humilhação – v. 3 – “e como um de quem os homens escondem o rosto”


• O Sinédrio o humilhou cuspindo nele.
• Os soldados o humilharam o açoitando e resgando o seu corpo com fortes açoites,
colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
• Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao
lado de dois ladrões.
• Ele foi humilhado pelo vozerio da multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a
morte e morte de cruz”.
• Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para
agravar sua tortura.

2. Jesus suportou o sofrimento físico

a) Semblante desfigurado – v. 2 “…”


• Não havia beleza nele. Ele não aparência nem formosura. A nossa feiúra moral estava
sobre ele. Todos os nossos horrendos pecados foram lançados sobre ele. Seu rosto ficou
desfigurado. Ele foi feito pecado, maldição.
• Seu corpo foi ferido. Ele ficou ensanguentado. Seu corpo tornou-se cheio de
hematomas e chagas. Toda a nossa tragédia foi lançada sobre ele.

b) Torturas crudelíssimas – v. 4b,5,10


• Ele ficou aflito, ferido, oprimido, traspassado, moído. Sofreu castigo. Ficou cheio de
pisaduras. Ele foi moído e enfermou.
• Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o libertador,
foi preso. Sendo santo, foi escarnecido como criminoso. Sendo o criador foi cuspido
pela criatura.
• Agora, já arquejado e machucado pelos açoites, com seu rosto ensanguentado,
empreende a longa caminhada ao calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando. Seu
corpo febril lateja debaixo das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande marcha
para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com rodas dos carros de guerra,
nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem,
andando sob o peso de seu próprio cadafalso.
• Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo
da zombaria da multidão. Seu corpo titubeia, caia, mas é levantado aos empurrões e sob
fortes açoites prossegue a marcha.
• Jesus é erguido no leito vertical da morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés
pregados no lenho. Foram seis horas de vergonha e horror. Ali suspenso entre a terra e o
céu sofreu sede, dor, vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao inferno para nos
libertar do cativeiro do pecado.
• O próprio universo entrou em convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de
vergonha. As pedras se arrebaram nos vales, os túmulos foram abertos.
• Isaías 53:5 diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição de um
cirurgião podem ser classificados por suas características:

a) Contusão = É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida
resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5:1: “Ferirão com vara
a face ao juiz de Israel” e Mt 26:67: “O esbofetearam” e Jo 18:22: “Um dos guardas deu
uma bofetada em Jesus”.
b) Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração
dos tecidos era o resultado dos açoites e estes finham-se tornado uma fina arte entre os
romanos. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma
com uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Seu corpo foi
todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
c) Penetração = Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento
pontiagudo. Esse ferimento foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua
cabeça (Jo 19:2). “tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27:30).
d) Perfuração = Perfurar vem do latim “passar através de”. As mãos e os pés de Jesus
foram traspassados. Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos seprando-os sem
quebrá-los.
e) Incisão = É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos
soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19:34).

III. COMO JESUS REAGIU DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ

1. Ele se entregou como sacrifício


• A morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos
ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele tomou o
nosso lugar.
• Ele não tinha pecado: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v.
9).
• Ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o
matadouro” (v. 7).
• “Ele foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele
ferido” (v. 8).

2. Ele não abriu a boca para pedir vingança aos seus algozes
• “e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (v. 7).
• Ele se entregou. Ele voluntariamente foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso,
julgado, espancado, pregado na cruz. Ele não bradou por vingança ou por socorro.

3. Ele intercedeu pelos seus algozes


• “levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (V. 12).
• Em vez de vingar-se, de falar impropérios e despejar libelos acusatórios contra seus
algozes bestiais, Jesus intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão. Ele
intercedeu e atenuou a culpa dos seus exatores.
IV. A GLORIOSA RECOMPENSA DA CRUZ

1. Jesus venceu a morte


• Jesus venceu a morte. Ele tirou o aguilhão da morte. Ele matou a morte. A morte agora
não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória.
• V. 10: “verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor
prosperará nas suas mãos”.
• Ele ressurgiu. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele
abriu o túmulo de dentro para fora. Ele conquistou para nós imortalidade. Aleluia!

2. Jesus remiu um povo para Deus – v. 11-12


• Ele nos comprou com seu sangue. Ele tirou-nos da maldição, da escravidão, do
império das trevas, da potestade de Satanás, do jugo do pecado. Agora somos livres,
somos filhos de Deus.
• Agora temos a justificação. Somos perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em
nossa conta.
• Agora somos filhos, herdeiros, adotados na família de Deus!

3. Jesus chama um povo para si – v. 11,12


• V. 11 – “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”
• V. 11 – “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte”.
• Hb 12:2 – “o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia”.
• A recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu arrependimento. É sua volta para ele. É sua
conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir no seu rosto outra vez.
Recebê-lo traz-lhe alegria. Cristo suportou tudo para conquistar você. Ele ama você.
Você é sua recopensa.
• Hoje, o Pai quer lhe trazer a Jesus, para alegria de Jesus, para celebração de uma festa
no céu!

Rev. Hernandes Dias Lopes

O nome mais poderoso do mundo

Referência: Filipenses 2.9-11

INTRODUÇÃO

1. O nome na Bíblia tem um significado profundo. O nome representa totalmente a


pessoa nominada. O nome de uma pessoa tinha a ver com sua história, seus atributos,
sua missão. Hoje vamos falar sobre o Nome de Jesus. Qual o seu valor? Qual o seu
poder? Qual a sua autoridade? Quais os seus direitos?
2. Vamos observar que Jesus nos deu a procuração, o direito legal de usarmos o seu
nome. Mal o qual o valor dessa procuração? Tudo quanto está atrás desse nome: sua
autoridade, seu poder. Tudo quanto Jesus tem e conquistou está investido no seu nome.
Podemos usar o seu nome. Tudo quanto está investido no nome de Jesus pertence à
igreja.
I. A GRANDEZA INCOMPARÁVEL DO NOME DE JESUS

• Existem três formas de um homem ter um grande nome: 1) Por herança; 2) Por
doação; 3) Por conquista. O nome de Jesus é o mais excelente por essas três causas.

1. Por herança – Hb 1:4


• “Tendo se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que
eles” (Hb 1:4).
• Como Filho, ele é o herdeiro de todas as coisas. Ele é o resplendor da glória e a
expressão exata do ser de Deus.
• Quando herdou todas as coisas? Não foi no céu. No céu ele já tinha todas as coisas.
Ele herdou todas as coisas quando se fez carne, quando se humilhou, quando se
esvaziou até à morte e morte de cruz, quando suportou a feiúra do nosso pecado, quando
deu sua vida por nós e depois ressuscitou dentre os mortos.
• Então, ele herdou mais excelente nome do que os anjos e todos os anjos de Deus o
adoram.

2. Por doação – Fp 2:9-11


• “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de
todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e debaixo
da terra” (Fp 2:9-11).
• Em Efésios 1:20-21, Paulo diz que quando Deus o ressuscitou dos mortos, o fez
assentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e
poder, e domínio e de todo nome que se referir, não só no presente século, mas também
no vindouro.
• Deus não somente lhe deu um nome diante do qual todo ser nos três mundos devem
curvar-se e confessar seu senhorio, mas Deus também o assentou no lugar mais alto do
universo, à sua própria destra e fez com que ele fosse cabeça sobre todas as coisas.
• Esse glorioso NOME nos pertence. O céu, a terra e o inferno reconhecem o que Jesus
fez. Tudo quanto Jesus fez, toda a autoridade, todo o poder, a totalidade de suas
realizações acham-se em seu NOME e temos o direito legal de usar esse nome e hoje
ESSE NOME tem o mesmo poder!

3. Por conquista – Cl 2:15


• “E despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz” (Cl 2:15).
• Jesus está à destra de Deus, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio
e de todo nome que se possa referir, mediante sua conquista destes principados.
• Ele reduziu a nada os principados e potestades. Os principados e potestades contra os
quais lutamos são os mesmos que Jesus venceu, despojou e aniquilou na cruz. Por isso
Jesus diz: “Em meu nome expulsarão demônios”.
• Jesus enfrentou Satanás e suas hostes e os venceu. A vitória que Jesus ganhou está
incluída no seu nome. E o nome de Jesus nos pertence. O NOME quando o utilizamos,
tornará real em nossa vida aquilo que Jesus já realizou. Quando você tomar posse de
tudo que está detrás DESSE NOME, então, você triunfará e você colocará o diabo em
fuga!

II. A AUTORIDADE SUPREMA DO NOME DE JESUS


• Jesus revelou-se a João na Ilha de Patmos, dizendo: “Eu sou o primeiro e o último, e
aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho
as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:17,18).
• Aquele que tem a chave é a pessoa autorizada, aquela que detém o poder e a
autoridade.
• Jesus diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, ide portanto, fazei
discípulos de todas as nações” (Mt 28:18-20). E ele acrescenta: “Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas
línguas, pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal;
se puserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados” (Mc 16:17,18).
• EM MEU NOME. Ele nos autorizou. Ele nos deu seu Nome. Ele nos deu o NOME
que é reconhecido em três mundos: o nome que tem autoridade no céu, na terra e no
inferno. Os anjos, os homens e os demônios têm que se curvar diante deste nome e este
nome pertence à igreja.
• Alguém objeta e diz: Ah! Mas o nome de Jesus só pertencia à igreja primitiva. Não,
diz o texto que esses sinais hão de acompanhar os que crêem.
• Se o nome de Jesus não nos pertence mais, então, ninguém pode ser salvo, porque não
há salvação em nenhum outro Nome!
• A igreja é o povo mais forte do mundo. Sua riqueza é maior do que todos os tesouros
da terra. Ela tem O NOME de Jesus. Às vezes vivemos um profunda pobreza espiritual
deixando de usufruir a riqueza que há no me de Jesus. Ilustração: O homem que
esmolava à beira da estrada sobre uma pedra, onde havia escondido um tesouro.

1. O Nome de Jesus é possessão da Igreja – At 3:6


• Jesus deu seu nome à igreja. Os crentes primitivos sabiam que possuíam e o usavam.
Pedro e João foram ao templo orar e o paralítico pede-lhes esmolas. Pedro lhe diz: “Não
possuo nem prata nem ouro, mas o que eu tenho, isso te dou: Em nome de Jesus Cristo,
o nazareno, anda!” (At 3:6).
• Os judeus perguntaram com que poder ou em nome de quem fizeram este milagre? (At
3:11-12). Pedro respondeu: “Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome
fortaleceu e este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de
Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós” (At 3:16).
• A igreja hoje parece que não sabe que possui O NOME DE JESUS e por isso vive
uma vida tão pobre espiritualmente. Ilustração: Spurgeon visita uma mulher idosa e
enferma num casebre de táboas no subúrbio de Londres. Ela havia servido por 50 anos
uma dama da nobreza. Viu na parede um quadro emoldurado. Era o documento de
doação – de herança de uma casa e dinheiro para toda a sua vida!
• Pedro sabia o que lhe pertencia quando curou o paralítico: “O que tenho, isso te dou:
Em nome de Jesus anda!”
• Você diz: Ah, mas isto era apenas para Pedro, para os apóstolos. Não. O nome de
Jesus foi dado para todos os que crêem.

2. A autoridade do Nome de Jesus na Salvação – At 4:12


• Não há salvação, a não ser no NOME de Jesus.
• Mt 1:21: “E lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus
pecados”.
• At 4:12: “E não há salvação em nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos”.
• At 2:21: “E acontecerá que todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo”.
• 1 Jo 2:12: “Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por
causa do seu Nome”.
• Ilustração: Czar pode pagar! (O jogador endividado, assentado à mesa, bebendo, fez as
contas e percebeu que jamais poderia pagar sua dívida. Pegou o revólver para se matar e
fez a pergunta: Quem pode pagar tanto?

3. A autoridade do Nome de Jesus na Oração


• Jo 16:23: “Em verdade, em verdade vos digo se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-
la concederá em Meu Nome”.
• Jo 16:24: “Até agora, nada tendes pedido em meu Nome; pedi e recebereis, para que a
vossa alegria seja completa”.
• Jo 14:13: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho”.
• Jesus endossará nosso pedido e o Pai o dará a nós. Isso coloca a oração numa base
puramente legal. Nossas orações são respondidas por causa do Nome de Jesus. Elas são
atendidas por causa do méritos de Jesus.
• Ilustração: é como se Jesus assinasse o cheque e nós o recebêssemos. O caixa não paga
o cheque por causa dos méritos de quem o leva, mas por causa do crédito de quem o
assinou.
• O Pai sempre ouve a Jesus. Quando oramos em Nome de Jesus é como se o próprio
Jesus estivesse orando. Ele toma o nosso lugar. Ele está nos dando um cheque assinado,
cobrável nos recursos do céu e nos convida a preenchê-lo. Quanto pode o seu Jesus?
Que recursos ele tem? Nossas orações podem ser mais ousadas. Veja como Paulo orou
em Efésios 3:14-21!

4. A autoridade do Nome de Jesus na libertação dos cativos – Lc 10:17


• Temos autoridade no Nome de Jesus contra todos os poderes das trevas. Temos
autoridade contra todos os principados e potestades, pois Jesus já os anulou na cruz e
temos o nome de Jesus! A vitória já foi conquistada na cruz!
• Os discípulos voltam de uma campanha evangelística e dizem para Jesus: “Senhor, os
próprios demônios se nos submetem pelo TEU NOME” (Lc 10:17).
• Jesus disse para os seus discípulos: “Em meu nome expulsarão demônios” (Mc 16:17).
Ilustração: Precisamos ter duas coisas: discernimento (Esquizofrenia catatônica) e
conhecimento do poder que há no nome de Jesus (a criança possessa em meu gabinete).
• Jesus não disse que apenas os apóstolos ou os pastores ou os carismáticos expulsarão
demônios. Esses sinais acompanharão aos que crêem.
• Precisamos conhecer o poder do Nome de Jesus para libertar os oprimidos, os cativos
e os possessos num país onde tantas pessoas vivem presas à feitiçaria, idolatria e
possessão demoníaca.
• Ilustração: O seminarista de Recife em Aracajú e a mulher possessa.

5. A autoridade do Nome de Jesus para curar os enfermos – Mc 16:18


• Mc 16:18: “Em meu nome… se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados”.
• Pedro disse para o paralítico: “O que eu tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o
nazareno, anda!” (At 3:6).
• At 4:8,10: “Autoridades do povo e anciãos, tomai conhecimento, vós todos e todo o
povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucifacastes,
e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado
perante vós”.
• At 4:29,30: “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que
anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes a mão para faxer
curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus”.
• Tiago 5:14,15: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e
esetes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da
fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão
perdoados”.
• Dois extremos: Não crer que Cristo cura mais hoje e crer que todos os enfermos serão
curados. Ainda achar que os crentes não ficam doentes e se ficam necessasriamente
serão curados.

6. Tudo em nome de Jesus – v. Cl 3:17


• Cl 3:17: “E tudo o que fizerdes, seja em Palavra ou seja em ação, fazei-o em nome do
Senhor Jesus, dando por isso graças a Deus Pai”.
• SE você varrer o chão, varra-o em nome de Jesus.
• SE você ler um livro, leia-o em nome de Jesus.
• SE você fizer uma viagem, faça-a em nome de Jesus.
• SE você fizer um negócio, faça-o em nome de Jesus.
• SE você namorar, namore em nome de Jesus.
• SE você casar, case-se em nome de Jesus.
• SE você cantar um hino, cante em nome de Jesus.
• Os cristãos primitivos faziam tudo em nome de Jesus. Eles pregavam o Nome de
Jesus. Atos 4:16-18: “… ameacemo-los para não mais falarem no nome de Jesus”. Atos
5:28: “Expressamente vos ordenamos que não mais ensinásseis nesse nome”. Atos
5:40,41: “Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e ordenando-lhes que não falassem em
o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do sinédrio regozijando-se por terem
sido considerados dignos de sofrer afrontas por ESSE NOME.

CONCLUSÃO

• Viver em nome de Jesus, no poder de Jesus é viver sobrenaturalmente. O Cristianismo


normal é o Cristianismo sobrenatural, pois o nome de Jesus nos pertence. E o nome de
Jesus tem todo poder no céu, na terra e no inferno. Tudo está debaixo do nome de Jesus.
Tudo que o Pai tem pertence ao Filho. Jesus disse: “Tudo o que Pai tem é meu” (Jo
16:15). Tudo que Jesus tem pertence à igreja. Tudo nos pertence em nome de Jesus.
• O apóstolo João diz: “Aquele que tem o Filho tem a vida”.
• Ilustração: O leilão dos quadros famosos. Aquele que tem o Filho tem tudo!

Como ser um crente cheio do espírito santo

Referência: Efésios 5.18-21

INTRODUÇÃO

• Paulo, nesta cessão prática, falou sobre a unidade e a pureza da igreja. Agora, vai falar
sobre novos relacionamentos. No restante da carta, ele concentra-se em mais duas
dimensões do viver cristão.
• A primeira diz respeito aos relacionamentos práticos (lar e trabalho) e a segunda
dimensão diz respeito ao inimigo que enfrentamos. Essas duas responsabilidades (o lar e
o trabalho de um lado, e o combate espiritual do outro) são bem diferentes entre si. O
marido e a esposa, os pais e os filhos, os senhores e os servos são seres humanos
visíveis e tangíveis, ao passo que o diabo e suas hostes dispostos a trabalhar contra nós
são seres demoníacos, invisíveis e intangíveis. Nossa fé deve estar à altura dessas duas
dimensões.
• Paulo introduz essas duas dimensões com um imperativo e quatro particípios: enchei-
vos + falando + louvando + dando graças + submetendo.

A IMPORTÂNCIA DA PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO

1. Seria impossível exagerar a importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida:
Paulo já falou que somos selados pelo Espírito (1:13-14) e que não devemos entristecer
o Espírito (4:30). Agora nos ordena a sermos cheios do Espírito (5:18).
2. É o Espírito Santo que nos convence do pecado. É ele que opera em nós o novo
nascimento. É ele quem nos ilumina o coração para entendermos as Escrituras. É ele
quem nos consola e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. É ele quem nos
batiza no corpo de Cristo. É ele quem testifica com o nosso Espírito que somos filhos de
Deus. É ele quem habita em nós.
3. Todavia, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado com o Espírito, habitado
pelo Espírito, selado pelo Espírito e estar ainda sem a plenitude do Espírito. Nós que já
temos o Espírito, que somos batizados no Espírito, devemos agora, ser cheios do
Espírito.

I. DUAS ORDENS – UMA NEGATIVA, OUTRA POSITIVA

• Embriaguez ou enchimento do Espírito? O apóstolo começa fazendo uma certa


comparação entre a embriaguez e a plenitude do Espírito.

1. A semelhança superficial
• Uma pessoa que está bêbada, dizemos, está sob a influência do álcool; e certamente
um cristão cheio do Espírito está sob a influência e sob o poder do Espírito Santo.
• Em ambas as proposições, há uma mudança de comportamento: a personalidade da
pessoa muda quando ela está bêbada. Ele se desinibe; não se importa com o que os
outros pensam dela. Abandona-se aos efeitos da bebida! O crente cheio do Espírito se
entrega ao controle do Espírito e sua vida fica livre e desinibida.

2. O contraste profundo
• Na embriaguez o homem perde o controle de si mesmo; no enchimento do Espírito ele
não perde, ele ganha o controle de si, pois o domínio próprio é fruto do Espírito.
• O Dr. Martyn Lloyd-Jones, médico e pastor disse: “O vinho e o álcool,
farmacologicamente falando não é um estimulante, é um depressivo. O álcool sempre
está classificado na farmacologia entre os depressivos. O álcool é um ladrão de
cérebros. A embriaguez deprimindo o cérebro tira do homem o autocontrole, a
sabedoria, o entendimento, o julgamento, o equilíbrio e o poder para aquilatar. Ou seja,
a embriaguez impede o homem de agir de maneira sensata.
• O que o Espírito Santo faz é exatamente o oposto. Ele não pode ser colocado num
manual de Farmacologia, mas ele é estimulante, anti-depressivo. Ele estimula a mente, o
coração e a vontade.

3. O resultado oposto
• O resultado da embriaguez é a dissolução (asotia). As pessoas que estão bêbadas
entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor, perdem
a vergonha, conspurcam a vida, envergonham o lar. Trazem desgraças, lágrimas,
pobreza, separação e opróbrio sobre a família. Buscam uma fuga para os seus problemas
no fundo de uma garrafa, mas o que encontram é apenas um substituto barato, falso,
maldito e artificial para a verdadeira alegria. A embriaguez leva à ruína. Ilustração: a
lenda do vinho feito da mistura do sangue do pavão, leão, macaco e porco.
• Todavia, os resultados de estar cheio do Espírito são totalmente diferentes. Em vez de
de nos aviltarmos, embrutecermos, o Espírito nos enobrece, nos enleva e eleva. Torna-
nos mais humanos, mais parecidos com Jesus. O apóstolo agora, alista os quatro
benefícios de se estar cheio do Espírito Santo.

II. OS BENEFÍCIOS DO ENCHIMENTO DO ESPÍRITO SANTO

1. Comunhão – v. 19a - “falando entre vós com hinos e cânticos espirituais”


• Este texto nos fala da comunhão cristã. O crente cheio do Espírito não vive
resmungando, reclamando da sorte, criando intrigas, cheio de amargura, inveja e
ressentimento, mas sua comunicação é só de enlevo espiritual para a vida do irmão.
• O enchimento do Espírito é remédio de Deus para toda sorte de divisão na igreja. A
falta de comunhão na igreja é carnalidade e infantilidade espiritual (1 Co 3:1-3).
• O contexto aqui é a comunhão na adoração. No culto público, o crente cheio do
Espírito Santo edifica o irmão, é bênção na vida do irmão. Salmo 95:1 “Vinde,
cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o rochedo da nossa salvação”. É um
convite recíproco ao louvor!

2. Adoração – v. 19 – “entoando e louvando de coração ao Senhor”


• Aqui, o cântico não é entre vós, mas sim, ao Senhor. Não é adoração fria, formal,
apagada, morta, sem entusiasmo, sem vida.
• O crente cheio do Espírito adora a Deus com entusiasmo. Usa toda a sua mente,
emoção e vontade. Um culto vivo não é carnal nem morto. Não é barulho, misticismo
nem emocionalismo. Não é experiencialismo, mas um culto em espírito e em verdade,
um culto cristocêntrico, alegre, reverente, vivo.

3. Gratidão – v. 20 – “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai…”


• O crente cheio do Espírito está cheio não de queixas, de murmuração, mas de gratidão.
• Embora o texto diga que devemos dar graças sempre por tudo, é necessário interpretar
corretamente este versículo.
a) Não podemos dar graças por tudo como por exemplo, pelo mal moral. Uma noção
estranha está conquistando popularidade em alguns círculos cristãos de que o grande
segredo da liberdade e da vitória cristãs é o louvor incondicional: que o marido deve
louvar a Deus pelo adultério da esposa; que a esposa deve louvar a Deus pela
embriaguez do marido; que os pais devem louvar a Deus pelo filho que foi para as
drogas e pela filha que se perdeu.
b) Semelhante sugestão é uma insensatez e uma blasfêmia. Naturalmente, os filhos de
Deus aprendem a não discutir com Deus nos momentos de sofrimento, mas sim, a
confiar nele e, na verdade, dar-lhe graças pela sua amorosa providência mediante a qual
ele pode fazer até mesmo o mal servir aos seus bons propósitos (Gn 50:20; Rm 8:28).
c) Mas, isso, é louvar a Deus por ser Deus e não louvá-lo pelo mal. Fazer assim, seria
reagir de modo insensível à dor das pessoas (ao passo que a Bíblia nos manda a chorar
com os que choram). Fazer assim seria desculpar e até encorajar o mal (ao passo que a
Bíblia nos manda odiá-lo e resistir o diabo).
d) O mal é uma abominação para o Senhor e não podemos louvá-lo ou dar-lhe graças
por aquilo que ele abomina. Logo, o tudo pelo qual devemos dar graças deve ser
qualificado pelo seu contexto, a saber a nosso Deus e Pai, em nome do Senhor Jesus
Cristo. Nossas ações de graças devem ser por tudo o que é consistente com a amorosa
paternidade de Deus.

4. Submissão – v. 21 – “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”


• Uma pessoa cheia do Espírito não pode ser altiva, arrogante, soberba. Os que são
cheios do Espírito Santo têm o caráter de Cristo, são mansos e humildes de coração.
• Em Cristo devemos ser submissos uns aos outros. Esse verso 21 é um versículo de
transição, e forma a ponte entre as duas seções deste capítulo. Não devemos pensar que
a submissão que Paulo recomenda às esposas, às crianças e aos servos seja outra palavra
para inferioridade. Igualdade de valor não é identidade do papel.
• Duas perguntas devem ser feitas: 1) De onde vem a autoridade? Como essa autoridade
deve ser exercida?
• 1) A autoridade vem de Deus – Por trás do marido, do pai, do patrão, devemos
discernir o próprio Senhor que lhes deu a autoridade que têm. Portanto, se querem
submeter a Cristo, submetam-se a eles. Mas a autoridade dos maridos, pais e patrões
não é ilimitada nem as esposas, filhos e empregados devem prestar obediência
incondicional. A autoridade só é legítima quando é exercida debaixo da autoridade de
Deus e em conformidade com ela. Devemos obedecer a autoridade humana até o ponto
em que não sejamos levados a desobedecer a autoridade de Deus. Se a obediência à
autoridade humana envolve a desobediência a Deus, naquele ponto, a desobediência
civil fica sendo o nosso dever cristão: “Ants importa obedecer a Deus que aos homens
(At 5:29).
• 2) Nunca deve ser exercida de modo egoísta, mas, sim, sempre em prol dos outros para
cujo benefício foi outorgada – Quando Paulo descreve os deveres dos maridos, dos pais
e dos senhores, em nenhum caso é a autoridade que os manda exercer. Pelo contrário,
explícita ou implícitamente, adverte-os contra o uso impróprio da autoridade, proíbe-os
de explorar a sua posição, e os conclama, ao invés disso, a lembrar-lhes das suas
responsabilidades e dos direitos da outra parte. Assim sendo, os maridos devem amar,
os pais não devem provocar a ira e os patrões devem tratar os servos com justiça. Jesus
foi o supremo exemplo de como deve ser exercida a autoridade. Como Senhor ele
serviu.
• Um marido cheio do Espírito Santo ama a esposa como Cristo ama a igreja. Uma
esposa cheia do Espírito se submete ao marido como a igreja a Cristo. Pais cheios do
Espírito criam os filhos na admoestação do Senhor. Filhos cheios do Espírito obedecem
seus pais. Patrões cheios do Espírito tratam seus empregados com dignidade.
Empregados cheios do Espírito trabalham com empenho em favor dos seus patrões.

III. O IMPERATIVO DO ENCHIMENTO DO ESPÍRITO SANTO

• A forma exata do verso “Plerouste”é sugestiva por várias razões.

1. Está no modo imperativo


• “Enchei-vos” não é uma proposta alternativa, uma opção, mas um mandamento de
Deus. Ser cheio do Espírito é obrigatório, não opcional. Não ser cheio do Espírito Santo
é pecado. Ilustração: O diácono na Igreja Batista do Sul dos EUA excluído da igreja por
embriaguez. Billy Graham perguntou: algum diácono já foi excluído por não ser cheio
do Espírito Santo?
2. Está na forma plural
• Esta ordem está endereçada à totalidade da comunidade cristã. Ninguém dentre nós
deve ficar bêbado; todos nós porém, devemos encher-nos do Espírito Santo. A plenitude
do Espírito Santo não é um privilégio elitista, mas sim uma possibilidade para todo o
povo de Deus. A promessa do derramamento do Espírito rompeu as barreiras social, da
idade e do sexo.

3. Está na voz passiva


• O sentido é: “Deixai o Espírito encher-vos”. Ninguém pode encher-se a si mesmo do
Espírito. Nenhum homem pode soprar sobre o outro para que ele receba a plenitude do
Espírito.
• O sentido não é o quanto mais nós temos do Espírito, como se o Espírtio fosse um
líquido enchendo um vazilhame. Mas o quanto mais o Espírito tem de nós. O quanto ele
controla a nossa vida. Ser cheio é não entristecê-lo, nem apagá-lo, mas submeter-se à
sua autoridade, influência e poder.

4. Está no tempo presente contínuo


• No grego há dois tipos de imperativo: 1) Um aoristo – que descreve uma ação única.
Exemplo: João 2:7 Jesus disse: “Enchei dágua as talhas”. O imperativo é aoristo, visto
que as talhas deviam ser enchidas uma só vez. 2) Um presente contínuo – descreve uma
ação contínua. Exemplo: Efésios 5:18 Quando Paulo nos diz: “Enchei-vos do Espírito”
é imperativo presente, o que subentende que devemos continuar ficando cheios.
• A plenitude do Espírito não é uma experiência de uma vez para sempre, que nunca
podemos perder, mas sim, um privilégio que deve ser continuamente renovado pela
submissão à vontade de Deus. Fomos selados de uma vez por todas, mas temos a
necessidade do enchimento diariamente.

CONCLUSÃO

• Você é um crente cheio do Espírito Santo? Os sinais da plenitude do Espírito têm sido
vistos em sua vida?
• Você tem adorado a Deus, relacionado com seus irmãos, agradecido a Deus e se
sujeitando uns aos outros e feito a obra de Deus com poder?
• Ilustração: o moço de Eliseu que perdeu o machado no rio. Eliseu orou e o machado
boiou. Muitos hoje estão tentando cortar as árvores com o cabo do machado.
Precisamos mais dos recursos de Deus do que dos recursos do homem. A igreja
primitiva quando ficou cheia do Espírito Santo tornou-se uma força invencível!

Por que devemos nos deleitar em Deus em adoração?

Referência: Efésios 1.3

INTRODUÇÃO

1. Quem nós somos em Cristo


O apóstolo começa afirmando que nós somos santos e fiéis em Cristo Jesus. Fomos
chamados do mundo e separados por Deus, para sermos propriedade exclusiva de Deus
e assim colocarmos nossa confiança em Cristo.
2. O que nós temos em Cristo
Temos graça e paz. Estávamos perdidos e fomos achados. Estávamos mortos e
recebemos vida com Cristo. Merecíamos a morte e Deus nos deu a vida. Fomos
reconciliados com Deus e agora temos paz com Deus e a paz de Deus.

3. Onde nós estamos em Cristo


Nós pertencemos a dois mundos. Os santos vivem em Éfeso, mas são fiéis em Cristo. A
igreja tem dois endereços: ela está em Vitória e está em Cristo. Somos peregrinos neste
mundo, mas cidadãos do céu.

I. A COMPREENSÃO DA VERDADE DE DEUS A NOSSO RESPEITO NOS


LEVA À ADORAÇÃO – v. 3

O nosso maior problema como cristãos continua sendo a falta de conhecimento. Se


sabemos quem somos e o que temos em Cristo, precisamos nos deleitar em Deus e
glorificar a Deus. Quanto maior o conhecimento da verdade, maior o nosso senso de
admiração. O povo de Deus perece por falta de conhecimento (Os 4.6). Paulo começa o
texto dizendo: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.

1. A adoração e o louvor devem ser as marcas de um crente


Apesar da pobreza, da perseguição, dos açoites, das prisões e até da morte que aqueles
primeiros crentes tiveram que enfrentar, eles se distinguiram por um espírito de louvor e
adoração. Eles entravam e saíam das prisões cantando. Eles se regozijavam sempre no
Senhor. O louvor torna-se inevitável para aquele que compreende a gloriosa salvação
que recebeu gratuitamente. Essa alegria jubilosa na adoração não é algo sentimental,
mas fruto do entendimento.

O mundo é extremamente infeliz. As pessoas vivem murmurando, reclamando,


infelizes, descontentes. Mas o salvo está encantado com a graça, está admirado pela
beleza e majestade de Deus. O conhecimento da verdade o encheu de um gozo santo e
ele prorrompe em adoração ao Pai.

O louvor é o principal objetivo da nossa vida. Deus nos criou para a adoração. Deus nos
criou para o maior de todos os prazeres: glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

O louvor é o principal propósito do culto. Não devemos chegar a Deus simplesmente


para buscar as bênçãos. Deus é o centro de tudo. Devemos entrar pelos portais do seu
santo templo adorando. Ele é digno de toda adoração.

O louvor precisa ser trinitário. Paulo enfatiza a Trindade na adoração. Adoramos o Pai,
por meio do Filho, no poder do Espírito. Essa ordem deve ser preservada.

II. O QUE DEUS FEZ POR NÓS NA ETERNIDADE NOS LEVA A ADORAÇÃO
– v. 3

1. Deus deve ser adorado por quem ele é


Paulo explica agora porque o Deus triúno é digno de ser adorado. Deus deve ser
adorado por ser quem ele é. Ele é bendito. Ele é exaltado. Ele é supremo. Diante dele os
anjos se curvam. Os salvos depositam suas coroas.
2. Deus deve ser adorado por aquilo que nos fez
Paulo diz que Deus tem nos abençoado. Como ele tem nos abençoado? A grandeza
deste verso é o planejamento de nossa salvação, a maneira como foi planejada e a
maneira como Deus executada a nossa salvação.

A nossa salvação vem inteiramente de Deus. Todavia, por estarmos tão concentrados
em nós mesmos, passando o tempo todo tomando o nosso próprio pulso, temos um
pequeno entendimento daquilo que Deus fez por nós. Se desejamos louvar a Deus,
precisamos compreender o seu conselho eterno entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Esse plano glorioso foi feito na eternidade (v. 4). A nossa salvação foi planejada antes
mesmo de Deus ter lançado os fundamentos da terra. É a percepção deste fato que faz
com que a pessoa fique na ponta dos pés e grite louvores a Deus.

As três pessoas da Trindade reuniram-se em conferência, no conselho da redenção,


antes da criação do universo e planejaram a nossa salvação. Não foi uma medida de
última hora. A obra foi dividida entre as três benditas Pessoas, cada uma concordando
em desempenhar tarefas específicas: o Pai planejou, o Filho a executou e o Espírito
Santo a aplicou.

Os versos 4 a 6 nos falam da obra do Pai; os versos 7 a 12 da obra do Filho e os versos


13 a 14 nos falam da obra do Espírito Santo. O Pai nos escolheu, o Filho se dispôs a vir
ao mundo, encarnar-se, cumprir a lei, satisfazer a justiça, morrer em nosso lugar e o
Espírito Santo se dispôs a converter-nos, a santificar-nos, a dar-nos poder e a nos
transformar de glória em glória na imagem de Jesus.

Antes de criar o mundo, Deus fez uma aliança, um juramento de salvar você em Cristo.
Esse plano não pode ser frustrado. Aquele que começou boa obra em você vai
completá-la até o dia de Cristo Jesus.

III. A NATUREZA DAS BÊNÇÃOS QUE RECEBEMOS NOS LEVA À


ADORAÇÃO – v. 3

1. Antes de considerarmos as bênçãos, precisamos considerar o abençoador – v. 3


A ordem é extremamente importante. Por causa do nosso miserável subjetivismo,
sempre temos a tendência de concentrarmo-nos logo nas bênçãos; sempre queremos
algo para nós mesmos. Contudo, o apóstolo insiste em que comecemos com Deus, e
com o culto que lhe devemos. Devemos considerar a natureza das bênçãos só depois
que tivermos cultuado a Deus e louvado seu nome e tivermos compreendido o que Deus
fez a fim de recebermos essas bênçãos.

1. A maneira pela qual nos vêm essas bênçãos – v. 3


Essas bênçãos nos vêm em Cristo. Sem Cristo não há bênção. Toda bênção que
desfrutamos como cristãos nos vêm por meio de Cristo. Há certas bênçãos comuns e
gerais que são desfrutadas por todos os homens. Há o que se chama de graça comum,
mas não é disso que Paulo está falando. Aqui ele está tratando de uma graça particular,
especial. Você não pode ser cristão sem estar em Cristo. Não há bênçãos para o crente
fora de Cristo.

As bênçãos vêm exclusivamente por meio de Cristo. Ele não tem nenhum assistente.
“Nenhum outro nome é dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos”
(At 4.12). Toda bênção está nele e não vem de nenhuma outra fonte. Ele é o único
canal. Ele é o único mediador (1 Tm 2.5). Buscar bênção espiritual em qualquer outra
pessoa, em qualquer outro caminho, em qualquer religião é negar a Jesus. Ele é o
caminho, a verdade e a vida. Ele é a videira verdadeira. Ele é o bom pastor. Ele é a
plenitude da divindade. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do
conhecimento. Ele é o canal exclusivo por meio do qual as bênçãos nos vêm. Ele é a
cabeça do corpo. Todo o corpo é suprido, alimentado, guiado por ele.

2. A natureza dessas bênçãos – v. 3


Paulo nos diz que essas bênçãos são espirituais. Estas bênçãos vêm de Cristo, mas
também vêm por meio do Espírito Santo; são bênçãos mediadas a nós da parte do Pai,
por meio de Cristo, via o Espírito Santo. É pelo Espírito que elas passam a ser nossas.

A aplicação da obra de Cristo é feita pelo Espírito. Seu propósito é glorificar o Senhor
Jesus. O próprio Senhor Jesus não abriu mão do poder do Espírito enquanto viveu entre
nós. Ele foi concebido pelo Espírito. Revestido com o Espírito no batismo, guiado pelo
Espírito no deserto, cheio do Espírito voltou à Galiléia e disse: “O Espírito do Senhor
está sobre mim”.

O Espírito é quem nos vivifica, nos regenera, nos santifica, nos transforma, nos capacita
com poder. As bênçãos que temos em Cristo não sumamente bênçãos espirituais. O
homem sem Cristo está preocupado apenas com as coisas terrenas: carros, casas,
dinheiro, sucesso, fama, prosperidade. Ele não discerne as coisas espirituais. Elas são
loucura para ele. Mas quando somos convertidos, pensamos nas coisas lá do alto,
buscamos em primeiro lugar o Reino, e nos deleitamos em Deus.

3. O lugar onde essas bênçãos estão concentradas – v. 3


Paulo diz que somos abençoados nas regiões celestiais. No Antigo Testamento as
bênçãos eram mais materiais e físicas. Mas quando adentramos o Novo Testamento,
entramos num domínio inteiramente diverso. Aqui as bênçãos são nas regiões celestes.
Nosso tesouro não está na terra. Devemos ajuntar tesouros no céu. Devemos buscar o
que está além da vista. Nossa casa não é aqui. Nosso lar não é aqui. Nossa Pátria não é
aqui. Vivemos um desvio do foco, onde se prega bênçãos apenas para o aqui e agora. O
homem moderno diz não estar interessado num conceito de extra-mundo. Mas a
esperança está no porvir. A nossa recompensa está no céu.

Isso não significa que nos tornamos alienados, monges, eremitas e anacoretas. Somos
uma colônia do céu na terra. Aqui somos peregrinos e forasteiros (1 Pe 2.11). Embora
este mundo é de Deus, aqui não é o nosso lar. O crente não se apega a este mundo, não
se amolda a ele, pois busca uma Pátria superior.

CONCLUSÃO

O apóstolo conclui dizendo que somos abençoados com toda sorte de bênção espiritual.
Deus nos abençoou com todas as bênçãos espirituais. Essas bênçãos incluem tudo que
necessitamos. As bênçãos para esta vida e para a vindoura. Tudo já está preparado.

Em Efésios 1 Paulo fala que Deus nos elegeu em Cristo, que ele nos adotou na sua
família, que nos remiu com o sangue de Cristo, que ele nos selou com o Espírito Santo.
Ele nos deu poder para vivermos vitoriosamente. As bênçãos daqui são apenas o
penhor, a entrada, a garantia de que coisas maiores virão. Agora somos filhos de Deus,
mas ainda não se manifestou o que havemos de ser, porque quando ele se manifestar
seremos semelhantes a ele. Teremos um corpo de glória. Veremos a sua face e
reinaremos com ele para todo o sempre. Oh! Bênção gloriosa. Oh! Deus bendito!

O despertamento espiritual da igreja

Referência: Isaías 44.3-5

INTRODUÇÃO

1. Meu coração arde pela possibilidade de você hoje ouvir a voz de Deus. A voz de
Deus é poderosa, faz tremer o deserto, despede chama d fogo.
2. Meu coração tem a grande expectativa de Deus possa se manifestar a nós nesta noite.
Porque quando Deus age ninguém pode deter a sua mão.
3. Meu coração anseia ardentemente que a Palavra de Deus seja o bastão profético na
mão de Eliseu, a fim de que aqueles que hoje dormem o sono da morte possam ser
despertados.
4. Oh! meu profundo desejo é eu que não seja apenas um eco, mas uma voz. Que os
céus se rasguem, que Deus desça, que ele inflame o seu coração como o fogo inflama os
gravetos.
5. Em 1992, estava pregando em Salvador e a repórter me perguntou: “O senhor crê no
que prega?” Respondi: sim. “o Senhor crê em avivamento?” Que evidências?
a) Inglaterra do século XVIII.
b) Romênia de Ceaucescu em 1989 (15/12/1989 a 25/12/1989) – Ver. Toderik em
Timmisoara.

I. O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL DA IGREJA É UMA PROMESSA DE


DEUS

1. É uma promessa segura de Deus


• Deus prometeu. Ele não é homem para mentir. Ele vela pela sua palavra em a cumprir.
a) O sinédrio quis impedir a igreja de crescer: ameaçou, prendeu, açoitou. Mas a igreja
de Deus cresceu explosivamente.
b) Maria Tudor em 1553 a 1558 na Inglaterra quis acabar com a igreja na Inglaterra,
mas a igreja espalhou e depois dela surgiram os puritanos.

2. É uma promessa abundante de Deus


• Deus pode se manifestar poderosamente ainda hoje. O mesmo Espírito que foi
derramado no Pentecoste e está sempre conosco, pode ser derramado outra vez
poderosamente
a) Isaías 64:1 – Os céus podem se fender.
b) Ezequiel 47 – As águas podem subir dos artelhos, aos joelhos, aos lombros até
tornar-se um rio caudaloso.
c) No dia 28/5/1841, aos 41 anos morria Edwin Moody, deixando Betsy aos 36 anos de
idade com 7 filhos abaixo de 13 anos e grávida do oitavo mês do oitavo. Eram gêmeos:
O quinto filho, saiu da roça para Boston. Ao ser convertido foi para Chicago. Em New
York foi invadido pelo Espírito Santo. Certa feita ouviu de Henry Varley: “O mundo
está para ver o que Deus pode fazer com, por meio de e em um homem totalemente
entregue a ele”.

II. O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL DA IGREJA É UMA NECESSIDADE


VITAL PARA OS NOSSOS DIAS

1. A água é absolutamente necessária à vida


• No mundo agrícola você pode ter a melhor terra, a melhor semente, os melhores
insumos e a melhor tecnologia, mas sem água a semente morre mirrada no ventre da
terra.
• O sertão da Bahia sem água. Cavam-se poços de 30 metros e eles são os maiores
produtores de cebo, cenoura.
• O deserto do Sinai – “onde tem água toda terra é terra boa”. O seu coração pode estar
seco que ele vai florescer. Deus pode fazer a vara seca de Arão florescer.
• João 7:38 – fala de rios de água viva fluindo do nosso interior.

2. A água é absolutamente necessário para limpar e purificar


• O maior obstáculo ao reavivamento da igreja é o nosso pecado. Deus diz: “Santificai-
vos porque amanhã, farei maravilhas no meio de vós” (Js 3:5). Deus ordena: “Se o meu
povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face, arrepender-
se dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei o seu pecado e sararei
a sua terra” (2 Cr 7:14).
• O pecado da frieza – Muitos crentes estão apáticos. Crentes sem poder. Crentes sem
vida de oração. Crentes analfabetos da Palavra de Deus.
• O pecado da omissão – Muitos crentes não têm frutos.
• O pecado da conformação – Estão satisfeitos; não choram pelos seus pecados. Crentes
que amam o mundo. Crentes que não têm prazer nas coisas que há no mundo.
• O pecado da impureza – Oh! quantos deslizes, quantos fracassos, quantas quedas,
quantos escândalos!
• O pecado da mágoa – Há muitas feridas abertas. Muitos corações entupidos de mágoa.
• O pecado deixa a igreja vazia, fraca – O reavivamento vem quando choramos pelo
pecado. Quantos sentimos tristeza segundo Deus. Quando contemplamos a santidade de
Deus: Isaías, Pedro, Paulo, os zulus.

3. A água é absolutamente necessária para refrescar e revitalizar


• Há crentes que passam a vida toda e jamais são despertados, estão sempre áridos,
secos: não oram, não estudam a Palavra, não ganham uma pessoa para Cristo. São como
a figueira murcha, só folhas, mas nenhum fruto.
• Precisamos desse orvalho do céu: 1) O orvalho cai sem alarde; 2) O orvalho cai à
noite; 3) O arvalho traz restauração; 4) O orvalho vem do céu; 5) O orvalho é
abundantente.

4. A água é absolutamente necessária para matar a sede


• Sem uma vida plena do Espírito nosso coração fica vazio, insatisfeito. Podemos ter
projeção, influência, conhecimento.
• Quando o missionário presbiteriano John Hyde estava a bordo do navio para ir para a
Índia, recebeu um telegrama: “Você está cheio do Espírito Santo?”
• Duas senhoras idosas disseram para Moody que estavam orando por ele para que ele
fosse cheio do Espírito Santo!
III. O DESPERTAMENTO DA IGREJA VIRÁ QUANDO A IGREJA TIVER
SEDE DE DEUS – v. 3

• Avivamento não é auto-glorificação – O Senhor derrama chuva é sobre os sedentos e


chuva sobre a terra seca.
• Hoje muitos correm atraz de sinais – Mas avivamento é quando a igreja tem sede de
Deus e não de milagres. No avivamento as pessoas desejam Deus mais do que as
bênçãos de Deus.
• O derramamento do Espírito é para os sedentos – Salmos 42:1 “A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo”.
• Precisamos ser despertados para orar! Oh! Como a igreja precisa sentir sede de Deus,
saudade de Deus. Oh! como precisamos nos estasiar diante da glória de Deus. Oh como
precisamos sentir deleite na adoração!
• Jonathan Edwards: “Uma vez, quando cavalgava nas matas pela minha saúde, em
1737, tendo apeado do meu cavalo num lugar retirado, como tem sido o meu costume
comumente, para buscar contemplação divina e oração, tive uma visão, para mim
extraordinária, da glória do Filho de Deus, como mediador entre Deus e os homens, e a
sua maravilhosa, grande, plena, pura e suave graça e amor, e o seu terno e gentil
amparo; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e chorando
em voz alta. Senti uma ardência na alma, um anseio de ser esvaziado e aniquilado,
jazer-me no pó e ser encher-me unicamente de Cristo.”
• A experiência do jovem Evan Roberts em Lagour em 1904 numa reunião de oração
que durou uma semana e espalhou-se para todo o país e em seis meses 100.000 pessoas
estavam convertidas a Cristo.
• A igreja Presbiteriana Coreana chegou na Coréia em 1887, 28 anos depois que chegou
no Brasil. Hoje eles são mais de 10 milhões de membros; 23% da população; 75% de
todos os evangélicos.

IV. O DESPERTAMENTO DA IGREJA PRODUZ RESULTADOS GLORIOSOS

1. Conversões abundantes – v. 4
• Quando Deus fende os céus e inflama a igreja, e põe fogo nos gravetos secos, até lenha
verde começa a arder. Os corações mais duros se derretem.
• Em 1966 Erlo Stegen diz que os feiticerios vinham chorando, confessando seus
pecados.
• Ronaldo Lidório entre os komkonbas diz que depois da cura daquela criança, não
passou um dia sequer sem que pelo menos uma pessoa fosse convertida.
• No Pentecoste quando Pedro se levantou para pregar, cheio do Espírito Santo, quase
três mil pessoas foram convertidas e agregadas à igreja.
• O evangelho é o poder de Deus. É dinamite que esplode a pedra mais dura. Quando
Deus age não existe caso difícil para Deus. Saulo era o maior perseguidor da igreja;
Jesus o transformou no maior apóstolo!
• Quando George Whitefield pregava, multidões se acotovelavam para ouvi-lo e
milhares de pessoas eram convertidas.
• Quando João Wesley pregava nas minas de carvão, só se via um filete branco de
lágrimas descendo dos rostos encarvoados.
• Quando Jonathan Edwards pregou, depois de orar e jejuar alguns dias “Pecadores nas
mãos de um Deus irado”, 500 pessoas foram salvas!
2. Testemunho ousado da Palavra
• Ah! Como anseio ver essa igreja como um exército cheio do Espírito a testemunhar do
nome de Cristo! Cada médico, cada engenheiro, cada professor, cada enfermeiro, cada
advogado, cada professor, cada comerciante, cada profissional liberal, cada estudante,
cada dona de casa, cada aposentado.
• Cada crente dizendo: “Eu sou do Senhor”!
• Levante-se! Abra a tua boca! O Evangelho é o poder de Deus.
• Minha experiência na Escola de Cadetes de Campinas com João Miguel Corpas/ com
a mulher que ia para Campinas/ com a senhora espírita que ia para Toronto.

3. Testemunho ousado pela vida – v. 5


• Muitos professam que são de Cristo, mas a sua vida nega essa profissão de fé. Há um
abismo entre o que se diz e o que se faz, entre fé e vida.
• Moody dizia: “nada fecha tanto os lábios como a vida”.
• A família do pastor em Inchon, na Coréia do Norte sepultada viva.

CONCLUSÃO
• Estamos vendo tantos escândalos no meio evangélico: pastores e líderes caindo.
• Estamos vendo tantas pessoas mercadejando o evangelho, vendendo a graça de Deus.
• Estamos vendo tantas pessoas se desviando da sã doutrina.
• Estamos vendo tantas pessoas abraçando uma ortodoxia morta.
• Estamos vendo tantos crentes sendo amigos do mundo.
• Estamos vendo a sociedade transtornada, de cabeça para baixo: corrupção, injustiça,
violência. Não há esperança para a nação a não ser que Deus sopre sobre nós o seu
Espírito e levante a igreja como voz profética.
• Precisamos de um avivamento!

Adorador, sê tu uma bênção

Referência: João 4.24

INTRODUÇÃO

1.Jesus diz para a mulher samaritana que o que adoração não é:

a)Não é adoração centrada em lugares sagrados (Jo 4:20) – Não é neste monte nem
naquele. Não existe lugar mais sagrado que outro. Não é o lugar que autentica a
adoração, mas a atitude do adorador.

b)Não é adoração sem entendimento (Jo 4:22) – Os samaritanos adoravam o que não
conheciam. Havia uma liturgia desprovida de entendimento. Havia um ritual vazio de
compreensão.

c)Não é adoração descentralizada da pessoa de Cristo (Jo 4:25-26) – Os samaritanos


adoravam, mas não conheciam o Messias. Cristo não era o centro do seu culto. Nossa
adoração será vazia se Cristo não for o seu centro. O culto não é para agradar os
homens. A música não é para entreter. A verdadeira música vem do céu e é endereçada
ao céu (Sl 40:3).
2.Jesus diz para a mulher samaritana o que a adoração é:

a)A adoração precisa ser bíblica (Jo 4:24) – O nosso culto é bíblico ou é anátema. Deus
não se impressiona com pompa, ele busca a verdade no íntimo.

b)A adoração precisa ser sincera (Jo 4:24) – Ela precisa ser em espírito, ou seja, de todo
o coração. Precisa ter fervor. Não é um culto frio, árido, seco, chocho, sem vida.

I.PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA QUE O ADORADOR SEJA UMA BÊNÇÃO

1.O adorador precisa entender que a sua vida é a vida da sua adoração

Não está procurando adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade.

A prática da adoração está enraizada na vida do adorador.

A prática da adoração jamais poder ser divorciada da pessoa do adorador.

Exemplo: Caim – Deus rejeitou a vida de Caim antes de rejeitar a oferta e o culto da
Caim. Se a nossa vida não estiver certa com Deus, o nosso culto será uma ofensa a
Deus.

Isaías 1:14 – “As vossas festas de lua nova e as vossas solenidades, a minha alma as
aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.”

E.M.Bounds disse: “Nós estamos procurando melhores métodos. Deus está procurando
melhores homens. Deus não unge métodos, Deus unge homens.

Não é a grandes talentos que Deus usa, mas a homens piedosos – Vocês são as suas
próprias ferramentas. Mantenham-nas afiadas. Mantenham sempre vestes alvas e
tenham sempre óleo fresco sobre a cabeça.

2.O adorador precisa entender que a adoração não é uma questão de performance
diante dos homens, mas de sinceridade diante de Deus

O profeta Isaías levantou a sua voz em nome de Deus e disse: “Este povo me honra com
os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.”

Davi compreendeu que Deus procura a verdade no íntimo.

Exemplos: 1) Hofni e Finéias – Trouxeram a Arca da Aliança para o acampamento,


símbolo da presença de Deus e o povo foi derrotado. 2) Amós 5:21-24 – “Aborreço,
desprezo as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum
prazer. E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas de manjares, não me
agradarei deles, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados.
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas
liras. Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, com rebeiro perene.”
3.O adorador precisa entender que um culto ainda que ortodoxo divorciado da
vida cotidiana não agrada a Deus

Culto sem conexão com a vida diária é entretenimento espiritual.

O apóstolo Paulo diz que o culto racional não é apenas um tempo de louvor e de
ministramos que temos na igreja, mas a oferta do nosso corpo a Deus na dinâmica da
vida (Rm 12:1).

O profeta Jeremias denunciou o perigo de uma reforma externa sem uma transformação
interna e a falsa confiança no templo, no culto, na liturgia. Jeremias 7:1-15

4.O adorador precisa entender que se Deus não for honrado no culto, ele é tempo
perdido

O profeta Malaquias fala dos sacerdotes que não honravam a Deus. Eles desprezavam o
culto. Eles não ofereciam o seu melhor. Eles faziam a obra do Senhor relaxadamente.

Deus aconselhou no caso a apagarem o fogo do altar e a fechar a porta da igreja.


Estavam perdendo tempo.

A quem estamos honrando quando cultuamos: a nós mesmos ou a Deus? Tocamos e


cantamos porque gostamos, ou o fazemos para glorificar aquele que é digno? O fariseu
gostava de cantar QUANDO GRANDE ÉS TU diante do espelho.

5.O adorador precisa ter fome de Deus

Muitos pastores têm fome de livro e muitos músicos têm fome de partitura musical, mas
não têm fome de Deus. Se não formos homens e mulheres de oração, nossa adoração
será vazia.

Josafá antes de ver o milagre de Deus através da música, convocou o povo para jejuar. 2
Cr 20:22: “Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscada
contra…”. John Piper fala que jejum é ter fome de Deus.

A arte é fundamental. Estudem ao ponto da exaustão. É preciso tanger ao Senhor com


arte e com júbilo. Mas se não conhecermos a intimidade de Deus, podemos ser peritos
na música que o coração do povo não vai se derreter. Exemplo: O pastor da igreja
Metodista de Seul.

Dependam do Espírito Santo, mais do que dos seus talentos.

6.O adorador precisa ter luz na mente e fogo no coração

O adorador é uma pessoa que arde no altar. Ele está inflamado pelo fogo de Deus. Ele
está face a face com Deus. Ele está diante da shekiná de Deus. Ele lida com o sublime.

Adoração sem paixão, sem calor, sem entusiasmo não é adoração. Estar diante de Deus
sem profundo senso de quebrantamento e admiração é uma impossibilidade.
O adorador vem do santos dos santos para a presença do povo. Seu rosto deve
resplandecer. Sua alma deve estar em chamas. Seu louvor deve ser um aroma suave.

Você já está debaixo do sangue de Jesus?

INTRODUÇÃO

1. O sangue de Jesus é o tema central da Bíblia


De Gênesis a Apocalipse esse fio escarlata, o sangue de Jesus, é o tema principal. No
Antigo Testamento, o sangue de Jesus é prefigurado no derramamento do sangue dos
animais sacrificados nos holocaustos. No Novo Testamento o sangue de Jesus é
derramado para a nossa redenção.

Você não é reconciliado com Deus por suas obras, méritos ou religiosidade, mas por
meio do sangue de Jesus.

2. O sangue de Jesus é o fundamento da sua salvação


A sua salvação depende do sangue de Jesus. Se você não estiver debaixo do sangue de
Jesus não haverá esperança para você. Sem derramamento de sangue não há remissão de
pecado. Suas obras não são suficientes para levar você ao céu. Sua igreja não pode levar
você ao céu. Fora do sangue do Cordeiro de Deus ninguém pode entrar no céu.

O sonho de João Wesley: “Aqui no céu só há aqueles que foram remidos e lavados no
sangue de Jesus”.

3. Três aspectos essenciais sobre o sangue de Jesus


Vamos falar sobre três aspectos essenciais do sangue de Jesus: o valor, a virtude e a voz
do sangue.

I. O VALOR DO SANGUE DE JESUS – 1 Pe 1:18,19

1. Seu valor é incomparável – v. 18,19


Pedro seleciona dois metais preciosos usasdos para comprar bens: o ouro e a prata. Mas
Quando Deus foi nos comprar, nos redimir, ele não empregou o ouro nem a prata, mas o
precioso sangue de Cristo. Você vale mais do que ouro!

Hoje muitas pessoas pensam que podem comprar a graça de Deus com dinheiro, com
obras. Mas foi Deus quem nos comprou. Ele não usou os tesouros do mundo, mas o
sangue do seu Filho: “…a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue” (At 20:28).

2. Seu valor é indispensável – v. 18,19


A Palavra de Deus é clara e insofismável em afirmar que “sem derramamento de
sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9:22).

a) Gênesis 3:21: “E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os
vestiu”. Essa é a primeira indicação de sangue. Aqui é o inocente sacrificado a favor do
culpado.
b) Gênesis 4:4 – Abel leva o sangue e é aceito; Caim leva o fruto da terra e é rejeitado.
c) Êxodo 12:13 – Deus pôs toda a nação de Israel sob o sangue. Deus não disse:
“quando eu vir suas obras, suas lágrimas, seu sofrimento, passarei por vós, mas quando
vir o sangue.
 Não foi o Cordeiro, foi o sangue – O Cordeiro precisou ser imolado. Não somos
salvos pela vida do Cordeiro, mas por sua morte!
 Os bons e os maus pereceram igualmente se não estavam debaixo do sangue – Todo
aquele que estava sem a proteção do sangue do Cordeiro pereceu. Ilustrações:
1) O sangue é o bilhete – Quando você vai viajar de Avião, ninguém pergunta se você é
rico ou pobre. Eles querem ver o bilhete. O bilhete é o sinal. O sangue é o bilhete para
entrar no céu.
2) Joe Kerkofsky – Perdeu o braço aos 6 anos. Rejeitado para o serviço militar na
segunda guerra. Campeão em doação de sangue. Doou 250 vezes. Doou 120 litros de
sangue. Disse ele: “Dinheiro não pode pagar a alegria de doar sangue a alguém
necessitado. Isso é dar vida a alguém que está morrendo”.

3. Seu valor é infinito – v. 18,19


Pedro destaca aqui duas coisas preciosas:

a) O caráter sacrificial do Salvador

1) Ele é o Cordeiro de Deus (Is 53:7) – A suprema submissão de Jesus até a morte e
morte de cruz é um dos grandes aspectos da sua obra redentora.
2) Ele não morreu como mártir – Ele entregou-se voluntariamente por você (Jo 10:18).

b) O caráter santo do Salvador

1) Ele é o Cordeiro sem mácula – Por isso sua morte pôde ser vicária, substitutiva. Só
Cristo poderia morrer por nós!
Ele não conheceu pecado – 2 Co 5:21
Nele não havia pecado – 1 Jo 3:5
Nenhuma culpa foi encontrada em sua boca – 1 Pe 2:22.

II. A VIRTUDE DO SANGUE DE JESUS – 1 Jo 1:7

1. Há poder no sangue de Jesus para lidar com a escravidão do pecado


Quem comete pecado é escravo do pecado (Jo 8:34).
Por natureza e prática, o homem é escravo do pecado.
O pecado pode tomar a forma de um temperamento incontrolado, orgulho, vício,
impureza, ganância, vaidade.
Nós temos redenção através do sangue de Jesus (Ef 1:7).
Cristo sofreu o castigo do nosso pecado. Ele recebeu a condenação do nosso pecado.

Ilustração: Finney e o homem assassino, ladrão e adúltero: Há perdão para mim? Sim, o
sangue de Jesus pode lhe purificar de todo o pecado!

Que tipo de pecado ainda está acorrentando a sua vida? Cigarro, álcool, drogas, sexo
ilícito, impureza da sua mente? Adultério? Mentira? Mau gênio? O sangue de Cristo
pode libertar você do poder desse pecado!
2. Há poder no sangue de Jesus para lidar com a punição do pecado
O salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
A alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:4).

Cristo assumiu o nosso lugar. Ele foi à cruz como nosso fiador, substituto e
representante. Ele morreu a nossa morte. Ele sofreu o nosso castigo. Ele pagou a nossa
dívida. Ele morreu por nós.

“Tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5:9).

Ilustração: A descoberta do ouro na Califórnia. A mulher viajou com o filho para


encontrar o marido. O naufrágio. Havia uma única vaga no bote salva vidas. A mãe
rogou que seu filho fosse salvo e disse: “Meu filho, se viveres para ter a teu pai, dize-lhe
que morri em teu lugar”. (p. 16).

Você não precisa temer mais o inferno, a condenação, o juízo. Cristo morreu sua morte.
Ele carregou seus pecados. Ele pagou sua dívida. Você está quites com a lei de Deus,
com as demandas da justiça. Nenhuma condenação há mais para você. Seus pecados
foram jogados no fundo do mar.

3. Há poder para lidar com a poluição do pecado – 1 Jo 1:7; Is 1:18


O pecado é sujo e ele suja as pessoas, mas o sangue de Jesus nos limpa (Is 1:18).
O pecado contamina, mas o sangue de Jesus purifica (1 Jo 1:7).

Ilustração: A Rainha Vitória visitou uma fábrica de papel e viu uma sala com um monte
de papel velho, sujo. Para que serve isso? Para fazer os mais limpos e lindos papéis.

Como você lidado com a sua mente, internet? Seu coração não precisa mais ser um poço
de impureza. Você não precisa mais ser um escravo da impureza sexual. Você pode ser
limpo de coração. Você agora pode ter a mente de Cristo!

III. A VOZ DO SANGUE DE JESUS – Hb 12:24,25

O sangue de Abel clamou por vingança – Gn 4:10,13.


Mas o sangue de Jesus clama por perdão – “Pai, perdoa-lhes”.

1. O sangue de Jesus é a voz do perdão


“Nele nós temos redenção através do seu sangue” (Ef 1:7).
Jesus disse para o paralítico de Cafarnaum: “Filho, os teus pecados estão perdoados”
(Mc 2:5).
Veja que você não recuse aquele que fala (Hb 12:25).
O perdão só é possível com base no sangue de Jesus

Ilustração: Tetélestai: está terminado minha obra; está pago.

2. O sangue de Jesus é a voz da paz – Cl 1:20


“Tendo feito a paz através do sangue da sua cruz” (Cl 1:20).
Nós fomos reconciliados com Deus através do sangue de Cristo.

Ilustração: O filho do fazendeiro reconciliado como Pai pela mãe.


3. O sangue de Jesus é a voz do poder – Ap 12:11
O diabo é visto como acusador e opressor do povo de Deus. Como o venceremos? É
pelo sangue de Jesus!
Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu!
Se estamos debaixo do sangue de Jesus estamos protegidos! (Ex 12:13).
O sangue de Jesus não é apenas arma de defesa (Ex 12), mas também arma de ataque
(Ap 12:11).
Nós vencemos as hostes do inferno pelo poder do sangue de Cristo. O inferno treme
diante do poder do sangue de Cristo. Foi na cruz que Cristo esmagou a cabeça da
serpente e desbaratou o inferno. Foi na cruz que Cristo abriu uma fonte de cura e
libertação para o seu povo. Foi na cruz que ela nos libertou, nos remiu e pagou a nossa
dívida.
Foi na cruz que ele tirou de nós o veneno da antiga serpente (Jo 3:12-15).

CONCLUSÃO

O sangue de Jesus tem dois brados:


1) Ele brada pedindo a minha condenação se eu o rejeitar
Os judeus gritaram: “Caia sobre nós e sobre os nossos filhos o seu sangue”. Oh, eles
foram dispersos, perseguidos, endurecidos.

2) Ele brada pedindo o meu perdão


“Em seu sangue, ele nos lavou dos nossos pecados” (Ap 1:5).
Agora podemos cantar:
Alvo mais que a neve
Alvo mais que a neve
Sim nesse sangue lavado
Mais alvo que a neve eu estou.

Ilustração: O acidente no trem. O maquinista cristão esmagado sob as ferragens,


esvaindo sangue. O dono do trem aproximou-se dele e ele sussurrava um cântico de
glorificação a Deus, entregando sua vida aos cuidados de Cristo. O comandante,
agachando-se perto dele, disse-lhe: “Eu daria tudo o tenho, a minha própria vida para ter
a fé e a segurança que você tem”. O maquinista, então lhe disse: “meu senhor, esse é o
preço dessa fé”.

Diferentes reações a Jesus

INTRODUÇÃO

Jesus está vivendo sua última semana em Jerusalém. Esta semana é a culminação de
todo o seu ministério e a concretização do projeto eterno de Deus. Ele veio para esse
fim.

Diferentes reações a Jesus são vistas nesta semana: as autoridades religiosas querem
matá-lo, enquanto o povo simpatizava-se com ele; uma mulher anônima demonstra seu
amor a ele, enquanto Judas o trai e Pedro é advertido sobre sua arrogante autoconfiança.
Desta maneira Marcos confronta o leitor com a necessidade de tomar uma posição;
ninguém pode ficar neutro diante de Jesus.[1]

O texto aborda vários aspectos apontando para o fato de que Jesus já está vivendo à
sombra da cruz.

I. UM PLANO FRUSTRADO

1. O cenário já estava pronto – (14.1)

A entrada triunfal de Jesus a Jerusalém deu-se no período de maior fluxo de gente na


cidade santa, a festa da Páscoa. Nesse tempo o povo judeu celebrava a sua libertação do
Egito. A festa girava em torno do cordeiro que devia ser morto bem como dos pães
asmos que relembravam os sofrimentos do êxodo. Jesus escolhe esta festa para morrer.
Ele veio por amor, voluntário como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
William Hendriksen diz que o dia em que acontecia o sacrifício do cordeiro era seguido
pela festa dos Pães Asmos, que se prolongava por sete dias de celebração. A ligação
entre a ceia da Páscoa e a Festa dos Pães Asmos é tão grande, que o termo “páscoa”,
algumas vezes, cobre ambas (Lc 22.1).[2] Dewey Mulholland diz que no tempo de
Jesus, a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos tinham sido reunidas numa única “Festa da
Páscoa” com a duração de sete dias.[3]

Jesus queria morrer no dia da Páscoa. Adolf Pohl diz que a relação da morte de Jesus
com a Páscoa faz parte evidente dos pensamentos de Deus, e assim, das suas
disposições. Por isso Paulo pôde escrever mais tarde: “Pois Cristo, nosso Cordeiro
pascal, foi imolado” (1Co 5.7).[4]

2. A conspiração já estava armada – (14.1)

Os principais sacerdotes e os escribas estavam mancomunados para prenderem e


matarem Jesus. Esse plano não era novo. Ele já vinha de certo tempo (3.6; 12.7; Jo 5.18;
7.1,19,25; 8.37,40; 11.53). Eles já tinham escolhido a forma de fazê-lo, à traição. Mas
eles aguardavam uma ocasião oportuna para o matarem e decidiram que deveria ser
depois da festa. Isto não porque tivessem escrúpulos, mas porque temiam o povo.

William Hendriksen diz que quando a corrupção invade a Igreja, o processo,


normalmente, começa no topo. Nenhuma política é tão suja quanto a eclesiástica.[5]

3. O plano de Deus já estava determinado – (14.2)

Os líderes religiosos de Israel decidiram que Jesus seria morto depois da Páscoa, mas
Deus já havia determinado que seria durante a Páscoa, na época em que a cidade estava
mais apinhada de gente. As coisas não aconteceram como haviam planejado. “Não
durante a festa”, diziam os conspiradores. “Na festa”, disse o Todo-poderoso. Este era o
decreto divino, diz William Hendriksen.[6]

II. UM AMOR DEMONSTRADO – (14.3-9)


1. Maria deu o seu melhor – (14.3)

Nem Marcos nem Mateus nos informam o nome da mulher que ungiu Jesus, mas João
nos conta que ela era Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro (Jo 12.1-3). Jesus
estava em casa de Simão, o leproso na cidade de Betânia, participando de um jantar.
Esse jantar possivelmente foi motivado pela gratidão de Simão e Maria. Esta, num gesto
pródigo de gratidão e amor quebrou um vaso de alabastro e derramou o preciosíssimo
perfume de nardo puro sobre a cabeça de Jesus. O perfume havia sido extraído do puro
nardo, isto é, das folhas secas de uma planta natural do Himalaia.[7]

Maria aparece apenas três vezes nos evangelhos e em todas as ocasiões estava aos pés
de Jesus para aprender (Lc 10.39), para chorar (Jo 11.32,33) e para agradecer (Jo 12.1-
3).

2. Maria deu sacrificialmente – (14.4,5)

Aquele perfume foi avaliado por Judas em trezentos denários (Jo 12.5). Representava o
salário de um ano de trabalho. Judas e os demais discípulos ficaram indignados com
Maria e considerando seu gesto um desperdício. Eles culparam Maria de ser perdulária e
de administrar mal os recursos. Eles murmuraram contra ela, dizendo que aquele alto
valor deveria ser dado aos pobres. Warren Wiersbe diz que Judas criticou Maria por
desperdiçar dinheiro, mas ele desperdiçou sua própria vida.[8]

O que Maria fez foi único em criatividade, régio em sua generosidade e maravilhoso em
sua intemporalidade, diz William Hendriksen.[9]

3. Maria buscou agradar só ao Senhor – (14.3-7)

Maria demonstrou seu amor a Jesus de forma sincera e não ficou preocupada com a
opinião das pessoas à sua volta. Ela não buscou aprovação ou aplauso das pessoas nem
recuou diante das suas críticas. O amor é extravagante, ele sempre excede!

A devoção de Maria se destaca em vivo contraste com a malignidade dos principais


sacerdotes e a vil traição de Judas.[10]

4. Maria demonstrou amor em tempo oportuno – (14.7,8)

Maria demonstrou seu amor generoso a Jesus antes da sua morte e antecipou-se a ungi-
lo para a sepultura (14.8). As outras mulheres também foram ungir o corpo de Jesus,
mas quando elas chegaram lá, ele já não estava mais lá, pois havia ressuscitado (16.1-6).
Muitas vezes demonstramos o nosso amor como Davi a Absalão, tarde demais. Muitas
vezes enviamos flores depois que a pessoa morre, quando já não pode mais sentir seu
aroma.

5. Maria foi elogiada pelo Senhor – (14.6,9)

Jesus chamou o ato de Maria de boa ação (14.6) e disse que seu gesto deveria ser
contado no mundo inteiro para que sua memória não fosse apagada (14.9). William
Barclay comenta esse episódio assim,
Jesus disse que o que a mulher havia feito era bom. No grego há duas palavras para
diferentes para definir bom. A primeira é agathos que descreve uma coisa moralmente
boa. A segunda é kalos que descreve algo que não só é bom, mas também formoso.
Uma coisa pode ser agathos e ainda ser dura, austera e sem atrativo. Mas uma coisa que
é kalos é atrativa e bela, com certo aspecto de encanto.[11]

III. UM TRAIDOR APONTADO – (14.10,11,17-21)

1. Judas, o entreguista – (14.10)

Judas Iscariotes era um dos doze. Foi amado por Jesus, andou com Jesus, ouviu Jesus,
viu os milagres de Jesus, mas perdeu a maior oportunidade da sua vida. Sabendo da
trama dos principais sacerdotes em prender e matar Jesus, o entregou.

2. Judas, o avarento – (14.11)

O evangelista Mateus aponta a motivação de Judas em procurar os principais


sacerdotes: “Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de
prata” (Mt 26.15). A motivação de Judas em entregar Jesus era o amor ao dinheiro. Ele
era ladrão (Jo 12.6). Seu deus era o dinheiro. Ele vendeu sua alma, seu ministério, suas
convicções, sua lealdade. Tornou-se um traidor. Adolf Pohl diz que a recompensa pela
traição representou somente um décimo do valor do óleo da unção usado por Maria para
ungir Jesus.[12] O dinheiro recebido por Judas era o preço de um escravo ferido por um
boi (Ex 21.32). Por essa insignificante soma de dinheiro, Judas traiu o seu Mestre!

3. Judas, o dissimulado – (14.17,18)

Jesus vai com seus discípulos para o cenáculo, para comer a Páscoa. E Judas está entre
eles. No Cenáculo Jesus demonstrou seu amor por Judas, lavando-lhe os pés (Jo 13.5),
mesmo sabendo que o diabo já tinha posto no coração de Judas o propósito de traí-lo (Jo
13.2). Judas não se quebranta nem se arrepende, ao contrário, finge ter plena comunhão
com Cristo, ao comer com ele (14.18). Nesse momento o próprio Satanás entra em
Judas (Jo 13.27) e ele sai da mesa para unir-se aos inimigos de Cristo e entregar Cristo a
eles. William Hendriksen diz que o que causou a ruína de Judas foi sua indisposição de
orar pela renovação da sua vida. A sua destruição deveu-se à sua impenitência.[13]

Jesus já havia dito que seria traído (9.31; 10.33), mas agora declara especificamente que
será traído por um amigo. O traidor não é nomeado; pelo contrário, a ênfase está na
participação dele na comunhão como um dos doze. Toda comunhão à mesa é, para o
oriental, concessão de paz, fraternidade e confiança. Comunhão à mesa é comunhão de
vida. A comunhão à mesa com Jesus tinha o significado de salvação e comunhão com o
próprio Deus.[14] Abalados e entristecidos com isso, os discípulos estão confusos. Cada
um preocupa-se com a acusação como se fosse contra si. Um a um perguntam:
“Porventura sou eu?” (14.19). Sua autoconfiança fora abalada.[15]

4. Judas, o advertido – (14.20,21)

Judas trai a Jesus à surdina, na calada da noite, mas Jesus o desmascara na mesa da
comunhão. Jesus acentua sua ingratidão, de estar traindo seu Senhor e seu hóspede.
Jesus declara que ele sofrerá severa penalidade por atitude tão hostil ao seu amor: “… ai
daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora
não haver nascido!” (14.20,21).

Mulholland diz que o traidor participa cumprindo o plano de Deus. Ele o faz por livre
vontade, não como um robô. A soberania divina não diminui a responsabilidade
humana.[16] Somos responsáveis pelos nossos próprios pecados. William Barclay
ilustra esse fato,

A lenda grega conta de dois famosos viajantes que passaram pelas rochas aonde
cantavam as sereias. Essas se sentavam nas rochas e cantavam com tal doçura que
atraíam irresistivelmente os marinheiros para sua ruína. Ulisses navegou a salvo frente a
essas rochas. Seu método foi tapar os ouvidos dos marinheiros para que não pudessem
ouvir, e ordenou que o atassem firmemente com cordas no mastro do navio a fim de que
em hipótese algum pudesse desvencilhar-se. O outro viajante foi Orfeu, o mais
encantador dos músicos. Seu método foi tocar e cantar com tal doçura que mesmo o
barco passando em frente às rochas das sereias, o canto dessas não era ouvido diante da
música excelente que ele entoava. Seu método foi responder ao atrativo da sedução com
um atrativo maior ainda. Este método é o método divino. Deus não nos impede
forçosamente de pecar, mas nos insta a amá-lo de tal forma que sua voz seja mais doce
aos nossos ouvidos que a voz de sedução.[17]

IV. UM PACTO SELADO – (14.22-26)

1. O símbolo do pacto – (14.22,23)

Esta cena é um dos pontos teológicos mais vibrantes no Evangelho de Marcos. Aqui
Jesus interpreta o significa último da sua morte, diz Donald Senior.[18]

Jesus abençoa e parte o pão; toma o cálice e dá graças. Pão e vinho são os símbolos do
seu corpo e de seu sangue. Com estes elementos Jesus instituiu a Ceia do Senhor.

A questão da Ceia tem sido motivo de acirrados debates na história da igreja. Não é
unânime o entendimento desses símbolos. Há quatro linhas de interpretação:

Em primeiro lugar, a transubstanciação. A igreja romana crê que o pão e o vinho


transubstanciam-se na hora de consagração dos elementos e se transformam em corpo,
sangue, nervos, ossos e divindade de Cristo.

Em segundo lugar, a consubstanciação. O luteranismo crê que os elementos não mudam


de substância, mas Cristo está presente fisicamente nos elementos e sob os elementos.

Em terceiro lugar, o memorial. O reformador Zwinglio entendia que os elementos da


Ceia são apenas símbolos e que a ela é apenas um memorial para trazer-nos à lembrança
o sacrifício de Cristo.

Em quarto lugar, o meio de graça. O calvinismo entende que a Ceia é mais do que um
memorial, mas também, um meio de graça, de tal forma que somos edificados pela
participação digna da Ceia.

2. O significado do pacto – (14.24)


O que Jesus quis dizer quando afirmou que o cálice representava um novo pacto? A
palavra pacto é comum na religião judaica. A base da religião judaica consistia no fato
de Deus ter entrado num pacto com Israel. A aceitação do antigo pacto está registrada
em Êxodo 24.3-8. O pacto dependia inteiramente de Israel guardar a Lei. A quebra da
Lei implicava na quebra do pacto entre Deus e Israel. Era uma relação totalmente
dependente da Lei e da obediência à mesma. Deus era o juiz. E posto que ninguém
podia guardar a Lei, o povo sempre estava em débito. Mas Jesus introduz e retifica um
novo pacto, uma nova classe de relacionamento entre Deus e o homem. E não depende
da Lei, depende do sangue que Jesus derramou.[19] O antigo pacto era ratificado com o
sangue dos animais, mas o novo pacto é ratificado no sangue de Cristo.

A nova aliança está firmada no sangue de Jesus, derramado em favor de muitos. Na


velha aliança nós buscávamos fazer o melhor para Deus e fracassamos. Na nova aliança
Deus fez tudo por nós. Jesus se fez pecado e maldição por nós. Seu corpo foi partido,
seu sangue vertido. Ele levou sobre o seu corpo, no madeiro, nossos pecados. Deus fez
cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.

A redenção não é universal. Ele derramou seu sangue para remir a muitos e não para
remir a todos (Is 53.12; Mt 1.21; 20.28; Mc 10.45; Jo 10.11,14,15,27,28; 17.9; At 20.28;
Rm 8.32-35; Ef 5.25-27). Se fosse para remir a todos, ninguém poderia se perder.

3. A consumação do pacto – (14.25)

A Ceia do Senhor aponta para o passado e ali vemos a cruz de Cristo e seu sacrifício
vicário em nosso favor. Mas ela também aponta para o futuro e ali vemos o céu, a festa
das bodas do Cordeiro, quando ele vai nos receber como Anfitrião para o grande
banquete celestial. Adolf Pohl diz que a ênfase está na reunião festiva com ele, não na
duração ou dificuldade do tempo de espera. O crucificado será, vivo, o centro do
banquete que Deus vai oferecer (Is 25.6; 65.13; Ap 2.7), e o sem-número de Ceias
desembocará na “ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9).[20]

V. UM FRACASSO DESTACADO – (14.27-31)

1. Um alerta solene – (14.27)

Jesus, citando o profeta Zacarias fala que todos os apóstolos, sem exceção, vão se
escandalizar com ele, quando ele for ferido. A atitude covarde dos discípulos fugindo no
Getsêmani, depois da sua prisão não apanhou Jesus de surpresa.

Jesus predisse que todos se escandalizariam dele (14.27). Todos disseram que isso
nunca aconteceria (14.31). Um pouco mais tarde, todos o abandonaram e fugiram
(14.50).

2. Uma promessa consoladora – (14.28)

Jesus destaca aqui três verdades importantes.

Em primeiro lugar, fala sobre sua morte. Jesus veio para morrer e ele caminha para a
cruz como um rei caminha para a coroação.
Em segundo lugar, fala sobre sua ressurreição. A morte não teria o poder de retê-lo na
sepultura. Ele triunfaria sobre a morte.

Em terceiro lugar, fala sobre seu plano na vida dos apóstolos. Jesus se apressa em
acrescentar que nem sua morte nem a fuga dos discípulos será definitiva. Ele
ressuscitará e irá antes deles para a Galiléia. “O lugar do começo deles (3.14) haveria de
ser também o lugar do novo começo deles (16.7)”.[21] O cristianismo não é um
corolário de crenças e dogmas, mas uma Pessoa. Ser cristão é seguir a Cristo. Ele vai
adiante de nós. Ele nos encontra e nos restaura nos lugares comuns da nossa vida.

3. Uma pretensão vaidosa – (14.29-31)

Pedro considerou-se uma exceção. Ele julgou-se melhor dos que seus condiscípulos. Ele
pensou ser mais crente, mais forte, mais confiável que seus pares. Ele queria ser uma
exceção na totalidade apontada por Jesus. Pensou jamais se escandalizar com Cristo.
Achou que estava pronto para ir para a prisão e até para a morte. Jesus, entretanto,
revela a Pedro que naquela mesma noite, sua fraqueza seria demonstrada e suas
promessas serias quebradas. Os outros falharam, mas a falta de Pedro foi maior. Nas
palavras de Schweizer: “Aquele que se sente seguro e se considera diferente de todos os
demais cairá ainda mais profundamente”.[22] O apóstolo Paulo exorta: “Aquele, pois,
que pensa estar em pé, veja que não caia” (1Co 10.12). A Palavra de Deus alerta: “O
que confia no seu próprio coração é insensato” (Pv 28.26).

Que lugar o dinheiro ocupa na sua vida?

INTRODUÇÃO

Duas perguntas são feitas antes de se fechar um negócio: Quanto ganharei se fechar esse
negócio? Quanto perderei se deixar de fechar esse negócio?

O dinheiro é ídolo que tem o maior número de adoradores neste mundo. Pessoas se
casam, divorciam, matam e morrem pelo dinheiro. No sermão do monte Jesus disse que
não podemos servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo.

De todas as pessoas que vieram a Cristo, este homem é o único que saiu pior do que
chegou. Ele foi amado por Jesus, mas, mesmo assim, desperdiçou a maior oportunidade
da sua vida. A despeito do fato de ter vindo à pessoa certa, de ter abordado o tema certo,
de ter recebido a resposta certa, ele tomou a decisão errada. Ele amou mais o dinheiro
do que a Deus, mais a terra do que o céu, mais os prazeres transitórios desta vida do que
a salvação da sua alma.

I. RICO, PORÉM, INSATISFEITO – (10.17-22)

Destacamos vários predicados excelentes desse jovem. Entretanto, todos os atributos


que alistamos, não puderam preencher o vazio da sua alma.

1. Ele era jovem (Mt 19.20)


Esse jovem estava no alvorecer da vida. Tinha toda a sua vida pela frente e toda a
oportunidade de investir o seu futuro no reino de Deus. Ele tinha saúde, vigor, força,
sonhos.

2. Ele era riquíssimo (Lc 18.23)

Esse jovem possuía tudo que este mundo podia lhe oferecer: casa, bens, conforto, luxo,
banquetes, festas, jóias, propriedades, dinheiro. Ele era dono de muitas propriedades.
Embora jovem, já era muito rico. Certamente era um jovem brilhante, inteligente e
capaz.

3. Ele era proeminente (Lc 18.18)

Lucas diz que ele era um homem de posição (Lc 18.18). Ele possuía um elevado status
na sociedade. Ele tinha fama e glória. Apesar de ser jovem, já era rico; apesar de ser
rico, era também líder famoso e influente na sociedade. Talvez ele fosse um oficial na
sinagoga. Tinha reputação e grande prestígio.

4. Ele era virtuoso (10.20; Mt 19.20)

“Tudo isso tenho observado, que me falta ainda?”. Aquele jovem julgava ser portador
de excelentes predicados morais. Ele se olhava no espelho da lei e dava nota máxima
para si mesmo. Considerava-se um jovem íntegro. Não vivia em orgias nem saqueava os
bens alheios. Vivia de forma honrada dentro dos mais rígidos padrões morais. Possuía
uma excelente conduta exterior. Era um modelo para o seu tempo. Um jovem que a
maioria das mães gostaria de ter como genro.

5. Ele era insatisfeito com sua vida espiritual (Mt 19.20)

“Que me falta ainda?”. Ele tinha tudo para ser feliz, mas seu coração ainda estava vazio.
Na verdade, Deus pôs a eternidade no coração do homem e nada deste mundo pode
preencher esse vazio. Seu dinheiro, reputação e liderança não preencheram o vazio da
sua alma. Estava cansado da vida que levava. Nada satisfazia seus anseios. Ser rico não
basta; ser honesto não basta; ser religioso não basta. Nossa alma tem sede de Deus.

6. Ele era uma pessoa sedenta de salvação (10.17)

Sua pergunta foi enfática: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Ele
estava ansioso por algo mais que não havia encontrado no dinheiro. Ele sabia que não
possuía a vida eterna, a despeito de viver uma vida correta aos olhos dos homens. Ele
não queria enganar a si mesmo. Ele queria ser salvo.

7. Ele foi a Jesus, a pessoa certa (10.17)

Ele foi a Jesus; buscou o único que pode salvar. Ele já tinha ouvido falar de Jesus. Sabia
que ele já salvara muitas pessoas. Sabia que Jesus era a solução para a sua vida, a
resposta para o seu vazio. Ele não buscou atalhos, mas entrou pelo único que leva ao
céu.

8. Ele foi a Jesus com pressa (10.17)


“E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro” (10.17). Naquela
época pessoas tidas como importantes não corriam em lugares públicos, mas esse jovem
correu. Ele tinha pressa. Muitos querem ser salvos, mas deixam para amanhã e perecem
eternamente. Esse jovem não pode mais esperar, ele não pode mais protelar. Ele não
agüenta mais. Ele não se importa com a opinião das pessoas. Ele tem urgência para
salvar a sua alma.

9. Ele foi a Jesus de forma reverente (10.17)

“… e ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”
(10.17). Esse jovem se humilhou caindo de joelhos aos pés de Jesus. Ele demonstrou ter
um coração quebrantado e uma alma sedenta. Não havia dureza de coração nem
qualquer resistência. Ele se rende aos pés do Senhor.

10. Ele foi amado por Jesus (10.21)

“E Jesus, fitando-o, o amou” (10.21). Jesus viu o seu conflito, o seu vazio, a sua
necessidade; viu o seu desespero existencial e se importou com ele e o amou.

II. RICO, PORÉM, ENGANADO – (10.17-22)

As virtudes do jovem rico eram apenas aparentes. Ele superestimava suas qualidades.
Ele deu a si mesmo nota máxima, mas Jesus tirou sua máscara e revelou-lhe que a
avaliação que fazia de si, da salvação, do pecado, da lei e do próprio Jesus eram muito
superficiais.

1. Ele estava enganado a respeito da salvação (10.17)

Ele viu a salvação como uma questão de mérito e não como um presente da graça de
Deus. Ele perguntou: “… Bom Mestre, que farei de bom para herdar a vida eterna?”
(10.17). Seu desejo de ter a vida eterna era sincero, mas estava enganado quando à
maneira de alcançá-la. Ele queria obter a salvação por obras e não pela graça.

Todas as religiões do mundo ensinam que o homem é salvo pelas suas obras. Na Índia
multidões que desejam a salvação deitam sobre camas de prego ao sol escaldante;
balançam-se sobre um fogo baixo; sustentam uma mão erguida até se tornar imóvel;
fazem longas caminhas de joelhos. No Brasil, vemos as romarias, onde pessoas sobem
conventos de joelhos e fazem penitência pensando alcançar com isso o favor de Deus.

Muitas pessoas pensam que no dia do juízo Deus vai colocar na balança as obras más e
as boas obras e a salvação será o resultado da prevalência das boas obras sobre as obras
más. Mas a salvação não consiste daquilo que fazemos para Deus, mas do que Deus fez
por nós em Cristo Jesus.

2. Ele estava enganado a respeito de si mesmo (10.19-21)

O jovem rico não tinha consciência de quão pecador ele era. O pecado é uma rebelião
contra o Deus santo. Ele não é simplesmente uma ação, mas uma atitude interior que
exalta o homem e desonra a Deus.[1] O jovem rico pensou que suas virtudes externas
podiam agradar a Deus. Porém, a Escritura diz que todos somos como o imundo, e todas
as nossas justiças, como trapo da imundícia aos olhos do Deus santo (Is 64.6).

O jovem rico pensou que guardava a lei, mas havia quebrado os dois principais
mandamentos da lei de Deus: amar a Deus e ao próximo. Ele era idólatra. Seu deus era
o dinheiro. Seu dinheiro era apenas para o seu deleite. Sua teologia era baseada em não
fazer coisas erradas, em vez de fazer coisas certas.

Jesus disse para o jovem rico: “… só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-
o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me” (10.21). O que faltava a
ele? O novo nascimento, a conversão, o buscar a Deus em primeiro lugar. Ele queria a
vida eterna, mas não renunciou os seus ídolos. Hurtado diz que o jovem rico não foi
chamado à pobreza como um fim, mas ao discipulado de Jesus”.[2]

3. Ele estava enganado a respeito da lei de Deus (10.19,20)

Ele mediu sua obediência apenas por ações externas e não por atitudes internas. Aos
olhos de um observador desatento ele passaria no teste, mas Jesus identificou a cobiça
em seu coração. Este é o mandamento subjetivo da lei. Ele não pode ser apanhado por
nenhum tribunal humano. Só Deus consegue diagnosticá-lo. Jesus viu no coração desse
homem o amor ao dinheiro como a raiz de todos os seus males (1Tm 6.10). O dinheiro
era o seu deus; ele confiava nele e o adorava.

4. Ele estava enganado a respeito de Jesus (10.17)

Ele chama Jesus de Bom Mestre, mas não está pronto a obedecer-lho. Ele pensa que
Jesus é apenas um rabi e não o Deus verdadeiro, feito carne. Jesus queria que o jovem
se visse a si mesmo como um pecador antes de ajoelhar-se diante do Deus santo. Não
podemos ser salvos pela observância da lei, pois somos rendidos ao pecado. A lei é
como um espelho; ela mostra a nossa sujeira, mas não remove as manchas. O propósito
da lei é trazer o pecador a Cristo (Gl 3.24). A lei pode trazer o pecador a Cristo, mas não
pode fazer o pecador semelhante a Cristo. Somente a graça pode fazer isso.[3]

5. Ele estava enganado acerca da verdadeira riqueza (10.22)

Depois de perturbar a complacência do homem com a constatação de que uma coisa lhe
faltava, Jesus o desafia com uma série de cinco imperativos: “Vai, vende tudo o que
tens, dá-o aos pobres e vem, e segue-me” (10.21). Esses cinco imperativos são apenas
uma ordem que exige uma só reação. Ele deve renunciar aquilo que se constitui no
objeto de sua afeição antes de poder viver debaixo do senhorio de Deus.[4]

O jovem rico perdeu a riqueza eterna, por causa da riqueza temporal. Ele preferiu ir para
o inferno a abrir mão do seu dinheiro. Mas que insensatez, ele não pode levar um
centavo para o inferno. Ele rejeita a Cristo e a vida eterna. Agarrou-se ao seu dinheiro e
com ele pereceu. Saiu triste e pior, por ter rejeitado a verdadeira riqueza, aquela que não
perece. O homem rico se torna o mais pobre entre os pobres.

III. RICO, PORÉM PERDIDO (10.23-27)

1. Os que confiam na riqueza não podem confiar em Deus (10.23-25)


O dinheiro é mais do que uma moeda, é um deus. O dinheiro é maior dono de escravos
do mundo. Ele é um espírito, ele é Mamom. Ninguém pode servir a dois senhores ao
mesmo tempo. Ninguém pode servir a Deus e às riquezas. A confiança em Deus implica
no abandono de todos os ídolos. Quem põe a sua confiança no dinheiro, não pode
confiar em Deus para a sua própria salvação. Nossos corações somente têm espaço para
uma única devoção e nós só podemos nos entregar para o único Senhor.[5]

Jesus não está condenando a riqueza, mas a confiança nela. A raiz de todos os males não
é o dinheiro, mas o amor a ele (1Tm 6.10). Há pessoas ricas e piedosas. O dinheiro é um
bom servo, mas um péssimo patrão. A questão não é possuir dinheiro, mas ser possuído
por ele.

Jesus ilustrou a impossibilidade da salvação daquele que confia no dinheiro: “É mais


fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de
Deus” (10.25). O camelo era o maior animal da palestina e o fundo de uma agulha o
menor orifício conhecido na época. Alguns intérpretes tentam explicar que esse fundo
da agulha era uma porta da muralha de Jerusalém onde um camelo só podia passar
ajoelhado e sem carga. Mas, isso altera o centro do ensino de Jesus: a impossibilidade
definitiva de salvação para aquele que confia no dinheiro.[6]

2. A salvação é uma obra milagrosa de Deus (10.26,27)

Os discípulos ficam aturdidos com a posição radical de Jesus e perguntaram: “Então,


quem pode ser salvo?” (10.26). Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: “Para os
homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível”
(10.27). A conversão de um pecador é uma obra sobrenatural do Espírito Santo.
Ninguém pode salvar-se a si mesmo. Ninguém pode regenerar-se a si mesmo. Somente
Deus pode fazer de um amante do dinheiro, um adorador do Deus vivo.

IV. POBRE, PORÉM POSSUINDO TUDO (10.28-31)

1. A abnegação (10.28)

“Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos” (10.28).
Seguir a Cristo é o maior projeto da vida. Vale a pena abrir mão de tudo para ganhar a
Cristo. Ele é a pérola de grande valor.

Alguns intérpretes acusam Pedro de demonstrar aqui um espírito mercantilista (Mt


19.27). A afirmação de Pedro revela uma visão comercial da vida cristã.[7] A teologia
da prosperidade está ensinando que ser cristão é uma fonte de lucro. A igreja está se
transformando numa empresa, o evangelho num produto, o púlpito num balcão, o
templo numa praça de barganha e os crentes em consumidores.

2. A motivação (10.29)

Não basta deixar tudo por amor a Cristo, é preciso fazê-lo pela motivação certa. Jesus é
claro em sua exigência: “… por amor de mim e por amor do evangelho” (10.29).
Precisamos fazer a coisa certa com a motivação certa. O objetivo da abnegação não é
receber recompensa. Não servimos a Deus por aquilo que ele dá, mas por quem ele é
(Dn 3.16-18).
Muitos hoje pregam um evangelho de barganha com Deus. Você dá, para receber de
volta. Você oferece algo para Deus para receber uma recompensa maior. O homem
continua sendo o centro de todas as coisas. Mas Jesus fala que precisamos deixar tudo
por amor a ele e por causa do evangelho (At 20.24).

3. A recompensa (10.30)

Jesus garante aos seus discípulos que todo aquele que o segue não perderá o que
realmente é importante, quer nesta vida quer na vida por vir. Jesus fala de duas
recompensas e duas realidades.

Em primeiro lugar, há uma recompensa imediata. Seguir a Cristo é um caminho


venturoso. Deus não tira, ele dá. Ele dá generosamente. Quem abre mão de alguma
coisa ou de alguém por amor de Cristo e pelo evangelho, recebe já no presente cem
vezes mais.

Em segundo lugar, há uma recompensa futura. No mundo por vir, receberemos a vida
eterna. Esta é uma vida superlativa, gloriosa, feliz, onde não há dor, sem lágrimas, sem
morte. Receberemos um novo corpo, semelhante ao corpo da glória de Cristo.
Reinaremos com ele para sempre.

Em terceiro lugar, há uma realidade insofismável. Jesus acrescenta que a recompensa


imediata vem acompanhada “… com perseguições” (10.30). A vida cristã não é uma
sala vip nem uma colônia de férias. Fomos chamados não para fugir da realidade, mas
para enfrentá-la. O sofrimento é o cálice que o povo de Deus precisa beber, enquanto
caminha rumo à glória. A cruz vem antes da coroa, o sofrimento antes da recompensa
final. Nós entramos no reino de Deus por meio de muitas perseguições (At 14.22). Há
um equilíbrio entre bênçãos e batalhas na vida cristã.

Em quarto lugar, há uma realidade surpreendente. Jesus foi categórico: “Porém muitos
primeiros serão últimos; e os últimos primeiros” (10.31). Para o público em geral, o rico
ocupa um lugar de proeminência e os pobres discípulos, o último lugar. Mas Deus vê as
coisas na perspectiva da eternidade – e o primeiro se torna o último enquanto o último
se torna o primeiro.[8]

CONCLUSÃO

Quanto você ganhará se fechar esse negócio? A vida eterna! Quanto perderá se deixar
de fechar esse negócio? Perderá a vida, o céu!

Jesus, a esperança dos desesperançados

Referência: Marcos 5.21-24 e 35-43

INTRODUÇÃO

Todo o contexto deste texto mostra que Jesus é a esperança dos desesperançados. O
impossível pode acontecer quando Jesus intervém. Ele acalmou o mar e fez cessar o
vento, quando os discípulos estavam quase a perecer (Mc 4.35-41). Ele libertou um
homem enjeitado pela família e pela sociedade de uma legião de demônios e fez dele
um missionário (Mc 5.1-20). Ele curou uma mulher hemorrágica, depois que todos os
recursos humanos haviam se esgotado (Mc 5.25-34). Agora, Jesus ressuscita a filha
única de um líder religioso, mostrando que ele também tem poder sobre a morte (Mc
5.35-43).

I. JAIRO VAI A JESUS LEVANDO SUA CAUSA DE DESESPERADORA

1. O desespero de Jairo levou-o a Jesus com um senso de urgência – v. 35

Jairo tinha uma causa urgente para levar a Jesus. Sua filhinha estava à morte. Lucas nos
informa que ela era filha única e tinha doze anos (Lc 8.42). Desta maneira a linhagem
de Jairo estava-se extinguindo.
Segundo o costume uma menina judia se convertia em mulher aos doze anos. Essa
menina estava precisamente no umbral dessa experiência. Era como uma flor que estava
secando antes mesmo de desabrochar plenamente.
Todos os outros recursos para salvar sua filha haviam chegado ao fim. Jairo, então,
busca a Jesus com um profundo senso de urgência. O sofrimento muitas vezes
pavimenta o nosso caminho para Deus. Ernesto Trenchard diz que a aflição é
frequentemente a voz de Deus. As aflições tornam-se fontes de bênçãos quando elas nos
trazem a Jesus.
Jairo crê que se Jesus for com ele e impor as mãos sobre sua filhinha ela será salva e
viverá. Jairo crê na eficácia do toque das mãos de Jesus. Ele confia que Jesus é a
esperança para a sua urgente necessidade.

2. O desespero de Jairo levou-o a transpor barreiras para ir a Jesus

Jairo precisou vencer duas barreiras antes de ir a Jesus:


Em primeiro lugar, a barreira da sua posição. Jairo era chefe da sinagoga, um líder na
comunidade. A sinagoga era o lugar onde os judeus se reuniam para ler o livro da Lei,
os Salmos e os Profetas, aprendendo e ensinando a seus filhos o caminho do Senhor.
Jairo era o responsável pelos serviços religiosos no centro da cidade no sábado, pela
escola, e tribunal de justiça, durante o restante da semana. Ele supervisionava o culto,
cuidada dos rolos da Escritura, distribuía as ofertas, e administrava e cuidada do edifício
onde funcionava a sinagoga. O líder da sinagoga era um dos homens mais importantes e
respeitados da comunidade.
A posição religiosa, social e econômica de um homem, entretanto, não o livra do
sofrimento. Jairo era líder, rico, influente, mas a enfermidade chegou à sua casa. Seu
dinheiro e sua influência não puderam manter a morte do lado de fora da sua casa. Os
filhos dos ricos ficam doentes e morrem também. John Charles Ryle diz que a morte
vem aos casebres e aos palácios, aos chefes e aos servos, aos ricos e aos pobres.
Somente no céu a doença e a morte não podem entrar.
Cônscio da dramática realidade que estava vivendo, Jairo despojou-se de seu status, e
prostrou-se aos pés de Jesus, pois ele era suficientemente grande para vencer todas as
barreiras na hora da necessidade.
Muitas vezes, o orgulho pode levar um homem a perder as maiores bênçãos. Naamã se
recusou a obedecer à ordem do profeta Eliseu para mergulhar no rio Jordão. Não fora a
intervenção de seus servos, teria voltado para a Síria ainda leproso.
Em segundo lugar, a barreira da oposição dos líderes religiosos. A essas alturas, os
escribas e fariseus já se mancomunavam com os herodianos para matarem a Jesus (Mc
3.6). As sinagogas estavam fechando as portas para o rabi da Galiléia. Os líderes
religiosos viam-no como uma ameaça à religião judaica. Jairo precisou romper com o
medo da crítica ou mesmo da retaliação dos maiores líderes religiosos da nação.

3. O desespero de Jairo levou-o a prostrar-se aos pés de Jesus

Há três fatos marcantes em Jairo:


Em primeiro lugar, Jairo se humilhou diante de Jesus. Ele se prostrou. Ele reconheceu
que estava diante de alguém maior do que ele, do que os líderes judaicos, do que a
própria sinagoga. Reconheceu o poder de Jesus. Ele se prostrou e nada exigiu, mas
pediu com humildade. Ele se curvou e não expôs seus predicados nem tentou tirar
proveito da sua condição social ou posição religiosa. Na presença de Jesus não há
espaço para vaidades. John Henry Burn diz que não há lugar na terra mais alto do que
aos pés de Jesus. Cair aos pés de Jesus é estar de pé. Aqueles que caem aos seus pés, um
dia estarão à sua destra.
Em segundo lugar, Jairo clamou com perseverança. Jairo não apenas suplica a Jesus,
mas o faz com insistência. Ele persevera na oração. Ele tem uma causa e não está
disposto a desistir dela. Não reivindica seus direitos, mas clama por misericórdia. Não
estadeia seus méritos, mas se prostra aos pés do Senhor.
Em terceiro lugar, Jairo clamou com fé. Não há nenhuma dúvida no pedido de Jairo. Ele
crê que Jesus tem poder para levantar a sua filha do leito da morte. Ele crê firmemente
que Jesus tem a solução para a sua urgente necessidade. A fé de Jairo germinou no solo
do sofrimento, foi severamente testada, mas também amavelmente encorajada.

II. JESUS VAI COM JAIRO LEVANDO ESPERANÇA PARA O SEU DESPERO

1. Quando Jesus vai conosco podemos ter a certeza que ele se importa com a nossa dor

Jesus sempre se importa com as pessoas: ele fez uma viagem pelo mar revolto à região
de Gadara para libertar um homem louco e possesso. Agora, ele caminha espremido
pela multidão para ir à casa do líder da sinagoga. Mas, no meio do caminho pára para
conversar com uma mulher anônima e libertá-la do seu mal.
Jesus se importa com você. Sua causa toca-lhe o coração. Warren Wiersbe diz que as
três palavras de Jesus neste episódio é que fazem toda a diferença.
Em primeiro lugar, a palavra da fé. “Não temas, crê somente” (5.36). Era fácil para Jairo
crer em Jesus enquanto sua filha estava viva, mas agora a desesperança bateu à porta do
seu coração. Quando as circunstâncias fogem do nosso controle, também somos levados
a desistir de crer.
Em segundo lugar, a palavra da esperança. “A criança não está morta, mas dorme”
(5.39). Para o cristão a morte é um sono passageiro, quando o corpo descansa e o
espírito sai do corpo (Tg 2.26), para habitar com o Senhor (2 Co 5.8) e estar com Cristo
(Fp 1.20-23). Não é a alma que dorme, mas o corpo que aguarda a ressurreição na
segunda vinda de Cristo (1 Co 15.51-58).
Em terceiro lugar, a palavra de poder. “Menina, eu te mando, levanta-te” (5.41). Toda
descrença e dúvida foram vencidas pela palavra de poder de Jesus. A menina levantou-
se não apenas da morte, mas também da enfermidade.

2. Quando Jesus vai conosco os imprevistos humanos não podem frustrar os propósitos
divinos
Enquanto a mulher com hemorragia recebe graça, o pai da moribunda vive o inferno,
diz Adolf Pohl. Jairo deve ter ficado aflito quando Jesus interrompeu a caminhada à sua
casa para atender uma mulher anônima no meio da multidão. Seu caso requeria
urgência. Ele não podia esperar. Mas Jesus não estava tratando apenas da mulher
enferma, mas também de Jairo. A demora de Jesus é pedagógica.
Algumas vezes parece que Jesus está atrasado. Os discípulos já tinham esgotado todos
os seus recursos, jogados de um lado para o outro por uma terrível tempestade no Mar
da Galiléia. Era a quarta vigília da noite e o naufrágio parecia inevitável. Mas quando a
desesperança parecia vencer, Jesus apareceu andando sobre as águas, trazendo vitória
para seus discípulos. Quando Jesus chegou à aldeia de Betânia, Lázaro já estava
sepultado há quatro dias. Marta pensou que Jesus estava atrasado, mas Jesus levantou
Lázaro da sepultura. Nada apanha Jesus de surpresa. Os imprevistos dos homens não
frustram os propósitos divinos. Os impossíveis dos homens são possíveis para ele.
Quando ele parece estar atrasado é porque está fazendo algo melhor e maior para nós.

3. Quando Jesus vai conosco não precisamos temer más notícias – v. 36

Jairo recebe um recado de sua casa: sua filha já morreu. Agora é tarde, não adianta mais
incomodar o mestre. Na visão daqueles amigos as esperanças haviam se esgotado. Eles
pensaram: “há esperança para os vivos; nenhuma para os mortos”.
A causa parecia perdida. Jairo está atordoado e abatido. A última faísca de esperança é
arrancada do coração de Jairo. O mundo desabou sobre a sua cabeça. Uma solidão
incomensurável abraçou a sua alma. Mas Jesus, sem acudir às palavras dos mensageiros
que vinham da casa de Jairo, não reconhece a palavra da morte como palavra final,
contrapõe-lhe a palavra da fé e diz-lhe: “Não temas, crê somente”. Adolf Pohl diz que
no evangelho de Marcos a fé não resulta dos milagres, mas os milagres vêm da fé, sim,
do milagre da fé. Exatamente quando a fé se torna ridícula é que se torna séria.
Na hora que os nossos recursos acabam, Jesus nos encoraja a crer somente. As más
notícias podem nos abalar, mas não abalam o nosso Senhor. Elas podem pôr um fim nos
nossos recursos, mas não nos recursos de Jesus. Jesus disse para Marta: “Se creres verás
a glória de Deus”. As nossas causas irremediáveis e perdidas têm solução nas mãos de
Jesus.
A morte é o rei dos terrores, mas Jesus é mais poderoso do que a morte. As chaves da
morte estão na sua mão. Um dia ele tragará a morte para sempre (Is 25.8). A confiança
na presença, na promessa e no poder de Jesus é a única resposta plausível para a nossa
desesperança. Quantos as coisas parecem totalmente perdidas, com Jesus elas ainda não
estão perdidas. Deus providenciou um cordeiro para Abraão no Monte Moriá, abriu o
Mar Vermelho para o povo de Israel passar quando este estava encurralado pelos
egípcios. A palavra de Jesus ainda deve ecoar em nossos ouvidos: “Não temas, crê
somente”!
No meio da crise, a fé tem que sobrepor às emoções. C. S. Lewis diz que “o grande
inimigo da fé não é a razão, mas as nossas emoções”. Tanto Marcos como Lucas falam
do temor sentido por Jairo. Há algo temível na morte. Ela nos infunde pavor (Hb 2.15).
Quando Jairo recebeu o recado da morte da sua filha seu coração quase parou, seu rosto
empalideceu e Jesus viu a desesperança tomando conta do seu coração. Jesus, então, o
encoraja a crer, pois a fé ignora os rumores de que a esperança morreu.

4. Quando Jesus vai conosco não precisamos nos impressionar com os sinais da morte –
v. 39
Dewey Mulholland diz que os que estão ali lamentando, aqueles que informaram Jairo,
e os próprios pais, sabem que a criança está morta. Jesus diz que ela está apenas
dormindo, pois ele faz um prognóstico teológico e não um diagnóstico físico. Muitos
dizem que a morte é o fim. Mas a morte não é permanente. Do ponto de vista de Deus, é
um sono para o qual há um despertar. Mas Jesus promete mais do que isso. Embora
esteja morta, sua condição não é mais permanente do que o sono; ele vai trazê-la de
volta à vida. O culto à morte é declarado sem sentido e a morte denunciada. “Ela
morreu” é uma palavra à qual Deus não se curva. “Deus não é Deus de mortos, e sim de
vivos; porque para ele todos vivem” (Lc 20.38; Mc 12.27).
Os homens continuam divertindo-se, referindo-se a fé religiosa como se fosse uma
superstição ou um mito. Mas esse abuso não fez Jesus parar. Ao longo dos séculos os
incrédulos riram e escarneceram, mas Jesus continua operando milagres extraordinários,
trazendo esperança para aqueles que já tinham se capitulado ao vozerio estridente da
desesperança.
Nós olhamos para uma situação e dizemos: não tem jeito! Colocamos o selo da
desesperança e dizemos: impossível! Então, somos tomados pelo desespero e a nossa
única alternativa é lamentar e chorar. Mas Jesus olha para o mesmo quadro e diz: é só
mais um instante, isso é apenas passageiro, ainda não é o fim, eu vou estancar suas
lágrimas, vou aliviar sua dor, vou trazer vida nesse cenário de morte!

5. Quando Jesus vai conosco, a morte não tem a última palavra – v. 40-42

Os mensageiros que foram a Jairo e a multidão que estava em sua casa pensaram que a
morte era o fim da linha, uma causa perdida, um situação irremediável, mas a morte
também precisa bater em retirada diante da autoridade de Jesus.
Os que estavam na casa riram de Jesus. Nada sabiam do Deus vivo, por isso, riram o
riso da descrença. Mas Jesus entra na risada e a expulsa (5.40). Diante do coral da
morte, ergue-se o solo da ressurreição: “Tomando-a pela mão, disse: Talita cumi, que
quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e
pôs-se a andar…” (5.41-42). “Talita cumi” era uma expressão em aramaico, que a
pequena menina podia entender, pois o aramaico era a sua língua nativa. Assim Jesus
estava demonstrando a ela não apenas seu poder, mas também, sua simpatia e seu amor.
Jesus não usou nenhum encantamento nem palavra mágica. Somente com sua palavra
de autoridade, sem uma luta ofegante, sem meios nem métodos, se impõe à morte.
Diante da voz do onipotente Filho de Deus, a morte curva sua fronte altiva, dobra seus
joelhos e prostra-se, vencida, perante o criador!
Para Jesus não tem causa perdida. Ele dá vista aos cegos, levanta os paralíticos, purifica
os leprosos, liberta os possessos, ressuscita os mortos, quebra as cadeias dos cativos e
levanta os que estão caídos. Hoje ele dá vida aos que estão mortos em seus delitos e
pecados. Ele arranca os escravos do diabo do império das trevas e faz deles
embaixadores da vida. Ele arranca um ébrio, um drogado, um criminoso do porão de
uma cadeia e faz dele um arauto do céu. Ele apanha uma vida na lama da imoralidade e
faz dela um facho de luz. Ele apanha uma família quebrada e faz dela um jardim
engrinaldado e perfumado de singela alegria.

6. Quando Jesus vai conosco, o choro da morte é transformado na alegria da vida – v.


42

Aonde Jesus chega, entra a cura, a libertação e a vida. Onde Jesus intervém, o lamento e
o desespero são estancados. Diante dele, tudo aquilo que nos assusta precisa bater em
retirada. A morte com seus horrores não pode mais ter a palavra final. A morte foi
tragada pela vitória. Na presença de Jesus há plenitude de alegria. Só ele pode acalmar
os vendavais da nossa alma, aquietar nosso coração e trazer-nos esperança no meio do
desespero.
Marcos registra que imediatamente a menina se levantou e pôs-se a andar. A
ressurreição restaurou tanto a vida como a saúde. Nenhum resquício de mal, nenhum
vestígio de preocupação. O milagre foi completo, a vitória retumbante, a alegria
indizível.

CONCLUSÃO

Jesus é a esperança dos desesperançados. Ele mostrou isso para o homem que não podia
ser subjugado (5.1-20); para a mulher que não podia ser curada (5.25-34); e para o pai
que recebeu a informação de que não poderia mais ser ajudado (5.21-24,35-43).
Coloque a sua causa também aos pés de Jesus, pois ele ainda caminha conosco e tem
todo o poder para transformar o cenário de desesperança em celebração de grande
alegria.

O toque da fé

Referência: Marcos 5.24-34

INTRODUÇÃO

Jesus foi expulso de Gadara, mas foi calorosamente recebido por uma multidão do outro
lado do mar, em Cafarnaum. A multidão o comprimia, mas apenas duas pessoas de
destacam nesse relato entrelaçado: Jairo e a mulher hemorrágica. Warren Wiersbe diz
que esses dois personagens ensinam-nos alguns contrastes:
1) Jairo era um líder da sinagoga; ela uma mulher anônima;
2) Jairo era um líder religioso; ela era excluída da comunidade religiosa;
3) Jairo era rico; ela perdera todos os seus bens em vão buscando saúde;
4) Jairo teve a alegria de conviver 12 anos com sua filhinha que agora está à morte; ela
sofre há 12 anos uma doença que a impede de ser mãe;
5) Jairo faz um pedido público a Jesus; ela aproxima-se de Jesus com um toque
silencioso e anônimo;
6) Jesus atende a ambos, mas a atende primeiro.
A mulher hemorrágica ensina-nos sobre as marcas de uma fé salvadora: 1) Uma fé
nascida do desengano (v. 26); 2) uma fé reflexiva (v. 28); 3) uma fé resoluta (v. 27); 4)
uma fé que estabelece contato com Cristo (v. 27); 5) uma fé sincera (v. 33); 6) uma fé
confessada em público (v. 33) e 7) uma fé recompensada (v. 34).
William Hendriksen comentando esse episódio, fala sobre três características da fé
dessa mulher: fé escondida, fé recompensada e fé revelada.

I. O TOQUE DA FÉ COMEÇA COM A CONSCIENCIA DE UMA GRANDE


NECESSIDADE – v. 25

1. Um sofrimento prolongado – v. 25
Aquela mulher hemorrágica buscou a cura durante doze anos. Foi um tempo de busca e
de esperança frustrada. Foram doze anos de enfraquecimento constante; anos de
sombras espessas da alma, de lágrimas copiosas, de noites indormidas, de madrugadas
insones, de sofrimento sem trégua. Talvez você também esteja sofrendo há muito tempo
apesar de ter buscado solução em todos os caminhos. A Bíblia diz que a esperança que
adia adoece o coração (Pv 13.12).

2. Um sofrimento que gera desesperança – v. 26

O Talmud dava onze formas de cura para a hemorragia. Ela buscou todas. Ela procurou
todos os médicos. Aquela mulher gastou tudo que tinha com vários médicos. Era uma
mulher batalhadora e incansável na busca da solução para sua vida. Ela não era passiva
nem omissa. Ela não ficou amuada num canto reclamando da vida, antes correu atrás da
solução. Ela bateu em várias portas, buscando uma saída para o seu problema. Mas,
apesar de todos os seus esforços, perdeu não só o seu dinheiro, mas também
progressivamente a sua saúde. Ela ficava cada vez pior.
A sua doença era crônica e grave. A medicina não tinha resposta para o seu caso. Os
médicos não puderam ajudá-la.

3. Um sofrimento que destruía os seus sonhos – v. 25

Aquela mulher perdia sangue diariamente. Ela tinha uma anemia profunda e uma
fraqueza constante. O sangue é símbolo da vida. Seu diagnóstico era sombrio; ela
parecia morrer pouco a pouco; a vida parecia esvair-se aos borbotões do seu corpo. Ela
não apenas estava perdendo a vida, como não podia gerar vida. Seu ventre em vez de ser
um canteiro de vida, tinha se tornado o deserto da morte. Essa mulher havia chegado à
“estação desesperança”. Foi então que ouviu falar de Jesus.

4. Um sofrimento que produzia terríveis segregações – v. 25

A mulher hemorrágica enfrentou pelo menos três tipos de segregação, por causa da sua
enfermidade:
Em primeiro lugar, a segregação conjugal. Segundo a lei judaica, a mulher com fluxo de
sangue não podia relacionar-se com o marido. Se ela era solteira não podia casar-se; se
era casada, não podia relacionar-se com o marido e possivelmente seu casamento já
estava abalado. A mulher menstruada era niddah (impura) e proibida de ter relações
sexuais. Os rabinos ensinavam que se os maridos teimassem em relacionar-se com elas
nesse período, a maldição viria sobre os filhos. O rabino Yoshaayah ensinou que um
homem devia se afastar de sua mulher já quando ela estivesse próxima da menstruação.
O rabino Shimeon bar Yohai, ao comentar Levítico 15.31, afirmou que “ao homem que
não se separa da sua mulher perto da menstruação dela, mesmo que tenha filhos como
os filhos de Arão, estes morrerão”. Mulheres menstruadas transferiam sua impureza a
tudo que tocavam inclusive utensílios domésticos e seus conteúdos. Toda cama sobre
que se deitar durante os dias do seu fluxo e toda coisa sobre que se assentar será
imunda. Os rabinos decretavam que até o cadáver de uma mulher que morreu durante
sua menstruação devia passar por uma purificação especial com água.
Em segundo lugar, a segregação social. Uma mulher com hemorragia não podia
relacionar-se com as pessoas; antes, devia viver confinada, na caverna da solidão, no
isolamento, sob a triste realidade do ostracismo social. Essa mulher era tratada quase
como se estivesse com lepra. Por doze anos ela não pudera abraçar nenhum familiar
sem causar-lhe dano. Doze anos sem ir ao culto. Ela vivia possuída de vergonha, com a
auto-estima amassada. Por isso, chegou anonimamente para tocar em Jesus, como medo
de ser rejeitada, pois quem a tocasse ficaria cerimonialmente impuro.
Em terceiro lugar, a segregação religiosa. Uma mulher com fluxo de sangue não podia
entrar no templo nem na sinagoga para adorar. Ela estava proibida de participar do culto
público, visto que estava em constante condição de impureza ritual (Lv 15.25-33). Era
considerada impura, portanto, impedida de participar das festas e dos cultos.

II. O TOQUE DA FÉ ACONTECE QUANDO VOLTAMO-NOS DA NOSSA


DESILUSÃO E BUSCAMOS A JESUS – v. 27

1. Os nossos problemas não apenas nos afligem, eles também nos arrastam aos pés de
Jesus – v. 27
A mulher hemorrágica depois de procurar vários médicos, sem encontrar solução para o
seu problema, buscou a Jesus. Ela ouvira falar de Jesus e das maravilhas que ele fazia
(5.27). A fé vem pelo ouvir (Rm 10.17). O que ela ouviu produziu tal espírito de fé que
dizia para si: “Se tocar tão somente em seu manto ficarei curada” (5.28). Ele não
somente disse que seria curada se tocasse nas vestes de Jesus, mas de fato ela tocou e foi
curada. Por providência divina, às vezes, somos levados a Cristo por causa de um
sofrimento, de uma enfermidade, de um casamento rompido, de uma dor que nos aflige.
Essa mulher rompeu todas as barreiras e foi tocar nas vestes de Jesus.

2. Quando os nossos problemas parecem insolúveis, ainda podemos ter esperança – v.


27, 28

A mulher ouviu sobre a fama de Jesus (5.27). Quando tudo parece estar perdido, ainda
há uma saída, com Cristo. Ela ouviu sobre a fama de Jesus: que ele dava vista aos cegos
e purificava os leprosos; que libertava os cativos e levantava os coxos; que ressuscitava
os mortos e devolvia o sentido da vida aos pecadores que se arrependiam. Então, ela foi
a Jesus e foi curada.
Jesus estava atendendo a uma urgente necessidade: indo à casa de Jairo, um homem
importante, para curar a sua filha que estava à morte; mas Jesus pára para cuidar dessa
mulher. Ela pode não ter valor nem prioridade para a multidão, mas para Jesus ela tem
todo o valor do mundo.
O jornal The American em abril de 1912 comentou o naufrágio do Titanic e noticiou em
uma página a morte de John Jacob Astor e mais de 1.800 pessoas. Só esse homem tinha
valor para o articulista do jornal. Para Jesus não é assim.

3. Quando nós tocamos as vestes de Jesus com fé, podemos ter a certeza da cura – v. 28,
29

No meio da multidão que comprimia a Jesus, a mulher tocou em suas vestes e ele
perguntou: “Quem me tocou nas vestes?” (5.30). O que houve de tão especial no toque
dessa mulher? Larry Richards destaca quatro características do toque dessa mulher nas
vestes de Jesus:
Em primeiro lugar, foi um toque intencional. Ela não tocou em Jesus acidentalmente;
ela pretendia tocá-lo.
Em segundo lugar, foi um toque proposital. Ela deseja ser curada do seu mal que a
atormentava há doze anos.
Em terceiro lugar, foi um toque confiante. Ela foi movida pela fé, pois acreditava que
Jesus tinha poder para restaurar sua saúde.
Em quarto lugar, foi um toque eficaz. Quando ela tocou em Jesus, ficou imediatamente
livre do seu mal. Sua cura com completa e cabal. Ela recebeu três curas distintas: A
primeira cura foi física. O fluxo de sangue foi estancado. A segunda cura foi emocional.
Jesus não a desprezou, mas a chamou de filha (5.34) e lhe disse: “Tem bom ânimo” (Mt
9.22). A terceira cura foi espiritual. Jesus lhe disse: “A tua fé te salvou” (5.34).

III. O TOQUE DA FÉ ACONTECE QUANDO O CONTATO PESSOAL COM JESUS


É O NOSSO MAIOR OBJETIVO DE VIDA – v. 27-34

1. Muitos comprimem a Cristo, mas poucos o tocam pela fé – v. 27, 34

Jesus frequentemente estava no meio da multidão. Ele sempre a atraiu, não obstante a
maioria das pessoas que o buscava não tinha um contato pessoal com ele. Muitos
seguem a Jesus por curiosidade, mas não auferem nenhum benefício dele. Jesus conhece
aqueles que o tocam com fé no meio da multidão.
Agostinho comentando essa passagem disse que uma multidão o aperta, mas só essa
mulher o toca. Williams Lane disse corretamente: “foi o alcance de sua fé, e não o toque
de sua mão, que lhe assegurou a cura que buscava”. Não foi o toque da superstição, mas
da fé. Pela fé nós cremos, vivemos, permanecemos firmes, andamos e vencemos. Pela fé
nós temos paz e entramos no descanso de Deus. A multidão vem e a multidão vai, mas
só essa mulher o toca e só ela recebe a cura. Aos domingos, a multidão vem à igreja.
Aqui e ali alguém é encontrado chorando por seus pecados, regozijando-se em Cristo
pela salvação e então Jesus pergunta: quem me tocou?
Muitas pessoas vêm à igreja porque estão acostumadas a vir. Acham errado deixar de
vir. Mas estar em contato real com Jesus não é o que esperam acontecer no culto. Elas
continuam vindo e vindo até Jesus voltar, mas só despertarão tarde demais, quando já
estiverem diante do tribunal de Deus para darem contas da sua vida.
Alguns vêm para orar, mas não tocam em Jesus pela fé. Outros se assentam ao redor da
mesa do Senhor, mas não têm comunhão com Cristo. São batizados, mas não com o
batismo do Espírito Santo. Comem o pão e bebem o vinho, mas não se alimentam de
Cristo. Cantam, oram, ajoelham, ouvem, mas isso é tudo; eles não tocam o Senhor nem
vão para casa em paz.
Oh, possivelmente esse seja o maior número na igreja: é como a multidão que
comprime Jesus, mas não o toca pela fé. Vêm à igreja, mas não se encontram com Jesus.
Não abra mão de tocar hoje nas vestes de Jesus. Não se contente apenas em orar
mecanicamente, toque em Jesus pela fé. Não se contente em apenas ouvir um sermão,
toque hoje nas vestes de Jesus. A mulher hemorrágica não estava apenas no meio da
multidão que apertava Jesus, ela tocou em Jesus pela fé e foi curada! Seu toque pode ser
descrito de quatro formas:
Em primeiro lugar, ela tocou em Jesus sob grandes dificuldades. Havia uma grande
multidão embaraçando seu caminho. Ela estava no meio da multidão apesar de estar
doente, fraca, impura e rejeitada.
Em segundo lugar, ela tocou em Jesus secretamente. Vá a Jesus, mesmo que a multidão
não o perceba ou que sua família não saiba, pois ele pode libertar você do seu mal.
Em terceiro lugar, ela tocou em Jesus sob um senso de indignidade. Por ser
cerimonialmente impura, estava coberta de vergonha e medo. Conforme o ensinamento
judaico, o toque dessa mulher deveria ter tornado Jesus impuro, mas foi Jesus quem a
purificou.
Em quarto lugar, ela tocou em Jesus humildemente. Ela o tocou por trás,
silenciosamente. Ela prostrou-se trêmula aos seus pés. Quando nos humilhamos, Deus
nos exalta. Ela não tocou Pedro, João ou Tiago, mas Jesus e foi liberta do seu mal.

2. Aqueles que tocam a Jesus pela fé são totalmente curados – 34

Dois fatos podem ser destacados sobre a cura dessa mulher:


Em primeiro lugar, sua cura foi imediata. A cura que ela procurou em vão durante doze
anos foi realizada num momento. A cura que os médicos não puderam lhe dar, foi lhe
concedida instantaneamente. Muitas pessoas por vários anos correm de lugar em lugar,
andam de igreja em igreja, buscando paz com Deus, mas ficam ainda mais
desesperadas. Porém, em Cristo há cura imediata para todas as nossas enfermidades
físicas, emocionais e espirituais. Foi assim que Jesus curou aquela mulher.
Em segundo lugar, sua cura foi completa. Embora seu caso fosse crônico, ela foi
completamente curada. Há cura completa para o maior pecador. Ainda que uma pessoa
seja rejeitada ou esteja afundada no pântano do pecado, há perdão e cura para ela. Ainda
que uma pessoa esteja possessa de demônios, há cura para ela. Ainda que sua mente
esteja cheia de dúvidas, elas poderão ser dissipadas quando você tocar em Jesus. Ainda
que você tenha caído depois da cura, há restauração para você se você tocar em Jesus. A
fonte ainda está aberta.
Larry Richards diz que o toque de Jesus salvou essa mulher fisicamente ao restaurar sua
saúde; salvou-a socialmente ao restaurar sua convivência com outras pessoas na
comunidade; e salvou-a espiritualmente, capacitando-a a participar novamente da
adoração a Deus no templo e das festas religiosas de Israel.
Hoje você pode tocar nas vestes de Jesus e ver estancada sua hemorragia existencial.
Toque nas vestes de Jesus, pois ele pode pôr um fim na sua angústia. Você pode cantar:
Hoje eu vou tocar nas vestes de Jesus,
Hoje eu vou tocar nas vestes de Jesus,
Eu sei que ele vai me curar,
Eu sei que ele vai me libertar,
Eu sei, eu sei que ele pode me curar.

3. Aqueles que tocam em Jesus são conhecidos por ele – v. 32, 33

Jesus perguntou: “Quem me tocou nas vestes?” (5.30). Você pode ser uma pessoa
estranha para a multidão, mas não para Jesus. Seu nome pode ser apenas “alguém” e
Jesus saberá quem é você. Se você o tocar haverá duas pessoas que saberão: você e
Jesus. Se você tocar em Jesus agora, talvez seus vizinhos possam não ouvir isto, mas
isto será registrado nas cortes do céu. Todos os sinos da Nova Jerusalém irão tocar e
todos os anjos irão se regozijar (Lc 15.10) tão logo eles souberem que você nasceu de
novo.
O evangelista Lucas registra: “Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder”
(Lc 8.46). Talvez muitos não saberão o seu nome, mas ele estará registrado no Livro da
Vida. O sangue de Cristo estará sobre você. O Espírito de Deus estará em você. A
Bíblia diz que Deus conhece os que são seus (2 Tm 2.19). Se você tocar em Jesus, o
poder da cura tocará em você e você será conhecido no céu.

4. Aqueles que tocam em Jesus devem fazer isto conhecido aos outros – v. 33

Você precisa contar aos outros tudo o que Cristo fez por você. Jesus quer que você torne
conhecido aos outros o que ele fez em você e por você. Não se esgueire no meio da
multidão secretamente. Não cale a sua voz. Não se acovarde depois de ter sido curado.
Talvez você já conheça o Senhor há anos e ainda não o fez conhecido aos outros.
Rompa o silêncio e testemunhe! Vá e conte ao mundo o que Jesus fez por você. Saia do
anonimato! William Hendriksen diz que quando as bênçãos descem dos céus, elas
devem retornar em forma de ações de graça por parte dos que foram abençoados.

CONCLUSÃO

Jesus disse para mulher: “Vai-te em paz, e fica livre do teu mal” (5.34). A bênção com
que Jesus despediu a mulher é uma promessa para você agora. Talvez, você iniciou essa
leitura com medo, angústia e uma hemorragia existencial. Mas, agora, você pode voltar
para casa livre, curado, perdoado, salvo. Vai em paz e fica livre do seu mal!

A história de uma conversão

Referência: 2 Reis 5.1-19

SERMÃO EM 2 REIS 5.1-19


TEMA: A HISTÓRIA DE UMA CONVERSÃO
DATA: 20.11.05

INTRODUÇÃO

1. Naamã, um homem de projeção.


· Ele era comandante de Ban-Hadade, rei de Damasco, capital da Síria.
· Era o ministro da guerra. Homem corajoso. Forte. Guerreiro. Famoso.
· Naamã era um homem famoso, porém leproso.
· Ele tinha grande prestígio político, mas era espiritualmente cego.
· Ele era leproso, e ainda assim orgulhoso.

2. Naamã, um homem honrado – v. 1

a) Honra militar – “Naamã, comandante do exército do rei da Síria… era ele herói de
guerra”. Ele era comandante em chefe das forças armadas da Síria. Ele era um herói
nacional. Sua farda estava cheia de condecorações. Seu nome ocupava as manchetes dos
jornais de Damasco. Ele o grande ídolo da nação. Era aplaudido nas praças. Seu nome
era tema de canções populares. Estava no topo da fama e da glória pessoa. Tinha
atingido o mais alto grau na carreira militar. Ele era o máximo.
b) Honra política – “Era grande homem diante do seu senhor”. Ocupava o primeiro
escalão do governo. Era o braço direito do rei. O homem de maior prestígio no palácio.
O homem forte da Síria. O responsável pelas vitórias militares e a mais estrela do seu
país.
c) Honra popular – “E de muito conceito”. Naamã era um homem admirado, amado,
aplaudido, de sucesso e total aprovação popular. O povo o tinha em alta conta. Ele era
um vitorioso. Seu caminho era pontilhado de sucesso. O próprio Deus que ele não
conhecia o abençoava em suas esplêndidas vitórias.

3. Naamã, um homem abençoado – v. 1


· “… porque por ele o Senhor dera vitória a Síria”. Naamã era um idólatra, mas Deus já
o abençoava. Suas conquistas militares eram obra da providência divina. Deus já estava
trabalhando na vida desse homem ainda que ele não soubesse disso.
· Vamos ver a história da conversão desse grande herói de guerra:

I. UM GRANDE SOFRIMENTO – V. 1

· “… Porém, leproso”.
1. O sofrimento da doença – v. 1
· Naamã tinha sucesso público, mas fracasso pessoal.
· Naamã era um vencedor, um herói, um grande homem em público, mas no recesso do
seu lar, na intimidade, quando tira a armadura era um leproso.
· Talvez esse seja o retrato da sua vida: você também é um vencedor no seu trabalho,
nos seus estudos, na sua empresa. Você é reconhecido. Tem diplomas, sucesso
financeiro. É amado e prestigiado. Passou em todas as provas e concursos, mas você
tem uma lepra dentro de você. Sua lepra não é física, é espiritual.
· A lepra tinha cinco características:
a) A lepra separa – O leproso tinha que ser tirado da família, da sociedade e jogado
numa caverna ou numa aldeia de leprosos. O pecado separa você de Deus.
b) A lepra insensibiliza – A lepra deixa a pessoa insensível. Assim é o pecado. Ele
endurece, cauteriza, calcifica a alma.
c) A lepra deforma – A lepra deixa marcas e deformidades. Ela mutila e deixa cicatrizes
profundas. Assim é o pecado. Ele deixa marcas profundas na mente, na alma, no corpo.
d) A lepra contamina – A lepra é contagiosa. O pecado também contamina. Ele pega.
Fuja de más influências, de lugares perigosos.
e) A lepra mata – A lepra era uma doença incurável. O pecado é uma doença mortal.

2. O sofrimento da duplicidade – v. 1
· Naamã era um herói de guerra lá fora, mas dentro de casa era um leproso. No recesso
do lar, não podia abraçar sua esposa nem colocar seus filhos no colo. Lá fora um
vencedor, em casa um doente derrotado.
· Talvez esta é sua situação. Tem fama de um homem de Deus, piedoso, de uma mulher
de oração, de um jovem puro, mas dentro de seu lar, você é outra pessoa. Vive com
máscara. Vive de aparência. Na igreja tem cara de gente santa, mas dentro de casa, na
rua você vive alimentando seu coração de impureza. Lá fora um herói, dentro de casa,
um leproso.

3. O sofrimento da impotência – 1

a) A medicina tem limitações (v. 7) – A lepra era como a própria morte, só Deus podia
reverter a situação. O rei de Israel rasgou suas roupas porque sabia que nenhum recurso
da medicina podia reverter àquela situação.
b) O dinheiro tem limitação (v. 5) – O dinheiro não compra tudo. O seu dinheiro pode
lhe comprar remédio, mas não saúde. Pode lhe comprar uma casa nova, mas não um lar.
Pode lhe dar conforto, mas não felicidade.
c) A política tem limitações (v. 5,7) – O poder político não resolve todos os problemas.
O rei da Síria pensou que podia resolver o problema da lepra com uma canetada. A
agenda de Deus não está nas mãos dos poderosos.

II. UM GRANDE EQUÍVOCO – V. 4-7


1. Pensar que Deus se submete à agenda dos poderosos – v. 5
· Naamã vai ao rei de Damasco. Este o manda com uma comitiva ao rei de Israel. Pensa
que as obras de Deus podem ser resolvidas com uma canetada por aqueles que estão
empoleirados no poder.
· Naamã tem grande prestígio político, mas é espiritualmente cego. Ela pensa que a fé é
um negócio, um comércio. Ela pensa que a religião é uma questão de relações públicas
e que a carta de um rei ao outro pode interferir na agenda de Deus.
· Naamã pensa que a carta do rei a outro rei vai lhe abrir o caminho da cura. Mas Deus
não se submete ao decreto dos poderosos. Ele é livre.
· O rei de Israel rasga as suas roupas. Só Deus pode curar. Só Deus pode salvar.

2. Pensar que as bênçãos de Deus podem ser compradas com dinheiro – v. 5,15,16
· Naamã levou 350 Kg de prata, muito ouro e dez vestes festivais. Mas a graça de Deus
não tem preço. A cura e a salvação não podem ser compradas com ouro ou prata.
· Eliseu não se impressionou com a riqueza da comitiva de Naamã. Depois que Naamã
foi curado, ele não aceitou os presentes de Naamã. Salvação não é um negócio. A graça
de Deus não é um produto. O evangelho não é uma mercadoria. A igreja não é uma
empresa.
· O céu é de graça. As bênçãos de Deus não são vendidas. Os religiosos que
comercializam o sagrado são filhos de Geazi e não discípulos de Eliseu.

3. Pensar que no Reino de Deus as glórias humanas podem nos colocar em posição
especial – v. 9-12
· Naamã esperou que Eliseu saísse ao seu encontro com reverência, colocando tapete
vermelho para ele pisar. Ele queria ser honrado. Ele estava acostumado a ser estrela. Ele
não queria descer do seu pedestal.
· Mas Eliseu nem saiu de casa para recebê-lo. Mandou-lhe um recado. Não o bajulou.
Naamã ficou furioso ao não ser recebido com pompas.

III. UM GRANDE TESTEMUNHO – V. 2,3

1. Uma menina escrava pode ser usada por Deus para a salvação do homem mais
poderoso da Síria – v. 2,3
Ø Deus ama a todos, os poderosos, os reis, os ricos, os generais, os imperadores, os que
estão no trono com o cetro do poder nas mãos.
Ø Naamã adorava o deus Hinon. Ele era um homem idólatra, pagão. Politicamente
inimigo de Israel. Talvez hoje alguns pregadores dissessem para ele: 1) Você precisa
primeiro queimar suas imagens de Hinon; 2) Você precisa fazer uma oração de renúncia
e rejeitar os pactos que você fez.
Ø O milagre de Deus começou quando essa menina escrava se colocou nas mãos de
Deus para testemunhar. Para isso, ele venceu três barreiras:

a) Barreira da distância – Ela estava desterrada, exilada em terra estrangeira, pagã, na


casa de um idólatra, mas ali ela dá testemunho do seu Deus.
b) Barreira da discriminação – Aquela adolescente foi arrancada à força da casa de seus
pais. Talvez seus pais haviam sido mortos ou eram escravos. Foi levada como coisa e
não como pessoa. Era um objeto do seu patrão. Ela, porém, via-se a si mesma como
uma embaixadora do céu.
c) Barreira da inimizade – Naamã era símbolo da maior ameaça para o seu povo. Mas
ela era diferente de Jonas. Ela ama os próprios inimigos do seu povo e está pronta a
abençoar a quem a humilhou.

2. Os servos de Naamã podem ser seus sábios conselheiros – v. 13


Ø Naamã não consegue entender a simplicidade da graça de Deus. Novamente são seus
servos que o colocam de volta na estrada da cura.
Ø A ajuda de Naamã vem de fontes inesperadas: 1) uma menina escrava; 2) um profeta
hebreu; 3) um rio barrento; 4) uma ordem simples.

IV. UM GRANDE MILAGRE – V. 10,13,14

1. Realizado sem espalhafato – V. 10


· Eliseu não convoca um coral para recepcionar Naamã e sua comitiva. Não põe tapete
vermelho. Não coloca outdoor na cidade anunciando o dia de um grande milagre. Não
põe no jornal de Samaria a visita do general da Síria que seria curado de lepra. Eliseu
não faz propaganda do sobrenatural. Ele não toma o lugar de Deus.
· Naamã queria trombetas, uma cerimônia com ritos e pompas. Para ele tinha que ter
espetáculo. Estava preso a rituais e lugares.

2. Realizado depois de se descer do pedestal do orgulho – V. 13


· Naamã para ser curado tinha que descer do seu pedestal. Antes de curar a lepra de
Naamã, Deus queria curar o orgulho de Naamã. Só os humildes possuirão o Reino de
Deus.
· A lepra de Naamã não estava apenas na sua pele, mas também no seu coração. Não só
por fora, mas também por dentro. Não só na sua carne, mas também no seu espírito.
· Naamã tinha que depositar aos pés de Deus os seus títulos, seus diplomas, suas
medalhas, seus troféus, suas insígnias, suas condecorações, suas façanhas e suas
vitórias.
· A lepra apodrecia a carne de Naamã, ma não amolecia o seu coração. Por isso, ele
precisa primeiro ser curado do seu orgulho.

3. Realizado depois de se reconhecer a feiúra do pecado – v. 14


· Quando Eliseu mandou Naamã mergulhar no Jordão sete vezes, ele estava dizendo que
Naamã precisava tirar a armadura e mostra a sua lepra para todo mundo.
· Eliseu estava mostrando que não podemos ser curados sem admitir publicamente
nossa doença, nossa lepra. Você precisa se desnudar, tirar a máscara.
· Você precisa pôr um ponto final na sua vida dupla e admitir que você depende
desesperadamente da graça de Deus.
· NO Reino de Deus, os generais têm que se humilhar. O doutor tem que se arrepender.
Os poderosos precisam se curvar.

4. Realizado depois de crer e obedecer ao que Deus manda – v. 14


· Se Naamã não tivesse mergulhado 7 vezes no Jordão, teria voltado leproso para a
Síria.
· Não basta uma obediência parcial. Se ele tivesse mergulhado apenas 6 vezes, seria do
Jordão ainda leproso.
· A fé obedece ao que Deus manda.
· Se você crer em Jesus, você será salvo. Quem tem a vida eterna (Is 1.18; Jo 5.24; At
16.31).
V. UMA GRANDE SALVAÇÃO – V. 14-19

1. Naamã foi completamente purificado – v. 14


· Ele sarou da sua lepra não porque a água do Jordão fosse milagrosa, mas porque se
humilhou e obedeceu à Palavra de Deus.
· Sua carne ficou limpa. Sua pele restaurada. Também, quando você crê em Jesus, a sua
cura é imediata. Você pode voltar para casa limpo hoje. Você pode voltar curado,
liberto, perdoado. Hoje Deus pode limpar a sua carne, a sua mente, o seu coração, as
suas memórias. Hoje você pode ficar livre da sua lepra!

2. Naamã rendeu-se ao único Deus vivo e verdadeiro – v. 15


· Naamã desiste de suas crenças pagãs. Ele abriu mão de suas convicções religiosas para
render-se ao Deus todo poderoso. Não há salvação fora de Jesus. Você precisa se curvar
diante do Senhor Jesus. Só há salvação nele. Só há perdão nele. Só ele é o caminho, a
porta.

3. Naamã tomou a decisão de mudar radicalmente de vida – v. 17


· Naamã tem uma experiência profunda de conversão. Sua vida é transformada. Hoje é
tempo de você deixar os ídolos, o orgulho.
· Quem é convertido, demonstra gratidão
· Quem é convertido, torna-se um adorador!
· Quem é convertido muda o ponto nevrálgico da vida – A maior lepra de Naamã era o
orgulho (v. 11,12). Agora, ele revela humildade (v. 17). Exemplo: Zaqueu.
· Quem é convertido passa por uma mudança radical – Naamã disse: “Nunca mais”.
Hoje pode ser um divisor de águas na sua vida. É hora de nascer de novo. Ser nova
criatura. Enterrar o seu passado no Jordão de Deus, sair de lá limpo. O sangue de Jesus
pode purificar você de todo o pecado.

CONCLUSÃO

· Naamã chegou leproso e voltou curado.


· Naamã chegou perdido e voltou salvo.
· Naamã chegou idólatra e voltou adorando ao Deus vivo.
· Hoje, Deus quer fazer esse milagre em sua vida.

Arrependimento, o caminho da restauração

Referência: Salmos 51.1-19

INTRODUÇÃO

1. Os homens gostam de olhar e as mulheres de serem olhadas. Porque uma mulher


estava se banhando de janela aberta uma tragédia aconteceu.
2. Este Salmo é o registro da agonia da alma de Davi, após o seu terrível crime de
adultério e assassinato.
3. Davi viu, cobiçou, adulterou e tentou esconder o seu pecado.
4. Ele usou quatro planos para encobrir o seu pecado:
a) PLANO A – Dar férias ao marido de Bate-Seba.
b) PLANO B – Dar um banquete ao marido de Bate-Seba.
c) PLANO C – Encomendar a morte do marido de Bate-Seba.
d) PLANO D – Casar-se com Bate-Seba para esconder a gravidez.

5. Tudo parecia perfeito. Todas as provas do pecado foram aparentemente destruídas.


Só uma coisa eles não contavam: É que Deus estava vendo: “… porém esta coisa que
Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor” (2 Sm 11:27).
6. Deus envia a Davi o profeta Natã. Ele conta um parábola. Davi lhe diz: “Este home
deve morrer”. Natã lhe responde: “Tu és o homem”.
7. Davi, então, é tomado por um sentimento de culpa e horror. E foi nessa condição que
ele escreveu o Salmo 51. Aqui Davi reconheceu o seu pecado, arrependeu-se, jogou o
veneno fora e expremeu toda a sua ferida.
8. Vejamos o arrependimento de Davi, como o caminho da restauração.

I. A ABSOLUTA NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO

· Enquanto Davi calou o seu pecado, a sua vida murchou, os seus ossos secaram,a
alegria de salvação foi embora, porque a mão de Deus pesava sobre ele de dia e de
noite.
· Não há libertação, cura nem restauração, onde não há arrependimento.

1. O primeiro passo da restauração é o reconhecimento do pecado – v. 3


· Davi por um tempo escondeu o seu pecado. Mas isso estava arruinando a sua vida.
Ele, então, olhou de uma maneira séria o que havia feito.
· Convicção de pecado é o primeiro passo para a restauração. Não há esperança de
perdão e restauração, enquanto você não reconhecer o seu pecado.
· Não olhe para os outros. Não julgue nem culpe os outros. Seja honesto com você
mesmo. Páre de argumentar e se justificar. Faça como Davi: “Eu conhece as minhas
transgressões” (v. 3). Faça como o pródigo: “Pai eu pequei contra os céus e diante de
Ti”.
· O mundo fará qualquer coisa para impedir que você encare a si mesmo: as pessoas
estão lotando os cinemas, entupindo as passarelas do carnaval, lendo novelas,
divertindo-se, porque não querem olhar para dentro de si mesmas.

2. O segundo passo da restauração é o reconhecimento da natureza do que nós temos


feito – v. 1-2
· Davi usa aqui três palavras:
a) Transgressão = rebelião, revolta da vontade contra a autoridade. Davi admite que foi
rebelde. Sua própria vontade prevaleceu. Ele foi governado por um desejo lascivo. Fez o
que a sua consciência reprovava. Foi um ato deliberado de desobediência, uma violação
da autoridade divina.
b) Iniquidade = perversão. Algo sujo, indigno, vergonhoso. Examine seu coração. Há
coisas pervertidas também: ciúme, inveja, malícia, impureza.
c) Pecado = errar o alvo. Não estamos vivendo conforme deveríamos viver. Estamos
fora da linha.

3. O terceiro passo da restauração é confessar que tudo isso é feito contra Deus e diante
de Deus – v. 4
· Davi pecou contra Bate-Seba, contra Urias, contra sua família, contra a nação, contra
os homens que foram mortos na batalha, mas ele confessa: “Contra ti somente pequei”.
· Por que contra Deus? Porque sempre que pecamos contra alguém, estamos pecando
contra Deus que criou esse alguém. Estamos ferindo alguém amado por Deus. Estamos
nos intromentendo na obra da criação e da providência de Deus.
· Davi violou sua consciência, desobedeceu a Palavra, ultrajou a santidade de Deus,
escarneceu do seu amor, pisou a sua graça, cuspiu em sua bondade.
· Sempre que pecamos, nos insurgimos contra Deus.

4. O quarto passo da restauração é o reconhecimento de que não temos nenhuma


desculpa nem direito – v. 4b
· Davi está dizendo que não tem desculpa nenhuma. Nehuma defesa, nenhum direito a
reinvidicar.
· Davi está admitindo que o seu pecado foi resultado da sua teimosia. Reconhece que
está totalmente errado. Nada tem a pleitear a seu favor.
· Enquanto você tentar se justificar, você não terá dado provas de arrependimento. O
arrepedimento é o reconhecimento de que você não merece nada senão o juízo. É como
o publicano que bate no peito e diz: “Sê propício a mim, pecador”.

5. O último passo da restauração é reconhecer que a sua natureza é essencialmente má –


v. 5
· Davi reconhece que a razão de ter pecado não é o mundo fora dele, não é a beleza do
corpo de Bate-Seba, é o seu coração sujo.
· Não é o mundo fora de mim, é algo dentro de mim que está corrompido.
· Não é simplesmente uma questão do que eu faço, mas de quem eu sou. O meu maior
problema sou eu. Sou corrompido. Meu coração é uma fábrica de iniquidade. É de
dentro de mim que procedem maus desígnios.
· Não é o mundo, é o meu coração. Não é simplesmente a pornografia, é o meu coração
lascivo. Não é a guerra, é o meu coração perverso. Não é a injustiça social, é o meu
coração avarento.
· Quando você percebe estava verdade a seu respeito, a única coisa que você pode fazer
é clamar como Davi: “Tem misericórdia de mim, ó Deus”.

II. O PROFUNDO ANSEIO PELO PERDÃO DE DEUS

1. É preciso ter profunda consciência do seu estado e condição- v. 1


· “Tem misericórdia de mim, ó Deus” (v. 1). Davi estava desesperado. Ele não pode
fugir dessa situação. Ele está encurralado, preso pelas cordas do seu pecado.
· Davi era rei, rico, poderoso, famoso, mas agora, nada lhe satisfaz. Está quebrado,
doente, aflito. Está definhando. Seus ossos estão secando. Seu vigor murchando. Seu
choro é abundante. Sua alma está de luto. A mão de Deus está pesando sobre ele.
· Ele precisa de paz, de perdão. Ele clama: “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. Lança
o teu coração na minha miséria.
· Talvez você diga: “Ah, mas eu não cometi adultério. Contudo, a Bíblia diz: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração… e o teu próximo como a ti mesmo”. Você tem
feito isso? Não. Você é pecador culpado. Não glorificar a Deus é o maior de todos os
pecados. É negar o propósito da sua existência.
· Daniel 5:23: “O Deus em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus
caminhos, a ele não glorificaste”.
· A essência do pecado não é ser culpado de ações particulares, é não estar glorificando
a Deus.
2. É preciso ter profundo desejo do perdão divino – v. 1b
· Davi tem consciência da sua culpa, mas não pára aí. Só sentir o peso do pecado pode
levar ao remorço e a auto-destruição. Davi não engoliu o veneno. Ele não fugiu de
Deus, ele correu para Deus. Ele deseja ser perdoado e purificado.

3. É preciso ter profunda consciência da nossa total impotência – v. 16


· Davi não pode tranquilizar sua própria consciência. Nenhum ritual religioso pode lavar
sua alma.
· Quando a consciência acorda é uma coisa tremenda. Mais cedo ou mais tarde a
consciência de todo homem despertará. Às vezes, ela só desperta no leito da morte.
Outras vezes, só depois da morte (Lc 16:19-31). A consciência do homem rico só
despertou no inferno.
· Davi está aqui tentanto acalmar a sua consciência. Ele é rico. É rei. Ele está no trono.
Ele etá tomando decisões. Mas ele não tem paz. Ele tenta pegar no sono, mas ele foge.
Ele tenta fugir do seu pecado, mas ele está sempre diante dos seus olhos.
· Ele não conseque ter paz. Não consegue dormir. Não consegue comer. Ele não pode
fazer nada!

4. É preciso ter uma novo atitude para com Deus – v. 1,17


· A pessoa contra quem Davi pecou é Deus, mas a pessoa que ele deseja acima de tudo é
Deus. Isso é o que faz diferenca entre arrependimento e remorço.
· Quando Adão pecou, ele fugiu de Deus.
· Quando Judas pecou, ele abandonou a Cristo.
· Muitos ao pecarem deixam a Deus, a igreja, a Bíblia, a oração. Fogem de Deus. Esse é
o caminho oposto do arrependimento.
· Mas Davi quer Deus. Ele quer aquele a quem ofendeu. Ele sabe que só Deus pode
restaurá-lo. Ele sabe que Deus é benigno, misericordioso e perdoador.
· Davi sabe que Deus não rejeita quem tem o coração quebrantado. Nós sabemos mais
ainda. A cruz foi onde Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a
cruz, encontramos uma fonte de cura, restauração e perdão. Se confessarmos os nossos
pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar.
· O homem que não percebe que precisa de perdão não é cristão.

III. A MAIOR NECESSIDADE DO PECADOR ARREPENDIDO E PERDOADO

1. A necessidade de um novo coração – v. 10


· Esse é o nosso real problema. O nosso coração está errado. O que você precisa não é
apenas de mais conhecimento. Não é acrescentar algo ao que você já tem. Você precisa
não de adição, mas de um novo coração.
· Você não pode corrigr a você mesmo. Você não tem poder para mudar a você mesmo.
· Você não deve se considerar melhor do que Davi. Você não deve se avaliar,
comparando-se com outros. O padrão de Deus é v. 6: “Verdade no íntimo”.
a) SE Deus projetasse na parede os seus desejos e pensamentos!
b) O evangelho dá um soco mortal em nossa presunção. Todos temos que botar a boca
no pó e pedir a Deus um coração puro.

2. Razões para termos um novo coração


a) Por causa da infidelidade e a insinceridade da nossa natureza (v. 6) – Há algo podre
dentro de nós. Nosso coração é enganoso e corrupto. Não podemos confiar em nós
mesmos. Davi percebe que não dá para fugir de Deus, pois ele vê coração. Ele quer a
verdade no íntimo. Não adianta fingir nem usar máscara.
b) Por causa da nossa falta de sabedoria (v. 6b) – Nós somos maus terapeutas de nós
mesmos. Precisamos de discernimento de Deus para não errarmos, para não tomarmos
decisões no poder da paixão carnal.
c) Por causa da nossa incapacidade de mudarmos a nós mesmos (v. 10) – O problema de
Davi não é Bate-Seba, é o seu coração. Não é o mundo, é o seu coração. Ele sabe que
um coração puro não é sugestionamento, disciplina, é Deus quem cria. Só Deus pode
dar um novo coração. Só Deus pode nos mudar. É operação sobrenatural! (2 Co 5:17).

IV. OS RESULTADOS DO VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

1. Possessão grande júbilo e alegria – v. 8,12


· Essa alegria não é algo que tem a ver com o temperamento. É a alegria de Deus. É a
alegria da salvação, é alegria do céu.
· O seu pecado roubou dele temporariamente essa alegria. O pecado é um ladrão de
alegria.

2. Desejo de viver para a glória de Deus, testemunhando para os demais as maravilhas


divinas – v. 13-15
· Davi quer agora viver para agradar a Deus e não aos seus próprios desejos.
· Em vez de pedra de tropeço, instrumento de bênção para os outros.
· Davi não quer mais viver nas trevas, quer revelar aos outros a luz de Deus.
· O perdoado é aquele que não se contenta em apenas ter a bênção para si, ele qeur ser
portador dessa bênção para os outros.

CONCLUSÃO

1. Você já é uma pessoa salva pelo Senhor?


2. Você afastou-se de Deus e perdeu a alegria da salvação (v. 12)? Davi ao pecar não
perdeu a salvação, mas perdeu a alegria da salvação.
3. Você quer agora, voltar-se para Deus e confessar seu pecado e tomar posse da
restauração do Senhor?

O papado à luz da bíblia e da história

Referência: Mateus 16.13-20

DATA: 01/05/2005
ESTUDO:
INTRODUÇÃO

1. Segundo os historiadores católicos já tivemos 266 papas. A morte de João Paulo II, o
terceiro mais longo pontificado da história, reacendeu na mente do povo o dogma da
legitimidade e infalibilidade do papa. 200 chefes de Estado estiveram no funeral, que foi
acompanhado por mais 2 milhões de pessoas. A imprensa deu larga cobertura à questão
do pontificado romano.
2. Em virtude desse momento de transição, urge-se esclarecer essa momentosa questão à
luz das Escrituras e da História.
3. A Igreja Católica Apostólica Romana não é um seguimento legítimo do Cristianismo
Bíblioc – Precisamos iniciar com uma questão de definição. O nome Igreja Católica
Apostólica Romana é uma impropriedade gritante: Ela não é igreja, nem católica, nem
apostólica. É apenas Romana. Calvino diz: “Roma não é uma igreja e o papa não é um
bispo. Não pode ser mãe das igrejas, aquela que não é igreja, e nem pode ser príncipe
dos bispos, aquele que não é bispo.” (Institutas p. 903).
4. O catolicismo romano não é a primeira igreja cristã – A igreja cristã, de onde
procedem todas as outras. Até o quarto século não havia denominações. O catolicismo
romano é um desvio da religião cristã e a Reforma uma volta ao cristianismo bíblico.
5. O papado é a espinha dorsal do catoliscimo romano – Todo o edifício está construído
sobre um falso fundamento de que Pedro é a pedra sobre a qual a igreja de Cristo está
fundada e que Pedro foi o primeiro papa e que os papas são sucessores legítimos de
Pedro.
6. Neste estudo vamos examinar esse importante assunto à luz da Bíblia, da teologia e
da história.

I. PEDRO NUNCA FOI PAPA

1. O texto básico usado para provar o primado de Pedro está mal interpretado pelo
catolicismo romano

Para os romanistas, Mateus 16:18 é a carta magna do papado. Três são interpretações
sobre quem é a pedra: 1) Pedro; 2) A declaração de Pedro; 3) Cristo.
Vamos examinar este texto deticadamente para tirarmos nossas conclusões:

1) Pedro Pétros é fragmento de pedra, enquanto Pétra é rocha.


2) Pétros é um substantivo masculino, enquanto Pétra é um substantivo feminino.
3) O demonstrativo te toute (essa) encontra-se no feminino, ligando-se, portanto,
gramatical e logicamente à palavra feminina Pétra, à qual imediatamente procede. O
demonstrativo feminino não pode concordar em número e gênero com um substantivo
masculino.
4) Se Cristo tencionasse estabelecer Pedro como fundamento da igreja teria dito: “Tu és
Pedro e sobre ti (epi soi) edificarei a minha igreja”.
5) Todo o contexto próximo está focado na Pessoa de Cristo: 1) A opinião do povo a
seu respeito como Filho do Homem (termo messiânico); 2) a opinião dos discípulos a
seu respeito; 3) a correta declaração de Pedro de sua messianidade e divindade; 4) A
declaração de Jesus de que ele é o fundamento, o dono, o edificador e protetor da igreja;
5) A declaração de que ele veio para morrer; 6) A demonstração da sua glória na
transfiguração. Não se tratava de uma conversa particular de Pedro com Cristo, mas
numa dinâmica de grupo onde Jesus discutia o propósito da sua vinda ao mundo (Mt
16:13-23).
6) O contexto mostra que Jesus está se referindo a si na terceira pessoa desde o começo
e isso concorda com o uso que faz de Pétra na terceira pessoa. Veja outros exemplos
quando Cristo usou a terceira pessoa (Jo 2:19,21; Mt 21:42-44)
7) Jesus elogiou a Pedro pela inspirada declaração de que Cristo é o Filho do Deus vivo,
e é sobre essa Pétra, Cristo, que a igreja é fundada.
8) Os teólogos romanos dizem que no aramaico, Cephas sifnica pedra. Mas, no
aramaico, Cephas não é traduzido por Pétra, pedra, mas por Pétros, fragmento de pedra
(Jo 1:42).
9) Pedra Pétra é radical, e Pedro Pétros, deriva-se de Pétra, e não Pétra de Pétros; assim
como Cristo não vem de cristão, mas cristão de Cristo.
10) O catolicismo romano diz que se Cristo é o fundamento não pode ser o edificador.
Mas aqui há uma superposição de imagens como em João 10 Jesus diz que ele é o
pastor e também a porta.
11) No Antigo Testamento Pétra nunca é usado para qualquer homem, mas só para
Deus (Is 28:16; Sl 118:22).
12) Pedro mesmo declara que Cristo e não ele é a Pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-9)
13) Paulo claramente define que Cristo é a Pedra (1 Co 3:11; 10:4; Ef 2:20).

2. A afirmação de que Cristo entregou as chaves do Reino apenas para Pedro está
equivocada

1) As chaves não foram dadas só a Pedro (Mt 18:18; 28:18-20);


2) As chaves representam a pregação do evangelho. A chave é o evangelho (At 2:14-41;
15:7-11);
3) Pedro usou essas chaves para abrir a porta do reino para os judeus (At 2) para os
samaritanos (At 8) e para os gentios (At 10);
4) Cristo é a porta do céu (Jo 10:9).
5) Só Cristo tem o poder de abrir e fechar a porta (Ap 3:7);

3. A vulnerabilidade de Pedro para ser a pedra fundamental da igreja

1) Pedro, o contraditório – Imediatamente depois de afirmar a messianidade e a


divindade de Cristo, tenta impedi-lo de ir a cruz, pelo que é chamado de Satanás (Mt
16:22-23).
2) Pedro, o desprovido de entendimento – Logo em seguida, na transfiguração sem
saber o que falava, tentou colocar Jesus no mesmo nível de Moisés e Elias (Mc 9:5-6).
3) Pedro, o auto-confiante – Disse para Jesus que ainda que todos o abandonassem, ele
jamais o faria e que estaria pronto a ir com Cristo tanto para a prisão como para a morte
(Lc 22:33-34; Mt 26:33-35), mas Jesus o alertou que ele o negaria naquela mesma noite,
três vezes, antes do galo cantar.
4) Pedro, o dorminhoco – No Getsêmani, o auge da grande batalha travada por Cristo,
Pedro não vigia com Cristo, mas dorme (Mt 26:40).
5) Pedro, o violento – Pedro sacou a espada no Getsêmani e cortou a orelha de Malco
(Jo 18:10-11), no que foi repreendido por Cristo.
6) Pedro, o medroso – Quando Cristo foi preso, Pedro passou a segui-lo de longe e não
foi ao monte do Calvário (Lc 22:54).
7) Pedro, o discípulo que nega a Jesus – Pedro negou, jurou e praguejou, dizendo que
não conhecia Jesus (Mt 26:70,72,74). A Igreja de Cristo não pode estar edificada sobre
nenhum homem.

4. O primado de Pedro não é reconhecido pelos demais apóstolos

1) Pedro não nomeia apóstolo para o lugar de Judas – O único caso de substituição de
apóstolo, Matias no lugar de Judas, não foi uma escolha de Pedro (At 1:15-26).
2) Pedro obedece ordens dos apóstolos – Pedro é enviado juntamente com João pelos
apóstolos a Samaria em vez de Pedro enviar alguém. Ele obedece ordens, em vez de dar
ordens (At 8:14-15).
3) Pedro não dirige o primeiro concílio da igreja – As decisões doutrinárias da igreja
não decidas por Pedro. Ainda, o primeiro concílio da igreja cristã em Jerusalém foi
dirigido por Tiago e não por Pedro (At 15:13-21).
4) Todas as vezes que os discípulos discutiram quem era o mais importante entre eles,
recebeu de Cristo severa exortação – Em três circunstâncias os discípulos discutiram a
questão da primazia entre eles, e Cristo os repreendeu (Mc 9:35; Mt 20:25-28; Lc
22:24).
5) O ministério de Pedro foi designado por Deus como dirigido principalmente aos
judeus e não aos gentios – O apóstolo dos gentios foi Paulo enquanto Pedro foi o
apóstolo dos judeus (Gl 2:7-8).
6) Pedro não é primaz de Jerusalém – Paulo o chama de coluna da igreja, juntamente
com outros apóstolos, mas não o menciona em primeiro lugar (Gl 2:9).
7) O pastor das igrejas gentílicas não é Pedro e sim Paulo – Paulo não se considera
inferior a nenhum apóstolo (2 Co 12:11) e diz que sobre ele pesa a preocupação com
todas as igrejas (2 Co 11:28).
8) Pedro é repreendido pelo apóstolo Paulo – Pedro tornou-se repreensível em
Antioquia, no que é duramente exortado por Paulo (Gl 2:11-14).
9) No Novo Testamento os apóstolos se associam como iguais em autoridade –
Nenhuma distinção foi feita em favor de Pedro (1 Co 12:28; Ef 2:20). Paulo não deu
prioridade a Pedro quando combateu a primazia dada por um grupo a Pedro,
equiparando-o a si e a Apolo, dando suprema importância apenas a Cristo (1 Co 1:12).

5. Pedro não reinvindicou autoridade papal

1) Pedro não aceitou veneração de homens – Quando Cornélio ajoelhou diante de Pedro,
e o adorou, ele imediatamente Pedro o levantou e disse: “Ergue-te, que eu também sou
homem” (At 10:26). Nem mesmo Pedro tentou perdoar pecados (At 8:22).
2) Pedro autodenominou-se apenas servo e apóstolo de Cristo – Quando Pedro escreveu
suas cartas, se fosse papa, teria que defender seu primado, mas não o fez (1 Pe 1:1; 2 Pe
1:1).
3) Pedro considerou-se presbítero entre e não acima dos demais – Pedro reprovou a
atitude de dominar sobre o rebanho e chamou a si mesmo de presbítero entre e não
acima dos demais (1 Pe 5:1-4).

6. Pedro não foi bispo da Igreja de Roma e possivelmente nem tenha estado em Roma

· De acordo com a tradição do catoliscimo romano, Pedro foi bispo da igreja de Roma,
25 anos, de 42 a 67, quando foi crucificado de cabeça para baixo por ordem de Nero.

1) A Bíblia não tem nenhuma palavra sobre o bispado de Pedro em Roma – A palavra
Roma aperece apenas 9 vezes na Bíblia e Pedro nunca foi mencionado em conexão com
ela. Não há nenhuma alusão a Roma em nenhuma de suas epístolas. O livro de Atos
nada mais fala de Pedro depois de Atos 15, senão que ele fez muitas viagens com sua
mulher (1 Co 9:5). A versão católica Confraternity Version traduz esposa por irmã, mas
a palavra grega é gune e não adelphe.
2) Não há nenhuma menção de que Pedro tenha sido o fundador da igreja de Roma –
Possivelmente os romanos presentes no Pentecoste (At 2:10-11) foram os fundadores da
igreja.
3) No ano 60 d.C., quando Pedro escreveu sua primeira Carta, não estava em Roma –
Pedro escreveu essa carta do Oriente e não do ocidente – Ele estava na Babilônia,
Assíria e não em Roma (1 Pe 5:13). Flávio Josefo diz que na província da Babilônia
havia muitos judeus.
4) Paulo escreve sua carta à igreja de Roma em 58 d.C. e não menciona Pedro
· Nesse período, Pedro estaria no auge no seu pontificado em Roma, mas Paulo não
dirige sua carta a Pedro e dirige a carta à igreja como seu instrutor espiritual (Rm 1:13).
· No capítulo 16, Paulo faz 26 saudações aos mais destacados membros da igreja de
Roma e não menciona Pedro.
· Se Pedro já era bispo da igreja de Roma há 16 anos (42-58), porque Paulo diz:
“Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para
que sejais confirmados” (Rm 1:11)? Não seria um insulto gratuito a Pedro? Não seria
presunção de Paulo com o papa da igreja?
· Se Pedro fosse Papa da igreja de Roma por que Paulo diz que não costumava edificar
sobre o fundamento de outrem: “esforçando-me deste modo por pregar o evangelho, não
onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15:20)?
Paulo diz isso que Pedro não estivera nem estava em Roma.

5) Paulo escreve cartas de Roma e não menciona Pedro


· Enquanto Paulo esteve preso em Roma, (61 a 63 d.C.) os judeus crentes de Roma
foram visitá-lo e nada se fala de Pedro, visto que os judeus nada sabem acerca dessa
“seita” que estava sendo impugnada. Se Pedro estava lá, como esses líderes judeus nada
sabiam sobre o cristianismo? (At 28:16-30)
· Paulo escreve várias cartas da prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemon) em
Roma e envia saudações dos crentes de Roma às igrejas e não menciona Pedro.
· Durante sua segunda prisão, Paulo escreveu sua última carta (2 Tm), em 67 d.C. Paulo
diz que todos os seus amigos o abandonaram e que apenas Lucas estava com ele (2 Tm
4:10-11). Pedro estava lá? Se Pedro estava, faltou-lhe cortesia por nunca ter visitado e
assistido Paulo na prisão.

6) Não há nenhum fato bíblico ou histórico em que Pedro transfira seu suposto posto de
papa a um outro sucessor
· Não apenas está claro à luz da Bíblia e da história que Pedro não foi papa, como
também não há nenhuma evidência bíblica ou histórica de que os papas são sucessores
de Pedro.

7) Os pais da igreja e os reformadores não acreditaram no bispado de Pedro em Roma


· Nenhum dos pais da igreja primitiva dá um apoio à crença de Pedro fosse bispo em
Roma, até Jerônimo no século quinto. Assim, o catolicismo romano edifica o seu
sistema papal, não sobre a doutrina do NT, nem sobre fatos da história, mas apenas
sobre tradições sem fundamento.
· Calvino diz: “Posto que os escritores estão de acordo em que Pedro morreu em Roma,
não o contraditarei. Mas que haja sido bispo de Roma, sobretudo, por muito tempo, não
há quem me possa fazer crer” (Instituta Vol. 2, p. 884).

II. O PAPA USURPA DE FORMA BLASFEMA O LUGAR DA TRINDADE

1. O papa usurpa o lugar de Deus Pai

1) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se chama Papa, pai da igreja – A palavra
papa, significa pai e nesse sentido Jesus disse que não podemos chamar a ninguém de
pai (Mt 23:9).
2) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se diz infalível – o dogma romano diz
que o papa, ao falar ex cathedra é infalível. Como pode ser infalível aquele que criou
tantos dogmas contrários às Escrituras: veneração de imagens, intercessão pelos mortos,
canonização de santos, confessionário, transubstanciação, purgatório, confessionário,
culto a Maria, etc. Em 1870, no concílio vaticano, foi firmado o dogma da infalibilidade
do papal.

2. O papa usurpa o lugar de Deus Filho

1) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz a pedra fundamental da igreja


· No Antigo Testamento a pedra é sempre uma metáfora para Deus (Is 28:16; Sl
118:22).
· Cristo disse que ele é a pedra (Mt 21:42).
· Pedro disse que Cristo é a pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-6).
· Paulo disse que Cristo é o único fundamento (1 Co 3:11) e que os apóstolos são o
fundamento secundário (Ef 2:20).
· Paulo diz que Cristo é a pedra (1 Co 10:4).

2) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz Sumo Pontífice – A palavra sumo
significa supremo e pontífice, vindo do latim pontifix = construtor de pontes. Sumo
pontífice é supremo mediador. Isso contraria o ensino bíblico de 1 Tm 2:5; Jo 14:6.
3) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz cabeça e chefe da igreja – A teologia
do catolicismo romano ensina que o papa é o cabeça e chefe da igreja militante,
purgante e triunfante. Isso contraria o ensino da Bíblia (Ef 1:22; 5:23). O próprio Pedro
chama Jesus de supremo pastor (1 Pe 5:4). Se a igreja pode ter duas cabeças, então a
mulher pode ter dois maridos (Ef 5:23).
4) O papa usurpa o lugar de Cristo quando reinvindica preeminência jurisdicional – O
único que têm preeminência na igreja é Cristo (Cl 1:18).

3. O papa usurpa o lugar do Espírito Santo

1) O papa usurpa o lugar do Espírito Santo quando ele se diz o Vigário de Cristo na
terra – a palavra vigário significa substituto. O substituto de Cristo é o Espírito Santo e
não o papa (Jo 14:16,17,26; 15:26; 16:7-11,13).
2) A presença de Cristo no meio da igreja (Mt 18:20; 28:20) dá-se não pela presença do
papa, mas pela presença do Espírito Santo – O papa está em Roma, não tem a
capacidade de estar em todo lugar, em todo o tempo. Mas o Espírito Santo sim, está em
nós e conosco, sempre!
3) A Bíblia fala de um vigário espúrio de Cristo – O anticristo também é um subsituto
espúrio de Cristo (2 Ts 2:4,9,10). O prefixo anti = am vez de, em lugar de. O papa está
mais para o papel de anticristo, do que para o papel de legítimo substituto de Cristo,
uma vez que esse é o papel do Espírito Santo.

III. ASCENSÃO E DECADÊNCIA DO PAPADO NA HISTÓRIA

1. Até o quarto século a igreja cristã nada tinha a ver com o catolicismo romano
· A igreja primitiva ou cristã não era romana. Não havia nenhuma denominação. A
igreja era fiel à doutrina apostólica. Era uma igreja ortodoxa, fiel, santa e mártir.

2. Depois da conversão do imperador Constantino o Cristianismo foi declarado religião


oficial do império
· Isso corrompeu a igreja pouco a pouco. A porta de entrada da igreja passou a ser a
conveniência e não a conversão. As pessoas vinham para a igreja trazendo suas
crendices e doutrinas pagãs. Ao se declararem cristãos, as pessoas recebiam as benesses
do governo em vez de perseguição. A igreja encheu-se de gente não convertida.

3. A disputa de poder eclesiástico se estabelece nas principais igrejas


· Não tardou para que os bispos das principais cidades começassem a disputar a
primazia, especialmente entre as 5 principais cidades do império: Roma,
Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
· No concílio de Nicéia em 325 foi reconhecida aos bispos de Alexandria e Antioquia
jurisdição sobre suas províncias, tal como a que o bispo de Roma exercica sobre a
província romana.
· O concílio de Calcedônia 451 manteve a mesma posição.

4. O imperador Focas nomeou Gregório I, o bispo de Roma, como bispo universal


· Em 604 d.C., o imperador Focas nomeou Gregório I, bispo universal, mas ele rejeitou
o título, dizendo que quem o aceitasse deveria ser considerado precursor do anticristo.
· Em 607 d.C., Focas nomeou Bonifácio III, como bispo universal e ele aceitou o título
e aí começou a instituição do papado e o catolicismo romano. Os primeiros 600 anos da
era cristã nada sabem sobre qualquer supremacia espiritual da parte dos bispos de
Roma. O Catecismo de New York diz: “O papa é o verdadeiro vigário de Cristo, o
cabeça de toda a igreja, o pai de todos os cristãos. Ele é governador infalível, o
instituidor dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade,
o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, não sendo ele
julgado por ninguém na terra.”
· A coroa tripla que o papa usa simboliza sua autoridade no céu, na terra e no inferno:
sobre a igreja militante, purgante e triufante.

5. O papa Nicolau I (858-867) foi o primeiro a usar a coroa, servindo-se do documento


espúrio AS FALSAS DECRETAIS DE ISIDORO
· O cânon Niceano, reconhecendo a paridade de jurisdição de Alexandria, Antioquia e
Roma, cada qual em seu próprio território, apareceu na tradução latina com o título:
“roma sempre teve o primado”.
· A frase de Agostinho: causa finita est – a causa está decidida, foi mudada para Roma
locuta est; causa finita est: Roma falou, decidiu-se a causa, e foi assim citada no Manual
de Catecismo de Pio X.
· A mais influente fraude documental da História foram as Decretais de Isidora, que
apareceram em 853 e foram utilizadas por Nicolau. Essas decretais foram incorporadas
ao Direito Canônico e por 600 anos continuaram a ser usadas como a prova máxima da
supremacia papal sobre a Igreja e o Estado. Segundo o pseudo-Isidoro, a sé romana é “a
cabeça, o coração, mãe e cúpula de todas as igrejas” e não está sujeita a tribunal algum.
Esse documento falso, forjado, supondo ser um documento do II e III séculos, exaltava
o poder dos papas e legitimava o papado desde o apóstolo Pedro.
· As “pseudas decretais de Isidoro” selaram a pretensão do clero Medieval com o sinete
da antiguidade e o papado que era recente tornou-se coisa antiga. Esse maior imbuste da
história antecipou o papado em 5 séculos.

6. O papado como infalível corrompeu-se moral e teologicamente


· O papado na Idade Média tornou-se opolento econômica e politicamente. Também
corrompeu-se ao extremo.
· Embora historicamente os papas se considerassem infalíveis, esse dogma só veio a ser
definido no Concílio Vaticano em 1870, no tempo de Pio IX.
· Os papas, dizendo-se infalíveis em matéria de fé e moral, entraram em contradição,
instituíram a inquisição (Inocêncio III, em 1215 instituiu a inquisição papal. Inocêncio
IV, quinze anos depois, legalizou a tortura. Em 1478, Sixto IV sancionou a inquisição
Espanhola. A inquisição romana foi organizada por Paulo III e administrada com zêlo
especial por Paulo IV 1555-1559. Leão X afirmou que a queima de dissidentes
religiosos era de expressa revelação do céu.
· Os papas dizendo infalíveis declararam heréticas as descobertas científicas. De
Copérnico. Galileu Galilei foi preso em Florença por defender que a terra gira em torno
do sol. Em 1633 ele foi julgada pela inquisição e precisou se retratar para não ser
queimado.
· O papa, sendo infalível, criou muitos dogmas contrário às Escrituras, ao longo da
história:
a) 431 – Culto a Maria: Mãe de Deus, Imaculada, Intercessora, Co-Redentora, Assunto
aos céus.
b) 503 – Purgatório.
c) 787 – Culto às imagens.
d) 913 – Canonização dos santos.
e) 933 – canonização dos santos
f) 1184 – Inquisição – Na Idade Média, na Pré-Reforma, no Concílio de Trento, na Pós-
Reforma. Os jesuítas – A companhia de Jesus, o braço da inquisição. O francês
calvinista Jacques Le Balleur foi assassino pelo santo canonizado Anchieta no Rio de
Janeiro em 9/2/1558.
g) 1190 – A venda das indulgências.
h) 1216 – Institui-se a confissão.
i) 1215 – Decretam a transubstanciação.
j) 1546 – No concílio de trento – incluem os livros apócrifos.
k) 1854 – Dogma da Imaculada Conceição.
l) 1870 – Dogma da infalibilidade papal.
m) 1950 – Dogma de assunção de Maria.

· John Wycliff considerou o bispo de Roma não como vigário de Cristo, mas como o
homem do pecado.
· John Huss acusou os doutores da igreja de colocar o papa em paridade com o Espírito
Santo.
· Lutero dizia que as falsas pretenções do papa concorda tanto com o governo dos
apóstolos como Lúcifer com Cristo, o Inferno com o céu, a noite com o dia.
· Calvino entendiam que o papa é uma figura do anticristo.
· Tyndale chamava o papa de anticristo e o catolicismo romano como a prostituta de
Babilônia.
· O prefácio da Bíblia King James, 1611, chama o papa de “o homem do pecado”.
· A Confissão de Fé de Westminster fala que o papa é o anticristo, o homem do pecado,
o filho da perdição.

7. O papa muda de tática no Concílio Vaticano II


· A partir de João XXIII a igreja mudou de tática e passou a dar uma ênfase ecumênica.
Tanto João XXIII, como Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, trabalharam nessa
direção. A questão não é mudança de convicção, mas de tática. Roma é sempre a
mesma.
· Em vigência, porém, está a constituição dogmática LUMEM GENTIUM do Concílio
Ecumênico Vaticano II, promulgado em 21 de Novembro de 1964: “Pois o romano
pontífice, em virtude do seu múnus de vigário de Cristo e pastor de toda a igreja, possui
na igreja poder pleno, supremo e universal”.
· Joseph Ratzinger disse que as outras igrejas não são co-irmãs, mas procedentes do
romanismo.
8. As encíclicas e bulas papais hoje já não são mais levados a sério pelos fiéis católicos
· O catoliscimo está perdendo seus fiéis a cada ano. Na Europa as igreja estão vazias.
Na América Latina O catoliscimo perde fiéis aos milhares a cada ano.
· O povo que se diz católico não obedece as bulas e encíclicas papais, daqueles a quem
consideram infalível.
· Não obstante nos últimos anos, Roma teve papas respeitados pela sua firme posição
moral e esforço nas causas políticas e sociais, e religiosas como João XXIII, Paulo VI,
João Paulo II, e agora Bento XVI, o catolicismo romano não pode ser considerado uma
legítima vertente do Cristianismo bíblico e apostólico.

CONCLUSÃO

1. A verdade sempre traz benefícios – As nações que cresceram sugando o leite da


verdade, colonizadas pelo protestantismo foram nações ricas, fortes, prósperas,
enquanto as que cresceram sob o báculo do papa, foram nações pobres e atrasadas. A
Reforma não foi um desvio da Igreja Romana, mas uma volta ao Cristianismo
apostólico.
2. O ecumenismo é uma armadilha para neutralizar o avanço evangelístico da igreja – A
proposta ecumênica encantou os evangélicos ingênuos e paralizou o ímpeto
evangelístico da igreja protestante.
3. A apologética não pode ser um fim em si mesmo – A igreja precisa conhecer a
verdade, viver a verdade proclamar a verdade. A igreja de Éfeso na defesa da fé perdeu
o amor. Devemos os católicos e evangelizá-los. Uma das melhores maneiras de
evangelizar um católico é ensinando para ele o catolicismo.

Um retrato da igreja

Referência: João 12.1-8

Ø Este texto serve para nós de um modelo para entendermos o que é a igreja.
Ø Vivemos numa época de despersonalização, de massificação. A igreja, porém, é lugar
onde pulsa a vida de Deus.

I. IGREJA: LUGAR DOS QUE MORREM E RESSUSCITAM – v. 1


Ø Naquele banquete estava também Lázaro. Ele estivera doente, morto, sepultado,
necrosado. Agora, vivo, sentou-se à mesa e com alegria desfrutava da festa.
Ø Lázaro era testemunho vivo, inquestionável da intervenção soberana e sobrenatural
do poder de Jesus que rompe com os limites das impossibilidades humanas.
Ø Ali estavam o agente (Jesus) e o objeto (Lázaro) da ação de Deus.
Ø Como o cego curado por Jesus que dissera “Eu era cego e agora vejo”, Lázaro dizia:
“Eu estava morto e agora vivo.”
Ø A vida é a proposta central de Jesus. A Bíblia diz: “A vida estava nele, e a vida era a
luz dos homens.” Ele veio trazer vida, vida eterna, abundante. Sua vida em nós são o
fluir dos rios de água viva.
Ø Antes, estávamos mortos em delitos e pecados. Éramos pessoas insensíveis = não
reagíamos ao chamado de Deus. Não ouvíamos a Palavra de Deus. Não víamos o amor
de Deus.
Ø Antes éramos pessoas sem fome espiritual = não tínhamos apetite das coisas de Deus.
Ø Antes estávamos gelados e nos corrompendo = até que a vida de Jesus entrou em vós.
Nascemos de novo! Agora estamos vivos! Mortos, sim para o pecado. Crucificados sim
para o mundo, mas vivos para Deus.

II. IGREJA: LUGAR DOS QUE SÃO CURADOS – Mc 14.3


Ø Antes de Jesus nossa vida estava marcada pelas doenças do nosso caráter, estávamos
cheios de chagas, mas Ele nos curou. A lepra era uma doença terrível, sinal evidente do
nosso estado espiritual.
Ø a) A lepra separa = Quantos doentes nos relacionamentos – separados do cônjuge, dos
pais, dos filhos, da família, dos irmãos, inimizades, mágoas; b) A lepra deixa insensível
= Gera frieza, insensibilidade, dureza de coração, anestesiamento nas relações. Quantas
pessoas hoje duras, insensíveis. Estão enfermas; c) A lepra deixa marcas = Muitas
pessoas carregam as tatuagens, as feridas abertas, os sinais visíveis da sua dor, da sua
enfermidade; d) A lepra contagia = Quantos que estão aqui já foram arrastados por este
caudal de influência corruptora. Já corromperam e foram corrompidos. Mas Jesus vem e
nos cura. Nos restaura. Nos põe de pé. Nos limpa. Nos torna dignos.

III. IGREJA: LUGAR DE PECADORES NÃO TRANSFORMADOS – v. 4


Ø Ah, como é triste saber que existem pessoas na igreja que jamais foram
transformadas! Judas talvez tivesse ali o melhor currículo religioso: Era judeu, discípulo
de Jesus, tesoureiro da associação missionária de Jesus, mas não era convertido.
Ø Judas caiu no seu ponto forte = Judas devia ser talentoso no trato com o dinheiro.
Jesus mesmo conhecendo o coração de Judas, confere-lhe o privilégio de ser o
tesoureiro. Talvez para chegar ao seu coração.
Ø As leis da tentação = Judas tinha o dom de administrar o dinheiro e chegou a querê-lo
tanto que se converteu primeiro em ladrão e logo em traidor por causa do dinheiro. A
tentação lhe chegou por meio do seu dom natural.
Ø Uma visão distorcida das coisas = Judas se irrita com a oferta de Maria a Jesus. Acha
um desperdício. Judas é um homem avarento, amargo e sua visão estava afetada por esta
amargura. O ponto de vista de uma pessoa está afetada pelo que ela tem no seu interior.
Ø Uma justificativa aparentemente razoável, porém, insincera = “…porque não se deu
esse valor aos pobres?” = Judas era um ladrão. Queria o dinheiro não para os pobres,
mas para ele mesmo. Ele se exasperou porque Maria gastou 300 moedas (denários) com
Jesus, mas ele traiu a Jesus por 30 moedas.
Ø Este tem sido um peso no meu coração. Tenho clamado e chorado diante de Deus
para que nosso povo não apenas seja religioso, mas um povo salvo. Há pessoas que
ainda estão com saudades do Egito. Há pessoas que ainda vão buscar os banquetes não
onde Jesus está, mas os banquetes do mundo. Precisam de salvação!

IV. IGREJA: LUGAR DE PESSOAS PRONTAS A SERVIR – v. 2


Ø Marta sempre foi coerente. Amava a Jesus e Jesus a amava. Marta sempre procura
mostrar o seu amor através do trabalho de suas mãos.
Ø A igreja é o lugar daqueles que servem a Jesus e aos irmãos. Lugar daqueles que são
capazes de lavar os pés uns dos outros, correr, aliviar.
Ø A igreja só é digna do seu Senhor quando imita a sua vida e Jesus veio para servir.
Maior é o que serve. A igreja é o lugar onde os irmãos levam as cargas uns dos outros.
Ø É o lugar onde os aflitos são consolados. Onde os feridos são curados. Onde os
rejeitados são acolhidos. Onde os famintos são alimentados. Onde existe a encarnação
da misericórdia de Deus.

V. IGREJA: LUGAR DOS QUE CONSAGRAM O MELHOR QUE TÊM A JESUS –


v. 3
Ø Vemos aqui quatro coisas importantes no amor de Maria por Jesus:
1) Vemos a prodigalidade do seu amor = Esse perfume era importado = vinha das
cordilheiras do Himalaia em camelos. Esse perfume era puro = e não falsificado.
Oferece a Jesus o autêntico, o melhor. Esse perfume era caro = 300 denários. Salário de
um ano de trabalho. Esse perfume era o melhor que ela tinha = Ela fez o que pode. Ela
derramou todo o perfume sobre Jesus. Ela deu tudo que possuía para Jesus. Não reteve
nada. Ela quebrou o vaso. A casa toda se encheu com o perfume. Nossa casa é
perfumada pela nossa devoção a Jesus?
2) Vemos a humildade do seu amor = Ela unge os pés de Jesus. É a seus pés que ela
sempre está: l) Para aprender. 2) Para chorar. 3) Agora para agradecer.
3) Vemos a coragem do seu amor = Ela enxuga os pés de Jesus com os próprios
cabelos. Nesta hora Maria rompe com sua própria reputação. Naquela época não era
normal uma mulher direita soltar os cabelos em público. A igreja é o lugar daqueles que
não se importam com o que os outros pensam quando desejam demonstrar amor a Deus.
Jesus diz: “Este ato vai ser proclamado no mundo inteiro.” (Mt 26.13).
4) Vemos a urgência oportuna do seu amor = Ela ungiu Jesus em vida. As outras
pessoas só ungiram Jesus depois que ele morreu. Muitos só dão flores na hora da morte.
Nunca deram um botão de rosa em vida. Devemos demonstrar o nosso amor por Jesus
enquanto é dia. Ou você dedica seu amor a Jesus hoje ou talvez jamais você poderá
expressá-lo.

VI. IGREJA: LUGAR DA PRESENÇA DE JESUS – v. 1


Ø A presença mais importante na igreja é a de Jesus. A igreja só existe quando Jesus
está presente, senão é um clube.
Ø Apocalipse 1 diz que Jesus está no meio dos candeeiros para exortar o seu povo. A
maior necessidade da igreja é da presença de Jesus.

VII. IGREJA: LUGAR DE DESCANSO E ALÍVIO


Ø Jesus foi para Betânia depois de intensa atividade. Era um intervalo entre seu
ministério e o calvário.
Ø A igreja é o lugar de descanso, de alívio dos que estão aflitos: É BETEL = casa de
Deus, porta do céu. PENIEL = lugar de encontro face a face com deus. EL BETEL =
lugar que Deus nos restaura de novo. BETESDA = casa de misericórdia, onde os
doentes são curados.

CONCLUSÃO

Esta é a família de Deus. Lugar de comunhão, de vida, onde Deus há de ordenar a sua
vida e a sua bênção. Esteja conosco. Não se afaste como Demas. Não se ausente como
Tomé. Caminhe conosco até entrarmos juntos em Sião. Ninguém deverá ficar para trás.

A igreja depois da reforma

Referência: Atos 1.8


I. OS PRINCIPAIS REFORMADORES
1. Lutero = As 95 teses contra as indulgências, os hinos, a tradução da Bíblia
2. Zwinglio = Reforma na Suíça, em Zurique
3. Calvino = As Institutas, a reforma em Genebra, o preparo e envio de obreiros.
4. John Knox = A implantação da forma na Escócia.

II. CONTEXTO HISTÓRICO NA EUROPA


1. Guerra dos 30 anos na Alemanha = 1618 a 1648 entre católicos e protestantes – a paz
de Westfália pôs fim à sangrenta guerra.
2. O Sínodo de Dort na Holanda = Em 1618 e 1619 acalorada disputa entre
ARMINIANOS E CALVINISTAS. O Sínodo rejeita as idéias de Armínio, já
combatidas por AGOSTINHO no Sínodo de Cartago em 416 e finca uma das maiores
estacas da ortodoxia calvinista – os cinco pontos do calvinismo: TULIP.
3. O massacre dos huguenotes na França = Os calvinistas franceses, chamados de
huguenotes, foram perseguidos e assassinados na França, por várias razões: a) A
Sorbona – Faculdade Teológica da Universidade de Paris e o Parlamento eram hostis a
toda inovação doutrinária; b) Catarina de Médicis – A partir de 1559 o governo francês
caiu nas mãos de Catarina de Médicis, educada na Escola Maquiavélica, pronta a
sacrificar a vida de seus súditos para alcançar sua ambição; c) O massacre de São
Bartolomeu – Esse crime hediondo ocorreu na noite de 24/08/1572, quando milhares de
calvinistas foram mortos numa noite de traição sob a comemoração festiva do papa; d)
A influência do rei Felipe II da Espanha – ardoroso católico, genro de Catarina de
Médicis, insuflando a sogra ao extermínio do protestantismo na França.
4. Os calvinistas tiveram vários nomes = 1) Na França = Huguenotes; 2) Nos países
baixos – Holanda = Reformados; 3) Na Escócia = Presbiterianos; 4) Na Inglaterra =
Puritanos.
5. É proibido ser crente na França = Em 1685, o rei da França promulgou o Edito de
Fontainebleau que revogava o Edito de Nantes. A partir de então, seria ilícito ser
protestante na França. Saiu em massa huguenotes para a Suíça, Alemanha, Inglaterra,
Países Baixos e América do Norte. Esse fato desequilibrou a economia francesa e isto
conduziu à REVOLUÇÃO FRANCESA. Nesse período milhares de calvinistas foram
enviados às galeras e as mulheres condenadas à prisão perpétua.

III. OS PURITANOS NA INGLATERRA E ESCÓCIA


1. Henrique VIII = Em 1534 rompe com o papa para se divorciar e casar-se com Ana
Bolena e passa a ser o chefe da igreja da Inglaterra. Ele nunca mudou sua teologia.
Conservou na igreja a teologia e a liturgia romana. As pessoas que fugiram da Inglaterra
perceberam que a Reforma na Inglaterra não tinha ido suficientemente longe. Eles
queriam mudança. Eles protestaram. Os que voltaram do continente influenciaram o
pensamento inglês. Houve perseguição sob o governo de Henrique VIII até o fim do seu
reinado.
2. Eduardo VI = Em 1547 subiu ao trono seu filho EDUARDO VI. Começou a imprimir
afeição nova à igreja sob a influência do arcebispo Cranmer. Parecia que a Inglaterra ia
entrar num período de verdadeira reforma. Porém, o rei morre prematuramente em
1553. John Hooper rejeitou o bispado pela sua discordância em usar as vestes
cerimoniais. Houve acaloradas discussões. Ele não aceitava aquelas vestes que era uma
“paramentação do clero.” Cranmer não foi ao continente, por isso tinha uma visão muito
insular.
3. Maria Tudor = Irmã de Eduardo VI sobe ao trono em 1553 e governa até 1558. Era
católica ferrenha. Lutou para desfazer as obras do seu pai e irmão e reconduzir a
Inglaterra ao Romanismo. Perseguiu e matou tantos crentes que isto que valeu o título
de Maria, a sanguinária. Fugindo à sanha dessa inimiga pertinaz, os crentes deixavam às
centenas a Inglaterra e foram para a Holanda e Genebra entrando em contato com
Calvino, então, no auge da sua influência. Dentre eles estava John Knox. Alguns
permaneceram na Inglaterra como LATIMER, RIDLEY E CRANMER os quais foram
mortos.
4. ISABEL = Em 1558 morre a sanguinária e sobe ao trono ISABEL, sua irmã e tem um
longo reinado até 1603. Isabel no seu reinado muito favoreceu a Reforma. Um de seus
primeiros atos foi permitir a volta à Pátria dos exilados dos tempos de Maria Tudor. Os
exilados voltaram imbuídos do espírito evangélico que haviam encontrado em Genebra.
Começaram a insistir que os ingleses não sabiam o que era Reforma. Porém, Isabel não
abria mão de comandar a igreja, indicar e nomear os bispos e manter cerimônias
contrárias à Reforma. Aqueles que voltaram do continente não aceitavam mais uma
igreja apenas meia reformada. Eles exigiam 4 coisas: DOUTRINA PURA, LITURGIA
PURA, GOVERNO PURO E VIDA PURA. O puritanismo cresceu a ponto de se tornar
uma grande força no fim do seu reinado. Seus esforços para reduzir o Puritanismo ao
Anglicanismo foram inúteis.
5. O PRESBITERIANISMO NA ESCÓCIA = Entre os exilados, volta em 1559 John
Knox que assumiu a direção da Reforma na Escócia. Até então, só havia na Escócia
alguns grupos esparsos de crentes evangélicos. Já em 1560 o Parlamento Escocês abolia
o Romanismo e estabelecia como religião oficial o Presbiterianismo. John Knox entrou
em luta com a formosa rainha da Escócia, Maria Stuart, que era católica, mas a despeito
de seus grandes esforços não conseguiu reduzir a Escócia ao Romanismo. Ela abdicou
ao trono e seu filho Tiago VI tornou-se rei da Escócia. O presbiterianismo tomou conta
da Escócia, apesar de Tiago VI ser católico.
6. UMA GRANDE BATALHA NA INGLATERRA = Em 1603 Isabel morre e então os
dois reinos se uniram sob o comando de Tiago VI da Escócia que ascendeu ao trono
como Tiago I, rei da Inglaterra e da Escócia até 1625, quando morreu. Ele tentou em
vão submeter os presbiterianos da Escócia e os puritanos da Inglaterra ao Anglicanismo.
Em 1625.
7. O REI CARLOS I E O PARLAMENTO INGLÊS = Em 1625 ascende ao trono
Carlos I, filho de Tiago I, como rei da Escócia e Inglaterra e chefe da igreja. Ele foi o
mais determinado a conformar os puritanos e os presbiterianos ao anglicanismo.
Mandou emissários à Escócia para impor o ritual anglicano aos escoceses. Os escoceses
se rebelaram e às dezenas de milhares assinaram a solene liga e pacto e organizaram um
exército para enfrentar o exército de Carlos I. O rei fez eleger um Parlamento que lhe
votasse recursos de homens e de dinheiro para guerrear contra a Escócia e verificou com
horror que o povo elegera um Parlamento puritano. Dissolveu ente e determinou que se
procedesse nova eleição. Maior número de puritanos foi eleito. Resolve dissolvê-lo, mas
o Parlamento permanece em trabalhos e nestas circunstâncias é que o Parlamento
convoca a Assembléia de Westminster que elaborou a Confissão de Fé e os Catecismos
(1643-1649). O Parlamento inglês organizou em exército para enfrentar os exércitos do
rei. Pediram ajuda à Escócia e esta prometeu ajuda desde que eles assinassem a liga
solene de que manteriam fiéis aos princípios da Reforma. Assinaram a liga e assim o
exército parlamentar de Oliver Cromwell derrotou o exército do rei Carlos I e acaba a
guerra civil. Carlos I foi decapitado em 30/01/1649 e Cromwell governou até 1658.

IV. ÊNFASES PURITANAS


1. Pureza
1.1. Governo puro = Não ingerência do governo na igreja + Não episcopalismo +
Participação leiga.
1.2. Liturgia pura = Não liturgia engessada + Não vestimenta papal + Espiritualidade do
culto X aspecto formal do culto + Centralidade da pregação
1.3. Doutrina pura = Doutrina calvinista (TULIP) X doutrina arminiana e sinergista.
1.4. Vida pura = Santidade como estilo de vida.

2. Soberania de Deus
2.1. Princípio regulador puritano = “A glória de Deus” = casavam, trabalhavam,
comiam, descansavam, escolhiam profissão, pregavam, criavam filhos, educavam,
ganhavam dinheiro, gastavam – tudo para a glória de Deus (corrigir a falta de temor a
Deus).
2.2. Soberania na salvação = TULIP (corrigir um evangelho centrado no homem para
melhorá-lo, fazê-lo sentir-se bem – Antigo X Novo Evangelho).
2.3. Soberania nos acontecimentos – Providência = (corrigir distorção da teologia da
prosperidade) Ter X Ser = Abrão era e tinha; Elias era e não tinha; outros têm, mas não
são.

3. Centralidade da Bíblia = Quacres – a luz interior + O racionalismo: Descartes-Hume-


Kant-Hegel + Bultman + Barth + Experiencialismo.
4. Ênfase no arrependimento, conversão e santificação = Convicção de pecado + agonia
do arrependimento + santidade é a prova da justificação.
5. Vida teocêntrica = O último conselho de Richard Baxter aos seus paroquianos foi:
“Mantenham um deleite constante em Deus.” Toda a vida é de Deus. Toda a vida era
sagrada. O puritanismo resgatou um senso de totalidade à vida, em contraste com os
mosteiros da Idade Média e a posição pietista do século XVII
6. Viviam na expectativa do futuro = Eram otimista + Não aplaudiam a desgraça +
Eram práticos, ativos e dinâmicos. “A alma da religião é a parte prática.” = Fundaram
Universidades, criaram escolas, tinham forte espírito missionário.
7. Vida cristã equilibrada =
7.1. Ortodoxia e piedade = mente e coração; oração e jejum e estudo profundo.
7.2. Teólogos e homens de oração = Hoje quem se interessa por teologia não ora. Quem
ora não se interessa por teologia – Ex. Os membros da Assembléia de Westminster.
7.3. Aceitavam e rejeitavam o mundo = local de serviço a Deus e lugar que pode desviar
as pessoas de sua vida espiritual eterna.
7.4. Aspecto ativo e contemplativo = Dedicavam-se à leitura da Palavra, à oração,
meditação, mas eram ativos, práticos – casulo pietista (universidades e hospitais).
7.5. Obras humanas e graça de Deis = lei e evangelho + santidade pessoal e ação social.
7.6. Trabalho e lazer = todo trabalho honesto é sagrado + vocação + o valor do trabalho
– ensinavam os filhos a trabalhar.
8. Família para a glória de Deus = A finalidade da família = Estabelecer o Reino de
Cristo em casa + Liderança amorosa + Pais = devem se esforçar para que seus filhos
sejam mais filhos de Deus do que seus + Treinamento dos filhos = a importância do
treinamento precoce, ensino pelo exemplo mais do que pelas palavras, ter dois lados:
cobrar e encorajar + culto doméstico – estudar com os filhos o sermão.
9. Sermão atingidor = pregação inflamada, solene, concentrando-se nas grandes
verdades do Evangelho e capacitada pelo poder do Espírito Santo.

V. PERÍODO DOS GRANDES AVIVAMENTOS


1. Avivamento morávio = Zinzendorf e a companhia missionária
2. Avivamento Inglês = Whitefield + Wesley
3. Avivamento no País de Gales = Daniel Rowland e Howell Harris
4. Avivamento na Nova Inglaterra = Jonathan Edwards e Whitefield
5. Avivamento com Finney e Moody no Século XIX
6. Avivamento com Robert McKeyne na Escócia
7. Avivamento com Evan Roberts século XX país de Gales: China, Coréia, África.

VI. AS CAUSAS DE NÃO SE BUSCAR AVIVAMENTO DEPOIS DE 1860


1. O declínio de teologia reformada = Até então, a teologia era basicamente calvinista.
Veio a era modernista. Veja as lutas de Spurgeon.
2. A influência dos escritos de Finney = As pessoas em vez de buscar a Deus e orar por
avivamento quando vêem a igreja desfalecer, resolvem antes encarregar uma comissão
para organizar campanhas evangelísticas.
3. Intelectualismo sem piedade = Depois de 1860 os livros sobre o Espírito Santo de
calvinistas e arminianos nem se referem ao avivamento (Lewis Sperry Chafer, Charles
Hodge – preocupação em termos de grandes e abstratos sistemas).
4. Por que os reformados perderam o interesse por avivamento? = 1) Interesse só por
doutrina sem interessar-se por piedade. 2) Muita energia despendida na luta contra o
modernismo deixou de lado uma pregação positiva. 3) Aversão natural para com a
emoção e assim cai noutro extremo e extingue o Espírito. 4) Excessiva reação ao
pentecostalismo – antipentecostal > antipentecoste > antiEspírito Santo. 5) Preconceito
– pensar em termos de rótulos e partidos – Deus usou arminianos. Quem defende a
soberania de Deus não pode questionar isso! AMÉM

Quando tudo parece perdido

Referência: JOÃO 11

As crises são inevitáveis = Lázaro mesmo sendo amigo de Jesus, amado por Jesus, ficou
doente.

As crises podem aumentar = Lázaro procurou todos os recursos, inclusive Jesus, mas
chegou a morrer. Parece que tem hora que uma tempestade desaba sobre a nossa cabeça.
Nosso lar é fuzilado com artilharia pesada. Perdas. Prejuízos. Acidentes. Luto. Oramos
e nada acontece. Aliás, piora. Queremos alívio e a dor aumenta. Queremos subir, e
afundamos ainda mais.
Este texto fala-nos de Jesus: sua amizade, onisciência, coragem, compaixão, ira e seu
poder. Este é o retrato de Deus. Este é o nosso assunto.

I. UMA RECADO PARA JESUS – v. 3,5,11


“Senhor está enfermo aquele a quem amas.”(v. 3).

Marta e Maria nada pediram a Jesus. Só informaram. É impossível amar a um amigo e


abandoná-lo. Concentram não no amor delas por Jesus, mas no amor de Jesus por
Lázaro.

Elas sabiam que Jesus viria. Sabiam que Jesus as atenderia. Sabiam que bastava este
recado para mover e remover Jesus. Bastava este recado para que Jesus mudasse toda a
sua agenda e todo o seu calendário.
Isso era o panlógico. O óbvio. O normal. O previsível. O natural. Ilustração:
ANDREWS FALA DE DOIS AMIGOS QUE LUTARAM JUNTOS NA PRIMEIRA
GUERRA MUNDIAL – “Eu sabia que você viria…”

II. A DEMORA DE JESUS – v. 6

Aos invés de cancelar seus programas e ir logo a Betânia, manda um recado para Marta
e Maria que aquela enfermidade não era para a morte, e Lázaro morreu!

Como conciliar o amor com a demora? Marta e Maria introspectivaram-se. Fizeram


cavernas na alma. Abriram um poço de questionamento.

A angústia das irmãs: Lázaro piorando…como harmonizar a Palavra de Jesus com as


condições de Lázaro? Muitos certamente passaram a censurar a Jesus: Por que ele não
veio? Falta de amor! Desinteresse! Descuido!

Muitas vezes Deus parece demorar:


a) Prometeu um filho a Abraão e Sara = Só depois de 25 anos cumpriu a promessa.
b) A tempestade no mar = Só na quarta vigília da noite Jesus vem.
c) Jairo vai pedir a Jesus = Vai para curar sua filha e se atrasa na viagem. Quando chega
a jovem já estava morta.

Marta entra em angústia com a situação. Sua fé vacila. Passa por três provas:
d) Ausência de Jesus = Todos podiam ter faltado, menos Jesus. “Senhor, se estiveras
aqui, meu irmão não teria morrido.”
e) A demora de Jesus = Jesus não teve pressa. Adiou a viagem.
f) A morte de Lázaro = Agora não adianta mais. Agora é tarde. Agora não tem mais
jeito.

Marta crê que JESUS PODERIA TER SIDO v. 21 = PASSADO

Marta Crê que JESUS SERIA – v. 24 = FUTURO

Marta não crê no Jesus que age AGORA = PRESENTE. Então Jesus lhe diz EU SOU –
v. 25

Marta vacila entre a FÉ e a LÓGICA: “Eu sei…” (V. 22,24)

Coré também enfrentou este problema da demora de Deus. “Onde está o teu Deus?” =
Seus inimigos punham o seu Deus no banco dos réus e perguntavam-lhe: “Onde está
Deus que não evitou a tragédia, o acidente, o prejuízo, a doença, a morte…?”

Talvez essa é a sua angústia = Você tem orado pelo seu casamento e o vê mais perto da
dissolução. Você tem orado pelo seu cônjuge e o vê mais insensível. Você tem orado
pelos seus filhos e eles continuam mais distantes de Deus. Você tem orado pelo seu
emprego e ele ainda não surgiu. Você tem orado por um namorado(a) crente e ele(a) não
aparece. Você tem orado pela sua igreja e ainda há corações duros como uma pedra que
resistem ao Senhor.

III. A MOTIVAÇÃO DE JESUS – v. 4


Jesus não tem pressa. Ele não chega atrasado. Ele não falha. Ele não é colhido de
surpresa. Ele conhece o fim desde o princípio, o amanhã desde o ontem. Ele enxerga o
futuro desde o passado. Por isso, demorou mais dois dias, porque sabia o que ia fazer!

Os olhos daquele que vira Adão escondido no Éden; os olhos daquele que vira a
intenção dos construtores de Babel. Os olhos daquele que sonda os corações estava
atento ao seu amigo Lázaro. Nada escapa ao seu controle. Aquele enfermidade era para
a glória de Deus. Ressuscitar um morto é algo mais estupendo do que curar um
enfermo. Ressuscitar um morto de quatro dias é mais extraordinário do que ressuscitar
um que acabou de morrer. Os discípulos creriam. Marta e Maria seriam consoladas.

Rm 8.28 = TODAS AS COUSAS COOPERAM PARA O BEM… Ex.: A Vida de José


do Egito = Odiado, vendido, traído, preso, esquecido. 20 anos de ostracismo. Deus o
elevou. Deus está no comando. Em Cristo somos mais que vencedores.

IV. A CORAGEM DE JESUS – v.

Jesus não age pela pressão, pelo calendário humano. Ele sai da Galiléia certo de que
seria preso, morto, crucificado. Mas nada o detém. Ele não levou em conta a vergonha
da cruz.

No Evangelho de João Jesus manifestou-se sete vezes como o EU SOU:


a) EU SOU O PÃO DA VIDA (6.15) = Mas os homens não tinham apetite espiritual.
b) EU SOU A PORTA (10.9) = Mas os homens não quiseram entrar por Ele para terem
salvação, provisão e libertação.
c) EU SOU O BOM PASTOR (10.11) = Mas os homens não quiseram ouvir a sua voz.
d) EU SOU A LUZ DO MUNDO (8.12) = Mas os homens amaram mais as trevas do
que a luz.
e) EU SOU A VIDEIRA (15.5) = Mas os homens não eram galhos da videira.
f) EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA = Mas os homens planejaram a sua morte e
o levam à cruz.

V. O CHORO DE JESUS – v.

O conceito de Deus hoje é muito desfocado, deslunetado: Ilustração = Billy Graham –


vê uma mãe jogar seu filho no rio Ganges como forma de sacrifício, para alcamar o
ânimo dos deuses + sacrifícios humanos de Magia Negra.

Jesus não o Deus distante dos DEITAS; nem o Deus impessoal dos PANTEISTAS; nem
o Deus iracundo e caprichoso dos FEITICEIROS; nem o Deus fatalista dos ESTOICOS;
nem o Deus bonachão dos EPICUREUS. Jesus não é o Deus morto, fixado na madeira,
na pedra, no mármore, carregado no ombro pelos seus fiéis. Jesus não é o Deus
legalista, xerife cósmico dos FARISEUS.

Jesus é o Deus que sofre conosco. Que chora pela nossa dor. Ele é o Deus que vê, que
ouve, que sente e que intervém.

Jesus sabe o que é a dor do sem teto = pois ele não tinha onde reclinar a cabeça. Jesus
sabe o que é dor da pobreza. Ele conhecia a linguagem dolorida do salário mínimo.
Jesus sabe o que é a dor da solidão = Nas horas mais difíceis ele estava só. No
Getsêmani foi deixado só. Para a cruz foi só. Todos o deixaram.

Jesus sabe o que é a dor da perseguição = Perseguido pelo diabo, pelo sanguinário
Herodes, pelos fariseus e pelos escribas.

Jesus sabe o que é a dor da traição = Traído pela multidão que o aplaudiu. Traído por
Judas, seu amigo. Negado por Pedro, seu apóstolo.

Jesus sabe o que é a dor da humilhação = Preso, espancado, cuspido, rasgado, pregado
na cruz debaixo de zombaria.

Jesus sabe o que é a dor da enfermidade = Ele tomou sobre si nossas enfermidades e
nossas dores.

Jesus sabe o que é a dor da morte = Ele mergulhou a sua alma na morte para matar a
morte com a sua morte e tirar o aguilhão da morte com a sua ressurreição.

Jesus solidarizou-se com a sua dor. Ele sofre com você. Ele chora com você. Ele tem
compaixão de você. Descem lágrimas dos olhos de Deus. Ele se sensibiliza com os
nossos sofrimentos e traumas. É um Deus apaixonado. Isso terapeutiza a minha dor.

VI. A IRA DE JESUS – v. 33

“Ele se agitou em espírito” = Jesus se revolta contra as causas que nos fazem sofrer. Ele
sentiu náuseas da morte. Sua ira acendeu-se contra o pecado, que é a causa primeira da
morte. Sentiu indignação contra os efeitos terríveis do pecado.

Choro por ter chamado Lázaro do descanso do paraíso, para uma realidade terrena, onde
está presente o mal e o pecado.

VII. A AÇÃO ONIPOTENTE DE JESUS – v. 39-44

A palavra impossível não tem no dicionário de Jesus. Ele é o Senhor das causas
perdidas.

Lázaro já está morto há quatro dias: MORTO = sem vida; GELADO = sem calor;
SEPULTADO = preso entre quatro paredes; JÁ CHEIRA MAL = decomposição;
ATADO = preso e imobilizado.

Marta vacila na fé. Agora não adianta mais. Já cheira mal. É caso perdido.

SE CRERES VERÁS A GLÓRIA DE DEUS = Crer para ver e não ver para crer.

A onipotência divina não anula a responsabilidade humana = TIRAI A PEDRA (V. 39)
+ DESATAI-O E DEIXAI-O IR (v. 44). Deus fez o impossível, mas o homem deve
fazer o possível.

A ordem para a morte: “LÁZARO, VEM PARA FORA!” = A morte lhe obedece. Os
mortos ouvem a sua voz. Jesus é especialista em causas perdidas. Qual é a sua causa
perdida? Conversão familiares? Restauração do casamento? Cura de uma enfermidade?
Um novo emprego? Uma igreja mais santa, amorosa e dinâmica?

CONCLUSÃO

Os resultados da intervenção de Jesus na ressurreição de Lázaro tiveram duas reações:


1) Muitos judeus creram nEle (v. 45).
2) Outros o rejeitaram (v. 46). Qual é a sua reação, qual é a sua decisão? Amém.

Idolatria

Referência: ÊXODO 20/4

“As imagens são como a fotografia de uma mãe.”


Querubins sobre o propiciatório = não foram feitos como objetos de culto.
Serpente de bronze = Quando os filhos de Israel começaram a queimar incenso à
serpente de bronze, o rei Ezequias a reduziu em pedaços – II Re 18.4.

I. EM QUE CONSISTE A IDOLATRIA

1. Fazer imagens = Ex 20. 3


2. Inclinar-se diante das imagens = Ex 20.5
3. Adorar (dulia – hiper-dulia e latria) as imagens = Is 44.17; Dn 3.5,10,15.
4. Oferecer culto a Deus através das imagens = Ex 32.4,5.
5. Fazer procissão com as imagens = Is 42.8.
6. É obra da carne = Gl 5.20.

II. CARACTERÍSTICA DOS ÍDOLOS

1. Insensíveis = Dt 4.28; Hc 2.19


2. Perecíveis = Is 40.20 (Aparecida quebrada pelo iconoclasta e chutada por D. Helder).
3. Impotente = Jr 10.5; Is 45.20; Is 46.1-7
4. Degradantes = Rm 1.22,23
5. Indignos de adoração = At 17.29
6. Eles não são nada = I Co 8.4

III. CONSEQÜÊNCIAS DA IDOLATRIA

1. Corrompe o coração e acarreta severo juízo divino = Ex 32.7-10; Rm 1.24-32


2. Produz entorpecimento = Sl 115.4-8
3. Embrutece o entendimento = Is 44.9-18
4. Produz ilusão = Is 44.19,20
5. Provoca a ira de Deus = Rm 1.18-23
6. Traz maldição para a família = Dt 17.15; Dt 7.26
7. Produz escravidão aos demônios = I Co 10.19,20
8. Traz condenação eterna = Ap 21.8

IV. A POSIÇÃO DO CRENTE ACERCA DA IDOLATRIA


1. Fugir = I Co 10.14 (ver contexto Corinto)
2. Não ter em casa objetos de idolatria = Dt 7.26
3. Não tomar parte em festa, celebração que se relacione com idolatria – I Co 10.19-22
4. Não ter relações religiosas nem se casar com idólatra – I Co 5.11;Js 23.7;Ex 34.16

Santidade do sexo

Referência: I CORÍNTIOS 7.3-5

INIMIGOS DA SANTIDADE DO SEXO


1. Traumas de infância = abuso sexual
2. Orientação distorcida = sexo é sujo ou é só para procriação
3. Sentimento de culpa = pecados do passado
4. Amargura = espinhos no colchão, fuga, Tv, não ir juntos para a cama
5. Distorções doentias = sexo anal, masoquismo, sadismo, fitas pornôs
6. Frigidez – ejaculação precoce – ausência de organismo – freqüência diferente
7. Não se preparar para o sexo = o jogo idílico – sexualidade – toque – palavras.

I. A SEXUALIDADE FORA DOS PADRÕES DE DEUS

1. Por ter se afastado de Deus o homem se corrompeu sexualmente. Há desvios,


patologias, aberrações, taras.

2. Sodoma e Gomorra – Gn 19.5

3. Os cananitas se perverteram sexualmente – Culto a baal (prostitutas cultuais) –


Oséias

4. A situação dos gregos


4.1. Os grandes personagens da história tinham amantes
4.1.1. Alexandre Magno = Tinha THAIS que depois casou-se com Ptolomeu e tornou-se
mãe de reis.
4.1.2. Aristóteles = Tinha a sua HERPÍLIA
4.1.3. Platão = Tinha sua ARQUENESSA
4.1.4. Péricles = Tinha ASPÁSIA que escrevia seus discursos
4.1.5. Sólon = Quando Sólon legalizou a prostituição e abriu prostíbulos do Estado, os
lucros eram usados para erigir TEMPLOS aos deuses.

5. A situação dos romanos – A frouxidão moral grega invadiu Roma


5.1. Sêneca = “As mulheres se casam para divorciar e se divorciam para casar. A
inocência não é rara, é inexistente.”
5.2. A corte real era devassa como o povo
5.2.1. Messalina = a imperatriz, esposa de Cláudio servia toda noite em um prostíbulo
(Juvenal).
5.2.2. Calígula = Vivia em incesto habitual com DRUSILA, sua irmã
5.2.3. Nero = Nem sequer poupou sua mãe AGRIPINA, a quem depois assassinou.
5.2.4. Gibbon = afirmou que dos 15 primeiros imperadores, Cláudio, o traído pela
mulher, foi o único imperador não homossexual.
6. A reação do Cristianismo = Paulo enfrentou três dificuldades:
6.1. Não havia forte frente de opinião contra a imoralidade = A imoralidade sexual era
vista como algo natural.
6.2. O prevalecimento das idéias gnósticas = o corpo (matéria) é mau e não importa o
que você faz com ele. O gnosticismo defendia a imoralidade.
6.3. A prostituição era vinculada com a religião = Os cultos a baal; templo de Afrodite
em Corinto; o deus Eros na Grécia – estatuetas indecorosas nos Souveniers.

7. O alerta de Paulo
7.1. Aos Romanos – Rm 1.24-28
7.2. Aos Gregos – I Ts 4.1-8

8. A nova moralidade sexual


8.1. A liberação sexual na década de 60
8.2. A Tv, cinema, teatro, literatura pornográfica
8.3. O sexo no namoro
8.4. Os vídeos – as aberrações sexuais no leito conjugal

II. A SANTIDADE DO SEXO VISTA PELA ÓTICA DE DEUS

1. O sexo foi criado pelo Deus santo – Gn 1.27-28; I Co 12.18 = Tudo que Deus faz é
santo. Deus criou as partes do corpo e não criou algumas boas e outras más. O sexo é
ordenado antes do pecado. O fruto proibido não é o sexo.
2. O sexo é bom – Gn 1.31
3. O sexo é recomendado por Deus – Gn 2.22-25; 4.1
4. Jesus ratifica a santidade do sexo – Mt 19.5
5. O sexo no casamento é honroso – Hb 13.4 = A palavra grega é “KOITE”= coabitar –
“O coito no casamento é honroso e sem mácula.”
6. O sexo no casamento é importante e traz felicidade – Dt 24.5 = um ano de lua de mel
7. O sexo no casamento é para prazer do casal – Pv 5.15-21; Ec 9.9
8. O sexo no casamento requer carícias – Gn 26.8; Ef. 5.29 (I Ts 2.7)
9. O sexo no casamento requer entrega – I Co 7.3-5

III. A SANTIDADE DO SEXO EXPRESSADO NA BELEZA DO AMOR


CONJUGAL

1. O amor tem gosto – Ct 1.2 (Sl 104.15) = O amor conjugal deve ser um banquete de
alegria e prazer. O amor é delicioso Ct 7.6

2. O amor conjugal precisa ser fiel


2.1. É como fortaleza inexpugnável – Ct 8.10
2.2. É como jardim fechado, fonte selada – Ct 4.12
2.3. O êxtase pleno vem da comunhão – Ct 4.9

3. O amor conjugal precisa ser santo


3.1. Precisa ser puro – Ct 5.2; Ef 5.26
3.2. Precisa ser exclusivo – Ct 6.9; 2.2,3; 5.9,10; Pv 31.29
3.3. Precisa existir pertencimento – entrega – mutualidade – Ct 6.3; 2.16
A figueira murcha

Referência: MATEUS 21.17-20

I. Há no mundo casos de profissão promissora, porém infrutífera

a) Pessoas As envolvidas neles superam, em muito, tantas outras – Elas nos


impressionam pela conversa, pelos modos . São loquazes na conversa, profundos na
especulação teológica.

b) Tais pessoas parecem desafiar as estações do ano – A figueira produz os frutos antes
das folhas. Certas pessoas parecem muito adiantadas em comparação com as pessoas ao
seu redor, mas é só fachada, só aparência.

c) Tais pessoas ultrapassam a regra comum do crescimento – A regra primeiro figo,


depois folha. Essas pessoas professam, proclamam o fruto, mas não o possuem.

d) Tais pessoas usualmente atraem a atenção dos outros – Segundo Mc 11.14 Nosso
Senhor viu de longe essa árvore. As demais árvores ainda não tinham folha. Essa árvore
era a única que estava em destaque. Essas pessoas não têm nenhuma modéstia, tocam
trombetas e anunciam frutos que não possuem.

e) Tais pessoas não somente atraem o olhar, como também freqüentemente atraem o
convívio de homens bons – Jesus e os discípulos foram até a figueira. Ela os atraiu.
Existem pessoas que fascinam outras pela sua super-espiritualidade de trombeteiam.
Parecem ser piedosos, fervorosos, mas é só folhas.

II. Essas pessoas serão inspecionadas pelo Rei Jesus

a) Ele procurará fruto – Ele perscruta profundamente a nossa vida para ver se tem fruto,
alguma fé genuína, algum amor verdadeiro, algum fervor na oração. Se ele não ver
frutos não ficará satisfeito.

b) Jesus tem o direito de esperar fruto quando Ele vem procurá-lo – Ele tinha direito de
encontrar fruto porque o fruto aparece primeiro, depois as folhas. Aquela árvore estava
fazendo propagando de algo que ela não possuía. Jesus tem encontrado fruto em você?
Conforme João 15.8 o Pai é glorificado quando produzimos muito fruto e essa é a prova
de que somos discípulos de Jesus.

c) Fruto e o que o Senhor deseja ardentemente – Jesus teve fome. Ele procurava fruto e
não folhas. Ele não se satisfaz com folhas. Ele sente necessidade de sermos santos.

d) Quando Jesus se aproxima de uma alma Ele se aproxima com discernimento agudo –
Dele não se zomba. A Ele não podemos enganar. Já pensei ser figo aquilo que não
passava de folha. Mas Jesus não comete engano. Ele não julga segundo a aparência.

III. O Resultado da vinda de Cristo será terrível para quem fez uma profissão fervente,
mas sem fruto
a) Onde deveria achar fruto, achou somente folhas – Se eu professo a fé sem a possuir
não se trata de uma mentira? Se eu professo arrependimento sem tê-lo não é uma
mentira? Se eu participo de ceia, mas estou em pecado e não amo aos meus irmãos não
é isso uma mentira? A profissão de fé sem a graça divina é a pompa funerária de uma
alma morta.

b) Jesus condenou a árvore infrutífera – Jesus não apenas a amaldiçoou, ela já era uma
maldição. Ela não servia para o revigoramento de ninguém.

c) Ele pronunciou a sentença contra ela – A sentença foi fica como está, estéril, sem
fruto. Continue sem a graça. Jesus dirá no dia final APARTAI-VOS para aqueles que
viveram a vida toda apartados. Continue o imundo sendo imundo.

Que tipo de crente voce é: saul ou davi?

INTRODUÇÃO

1. Semelhanças entre Saul e Davi

• A vida dos dois primeiros reis de Israel tem muitas lições a nos ensinar. Havia
diferenças gritantes entre esses dois líderes. Mas vamos ver primeiro suas semelhanças:
a) O nome de ambos tinha forte significado – Davi (amado por Deus); Saul (pedido a
Deus).
b) Ambos tinham boa aparência – Davi era ruivo, tinha belos olhos e era formoso. Saul
era forte e muito belo, e sobressaía a todos do ombro para cima.
c) Ambos foram ungidos reis por intermédio do profeta Samuel – Ambos reinaram
quarenta anos.

2. Diferenças entre Saul e Davi

• Muitas foram as diferenças entre esses dois reis, esses dois líderes. Eles tomaram
caminhos diferentes, fizeram coisas diferentes, viveram de forma diferente, colheram
resultados diferentes e morreram de forma diferente.
• Nesta mensagem vamos explorar essas diferenças e extrair lições para a nossa vida:

I. A ESCOLHA DIVINA

• Davi foi escolhido por Deus, Saul foi pedido pelos homens, fora da hora e da
prioridade de Deus. Saul foi pedido porque o povo rejeitou a Deus; Davi foi escolhido,
porque Saul rejeitou a Deus.

1. Saul foi pedido pelos homens


• 1 Samuel 8.4-22 “… atende à voz do povo em tudo quanto diz, pois não te rejeitou a
ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele… atende a voz do povo e estabelece-lhe um
rei”.
• O povo de Israel estava cansado de guerras. O povo pensou que se tivesse um rei,
estaria seguro e poderia enfrentar vitoriosamente os inimigos. Deus lembrou-lhes que
um rei poderia transformá-los em servos e esse rei poderia se transformar num líder
tirano, injusto e cruel. Mas os israelitas queriam um rei a quem pudesse ver. Queriam
ser como as outras nações. Rejeitaram o cuidado de Deus e Deus atendeu o desejo do
povoe lhes deu Saul. Saul não foi uma escolha do coração de Deus, mas fruto de um
pedido do povo.

2. Davi, uma escolha do coração de Deus


• 1 Samuel 16.1,12 “…levanta-te e unge-o, pois este é ele”.
• Davi era um pastor de ovelhas que confiava em Deus, deleitava-se nele e refugiava-se
nele como seu escudo e vitória. Era um homem humilde, corajoso, que enfrentava as
feras para proteger suas ovelhas e entoava canções ao Senhor.
• Samuel pensou que o ungido de Deus fosse Eliabe. Mas Deus vê o coração e disse-lhe:
“não atentes para a sua aparência, pois Deus não vê como vê o homem; o homem vê a
aparência, mas Deus vê o coração”.
• O propósito de Deus era agradar a Deus. Deus viu isso em Davi e o escolheu. Nosso
coração anseia por Deus? Ele se deleita em Deus? Tem prazer em agradar a Deus?

II. A DISPOSIÇÃO PARA OBEDECER A DEUS

1. Saul persistente na desobediência


a) 1 Samuel 13.13,14 “Então disse Samuel a Saul: procedeste nesciamente em não
guardar o mandamento que o Senhor, teu Deus, te ordenou; pois teria, agora, o Senhor
confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já não subsistirá o teu reino”.
• Saul não obedeceu. Não esperou o profeta Samuel chegar. Ele mesmo, pressionado
pelos soldados, ofereceu o sacrifício. Ele usurpou a autoridade do profeta e desobedeceu
as ordens de Deus.

2. 1 Samuel 15.9 – Saul desobedece mais uma vez. Deus deu uma ordem para ele
destruir tudo dos amalequitas, mas ele não cumpriu a ordem de Deus.
• Vejamos o que Deus disse dessa atitude de Saul: 1 Samuel 15.10-23:
a) Arrependendo-me de ter constituído Saul como rei porque deixou de me seguir e
cumprir as minhas palavras;
b) A rebelião é como o pecado da feitiçaria;
c) Visto que rejeitaste as palavras do Senhor, ele também te rejeitou a ti para que não
seja rei.

3. Davi tinha um coração obediente


• 1 Reis 15.5 “Porquanto Davi fez o que era reto perante o Senhor e não se desviou de
tudo quanto lhe ordenara, em todos os dias da sua vida, senão no caso de Urias, o
heteu”.
• O sonho de Davi não era se exaltar nem se gloriar. Pelo contrário, ele queria honrar a
Deus, construindo-lhe uma casa.

Um homem a quem Deus usa

INTRODUÇÃO

1. Nossa nação está vivendo uma profunda crise institucional. As CPI’s estão abrindo as
entranhas infectas das instuituições políticas. O parlamento está nu. O governo
cabisbaixo. A nação está coberta de vexame e opróbrio.
2. A crise política e moral chegou a níveis insuportáveis. A crise espiritual não é menor.
O enriquecimento ilícito em nome da fé tornou-se notícia quente da imprensa brasileira.
Homens maus escondem-se atrás dos púlpitos e fazem da igreja uma empresa, do
púlpito um balcão, do evangelho um produto e dos crentes incautos consumidores.

3. A nação de Israel também estava em crise semelhante. Dos seis reis que haviam
precedido a Acabe dois haviam sido assassinados e outro havia se suicidado.

4. Israel teve 19 reis, em 8 dinastias. Nenhum deles andou com Deus. Acabe é o pior de
todos. Se isso não bastasse, ele casou-se com a pior mulher do mundo: assassina,
feiticeira e mandona. Jezabel foi a mulher que disseminou em Israel o culto a baal.

5. É nesse contexto que Deus levanta um homem. Em tempo de crise Deus não levantou
uma denominação, um partido, mas um homem.

I. ELIAS DEIBAIXO DOS HOLOFOTES – NA CORTE REAL – (17:1)

1. Deus levantou Elias, um homem desconhecido, de um lugar desconhecido, para


levar uma mensagem ao rei

- A mensagem de Elias é urgente, contundente, poderosa. Não vai chover durante três
anos e meio, segundo sua palavra. Isso seria quebrar a espinha dorsal da credibilidade
de baal.

- Deus não precisa de estrelas, ele precisa de homens disponíveis e obedientes.

- A origem de Elias é um golpe no orgulho dos poderosos. Ele vem de Tisbé, um lugar
obscuro, desconhecido. Ele vem de lugar nenhum. É um ilustre desconhecido, sem
títulos, sem diplomas na parede. Ele não é um figurão.

2. Elias associa o ministério da pregação com o ministério da oração

- Ele orou com instância para não chover e entregou a mensagem a Acabe. Quem ora
prega com poder. Quem ora prega com eficácia. Só podemos ter êxito em público, se
temos intimidade com Deus em secreto.

- Sem oração teremos apenas luz na mente, mas não fogo no coração. Pregação é lógica
em fogo e precisa vir de homem que está em fogo. Wesley dizia: “ponha fogo no seu
sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.

3. Elias tem autoridade de aparecer na presença dos homens, porque ele anda na
presença de Deus

- Elias era um homem semelhante a nós: teve medo, sentiu solidão, fugiu, pediu para
morrer, ficou deprimido. Mas Elias também aprendeu a viver na presença de Deus. A
maior necessidade da igreja hoje é de pastores, de homens que vivam na presença de
Deus.

- A maior necessidade hoje é de homens que conheçam a intimidade de Deus. Muitos


falam sobre Deus, mas não conhecem a Deus. Têm fome de livro, mas não de Deus.
Exemplo: Robert McKeyne – o visitante que foi visitar sua igreja após sua morte e o
zelador lhe disse: ore, chore!

II. ELIAS ESCONDIDO DA MULTIDÃO – NO RIBEIRO DE QUERITE – (17:2-


5)

1. Deus trabalha em nós, antes de trabalhar através de nós

- Deus tira o profeta do palco, debaixo dos holofotes, debaixo das luzes da ribalta e o
envia para o deserto, para a solidão. No deserto Deus nos prova. Ele nos manda para a
solidão do deserto para nos desmamar do mundo.

- Deus fez isso com Paulo. Deus o tirou de Jerusalém e o enviou a Tarso, onde ficou dez
anos no anonimato.

2. No deserto, precisamos depender mais do provedor do que da provisão

- Além de viver na solidão do deserto, Elias devia confiar totalmente em Deus para o
seu sustento. É mais confiar em nós em tempo de fartura. É fácil confiar em Deus
quando estamos no palco.

- Exemplo: minha experiência nos Estados Unidos.

3. O deserto faz parte do curriculo de Deus para a nossa vida

- Foi Deus quem mandou Elias para Querite. O deserto não é um acidente, mas um
apontamento. Deus trabalha em nós, antes de trabalhar através de nós.

- Deus está no controle. Ele sabe o que está fazendo.

4. Quando a sua fonte secar, os recursos de Deus continuarão disponíveis para você

- Elias estava onde Deus mandou ele estar, no tempo que Deus ordenou, mas a fonte
secou. Mas, quando a fonte seca, Deus sabe onde você está, como está, para onde dever
ir e o que deve fazer.

- A fonte secou porque Elias estava orando e Deus agindo.

- Às vezes a fonte seca na vida, no casamento, nas finanças, na saúde, nos


relacionamentos. Mas, quando os recursos da terra acabam, os recursos de Deus
continuam absolutamente disponíveis.

III. ELIAS NA FORNALHA – EM SAREPTA – (17:8-10)

1. Na fornalha, quando as coisas parecem difíceis, elas tendem a piorar

- Deus tirou Elias do deserto e o jogou na fornalha. Sarepta significa fornalha, cadinho.
Antes de Deus usar você, Deus vai depurar você. O fogo só vai queimar a escória.
- A fornalha faz parte da agenda de Deus na sua vida. Ele mesmo vai matricular você na
escola do quebrantamento.

- Ir a Sarepta era um perigo. Fica a mais de 150 Km. Nesse tempo Elias era o homem
mais procurado, vivo ou morto em Israel.

- Deus parece ter senso de humor. Ele manda Elias a Sarepta para ser sustentado para
uma mulher viúva. Se Deus tivese mandado Elias sustentar uma mulher viúva, ele
poderia pensar que, pelo menos teria um ministério.

- Elias sai de Querite para não morrer de sede e quase morre de fome, pois a mulher que
deveria lhe sustentar está para morrer de fome.

- A viúva experimenta um milagre na cozinha.

2. Na fornalha somos desafiados a esperar um milagre de Deus

- A viúva não apenas era pobre, mas agora está enlutada do seu único filho. O menino
morre e a mulher coloca a culpa em Elias. Você já foi acusado de algo que não fez?

- Elias não se defende. Ele apenas disse: “mulher transfere para mim a sua dor, ponha
em meus braços o seu filho morto”.

- Se queremos ver os meninos mortos ressuscitando, precisamos falar com Deus mais
do que nos defendermos das acusações.

- Elias ora, Deus ressuscita o menino, mas ele não capitaliza com isso. Não faz um
discurso de auto-elogio.

- Os mortos espirituais precisam ser ressuscitados: precitamos orar, e agir na certeza de


que só Deus pode trazê-los à vida.

3. Depois da fornalha, um grande reconhecimento

- Agora eu sei que és um homem de Deus e que a Palavra de Deus na sua boca é
verdade.

- Uma coisa é proferir a Palavra de Deus, outra coisa é ser boca de Deus.

- A vida do pregador fala mais do que seus sermões.

- A vida do ministro é a vida do seu ministério.

- O pastor é um homem em fogo. Pregação é lógica em fogo. Ponha fogo no seu sermão
ou ponha o seu sermão no fogo.

- A parte mais importante do sermão é o homem que está atrás do púlpito.

- Os pecados do ministro sãos os mestres do pecado. Os pecados do ministro são mais


graves, mais hipócritas e mais danosos.
- O maior obstáculo da obra são os obreiros.

- Os maiores sermões já foram publicados: Jonathan Edwards. O seminarista que pregou


o seu sermão.

- David Hume e George Whitefield. A Palavra de Deus tem sido verdade em sua boca?

IV. ELIAS NO CARMELO, UM CONFRONTO ESPIRITUAL – (18:1-2, 19)

1. Elias associa a soberania de Deus com a responsabilidade humana

- Deus fala que vai chover, mas Elias ora humildemente, perseverantemente,
triunfantemente. O mesmo fez Daniel no cativeiro, conforme o capítulo 9.

- Deus elege, mas nós precisamos evangelizar.

2. Elias anda segundo a agenda de Deus

- Deus manda Elias aparecer, ele aparece. Deus manda Elais se esconder, ele se
esconde. Deus manda Elias ir para a fornalha, ele vai. Deus manda Elias aparecer e ele
aparece. Ele está pronto, batendo continência para a ordem de Deus.

- Precisamos de gente que simplesmente obedeça: Deus manda e o universo inteiro


obedece: o sol, o vento, o mar, a mula, o verme, os demônios, os anjos. Deus manda
você e você é a única pessoa a ressistir a ordem de Deus?

3. Elias confronta o rei, o povo e os profetas de baal

- Elias confronta o rei, o povo e os profetas de baal. Ele não se intimida, não negocia
sua consciência. Não vende seu ministério. Ele não quer ser popular, mas fiel. Elias diz
ao povo que obediência dividida é tão errada quanto idolatria declarada.

- Elias retirou o baal do caminho de Israel. No caminho das torrentes de Deus havia um
obstáculo. Esse monstruoso ídolo se colocara entre a terra e o céu, entre as chuvas e a
terra seca, entre as bênçãos e o povo. Não adianta dar nome diferente a baal, nem trocá-
lo de lugar. O baal precisa ser removido. Precisamos tirar o entulho, antes do fogo de
Deus descer!

4. Elias antes de pedir intervenção do céu, restaura o altar que está em ruínas

a) O altar da adoração – Porque há ajuntamento, mas não há quebrantamento (Is 1:15);


porque há música celebrativa, mas não adoração (Am 5:23); porque há oferta, mas não
honra ao Senhor (Ml 1:10).
b) O altar da comunhão – Ele ajuntou 12 pedras, símbolo das doze tribos dispersas,
desunidas. Há mágoas na igreja. Há partidos, grupos, no conselho, no coral, nas
sociedades internas, nos presbitérios.
c) O altar da família – Há lares quebrados, há pastores em crise no casamento (Olson –
os pastores são os que mais se divorciam).
5. Elias, um homem que ousou crer na manifestação do poder de Deus

- O ministério de Elias foi timbrado pela manifestação do poder de Deus. Ele não
apenas fala do poder, mas também o experimentava. Ele viu os corvos voando a Querite
para lhe levar alimento. Ele viu a farinha da viúva se multiplicando. Ele viu o menino
morto ressuscitando. Ele viu o fogo descendo e a chuva caíndo. Ele pediu fogo e quando
o fogo caiu, o povo caiu de joelhos! Hoje perdemos a expectativa do sobrenatural.
Nossa teologia é a teologia da Marta, do Deus que fez e que fará, mas não do Deus que
faz.

- Ilustração: A igreja que pegou fogo.

- Precisamos pregar aos ouvidos e aos olhos.

V. ELIAS NA CAVERNA DA DEPRESSÃO – (19:9)

1. Cuidado com a ressaca de uma grande vitória

- Você nunca é tão vulnerável como quando depois de uma grande vitória. As vitórias
de ontem não são garantias de sucesso hoje. Todo dia você precisa ser cheio do Espírito.

- O Elias guerreiro, gigante, agora teme, foge e se deprime.

2. Cuidado com as garras da depressão

a) As causas da depressão
1) Olhar para circunstância em vez de olhar para Deus (19:2-3) – A vida dele dependia
de Deus e não de Jezabel. Sua vida depende de Deus e não do conselho, da igreja, do
salário.
2) Afastar-se das pessoas mais próximas na hora que você mais precisa delas – (19:3b)
– A solidão não é um bom remédio para quem está deprimido. Gente precisa de Deus,
mas gente também precisa de gente.
3) A auto-piedade mascara a sua visão da vida (19:4,9) – Elias pensou que estava
sozinho.
4) O esgotamento físico-emocional (19:4,5) – Elias estava cansado fisicamente e
exausto emocionalmente.

b) A cura para a depressão


1) Sonoterapia e boa alimentação
2) Desabafo
3) Perspectiva para o futuro

VI. ELIAS NO GLORIOSO ARREBATAMEENTO – NO JORDÃO – (2 Rs 2:6-


12)

1. O melhor de Deus para sua ainda ainda está por vir

- Elias queria morrer, mas nem a morte ele experimentou.


- Na corte de Acabe, Elias foi mensageiro de Deus. Em Querite foi quebrantado por
Deus. Em Sarepta foi lapidado por Deus. No Carmelo foi usado por Deus. Na caverna
foi restaurado por Deus, mas no Jordão foi arrebatado por Deus.

- Elias foi levado para o céu como um símbolo da igreja: No último dia, quando a
trombeta soar, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, os vivos, os que
ficarmos seremos transformados e arrebatados para encontar o Senhor nos ares e assim
estaremos para sempre com o Senhor.

2. O desafio de Deus para a sua vida é feito agora

a) “Onde está o Senhor Deus de Elias?” (2 Rs 2:14). Ele é apenas o Deus que agiu
ontem? Ele age ainda hoje? Ele opera maravilhas ainda hoje? Ele reaviva a sua igreja
ainda hoje? Ele abre portas ainda hoje? Ele transforma vidas ainda hoje?
- Eliseu lançou a capa de Elias e as águas do Jordão se abriram. O Deus de Elias está
aqui. Ele é o nosso Deus. Ele está no trono. Ele reina. Ele é o Deus da igreja, da sua
família, da sua vida.

b) “Onde estão os Elias de Deus?” – Os Elias de Deus estão aqui? Eles estão em nosso
meio? Você é um Elias de Deus? Está pronto a ser levantado por Deus, quebrantado por
Deus, lapidado por Deus, usado por Deus? Está pronto a sair da caverna e ser
poderosamente usado por Deus?

O amor que Deus odeia

INTRODUÇÃO

- Um grupo de crianças da primeira série foram conhecer um grande hospital. Depois de


falar sobre os cuidados e a higiene no hospital e percorrer os corredores, ao final do tour
pelo hospital a enfermeira perguntou se alguém tinha alguma pergunta. Uma criança
levantou a mão e perguntou: Por que e como as pessoas que trabalham aqui estão
sempre lavando as suas mãos? A enfermeira sorriu e respondeu: As pessoas que
trabalham no hospital estão sempre lavando as suas mãos por duas razões: Primeiro,
porque elas amam a saúde e segundo, porque elas odeiam os germes.

- Muitas vezes o amor e o ódio caminham lado a lado: “Vós que amais o Senhor,
detestai o mal” (Sl 97:10). “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos
ao bem” (Rm 12:9). O mesmo João que nos falou que o amor é a marca do verdadeiro
cristão (1 Jo 2:10), agora nos diz que a marca do verdadeiro cristão é não amar o mundo
(1 Jo 2:15).

- Há quatro motivos pelos quais os cristãos não devem amar o mundo:

I. POR CAUSA DO QUE O MUNDO É – V. 15

1. Os três significados da palavra MUNDO


• A palavra “mundo” tem três diferentes significados no Novo Testamento: 1) Mundo
físico – “Deus fez o mundo e tudo o que nele existe” (At 17:24); 2) Mundo humano –
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira…” (Jo 3:16); 3) Mundo sistema – “Não
ameis o mundo nem as coisas que há no mundo” (1 Jo 2:15).

2. O que significa o Mundo Sistema?


• Nós usamos a palavra “mundo” como sistema em nossas conversas diárias: o mundo
dos esportes, o mundo da política, o mundo da economia. Estamos nos referindo ao
sistema que rege esses mundos.
• Para João, o mundo era a sociedade pagã com seus falsos valores, suas falsas maneiras
de viver e seus falsos deuses.
• O mundo na Bíblia é o sistema de Satanás que se opõe à obra de Cristo na terra. Esse
sistema se opõe a tudo o que é piedoso (1 Jo 2:16). “O mundo inteiro jaz no maligno” (1
Jo 5:19). Jesus chamou o diabo de “príncipe deste mundo” (Jo 12:31). O diabo tem uma
organização de espíritos maus trabalhando com ele e influenciando as coisas deste
mundo (Ef 6:11-12).
• Assim como o Espírito de Deus nos influencia para fazermos a vontade de Deus, as
pessoas não regeneradas são energizadas pelo diabo para cumprir os seus nefastos
planos – “andastes segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos
filhos da desobediência” (Ef 2:2).
• As pessoas não salvas pertencem a este sistema do mundo. Elas são filhas do mundo
(Lc 16:8). Esse mundo não conheceu a Cristo nem conhece a nós (1 Jo 3:1). Esse
sistema odiou a Cristo e odeia a igreja (Jo 15:18).
• Esse sistema do mundo não é o habitat natural do crente. Nossa cidadania está no céu
(Fp 3:20). Estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 15:15). Exemplo: A canoa
– ela está na água, mas a água não está nela.
• Ficamos revoltados com a poluição do meio ambiente: a contaminação dos rios pela
Goitacazes, as chaminés das indústrias, poluição dos motores. Precisamos protestar
contra a poluição moral do sistema do mundo: Crime organizado, tráfico de drogas,
prostituição institucionalizada, impunidade.
• A ordem para não amar o mundo baseia-se em dois argumentos: Primeiro, a
incompatibilidade entre o amor pelo mundo e o amor pelo Pai (v. 15-16) e segundo, a
transitoriedade do mundo contrastada com a eternidade daquele que faz a vontade do
Pai (v. 17).

II. POR CAUSA DO QUE O MUNDO FAZ PARA NÓS – 2: 15-16

1. O amor ao mundo compromete o nosso amor a Deus Pai – v. 15


• O amor pelo mundo e o amor pelo Pai são mutuamente exclusivos.
• O mundo não é tanto uma questão de atividade, mas de atitude interior. É possível ter
uma vida externa bonita e um coração cheio de podridão. É possível um fariseu, um
legalista, um sepulcro caiado. É possível não deitar-se com uma mulher e ainda assim, a
desejar no coração. É possível não ser rico e ainda sim, cobiçar a riqueza.

2. O amor ao mundo afeta nossa resposta à vontade de Deus – v. 17


• “O mundo passa, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo
2:17). Fazer a vontade de Deus é a alegria de todos aqueles que amam a Deus. “Se me
amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14:15). Mas quando um crente perde a
sua alegria no amor do Pai, fazer a vontade do Pai deixa de ser deleite, para ser peso.
• O mundanismo pode ser definido como tudo aquilo que leva você a perder a alegria do
amor do Pai e desencoraja você a fazer a von tade do Pai.
3. O sistema do mundo usa três armadilhas para derrubar o cristão – v. 16

3.1. A concupiscência da carne


• A carne são as tentações que nos assaltam de dentro para fora. São desejos sórdidos. É
viver para o prazer imediato. É endeusar os prazeres puramente humanos. É viver uma
vida dominada pelos sentidos.
• A carne é nossa natureza caída. São os impulsos e desejos que gritam por ser
satisfeitos. Esses desejos estão dentro de nós, estão no nosso coração. O mundo assim,
não é apenas produto do meio. Os mosteiros da Idade Média não resolveram esse
problema.
• Uma coisa boa em si mesma pode ser pervertida quando ela nos controla: A fome não
é um mal, mas a glutonaria sim. A sede não é um mal, mas a bebedice sim. O sexo não
é um mal, mas a imoralidade sim. O sono não é um mal, mas a preguiça sim!
• O sistema do mundo é a vitrine que busca satisfazer os desejos da carne (Gl 5:19-21).

3.2. A concupiscência dos olhos


• A concupiscência dos olhos são tentações que nos assaltam de fora para dentro. Ser
tentado por valores falsos.
• Os olhos são a lâmpada do corpo e as janelas da alma. Por eles entram os desejos. Eva
caiu porque viu o fruto. Ló viu as campinas do Jordão e foi armando suas tendas paras
as bandas de Sodoma. Siquém viu Diná e a seduziu. A mulher de Potifar viu José e
tentou seduzi-lo. Acã viu a capa Babilônia e arruinou-se. Davi viu Bate Seba e a espada
não se apartou da sua casa. Cuidado com os seus olhos: Se eles lhe fazem tropeçar,
arranca-os porque é melhor você entrar no céu sem um olho do que todo o seu corpo ser
lançado no inferno.

3.3. A soberba da vida


• O alazon era um fanfarrão. É atitude de querer impressionar todos que encontra com a
sua inexistente importância. É a vanglória com coisas externas como riqueza, posição,
inteligência, poder, beleza, jóias, carros, vestuário. É qualquer ostentação pretensiosa. É
tocar trombetas para si mesmo. É gostar dos holofotes. É o desejo de brilhar ou de
ofuscar os outros com uma vida luxuriosa.
• A glória de Deus é rica e plena; a glória do homem é vã e vazia. O soberbo é aquele
que tenta impressionar as pessoas com sua importância. As pessoas compram carros,
casas, roupas, jóias para impressionar as pessoas. Elas sacrificam a honestidade, a
integridade para ostentar poder – Exemplo: Os palácios de Sadam Hussein e os
momentos ao culto a personalidade de si mesmo.
• As pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não têm, para
impressionar as pessoas que não conhecem.
• Eva ficou desconte em ser criatura e ser colocada num jardim. Quis ser igual a Deus e
caiu no estado de miséria e vergonha.
• O PROCESSO DA MUNDANIZAÇÃO: Primeiro, torna-se amigo do mundo (Tg 4:4)
+ segundo, contaminado pelo mundo (Tg 1:27) + terceiro, conformado com o mundo
(Rm 12:2) + condenado com o mundo (1 Co 11:32). Exemplo: os passos de Ló em
direção ao mundo: viu + armou as tendas + capturado junto com Sodoma + sofre com
os pecadores de Sodoma + quando Deus destruiu Sodoma, ele perdeu tudo. Foi salvo
como que através do fogo.

III. POR CAUSA DE QUEM O CRISTÃO É – V. 12-14


1. Os três estágios da Vida Cristã – v. 12-14
• João não está descrevendo idade físicas, mas estágios de desenvolvimento espiritual,
pois a família de Deus tem membros de diferente maturidade. Os filhinhos são os
recém-nascidos em Cristo. Os jovens são cristãos mais desenvolvidos e fortes na luta
espiritual, enquanto os pais possuem a profundidade e a estabilidade da experiência
cristã.
• A vida cristã não é só gozar o perdão e a comunhão com Deus, mas combater o
inimigo. O perdão dos pecados passados deve ser acompanhado pela libertação do
poder atual do pecado.
• O cristão é aquele: 1) Filhinhos: Foi perdoado e conhece o Pai; 2) Jovens – Tendes
vencido o maligno, sois fortes e a Palavra de Deus permanece em vós; 3) Pais:
conheceis aquele que existe desde o princípio: PERDÃO + COMUNHÃO COM DEUS
+ VITÓRIA PELA PALAVRA + EXPERIÊNCIA COM DEUS.
• Quais são as marcas do cristão: 1) O perdão mediante Jesus; 2) O crescente
conhecimento de Deus; 3) A força vitoriosa contra o Maligno.

IV. POR CAUSA PARA ONDE O MUNDO ESTÁ INDO – V. 17

1. A transitoriedade do mundo – v. 17
• Outra razão porque não devemos amar o mundo é que chegou a nova era, e a era
presente está condenada. O mundo com suas trevas já está se dissipando (2:8) e os
homens com sua concupiscência mundana passarão com ele.
• O mundo não é permanente. Um dia esse sistema passará. Seus prazeres e encantos
passarão. Um cristão maduro considera-se estrangeiro e peregrino sobre a terra (Hb
11:13). Ele não tem cidade permante aqui, mas procura a cidade que está por vir (Hb
13:14). Não podemos nos sentir em casa aqui neste mundo.
• João está contrastando dois tipos de vida: a vida vivida para a eternidade e a vida
vivida para o tempo. Uma pessoa mundana vive para os prazeres da carne, mas um
cristão dedicado para as alegrias do Espírito. Um crente mundano vive para as coisas
que pode ver, os desejos dos olhos; mas um crente espiritual live para as realidades
invisíveis de Deus (2 Co 4:16-18).
• O homem que se apega aos caminhos mundanos, está entregando sua vida a coisa
qwue literalmente não têm futuro. O homem do mundo está condenado ao desengano, à
desilusão. O mundo é um beco sem saída.

2. A permanência eterna daqueles que fazem a vontade de Deus – v. 17


• Mesmo depois que este mundo acabar: com suas refinada cultura, suas vaidosas
filosofias, seu egocêntrico intelectualismo, seu impiedoso materialismo. Mesmo depois
que tudo isso for esquecido e este mundo tiver dado lugar aos novos céus e à nova terra,
os fiéis servos de Deus permancerão para sempre, refletindo a glória de Deus por toda a
eternidade.
• Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar para ganhar o que não pode perder –
Jim Elliot – mártir entre os Alcas.

3. A suprema importância da conhecer a fazer a vontade de Deus – v. 17


• A vontade de Deus não é alguma coisa que devemos consultar esporadicamente como
uma enciclopédia, mas é alguma coisa que deve controlar nossas vidas. A questão não é
se isso ou aquilo é certo ou errado, é bom ou ruim, mas se isso ou aquilo é a vontade de
Deus para mim.
• Deus deseja que nós compreendamos sua vontade, mas do conhecê-la (Ef 5:17). “Deus
fez conhecido os seus caminhos a Moisés e seus atos aos filhos de Israel” (Sl 103:7).
Israel conheceu o que Deus estava fazendo, mas Moisés conheceu porque ele estava
fazendo.
• Não falando sobre a vontade de Deus que nós iremos agradar a Deus, mas fazendo sua
vontade (Mt 7:21). A vontade de Deus não é como um restaurante self-service que você
apanha o que gosta e deixa o que não gosta. Um crente mundano não tem apetite pela
Palavra de Deus. Precismaos experimentar toda a boa, perfeita e agradável vontade de
Deus para a nossa vida.

CONCLUSÃO

• O cristão está no mundo (Jo 17:11), mas não é do mundo (Jo 17:14). O cristão é
chamado do mundo e enviado de volta ao mundo como luz e testemunho (Jo 17:18). •
Temos que ter cuidado porque o mundo entra no cristão pela porta do coração: “Não
ameis o mundo…” (1 Jo 2:15).
• Devemos sempre nos lembrar que o amor ao mundo é o amor que Deus odeia!

Quando a heresia ataca a igreja

INTRODUÇÃO

1. O apóstolo João está fazendo nesta carta uma distinção entre o verdadeiro crente e o
falso crente. Para isto, ele criou três provas: a) A prova moral (2:6); b) A prova social
(2:10) e a prova doutrinária (2:23).

2. A heresia tem solapado as igrejas hoje. Muitas pessoas dizem que não importa o que
você crê, o importante é ser sincero. Mas é a sinceridade um ingrediente mágico que
transforma o falso em verdadeiro? Se isso pode ser aplicado no campo religioso, deveria
também ser válido em outras áreas da vida.

3. Exemplos: 1) Uma enfermeira – dá um remédio para um paciente e logo ele começa a


passar a mal. A enfermeira é sincera, mas o remédio está errado e o paciente quase
morre. 2) Um homem escuta um barulho dentro de casa durante a noite – e certo de que
é um ladrão, levanta-se, pega o seu revólver e atira e descobre que é a sua filha que
havia perdido o sono e estava andando dentro de casa para encontrar alguma coisa para
comer.

4. O apóstolo João já havia advertido a igreja sobre o conflito entre luz e trevas (1:5-
2:6) e entre amor e ódio (2:7-17). Agora, João os adverte sobre o terceiro conflito: o
conflito entre verdade e erro. Não é suficiente ao cristão andar na luz e no amor, ele
deve também andar na verdade.

I. UMA CLARA DISTINÇÃO ENTRE OS HEREGES E OS CRISTÃOS


GENUÍNOS – V. 18-21

1. Já estamos vivendo a última hora – v. 18


• João é enfático em afirmar que vivemos a última hora (v. 18). A era por vir já tinha
vindo. O futuro já tinha chegado. Estavamos vivendo a escatologia antecipada. Uma
nova realidade já foi implantada. O mundo e as trevas já estavam passando (2:8; 2:17).
• Desde a morte e ressurreição de Cristo que Deus está fazendo coisa nova neste mundo.
O tempo do fim chegou com Cristo. A era messiânica já foi inaugurada com Cristo. O
tempo do fim é o tempo que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Aquele que está
além e acima do tempo, não trabalha no tempo humano. Para ele, mil anos são como um
dia.
• “A última hora” descreve um tipo de tempo e não uma duração de tempo. Os últimos
tempos são descritos em 1 Timóteo 4. O apóstolo Paulo, como o apóstolo João,
observou características do seu tempo e nós vemos as mesmas características hoje em
intensidade ainda maior.
• Nós estamos vivendo sempre nos últimos dias. Ainda é “a ultima hora”, a hora da
oposição final a Cristo. Embora possa haver ainda um tempo especial de tribulação
antes do desenlace, toda a era cristã consiste da “grande tribulação”, pela qual todos os
remidos têmque pasar. Ainda esperamos o fim.

2. O espírito do anticristo já está operando no mundo – v. 18


• A palavra anticristo só aparece nas epístolas de João (1 Jo 2:18, 22; 4:3; 2 Jo 7), mas o
conceito se acha em outros lugares.
• A palavra anticristo tem dois significados: “contra” e “em lugar de”. O anticristo é
aquele que imita e também se opõe. O anticristo é o adversário de Cristo ou que procura
ocupar o lugar de Cristo. O espírito do anticristo está por trás de toda doutrina falsa e
por trás de qualquer prática religiosa que tome o lugar de Cristo.
• O aparecimento do anticristo é um sinal claro do tempo do fim (2 Ts 2:7-12; Ap 13:1-
10). Mas o espírito do anticristo já está em ação no mundo (1 Jo 4:3). Os muitos
anticristos são precursores do que ainda há de vir. Assim como Cristo é a encarnação de
Deus, o anticristo será uma espécie de encarnação do diabo.

3. Os anticristos saem de dentro da própria igreja – v. 19


• Os muitos anticristos que já vieram (em contraste com o anticristo que virá) são
identificados como mestres humanos que abandonaram a igreja (Mt 24:5; Mc 13:6; At
20:29-30).
• Com a sua deserção deram clara prova do seu verdadeiro caráter. A saída foi o seu
desmascaramento. O que é fingimento não pode parmanecer oculto para sempre.
• Esse verso 19 lança luz sobre duas gloriosas doutrinas: a perseverança dos santos e a
natureza da igreja. A constância é uma marca dos salvos. Os que caem e deixam a igreja
total e finalmente, nunca dela fizeram parte. Nem todos os membros comungantes da
igreja, professos e batizados, são necessariamente membros de Cristo. Somente o
Senhor conhece os que lhe pertencem (2 Tm 2:19). Nem todos os que estão na igreja
realmente pertencem à igreja. C. H. Dodd diz: “O pertencer à igreja não garante que um
homem pertença a Cristo e não ao anticristo.” Nem todos os descendentes de Israel são
israelitas.

4. Os verdadeiros crentes tem duas marcas claras: crisma e conhecimento – v. 20-


21
• A proteção contra o anticristo está no “chrisma” que eles tinham recebido. No Antigo
Testamento os sacerdotes, os reis e os profetas eram ungidos e separados por Deus para
um ministério especial. Nós fomos selados com o Espírito Santo como propriedade
exclusiva de Deus. Temos o selo de Deus (Ef 4:30; Ap 9:4).
• O propósito de João não é comunicar um novo conhecimento, mas conduzi-los a um
uso dinâmico do conhecimento que já possuem. O que eles precisavam não é uma nova
verdade, mas por em práticas em suas vidas a verdade que já conheciam. Temos o
conhecimento verdadeiro: conhecimento doutrinário da verdade e comunhão com
aquele que é a verdade. O verdadeiro conhecimento não é o esotérico dos gnósticos,
mas o conhecimento do Deus vivo. Devemos permanecer na doutrina de Cristo e não
ultrapassá-la (2 Jo 9).

II. A NATUREZA E O EFEITO DA HERESIA – V. 22-23

1. A mentira por excelência é a negação da messianidade de Cristo – v. 22


• Para o apóstolo João não tem meio termo quando se trata de doutrina. É verdade ou
mentira (2:21). João já havia falado sobre duas mentiras básicas dos hereges: 1) É
mentiroso aquele que diz que tem comunhão com Deus e anda nas trevas (1:6); 2) É
mentiroso aquele que diz que conhece a Deus, mas não guarda os seus mandamentos
(2:4); 3) É mentiro por excelência aquele que nega que Jesus é o Cristo (2:22).
• A teologia dos hereges não é apenas defeituosa, mas diabólica (4:3; 2 Jo 7). A
natureza diabólica da heresia é negar a encarnação, a morte, a ressurreição e a obra
expiatória de Cristo.

2. O efeito da heresia é a consequente negação do próprio Pai – v. 23


• Tendo posto a descoberto a natureza da heresia, João desenvolve agora o seu temível
efeito, que já mencionou no fim do verso 22. Afirma a verdade em termos absolutos e
inequívocos, primeiro negativa e depois positivamente. Todo aquele que nega o Filho,
esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem igualmente o Pai (v. 23).
• O nosso relacionamento com o Pai necessariamente precisa passar pelo nosso
relacionamento com o Filho. Somente o Filho pode revelar o Pai aos homens (Mt 11:27;
Jo 1:18; 12:44,45; 14:6,9; 1 Jo 2:1; 1 Tm 2:5).
• Há três confissões de Jesus no Novo Testamento: 1) Jesus é o Filho de Deus – Mt
16:16; 2) Jesus é o Senhor – Fp 2:11; 3) Jesus é o Messias – 1 Jo 2:22.
• Ilustração: George Whitefield perguntou a um homem sobre a sua alma: Senhor, o que
o Senhor crê? Eu creio o que a minha igreja crê. E o que a sua igreja crê? O mesmo que
eu creio. E o que ambos crêem? Nós cremos na mesma coisa.
• Um falso mestre vai dizer: nós adoramos o Pai. Nós cremos em Deus Pai, muito
embora, nós discordemos sobre Jesus. Mas negar o Filho é negar também o Pai.
• Ilustração: Quem tem o filho tem tudo – O pai rico que investiu toda a sua fortuna em
quadros famosos. Seu filho único morreu e seu amigo mandou-lhe um retrato rabiscado
do filho. O pai emuldorou-o. Leiloou os quadros. “Quem tem o filho, tem tudo”.

III. A PROTEÇÃO CONTRA A HERESIA – V. 24-29

• Duas coisas devem permanecer nos crentes verdadeiros: A Palavra (v. 24) e a Unção
do Espírito (v. 27).

1. Permanecer no antigo Evangelho que ouvimos, em vez de buscar novos ensinos –


v. 24
• O que ouvistes desde o princípio é o Evangelho, o ensino apostólico, a mensagem
original que fora pregada. Não tinha mudado e não iria mudar. Os cristãos devem ser
sempre conservadores em sua doutrina.
• A obsessão por novidades doutrinárias é um grande perigo e um sinal do espírito do
anticristo que opera no mundo (2 Tm 3:1,7; 4:3).
• O propósito dos hereges e das falsas doutrinas é enganar – v. 26.
• Mas o resultado da nossa lealdade ao Filho e ao Pai e dessa comunhão com eles, é a
vida eterna (2:15; 5:11-13).
• Exemplos: A proliferação de novos e estranhos ensinos dentro das igrejas

2. Permanecer na unção do Espírito que recebemos, em vez de buscar novas


experiências forâneas às Escrituras – v. 27
• A Palavra é uma proteção objetiva, enquanto que a unção do Espírito é uma
experiência subjetiva. Tanto a verdade quanto a unção são necessários para a
continuidade na verdade. E ambos devem ser captados pessoal e interiormente. Este é o
equilíbrio bíblico muito raramente preservado pelos homens. Alguns honram a Palavra
e negligenciam o Espírito; outros honram o Espírito, mas negligencial a Palavra.
• É mediante essas duas antigas posses, não mediante novos ensinos ou novas
experiências que permaneceremos na verdade.
• Exemplos: A proliferação da busca de novas experiências dentro das igrejas.

CONCLUSÃO

1. O apóstolo João nos dá três marcas do falso mestre que dissemina heresias na
igreja:
a) Ele abandona a comunhão da igreja – v. 18,19 – Eles saíram de nosso meio, mas não
eram dos nossos.
b) Ele nega a fé – v. 20-25 – A grande pergunta do Cristianismo é quem é Jesus? Um
exemplo, um bom homem, um grande mestre ou ele é Deus feito carne? Os falsos
mestres diziam que eles tinham um novo conhecimento e uma nova unção. Mas João
rebate dizendo que os crentes é que têm o verdadeiro conhecimento e a verdadeira
unção. Negar a encarnação de Cristo é negar sua morte, sua ressurreição e sua obra
expiatória. É esvaziar o cristianismo. Isso é satanismo (Mt 16:23).
c) Ele tenta enganar os fiéis – v. 26-29 – Os falsos mestres são proselitistas. Eles não
vão atrás dos perdidos. O alvo deles são os cristãos. Os hereges não permanecem na
verdade. O segredo para não ser enganado é permanecer (2:6,10,14,17,24,27,28).

2. O apóstolo João nos diz que o verdadeiro crente é aquele que em vez de ser
enganado pelos anticristos prepara-se para a segunda vinda de Cristo – v. 28-29
• Os homens reagirão à segunda vinda de Cristo de duas formas: Uns terão confiança,
outros ficarão envergonhados.
• Os falsos crentes ou anticristos vão ficar envergonhados na manifestação gloriosa de
Cristo em sua segunda vida.
• A única maneira de aguardar a vinda de Cristo é vivendo como ele viveu, em justiça –
v. 29.
• A pessoa que professa ser um cristão, mas não vive em obediência, amor e verdade
está enganado e é um enganador. Pertence não às fileiras de Cristo, mas às fileiras do
anticristo e na segunda vinda de Cristo ficará envergonhada.

A ceia do senhor, o sacrifício supremo

INTRODUÇÃO

1. A Ceia do Senhor, um dos temas mais polêmicos da História da Igreja


A ceia do Senhor é o elo de ligação entre as duas vindas de Cristo. Ela é o monumento
da primeira e a promessa da segunda. Poucos assuntos foram mais polêmicos do que a
Ceia do Senhor. Esse assunto dividiu opiniões, igrejas e até denominações. Depois da
Reforma do Século XVI cristalizaram-se quatro posições diferentes de interpretação:
a) Transubstanciação – Os elementos da Ceia se transubstanciam em corpo, sangue,
nervos, ossos e divindade de Cristo.
b) Consubstanciação – Cristo está presente fisicamente em e sob os elementos.
c) Memorial – A Ceia não passa de uma lembrança do que Cristo fez na cruz.
d) Meio de Graça – A ceia é um instrumento de edificação espiritual dado à igreja.

2. A Festa do Ágape, uma distorção que fez mal à igreja (1Co 11.17-22)

Na igreja primitiva, antes da celebração da Ceia havia uma refeição onde todos os
crentes participavam. Eles traziam de casa a sua comida e faziam um “ajunta pratos”. O
objetivo desta festa era a manifestação do amor solidário e a demonstração da
comunhão fraternal. Quem tinha mais ajudava quem tinha menos. Assim, os crentes
mais pobres podiam usufruir as benesses de uma mesa mais farta. Esta prática, porém,
perdeu seu propósito original, uma vez que os crentes de Corinto perderam de vista a
solidariedade e conseqüentemente a comunhão fraternal. O resultado Paulo denuncia:

Em primeiro lugar, eles faziam acepção de pessoas (11.21,22). Os ricos se afastavam


dos pobres em grupinhos seletos e comiam e se embebedavam enquanto os pobres nada
tinham o que comer. Assim, eles menosprezavam a igreja e humilhavam os pobres. As
ordenanças de Cristo nos tornam melhores e então ficamos piores. As ordenanças de
Cristo derretem o nosso coração ou então, o endurecem. Ilustração: a brincadeira no
piquenique da igreja: Dois grupos jogando ovos para os outros pegarem. Enquanto eles
jogavam duas crianças pobres chegaram para a pessoa que estava organizando e
perguntou: se sobrar alguns ovos da brincadeira, eu e meu irmão podemos levar para
casa. A pessoa sabiamente interrompeu a brincadeira, premiou o vencedor e deu todos
os ovos para os dois meninos. Entendeu que era errado alguns membros da igreja se
divertirem à custa de outros.

Em segundo lugar, eles tinham divisões dentro da igreja quando se reuniam (11.18).
Possivelmente os quatro partidos da igreja (Paulo, Apolo, Cefas e Cristo) podiam ser
vistos na reunião da Ceia.

Em terceiro lugar, eles se reuniam para pior, pois pervertiam o significado da Ceia do
Senhor (11.17,20). Ao reproduzirem uma caricatura da Ceia do Senhor e distorcerem
seu significado, eles se reuniam para pior e não para melhor. Eles saíam da igreja mais
culpados, mais longe de Deus e uns dos outros. Eles pecaram contra os irmãos (11.22) e
contra Cristo (11.27).

Como o homem pecador pode reconciliar-se com o Deus santo?

INTRODUÇÃO

1. O pecado foi o maior desastre que aconteceu na nossa história. O pecado divide,
desintegra, separa. A queda foi muito mais profunda do que jamais poderíamos
imaginar:
a) Provocou um abismo espiritual – separou o homem de Deus;
b) Provocou um abismo social – separou o homem do próximo;
c) Provocou um abismo psicológico – separou o homem de si mesmo;
d) Provocou um abismo ecológico – separou o homem da natureza: depredador ou
adorador.

2. O mundo está profundamente marcado pelas tensões do pecado. O homem é um ser


em guerra com Deus, consigo, com os outros e com o seu ambiente.

a) Israelenses e Palestinos
b) Islâmicos radicais e Americanos
c) Guerras tribais, fratricidas, religiosas.

3. Nesse mundo empapuçado de ódio, ferido pelo pecado, onde famílias estão em pé de
guerra, onde os corações estão sem paz, onde os homens estão longe de Deus, a
reconciliação é mensagem mais importante, urgente e necessária.

I.A NECESSIDADE DA RECONCILIAÇÃO – V. 19

1. Você precisa se reconciliar com Deus porque o pecado o afasta de Deus

• Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Todos nos desviamos. Todos
teremos que comparecer diante de Deus para sermos julgados.

a) Seremos julgados pelas nossas palavras


b) Seremos julgados pelas nossas obras
c) Seremos julgados pela nossa omissão
d) Seremos julgados pelos nossos pensamentos

2. Você precisa se reconciliar com Deus porque todo o impulso do seu coração é
contra Deus

• Por natureza somos filhos da ira. A inclinação da nossa carne é inimizade contra Deus.
Aquele que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. Sem Deus
estamos cegos, perdidos, cativos, mortos. O nosso pecado é pior do que a pobreza, a
doença e a morte. Esses males não podem nos afastar de Deus, mas o pecado nos afasta
de Deus agora e na eternidade.

• Ou somos reconciliados com Deus ou pereceremos eternamente. Voltamos-nos para


Deus ou não há esperança para a nossa vida. Aqueles que nunca sentiram necessidade
de Deus nesta vida, senti-lo-ão no primeiro minuto que estiverem no inferno.

II. O AUTOR DA RECONCILIAÇÃO – v. 18

1. Toda a nossa salvação é iniciativa e obra de Deus

• “Tudo provém de Deus” (v. 18). É a parte ofendida que toma a iniciativa da
reconciliação. O evangelho não é o homem buscando a Deus, mas Deus buscando o
homem. Foi o homem quem caiu, desobedeceu, se afastou e rebelou-se. Mas é Deus
quem busca. É Deus quem corre para abraçar. “Com amor eterno eu te amei e com
benignidade eu te atrai” (Jr 31:3).

• A Bíblia não fala de Deus tendo necessidade de reconciliar-se com o homem. É o


homem que precisa se reconciliar com Deus. Nós mudamos, Deus nunca mudou. Seu
amor por nós é eterno, incessante.

• Deus poderia ter nos tratado como tratou os anjos rebeldes, conservados em prisões
eternas, mantendo-os em estado de perdição. Mas Deus providenciou para nós um
caminho de volta para ele.

2. A cruz de Cristo é o resultado e não a causa do amor de Deus

• É o Deus ofendido que toma a iniciativa da reconciliação. Jesus não veio para
abrandar o coração de Deus, mas revelar o seu coração amoroso.

• Não foi a cruz de Cristo que gerou o amor no coração de Deus, mas foi o amor de
Deus que gerou a cruz de Cristo. A cruz não é causa, mas consequência do amor de
Deus. A cruz estava escrustrada no coração de Deus (Ap 13:8).

a) João 3:16
b) Romanos 5:8
c) Romanos 8:32
d) 1 João 4:10

3. A cruz de Cristo foi o preço que Deus pagou para nos reconciliar consigo

• Deus nos amou e deu-nos o seu Filho. Deus nos amou e Cristo se encarnou. Deus nos
amou e Cristo sofreu em nosso lugar. Deus nos amou e Cristo morreu por nós. A cruz é
o maior arauto do amor de Deus por nós. A cruz é a prova de que Deus está de braços
abertos para nos receber de volta ao Lar Paterno. Ilustração: O jovem rebelde que
desejou voltar para a casa do Pai e pediu um sinal, um lenço branco sobre a laranjeira.

III. O AGENTE DA RECONCILIAÇÃO – V. 18,19

1. Jesus Cristo é a ponte que nos liga a Deus

• Jesus é o único caminho que nos liga a Deus. Ele é a única porta de entrada no céu.
Ele é o único mediador entre Deus e os homens. Ele é a escada mística de Jacó liga o
céu à terra.

• Isso implica que nada nem ninguém mais pode nos reconciliar com Deus: nem
religião, nem Maria, nem os santos, nem nossas obras.

2. Jesus Cristo nos reconcilia com Deus através da sua morte

• Quando Deus foi criar o universo, ele falou e tudo se fez. Quando Deus foi criar o
homem, ele pegou no barro e o fez à sua imagem e semelhança, soprando em suas
narinas o fôlego da vida. Quando Deus foi reconciliar o homem consigo, Deus na
pessoa do seu Filho esvaziou-se, assumiu a forma humana, sofreu, chorou, foi cuspido e
morreu na cruz.

• O preço da reconciliação foi muito alto. Jesus clamou: “Pai, se possível passa de mim
esse cálice”. Não havia outro meio de sermos reconciliados com Deus.

• “Cristo fez a reconcilação pelo sangue da sua cruz”. Ilustração: A mãe que uniu a mão
do pai e do filho sobre o seu peito e morreu.

IV. A BASE DA RECONCILIAÇÃO – V. 19

1. Deus não colocou os nossos pecados em nossa conta – v. 19

• Como o Deus justo pode ser reconciliado com o homem pecador? – Como, se o nosso
pecado faz separação entre nós e Deus? Como, se Deus é luz e o nosso pecado é treva?
Como, se Deus é benigno e nosso pecado maligníssimo? Como, se o pecado provoca a
sua santa ira?

• Deus não pode fazer vistas grossas ao pecado – A justiça violada precisa ser satisfeita.
A alma que pecar, essa morrerá. Deus não inocentará o culpado.

• Deus não pode ter prazer no pecado – Deus é santo e não pode reagir favoravelmente
ao pecado.

• O que Deus fez, então? – “Ele não imputou aos homens as suas transgressões” (v. 19).
Essa figura é bancária. Deus não fez o lançamento da nossa dívida em nossa conta. Ele
não puniu o nosso pecado em nós. Ilustração: O czar: quem pode pagar tanto?

2. Deus depositou os nossos pecados na conta do seu Filho, Jesus Cristo – v. 21

• Cristo que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós. Nossa culpa foi lançada
sobre ele. Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moídos pelas nossas iniquidades. O
castigo que nos trás a paz estava sobre ele.

• Deus depositou na conta de Cristo todos os nossos pecados. Ele foi feito pecado e
maldição por nós. Ele sofreu o castigo da lei que deveríamos sofrer. Ele bebeu o cálice
da ira de Deus que deveríamos beber.

• Ele foi carregou no seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro.

• Quando os nossos pecados foram lançados sobre ele, ele deu um grande brado na cruz:
TETÉLESTAI – ESTÁ PAGO! Agora estamos quites com a lei. Já nenhuma
condenação há sobre aqueles que estão em Cristo Jesus. Deus olha para nós como se
nunca tivéssemos pecado. Isso é justificação!

3. Deus depositou em nossa conta a infinita justiça de Seu Filho Jesus Cristo – v. 21

• Deus não só pagou a nossa conta. Ele nos tornou ricos. “Pois conheceis a graça de
nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre, por amor de vós, para que pela
sua pobreza vos tornásseis ricos” (2 Co 8:9).
• Deus não só perdoou os nossos pecados, mas depositou a infinita justiça de Cristo em
nossa conta. Ilustração: a dívida de um milhão de reais.

• Agora, Deus olha para você e não vê o seu pecado, mas a infinita justiça do Seu Filho
depositada em sua conta. É por isso, que Paulo exclama: Romanos 8:1,31-39!

V.A OFERTA DA RECONCILIAÇÃO – V. 19,20

1. Toda pessoa reconciliada com Deus tem o ministério da reconciliação – v. 18

• Antes era inimigos. Agora, somos instrumentos de reconciliação. Antes estávamos


perdidos, agora buscamos os perdidos. Antes estávamos desgarrados, agora buscados os
desgarrados.

• Você tem um glorioso ministério nesse mundo ferido e esquizofrenizado pelo diabo: o
ministéro da reconciliação.

• Você tem uma sublime missão nesse mundo onde famílias estão quebradas, onde
cônjuges estão se separando, onde filhos estão contra os pais: o ministério da
reconciliação.

2. Toda pessoa reconciliada com Deus exerce a grandiosa missão de embaixador de


Deus – v. 20

a) O embaixador vive em terra estranha


b) O embaixador fala em nome do seu governo
c) O embaixador representa o seu país.

O EMBAIXADOR TEM COMPROMISSOS:

1) O embaixador transmite a mensagem de quem o enviou.


2) Não determina a sua própria missão. Ele vai para onde é enviado.
3) Não se naturaliza, é sempre um estrangeiro
4) Tem compromisso com os interesses soberanos do seu país.

3. O clamor dos embaixadores de Deus – v. 20

• “Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus”.

• Algum juiz já implorou a um criminoso culpado para aceitar o seu perdão?

• Algum credor já instou com um devedor arruinado para receber o perdão completo da
sua dívida?

• Ah! O Deus Todo-poderoso apela a você. Ele clama ao seu coração. Ele exorta a você
com ternura! Não deixe de ouvir a sua voz. Como escaparemos se negligenciarmos tão
grande salvação?

• Deus está esperando por você. A festa já foi preparada. Tudo está pronto. Volte para
casa!
CONCLUSÃO

1. Este texto nos alerta sobre dois perigos:

a) Cuidado para você não receber a graça de Deus em vão – 6:1

• Depois de tudo o que Deus já fez por você, da morte do seu Filho, do seu clamor para
que você se reconcilie com ele, se você desprezar essa oferta de amor, você está
recebendo a graça de Deus em vão. Isso seria consumada ingratidão e rebeldia.

b) Cuidado para você não adiar essa decisão. Hoje é o dia oportuno para você se
reconciliar com Deus – 6:2

• Hoje Deus está falando com você. Amanhã Deus pode estar silencioso. Hoje o Espírito
está apelando a você. Amanhã o Espírito Santo pode não mais apelar a você. Hoje as
portas da graça estão abertas, amanhã podem estar fechadas. Hoje, ainda é tempo
oportuno para você se reconciliar com Deus, amanhã pode ser tarde demais!

• Ilustração: Os dois ladrões da cruz – um voltou-se para Deus; o outro rejeitou a oferta
e pereceu.

Onde voce passará a eternidade?

INTRODUÇÃO

• O que é a eternidade? Um menino perguntou ao seu pai, brincando na praia: “Pai, o


que é eternidade?” Ele respondeu: quando você terminar de esvaziar o oceano com o
seu balde terá passado um pouco da eternidade.

• O assunto é um daqueles que o mais sábio dos homens pode apenas arranha-lo. Não
temos olhos para vê-lo completamente nem mente para compreendê-lo, mas mesmo
assim, não devemos desconsiderá-lo. Haverá um dia em que as estrelas cairão do
firmamento, o sol não dará mais sua claridade e a lua converter-se-á em sangue. Haverá
um dia em que os céus se precipitarão em estrepitoso estrondo, mas a eternidade se
estenderá para sempre.

• Há alturas e profundidade sobre a eternidade que um homem mortal jamais pode


compreender, mas Deus tem falado sobre esse assunto e não temos o direito de ignorá-
lo.

• Este assunto não pode ser considerado sem termos a Escritura nas mãos. Vejamos o
que ela nos diz?

I. NÓS VIVEMOS NUM MUNDO ONDE TODAS AS COISAS SÃO


TEMPORAIS E ESTÃO MORRENDO

- Um homem deve ser muito cego para não perceber isso. Todas as coisas ao nosso
redor estão morrendo e caminhando para o seu fim. A matéria não é eterna. Tudo o que
é criado está sujeito à morte. Tudo sobre nós está morrendo, exceto nossa alma. Nós
estamos indo para a eternidade. Nossa vida é como um sopro, uma flor que logo murcha
e seca, como um corredor veloz como um breve pensamento. Tudo passa rapidamente e
nós voamos.

1. A beleza é temporária - Sara era uma mulher bonita e desejada aos 60 anos de idade
na corte do Egito, mesmo assim chegou o dia em que Abraão, seu marido, precisou
comprar um campo para sepultá-la (Gn 23.4).

2. A força do corpo é temporária – Davi foi um pastor e um guerreiro forte. Ele matou
um leão, um urso e venceu um gigante e fez tombar diante da sua valente exércitos
inimigos. Mas um dia ficou velho e precisou ser cuidado no leito da morte como uma
criança.

3. A sabedoria e o poder do cérebro também são temporários – Salomão era um


prodígio em conhecimento e sabedoria. Ele dominava todo o conhecimento da sua
época. Mas no fim de seus dias, tornou-se tolo e permitiu que suas mulheres
inclinassem seu coração para outros deuses (1 Rs 11.2).

- Humilhantes e dolorosas como essas verdades podem soar, mas precisamos considerá-
las. A casa onde vivemos, o lar que amamos, as riquezas que acumulamos, a profissão
que abraçamos, os planos que formulamos, as relações que mantemos são somente por
um breve tempo “O que vemos e temporal” (2 Co 4..17).

- Cuidado com o que você está fazendo. Considere as coisas à luz da eternidade antes
que seja tarde demais. AS coisas com que você lida agora são todas temporais: o prazer,
os investimentos, a recreação, o lucro, os cuidados terrenos que absorvem toda a sua
atenção, que dominam sua mente e assaltam a sua alma de preocupação são coisas
passageiras que em breve vão deixar de existir. OH! Não ponha o seu coração nelas.
Não se agarre as elas tão intensamente. Não faça delas um ídolo. Você não pode
conservá-las para sempre nem leva-las consigo quando partir deste mundo. Você entrou
nu e sairá nu deste mundo. Você não pode levar seu dinheiro, sua casa, seu carro, suas
jóias. Não há caminhão de mudança em funeral. Busque em primeiro lugar o Reino de
Deus. Busque as coisas lá do alto, pois o mundo e os seus desejos passam.

- O mesmo pensamento deve alegrar a sua alma: suas tribulações e angústias também
são temporárias. Em breve elas irão terminar. E mesmo agora, elas trabalham para o seu
bem. “A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória”.
Receba-as pacientemente, suporte-as confiadamente. Olha para cima. A sua redenção se
aproxima. Em breve o Senhor enxugará dos seus olhos toda lágrima. Em breve a dor
não mais existirá. Há um descanso para o povo de Deus. Há bálsamo em Gileade. Em
breve a cruz será trocada pela coroa e você irá se assentar com Abraão, Isaque e Jacó no
Reino de Deus.

II. NÓS ESTAMOS TODOS NOS MOVENDO PARA UM MUNDO ONDE


TUDO É ETERNO

- As coisas que não vemos, que estão além da sepultura são eternas. Tanto a bem-
aventurança dos salvos quanto a condenação dos ímpios é eterna. Na eternidade não
haverá mudança de status. Na eternidade não haverá fim, mudança, nem alteração, nem
aniquilação. O que está além da sepultura é eterno. Quando a última trombeta tocar e os
mortos se levantarem da sepultura, todos enfrentarão a eternidade.

- Nós não podemos alcançar isso plenamente. O contraste entre o agora e o eterno, entre
este mundo e o próximo é tão grande que a mente mais brilhante não pode explaná-lo.
Como nós vivemos aqui no mundo traz conseqüência no próximo, portanto,
consideremos as coisas que não se vêem.

1. Fixemos na verdade de que a futura felicidade daqueles que são salvos é eterna –
Essa felicidade é como um festa de casamento que nunca vai acabar. E uma felicidade
que jamais ficará velha, jamais vai murchar, jamais vai morrer. Deus irá encher-nos com
sua alegria, pois na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl 16.11).

- Quando chegarmos ao paraíso, de lá jamais seremos expulsos. A nossa herança será


imarcescível, incorruptível e cheia de glória. Então receberemos a coroa da vitória.
Então nossa luta terá chegado ao fim, a dor, o luto e as lágrimas jamais existirão. Jamais
sentiremos fome ou sede. Jamais teremos cansaço ou seremos assolados pela doença.
Não haverá mais despedida nem relacionamentos quebrados. Faremos parte da gloriosa
família onde jamais haverá contenda, jamais haverá qualquer maldição. Estaremos na
Casa do Pai, no Paraíso, no céu, no lar que Jesus foi nos preparar. Lá não haverá noite.
Lá conheceremos como somos conhecidos. Lá estaremos para sempre com o Senhor.
Não é de se surpreender que Paulo tenha dito: “Consolai-vos uns aos outros com essas
palavras” (1 Ts 4.18).

2. Fixemos em nossa mente também que a futura miséria dos perdidos é


igualmente eterna – Essa é uma terrível verdade que está claramente expressa na
Escritura, por isso não posso omiti-la. Se a bem-aventurança do salvo é eterna, também
o é, a condenação dos ímpios.

- Ninguém falou tanto das penalidades eternas como JESUS. Foi ele quem falou sobre o
fogo que não se apaga e do bicho que jamais deixa de roer. Foi ele quem disse que os
justos vão para a vida eterna e os ímpios para a condenação eterna.

- O apóstolo PAULO falou sobre a eterna destruição dos ímpios (2 Ts 1.9). O apóstolo
JOÃO falou sobre a eterna destruição dos ímpios (Ap 16.7; 21.8).

- A antiga serpente continua destilando seu veneno, dizendo aos homens: certamente
você não vai morrer |(Gn 3.4). O diabo ainda continua usando suas velhas armas,
tentando iludir os homens, dizendo-lhes que eles não vão morrer, que eles não terão que
enfrentar o juízo de Deus, que depois da morte eles serão aniquilados, que poderão sair
do suposto purgatório para o céu ou que vão se reencarnar. Mas a bíblia diz que aos
homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo (Hb 9.27). O diabo
ainda diz na boca dos liberais que ao fim todos os homens serão salvos e que todos irão
para o céu. OH! Fuja dessas antigas mentiras do diabo. Apegue-se à verdade de Deus.
Fuja da ira vindoura. Volte-se para Deus enquanto é tempo. Busque-o enquanto está
perto.

- Deixe-me exortar você quanto a esses pontos:


1. Sejamos fiéis a Deus por causa das verdades reveladas no cristianismo - Qual foi
o propósito para o qual o Filho de Deus se encarnou, agonizou no getsêmani e morreu
numa rude cruz para fazer expiação se os homens podem ser salvos sem crer nele? Onde
está a prova que uma pessoa pode ser salva depois de morto? Onde está a necessidade
do ministério do Espírito Santo se o pecador pode entrar no céu sem conversão e sem
um coração regenerado? SE um homem sem a fé em Cristo e santificação do Espírito
pode escapar da condenação eterna, então o pecado não é um mal tão grave e não
haveria necessidade de expiação.

2. Sejamos fiéis por causa da santidade e moralidade – Não h á nada que agrade a
nossa carne mais do que a teoria de que nós podemos vier no pecado e ainda escapar da
condenação eterna; que podemos viver e morrer no pecado que ainda iremos para o céu.
Porque deveria eu negar-me a mim mesmo, tomar a minha cruz se posso entrar no céu
sem arrependimento?

3. Sejamos fiéis por causa da esperança comum de todos os santos – Não podemos
falar de bem-aventurança eterna se negamos o tormento eterno. Essas duas verdades
caminham lado a lado. Se cremos na Bíblia não podemos negar nenhuma nem outra. E
mais fácil falar somente do amor de Deus, mas e quanto a sua ira, sua justiça e sua
santidade?

III. NOSSO FUTURO ESTADO NO MUNDO INVISÍVEL DA ETERNIDADE


DEPENDE INTEIRAMENTE DO QUE NÓS SOMOS NO PRESENTE

- A vida que vivemos sobre a terra em breve chegará ao fim (Sl 90.9). Somos como uma
névoa, como um breve pensamento. Mas a vida que está diante de nós, quando sairmos
deste mundo, é eterna. E como um mar sem fundo e como um oceano sem praia. Para o
Senhor mil anos são como um dia. Naquele mundo não haverá mais tempo. Mas apenas
da vida curta e da eternidade sem fim lá, a vida que vivemos aqui definirá a eternidade.
Não há nada que você possa fazer para mudar o seu destino depois da morte. Hoje é o
dia oportuno. Hoje é o dia da salvação. Ler Romanos 2.6-8.

- Estamos aqui como num estado de probaçao. Estamos semeando sementes que vão
crescer e amadurecer. Há conseqüências eternas resultantes de todas as nossas palavras,
ações e pensamentos. Nossos pensamentos são contados, nossas palavras pesadas,
nossas obras julgadas. Seremos pesados na balança de Deus. Ele colocará seu prumo
sobre nós. Aquilo que o homem semear isso ele ceifará. O que nós vivemos nesta vida,
vamos colher depois da morte por toda a eternidade.

- Não há engano mais fatal do que pensar que se pode viver aqui como um ímpio e
acordar na ressurreição como um santo. Estar sem Cristo nesta vida e passar a
eternidade com ele. A Bíblia é clara: o que nós somos quando morrermos: se
convertidos ou inconversos, se crentes ou descrentes, se piedosos ou profanos é isso que
seremos quando a última trombeta tocar. Não há arrependimento na sepultura. Não há
conversão depois da morte. Agora é o tempo de se voltar para Deus. Agora é o tempo de
se reconciliar com Deus. Agora é o tempo de sair do império das trevas para o Reino da
luz. A noite em breve virá quando não se pode mais trabalhar. Se você sair desse mundo
sem pôr sua confiança em Cristo, descobrirá que melhor lhe fora nunca ter nascido.
- Se hoje você ouvir a sua voz não endureça seu coração. Não adie mais a sua entrega a
Cristo. Há um abismo ou um paraíso à sua frente. Para onde você está indo? O caminho
para o céu é Jesus. A porta do céu é Jesus. E o inferno, onde fica? Fica no final de uma
vida sem Cristo!

- Lembre-se: quando você for tentado a praticar o mal e sua mente for seduzida a
pensar: “isso não tem nada a ver”, “todo mundo faz”, olhe para além deste mundo, para
o que é invisível. Quando o bispo reformado Hooper estava sendo martirizado na
Inglaterra, seu algoz tentou demove-lo, dizendo-lhe: abandone sua fé, preserva sua vida,
a vida é doce, mas a morte é amarga. Hooper respondeu: isso é verdade. Mas é mais
verdade ainda que a vida eterna é mais doce e a morte eterna é mais amarga.

IV. O SENHOR JESUS É O ÚNICO QUE PODE LHE SALVAR E LHE DAR
GARANTIA AQUI E NA ETERNIDADE

- Jesus veio para desfazer as obras do diabo. Ele veio para destruir o seu cativeiro. Veio
para triunfar sobre o pecado, o diabo e a morte. Ele veio para trazer luz e imortalidade
(2 Tm 1.10). Ele veio para libertar os que vivem com medo da morte (Hb 2.15).

- Jesus comprou-nos, remiu-nos e libertou-nos com seu sangue. Ele se tornou nosso
substituto. Ele carregou os nossos pecados em seu corpo. Ele foi moído e traspassado
pelas nossas iniqüidades. Ele se fez pecado por nós.

- Tudo o que ele comprou para nós, oferece-nos gratuitamente. Aqueles que se voltam
para ele são perdoados. Ele convida agora a você: Eu sou a luz do mundo, quem me
segue não andará em trevas. Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e
eu vos aliviarei. Se alguém tem sede vem a mim e beba. Todo aquele que vem a mim,
jamais eu o lançarei fora.

- Aquele que tem Cristo tem a vida. Cristo voltou para o céu. Ele preparou um lugar
para nós. Quando você sair deste mundo, há uma cora de vida para você. Então você
pode gritar: “Onde está ó morte a tua vitória?”

CONCLUSÃO

1) Como você está usando o seu tempo? – A vida é curta e incerta. Você não conhece o
seu amanhã. Projetos, sonhos em como ganhar dinheiro, gastar dinheiro, comer e beber,
casar e dar-se em casamento, tudo isso pode acabar para você num piscar de olhos. E
você o que tem feito por sua alma imortal? Você está desperdiçando o seu tempo ou
usando-o sabiamente/? Você está preparado para encontrar-se com Deus?

2) Onde você estará na eternidade? – A eternidade está vindo, vindo, mui rapidamente
sobre você. Você está indo muito rápido para ela. Mas onde você estará? Do lado direito
ou esquerdo no tribunal de Deus? Estará você entre os perdidos ou os salvos? Não
descanse sua alma enquanto não estiver seguro nos braços de Jesus. Creia nele e você
terá a vida eterna!

3) Você deseja ser salvo agora e por toda a eternidade? – Então, renda-se a Cristo. Creia
nele. Venha como você está. Busque-o enquanto está perto. A porta do céu está aberta.
Há um trono de graça. Hoje ainda não é tarde. Jesus convida você para vir à fonte das
águas.

4) Você deseja uma vida bem-aventurada agora e na eternidade? – Então, entregue


agora mesmo seu caminho ao Senhor. Agrada-se dele e ele satisfará os desejos do seu
coração. Ele tem vida abundante. Ele tem rios de água vida. Ele tem alegria indizível.
Ele tem paz que excede todo o entendimento. Ele tem vida eterna. Ele estará sempre ao
seu lado. Ele vai segurar você com sua mão direita, guiar você com o seu conselho
eterno e depois receber você na glória. Quanto, então, sua casa terrestre se desfizer,
você terá uma mansão eterna, no céu!

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