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Sumário

Introdução..................................................................................................... 6
1 – Síntese histórica da escatologia ........................................................... 11
2 – O Estado Intermediário ....................................................................... 14
2.1 - Justos e ímpios no estado intermediário ......................................................16
2.2 – Os termos referentes ao She’ol – Hades .....................................................16
2.2.1 - Paraíso .............................................................................................17
2.2.2 - Tártaro .............................................................................................18
2.2.3 - Inferno .............................................................................................19
2.2.4 - Abismo ............................................................................................19
2.2.5 - O Lago de Fogo ...............................................................................19
3 – O arrebatamento da igreja .................................................................. 21
3.1 – Principais sinais da volta de Cristo .............................................................23
3.1.1 – A aparição dos falsos Cristos..........................................................23
3.1.2 – Guerras ...........................................................................................23
3.1.3 – Fomes .............................................................................................23
3.1.4 – Pestes ..............................................................................................24
3.1.5 – Terremotos .....................................................................................24
3.1.6 – A multiplicação dos pecados – o amor esfriando-se ......................25
3.1.7 – O avanço do ocultismo ...................................................................25
3.1.8 – O renascimento de Israel como nação ............................................25
3.1.9 – Os avanços da ciência .....................................................................26
3.1.10 – O declínio da moralidade..............................................................26
3.1.11 – A apostasia ...................................................................................26
3.2 - Escolas de interpretação sobre o tempo do arrebatamento .........................27
3.3 - A primeira ressurreição (gr. anastásis he próte) ........................................28
3.3.1 – As primícias ....................................................................................28
3.3.2 – A colheita geral...............................................................................28
3.3.3 – O restolho ......................................................................................29
3.4 – Ao encontro com o noivo ...........................................................................29
3.5 – O Tribunal de Cristo ...................................................................................32
3.6 – As Bodas do Cordeiro.................................................................................33
4 – A Grande Tribulação............................................................................ 35
4.1 – Acontecimentos na Grande Tribulação ......................................................37
4.1.1 – O livro selado será aberto – Ap 6; 8.1-5. ........................................37
O 1º. Selo – Ap 6.1,2. ....................................................................38
4.1.1.1 – O Anticristo .........................................................................38
4.1.1.2 – As Duas Testemunhas – Ap 11.1-12. ..................................39
O 2º. Selo – Ap 6.3,4. ....................................................................41
O 3º. Selo – Ap 6.5,6. ....................................................................41
O 4º. Selo – Ap 6.7,8. ....................................................................41
O 5º. Selo – Ap 6.9-11...................................................................42
O 6º. Selo – Ap 6.12-17.................................................................42
O 7º. Selo – Ap 8.1. .......................................................................43
4.2 – As sete trombetas – Ap 8.6-13; 9.1-21; Ap 10.7; 11.15 .............................43
A 1ª. Trombeta – Ap 8.7................................................................44
A 2ª. Trombeta – Ap 8.8................................................................44
A 3ª. Trombeta – Ap 8.10,11. ........................................................44
A 4ª. Trombeta – Ap 8.12..............................................................44
A 5ª. Trombeta – Ap 9.1-12. .........................................................45
A 6ª. Trombeta – Ap 9.13-21. .......................................................45
A 7ª. Trombeta – Ap 10.7; 11.15-19. ............................................45
4.3 – As Sete Taças – Ap 16 ................................................................................46
A 1ª Taça – Ap 16.2. .....................................................................47
A 2ª Taça – Ap 16.3. .....................................................................47
A 3ª Taça – Ap 16.4. .....................................................................47
A 4ª Taça – Ap 16.8. .....................................................................47
A 5ª Taça – Ap 16.10. ...................................................................48
A 6ª Taça – Ap 16.12. ...................................................................48
4.3.1 – O Armagedom (gr. harmagedon; hb. har megiddon) .....................48
A 7ª Taça – Ap 16.17 – “Está Feito”.. ...........................................50
5 – O Milênio .............................................................................................. 52
5.1 – Escolas de interpretação sobre o Milênio ...................................................52
5.1.1 – Escola Pós-milenista .......................................................................52
5.1.2 – Escola Amilenista ..........................................................................53
5.1.3 – Escola Pré-milenista ......................................................................53
5.2 – O “Intervalo” entre a Grande Tribulação e o Milênio ................................53
5.2.1 – A prisão de Satanás – Ap 20.1-3.. ..................................................54
5.2.2 – O Julgamento das Nações – Mt 25. 31-46; Jl 3.2,12.. ....................55
5.3 – Eventos que ocorrerão no Milênio. .............................................................56
5.4 – Eventos que ocorrerão após o Milênio.. .....................................................57
5.4.1 - Satanás é solto – Ap 20.7-10. ..........................................................57
5.4.2 – A segunda ressurreição– Ap 20.5. ..................................................58
5.4.3 – O Juízo Final - Ap 20.11-15. ..........................................................58
6 – A Eternidade ......................................................................................... 60
6.1 – Novo Céu e Terra – 2 Pe 3.13; Ap 21.1-8 ..................................................60
6.2 – A Nova Jerusalém – Ap 21.9-27; 22.1-5 ...................................................61
Referências bibliográficas ......................................................................... 64
Notas ............................................................................................................ 68
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória
dos nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Tito 2.13.

Muitas são as versões contadas sobre causas ou, até mesmo, o como
se dará o fim do mundo. O termo Apocalipse, palavra grega que denota
erguer o véu em sentido stricto e foi convencionalmente traduzida por
revelação. Torna-se necessário mencionar que tal como a definição do termo
apocalipse este trabalho tem por objetivo “erguer o véu” sobre o assunto
para que outros estudiosos possam tomar gosto pelo assunto e desenvolvam
novas descobertas e assim promovam o estudo do tema e de seus correlatos.
Esse tema tem sido narrado em filmes (a série Deixados para trás é um
exemplo ficcional realizada a partir das obras de Tim LaHaye e Jerry B.
Jenkins), e canções, e novelas como sendo algo, de certa forma poético,
emocionante, uma aventura. Porém, a realidade dos eventos como narrado
no livro bíblico do Apocalipse e os eventos que antecedem e precedem a
Segunda Vinda de Jesus não terão nada além de dor, sofrimento e lágrimas a
muitos dos que ficarem no pós-arrebatamento.
O assunto já foi capa de reportagens e manchetes em jornais. Alguns
anos passados muitos habitantes do planeta encontravam-se atônitos
esperando o cumprir de uma “profecia” atribuída ao povo Maia a qual
previa o fim do planeta na data de 21 de dezembro de 20121. Por axioma é
sabido que tal previsão não se concretizou. Anos antes de 2012 muitos
acreditaram nas profecias de Nostradamus2 de que o mundo “acabaria”, mas
como todas as outras anteriores o dito “fim do mundo” não veio.

6
Essas superstições sobre o fim dos tempos que se altera com o passar
dos anos, dependendo de fatos históricos que, nem sempre, têm relação com
o futuro tem levado muitos crentes a duvidarem de sua fé e das Escrituras.
E, isto muito em função de que aqueles que escrevem sobre este assunto em
seus periódicos seculares, de tempos em tempos, se utilizam textos
sagrados, fora do contexto, e, portanto, abordados de um ponto de vista
descrente recheando de sarcasmo as histórias ou as interpretações que fazem
dos textos bíblicos, onde raramente tais textos refletem aquilo que é
realmente válido e nem de longe esses periódicos têm suas publicações
fundamentadas nas Escrituras, embora determinem isto em seus escritos.
No entanto, entre tantos que aguardam algo para o futuro estão
aqueles que esperam com “fé, esperança e amor” e com grande expectativa,
e ansiedade pela manifestação daquele que vem buscar a sua “igreja” –
Jesus Cristo, o “alfa e o ômega, o princípio e o fim”. É esta “bendita
esperança” que nos leva, diariamente, a acreditarmos ainda mais nas
palavras que o Senhor nos deixou – “virei outra vez”. É esta a mola
propulsora que nos faz vivermos neste mundo sábia e piamente. É baseado
nessa esperança que tratamos neste opúsculo de forma introdutória sobre
assuntos futuros com base na Bíblia Sagrada.
Procura-se, nesta obra, estabelecer a partir de um contexto histórico
inicial princípios e fatos que demonstrem um interesse pelo estudo
escatológico desde os primórdios da igreja até o século XXI. Faremos uma
incursão teórica onde procuraremos abordar temas correlatos à doutrina das
últimas coisas como o Estado Intermediário e, a partir de então, tentamos
estabelecer uma espécie de linha do tempo para sistematizar os eventos
futuros tomando como base os sinais da Segunda Vinda de Cristo que
culminam no Arrebatamento da Igreja onde a partir de então estabelecemos
o que ocorrerá tanto aos que ficarem na Terra quanto aos que foram
arrebatados aos céus.
Procuramos tratar sobre a Grande Tribulação e propomos situar a
ação do Anticristo e seus seguidores bem como a atuação das Duas
Testemunhas descritas no Apocalipse. Nessa nossa sistematização de
eventos propomos uma abordagem a partir da abertura do Livro Selado, com
seus sete selos, seguidos do ressoar de sete trombetas e que terminam com
as sete taças da ira de Deus como juízos que virão sobre a Terra naquele
tempo de aflição. Ainda neste ponto da Grande Tribulação, registramos
algumas seções parentéticas entre alguns eventos a fim de não perder o foco
7
escatológico e de não tentarmos incorrer no erro de pormenorizar demais o
assunto o deixando incompreensível, mas enxertamos a Batalha do
Armagedom por ser algo emblemático quando se trata de eventos futuros.
Nesta seção, é justo mencionar que analisamos os eventos pós-
arrebatamento que acontecerão tanto na Terra quanto nos céus. Eventos
como o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro serão mencionados nesta
seção do trabalho por serem correlatos ao tempo em que os mesmos dar-se-
ão.
Por fim, abordamos a última dispensação escatológica: o Milênio.
Neste capítulo tratarmos sobre temas como a prisão de Satanás, o
Julgamento das Nações, o Milênio propriamente dito e, por fim, a soltura de
Satanás ao fim dos mil anos, como um dos eventos que acontecerão entre o
fim do milênio e o início do que se denomina de Eternidade. Em
consequência dessa soltura de Satanás teremos sua última rebelião contra
Deus e sua condenação eterna ao lago de fogo, seguida da Segunda
Ressurreição e do Juízo Final.
Encerrada essa seção, ainda nos resta discorrer sobre como cremos
que será a Eternidade com Deus e sobre o Novo Céu e a Nova Terra,
acompanhadas de todas as bênçãos que são prometidas aos que vencerem
como o direito de poder habitar na Nova Jerusalém.

“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e


dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e
o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce
do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”’.
Apocalipse 3.12.

Os primeiros membros do cristianismo aguardavam o retorno de


Cristo para aqueles dias. Isto tornou a igreja, “fervorosa”, evangelizadora,
perseguida, fiel, e praticante dos ensinamentos sagrados de Cristo.
Atualmente, embora tenhamos as mesmas armas espirituais à nossa
disposição, a falta de afinidade com elas, por imperícia no seu uso ou por
colocá-las de lado e tentar construir usando nossas próprias convicções e
tratados faz com que vivamos esse esfriamento espiritual latente no século
atual.
O desfecho que aguarda a humanidade sem Deus pode ser tratado
como algo épico e poético recheado de aventura como nos filmes de
8
Hollywood, mas na vida real será totalmente diferente. Por quê? Por que na
vida real não existem os efeitos especiais ou dublês. Os “atores” somos nós.
É preciso entender o que o Senhor tem para nos mostrar através da
sua Palavra. As doutrinas bíblicas são irrevogáveis. É preciso viver por elas
e deixar que elas nos delimitem o caminho a fim de que possamos “correr a
carreira que nos está proposta”.
Nesse tratado a ideia, ao escrevê-lo, não é bater o martelo sobre
escatologia, mas formular referencial teórico para futuras análises e
colaborações e tentar situar os estudantes de Teologia sobre o tema,
despertando o interesse em quem ainda não o possui e agregando valor
teórico aos que já desempenham o trabalho, seja nos púlpitos ou nos cursos
teológicos.
Procuramos tratar a Doutrina das Últimas Coisas e toda a sua
complexidade aqui da forma mais didática possível visto ser esse ensino um
dos que geram grandes debates entre teólogos devido à sua dificuldade de
interpretação ou de situação temporal.
Abordamos neste estudo a forma que acreditamos ser sistêmica sobre
Escatologia, e que seja, realmente, segundo as Escrituras Sagradas. Muitos
têm conhecimento de fatos históricos, filosóficos e bíblicos, mas estes
conhecimentos estão arranjados de forma assimétrica não possuindo uma
ordem coerente. Propormos aqui um alinhamento de como acreditamos ser a
ordem dos eventos escatológicos e assim reagrupar os conhecimentos que já
se tem sobre o assunto de uma forma mais sistêmica e de melhor
compreensão. Adotar uma cronologia para eventos futuros pode ser
arriscado, isto já é difícil com eventos passados, imagine com futuros,
entretanto a ideia é aproximar ao máximo a forma e o tempo sobre como
acreditamos que os eventos se sucederão no futuro.
O termo Escatologia é derivado de duas palavras gregas: “eschaton”
(que vem por último) e “logia” (tratado, estudo, doutrina). O termo
escatologia foi utilizado pela primeira vez com uma doutrina cristã por
Inácio de Antioquia3.
Sabe-se que o estudo dessa doutrina é um dos mais complexos e de
difícil interpretação chegando a produzir certas “confusões” ao falar-se
sobre o mesmo. Concernente à estas confusões o mestre, Antonio Gilberto
aponta cinco possíveis razões para tais:

9
Pérfida aplicação das Escrituras; falta de afinidade com o
Espírito Santo; conhecimento assimétrico; conhecimento
especulativo; atuação insalubre e impudica dos falsos
ensinadores. (GILBERTO, 1985, p. 8-9).

É preciso manter o cuidado quando se fala sobre o assunto a fim de


não incorrer no risco de achar que está tudo exatamente como deve ser. O
tema é dinâmico e, portanto, multável sua interpretação. É necessário que se
tenha ou mantenha-se vigilância. O dia final está próximo. O dia, e a hora da
vinda do Onipotente, aproxima-se. Os juízos de Deus sobre a Terra e seus
moradores infiéis é iminente. Os que estiverem preparados ouvirão o soar da
trombeta de Deus. Aqueles que tem essa esperança, sempre que ouvem falar
sobre o assunto gritam com a alma - Maranata!
Espera-se que aqueles que deste estudo tenham conhecimento
possam obter algum proveito. As ideias contidas nos versículos bíblicos são
irrevogáveis, as interpretações que se lhes dão podem variar, e usa-se a
quantidade de argumentos, pró ou contra, para saber qual a mais consistente.
Não se pode dar ao luxo de errar, mas se em algo deixarmos a desejar
reafirmamos o que Agostinho de Hipona escreveu: “se você tem algo a
escrever, escreva. Se for bom, ajuda alguém. Se medíocre, não vai fazer mal
a ninguém. E se for muito ruim, alguém vai se levantar e fazer melhor”.
A Bíblia “é a verdade”. Como Palavra de Deus aos homens, é ela
quem propõe o caminho a ser seguido por todos os que desejam manter uma
vida de fé, esperança e amor. A regra basilar sobre sua interpretação é a de
que se ela (Bíblia) falar, pode-se falar, se ela calar, cale-se.
Sola Scriptura; Sola Gratia; Sola Fide; Solí Deo Gloria; Solo Christi.
Até o Arrebatamento! E depois, a eternidade com Cristo nos espera
se nos mantivermos fiéis.

Pr. Clayton Lima Melo


Autor

10
“Repousaremos e veremos, veremos e amaremos, amaremos e
oraremos no fim que não é o fim”. Agostinho de Hipona.

Ainda se vivia o clima da ascensão de Cristo e os crentes primitivos


já aguardavam a volta de Jesus naqueles dias, embora não tenha acontecido
esse retorno nos moldes como os crentes imaginavam a esperança continuou
viva e a certeza de que Ele voltaria permaneceu e permanece no coração
daqueles que são fiéis. Já são mais de dois mil anos e a centelha acesa
continua fumegando e multiplicando-se o número daqueles que aguardam o
retorno do Cristo bendito.
No início da era cristã muitas perseguições foram infligidas pela
corte romana contra os “nazarenos” e com isso redimensionou-se a visão
escatológica da igreja. Quando Septímio Severo era imperador romano, a
partir do ano 193 d.C., surgiu um pregoeiro chamado Judas, que afirmava o
retorno de Cristo ao fim do reinado desse imperador, assegurando em sua
mensagem que a parousia4 aconteceria no final do domínio de Severo.
Juntaram-se à esse Judas muitos outros como o Papa Silvestre II5 e
outros clérigos; Hans Müller6; Martinho Lutero7; John Wesley8; Charles
Taze Russell9; William Marrion Branham10; entre outros que confundiram-
se ou intencionalmente propuseram algum tempo para a volta de Cristo ou
para o cumprimento de alguma profecia escatológica.
Para se ter uma ideia sobre como ocorreu o desenvolvimento do
estudo sobre a escatologia é preciso tomar como base o fato de que a igreja
nos seus primórdios, pouco falava sobre este assunto e o mesmo, embora
aguardado, não tinham uma percepção clara sobre o assunto e o próprio não
11
era tratado como seria algum tempo depois de forma metódica. O
importante, no entanto, é que a igreja primitiva aguardava o retorno de
Cristo ainda naqueles dias.
O aprofundamento de temas relacionados à Escatologia veio a
difundir-se com Inácio de Antioquia, Irineu, Hilário, Ambrósio e Agostinho
de Hipona, séculos mais tarde, especialmente sobre o pós-morte e como se
dava a “passagem” dessa vida para a outra. Muitos deles acreditavam que
“Deus conduziria todos os mortos ao hades e estes ali permaneceriam até o
dia do juízo”.
Acreditavam que os mártires, salvos não tinham a necessidade de
passar por uma “’penitencia da alma” e que os justos ressuscitariam no fim e
reinariam com Cristo por mil anos e os ímpios iriam para o fogo eterno.
Um dos primeiros movimentos, a preocupar-se com a esperança
escatológica foi o Montanismo. Montano foi a sua mais expressiva figura.
Tertuliano de Cartago, um dos grandes doutrinadores da Igreja, no Ocidente,
foi um dos mais insignes representantes do Montanismo. Foi graças a
Tertuliano, que palavras como “pessoa”, “substância” e “trindade”
receberam o seu significado (KEELEY, 2000, p. 47).
Outro extraordinário ensinador foi Eusébio, bispo de Cesareia (cerca
de 265-339 d.C.), considerado por muitos o “pai da história eclesiástica”,
acreditava que o anticristo apareceria, ainda naquela geração. Em 313 d.C.,
quando Constantino, então imperador romano, proclama o Édito de Milão,
colocando fim a qualquer perseguição ao cristianismo muitos julgaram que
com este fato havia chegado o Reino de Deus. Mas, tratava-se, apenas, de
uma visão escatológica otimista e distorcida.
Outro doutrinador que podemos citar é Ticônio, um escritor
donatista11 africano que ensinava sobre o milênio acreditando que o mesmo
teria iniciado na primeira vinda de Cristo e estender-se-ia até a sua segunda
vinda. Este ensinamento, influenciou decisivamente Agostinho de Hipona
(354-432 d.C.) que se mostraria preterista12, amilenista e simbolista, quanto
aos eventos futuros. Ao ler Apocalipse 20.5, aplicou de imediato, o texto, à
igreja cristã e condicionou muitos fiéis a imaginarem que o mundo acabaria
no ano mil.
Muitos reformadores e outros que vieram depois acreditavam que a
igreja católica seria a “Babilônia do Apocalipse e que o Papa seria o homem
do pecado”. Quase todos os reformadores pareciam estar de acordo com esta
ideia, entre eles destacamos aqui: Guilherme Tyndale (1484-1536 d.C.), Dr.
12
Bugenhagen (1485-1558 d.C.), John Knox (1505-1570 d.C.), Filipe
Melanchton (1497-1559 d.C.,) e Ulrico Zwínglio13 (1484-1531).
Com o “ressurgimento” do Movimento Pentecostal, no final do
século XIX e início do século XX, a igreja redescobre a escatologia bíblica.
Atualmente os pentecostais são os que mais se dedicam ao estudo dessa
doutrina junto com os Adventistas. Entre os escritores evangélicos que
historiaram sobre a Doutrina das Últimas Coisas os nomes mais conhecidos
que podemos destacar aqui são: Antonio Gilberto; Claudionor Correia de
Andrade; Severino Pedro da Silva; Abraão de Almeida; Stanley M. Horton;
Nels Lawrence Olson; Jonas Borges; Armando Chaves Cohen; Orlando
Boyer; Wim Malgo, Dave Hunt, Napoleão Falcão, etc.

Por que alguns líderes e teólogos são chamados de Reformadores?

Faça uma breve pesquisa sobre a vida e obras de um ou dois dos


seguintes reformadores: Guilherme Tyndale; Dr. Bugenhagen; John
Knox e Filipe Melanchton.

Sugestões de leituras para aprofundamentos

ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: a doutrina reformada das


Escrituras. Os Puritanos.

DE CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica. CPAD.

HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. Vida

LINDBERG, Carter. História da Reforma. Thomas Nelson Brasil.

13
“Mas, de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de
partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.
Filipenses 1.23.

Talvez este seja um dos assuntos escatológicos menos mencionado


nos púlpitos, especialmente, no meio pentecostal, entretanto é debatido nas
salas de aula em cursos de teologia, vez ou outra é tema de assuntos em
Escolas Dominicais como tema correlato em uma ou outra lição.
Embora a definição da sentença Estado Intermediário
seja, tecnicamente fácil, visto que é usado para designar o tempo, e/ou o
período de tempo, entre a morte física e a ressurreição do homem. A
construção do argumento complica um pouco ao se separar os que morrem
tendo por base onde cada um passará esse período intermediário. É sabido
que aqueles que morrem com Cristo, tem como seu destino o “paraíso” e os
que morrem sem Cristo, estão destinados ao “lugar de tormentos”.
A compreensão passa a ser mais complicada, ainda, quando
começam a ser usados os termos gregos e hebraicos. Por exemplo o termo
She’ol14 (geralmente traduzido por “inferno” ou “sepultura”) deve ser levado
em consideração que ao ser traduzido por “inferno” não se trata de um lugar
onde Satanás governa, muito menos onde tenha seu quartel general. O
termo, também, embora ocorra em algumas traduções para o português, não
pode ser traduzido como referindo-se à sepultura pois, “mesmo sendo
paralelas na construção gramatical a palavra hebraica para sepultura é qever
(qeber) e no Novo Testamento ao se referir ao She’ol o termo utilizado passa
a ser hades” (HORTON, 1998, p. 42).

14
Um evento que tornou a compreensão do que viria a ser o local onde
justos ou ímpios passariam este período intermediário, aplicado de forma
didática pelo Senhor Jesus, é a história relacionada ao acontecido com o
“rico” e o “Lázaro” e que está narrada em Lucas 16.19-31. Nessa história o
mestre mostra como é a vida no pós-morte, tanto para os fiéis (justos),
quanto para os infiéis (ímpios). O local que servia como destino dos fiéis à
época chamava-se “Seio de Abraão”, já o lugar para os ímpios é
denominado como “lugar de tormento”.
Alguns expositores das Escrituras conjeturam que Lázaro “teria em
seu favor o significado do seu nome – “Deus é minha ajuda” – o que parecia
indicar que a despeito de tudo, ele mantinha sua fé em Deus” (HORTON,
1998, p. 49).
É possível perceber que ao longo dos tempos algumas concepções,
visões doutrinárias, erradas, sobre o pós-morte foram sendo criadas.
Algumas surgiram por conta de erros de interpretação e outras para
consubstanciar outros ensinamentos, também, equivocados. Podemos citar
aqui como fazendo parte dessas teorias/doutrinas sobre o pós-morte: o sono
da alma uma doutrina onde a existência consciente da alma depois da morte
é negada; o purgatório, que segundo a concepção doutrinária católica, seria
um lugar para onde os que não se acham impecavelmente purificados, que
ainda levam sobre si a culpa de pecados veniais e não sofreram o castigo
temporal devido aos seus pecados têm que se submeter a um procedimento
de expurgação, antes de poderem entrar nas supremas alegrias e bem-
aventuranças do céu. Conforme a doutrina católica o purgatório não seria
um lugar de prova, mas de purificação e de preparação para as almas dos
que têm a segurança de uma entrada final no céu, mas ainda não estão
prontas para apossar-se da felicidade da visão beatífica; a mediunidade é
uma doutrina do rol das principais do espiritismo kardecista e ensina que os
médiuns podem se “comunicar” com os mortos, o que ocorre quase que
geralmente, através de um “espírito guia”. Ensina ainda, que os espíritos dos
mortos continuam nas proximidades da terra. Outro ensinamento espírita
relacionado ao assunto é o da reencarnação que ensina, a grosso modo, a
hipótese de que seja dada outra identidade quando se morre para que se
possa viver uma nova vida, quer com o mesmo sexo ou não, quer como
seres racionais ou não (transmigração/metempsicose) até que se alcance um
grau de existência transcendental mais elevado.

15
A princípio essa colocação sobre onde ímpios e fieis passarão a
eternidade parece bem simples, isto se tratando do destino. Entretanto,
quando partimos para o local no espaço tempo a coisa fica um pouco mais
complicada.
O tempo de duração do Estado Intermediário é diferente para ímpios
e justos. Para os que dormem em Cristo, o fim do Estado Intermediário se
dará por ocasião do Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-17) quando os
“mortos em Cristo”, ressuscitarão e terão seus corpos transformados em
corpos gloriosos à semelhança do Corpo de Cristo.
Até findar este período é importante saber que os justos estão com
Deus (Ec 12.7; Fp 1.23) e, estar com Cristo deve ser o desejo de todos
aqueles que se encontram inscritos no Livro da Vida.
Segundo as Escrituras o justo ao morrer vai ao paraíso (Lc 23.43),
entrando assim para o descanso eterno (Ap 14.13) possuindo consciência de
tudo que lhe acontece (Mt 22.31,32).
No entanto, para aqueles que morreram em pecados e delitos, estes
permanecerão sofrendo no Lugar de Tormentos até que ocorra a segunda
ressurreição quando enfim serão submetidos ao juízo final e assim serem
sentenciados ao fogo eterno (Geena) – (Ap 20.11-15). Portanto, os ímpios
que morrem, encontram-se para sempre separados de Deus (Lc 16.23),
conscientes e aguardando o castigo eterno (2 Pe 2.9).
O ato de morrer nunca se refere a aniquilação total do ser. O corpo
ao morrer volta ao pó (Ec 3.20).

16
2.2.1 - Paraíso - (hb. pardes – gr. parádeisos – lat. paradisu).

É o lugar de habitação dos justos após a morte. Atualmente quando o


justo morre vai para o “terceiro céu” o “paraíso” (2 Co 12.2-4), posto, desde
a ressurreição de Cristo, após sua vitória plena e completa sobre a morte e o
inferno Ele “levou cativo o cativeiro”, ou seja, transferiu os justos para
estarem com Ele no paraíso e não mais no “seio de Abraão” (Lc 16.22; Ef
4.8; Hb 2.15) depois de ter exposto as forças das trevas à derrota ao ter
“triunfado” na cruz (Cl 2.15).

Especialmente neste ponto faz-se necessário referenciar teoricamente


alguns autores que colaboram dessa mesma interpretação sobre o texto de
Efésios 4.8, mais especificamente sobre – “levou cativo o cativeiro”. Para
tanto citamos Warren W. Wiersbe quando afirma:

Vemos aqui a imagem de um conquistador militar levando seus


cativos e dividindo os espólios com seus seguidores. Neste
caso, porém, os "cativos" não são seus inimigos, mas sim os
que lhe pertencem. Os pecadores eram prisioneiros do pecado,
mas Satanás foi levado cativo por Cristo. Até mesmo a morte é
um inimigo derrotado! Quando veio à Terra, Cristo
experimentou as mais profundas humilhações (Fp 2:5-11), mas
quando subiu ao céu, experimentou a mais elevada exaltação
possível. Paulo cita o Salmo 68:18, aplicando a Jesus Cristo um
cântico de vitória escrito por Davi (Ef 4:8). (WIERSBE, 2006,
p. 47).

Outro autor que corrobora neste mesmo sentido é Elienai Cabral ao


mencionar que:

Inicialmente, esse versículo proclama a vitória de Cristo no


Calvário, dando-lhe o direito de ser Senhor pleno e capaz de
dar dons àqueles que o recebem por Salvador e Senhor [...]
antes da vitória no Calvário, o inferno recebia bons e maus,
justos e injustos, mas separados por um abismo. Os justos
ficavam no paraíso (descanso), e os ímpios, num lugar de
tormento. Mas Jesus, pela sua vitória na cruz, trasladou o
paraíso para o Alto (a presença de Deus) (CABRAL, 1999,
p.?).
17
Para Earl Radmacher, Ronald B. Allen e H. Wayne House o apóstolo
Paulo usa o Salmo 68.18 ao descrever a ascensão do Messias levando cativo
o cativeiro e triunfante sobre Satanás e suas hostes, bem como distribuindo
dons espirituais ao seu povo após sua crucificação e morte, a fim de
conduzir os santos que lá estavam ao Paraíso, ao ressuscitar
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2010, p. 509).
Para J. Dwight Pentecost o que se entende do texto é que:

Aos mortos incrédulos, nenhuma mudança de lugar ou


condição e revelada nas Escrituras. No julgamento do grande
trono branco, o Hades os entregara, eles serão julgados e
passarão para o lago do fogo (Ap 20.13,14). Mas houve uma
mudança que afetou o paraíso. Paulo foi "arrebatado ao
paraíso" (2 Co 12.1-4). O paraíso, então, agora está na presença
imediata de Deus. Acreditasse que Efésios 4.8-10 indique o
tempo da mudança. "Quando ele subiu as alturas, levou cativo
o cativeiro." Acrescenta-se imediatamente que antes Ele havia
"descido até as regiões inferiores da terra", i.e., a parte do
Hades chamada paraíso (PENTECOST, 2006, p. 563).

O professor Antonio Gilberto ao citar o texto afirma que Jesus entre


sua morte e ressureição mudou o local para onde os fiéis iam após morrerem
e que está “mudança” se dá entre a morte e a ressurreição do Senhor, visto
que o mesmo disse ao ladrão que se arrependeu: “hoje estarás comigo no
paraíso” (Lc 23.43) o que se entende, a partir de então é que Jesus, ao
ressuscitar, levou para o céu os crentes do Antigo Testamento que estavam
no “seio de Abraão”” (GILBERTO, 1997, p. 5). Outro benemérito teólogo,
Nels Lawrence Olson, ao se referir ao texto sagrado de Efésios 4.8, entende
que se refere a uma aglomeração de aprisionados, os quais eram as almas
dos retos que jaziam em descanso no paraíso e foram por Cristo, tanto as
almas quanto o local, transferidos para as regiões celestiais (OLSON, 2001).

2.2.2 - Tártaro - (gr. tártarus).

É uma prisão especial para os anjos caídos. Embora seja um termo


homérico (Homero) cunhado alguns séculos antes de Cristo, o mesmo é
18
encontrado nas Escrituras sendo citado pelo apóstolo Pedro em sua segunda
carta (2 Pe 2.4.) e, também, é mencionado em Judas 6.

2.2.3 - Inferno - (lat. infernus).

É o “lugar de tormento” descrito nas Escrituras na história do rico e


do Lázaro.

2.2.4 - Abismo - (hb. tehôm – gr. abyssos).

Esta é a habitação de alguns seres “angelicais” demoníacos (Lc 8.26-


31; Ap 9.1-3,11; 11.7; 17.8; 20.1-10). Estes seres terão um papel importante
na consumação dos séculos por ocasião dos juízos divinos.

2.2.5 - O Lago de Fogo - (hb. Geh Ben-Hinom – gr. Geena).

Um vale situado na parte sul de Jerusalém, onde funcionava o


“lixão” da cidade, o local de adoração aos ídolos e de sacrifício de crianças
pelo fogo ao deus pagão Moloque é a melhor referência à origem da
expressão. No futuro não será mais chamado de “Tofete nem vale do filho
de Hinom, mas Vale da Matança” (Jr 19.6). Era mantido neste lugar um
fogo ardente, destinado a consumir o lixo de Jerusalém e das cidades
vizinhas. Por causa desta imagem, Geena passou a ser uma das mais
perfeitas imagens do inferno (Mt 18.8,9), pois lá, como em Geh Ben-Hinom
o fogo nunca deixa de queimar (Is 30.33). Este é o local de habitação final
dos ímpios, anjos caídos e demônios. Foi preparado para o diabo e seus
anjos (Mt 25.41). Os primeiros a serem lançados no lago de fogo são a
besta, isto é, o anticristo, e o falso profeta, e o diabo (Ap 19.20; 20.10). E,
por fim, todos os que não tiverem seus nomes inscritos no Livro da Vida
(Ap 20.15).

19
É possível afirmar que a morte é desejável para os crentes, pois os
levará à presença do Senhor? Comente sua resposta.

Concernente aos termos referentes ao inferno é correto afirmar que


lá, nesse inferno, o supremo comandante é o diabo? Comente sua
resposta.

Sugestões de leituras para aprofundamentos

ERICKSON, Millard J. Introdução à teologia sistemática. Vida


Nova.

HORTON, Stanley M. Nosso Destino. CPAD

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. CPAD.

20
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu
vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos
preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo,
para que, onde eu estiver, estejais vós também”. Evangelho de
João 14.2,3.

O evento épico mais aguardado pelos fiéis vivos e os que já dormem,


é, sem dúvidas, a vinda de Jesus para buscar sua igreja. É o evento mais
importante de toda a história da igreja, pois marcará o início das festividades
de “casamento” da mesma com Cristo em uma união eterna onde, a partir de
então, não haverá mais separação
Para caracterizar este evento utiliza-se o termo arrebatamento (do gr.
harpazo; do lat. rapto), que se refere a uma “retirada brusca, sobrenatural e
inesperada” (ANDRADE, 2000, p. 26). O termo transmite a ideia de que os
fiéis não serão apenas tirados, eles serão levados para outro lugar. O dia do
retorno do Onipotente se aproxima. O que acontecerá na sua vinda é um
mistério revelado (1 Co 15.51). Porém, esse “mistério” será uma realidade.
Ele virá novamente. Maranata!
O “tempo” da sua vinda não pode ser calculado, predito ou
antecipado, nem tão pouco profetizada a sua data. O certo é – Ele virá. O dia
e a hora? Impossível de acertar. Mas, uma coisa é correta no coração de
cada crente – pouco importa o dia – o importante é que Ele virá. Se
estivermos vivos seremos transformados e subiremos ao seu encontro nas
nuvens. Ainda que se tenha enfrentado a morte, os que morreram em Cristo
serão ressuscitados e encontrarão os Senhor nos ares”.

21
Alguns já se deram ao infortúnio de “predizer” o que não pode ser
previsto - dia, mês e ano, da volta de Jesus. Entre os mais “célebres”
enganosos estão alguns dos fundadores de algumas seitas que persistem até
os dias de hoje, tais como: Guilherme Miller (Adventistas do 7º Dia);
Charles Taze Russell, (Testemunhas de Jeová15), a Sociedade Torre de
Vigia de Bíblias e Tratados da Pensilvânia, uma das associações
responsáveis pelas publicações das Testemunhas de Jeová, relata que “na
primavera de 1918, começou o juízo primeiro da “casa de Deus” (DE
VIGIA, 1949, p. 284). Em outra publicação afirmam que o “tempo dos
gentios teria seu fim em 1914, quando então o Senhor Deus reinaria na
Jerusalém celestial. (DE VIGIA, 1989, p.105), óbvio, que “celestial” era
para evitar comprovação; Karl Barth (Neomodernismo / Teologia
Dialética) Barth não marcou uma data para o retorno de Cristo, fez algo, se
pior ou não, julguem vocês mesmos, ensinou que não haverá segunda vinda;
Bang-Ik Há um coreano líder da Missão Taberá, marcou a data do
arrebatamento da igreja para outubro de 1992, entre os vários folhetos
distribuídos pelos adeptos da organização havia um intitulado
“Arrebatamento! Em outubro de 1992, Jesus virá novamente” (ROMEIRO,
1999, p.178); Edgar Whisenant escreveu um livro em 1988 intitulado 88
Razões Por que o Arrebatamento Poderia Ser em 1988 fato que, segundo o
autor, aconteceria ente os dias 11 e 13 de setembro durante a festa do Rosh
Hashaná (Festa das Trombetas), e tal como os demais errou, porém alegou
ter errado os cálculos e publicou em 1989 outro título chamado O Grito
Final: Anúncio do Arrebatamento de 1989; errou novamente, mas continuo
publicando livros sobre o assunto mudando as datas para acomodá-lo à
chegada de cada ano (ROMEIRO, 1999, p.177)
Muitos16 outros tem tentado cravar datas futuras usando a Bíblia,
fora do contexto, para tentarem determinar o fim do mundo. Isso nos faz
lembrar da tentativa frustrada dos saduceus de tentarem validar uma de suas
interpretações doutrinarias, mas a resposta de Jesus foi enfática – “errais não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Muitos sinais da volta de Jesus estão se cumprindo e podemos não
saber o dia exato, mas assim como pelos sinais “nos céus” sabemos as
estações do ano e o tempo propício de plantar e colher, de chuvas e sol (Mt
16.2,3), pelo mesmo princípio, pode-se apreender “quando sucederão estas
coisas e que sinal haverá” (Mt 24.3), da vinda do Senhor.

22
Em Mateus 24.3-12, O Senhor Jesus relata vários sinais de sua
vinda. Segundo o pastor Antonio Gilberto os eventos deixados por Cristo
como sinais que antecederão a sua vinda, sempre existiram, todavia, o cerne
da doutrina ensinada pelo Senhor referia-se à intensidade, ou seja, quando
estes sinais começassem a acontecer com mais vigor, mais frequentes e
intensos como as últimas contrações de uma mulher prestes a dar à luz, é
que saberíamos que os últimos dias do “sofrimento” da igreja estariam se
aproximando, o ponto final na história da igreja sem a presença visível do
Senhor Jesus estaria chegando (GILBERTO, 1997, p. 17). O encontro dos
noivos como a maior festa de bodas de casamento será concretizado em
breve e mais que felizes são aqueles são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro – Ap 19.9.

3.1.1 – A aparição dos falsos Cristos – Mc 13.6.

Este sinal refere-se ao surgimento de várias religiões e seitas falsas,


com um “Cristo” diferente daquele revelado e pregado pelos apóstolos do
primeiro século da era cristã. Portanto, o aparecimento de muitas seitas e
heresias são um sinal dos tempos.

3.1.2 – Guerras – Mt 24.6.

O século XX será lembrado como o século das guerras. As duas


grandes guerras mundiais aconteceram dentro de um espaço de trinta anos.
O século em que vivemos não é diferente, visto que só tornou as guerras
mais locais e concentradas em algumas áreas do planeta.

3.1.3 – Fomes – Mt 24.7.

23
No mundo, segundo dados oficiais, cerca de 870 milhões de pessoas
passam fome física. Todavia, não é somente essa fome que os seres
humanos possuem atualmente. Há muita “fome e sede de justiça” em muitas
ruas desse planeta.

3.1.4 – Pestes – Mt 24.7.

A proliferação de pestes e moléstias no mundo é enorme: AIDS,


Câncer, Cólera, o Mal da Vaca Louca, Peste Bubônica, Varíola, SARS
(Síndrome Respiratória Aguda Grave – “Pneumonia Asiática”),
Tuberculose, Mers entre outros vírus e doenças que têm matado as pessoas
com mais rapidez e se alastrado sobre a terra com muita facilidade e que
apesar da invenção de vacinas, antibióticos e outras drogas que deveriam
contê-los, esses vírus tem surgido em mutações cada vez mais letais como
esse vivenciado no ano de 2020. Aliás, o ano 2020 poderá ser lembrado
como o primeiro em que várias partes do mundo pararam tendo alguns
locais adotados a prática de lockdown (confinamento) na tentativa de fazer
com que o vírus Sars-Cov-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome
Coronavirus 2) em tradução livre Síndrome Respiratória Aguda Grave do
Coronavírus 2, agente causador da doença COVID-19 ou como ficou
popularmente conhecido: Coronavírus. Este vírus pode ser o causador da
“morte” de 243.401 pessoas e ter infectado outras 3.517.354 em todo o
mundo”17 e o número só cresce, tanto de recuperados quanto de contágios
em todo o mundo.

3.1.5 – Terremotos – Mt 24.7.

Os terremotos têm destruído muitas cidades e tirado a vida de


milhares de pessoas em todo o mundo ao longo dos tempos. Ente os mais
danosos podemos citar os acontecidos em Valdivia, no Chile18 em 22 de
maio de 1960, com magnitude 9,5 na escala Richter19 e que deixou 2 mil
mortos e 2 milhões de feridos. Na ilha de Sumatra, sudeste da Ásia, em 26
de dezembro de 2004, um tremor de magnitude 9,1 gerou um tsunami que
matou 230 mil pessoas em 14 países. No Haiti, em 12 de janeiro de 2010 um
terremoto deixou 316 mil mortos.

24
3.1.6 – A multiplicação dos pecados – o amor esfriando-se.

Na sociedade pós-moderna não são tidos como politicamente


corretos, aqueles que protestam contra o pecado. O que era pecado ontem,
hoje não é mais. Troca-se facilmente o santo pelo profano. Não se fala mais
em condenação eterna e a realidade do inferno tem sido esquecida e, até
negada em muitas mensagens. O pecado tem ganhado terreno e muitos têm
deixado o “amor se esfriar” (Mt 24.12).

3.1.7 – O avanço do ocultismo – 1 Tm 4.1.

O vocábulo “oculto” deriva-se da palavra latina occultus e significa


escondido, secreto, obscuro, aquilo que é de falso fundamento, misterioso,
recôndito. A grosso modo, em semiótica, seria a leitura que torna possível
ser feita de todas as linguagens por meio de signos/símbolos, entendendo
que “um sinal é uma parte do mundo físico do ser (being), um símbolo é
uma parte do mundo humano do significado (meaning)” (CASSIRER, 1958,
apud DURAND, 1979, p.7). Ou seja, os símbolos relacionados ao ocultismo
possuem sim uma intencionalidade, eles não estão ali por acaso, todo
símbolo possui uma intencionalidade, uma razão de existir.

3.1.8 – O renascimento de Israel como nação.

A volta a Sião ou Eretz Yisrael – “à Terra de Israel”, como


Theodor Herzl20 propôs no I Congresso Sionista21, realizado na cidade de
Basileia, Suíça em 1897 e, esse desejo, teve seu total estabelecimento como
um dos maiores milagres da história recente da humanidade que foi o
ressurgimento da nação de Israel22 em 14 de maio de 1948, quando às 16h,
na Universidade Hebraica de Jerusalém o líder judeu polonês David Ben-
Gurion23 (Polônia – 16/10/1886 – Israel – 01/12/1973) leu a declaração de
criação do estado de Israel. Cumpria-se o que fora profetizado por Isaías:
“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia
fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez?
Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8). O Senhor
Jesus ao falar sobre a figueira e seu renascimento, se referia a Israel. Ele
disse: “Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se
tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente,
25
quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas” (Mt
24.32,33). Portanto, Israel é um tipo de relógio divino para a humanidade.

3.1.9 – Os avanços da ciência.

Como revelado nas Escrituras, no final dos tempos “a ciência se


multiplicará” (Dn 12.4). A ciência nunca evoluiu com tanta rapidez em
todos os seus múltiplos campos de atuação como nas últimas décadas do
século XX e nas duas primeiras do século XXI. A humanidade saiu do
quase total desconhecimento sobre o próprio ser humano para a
decodificação do genoma humano. Saímos de uma revolução industrial
marcada pelo uso do vapor de água no século XVIII para a nanotecnologia,
postulada em meados do século XX e uma realidade nos tempos atuais.

3.1.10 – O declínio da moralidade – 2 Tm 3.1-5.

Assistimos constantemente nestes últimos anos um declínio


pavoroso da moral. Ética e moral se confundem tanto na nossa cultura
brasileira que definir uma ou outra é extremamente mais complexo do que
parece. Atualmente o casamento tem sido negado. A piedade abandonada, a
aparência de um ser místico é reinante. O que é profano toma conta de
muitos atos visto e escondidos.

3.1.11 – A apostasia – 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3.

É fato que se pode definir a existência de dois tipos de apostasia, a


primeira é moral e refere-se ao afastamento de Cristo (Is 29.13; Mt 23.25-
28; Rm 6.15-23; 8.6-13) a segunda é teológica e refere-se ao afastamento
dos ensinos de Cristo.

É importante frisar que não lutasse para que esses sinais não
aconteçam uma vez que eles são necessários e atestam que o tempo está
próximo para a vinda de Cristo. Contudo, quaisquer sinais que atentem
contra as doutrinas ensinadas nas Sagradas Escrituras não podem ser
reputados por aceitáveis simplesmente por ser um sinal da vinda de Jesus
como por exemplo a imoralidade, o ocultismo, a apostasia e a falta de amor
ao próximo.
26
Quanto à doutrina do arrebatamento existem três escolas de
interpretação relacionadas ao tempo que este evento deverá acontecer: pós-
tribulacionistas; midi-tribulacionistas e pré-tribulacionistas.
Como é possível perceber, a característica comum entre ambas se
deve ao fato de tomarem como base para seus argumentos a Grande
Tribulação e, a grosso modo, se o arrebatamento acontecerá depois, no meio
ou antes da “angustia de Jacó”. Quanto à escola que consideramos correta
defendemos, até pelo fato de sermos assembleianos24, é a pré-tribulacionista,
ou seja, acreditamos que Cristo vem buscar sua igreja antes do início da
Grande Tribulação.
É claro que alguns podem indagar o motivo pelo qual Jesus voltaria
primeiro invisível para o mundo, em um arrebatamento secreto apenas para
os fiéis antes da Grande Tribulação como se isso fosse algo sem lógica ou
sentido. Mas, como versamos sobre teologia, o texto principal para dirimir,
eventuais dúvidas, é a Bíblia e a quantidade de argumentos a favor ou contra
aquilo que se propõe.
Portanto, vejamos alguns exemplos sagrados que ratificam a “razão
da nossa fé” quanto a este assunto e, para tanto, usamos os dois exemplos
citados pela própria Escritura quando refere-se a este tema: primeiro,
referenciamos o fato de Deus ter salvo Noé e sua família do dilúvio (Gn
6.8,11-13; 7.1) é possível perceber que Deus não salvou a família de Noé no
dilúvio, mas do dilúvio, pois lhe passou o projeto de uma “arca” que lhes
serviu de redenção (2 Pe 2.5); segundo, fato semelhante aconteceu com Ló
e parte de sua família que foram salvos da destruição de Sodoma e Gomorra
(Gn 19.14-22) sendo possível perceber que Ló, tal como os fiéis atualmente,
tentou convencer seus futuros genros da destruição que viria e foi tido por
eles como zombador, burlesco ou que estava de brincadeira. Quando Ló se
retira, puxado pelas mãos dos anjos com sua família, então começa a
destruição das cidades. Porém, só se iniciou o juízo, após, Ló e sua família
estarem em segurança.
Esses dois acontecimentos são referenciados por Pedro – 2 Pe 2.6-8
– para que sirva de “exemplo” aos que vivem impiamente.
27
“Porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Primeira
Coríntios 15.52.

A ressurreição dos justos será um acontecimento muito rápido. O


“depois”, usado por Paulo para se referir à transformação dos que
“estiverem vivos” é instantaneamente subsequente à ressurreição dos justos,
tanto que “subiremos juntos a encontrar o Senhor nos ares”.
Nesta primeira ressurreição somente os crentes fiéis serão
ressuscitados, e os que estiverem vivos serão transformados. A razão da
transformação do corpo se deve ao fato de que “carne e sangue não herdam
o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (1 Co 15.50). Ou
seja, sem novos organismos incorruptíveis ninguém pode herdar o reino dos
céus, pois os nossos corpos mortais não estão aptos à viverem eternamente –
“há corpos celestes e corpos terrestres” – 1 Co 15.40.
É importante citar que a primeira ressurreição abrange pelo menos
três grupos distintos de ressuscitados, segundo escreveu o pastor Antonio
Gilberto estes grupos são: as primícias; a colheita geral e o restolho
(GILBERTO, 1999, p. 21-22).

3.3.1 – As primícias – (gr. aparché).

Formado por Cristo “as primícias”. “Cristo ressuscitou dos


mortos e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Co 15.20). A Festa
das Primícias no Antigo Testamento tipificava como sombra sobre este
assunto em Levítico 23.10-12. Glória a Deus! Com base nisso é possível
dizer que a primeira ressurreição já começou. Cristo está vivo! (At
26.23). Quanto à ressurreição dos justos, o que teremos no
arrebatamento da Igreja é a continuação da primeira ressurreição,
iniciada por Jesus e concluída em Apocalipse 20.4.

3.3.2 – A colheita geral.

28
Grupo formado por todos os santos que hão de ressuscitar por
ocasião do arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.16,17) é a reunião de todos os
que partiram aguardando viver na cidade cujo construtor é o próprio Deus –
Hb 11.10.

3.3.3 – O restolho.

Este grupo será formado por salvos, martirizados durante a Grande


Tribulação, os quais ressuscitarão pouco antes da instalação do Milênio,
conforme Ap 20.4.

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com


voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor”. Primeira Tessalonicenses
4.16,17.

Como será isto? Como se dará este evento? A princípio precisamos


entender que este evento, como bem disse Paulo aos Coríntios, é “um
mistério” (1 Co 15.51). Todavia, a própria Escritura Sagrada, muito por
meio do próprio apóstolo Paulo, lança luz sobre este assunto e, a partir de
então, propomos sentenças que pretendem esclarecer alguns pontos
referentes à segunda vinda de Cristo.
A vinda de Jesus é muitas vezes chamada de “segunda vinda” devido
ao fato de Ele já ter estado entre nós “e o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e nós vimos a sua glória” (Jo 1.14).
O arrebatamento da igreja ao encontro do noivo marcará o início
do “dia de Cristo” (1 Co 1.8; Fp 1.6; 2 Co 1.14; 2 Tm 4.8). Esse “dia” é
relacionado com a Igreja, e vai do arrebatamento da Igreja à revelação de
Cristo em glória.

29
Todavia o que entendemos é que a sua segunda vinda, será dividida
em duas fases distintas, resumidas a grosso modo como se segue: na
primeira fase, Ele vem buscar sua Igreja e na segunda fase, Ele virá com a
Igreja. Essa interpretação foi difundida pelas notas da Bíblia de Estudo
Scofild. O Dr. Scofild era defensor das ideias de John Nelson Derby autor da
ideia de que Deus trataria com a humanidade por meio de dispensações e
formulou, então, sete dispensações – Inocência, Consciência, Governo
Humano, Patriarcal, Lei, Igreja (comumente chamada de Graça) e o Milênio
– tendo sido o criador do conceito teológico chamado Dispensacionalismo.
O arrebatamento será o evento que dará início e/ou demarcará o
tempo inicial para todos os julgamentos de Deus, bem como aos eventos que
o sucederão. Ele, o arrebatamento, marcará, também, o fim do intervalo
entre a 69ª (sexagésima nona) semana de Daniel e, consequentemente, dará
início à 70ª (septuagésima) semana prevista pelo profeta – Dn 9.24-26.
O termo “arrebatado” é um verbo que envolve a ideia de um
poderoso arrebatamento, rapto, tirado com violência, subitamente, “a
encontrar o Senhor” (gr. eis apantesin tou kurion). A expressão “encontro”
era comumente usada para dar, como termo técnico, a descrição do povo
saindo ao encontro de um rei ou general a alguma distância fora da cidade
para acompanhá-lo até a entrada. (Mt 25.1-10). A igreja saíra da Terra até às
nuvens para encontrar o Senhor Jesus, mas não voltará de imediato para a
Terra, Ele a levará para os céus. O “Senhor dos Exércitos” é quem virá ao
seu povo e nos levará para sua cidade, a “nova Jerusalém”.
Este evento acontecerá para os fiéis e somente os fiéis ouvirão os
toques divinos de chamada, recolhendo os seus santos, que “dormem” ou
que “estão vivos”, para serem levados ao encontro do Senhor nas nuvens.
A trombeta que soará (gr. salpísei gár) por ocasião do
arrebatamento, marcará o final da presente dispensação (Dispensação da
Igreja). O soar dessa trombeta não tem conexão com as trombetas descritas
no livro do Apocalipse.
Segundo alguns estudiosos o toque desta trombeta pode relacionar-se
aos judeus. É conhecido de todos os estudiosos das Sagradas Escrituras que
o Senhor solicitou que fossem feitas duas trombetas de prata que serviriam
para a convocação da congregação e para a partida dos arraiais. Quando as
duas trombetas eram tocadas juntas era o sinal de que toda congregação
estava sendo convocada para se juntar em um determinado local (“à porta da
tenda da congregação”). Se o toque fosse ouvido de apenas uma trombeta,
30
somente os príncipes se juntavam para uma reunião. A forma como eram
tocadas determinava como se daria a ordem de partida das tribos do arraial
(Nm 10.2-10). Portanto, a menção à trombetas, tanto pelo apóstolo Paulo,
quanto pelo apóstolo João pode referir-se à familiarização que os judeus
tinham com a simbologia que a mesma representa ao ser tocada.
Outro fato interessante é a celebração da festa do Rosh Hashaná
(Festa das Trombetas) uma data muito celebrada pela comunidade judaica e
que marca o Ano Novo Judaico. Ocorre nos dias 1º e 2º de Tishrei
(setembro/outubro). Marca, também, o início de Iamim Noraím (dez dias de
penitência), período de autocrítica espiritual que culmina com o Iom Kipur,
considerado o dia em que o Todo-Poderoso julga, individualmente, os
homens e seus atos. O som do shofar (chifre de carneiro) é, desde os
primórdios, um chamado de arrependimento, parte integrante do culto de
Rosh Hashaná, onde é entoado mais de cem vezes cada dia. Os judeus,
portanto, saberão reconhecer o significado do soar da trombeta.
O arrebatamento da igreja será precedido pelo toque de uma
trombeta, a última da presente dispensação, dando início ao maior evento
migratório da história. Os “tantos como a areia da praia” sairão, não mais
para uma terra que germina leite e mel, mas para o céu dos céus.
Como já mencionamos anteriormente a segunda vinda de Jesus será
dividida em duas fases distintas. Na primeira fase de sua vinda o Senhor
Jesus não virá a Terra, no sentido de tocar o solo.
Aqueles que não participarem do arrebatamento da igreja só tomarão
conhecimento do ocorrido quando perceberem que muitos desapareceram
em vários lugares do planeta.
A própria igreja não verá, mas participará do evento rumo ao
encontro do “Rei da glória”. E, dizemos que a igreja não verá por conta da
rapidez com que esse evento acontecerá. Quando menos percebermos, já
estaremos com o Senhor nos ares.
A certeza de que Cristo breve virá transmite à igreja fé e esperança
(1 Ts 4.13). AquEle que virá para nos arrebatar é o mesmo que subiu ao
alto. O mesmo que nos comprou com o seu sangue. O mesmo que nos deu
vida. O mesmo que foi morto, mas que está “vivo, e para todo o sempre”, o
Messias, o Cristo, o Filho do Deus Vivo! (At 1.11; 1 Ts 4.16; Jo 14.2,3) que
virá e nos levará para Ele, a fim de que nunca mais haja separação entre sua
igreja (a noiva do Cordeiro) e Ele (o noivo) e assim estaremos “para sempre
com o Senhor”.
31
Uma vez nos céus a igreja passará às etapas que sucedem ao
arrebatamento. Primeiramente será levada ao Tribunal de Cristo onde
receberá galardão e, logo em seguida, às Bodas do Cordeiro.

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo,


para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do
corpo, ou bem ou mal”. Segunda Coríntios 5.10.

A expressão tribunal de Cristo origina-se do grego “bématos tou


Christou” é o julgamento aludido pelo apostolo Paulo, pelo menos, três
vezes (Rm 14.10; 1 Co 3.13-15; 2 Co 5.10) onde somente os salvos
participarão e que ocorrerá nos céus (1 Pe 5.4; Ap 22.12). É um evento
escatológico de cunho galardoador das obras de cada fiel. Neste dia serão
revelados os reais interesses daqueles que vivem para o evangelho e dos que
vivem do evangelho.
Todos que chegarem a participar deste julgamento irão receber do
Senhor louvor ou censura, sobre tudo o que houver feito “por meio do
corpo” (2 Co 5.10), ou “bem” (gr. agathon – espiritualmente e moralmente
bom ou útil aos olhos de Deus), ou “mal” (gr. phaulos – sem valor, nocivo,
incluindo orgulho, inveja e preguiça), ou (gr. kakos – maldade, erro,
injustiça). Como, será algo feito por meio do corpo (físico) não há espaço
para eventos do pós-morte, tudo neste evento estará relacionado ao que cada
um tenha feito em vida na Terra.
Sobre este episódio acumulasse certa “ausência de conhecimento”
e/ou incerteza. Contudo, uma premissa não deve ser deixada de lado ao
tratar este tema que é o fato de os galardões serem diferentes. As obras que
forem “ouro, prata e pedras preciosas” certamente suportarão com maior
eficácia o fogo, as que forem de “madeira, feno e palha” serão rapidamente
destruídas.
Deus examinará e revelará abertamente, e na sua exata realidade,
todos os nossos atos secretos (Mc 4.22; Rm 2.16). Tornará conhecido o
nosso caráter (Rm 2.10-12). As nossas palavras (Mt 12.36,37), serão
manifestas. Tudo o que houvermos feito de boas obras (Ef 6.8). Manifestará
32
nossas atitudes (Mt 5.22) e os nossos motivos (1 Co 4.5). Provará o nosso
amor (Cl 3.23,24) e teremos ou não louvor e aprovação no nosso trabalho e
ministério (1 Co 3.13). Não se pode afirmar que todos saberão os segredos
uns dos outros, até pelo fato de não haver necessidade para isso. Mas algo é
certo: não haverá nenhum telão onde irá passar o “filme” da nossa vida.
Algo que precisa ser lembrado por aqueles que decidiram servir à
obra de Deus é como e com o que matérias estou construindo. Qual o
fundamento dessa construção?
O ouro quanto mais é provado pelo fogo, muito mais vivacidade ele
irradia transmitindo sua beleza e glória. As pedras preciosas são conhecidas
principalmente pela raridade, mas para ser preciosa não basta apenas ser
rara, ela necessita possuir outras cinco características: ser bonita; límpida
(sem incrustações de outros materiais); ter coloração atraente; brilho intenso
e ser resistente a riscos.
Aqueles que constroem com bons materiais receberão galardões.
Dentre os vários tipos de galardões citados nas Escrituras podemos
enumerar os seguintes:
 O próprio Deus - Gn 15.1;
 Uma coroa incorruptível – 1 Co 9.25;
 A coroa da vida – Ap 2.10;
 Uma coroa de glória – 1 Pe 5.3,4 – reservada ao ministro que
preside com fidelidade – é destinada aos obreiros que servem na
obra do Senhor como fiéis despenseiros das coisas celestiais;
 Uma coroa de justiça – 2 Tm 4.8.

“Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas


do Cordeiro”. Apocalipse 19.9.

As Bodas do Cordeiro será a festa de matrimônio ente Cristo e a sua


Igreja, uma consumação inimaginável ao homem natural, mas real e
aguardada pelos que são espirituais. Uma festa de exultação promovida por
Jesus para dar aos seus escolhidos o banquete espiritual e cumprir uma
33
promessa (Mt 26.29). Na sala do banquete se dará as Bodas do Cordeiro.
Será dia de festa, alegria e glória (Ap 19.7).
Ao ver consolidar-se no céu a primeira ceia com toda igreja junta no
mesmo lugar, com crentes de todos os povos e épocas, acredita-se que este
fato marcará o início da manifestação do Filho do Homem, vindo sobre as
nuvens do céu, com poder e grande glória (Mt 24.30) imediatamente após
este evento. Aleluia! Estar ali assentado à mesa com Cristo e os patriarcas –
Mt 8.11 – será um júbilo radiante a todos que deste evento participarem.

Mencione ao menos quatro sinais que podem ser relacionados com a


iminente volta de Jesus, citados nas Escrituras.

Defina de forma sucinta as duas fases da Segunda Vinda de Jesus.

Quais os grupos e seus representantes cuja primeira ressurreição


abrange?

Cite alguns dos galardões que os salvos receberão no Tribunal de


Cristo.

Sugestões de leituras para aprofundamentos

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. CPAD.

HORTON, Stanley M. Nosso Destino. CPAD.

OLSON, Nels Lawrence. O Plano Divino Através dos Séculos:


Estudo das Dispensações. CPAD

PENTECOST, J. Dwight. – Manual de Escatologia. Vida.

34
“Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve
desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá
jamais”. Evangelho de Mateus 24.21.

Ao mesmo tempo em que nos céus acontecem os fatos divinos


relacionados ao Tribunal de Cristo e às Bodas do Cordeiro, na Terra os
juízos começam a cair sobre os filhos da desobediência, naquela que será a
maior angústia de todos os tempos – a Grande Tribulação. Serão dias de
aflição e desespero. Momentos de terror e assombro tomarão conta da
sociedade e eventos catastróficos serão presenciados em todo o planeta.
Principiando a partir de Mateus 24.15, o Senhor Jesus demonstra
eventos que ocorrerão durante este período e que servem como indicativo de
que o fim dos tempos está muito próximo (Mt 24.15-29).
A fim de aplicar de forma didática o período da tribulação é comum
dividir tal evento em dois períodos: o primeiro chamado de Tribulação e o
segundo de Grande Tribulação. Esse período durará sete anos (Dn 7.25;
9.27).
Será o “tempo de angústia para Jacó”, conforme Jeremias 30.7.
Durante este período haverá pessoas pregando e profetizando (Ap 11.3) e
Deus operará milagres (Ap 11. 6) durante três anos e meio, que é a primeira
metade da Grande Tribulação (Ap 11.7).
A Grande Tribulação será o cumprimento da 70ª (septuagésima)
semana profetizada por Daniel (Dn 9.24-27) onde cada dia dessas semanas
corresponde ao período de um ano bíblico25 ou de um ano comercial.
O povo judeu estava saindo do cativeiro babilônico que durou 70
anos (Jr 25.11,12; Dn 9.2). Era o “primeiro ano” do reinado de Dario, o
35
medo, filho de Assuero, que tinha “mais ou menos sessenta e dois anos de
idade”, quando as setenta semanas determinadas sobre o povo de Daniel e a
cidade de Jerusalém, foram reveladas.
Esse período de setenta semanas de anos está dividido em três
grupos: o primeiro com de 7 semanas de anos; o segundo com outro de 62
semanas e o terceiro com uma semana. Existe, ainda, um “intervalo” entre o
segundo grupo de semanas e o terceiro, que corresponde ao momento atual
da igreja. Este hiato de tempo é conhecido como Dispensação da Graça ou
da Igreja.
O primeiro grupo de semanas de anos corresponde a um período de
49 anos. Este período começaria a partir da “ordem para restaurar e para
edificar Jerusalém” – Dn 9.25, Ed 2. – decreto26 este promulgado por
Artaxerxes Longímano27 em 445 a. C. (GILBERTO, 2010, p.?). Portanto, ao
fim dos primeiros 49 anos a cidade de Jerusalém seria reconstruída.
O segundo grupo de sessenta e duas semanas de anos, ou seja, 434
anos, inicia sua contagem em 397 a. C., até os dias da morte de Cristo – Dn
9.26. Ou seja, desde a reconstrução de Jerusalém até que o Messias seja
retirado.
O terceiro grupo de uma semana de anos, corresponde a 7 anos – Dn
9.27. Esta semana futura é a 70ª. A semana em que o anticristo ficará no
poder.
Portanto, a trombeta que soara no arrebatamento será o marco final
do “intervalo” entre 69ª e a 70ª semana de anos revelada a Daniel pelo anjo
Gabriel, e marcará, também, o início da última semana.
Será nessa última semana o período onde o anticristo fará uma
“aliança” política com muitos, mas na metade da semana fará com que os
sacrifícios cessem e por fim profanará o templo judeu que será reconstruído
em Jerusalém – Dn 9.27 – ao exigir adoração conforme Mt 24.15; 2 Ts 2.4.
Essas semanas dizem respeito, apenas a Israel – “teu povo” – ou
seja, o povo de Daniel – Dn 9.24 – e têm como objetivos:
1. Extinguir a transgressão – nada mais é do que pôr fim à rebelião de
Israel contra Deus;
2. Dar fim aos pecados – Israel terá seus pecados restringidos, detidos,
tornados inativos;
3. Expiar a iniquidade – ato conquistado pela morte expiatória de
Cristo em favor de todo mundo, operará em favor de Israel;

36
4. Trazer a justiça eterna – uma justiça que será plena com o governo
teocrático (Is 59.2-21; Jr 31.31-34) exercido pelo próprio Deus e não
por um suposto representante;
5. Selar a visão e a profecia – ao andar em retidão as profecias
poderão ser seladas (Jr 31.34);
6. Ungir o Santo dos santos – será a purificação do Lugar Santíssimo
dos efeitos da “abominação” e demais sacrilégios praticados durante
a Grande Tribulação (Dn 11.31), bem como na consagração do
templo milenial (Zc 6.12.13).

4.1.1 – O livro selado será aberto – Ap 6; 8.1-5.

Os eventos narrados no Apocalipse concernentes às “coisas que hão


de acontecer depois destas” terão seu cumprimento. Os flagelos divinos
serão bem mais intensos sobre a Terra e seus habitantes a partir do
rompimento pelo “Cordeiro que parecia que tinha sido morto” dos selos,
liberando assim todos os eventos futuros da história do universo.
Aquele que tem autoridade para romper os selos é Cristo – Ap 6.1 –
logo, Ele não pode ser nenhum dos cavaleiros que surgirão no cenário
mundial com a abertura dos quatro primeiros selos.
A abertura do livro selado marcará o início de uma série de eventos
que culminarão com a humilhação total de Satanás. Com a abertura dos
quatro primeiros selos entram em cena os primeiros arautos da destruição no
plano escatológico. O sétimo selo revelará o juízo das Sete Trombetas (Ap
8.6) e a sétima trombeta fará despontar os juízos das Sete Taças (Ap 11.15-
19; 14.6; 15; 16), ou seja, são eventos que se sucedem.

37
“E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro
escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E vi um
anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o
livro e de desatar os seus selos? ” Apocalipse 5.1,2.

Com o rompimento do primeiro selo surge no cenário escatológico a


“falsa paz” promulgada pelo líder mundial à época – o anticristo. Ele, o
anticristo, a besta, o cavaleiro que monta o cavalo branco do capítulo seis do
Apocalipse terá plena liberdade para atuar na Terra visto que a Igreja e o
Espírito Santo cessarão sua atuação direta sobre os moradores do planeta – 2
Ts 2.6,8. Com a retirada da pessoa do Espírito Santo o pecado terá livre
curso na Terra.

4.1.1.1 – O Anticristo

“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o


anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por
onde conhecemos que é já a última hora”. Primeira João 2.18.

O anticristo (do gr. anti, contra, e christos, o ungido) é opositor de


Cristo. O termo difere de “falso Cristo”, uma vez que o falso Cristo quer
ocupar o lugar do verdadeiro Cristo e/ou declarar que é o Ungido. Já o
Anticristo e o “espírito do anticristo” negam que Cristo ressuscitou e/ou
veio em carne – 1 Jo 2.22; 4.2,3.
Ele e contra o Ungido. É a besta que subiu do mar, ou seja, das
nações e cujo número é de homem – 666 – Ap 13.18. O Anticristo terá como
auxiliar neste seu ataque, a besta que surgi da terra conhecida como o falso
profeta – Ap 13.11-17; 19.20; 20.10.
O Anticristo fará com que Atíoco Epifânio, que profanou o templo
judaico em 167 a.C., ao erguer um altar a Zeus e sacrificar um porco no
lugar santo; Nero28, Adolf Hitler, Vladimir Lenin, Josef Stalin, Mao Tsé-
tung, Ho Chi Minh, Pol Pot, Hideki Tojo, Sadam Hussein, Osama Bin
Laden e etc., pareçam gatinhos brincando com novelos de linha.

38
Ele se engrandecerá e se levantará sobre todo deus, e contra o Deus
dos céus falará coisas maravilhosas (Dn 11.36), ele é a “ponta pequena” que
proferirá palavras contra o Altíssimo e “destruirá” os santos do Altíssimo
(Dn 7.8,11-25), um rei feroz de cara, “entendido em adivinhações” (Dn 8.9-
12, 23-25), e que não “terá respeito ao amor das mulheres” (Dn 11.3729).
É intencional o desejo de Satanás e daqueles que lhe seguem o quere
ser Deus – 2 Ts 2.4 – Jesus Cristo advertiu a igreja a este respeito – “quando
virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel está no
lugar santo (quem lê entenda)”.
Ao recusar adorar o anticristo, terá início a segunda e mais tenebrosa
fase da Tribulação, o que muitos teólogos e estudantes de escatologia
denominam de a Grande Tribulação (Dn 12.11).
A “abominação da desolação” será o próprio anticristo profanando o
templo sagrado em Jerusalém com a sua presença como se fora o Messias de
Deus.
Aparecerá com poder satânico e propagará o engano (2 Ts 2.9). Seus
milagres serão mentirosos e muitos serão enganados. É o homem do pecado
(2 Ts 2.3), o “chifre pequeno” (Dn 8.9). Assim como Abimeleque, que
começou a reinar com uma mentira, “se me ungis rei sobre vós, vinde e
refugiai-vos debaixo de minha sombra”, sendo que espinheiro não possui
sombra, foi uma falsa promessa feita por Abimeleque que o levou a ser
ungido como rei e será, também, uma falsa promessa que levará ao poder o
anticristo. Alguns estudiosos acreditam que ele será de origem judaica da
tribo de Dã, uma vez que a mesma não é mencionada no Apocalipse. Por
certo será alguém que virá “no seu próprio nome” 30 – Jo 5.43.

4.1.1.2 – As Duas Testemunhas – Ap 11.1-12.


“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por
mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco”.
Apocalipse 11.3.

O Todo Poderoso, mesmo em um mundo que rejeita seus ensinos,


que rejeitou seu Filho e que nega seu poder criativo, sempre oferece uma
oportunidade aos seres que Ele criou.

39
Lembrando-se de sua Palavra o Senhor trará a Terra duas
testemunhas, pois “o testemunho de duas pessoas é verdadeiro” e estas terão
de Deus poder para profetizar por “1.260 dias”, ou seja, durante três anos e
meio, profetizarão e operarão milagres pelo poder de Deus. Ao fim do
ministério das duas testemunhas elas serão mortas, todavia ressuscitarão e
serão levadas aos céus em um evento que fará com que muitos rendam
glórias ao “Deus do céu” – Ap 11.13.
Alguns especulam sobre quem seriam estas duas testemunhas. Há
quem diga que são Moisés e Elias, por terem aparecido juntos de Cristo no
dia da transfiguração do Senhor. Outros dizem que são Elias e Enoque e,
ainda outros, que dizem serem Moisés e Enoque, gerando até, certa
confusão na cabeça de alguns.
Entretanto, por meio da Palavra de Deus, nós podemos entender que
não será nenhum deles, pelos seguintes motivos:

 Moisés – é verificável que ele morreu e foi sepultado, só não


sabemos o local do seu sepultamento – Dt 34.5,6. Ora, a Bíblia diz
que aos homens está ordenado morrerem uma só vez – Hb 9.27 –
está é a regra, todos os que ressuscitaram pelo poder miraculoso de
Deus, são exceções e o que passou mais tempo morto foi Lázaro por
quatro dias – Jo 11.39.

 Elias – a razão para não ser ele uma das testemunhas, ainda que
mencionem que “o Elias virá primeiro”, deve-se ao fato de, segundo
as Escrituras, ele já veio e era João Batista – Mt 17.12,13.

 Enoque – é, biblicamente, talvez, o mais fácil de contestar aos que


dizem ser ele, pois, a Palavra de Deus fala o seguinte a respeito do
“sétimo depois de Adão” que ele foi “trasladado para não ver a morte”
Hb 11.5, portanto, jamais poderia voltar para morrer, visto que iria
contradizer o que está escrito, e “a Escritura não pode ser anulada” –
Jo 10.35.
Portanto, especular sobre quem serão as duas testemunhas não trará
benefício algum. Deus é quem operará as maravilhas através desses dois
homens por um período de 42 meses – Ap 11.3. Além do mais o próprio
Cristo nos diz – “... e ser-me-eis testemunhas...” – At 1.8.

40
As duas testemunhas são identificadas apenas como “dois ramos de
oliveira” e “dois castiçais”. Em Zacarias os dois ramos de oliveira são
identificados como Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, o príncipe
da linhagem de Davi, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote e sem
conotação com eventos escatológicos ou simbólicos.
Discorremos sobre o anticristo e as duas testemunhas neste ponto por
se tratarem de assuntos que possuem certa correlação temporal com o
rompimento do primeiro selo. Tornemos, pois, a partir de então à sequência
de abertura do livro selado.

Ao romper-se o segundo selo, aparece em cena um cavaleiro


montado sobre um cavalo vermelho, tendo sido dado a ele poder para tirar a
paz da terra, fazendo com que os homens se matassem uns aos outros,
também lhe fora dada uma grande espada mostrando que os juízos de Deus
sobre a terra começam a ser mais intensos e severos. A terra ficará tomada
de atos de violência que geraram mortes e guerras.

É uma consequência comum pós tempos de crise e guerra, a carestia.


Ao romper o terceiro selo, se vê o surgimento de um cavaleiro montado
sobre um cavalo preto, tendo este cavaleiro uma balança em sua mão. O
cavalo preto com seu cavaleiro simboliza uma grande fome (Jr 4.26-28; Lm
4.8,9; 5.10). Haverá escassez de produtos básicos de sobrevivência, e a
carestia será grande; a fome invadirá todo o mundo, sem distinção de classe
social ou raça.

41
Ao romper-se o quarto selo, se vê o surgimento de um cavaleiro
montado sobre um cavalo amarelo, este é o único dos quatro cavaleiros do
Apocalipse, capítulo 6, a quem é atribuído um nome – “o seu cavaleiro tinha
por nome Morte” – tendo como seguidor “o inferno”. Este julgamento será
tão terrível que 25% (vinte e cinco por cento) da população31 da Terra serão
mortas em decorrência das pragas, da espada (guerras), da fome e das pestes
que chegam com a abertura deste selo. Todavia, o que causa maior temor, é
o fato de o “inferno” vir logo atrás, dando a ideia de que este cavaleiro,
morte faz o seu serviço e o inferno recebe a grande maioria daqueles que são
fenecidos.

Em meio a destruição que acomete o planeta um lampejo de


esperança surge em meio à tribulação como o romper o quinto selo. É visto
por João debaixo do altar de Deus as almas daqueles que haviam sido
mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho que deram durante a
Grande Tribulação. Os “mortos por amor da palavra de Deus” são os que
foram martirizados por sua fé em Cristo e pela verdade da sua Palavra. A
eles foi dito que tivessem paciência, porque muitos outros ainda morreriam
pela sua fé em Cristo (Ap 7.13,14; 13.15; 18.24; 20.4). O período da grande
tribulação será um tempo terrível de perseguição para quem crê no
evangelho e permanecer fiel a Deus e sua Palavra (Ap 3.10; 7.9; 14.6).
Somente através do “sangue do Cordeiro” é que podem ser salvos – Ap 7.14;
12.11. Alguns exegetas como Donald Carrel Stamps (autor das notas
explicativas da Bíblia de Estudo Pentecostal) acreditam na possibilidade de
os mártires do passado estarem incluídos “entre os que estão “debaixo do
altar”” (ALMEIDA, 1995, p. 1991 – Nota Ap 6.9).

Ao romper o sexto selo fenômenos físicos acontecerão no céu, na


terra, no sol e na lua, quando Deus mostrar seu juízo para a humanidade
42
como castigo sobre sua desobediência, trazendo dor e desespero sobre todos,
pois é chegado o “... Grande dia da sua ira...”.

Entre o rompimento do sexto e o do sétimo selo ocorre a primeira


seção parentética32 no Apocalipse. Nesse “parêntese” (Ap 7.1-17) ocorrem
duas sequências de eventos importantes: primeiro são selados os 144.000
“servos de Deus”, sendo doze mil de cada uma das 12 tribos de Israel e, em
seguida, é visto por João “uma grande multidão” de salvos da “grande
tribulação” (7.9-17).
Com a abertura do último selo as Escrituras relatam que haverá
“silêncio no céu por quase meia hora”. Que eventos terríveis sobrevirão
sobre o planeta que será capaz de fazer os céus silenciarem? A Bíblia de
Estudo Pentecostal ao sugerir interpretação ao fato diz que este “silêncio no
céu se refere ao horror diante dos julgamentos vindouros sobre o pecado e,
consequentemente sobre o pecador não arrependido” (ALMEIDA, 1995, p.
1993 - Nota) O Cordeiro promove a abertura de uma nova série de eventos
que acontecerão na Terra com o juízo das sete trombetas de Deus.

“E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se


para tocá-las”. Apocalipse 8.6.

O objetivo final das trombetas é cumprir “o segredo de Deus, como


anunciou aos profetas, seus servos”, de que “os reinos do mundo vieram a
ser do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo sempre” – Ap
10.7; 11.15. Serão juízos divinos que virão sobre a natureza, sobre as águas
doce e salgada, sobre os seres celestes, sol, lua e estrelas, sobre os
adoradores da besta, o que culminará com a rendição dos reinos do mundo a
Deus.
43
Ao ressoar da primeira trombeta é determinado juízo divino sobre a
terça parte da vegetação da terra, sendo queimada a terça parte das árvores e
toda a erva verde será queimada, a vegetação é praticamente destruída e as
consequências ambientais desse evento são sem precedentes na história
humana.

Com o ecoar a segunda trombeta algo como “um grande monte


ardendo em fogo” será lançado no mar provocando a morte de ⅓ (um terço)
dos animais marinhos e destruíra ⅓ dos navios, barcos e similares que
estiverem nos mares. As regiões litorâneas sofrerão impactos devastadores.

Com o toque da terceira trombeta cairá do céu a “estrela Absinto”


que deixará um terço da água potável do mundo amarga. Se levarmos em
consideração que o planeta possui apenas 3% de toda sua água doce e,
desses 3%, pelo menos 71% estão congeladas, 18% estão em depósitos
subterrâneos, 7% estão em lagos e cursos d’água e 4% estão na umidade do
ar o que se tem de água disponível para consumo humano é bem irrisória.

A quarta trombeta libera o juízo divino sobre os “governantes” das


estações e do equilíbrio do planeta – o sol, a lua e as estrelas – que serão
“feridos” e não brilharão e com isso a escuridão será tanta a ponto de
sentirem como se pudessem apalpar as trevas, algo semelhante aconteceu no
Egito – Êx 10.21 – de sorte que naquela ocasião os egípcios não puderam
sair do lugar e muito menos ver alguém por três dias.
44
O toque da quinta trombeta descortina uma visão tenebrosa com os
eventos que ela anuncia. A princípio uma estrela cairá sobre a terra e lhe
será dada a “chave do poço do Abismo”. Esse “poço” é o local de
aprisionamento dos demônios (Ap 11.7; 17.8; 20.1,3; Lc 8.31; 2 Pe 2.4; Jd 6)
que serão liberados para agirem na terra por “cinco meses” será dias de
extrema dor e agonia onde “os homens procurarão a morte, mas não a
encontrarão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles. Para o professor
Stanley M. Horton a denominação estrela, ao referir-se àquele que cai do
céu para abrir o poço do Abismo e dada por refletir-se nele a glória de Deus,
e por ser constituído para cumprir uma missão de julgamento divino, já o
uso do termo "caiu", significa que ele desceu do céu de um modo veloz
(HORTON, 2011. p. 96) e não tem relação com a queda dos anjos que
acompanharam Satanás.
O anjo demoníaco que comanda os gafanhotos é chamado
“Abadom”, que significa “destruição” ou “Apoliom”, que significa
“destruidor”. Finaliza aqui o primeiro “Ai”, restam outros dois.

A sexta trombeta é também uma série de juízos tenebrosos. É ouvida


uma voz que se origina “das pontas do altar de ouro que está diante de Deus”
sendo direcionada para o arauto que tocou a trombeta lhe autorizando soltar
quatro anjos demoníacos e poderosos que estão “espiritualmente” presos
junto ao grande rio Eufrates. Os quatro anjos são soltos a fim de liderarem
um exército de 200 milhões cuja finalidade é matar a terça parte da
população do mundo, de forma lenta e cruel. Os agentes causadores da
mortandade serão “o fogo, a fumaça e o enxofre”.

45
Algum tempo depois do fim dos mil duzentos e sessenta dias de
pregação das duas testemunhas, antes do terceiro “aí” cair sobre a terra, pois
o segundo já terá passado – Ap 11.14 - a última trombeta do Apocalipse será
tocada e haverá exultação nos céus.
Neste período todas as profecias que Deus revelou aos seus profetas
referentes aos dias finais serão cumpridas. Trata-se do cumprimento do
propósito de Deus quanto à volta de Cristo a Terra e o estabelecimento do
seu reino. O soar da sétima trombeta anuncia que o mundo se tornou o reino
de Cristo, e que Ele reinará para sempre. Os vinte e quatro anciãos
profetizam o que acontecerá na vinda de Cristo. As nações ficarão
enfurecidas, os mortos serão julgados e Deus destruirá os que destruíam a
Terra, ou seja, os iníquos - Ap 19.20,21.

A partir deste ponto entendemos que ocorrem novas seções


parentéticas já mencionadas anteriormente seguindo-se até o capítulo 16 do
livro do Apocalipse quando os últimos juízos divinos passam a ser
anunciados, agora sobe a representação de taças, ou seja, como
derramamentos da ira do Deus Todo Poderoso.

“E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete
anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus”.
Apocalipse 16.1.

Serão estes os últimos flagelos que Deus lançará sobre a Terra.


Como em certo lugar cita William R. Newell que não existe nenhuma outra
forma de “conquistar os que não são conquistados pela graça”. Certamente
que o sofrimento torna as pessoas mais acessíveis ao agir divino par o
arrependimento ou as torna mais “duras” levando-as à obstinação absoluta.
Vejamos a partir de então s juízos das taças em ordem de sucessão
imediata entre eles.

46
Essa primeira taça será derramada sobre a terra e os homens que
possuírem o sinal da besta serão acometidos de úlceras repugnantes e
malignas que devoram a carne.

Essa taça será derramada sobre o mar (mares e oceanos), que se


tornará em sangue, como o sangue de quem está morto e todos os animais
marinhos morrerão. É possível notar similaridade com o juízo decorrente do
toque da segunda trombeta ocasião em que apenas uma terça parte dos
animais marinhos morrem – Ap 8.8.

A terceira taça será derramada sobre os rios e as fontes de água doce


que se tornarão como sangue. A água potável já estará escassa devido ao
juízo da terceira trombeta e com a consequência da terceira taça, já não
haverá água potável para beber e a sede atormentará os homens. Tendo em
vista que os homens mataram os profetas o “anjo das águas” declara “visto
como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também Tu lhes deste
sangue a beber; porque disto são merecedores” – Ap 16.6.

Quão terrível é o juízo originado desta taça. Ela será derramada


sobre o “astro rei” de muitos – o sol. O calor, que atualmente já é elevado,
especialmente para quem vive próximo da “linha” do Equador, no tempo em
que esta taça for derramada os homens serão abrasados e blasfemarão de
Deus e não lhe darão glória. Todavia, Deus fará com que a luz da lua seja
como a do sol “e a luz do sol, sete vezes maior, como a luz de sete dias, no
dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo e curar a chaga da sua
ferida”. – Is 30.26.
47
A percepção termal será tão ardente que os homens terão seus olhos
apodrecidos na própria órbita e suas línguas apodrecerão na própria boca –
Zc 14.12.

O trono da besta é atingido, seu reinado se torna tenebroso e os


homens passam a sentir tanta dor que mordem a própria língua, mas ainda
assim, blasfemarão de Deus. Note-se que com todas as pragas não há
arrependimento por parte dos homens.

O “berço” da humanidade (Gn 2.14) o Eufrates, um dos quatro rios


no Éden e cujo comprimento é de aproximadamente 2800 km, desde o leste
da Turquia, passando pela Síria até o Iraque onde conflui como Rio Tigre na
cidade iraquiana de al-Curná, na província de Baçorá e passam a formar o
rio Xatalárabe que deságua 200 km depois no Golfo Pérsico, ainda que
aparentando imponência, irá secar.
Será por meio dele que terá início a penúltima rebelião da raça
humana em massa contra Deus, visto que a sexta taça será lançada sobre
este rio para que “o caminho dos reis do oriente” seja preparado para a
“peleja do Grande Dia” na batalha do Armagedom.
Estes reis serão enganados por três espíritos demoníacos semelhantes
a rãs. Um saíra da boca de Satanás, outro da boca do Anticristo e, o terceiro
da boca do Falso Profeta – “... E da boca do dragão, e da boca da besta, e da
boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs...”
Ap 16.13. Estes espíritos de demônios operam prodígios – Ap 16.14. Essa
taça atua como preparação para o clímax da Grande Tribulação que é a
batalha do Armagedom.

4.3.1 – O Armagedom (gr. harmagedon; hb. har megiddon).

48
“E os congregaram no lugar que em hebreu se chama
Armagedom”. Apocalipse 16.16.

O “monte do Megido” fica localizado no centro-norte da Palestina,


na planície de Jezreel, onde se forma um vale e que será palco para a batalha
épica entre o bem e o mal. Megido era uma antiga cidade de Canaã,
pertencente à tribo de Issacar, mas que fora cedida à meia tribo de Manassés
(Js 12.21; 17.11-13; Jz 1.27,28; I Cr 7.29).
Em grego o vocábulo usado para se referir a está planície é Esdrelom,
que em hebraico é Jezreel. O palco para o Armagedom começa a ser armado
quando o anjo do Senhor derramar a sexta taça da ira do Deus todo
Poderoso sobre o rio Eufrates. A ira de Deus caíra na terra com mais
veemência com o lançamento das sete taças contendo os sete últimos juízos
de Deus, antes do fim da grande tribulação, por isso serão mais “intensos e
severos”.
Quanto ao cumprimento das profecias escatológicas é importante
notar que:
 Os profetas do Antigo Testamento profetizaram o evento (Dt 32.43;
Jr 25.31; Jl 3.2,9-17; Sf 3.8; Zc 14.2-5).
 Satanás e os seus demônios reunirão muitas nações sob a direção do
Anticristo a fim de guerrearem contra Deus, contra seus exércitos,
contra seu povo e para destruir Jerusalém (Ap 16.13,14, 16; 17.14;
19.14,19; ver também Ez 38; 39). Embora o ponto central esteja na
terra de Israel, o evento do Armagedom envolverá a totalidade do
mundo (Jr 25.29-38).
 Cristo voltará e intervirá de modo sobrenatural, destruindo o
anticristo e os seus exércitos (Ap 19.19-21; Zc 14.3-5), e todos
aqueles que desobedecem ao evangelho (Sl 110.5; Is 66.15,16; 2 Ts
1.7-10). Deus também enviará destruição e terremotos sobre o
mundo inteiro nesse período (Ap 16.18,19; Jr 25.29-33).

Portanto, quase ao final da Grande Tribulação, Satanás congregará


muitas nações para a batalha do Armagedom, estas nações virão sob o
comando do anticristo, e guerrearão contra Israel. Quando então, “aparecera
no céu o sinal do Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu com poder
e grande gloria”. Aleluia! Cristo destruirá o anticristo e seus exércitos com o
49
poder do sopro da sua boca - 2 Ts 2.8; Is 11.4. O Senhor pisará sozinho o
lagar da ira do Deus Todo Poderoso (Is 63.1-3), onde o sangue dos homens
dará no freio dos cavalos e, cuja extensão será de aproximadamente 300
quilômetros, conforme Ap 14.19,20; 19,15.
Com o surgimento de Cristo em glória, Ele lançará a Besta e o Falso
Profeta no lago de fogo e enxofre “e a besta foi presa e, com ela, o falso
profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam
o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos
no ardente lago de fogo e de enxofre” Ap 19.20. Portanto, a Besta e o Falso
Profeta são os primeiros habitantes do lago de fogo, ou seja, do inferno
eterno (Geena).

“Está Feito”. A pior de todas as taças. A última taça marca o último


juízo de Deus para com a humanidade que o desprezou no período da
Grande Tribulação. Será lançada no ar, marcada pelo maior tremor de terra
já existente desde que o homem vive sobre a terra. Ilhas e montes se
removem do seu lugar e do céu cai sobre a terra saraivas de pedras cujo peso
é de aproximadamente 35 quilos cada – Ap 16.21.

Qual ou quais seriam os motivos que levarão os homens crer no


Anticristo durante o seu governo, no período da Grande
Tribulação?

É correto afirmar que haverá salvação durante a Grande Tribulação?

Explique o ministério das duas testemunhas.

A quais juízos os “três ais” estão relacionados? Comente.

50
Sugestões de leituras para aprofundamentos

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As Coisas que Brevemente


devem Acontecer. CPAD.

HORTON, Stanley M. Nosso Destino. CPAD.

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. – Doutrinas


Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD

PENTECOST, J. Dwight. – Manual de Escatologia. Vida.

51
“Mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele
mil anos”. Apocalipse 20.6.

O termo Milênio (gr. chilianismo) na Bíblia Sagrada é uma


referência escatológica que marca o período de tempo em que Cristo reinará
na terra com “vara de fero”, por mil anos (Ap 20.6). Esta doutrina é
chamada em grego de quiliasmo – mil anos – segundo a qual o Senhor
implantará um reinado de paz e prosperidade para todas as nações (Is 35).
No plano dispensacionalista, o milênio compreende à 7ª (sétima), e
última, Dispensação33 de Deus para o homem, também conhecida como
“dispensação da plenitude dos tempos” (Is 2.1; Ef 1.10), período em que
todas as coisas serão restauradas.
Relacionado ao estudo escatológico sobre o Milênio temos três
escolas de interpretação sobre o assunto: a pós-milenista; a amilenista e a
pré-milenista. Cuja conceituação, a grosso modo, relatamos abaixo.

5.1.1 – Escola Pós-milenista.

52
Segundo essa doutrina o Milênio é a era “da plena atuação da igreja
na terra”. Segundo esta escola de interpretação o Senhor Jesus reina de
forma indireta sobre o mundo. A segunda vinda de Cristo se dará depois do
milênio.

5.1.2 – Escola Amilenista.

É a negação (gr. a; alfa negativo, não e milenismo, referente ao


milênio), para esta escola de interpretação, a segunda vinda de Cristo se dará
no fim da época da igreja e, como o próprio nome já diz, não existe um
milênio na Terra.

5.1.3 – Escola Pré-milenista.

É uma escola de interpretação que acredita na segunda vinda de


Cristo antes do Milênio. A Era da Igreja termina no tempo da Tribulação.
Após a Grande Tribulação Cristo volta à Terra, estabelece e dirige seu reino
por 1.000 anos. Ao final dos mil anos ocorrerão a ressurreição e o juízo dos
não salvos, e depois – a eternidade.

Como pré-tribulacionistas e pré-milenistas, cremos pela Bíblia


Sagrada que o arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação, o que é
evidente, e que após a Grande Tribulação acontecerão alguns eventos que
antecederão a instalação do Milênio na Terra. Sabemos que a Grande
Tribulação durará sete anos, o Senhor Deus na sua onisciência deixou cerca
de setenta e cinco dias entre o fim da Grande Tribulação e a instalação do
milênio – Dn 12.7, 11-12.

53
Partindo desse pressuposto podemos salientar que ocorrerão dois
eventos importantes nesse hiato de tempo que são: a prisão de Satanás e o
julgamento das nações.

5.2.1 – A prisão de Satanás – Ap 20.1-3.

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e


uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a
antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil
anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre
ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos
se acabem”. Apocalipse 20.1-3.

Satanás (hb. Satan, adversário) já foi deposto do elevado cargo que


possuía “querubim ungido” (Ez 28.11-17). O Senhor Jesus o viu cair como
raio do céu como consequência do seu ato de rebeldia por ocasião do seu
levante na tentativa de usurpação do trono de Deus. Nunca se firmou na
verdade por isso, também, é conhecido como diabo (gr. caluniador), “pai da
mentira” (Jo 8.44). Satanás será preso no “poço do abismo” por um “anjo”
que acredito, seja Miguel, uma vez que em pelo menos três passagens
bíblicas os dois entram em conflito – Dn 10.13; Jd 9; Ap 12.7.
Na interpretação dos teólogos adventistas, Satanás é simplesmente
“deixado atoa” para vagar pelo mundo, visto que os ímpios estarão mortos e
os justos com Cristo. Eles acreditam que a prisão de Satanás é “simbólica”
ele estará “acorrentado às circunstâncias” num planeta destruído fisicamente
e com montanhas de cadáveres por todos os lados (BULLÓN – 1999, p.
157,158). Já os teólogos ligados às Testemunhas de Jeová acreditam que
Satanás não influenciará mais as nações, pois “estará numa prisão e ficará
em um estado de inatividade semelhante à morte” (DE VIGIA, 1988, p.
288).
Entretanto, este arqui-inimigo de Deus, antigo querubim portador da
luz, hoje sem brilho, tornou-se um dos “príncipes das trevas” (Ef 6.12) e
terá de enfrentar após a Grande Tribulação a prisão do poço do abismo,
onde ficará “acorrentado” por mil anos – Ap 20.1-3. Ficando
impossibilitado de exercer seu nefasto programa de engano entre os homens,
a Terra se tornará livre de todas as suas influências maléficas por mil anos –
Ap 12.7-12; 20.1-3; Jó 15.15.
54
5.2.2 – O Julgamento das Nações – Mt 25. 31-46; Jl 3.2,12.

“E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os


santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua
glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e
apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as
ovelhas”. Mateus 25.31,32.
“Congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de
Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu
povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam
entre as nações, repartindo a minha terra [...] movam-se as
nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei,
para julgar todas as nações em redor”. Joel 3.2,12.

Este julgamento acontecerá no Vale de Josafá (Jl 3.2) o vale “onde


Jeová julga” também, chamado de Vale da Decisão (Jl 3.14) para muitos é o
vale formado pelo ribeiro do Cedrom, próximo à Jerusalém.
Neste julgamento a base jurídica legal para o veredicto será, tanto
para absorção, quanto para condenação, o tratamento dispensado aos judeus,
os irmãos de Jesus (Rm 9.3-5; Lc 2.4-7; Jo 4.22, 25-26).
O propósito principal deste julgamento é determinar quem entrará no
Reino Milenial (Dn 7.9-14, 22;) bem como dar aos mansos a terra (Mt 5.5).
Depois de consumados os eventos escatológicos que antecedem o
estabelecimento do Milênio, terá então início o Reino de Cristo na Terra.
Um reino literal que revelará a todos que Cristo é Rei, não somente em
Israel, mas de todas as nações.
Será no Milênio que veremos cumprir-se a plenitude do governo
teocrático sobre a terra. A festa dos Tabernáculos voltará a ser celebrada
pelos que escaparem da Grande Tribulação como forma de expressar total
dependência de Deus. Assim como a festa celebrada pelos judeus durante
sete dias era feita em cabanas para relembrarem os quarenta anos no deserto
(Êx 23.17; 34,22).

55
O milênio será o maravilhoso reinado de Cristo na Terra. Toda a
criação aguarda esse tempo para sua libertação das consequências do pecado
a que ficou sujeita desde a queda no Éden (Rm 8.19-23). Alguns propósitos
e eventos que acontecerão durante o Milênio são:
 – Exaltar a Cristo – Fp 2.11; Ap 19.16;
 – Manifestar, um relampejo, do reino de Deus – Mt 6.10;
 – Convergir em Cristo todas as coisas – Ef 1.10;
 – Tornar Israel cabeça das nações – Is 11.10; Gn 15.18; I Cr 16.15-
18;
 – Trazer um tempo de justiça e verdadeira paz universal – Is 11.1-
12; Mq 4.1-4;
 – Será um tempo de pleno conhecimento da Palavra de Deus – Is
2.1-3.

Durante o Milênio haverá apenas dois grupos de pessoas: os crentes


glorificados e os povos naturais. No Milênio a igreja já estará glorificada
com o Senhor Jesus (Rm 8.17,18; Cl 3.4; 1 Pe 5.1). A glória perdida por
ocasião do pecado (Rm 3.23) será plenamente reestabelecida. Uma grande
fertilidade da raça humana acontecerá durante este período (Jr 30.19; 33.22;
Os 1.10; Zc 8.5).
Embora no Milênio as bênçãos de Deus estejam acontecendo com
maior naturalidade, e a prosperidade tenha chegado a todos os povos, e a
vida humana tenha sido prolongada – ele terá um fim. Pois o que Deus tem
para os fiéis é ainda maior.
Porém, antes de os salvos estarem na eternidade com Cristo e os
perdidos serem lançados no inferno, acontecerão alguns eventos
importantíssimos na história escatológica. Em suma, antes de o fiel entrar no
gozo eterno acontecerão os seguintes eventos: Satanás será solto; a segunda
ressureição e o juízo final.
56
5.4.1 - Satanás é solto – Ap 20.7-10.

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão”.


Apocalipse 20.7.

Não sabemos quanto tempo durará esta liberdade, no entanto, ela


será provisória. Durante este período Satanás, terá o tempo necessário para
novamente enganar nações a fim de que possam fazer guerra contra o arraial
dos santos “Gogue e Magogue34” conforme Ap 20.8,9. Será está a última
investida de Satanás onde ele será definitivamente derrotado e receberá sua
sentença final e eterna – o lago de fogo – Ap 20.10.
Alguns indagam sobre o porquê dessa liberdade concedida a Satanás
mesmo após um período de tamanha prosperidade e bênçãos como o
Milênio. Para Antonio Gilberto alguns dos motivos elencados é o de provar
os que nasceram durante o Milênio e revelar que o coração humano não
regenerado permanece inalterável além de demonstrar que Satanás é
incorrigível. (GILBERTO, 1997, p. 105).
Satanás e seus demônios não ocupam, ainda, o inferno, no entanto,
vale lembrar que este inferno final, encontra-se preparado para eles (Mt
25.41). Uma verdade implícita na citação de Jesus “para o diabo e seus
demônios” demonstra que este lugar não foi feito para o homem, entretanto,
por recusar a Cristo e receber os prazeres que o mundo oferece muitos seres
humanos ocuparão lugar ao lado de Satanás e seus demônios no inferno.
Vale lembrar que no “lago de fogo” o diabo não estará com um “tridente”
atormentando as pessoas, mas ele será juntamente com os que ali estiverem,
“atormentado para todo o sempre” (Ap 20.10).

57
5.4.2 – A segunda ressurreição– Ap 20.5.

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se


acabaram”. Apocalipse 20.5.

Os mortos ímpios, e segundo alguns eruditos, os salvos durante o


milênio, irão ressuscitar, para receber a sentença do Justo Juiz de toda terra,
que será promulgada no juízo final. A alusão à “primeira ressureição” no
versículo determina o fim da mesma (restolho).

5.4.3 – O Juízo Final - Ap 20.11-15.

“E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre


ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou
lugar para eles”. Apocalipse 20.11.

Será o julgamento de todos os infiéis que desde Caim, teimaram em


suas injustiças e rebeldias contra Deus. Todos os que rejeitaram a Cristo
serão levados à sua presença a fim de receberem a sentença de culpados, por
seus atos pecaminosos. Os anjos caídos também serão convocados para
receber o seu castigo (Jd 6; 2 Pe 2.4). A sentença será o lançamento de todos
os que não estiverem inscritos no Livro da Vida, no lago de Fogo.
Neste julgamento os ímpios sofrerão a sentença final dos seus atos
praticados sobre a terra. “Porque todos os que sem lei pecaram sem lei
também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados”
(Rm 2.12). O Juízo Final também é conhecido como o Juízo do Grande
Trono Branco.35

Quais elementos estão relacionados ao julgamento das nações?

58
Qual o propósito do julgamento das nações?

Cite três propósitos do Milênio.

A que se devem a paz e a justiça reinante no mundo durante o


Milênio?

Descrever a última revolta de Satanás antes do seu aprisionamento


definitivo e o por que ele será solto.

Explique como será o Juízo Final.

Sugestões de leituras para aprofundamentos

GILBERTO, Antonio. Daniel e Apocalipse. CPAD.

HORTON, Stanley M. Nosso Destino. CPAD.

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. – Doutrinas


Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD

PENTECOST, J. Dwight. – Manual de Escatologia. Vida.

59
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o
reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade”.
Daniel 7.18.

“A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da


eternidade. Amém!” Segunda Carta de Pedro 3.18.

O anseio da alma salva é chegar à eternidade com Cristo onde


poderá gozar de todas as bênçãos prometidas na Palavra de Deus para os
vencedores. As lutas findam-se. O Reino eterno de Deus é chegado. O
“gozo a paz e a alegria” concedidos pelo Espírito Santo serão de todo,
usufruídos na eternidade com Deus. Neste capítulo falaremos da eternidade
com Deus, e não nos ateremos aos que estarão separados dEle, pois, basta
apenas lembrar que será terrível viver para todo o sempre separado de Deus
e em tormentos eternos. Na eternidade com Deus tudo será novo.

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e


nova terra, em que habita a justiça”. Segunda Pedro 3.13.

Desde o profeta Abraão se sabia que a terra que lhe fora prometida,
aqui no mundo, não era o fim da sua jornada. Pelo contrário, o fim, que não
60
seria fim, era bem além, na cidade celestial, que Deus preparou para seus
servos fiéis. Abraão serve de exemplo a todo o povo de Deus; devemos
reconhecer que estamos apenas de passagem neste mundo, caminhando para
nosso verdadeiro lar no céu.
Os santos do Antigo Testamento morreram, crendo que Deus tinha
algo melhor reservado para eles. Durante suas vidas, não viram a prometida
bênção final dos redimidos. Sua esperança estava firmada na vida eterna
com Deus, em uma pátria celestial tendo seus olhos fixos na sua cidadania
celeste que é garantida pela fé em Deus de que iria habitar em um novo céu
e numa nova Terra (2 Pe 3.13-16; Is 65.17; 66.22; Fp 3.20; Ap 21.1). Os
crentes, em nossos dias, da mesma forma, devem perseverar na fé e confiar
em Deus. A fé que Deus aprova é aquela que pode deixar em suas mãos as
suas promessas, para Ele as cumprir segundo a sua vontade.
Aqueles que honraram a Deus, vivendo como “peregrinos e
forasteiros” (1 Pe 2.11) e desejando uma pátria melhor, Deus os honrará. Ele
não se envergonhará de chamá-los seus próprios filhos (Gl 4.6). O alvo e
expectativa finais da fé é um novo mundo, transformado e redimido, onde
Cristo permanece com seu povo e a justiça reina em santa perfeição (Sl
102.25,26; Hb 1.12; 12.27).
Para apagar todos os sinais do pecado, haverá a restauração da terra,
das estrelas e galáxias. O céu e a terra serão abalados (Mq 4.1; Ag 2.6; Hb
12.26-28) e desaparecerão como fumaça (Is 51.6), as estrelas se derreterão
(Is 34.4) e os elementos serão dissolvidos (2 Pe 3.7,10, 12). A terra
renovada se tornará a habitação dos homens e de Deus. Todos os redimidos
terão corpos semelhantes ao corpo ressurreto de Cristo, corpo real, visível e
tangível, porém incorruptível, poderoso e imortal (Rm 8.23; 1 Co 15.51-56).
Não haverá mais o homem natural.

“E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de


Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada
para o seu marido”. Apocalipse 21.2.

61
A nova Jerusalém está agora no céu (Gl 4.26) em breve, ela descerá
à Terra como a cidade de Deus, que Abraão e todos os fiéis esperavam, da
qual Deus é o arquiteto e construtor (Fp 3.20; Hb 11.10,13,16).
Essa nova Jerusalém será a sede do governo divino, e Ele habitará
para sempre com o seu povo (Lv 26.11,12; Jr 31.33; Ez 37.27; Zc 8.8). Seus
muros são como que de jaspe; ela possui doze portões de pérolas (três em
cada lado da cidade); doze fundamentos de pedras preciosas e ruas de ouro
transparente como vidro (Ap 21.10-14,18-21). Há um rio de pura água da
vida; a árvore da vida está lá; o trono de Deus, também.
Esta cidade tem a forma quadrangular com cada lado medindo cerca
de 2.200 quilômetros de comprimento e seu muro possuindo 65 metros de
espessura (Ap 21.16,17). Outras características da Nova Jerusalém reveladas
a João foram:

E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus


Todo-poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol
nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de
Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as
nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua
glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque
ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.
E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa
abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da
vida do Cordeiro. Apocalipse 21.22-27.

É chamada de “nova” porque nunca foi utilizada para qualquer


propósito. Foi preparada para os amigos do Cordeiro (Jo 14.2,3).
É tão bela que foi comparada a uma noiva. Tem espaço para todos os
fiéis de todas as épocas.
Espero que eu e você possamos chegar a conquistar essa bendita
dádiva – a salvação eterna.
Glória a Deus! Maranata!

Por que os céus e não somente a Terra serão purificados?


62
Descreva a Nova Jerusalém e a razão de sua construção.

Sugestões de leituras para aprofundamentos

GILBERTO, Antonio. Escatologia Bíblica: Deus Revela o Futuro.


EETAD.

GILBERTO, Antonio. O Calendário da Profecia. CPAD.

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As Coisas que Brevemente


devem Acontecer. CPAD.

HORTON, Stanley M. Nosso Destino. CPAD.

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. – Doutrinas


Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD.

PENTECOST, J. Dwight. – Manual de Escatologia. Vida.

63
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1995.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário de Escatologia Bíblica –


Os vocábulos e expressões mais significativos da Doutrina das Ultimas
Coisas. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.

BABINSKI, Edward T. Leaving the fold: Testimonies of former


fundamentalists. Prometheus Books, 2003.

BULLÓN, Alejandro. O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse –


Como viver sem medo do Futuro. 8ª Ed. São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1999.

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. – Rio de Janeiro:


CPAD, 1999.

DE DEUS, Assembleias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio


de Janeiro: CPAD, 2018.

64
DE VIGIA, Publicações da Sociedade Torre. - Revelação - Seu Grandioso
Clímax está Próximo! São Paulo: Watch Tower Bible and Tract Society of
New York, 1988.

_________, Publicações da Sociedade Torre. Seja Deus Verdadeiro. São


Paulo: Watch Tower Bible and Tract Society of New York, 1949.

DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. Lisboa: Arcádia, 1979.

GILBERTO, Antonio. Daniel e apocalipse. Rio de Janeiro: Casa


Publicadora das Assembleias de Deus, 2010.

_________, Antonio. O Calendário da Profecia: Conhecendo o fim dos


tempos e o tempo do fim. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias
de Deus, 1985.

_________, Antonio. Escatologia Bíblica: Deus revela o futuro. Campinas


- SP: EETAD, 1997.

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1 – Para este dia 21 de dezembro de 2012 os Mais não teriam previsto o fim do mundo, mas
“o fim de um ciclo chamado baktun” do calendário deles que continua para ciclos maiores
conforme uma inscrição na mesma pedra que falava sobre o 21 de dezembro.
2 – Uma quadra de Nostradamus afirmava que o "Rei do Terror" viria do céu em "1999 e
sete meses" e foi interpretada como uma previsão para o fim do mundo em julho de 1999.
(LORIE, 2002, p. 17).
3 – Inácio foi bispo de Antioquia da Síria entre os anos 68 e 100 ou 107 da Era Cristã. Foi
discípulo do apóstolo João e teria conhecido o apóstolo Paulo, além de ter sucedido a Pedro
na igreja em Antioquia.

4 – Grosso modo o termo grego significa “presença”.


5 – Tal qual aconteceu no ano 2000 com o tal “bug do milênio”, o “apocalipse milenar” ao
fim do primeiro milênio cristão foi “previsto” por vários clérigos cristãos que dataram o fim
do mundo para esta data, entre eles inclui-se Papa Silvestre II. (STRANDBERG & JAMES,
2003, p. 35-36).
6 – Nascido Johannes Müller von Königsberg, também conhecido como Regiomontanus,
previu que o mundo acabaria em 1588. (RANDI, 1993, p. 239).
7 – Foi um monge agostiniano e professor de teologia alemão e uma das figuras centrais da
Reforma Protestante, previu que o mundo acabaria no máximo até 1600. (WEBER, 2000, p.
66).
8 – Wesley foi o fundador da Igreja Metodista e previu que o Milênio começaria em 1836.
Escreveu que Apocalipse 12:14 se referia aos anos de 1058 a 1836, "quando Cristo viria".
(STRANDBERG & JAMES, 2003, p. 37); (MCIVER, 1999, p. 269).
9 – O fundador da Sociedade Torre de Vigia, ou como é bem mais conhecida, as
Testemunhas de Jeová, previu o retorno de Jesus para 1874 e após esta data, reinterpretou a

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previsão e disse que Jesus tinha de fato voltado mas deforma invisível. (NEUSNER, 2009,
p. 242), (STONE, 2013, p. 56).
10 – Foi um ministro cristão e previu que o Arrebatamento aconteceria até 1977.
(BABINSKI, 2003, p. 277).
11 – Era um movimento que defendia a ideia segundo a qual qualquer sacerdote que tivesse
algum contato com o Estado ou com os dignitários do Estado, perdiam a capacidade de
administrar os sacramentos.
12 – A escola de interpretação preterista considera que todo o livro do Apocalipse e as suas
profecias cumpriram-se no contexto histórico original do Império Romano a não serem os
capítulos 19 a 22 que aguardam cumprimento.
13 – É considerado o primeiro teólogo reformado.
14 – O livro apócrifo de Enoque 2.1-14, dá a entender que haviam divisões no Sheo’l; um
lugar para os justos, outro para os ímpios.
15 – As Testemunhas de Jeová marcaram as seguintes datas para o arrebatamento – 1874,
1914, 1915, 1975. (HORTON, 1998, p.126).
16 – Em 1650, o arcebispo irlandês James Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 — 21 de
março de 1656) fez as contas e concluiu que Deus criou o mundo às 15h30 do dia 23 de
outubro de 4004 a.C., e que o Apocalipse aconteceria no mesmo dia e horário em 1996.
Errou! Mas, deve-se a Usher a expressão “antes de Cristo”, que usamos até hoje.
17 – Organização Mundial de Saúde – WHO - Relatório sobre Coronavírus no Mundo em
05/05/2020 - Acesso em 05 de maio. 2020.
18 – O Chile é um dos países com maior atividade sísmica da América Latina, já que
grande parte de seu território está exposto à convergência das placas tectônicas Nazca e
Sul-americana
19 – A Escala Richter, é uma escala logarítmica arbitrária, de base 10, utilizada para
quantificar a magnitude de um sismo. Quanto maior for o tremor, maiores serão os danos
causados. As magnitudes dos sismos medidos por essa escala vão de < 2,0 (menor que 2) a
> 10 (maior que 10), embora na história conhecida nunca foi registado um sismo de
magnitude 10.
20 – Theodor Herzl (02 de maio de 1860 Budapeste, Reino da Hungria - 03 de julho de
1904, Edlach, Áustria-Hungria), escritor e jornalista de origem judaica, fundador do
moderno sionismo político, considerado um dos líderes mais influentes do movimento que
levou à criação do Estado de Israel.
21 – Sionismo é o movimento que visa reunir os judeus da diáspora (exílio) e estabelecê-los
na Palestina.
22 – A “ressurreição” do idioma hebraico, que por mais de dezoito séculos não era falado
como língua diária, é tão notável como o reavivamento da própria nação de Israel. Coube a
Eliezer Ben-Yehuda (Lujki, Bielorrússia, 7 de janeiro de 1858 — 21 de dezembro de 1922),
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um judeu europeu, demonstrar que chegara o momento de reviver o hebraico. Ele foi o
“criador do hebraico moderno”.
23 – David Ben-Gurion (Płońsk, Polônia, 16 de outubro de 1886 — Ramat Gan, Israel, 1 de
dezembro de 1973) foi primeiro ministro de Israel, depois da constituição do país, em 1948.
Anteriormente havia dedicado seu esforço à criação de um estado judeu na Palestina.
24 – Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, concernente à segunda vinda
de Cristo é declarado que: “CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de
Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o arrebatamento da Igreja
antes da Grande Tribulação, momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande
Tribulação e visível aos olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá,
até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim!
Amém!” (Ap 1.7). Nessa vinda gloriosa, Jesus retornará com os santos arrebatados da terra:
“na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1 Ts 3.13) (DE DEUS,
2018, p. 184).
25 – É admissível determinar o ano bíblico como um período de 360 dias com cada mês
contando 30 dias – Ap 12.6; 13.5. Em Gênesis 7.11,24 e 8.3,4, é possível perceber que “do
segundo mês” ao “sétimo” ocorreram “cento e cinquenta dias” o que significaria anos de
360 dias na Bíblia.
26 – Dois decretos estão ligados à restauração de Jerusalém, sendo o primeiro de 457 a.C.,
e que tratava da reconstrução do templo e, portanto, da restauração do culto, a cargo de
Esdras. O segundo, estava relacionado com a reconstrução dos muros da cidade e ficou a
cargo de Neemias doze anos depois do de Esdras. É, a partir do segundo que datamos os
eventos que o sucedem relacionados às 70 semanas.
27 – Ele possuía uma mão maior que a outra.
28 – Para alguns o Imperador Nero foi o primeiro antítipo do Anticristo.
29 – Segundo o pastor Severino Pedro da Silva existem dois pontos que precisam ser
levados em consideração nesta afirmação ao interpretar o texto de Daniel 11.37. Primeiro,
ele não terá respeito pelo deus Tamuz, que era considerado como sendo “o desejo das
mulheres” (Ez 8.14); segundo, ele não terá consideração para com as tradições e preceitos
familiares, ou seja, não terá respeito à família por ter sido estabelecida por Deus (SILVA,
1987, p.220). Uma das muitas propostas ouvidas atualmente da boca daqueles que têm o
espírito do anticristo é de que a família tradicional (formada por um homem, uma mulher e
filhos) deve acabar.
30 – Em algumas literaturas é possível encontrar quem defenda que ele será o Mahdi, o
“Messias” muçulmano.
31 – O crescimento populacional pode ser acompanhado em tempo real em:
<https://www.worldometers.info/br/>.

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32 – As seções parentéticas escatológicas que ocorrem no Apocalipse entre os capítulos 6 -
19, são em número de nove e são, pela ordem, as seguintes: a primeira, a selagem dos
144.000 de Israel (Ap 7.1-8); a segunda, a visão dos salvos da grande tribulação que é uma
grande multidão de todas as nações, tribos, povos e línguas (Ap 7.9-17); a terceira, a visão
do anjo com um livrinho (Ap 10.1-11); a quarta, refere-se ao ministério das “duas
testemunhas (Ap 11.1-14); a quinta, a visão de uma “mulher vestida de sol” e o “dragão”
(Ap 12.1-17); a sexta, a visão das duas bestas, uma que subirá do “mar” de um grupo de
nações (Ap 17.15), o anticristo e outra que subirá da terra, o falso profeta (Ap 13.1-18); a
sétima, é a visão do “Cordeiro sobre o monte Sião” com os 144.000 selados seguido da
visão da mensagem de anjos (Ap 14.6-13); a oitava, é a visão da ceifa – “é chegada a hora
de ceifar” (Ap 14.14-20); a nona, é entoado o “cântico de Moisés” pelos que venceram a
besta, a sua imagem, o seu sinal, e o número do seu nome (Ap 15.2-8).
33 – A teoria Dispensacionalista, que divide a atividade de Deus na história em sete
dispensações, e sustenta que Deus tem dois planos: um para Israel e outro para a Igreja, foi
popularizada por John Nelson Derby (18 de novembro de 1800, Westminster, Reino Unido
– 29 de abril de 1882, Bournemouth, Reino Unido) um pregador anglo-irlandês, figura
muito influente entre os Irmãos de Plymouth e o fundador dos Irmãos Exclusivos. Essa
teoria foi divulgada pela Bíblia de referências do Dr. Scofild. As sete dispensações são:
Inocência, Consciência, Governo Humano, Patriarcal, Lei, Igreja (comumente chamada de
Graça) e o Milênio.
34 – Gogue e Magogue em Apocalipse não são os mesmos mencionados em Ezequiel
capítulos 38 e 39, por algumas razões: primeiro que em Ezequiel refere-se a um bloco de
nações (Ez 38.2-6) já em Apocalipse são todas as nações (Ap 20.8); segundo, em Ezequiel
eles agem por ato divino (Ez 38.16), em Apocalipse é movido por ato direto de Satanás (Ap
20.7,8); terceiro, em Ezequiel é sepultado em Israel (Ez 39.11-13) enquanto que no
Apocalipse são destruídos pelo fogo divino (Ap 20.9). Todavia, haverá uma guerra muito
parecida com a profetizada por Ezequiel que é a Batalha do Armagedom.
35 – Muitos eruditos da Bíblia entendem que os salvos que morrerem durante o reino
milenar participarão desse julgamento (Dn 12.2), uma vez que o “livro da vida” estará
presente nessa ocasião (Ap 20.15). Outros acreditam que o livro da vida estará presente
para assegurar que os nomes dos julgados não constam nele.

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