Você está na página 1de 59

TEXTO PRINCIPAL

“E perseveravam na doutrina dos


apóstolos, e na comunhão, e no partir do
pão, e nas orações. Em cada alma havia
temor, e muitas maravilhas e sinais se
faziam pelos apóstolos.” (At2.42,43)
RESUMO DA LIÇÃO

É necessário que haja doutrina e


fervor espiritual para que os crentes
tenham uma espiritualidade saudável.
APOCALIPSE 2.1-7
O comentarista da lição, pastor
Elias Torralbo nos fornece o
seguinte para entendermos o
tema dessa lição:
I) MOSTRAR que a igreja de Éfeso era firme
na doutrina;
II) CONSCIENTIZAR do perigo de se perder o
primeiro amor pelo Senhor;
III) COMPREENDER que não há contradição
entre doutrina e fervor espiritual.
INTRODUÇÃO
A falta de doutrina produz muitos males e um
deles é a mornidão espiritual. Quando não há
ensino bíblico, a missão da igreja é
comprometida. Utilizando a igreja de Éfeso como
exemplo, nesta lição, estudaremos a respeito de
como os crentes se distanciaram do amor de
Deus e de sua vontade.
Veremos o perigo que cerca as igrejas na
atualidade neste aspecto. Esta lição também
ressaltará que é necessário que a igreja
fundamente suas ações no zelo doutrinário e no
amor fervoroso por Deus.
A IGREJA DE ÉFESO
ERA FIRME NA
DOUTRINA
1- A IGREJA
DE ÉFESO.
Do ponto de vista comercial, Éfeso era a cidade
mais importante da Ásia Menor. Nos dias de Paulo,
essa cidade tinha cerca de 250 mil habitantes e
abrigava o suntuoso templo da deusa Diana, o que
atraia turistas e peregrinos, aquecendo assim a
economia. Em sua segunda viagem missionária, o
apóstolo Paulo anunciou o Evangelho ali, mas não
ficou muito tempo (At 18.19-21).
Somente em sua terceira viagem missionária é
que o apóstolo pôde evangelizar efetivamente a
cidade, tendo ficado três anos ali (At 19.1).
Provavelmente, Priscila e Áquila desempenharam
importante papel na implantação dessa igreja e
cederam a própria casa onde ela foi estabelecida
(At 18.18,19; 1 Co 16.19).
O casal também contribuiu com o
desenvolvimento da vida cristã e do ministério de
Apolo (At 18.24-28).
2- A IGREJA DE ÉFESO
E OS SEUS PRINCIPAIS
DESAFIOS.
A Carta aos Efésios indica os desafios que a igreja
enfrentou no início. A deusa Diana era o centro da
estrutura religiosa e econômica de Éfeso, que de
acordo com a mitologia grega, era virgem, e
contrária ao casamento, razão pela qual a
estrutura familiar da sociedade efésia era
fragilizada, tornando o divórcio algo comum e
banalizado.
Por isso, Paulo exortou os irmãos efésios a confiar
na graça salvadora de Cristo, se preparar
espiritualmente para a batalha, manter-se unidos
na fé doutrinária, conservar a vida em santidade e
a nutrirem uma família sadia.
Uma vez que entendemos em que contexto
histórico essa igreja se encontrava, podemos
compreender o motivo pelo qual o apóstolo
Paulo se dedicou à instrução sobre o
casamento e a família ao escrever sua carta
para essa igreja.
3- A FIRMEZA DOUTRINÁRIA
DA IGREJA DE ÉFESO.
Historicamente, a igreja de Éfeso era uma das
mais importantes e conhecidas da igreja do
primeiro século. Isso não é mera casualidade, mas
é fruto de seu vigor espiritual, de seu
comprometimento doutrinário e de sua relação
com alguns dos principais líderes, que fizeram
dela um referencial.
A igreja de Éfeso foi pastoreada por Paulo que,
além de ter ensinado “todo o conselho de Deus”
(At 20.27), foi usado como instrumento para a
realização de grandes milagres (At 19.11,12). Foi
pastoreada também por Timóteo, tão elogiado
por Paulo (Fp 2.19-23) e deixado em Éfeso
justamente para “advertires a alguns que não
ensinem outra doutrina” (1 Tm 1.3).
Finalmente, essa igreja pôde desfrutar do
pastoreio do apóstolo João que, de Éfeso, liderou
as igrejas daquela região e de onde escreveu o
Evangelho que leva o seu nome, além de suas
Epístolas. Certamente a igreja de Éfeso foi bem
instruída e teve seus alicerces doutrinários bem
estabelecidos.
Mas como uma igreja tão bem fundamentada
na Palavra, com líderes tão comprometidos,
pode chegar ao ponto de abandonar seu
primeiro amor? É isso que iremos compreender
no próximo tópico.
O PERIGO DE SE
PERDER O PRIMEIRO
AMOR PELO SENHOR
1- BOAS OBRAS,
PORÉM SEM AMOR.
É trágico uma igreja ter de ouvir a seguinte
sentença: “tenho contra ti”. Foi o que a igreja em
Éfeso ouviu do Senhor Jesus (Ap 2.4). Antes disso,
essa igreja foi elogiada, pois era dedicada no
trabalho, no combate à maldade, no zelo pela
doutrina e na perseverança nas tribulações.
Parecia ser uma igreja perfeita, mas havia
abandonado o primeiro amor (Ap 2.1-4).
Além dos bons exemplos oferecidos por essa
igreja, ela também nos serve de alerta para o
excesso de trabalho e o zelo doutrinário, mas sem
o genuíno amor. A igreja de Éfeso é uma prova de
que é possível realizar grandes e boas obras sem
amor.
Por isso Jesus diz: “Lembra-te, pois de onde
caístes, e arrepende-te, e pratica as primeiras
obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei
do seu Lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres” (Ap 2.5).
Os convertidos de Éfeso tinham experimentado
este amor nos primeiros anos de sua nova
existência; mas a luta contra os falsos mestres, e
seu ódio por ensinos heréticos parece que
trouxeram endurecimento aos sentimentos e
atitudes rudes a tal ponto que levaram ao
esquecimento da virtude cristã suprema que é o
amor. Pureza de doutrina e lealdade não podem
nunca ser substitutos para o amor.
Sem amor, nosso conhecimento, nossos dons, e
nossa própria ortodoxia não têm nenhum valor.
Jesus está mais interessado em nós do que em
nosso trabalho. Odiar o erro e o mal não é o
mesmo que amar a Cristo. O trabalho de Deus
não pode tomar o lugar de Deus na nossa vida.
Deus está mais interessado em relacionamento
com Ele do que em trabalho para Ele.
2- O VALOR DAS
BOAS LEMBRANÇAS.
A igreja de Éfeso foi orientada por Jesus a se
Lembrar de onde caiu, a fim de que se
arrependesse (Ap 2.5). A recomendação é:
lembrar-se, arrepender-se e praticar. A igreja
deveria se lembrar de onde havia caído, ou seja,
deveria considerar o que havia perdido,
advindo o arrependimento como demonstração
de tristeza e voltar às primeiras obras,
confirmando o arrependimento e a consciência
transformada. A igreja de Éfeso recebeu a
oportunidade de recomeçar e resgatar a sua
saúde espiritual.
Certa vez, Paulo tinha elogiado a igreja de Éfeso
pelo seu amor por Deus e pelos outros
(Ef 1.15). Mas a igreja tinha caído daquele
primeiro amor (versão RA). Jesus convocou esta
igreja de volta ao amor. Eles precisavam se
arrepender, voltar para Cristo, e praticar as
primeiras obras - amar como tinham amado
originalmente, com entusiasmo e devoção.
Entretanto, caso se recusassem a se
arrepender, Cristo disse que Ele viria e tiraria
do seu lugar o castiçal desta igreja, o que
quer dizer que a igreja deixaria de ser uma
igreja. Na verdade, o próprio Senhor Jesus iria
apagar qualquer luz que não satisfizesse o
seu objetivo. A igreja tinha que se arrepender
dos seus pecados.
3- DE VOLTA AO
PRIMEIRO AMOR.
O que Jesus quis dizer com “primeiro amor”? Deus
é a fonte de todo amor, Ele é o próprio amor (1 Jo
4.8). Portanto, deixar o primeiro amor é o mesmo
que se afastar de Deus, e isso implica que a igreja
de Éfeso praticava boas obras, mas ao mesmo
tempo, estava distante de Deus.
O convite para que voltasse ao primeiro amor
indica o interesse do Senhor de que a sua Igreja
permaneça em sua presença. Paciência e trabalho
não faltavam a igreja de Éfeso, mas ela foi
orientada a voltar “às primeiras obras”, pois estas
foram praticadas com o amor genuíno. Sendo
assim, ela foi convidada a restaurar a sua
comunhão com Deus.
Apesar dos elogios, Cristo tinha algo contra
esta igreja - eles não amavam mais a Cristo
como o amavam no princípio (versão NTLH),
nem se amavam uns aos outros. Os efésios,
embora elogiados pelo seu zelo em proteger
a fé, tinham errado por se preocuparem mais
com a doutrina correta do que com o amor.
Deveriam se preocupar com ambas as coisas.
Toda igreja deve ter uma fé pura e eliminar as
heresias. Mas estes bons esforços devem
nascer do seu amor por Jesus Cristo e pelos
outros crentes.
Tanto Jesus quanto João enfatizaram o amor
de uns pelos outros como uma prova
autêntica do Evangelho (Jo 13.34;
1 Jo 3.18,19). Em meio à batalha para
conservar a sã doutrina e a pureza moral e
doutrinária, é possível deixar de ter um
espírito amoroso e caridoso.
NÃO HÁ CONTRADIÇÃO
ENTRE DOUTRINA E
FERVOR ESPIRITUAL
Apesar de sabermos que a falta de amor na
igreja de Éfeso estava ligada à falta de amor
no relacionamento com Cristo e com os
irmãos, isso influenciava diretamente no
fervor espiritual da igreja.
Paulo afirma que podemos ter dons e, se não
tivermos amor, nada disso adianta. Os dons
usados sem amor se transformam em armas
para nos atacarmos uns aos outros.
1- O PROBLEMA
DOS EXTREMOS.
A igreja de Éfeso valorizou a doutrina, mas não
permaneceu no amor a Deus. A igreja de Corinto,
que tinha vários dons espirituais (1 Co 1.7),
negligenciou os ensinos bíblicos e Paulo afirmou
que os crentes dali eram carnais (1 Co 3.1-3). Os
extremos impedem o desenvolvimento saudável
da vida espiritual da igreja.
2- A IMPORTÂNCIA
DO EQUILÍBRIO.
Ao criar o homem, Deus o constituiu de espírito,
alma e corpo. Não por acaso, Paulo rogou aos
irmãos da igreja em Roma que apresentassem a
Deus os seus “corpos” (externo e visível) e
renovassem o “entendimento” (interno e invisível),
e isso é evidência de que o ser humano integral
tem valor para Deus.
Equilíbrio, e não os extremos, reflete o caráter de
Deus e é o que Ele espera de seus filhos (Dt 5.32;
Js 1.7; Pv 4.27). O Senhor não disse à igreja de
Éfeso que o “primeiro amor” é mais importante
que o zelo doutrinário, mas que o problema
consistia no fato de ter deixado o primeiro em
função do segundo. O desejo de Jesus é o
equilíbrio.
3- DOUTRINA E FERVOR
ESPIRITUAL, A
COMBINAÇÃO PERFEITA.
Uma vida cristã genuína se define pelo equilíbrio
entre a compreensão do significado das Escrituras
e a sua prática. A compreensão da doutrina bíblica
e a sua prática permite ao crente desfrutar de uma
relação real e pessoal com o Senhor, que é o que
faltou à igreja de Éfeso, embora ela tenha sido
bem instruída pelos seus Líderes.
Uma igreja que valoriza, busca e trabalha pelo
equilíbrio entre a doutrina e o fervor espiritual se
protege de uma falsa religiosidade.
CONCLUSÃO
O exemplo da igreja de Éfeso reafirma que, por
mais bem estruturada que possa ser, a igreja
sempre terá problemas e pendências a serem
corrigidos.
Essa igreja incorreu no erro da falta de equilíbrio
entre o compromisso com a doutrina e o fervor
espiritual, causado pelo abandono do “primeiro
amor” e o afastamento de Deus.
Sendo assim, vimos os perigos que a igreja corre
quando lhe falta equilíbrio entre o preparo
intelectual e o fervor espiritual.
IREMOS ESTUDAR NA

Você também pode gostar