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O que é o Estado Intermediário das Almas?

O estado intermediário é um período entre a morte de alguém e o arrebatamento da igreja para os


salvos ou a ressurreição final do fim dos tempos.
Baseado na Bíblia, livros e nos estudos escatológicos (estudo do que acontecerá quando todas as
coisas forem consumadas, particularmente, no que se refere na segunda vinda de Cristo) podemos
dizer, resumidamente, de modo que os irmãos venham entender sobre o “ESTADO
INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS”.
A verdade está revelada na Palavra de Deus, a Bíblia, e isso não deixa lugar para especulações seja
quem for, mesmo que as pessoas sejam bem intencionadas. A Palavra de Deus afirma enfaticamente
que uma das razões porque Jesus veio a este mundo, foi para nos mostrar como podemos ter vida
abundante não apenas aqui, mas também eterna, no além. A Bíblia diz: “… segundo o poder de
Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas
conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos
eternos.” (2Tm 1.8,9).

Não precisamos ficar confundidos ou desencorajados a respeito do destino dos mortos porque temos
a Palavra de Deus e a revelação de Seu Filho Jesus Cristo.

As bênçãos resultantes da vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam
com tudo que concerne ao crente. Uma dessas bênçãos tem a ver com os filhos de Deus que já
dormiram ou vierem a dormir no Senhor. Na glória celestial ser-nos-ão reveladas inumeráveis
outras bênçãos das quais usufruiremos, derivadas da vinda de Jesus aqui. Elas têm alcance
ilimitado, aqui e na eternidade.
O que acontecia antes da ressurreição de Cristo?

Os mortos ímpios eram encaminhados para um lugar chamado SHEOL (AT) HADES (NT),
enquanto que os justos iam para o seio de Abraão. Para compreender os ensinos bíblicos quanto ao
lugar para onde vão os mortos, é necessário observar o texto original do Antigo Testamento em
hebraico, e o original grego do Novo Testamento.

1. Antigo Testamento:
 SHEOL

– A morada dos mortos. Era considerado como uma região situada embaixo da terra (Nm 16.30,33;
Am 9.2), sombria e escura, onde os espíritos desencarnados tinham uma existência consciente, mas
amortecida e inativa (2Sm 22.6; Ec 9.5,10). O povo hebreu via o Sheol como o lugar para onde
justos e ímpios iam, após a morte (Gn 37.35; Sl 9.17; Is 38.10; Dt 32.22; NTLH, o mundo dos
mortos), um lugar onde se recebiam punições e recompensas. Além disso, a Bíblia o descreve como
tendo um apetite insaciável (Is 5.14; Hc 2.5; a morte).

– Entretanto, Deus está presente no Sheol (Sl 139.8; ARA, abismo; ARC, Seol). Para Deus, ele é
aberto e conhecido (Jó 26.6; Pv 15.11). Isto sugere que, na morte, ao morrer, o justo continua sob os
cuidados de Deus, e os perversos não escapa ao seu castigo. O conceito de Sheol permite entender o
significado de Salmos 16.10. Pedro viu o cumprimento desse salmo messiânico na ressurreição de
Jesus (At 2.27).

2. Novo Testamento:
 HADES

– Palavra grega traduzida por Inferno.

Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias
regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de
chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os
próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos
anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos,
estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão,
tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque
a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu
atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele:
Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê
testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm
Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos
fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos
profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite. (Lucas 16.19-31)
Tanto SHEOL como HADES, ambas designam o lugar para onde, nos tempos do Antigo
Testamento, iam todos após a morte: justos e injustos, havendo, no entanto nessa região dos mortos,
uma divisão para os justos e outra para os injustos, separados por um abismo intransponível. Todos
estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era
chamado “Seio de Abraão” e “Paraíso”. Já o lugar dos ímpios era e são medonhos, cheio de dores
e sofrimentos, estando todos lá plenamente conscientes. Tanto SHEOL quanto HADES quer dizer
INFERNO.

Quanto ao Inferno podemos dizer que é um lugar de punição eterna pela injustiça. A ARA (Almeida
Revista Atualizada e ARC (Almeida Revista Contemporânea) usam essa palavra para traduzir Sheol
(hebraico – Antigo Testamento) e Hades (grego – Novo Testamento), respectivamente, referindo-se
ao mundo dos mortos.

Inferno também é a tradução para Gehenna, a forma grega da frase hebraica que significa “Vale de
Hinom” – vale a oeste e sul de Jerusalém. Nesse vale, os cananeus adoravam Baal (senhor, dono –
nome de um ou mais falsos deuses, um lugar e dois povos dos Antigos Testamentos: deus da
fertilidade) e o deus Moloque (a divindade nacional dos amonitas. Chamava-se, também, Milcom e
Malcã, 1Rs 11.5; Jr 49.3.), os amonitas sacrificava suas crianças em um fogo que queimava
continuamente. Acaz e Manassés, reis de Judá, foram culpados por essa terrível prática idólatra
(2Cr 28.3; 33.6).

O profeta Jeremias profetizou que Deus visitaria Jerusalém com tamanha destruição, a tal ponto de
seu vale ficar conhecido como “vale da Matança” (Jr 7.31-34; 19.2,6).

O inferno também tem outra tradução chamada TÁRTARO, conforme 2Pe 2.4.
Depois da ressurreição de Cristo
Antes de morrer por nós, Jesus prometeu que as portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja
(Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais descerão ao Hades,
isto é, à divisão reservada ali para os justos. A mudança ocorreu entre a morte e a ressurreição do
Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: “… hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).
Sobre o assunto, diz o apóstolo Paulo: “…Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e
concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às
regiões inferiores da terra?” (Ef 4.8,9).
Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que
estavam no “seio de Abraão”, conforme ele prometera em Lucas 16.22.
O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, o qual está no terceiro Céu (2Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está
agora lá em cima, na imediata presença de Deus. Não em baixo, como dantes. A mesma coisa vê-se
em Ap 6.9,10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem no Céu, “debaixo do
altar”, aguardando o fim da Grande Tribulação, para ressuscitarem (Ap 20.4) e ingressarem no
reino milenial de Cristo.

Os crentes que agora dormem no Senhor estão no Céu, pois o Paraíso está lá agora, como um dos
resultados da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (2Co 5.8). No momento do arrebatamento da
Igreja, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão a seus corpos ressurretos e subirão com Cristo, já
glorificados.
Jesus no Céu
Depois que Cristo subiu para o Céu, a Bíblia não mais se refere ao Paraíso como estando “em
baixo”. Desse ponto em diante todas as referências no Novo Testamento falam da localização do
Paraíso como estando “em cima” ou “no alto”.
Na manhã da ressurreição, Cristo não permitiu que Maria Madalena ou os discípulos O tocassem,
porque Ele havia descido ao SHEOL. Ali Ele libertou os mortos justos que estavam no Paraíso (seio
de Abraão) e transferiu-os para um ponto situado nos lugares celestiais. Foi nessa ocasião que
Ele “levou cativo o cativeiro” ou a multidão de almas cativas dos mortos justos esperando
no SHEOL/HADES pela consumação da obra de Cristo.
A presente situação dos ímpios mortosComo já sabemos, o crente quando morrer, não vai mais
para o HADES. Ele vai estar com Cristo. Paulo disse que desejava “partir e estar com Cristo“. Em
2 Coríntios 5.6-8, o apóstolo Paulo foi enfático ao expressar sua confiança que, estar “ausente do
corpo” na morte, é estar “presente com o Senhor”. Portanto, os mortos justos estão “presentes com
Cristo” agora, ou seja, estão onde Cristo está.

Continuam descendo ao HADES, o “império da morte”, onde ficarão retidos em sofrimento


consciente até o Juízo do Grande Trono Branco, após o Milênio, quando ressuscitarão para serem
julgados e postos no Inferno eterno (Ap 20.13-15). Assim sendo, qualquer fantasma ou “alma do
outro mundo” que possa aparecer por aqui é coisa diabólica, porque do HADES não sai ninguém. É
uma prisão, cuja chave está com Jesus (Ap 1.18). Alma do outro mundo não vem à Terra, pois os
salvos estão com Jesus, e os perdidos estão presos. O diabo, sim, por enquanto está solto e sabe
imitar e enganar com muita habilidade.

O estudo comparativo de passagens bíblicas como 1Pe 3.18-20 e Atos 2.27,31, mostra que a vitória
de Cristo foi anunciada até no HADES (do lado do paraíso), o reino dos mortos. Todo o universo
tomou conhecimento da transcendental vitória de Jesus, na Sua morte e ressurreição.

A sorte do incrédulo foi selada durante sua vida terrena. Ele sabe qual o seu destino eterno, e está
apenas aguardando o julgamento e a justiça de Deus para ser “lançado fora” e sua sentença
começar.
O estado dos mortos

Escritores gregos antigos viam a morte como um sono. Homero, em sua obra A ILÍADA, chama o
sono de “irmão gêmeo da morte”. Dizem que Sócrates, condenado a morrer envenenado, declarou:
“Se a morte é apenas um sono sem sonhos, deve ser algo maravilhoso.” Mas a Palavra de Deus
ocupa-se do assunto com toda clareza.
O estado dos justos falecidos

Na morte, a vida corpórea cessa e o corpo começa a desintegrar-se, o que é inerente à sua natureza
(O corpo fica como que dormindo). Daí o espírito ou a alma humana entra em estado consciente de
existência. É a natureza desse estado, particularmente com respeito aos justos, que agora temos de
estudar.
Os justos estão com Deus – A declaração em Eclesiastes 12.7, de que o espírito volta a Deus que o
deu, acha-se repetida em passagens do Novo Testamento. Em Filipenses 1.23 Paulo falou de partir e
estar com Cristo. Referia-se ao dilema que tinha quanto ao morrer ou continuar vivo. Reconhecia
que, continuar nesta vida significava muito sofrimento, mas o terminar desta vida significava uma
partida imediata para a presença de Cristo.
Os justos estão no paraíso– Conforme Apocalipse 2.7, àquele que vencer, Cristo lhe concederá o
privilégio de comer “…da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”. Ainda que não
seja usado o termo “paraíso” em Apocalipse 22.1,2, é provável que a ideia seja a mesma. Nessa
passagem, a “arvore da vida” aparece ao lado do rio da água da vida, e o quadro total é o de um
paraíso ou jardim de bem-aventurança.
Os justos estão vivos e conscientes– Os justos desincorporados estão vivos e conscientes. Ainda que
o Novo Testamento ensine que há um estado desincorporado durante o intervalo entre a morte e a
ressurreição, em parte alguma ele deixa transparecer a ideia de que esse estado seja de animação
suspensa ou de inconsciência (Lc 16.19-31). Várias passagens nos ajudam a compreender melhor.
Em Mateus 22.32 Jesus declarou aos saduceus que Deus é Deus dos vivos. Sua declaração foi feita
em referência às palavras dirigidas a Moisés na ocasião da sarça ardente: “Eu sou o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Jesus interpretou essa declaração como significando
que Deus estava dizendo: “Abraão, Isaque e Jacó morreram há muito tempo, porém eles continuam
vivos”.
Os justos estão em descanso– Esta declaração se baseia nas palavras de Apocalipse 14.13: “Bem-
aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” A ideia principal do termo
“descanso” é de refrigério depois do labor. Os que morrem no Senhor são descritos como estando
num estado de bem-aventurança, porque entram numa experiência de regozijo, como sendo
aliviados então das lutas desta vida.
O estado dos ímpios falecidos

As passagens do Novo Testamento que tratam dos maus ou injustos no estado desincorporados, são
menos numerosas do que as que se referem aos justos. Porém, as poucas que se relacionam com
este tópico, conduzem a várias conclusões:
 Lucas 16.23 – Ímpios falecidos:
1. a) Estão num lugar fixo.
2. b) Continuam vivos e conscientes.
3. c) Estão separados de Deus.
 2 Pedro 2.4,9 – Ímpios falecidos: – Estão reservados para o castigo eterno.

Portanto, o que estão ensinando sobre os mortos (justos ou ímpios) se encontrarem na sepultura, em
sono profundo e em estado de inconsciência, não tem apoio nas Escrituras.
O céu e o inferno

O destino final da Igreja é sua habitação na eterna presença de Deus. A Bíblia e a doutrina cristã
chamam isto de “céu”.
Como é o céu?

Quando as pessoas perguntam qual a crença do cristão sobre o Céu, não é possível dar uma resposta
precisa e detalhada. As razões são óbvias. Como seria possível explicar a um índio que vive na
selva, como é a cidade grande? Todavia, tanto os selvagens como o citadino vivem no planeta
Terra, respiram o mesmo ar e gozam do mesmo sol. Mas o Céu, como quer que ele seja, deve ser
fundamentalmente diverso. Sua definição deve estar quase além do entendimento humano.

Em Apocalipse está escrito “…Deus habitará com eles (homens)…” (Ap 21.3). O ponto alto da
história bíblica da redenção de Deus é “a Cidade Santa”, Deus com seu povo. Em tal comunidade,
“…Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” e não haverá nem prato, nem luto, nem dor,
“porque as primeiras cousas passaram” (Ap 21.4). Quanto a isto é importante saber que:
O Céu é um lugar real, literal– Este mundo é apenas a ante-sala do próximo. Esta existência é breve
e incidental em relação às alturas eternas da próxima. O coração, em seu anseio por algo melhor,
apoia a conclusão que deve haver um lugar para nós, após a morte física. Lendo João 14.2,3 vemos
que por duas vezes Jesus chama o Céu de LUGAR. Realmente o Céu é um lugar real, literal, físico.
É um lugar na presença de Deus, um lugar que Cristo nos está preparando.
O Céu é um lugar espaçoso (Ap 7.9)– Se Jesus criou o mundo em seis dias, como os animais, o
firmamento e os seres humanos – toda a Sua criação é realmente maravilha e ultrapassa a todo
entendimento – qual não deve ser o lugar que Ele vem preparando durante esses anos todos? Os
capítulos 21 e 22 do livro de Apocalipse fala das belezas desse lugar.
O Céu fica em cima (At 1.9; 2Res 2.11; 2Co 12.2,4; Ap 21.3,4; 22.3-5)– Sim, o Céu reserva
maravilhosas perspectivas para aqueles que foram levados no precioso sangue de Cristo; e, verdade
é que, onde quer que esteja o Céu está vinculado às bênçãos de Deus, em Seu Filho, Jesus Cristo.
A realidade do inferno

No Novo Testamento, há três palavras diferentes, no grego, que são traduzidas pela mesma palavra
INFERNO em português, são elas: HADES, GEENA e TÁRTARO.
Na verdade, essas três palavras gregas têm basicamente um significado diferente:

– HADES é o SHEOL do Antigo Testamento. É o lugar onde os espíritos dos mortos aguardam a
ressurreição.

– GEENA por outro lado, refere-se ao inferno em relação ao castigo eterno. É o lugar para onde irão
os injustos após o julgamento do Grande Trono Branco.

– TÁRTARO é usado para referir-se à prisão dos anjos caídos (Jd v. 6).

Quanto ao inferno

– É antítese (oposição entre palavras ou ideias) do Céu (Mt 11.23).

– Cristo prometeu fazer a Sua Igreja triunfar sobre o inferno (Mt 16.18).

– No inferno há vida consciente e sofrimento eterno (Lc 16.23).

– Deus tem poder de matar o corpo e lançar a alma no Inferno (Mt 10.28).

– A indisciplina dos nossos membros pode ser causa de condenação do corpo ao Inferno (Mt 5.29).

– Não há escape do Inferno para o impenitente (Mt 23.33).

– O Inferno (Geena) será um lugar de sofrimento eterno e de eterna separação do Salvador (Mt
13.42,49,50; 25.41).

DOUTRINA CATÓLICA ROMANA


O PURGATÓRIO

De acordo com a igreja de Roma, as almas dos que são perfeitamente puros por ocasião da morte
são imediatamente admitidos no céu ou na visão beatífica de Deus; mas os que não se acham
perfeitamente purificados, que ainda levam sobre si a culpa de pecados veniais e não sofreram o
castigo temporal devido aos seus pecados - e esta é a condição da maioria dos fiéis quando morrem
- têm que se submeter a um processo de purificação, antes de poderem entrar nas supremas alegrias
e bem-aventuranças do céu. Em vez de entrarem imediatamente no céu, entram no purgatório.

O purgatório não seria um lugar de prova, mas de purificação e de preparação para as almas dos
crentes que têm a segurança de uma entrada final no céu, mas ainda não estão prontas para apossar-
se da felicidade da visão beatífica. Durante a estada dessas almas no purgatório, elas sofrem a dor
da perda, isto é, a angústia resultante do fato de que estão excluídas da bendita visão de Deus, e
também padecem "castigo dos sentidos", isto é, sofrem dores que afligem a alma.

DOUTRINA DO SONO DA ALMA

Muitos grupos religiosos, como os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas-de-Jeová,


acreditam que quando o homem morre, ele fica inconsciente, não percebendo o que se passa ao seu
redor. Para nós evangélicos, tirando algumas implicações, essa problemática doutrinária não é tão
relevante – sono da alma ou imortalidade. Agora, para os Adventistas e Testemunhas-de-Jeová,
devido às suas doutrinas exóticas, isso é realmente uma problemática. Para os Adventistas seria a
questão da doutrina do Juízo Investigativo*, sem sono da alma essa doutrina fica irreparavelmente
quebrada. Para as Testemunhas-de-Jeová é a questão da doutrina do paraíso na Terra**, afinal a
onde seria o paraíso?
Porém, a Bíblia não ensina a doutrina do “Aniquilacionismo”, vulgarmente chamada de “Sono da
Alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus (Fl 1.23)
mostra que a doutrina do sono da alma está equivocada. Essa doutrina ensina que quando os cristãos
morrem, eles entram em um estado de inexistência e que voltarão à consciência somente quando
Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna.
As Escrituras quando falam da morte como “dormir”, trata-se apenas de uma metáfora usada para
indicar que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono. Isso é visto
claramente, por exemplo, quando Jesus fala a seus discípulos sobre a morte de Lázaro – “Nosso
amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (Jo 11.11). Devemos notar que Jesus não diz
aqui que alma de Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico de fato afirma que a alma de
alguém está dormindo ou inconsciente (declaração necessária para provar a doutrina do sono da
alma). Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu. João prossegue, explicando: “Mas
Jesus falara da sua morte; eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono. Então Jesus lhes
disse claramente: Lázaro morreu” (Jo 11.13, 14). Os outros versículos que falam sobre dormir após
a morte são igualmente metáforas que ensinam que a morte é temporária.

Já os textos que indicam que os mortos não louvam a Deus, ou que a atividade consciente cessa
depois da morte, devem ser entendidos da perspectiva da vida nesse mundo. De nossa perspectiva,
uma vez que a pessoa esteja morta, ela não se envolve mais com atividades como essas. Mas o
Salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica plena sobre essa posição. O texto diz: “Os mortos não
louvam o Senhor(na congregação aqui na terra), nem os que descem à região do silêncio” (parêntese
nosso). Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste indicando que aqueles que crêem
em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Nós, porém, bendiremos o Senhor, desde agora e para
sempre.” (Sl 115.17-18).

A Bíblia mostra que as almas dos cristãos vão imediatamente à presença de Deus e desfrutam da
comunhão com Ele ali (IICo 5.8; Fp 1.23 e Hb. 12:23). Jesus não disse: “Hoje já não terás mais
consciência de nada que esta acontecendo”, mas sim “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc. 23:43).
Certamente o conceito de paraíso naquela época não era de existência inconsciente, mas sim de
existência de grande bênção e de regozijo na presença de Deus. Paulo não disse: “Tenho o desejo de
partir e ficar inconsciente por muito tempo”, mas sim “tenho o desejo de partis e estar com Cristo”
(Fp. 1.23) — e sem dúvida ele sabia que Cristo não era um Salvador inconsciente, adormecido, mas
sim alguém que está vivo, ativo e reinando no céu. Estar com Cristo era desfrutar a bênção da
comunhão da sua presença, e é essa a razão por que partir e estar com ele era incomparavelmente
melhor. Foi por isso que ele disse: “Preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (II Co 5.8).

Apocalipse 6.9-11 e 7.9-10 também mostram claramente as almas dos mortos que foram para o céu
orando e adorando a Deus: “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor,
santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”. E eles
foram vistos “em pé, diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com
palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e
ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.9-10). Todos esses versículos negam a doutrina do
“aniquilacionismo” ou “sono da alma”, pois deixam claro que a alma do cristão experimenta
comunhão consciente com Deus no céu imediatamente após a morte.

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