Você está na página 1de 7

MENSAGEM PARA 10/08/2022

VOLTEMOS ÀS PRIMEIRAS OBRAS!

Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras daquele que tem as sete
estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro. Conheço as
suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar
homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu
que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa
do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você
abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique
as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu
candelabro do seu lugar (Apocalipse 2.1-5).

INTRODUÇÃO

Olhe rapidamente para a igreja de Éfeso. Deus, sem dúvida, amava aquela igreja, uma
igreja viva, de trabalho árduo e que não tolerava o pecado. Mas, no decorrer do tempo, Deus
identificou que eles estavam perdendo o ímpeto, talvez, o trabalho já não era tão árduo e o
desejo de fazer algo em prol do próximo estava morrendo.
Então, o Senhor alerta que eles abandonaram o primeiro amor, não estavam mais tão
aplicados ao evangelho, e precisavam voltar às primeiras obras.
Um alerta que vale para todos os aspectos da nossa vida. Lembro-me do meu primeiro
emprego registrado que foi numa empresa de Call Center, há vinte anos atrás. Até hoje é um
ramo de primeiro emprego para muitos jovens e talvez você já passou pelo que vou relatar.
Ao entrar, tive várias instruções, capacitação em computadores de última geração,
algumas palestras motivacionais, na época, todos trabalhavam com roupa social, era algo
motivante. Mas ao chegar no atendimento, com o passar do tempo, eram tantos problemas,
limitação dos sistemas operacionais, reclamações de clientes, xingamentos e etc., que a
desmotivação abateu sobre mim. Deixei de lado o que era falado nas palestras, o treinamento
e, sem pestanejar, pedi para sair daquele lugar.
Isso pode ocorrer em muitas áreas da vida. Começamos motivados, todavia, passa-se o
tempo, vem algumas dificuldades e passamos a agir sem a mesma intensidade de outrora.
Isso aconteceu na igreja de Éfeso. Na carta de Paulo aos efésios (1.15) o apóstolo louva
a fé daqueles irmãos em Cristo Jesus e o amor que demonstravam para com todos os santos.
Entretanto, na carta do apóstolo João, livro de Apocalipse, percebemos que a igreja de Éfeso
estava perdendo as suas forças e o amor para com o próximo desvanecendo.
Infelizmente, a mesma situação tem ocorrido em nossos dias. A Igreja brasileira sempre
foi vibrante, uma igreja alegre, que era referência para muitas nações. Uma das frases mais ditas
por nós, era: “O Brasil será um celeiro de missionários”. Em Goiânia, por exemplo, houve época
em que em quase todas as esquinas víamos umas plaquinhas brancas com letras vermelhas
proclamando: “Jesus te ama”; ou “Deus é amor”. O trânsito era lotado de carros com dizeres:
“Goiânia é do Senhor Jesus, povo de Deus, declare isso”. Havia uma motivação, um trabalho
árduo, uma alegria, o povo de Deus era um.
Mas o tempo passou e, talvez, essa alegria não seja mais a mesma. No dia 09 de maio
de 2022, o jornalista Matheus Leitão publicou na revista Veja um artigo intitulado: “Por que
milhões de evangélicos estão abandonando suas igrejas1”. Nesta matéria é mostrado que em
2010 o IBGE registrou 9,2 milhões de “cristãos evangélicos não determinados”, ou seja, o que
chamamos hoje de desigrejados. Logo em seguida, diz que segundo estudiosos hoje seriam mais
de 16 milhões de pessoas, o que tornaria essa “igreja dos desigrejados” a segunda maior do
Brasil, ficando atrás somente das igrejas Assembleias de Deus.
Uma triste notícia, pois como diz a Palavra, somos o corpo de Cristo e necessitamos da
comunhão. Mas qual seria o motivo, porque isso tem acontecido? O artigo é pequeno, mas como
resposta o autor sugere que entre os principais fatores estariam a “decepção com promessas
feitas em nome de Deus e que nunca se cumpriram, desapontamentos relacionais, além das
práticas e ensinos questionáveis [...] e a repulsa com os maus exemplos”.
Ao ler tal conclusão, percebo como perdemos o sentido de ser Igreja. Igreja é corpo,
Igreja é comunhão! À luz das Escrituras, nem poderíamos cogitar a existência de cristãos se
intitulando em uma pesquisa como desigrejados.
A Bíblia diz: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns,
mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia
(Hebreus 10.25)”.
Desde tempos antigos o não congregar já era um costume que os apóstolos combatiam,
condenavam e, inclusive, ordenavam que os cristãos encorajassem uns aos outros à não caírem
neste erro.
Vários motivos bíblicos poderíamos citar sobre a necessidade da comunhão.
1. Somos edificados na comunhão. Exemplo. Deus não deu todos os dons espirituais a
uma pessoa, mas a um Ele dá o dom de falar em outras línguas e a outro o de interpretação. Um

1
Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/por-que-milhoes-de-evangelicos-estao-
abandonando-suas-igrejas/ (consultado em 15/05/2022 às 12h40).
complementa o outro; curas, profecias, ensino, palavra de sabedoria e afins, todos os dons são
doados pelo Espírito para o exercício da comunhão do Corpo de Cristo.
2. É na comunhão que o Batismo e a Ceia devem ser praticados; o Batismo é uma
confissão pública; e a Ceia um comungar da vida de Deus entre os irmãos; “[...] façam isto,
sempre (1 Coríntios 11.25 NVI)”.
3. A Igreja é formada por pessoas que compõem o Corpo de Cristo, membros uns dos
outros, ligados, entrelaçados; “assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um
corpo, e cada membro está ligado a todos os outros (Romanos 12.5 NVI). Deus não redimiu
uma pessoa, Deus redimiu uma Igreja, um povo para si!
Conclui-se que a comunhão é uma ordenança bíblica e indispensável. Pensando nisso,
em simples palavras e de acordo com a Bíblia, quero meditar com os irmãos sobre os
argumentos apresentados na matéria pelos crentes que se recusam a congregar. Registra-se aqui
que, de forma alguma estou criticando a matéria, pelo contrário, apenas estou usando-a para
trazer um ensino para nós, e que o Espírito nos leve às primeiras obras. Continuaremos na
próxima quarta-feira...

MENSAGEM PARA 17/08/2022

1. PRIMEIRO: NÃO VOU À IGREJA PORQUE ESTOU DECEPCIONADO, NÃO


RECEBI A BENÇÃO PROMETIDA

De fato, vemos muitas promessas sendo feitas em púlpitos para atrair pessoas e, assim,
muitos se achegam à uma comunidade cristã com propósitos errados. Deus é o dono de todas
as coisas e pode te abençoar ricamente. Todavia, em nenhum momento Jesus prometeu isto aos
seus discípulos, pelo contrário, Ele diz: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham
ânimo (João 16.33 NVI)”.
As palavras de Jesus se cumpriram literalmente na vida dos discípulos. Os apóstolos
foram perseguidos, presos, alguns torturados, mortos e assim por diante, entretanto, não
abandonaram a fé, tiveram ânimo.
Quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos ficamos extremamente incomodados,
perplexos, pois vemos uma igreja, embora perseguida, experimentando constantemente o
sobrenatural de Deus. Eles se reuniam diariamente, cresciam de forma inexplicável e os
milagres, as curas e o poder de Deus na vida dos crentes eram constantes.
Ainda, ao invés de receber bençãos materiais o que se lê eram os cristãos se desfazendo
de suas posses e ofertando tudo no Reino de Deus. Essa oferta não era uma barganha, nem
muito menos um meio de investimento para conseguir mais de Deus, mas sim um despojar
voluntário em prol da Igreja do Senhor.
Igreja é a congregação de cristãos cujo coração está em Deus, e não nos possíveis
presentes de Deus. Por isso, um cristão jamais abandonaria a congregação por causa da falta ou
não de bençãos materiais.
A Igreja em seus primórdios viveu o sobrenatural porque buscava a Deus, simplesmente
a Deus! Logo após a ascensão de Jesus todos os crentes passaram a perseverar, unânimes, em
orações, súplicas e em comunhão. Todos os dias estavam juntos, congregando, orando e
buscando a Deus, havia um só desejo e um só propósito que era receber a visitação de Deus
prometida. “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas
testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (Atos 1.8
NVI)”.
Eles esperavam receber o Espírito de Deus, o próprio Deus, e não simplesmente a
prosperidade.
Voltar às primeiras obras é voltar o coração para Deus. Tenho falado, que venha o dia,
na Igreja do Senhor, em que Cristo seja suficiente! Que os pregadores não fiquem a prometer
migalhas ou preocupados em fazer um culto especial e pirotécnico, mas em pregar
verdadeiramente o Cristo vivo e ressurreto. Do mesmo modo, que os cristãos ouvintes não
almejem somente o banquete real, mas sim a pessoa do Rei, aquele que é Eterno e Imortal. O
único digno da nossa devoção.
Precisamos deixar um pouco de lado as coisas dessa vida. As igrejas parecem uma
universidade, você passa na porta e facilmente percebe a grade curricular, segunda-feira da
cura, terça da prosperidade, quarta do milagre, no sábado o show com fulano de tal e assim por
diante. Sempre o foco está em nós, em recebermos algo, em alcançarmos uma vitória, uma
benção, um entretenimento e afins. A cristandade fica parecendo a sanguessuga DÁ DÁ descrita
em provérbios, enquanto o foco deveria estar Nele! Queremos SENTIR, todavia o culto é DAR,
os nossos corpos como sacrifício vivo e agradável a Deus.
Tem uma canção do nosso irmão David Quinlan, que diz assim:
Quando a música esmurece Mais que uma canção eu te darei
E o resto desaparece Pois apenas uma canção
Simplesmente a ti me achego Não é o que queres de mim
Ansiando oferecer Mais profundo busca ao Senhor
Algo de valor Do que os olhos podem ver
Pra abençoar Teu coração Queres meu coração

Estou voltando à essência da adoração Ah, me perdoa pelo que eu fiz dela
E a essência és Tu Quando a essência és Tu
A essência és Tu, Jesus A essência és Tu, Jesus

Essa música resume a presente mensagem. Cristo é a essência; Cristo é suficiente;


Cristo, basta! O culto é para Ele! Ele é tudo em nós; Ele basta. Ele é o foco, Ele é a fonte e é
Ele que importa. Como disse João Bastista: “[...] que Ele cresça e que eu diminua! (João 3.30
NVI)”.

2. SEGUNDO: NÃO VOU À IGREJA PORQUE TIVE PROBLEMAS DE


RELACIONAMENTO

O que a bíblia diz sobre relacionamentos? Vou resumir a resposta em três momentos.
1. Primeiro. Nos dias de Jesus os judeus eram muito preocupados em cumprir cada
centímetro da Lei; eles catalogavam 613 mandamentos extraídos da Torá. Jesus, num dos seus
muitos embates com os fariseus e mestres do seu tempo, resumiu todos os artigos da Lei em
dois princípios: amar a Deus e amar o próximo. Ainda, Jesus explica qual deve ser a intensidade
do amor ao próximo; isto é, ame como a si mesmo (Mateus 22.37-39).
2. Segundo. Depois, o apóstolo João escreve que devemos amar o próximo porque Ele,
o Senhor, nos amou primeiro. Assim, João afirma que quem ama a Deus, mas odeia o seu irmão,
é mentiroso. Pois o mandamento é: “Quem ama a Deus, ame também o seu irmão (1 João 4.20-
21 NVI).”
3. Terceiro. Por fim, Paulo escreve:

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda


compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e
perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes
perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito
(Colossenses 3.12-14 NVI).

Se Deus ordena amar o próximo como a si mesmo, a ter compaixão, paciência com o
outro, ser manso, suportar as queixas e conflitos em amor, e a perdoar; como alguém, crente
em Cristo Jesus, pode deixar a comunhão justamente por não suportar o seu irmão?
Pense. Se ninguém pisar no seu calo, como você vai exercer o mandamento do perdão?
Se nunca pisarem na bola com você, como você aprenderá a ser misericordioso? Se não
esquentarem a sua paciência, como você poderá exercer a mansidão e a paciência? Não percebe
que as qualidades e defeitos, nossos e dos nossos irmãos, são manifestados para que o caráter e
os atributos de Cristo sejam forjados em nós? Uma pedra de ferro bruta e sem valor, só é útil
após ser forjada no fogo. Deixe o martelo dos céus te moldar segundo a vontade Deus.
Se não for suficiente os três argumentos acima, podemos finalizar com a ordem deixada
nas Escrituras:

Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos
outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus,
não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-
se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo
encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte,
e morte de cruz (Filipenses 2.4-8 NVI).

Jesus teve a atitude de se entregar completamente por nós, doando até mesmo a sua
própria vida. A quem necessitava de um abraço, em Jesus encontrava. Cura? Ele curava. De
uma oração, Ele orava, libertava e consolava. A quem desejava tempo e atenção, Ele não
deixava de se dedicar. Jesus era mestre por excelência pois vivia tudo que ensinava. Essa é
atitude que Ele requer de nós. Doe-se, perdoe, suporte em amor.

3. TERCEIRO: NÃO VOU À IGREJA POR CAUSA DOS MAUS EXEMPLOS

Quanto aos maus exemplos e aos pecados que enxergamos na vida do outro. Jesus nos
deixou pelo menos dois grandes alertas:
1. Primeiro. No evangelho segundo João (8.1-7), relata-se a história da mulher
surpreendida em adultério. Um pecado até hoje considerado grande e inaceitável por muitos.
Naquele episódio há três grandes personagens: 1. Jesus, o autor da vida, aquele que podia
perdoar e salvar a mulher. 2. A mulher adúltera, pecadora e condenada à morte. Ela necessitava
totalmente de um salvador. 3. E por último, um grupo de homens religiosos que exigiam o
cumprimento da Lei.
Aqueles homens, aos olhos da Lei, não estavam errados; mas Jesus é maior do que a Lei
e conhecia os corações. Então, ele diz a famosa frase: “Se algum de vocês estiver sem pecado,
seja o primeiro a atirar pedra nela (João 8.7 NVI).”
Somente o Santo Cristo teria autoridade para cumprir a Lei; mas então, opera-se a graça
do nosso Senhor e aquela mulher é livre de toda condenação. Isso revela que todos nós pecamos
e, ninguém, com exceção de Cristo, tem autoridade para julgar e perdoar pecados.
Um grande alerta! Antes de apontarmos o dedo e exigirmos algo de alguém, devemos
olhar para nós mesmo. Me chama a atenção que todos os fariseus presentes naquele episódio
reconheceram ser pecadores e não atiraram pedras.
Pergunto. Será que se a cena repetisse hoje, todos os religiosos do presente século
recolheriam as suas pedras e reconheceriam que são pecadores?
2. Segundo. Em outro momento Jesus foi muito mais direto, dizendo: "Não julguem,
para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados;
e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que
está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? (Mateus 7.1-
3 NVI).”
Aqueles homens estavam sendo duros com o pecado do outro e benevolentes com os
seus; Jesus não aceitou. Que sejamos mais leves, entendendo melhor a situação do nosso irmão,
não jugando, mas ajudando, não condenando, não sendo juízes, mas amando apesar dos erros e
falhas dos nossos irmãos.
Não estou a dizer que devemos aceitar o pecado, muito pelo contrário, mas amar o
pecador. Assim, pode-se concluir, que o erro ou o pecado do outro jamais poderia ser motivo
para estragar a comunhão do corpo de Cristo, pois, como dizem as Escrituras, “[...] todos
pecaram e estão destituídos da Glória de Deus (Romanos 3.23 NVI)”; e, ainda, “se afirmarmos
que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós (1 João
1:8 NVI)”.

APELO

As primeiras obras, que em resumo, aprende-se: tenha comunhão com os irmãos, busque
e ame a Deus (Ele é o foco), ame o próximo, perdoe e suporte em amor. Não deixe de congregar;
seja Igreja.

Pr. Eduardo Caldeira

Você também pode gostar