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fflANUAL DE
DÊrn®N©L©GIA
Diante das fronteiras da loucura, existe uma zona
meam sculptilibus”
ISBN 978-85-63607-45-4
legiões
um ÍT1ANUAL DE DEm®N©L©GIA
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
Satanás,
DEmêNies e
LEGIÕES
um IT1ANUAL Df rn©N©k©GIA
2011
© Fonte Editorial
ISBN 978-85-63607-45-4
CDD236
>4 Deus, Aquele que com a batuta do Seu infinito poder, rege a
sinfonia do Universo. À minha mãe, Antonia. Ao meu pai, Augusto
(in memoriam). / minha sogra, Rachel (in memoriam), guerreira
incansável das fileiras do exército de Cristo. À minha amada
esposa, Noeli. E a todos aqueles que se interessam pelos estudos
bíblicos e teológicos.
sumARi®
INTRODUÇÃO............................................................................................ 25
i. Determinação do Campo de Estudo.........................................................25
ii. Especificação dos Objetivos.................................................................... 26
iii. Pertinência e Oportunidade da Obra...................................................... 27
iv. Metodologia Empregada......................................................................... -30
SA + A N A S ,
CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE SATANÁS,
DEMÔNIOS E EXORCISMOS..................................................................... 35
1.1. Considerações Sobre Satanás......................................................... 37
1.1.1. Definição do Termo.............................................................................37
1.1.2. Satanás no Antigo Testamento.......................................................... 38
1.1.3. Satanás no Novo Testamento............................................................. 44
D E m e N ie S
1.1.4. Satanás e o Seu Nome Grego: Diabo............................................... 45
1.1.5. Satanás e os Seus Outros Nomes...................................................... 47
1.1.6. Satanás e os Demônios.....................................................................51
1.2. Considerações Sobre os Demônios..............................................53
1.2.1. Fatores que Complicam a Compreensão Demonológica........... 53
1.2.2. Os Demônios no Antigo Testamento................................................. 56
1.2.3. Identificando os Demônios................................................................. 58
E
1.2.4. Os Demônios no Período do Grego Clássico.................................. 73
1.2.5. Os Demônios na LXX......................................................................... 79
L ÍG I© E S
1.2.6. Os Demônios no I Século d.C............................................................ 83
1.3. Considerações Sobre Exorcismos............................................... 96
1.3.1. Definindo o Termo.............................................................................. 96
1.3.2. Exorcismos noAT e nos Apócrifos..................................................... 97
1.3.3. Exorcismos nos Manuscritos do Mar Morto.................................... 105
1.3.4. Exorcismos nos Pseudepígrafos.......................................................114
1.3.5. Exorcismos e Exorcistas na Tradição do Judaísmo..................... 116
1.3.6. Exorcismos e Exorcistas no Contexto Pagão.................................. 129
1.3.7. Os Papiros Mágicos Gregos........................................................... 141
1.3.8. Jesus, o Exorcista-Mor.................................................................... 147
1.4. Conclusão............................................................................. -........ 157
CONCLUSÃO FINAL................................................................................457
BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 461
ABREVIATURAS
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APRJ5SÊN + ACî € PRÊFÁCI®
EDUARD® DÊ PRGÊNÇA
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18
C A R l.e s A U G U S + e V A II.A + + I
Uma mini-história do diabo
Eduardo de Proença
19
SA + A N Á S ,
o colocando como a grande crendice dos ignorantes. Mais do que
enfraquecer os poderes de Deus e sua influência no homem e no
mundo, a modernidade lançou mão definitivamente na crença no diabo.
Mas vem o século XX, a maldade do homem em duas guerras
sangrentas e ainda o efeito do genocídio praticado por um líder
D ^ m ê N ie S
chamado Adolf Hitler, fez as pessoas pensarem se seria possível
tanta maldade junta vir única e exclusivamente da mente humana: é
o renascimento do diabo.
Filmes como Psicose de Alfred Hitchcock e o Exorcista
de William Friedkin, além de outros de menos qualidade, do mesmo
gênero, colocam o diabo em cena, ele é o grande protagonista da
maldade no mundo.
Idéias milenaristas e o pleno desenvolvimento do movimento £
tf-G IÕ f-S
fundamentalista iniciado no século XX faz com que a idéia do
renascimento do diabo e suas derivações como o anticristo
floresçam em um ritmo compatível com a fértil imaginação humana.
A história do diabo, da personificação do mal, não nasceu
pronta, mas foi construída marginalmente a própria idéia
desenvolvida por Deus nas paginas da Sagrada Escritura. O Deus
cristão, o Pai apresentado por Jesus Cristo não é o mesmo revelado
nas páginas de Juizes ou Josué, o Deus iracundo, déspota, mas
um Deus de amor, acalentador que reconcilia-se com seus filhos
incondicionalmente, apenas motivados pelo amor. Tantos e tantos
anos de desenvolvimento da narrativa bíblica para essa transição
do deus irado para o Deus de amor, mas que não faz sucesso hoje
no meio evangélico, que prefere ao primeiro em detrimento do
segundo. Assim foi a história do diabo, que começa a aparecer no
texto bíblico na história de Jó, o acusador, Satanás, presente no
tribunal de Deus para propor uma aposta sobre este servo do Senhor,
20
aposta esta aceita.
0 desenvolvimento do personagem diabo ou Satanás na
Bíblia hebraica está proporcionalmente ligado ao desenvolvimento
da transcendência de Deus, ou seja, quanto menos Deus se torna
imanente e se faz mais transcendente, mais o a personalidade do
+
+ diabo toma corpo, quanto mais ele se afasta da terra em direção ao
< céu se torna apenas fonte do bem, mais a relação do diabo com os
>—í homens se torna direta. Deus já não é mais a fonte do mal, de sorte
< que versículos como “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e
> crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.” (Isaias 45:7), já
© não faz mais sentido. Todo o mal está nas mãos do diabo, o
+ adversário de Deus e dos homens.
c/1
Nós como cristãos herdamos uma tradição de um judaísmo
□
O tardio, o pacote diabo-mal já vem pronto para nosso corpo
dogmático. Exegeses regadas de pressupostos nos fazem enxergar
< inquestionavelmente uma referencia a queda de Satanás ou Lúcifer
</> em Ezequiel 28 no oráculo contra o Rei de Tiro, e nem perguntamos:
© e se for o Rei de Tiro mesmo e não Satanás? E nem nos damos
conta que o nome Lúcifer nem aparecece na Bíblia, a não ser na
<u Vulgata de São Jeronimo quando traduz a expressão “estrela d'alva”
e nem é um nome próprio, mas ganha este prestigio quando na
história do cristianismo batizamos o diabo com este nome.
Neste livro o autor com grande profundidade pesquisa sobre
a figura de Satanás na tradição bíblica, vetero e neotestamentária.
Valendo-se do recurso de conhecer as línguas bíblicas, Carlos Vailatti
passeia com maestia e disciplina pelas escrituras sagradas. Em
um primeiro momento faz uma verdadeira “varredura” pela
terminologia bíblica no que se refere ao mal, desde seres míticos e
maléficos, até nas tadições extra-bíblicas Vailatti verdadeiramente
se esmera.
Independentemente da posição teológica do leitor, certamente
se renderá ao folego de pesquisador demonstrado pelo autor, e
21
pela sua honestidade acadêmica e respeito as tradições cristãs
ainda presentes na maioria das igrejas.
Em uma segunda parte do livro faz uma investigação sobre a
narrativa evangélica de Marcos sobre o jovem possesso, o
S A + A N Á S , D E IU Õ N ie S
Gadareno, que nele habitava legiões de demônios. Com cuidado,
minúcia e com grande organização e didática convida a você a
compreender esse emblemático texto de Marcos.
Se o diabo existe ou não creio não ser o objetivo de Vailatti
demonstrar. Porque como diria Santa Teresa de Ávila “se Satanás
pudesse amar, deixaria de ser mau”.
E
LEG IÕ ES
0 brilhante arrebata os sentidos
Jorge Pinheiro
S A + A N Á S , D E m Ô N IO S
céu, acima das estrelas exaltarei meu trono e no monte da
congregação me assentarei, aos lados do norte, assim constrói
torres de Babel nos corações. E como disse marinharei sobre as
alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo, convence os
humanos a pugnar o mesmo conflito. Aí está o risco, os humanos
são levados ao s/ieot, ao mais profundo abismo.
E por cortar da terra, heilel ben-shachannvade os corpos com
rituais para caminhar, deitar, levantar. É o delírio, quem sabe o que
ó mentira, o que é verdade? O que é pesadelo, o que é realidade?
A luz de lúcifer alucina. O sono desperta, a boca vomita, as fezes
escapam, o equilíbrio balança e o mundo desaba. O que arrebata
os sentidos está ao lado, chegou piscando. O brilhante, por saber
que será será precipitado no sheol, a sepultura comum, quer
Ê
companhia. Ele é o deus das coisas que fogem, o deus deste
LÊG IÕ ÉS
mundo. E está ao lado.
"elevatum est cor tuum in decore tuo perdidisti sapientiam tuam
in decore tuo in terram proieci te ante faciem regum dedi te ut cernerent
te in multitudine iniquitatum tuarum et iniquitate negotiationis tuae
polluisti sanctificationem tuam producam ergo ignem de medio tui qui
comedat te etdabo te in cinerem super terram in conspectu omnium
videntium te omnes qui viderint te in gentibus obstupescent super te
nihili factus es et non eris in perpetuum". (3)
Quando a extrema angústia aniquila e retalha, a incapacidade
de tolerar fumega, a divagem e a onipotência fazem parte da ordem
do dia, tome ciência, ele pousou a mão sobre o seu ombro e está
a cochichar no seu ouvido idéias de delírio. É o princípio do fim,
você vai fazer o caminho do sheol.
Diante das fronteiras da loucura, existe uma zona intermediária,
um claro-escuro onde a realidade parece preservada, mas a
24
natureza das relações estabelecidas por lúcifer, a vivência
fantasmática quer arrastar a lucidez. Por isso, lutar contra o brilhante
da alva significa romper frieza, indiferença e isolamentos,
agressividade, cólera e errância.
CARLO S A U G U S + e V A IK A + + I
Notas
1, 2, 3 — Os textos bíblicos citados de Ezequiel 28.12-17 estão em tradução da
Vulgata de Jerônimo.
4-ldem,lsalas 42.6-8.
SA+ANÁS. DÊITlêNieS E LEGIé
INTRODUÇÃO
i. Determinação do Campo de Estudo
O presente livro buscará se concentrar no Evangelho de
Marcos, Evangelho este que, ao longo da história, foi
desprezado pelos estudiosos da Bíblia em geral. No uso
eclesiástico, o Evangelho de Mateus acabou levando vantagem,
pois além de fornecer mais informações para as leituras
litúrgicas, era tradicionalmente usado como o texto base para o
entendimento dos Evangelhos. Depois de Mateus, Lucas era o
Evangelho preferido, porque parecia ser menos judaico e mais
adaptado a uma mentalidade que havia sido influenciada pela
cultura grega, como o fora aquela. Somente por volta de 1900 é
que os estudiosos começaram a devotar maior atenção a esse
Evangelho.12
Todavia, essa concentração no Evangelho de Marcos
ainda é abrangente demais. Sendo assim, a fim de delimitarmos
ainda mais o nosso campo de estudo, nos deteremos numa faceta
específica do ministério do chamado “Jesus Histórico”, isto é,
falaremos sobre o “Jesus Exorcista”, aquele que expulsa os
demônios. Nossa escolha se deve ao seguinte fato: “os
evangelhos sinóticos apresentam sete episódios distintos de
Jesus realizando um exorcismo. O fato de haver sete ‘amostras’
individuais de um tipo específico de milagre, ou seja, o
exorcismo, favorece o ponto de vista de que este constitui
maioria no ministério de Jesus”. Portanto, creio que tal tema
mereça uma atenção especial, uma vez que “os exorcismos se
destacam entre os milagres de Jesus em geral”.3
b) Objetivo Específico
26
SA + ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
27
CARL®S AUGUS + ffi VAILA + + I
28
SA + ANÁS, DEmêNIffiS E LEGIî
30
SA+ANÁS, DEffiÔNieS Ê LEGIî
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CAR.L®S AUGUS+® VAILA + + I
7
Aqui, o termo “autópsia” não é utilizado no sentido médico e de forma
depreciativa, referindo-se ao “exame médico de um cadáver”. Ao contrário, o
termo é usado em seu sentido etimológico, sendo que twróç significa
“mesmo, ele mesmo, próprio” e õi|ílç, “visão”. Portanto, autópsia se refere
nesse contexto ao “exame de si mesmo”. Em outras palavras, nossa exegese
buscará deixar (tanto quanto possível) o próprio texto explicar a si mesmo.
32
SA+ANÁS, DEmêNieS E LEGIî
33
CARLffiS AUGUS+® VAILA + +
f í*
CAPÍTUK© I
C © N SI D C RAC © C S
PRCLimiNARÉS S©BRC SATANÁS,
DcmêNies e cx©Rcism©s
CARL®S AUGUS + ffl VAILA + + I
36
SA + ANÁS, D£ffl©Nl®S Ê LÊG1î
CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES SOBRE SATANÁS,
DEMÔNIOS E EXORCISMOS
14
Elaine Pageis, em seu excelente livro que trata, conforme definido por ela
mesma, da história social de Satanás, faz o seguinte comentário: “Relendo
descrições bíblicas e extrabíblicas sobre anjos, constatei, em primeiro lugar, o
que muitos estudiosos haviam sugerido: que embora eles apareçam com
freqüência na Bíblia Hebraica, Satanás, ao lado de outros anjos decaídos, ou
seres demoníacos, era virtualmente ignorado. Mas, entre certos grupos
judaicos do século I, incluindo com destaque os essênios (que se
consideravam aliados dos anjos) e os seguidores de Jesus, a figura chamada
de Satã, Belzebu ou Belial começou a adquirir também uma importância
fundamental”. (PAGELS, Elaine. As Origens de Satanás: um estudo sobre o
poder que as forças irracionais exercem na sociedade moderna. [Tradução
de Ruy Jungmann]. Rio de Janeiro, Ediouro, 1996, p. 15).
15 REIS, Aníbal Pereira. O Diabo. São Paulo, Edições Caminho de Damasco,
1976, p.94.
39
CAR.L®S AUGUS+® VAILA + + I
16 TOORN, Karel Van Der, BECKING, Bob & HORST, Pieter W. Van Der.
(eds.). DDDB, p.727.
17 TOORN, Karel Van Der, BECKING, Bob & HORST, Pieter W. Van Der.
(eds.). DDDB, p.729.
40
SA+ANÁS, DEmêNieS E LEGIî
18
Idem, Ibidem, p.730. Joyce Baldwin comenta que “o relato paralelo de 1
Crônicas 21 mostra como o pensamento teológico se desenvolveu ao longo
dos anos, atribuindo a ‘Satanás’ ou a ‘um adversário’ o que anteriormente era
atribuído ao Senhor". (Cf. BALDWIN, Joyce G. I e II Samuel: introdução e
comentário. [Tradução de Márcio Loureiro Redondo]. São Paulo, Vida Nova,
1996, p.331).
19
Cf. RAHLFS, Alfred. Septuaginta. Stuttgart, Deutsche Bibelgesellschaft,
1979.
41
CARL©S AUGUS + ® VAILA + +I
20 TOORN, Karel Van Der, BECKING, Bob & HORST, Pieter W. Van Der.
(eds.). DDDB, p.728. Isaac Asimov observa que “a influência Persa é
demonstrada na cena de Deus como o chefe de uma numerosa corte de
espíritos assistentes. A diferença da perspectiva Persa repousa no fato de que
Satanás não é chefe co-igual de um grupo de espíritos malignos, mas é
simplesmente um espírito único, tão sujeito a Deus quanto o são os outros.
Satan tem, aparentemente, o importante e proveitoso papel de testar os seres
humanos para ver se sua fé em Deus é fiel, ou meramente superficial. Neste
papel, ele atua apenas com a permissão de Deus e somente tão distante
quanto Deus permite”. (Cf. ASIMOV, Isaac. Asimov's Guide to the Bible.
[The Old and New Testaments]. New York, Wings Books, 1981, p.478.).
Sobre a ideia de que a figura de Satanás se desenvolve sob a influência do
dualismo iraniano, veja: ELIADE, Mircea. Historia de las Creencias y las
Ideas Religiosas. Vol.II. [Traducción de Jesús Valiente Maila]. Barcelona,
Ediciones Paidós Ibérica, S.A., 1988, pp.317,318.
21 WALTON, John, MATTHEWS, Victor & CHAVALAS, Mark. CBAAT,
p.511.
42
SA+ANÁS, DEffiÔNieS E LEGIé
70
DAVIDSON, Benjamin. AHCL, p.455.
23
TOORN, Karel Van Der, BECKING, Bob & HORST, Pieter W. Van Der.
(eds.). DDDB, p.729.
43
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45
CAR.L©S AUGUS+© VAILA + + I
•
em todo mundo civilizado26 e, principalmente,
• ' •
no mundo bíblico
neotestamentário.
Entre o período do Grego Clássico e o do Grego Koiné, o
vocábulo òiápoÀoç aparece na literatura secular, significando,
por exemplo, “predisposto à difamação”, “caluniador” e “acusar
falsamente” em Aristófanes (200 a.C.), Andócides (405 a.C.) e
Plutarco (120 d.C.). E aparece também com o significado de
“falso acusador” e “caluniador” em Xenofonte (401 a.C.) e em
Aristóteles (384-322 a.C.).26
27
Já na LXX, podemos encontrar esse termo em textos
como Est 7.4; 8.1; nos textos já citados de Jó, capítulos 1 e 2; 1
Cr 21.1; Zc 3.1,2; no SI 108.6 (LXX), SI 109.6 nas nossas
versões, e também no livro apócrifo de Sabedoria (Sb 2.24),
onde lemos que “foi por inveja do diabo (ôiápoÀoç) que a morte
entrou no mundo [...]”.2829
Por fim, o termo grego ôiápoÀoç ocorre no Novo
Testamento trinta e oito vezes. Ele é mencionado em quatorze
dos vinte e sete livros neotestamentários, distribuído da seguinte
forma, a) Nos evangelhos: quinze vezes - Mt 4.1,5,8,11; 13.39;
25.41; Lc 4.2,3,5,6,13; 8.12; Jo 6.70; 8.44; 13.2; b) No livro de
Atos: duas vezes - At 10.38; 13.10; c) Nas epístolas: dezesseis
vezes - Ef 4.27; 6.11; 1 Tm 3.6,7,11 (ôia(3óÀouç -
“caluniadoras” - em 1 Tm 3.11); 2 Tm 2.26; 3.3 (ôrépoÂ.oi -
“caluniadores”); Tt 2.3 (õiapóÀovç - “caluniadores”); Hb 2.14;
Tg 4.7; 1 Pd 5.8; 1 Jo 3.8 (três vezes), 10; Jd 9; d) No
Apocalipse: cinco vezes - Ap 2.10; 12.9,12; 20.2,10.
Esses números são muito interessantes, pois nos mostram
que das trinta e oito menções feitas ao Diabo no Novo
Testamento, cerca de 40% delas são encontradas somente nos
26
REGA, Lourenço Stelio. Noções do Grego Biblico. São Paulo, Vida Nova,
1995, p.l.
27 THAYER, Joseph Henry. GELNT, p. 135.
28
Bíblia de Jerusalém, p. 1206.
29
KUBO, Sakae. RGELNT, p.L
46
SA+ANÁS, DEmêNieS E LEGIî
ó TTccrrip aÜToü (Ao patêr autoü), isto é, “o pai dela (da mentira)”.
Tal título é absolutamente contrário àquele que é auto-atribuído
por Jesus em Jo 14.6. Neste verso, Jesus diz: ’Eytó el|n...T]
áÀfjOeia (Egõ eimi...hê alêtheia), “eu sou a verdade”. Tal título
cristológico, alêtheia, se contrapõe em extremo ao adjetivo
satânico pseústès.
39
Neste momento, me vem à memória uma declaração bem humorada feita
certa vez pelo pastor Atila Brandão de Oliveira em uma de suas pregações:
“Deram tanta comida ao diabo que, no Antigo Testamento, ele é chamado de
serpente, mas no Novo Testamento, ele cresceu tanto que já é chamado de
grande dragão”. Este adjetivo “grande” é tirado de Ap 12. 3,9. Além disso, é
digno de nota o fato de o dragão ser visto como um ser mitológico sengundo
as antigas concepções orientais.
40 HOLLADAY, William L. (ed.). CHALOT, p.248.
50
SA + ANÁS, D£ffi©NI®S E LEGIî
Sigo aqui o The Anchor Bible Dictionary. (Cf. FREEDMAN, David Noel
(ed.). ABD. Vol.IL [D-G]. New York, Doubleday, 1992, pp.138,139).
53
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
a) Terminologia
b) Desenvolvimentos Históricos
c) Questões Teóricas
Deus”, Kilpp analisa três textos: Gn 32.23-33 (Jacó luta com Deus nas
proximidades do rio Jaboc), Ex 4.24-26 (Javé ataca Moisés e tenta matá-lo) e
Ex 12.21-23 (Parte do relato sobre a origem da Páscoa) e os conclui com
algumas observações espantosas. Ele identifica: a) o ser (Deus) que lutou
com Jacó (Gn 32) com um espírito fluvial; b) aquele (Deus) que tentou matar
Moisés no caminho (Ex 4) com um demônio do deserto e c) o misterioso ser
(Deus) identificado como “exterminador” dos primogênitos (Ex 12) como um
demônio destruidor. (Cf. GARMUS, Ludovico, (ed.). Diabo, Demônio e
Poderes Satânicos. [Série Estudos Bíblicos]. Petrópolis, Editora Vozes, 2002,
pp.25-27.). De acordo com G. Fohrer, “fenômenos misteriosos, medonhos e
horrificantes foram incorporados à descrição do próprio Deus ou associados a
um ser celestial ou espírito enviado por lahweh. Conseqüentemente, lahweh
assumiu feições ‘demoníacas’ (...) - ou, mais exatamente, veio a aparecer
numa luz irracional e numinosa - e o limite entre seres celestiais e demônios
ficou obscurecido. Por isso, os demônios são raramente mencionados [no
AT]”. (Cf. FOHRER, Georg. História da Religião de Israel. [Tradução de
Josué Xavier], São Paulo, Ed. Academia Cristã Ltda / Paulus, 2006, p.228).
50 O vocábulo deber significa “pestilência, praga mortal, peste”; e qeteb
quer dizer “destruição”.
55
CARLOS AUGUS + © VAILA + + I
56
SA + ANÁS, DErtlÔNieS E LEGIî
SR
(em forma de bode). De acordo com Unger, estes
seres eram vistos inquestionavelmente como objetos
de culto. Ele ainda argumenta que o fato da LXX
traduzir se’irim por ôaip.óvia em Is 13.21 e 34.14
prova que os Judeus de Alexandria consideravam tais
seres como demônios mesmo.*59
90
FREEDMAN, David Noel (ed.). ABD. Vol.It. [D-G],p.l39.
91 HOLLADAY, William L. (ed.). CHALOT, p. 176.
92
HARRIS, R. Laird (org.). DITAT, p.788.
93
UNTERMAN, Alan. DJLT, p. 153. Unterman ainda fornece quatro formas
de proteger as crianças contra os ataques de Lilite: 1) pregar amuletos com as
palavras “Adão e Eva excluindo Lilite” nas paredes da casa em que uma
mulher se prepara para o nascimento de seu ftlho; 2) Colocar na porta do
quarto das crianças os nomes dos três anjos (Sanvi, Sansanvi e Samangelaf)
escritos sobre ela; 3) Cercar o quarto das crianças com um círculo de carvões
ardentes; e 4) Bater de leve três vezes no nariz da criança pronunciando uma
fórmula de proteção contra ela. (UNTERMAN, Alan. DJLT, p.154). É
curioso mencionar aqui que, tal como acontece aos porcos de Mc 5.13 que
veremos adiante, Lilite também é lançada ao mar (porém, pelo Senhor), local
este que acaba se tornando a sua casa, conforme uma antiga lenda judaica.
(Cf. GORION, M. J. Bin. As Lendas do Povo Judeu. [Tradução de Marianne
Amsdorff, J. Guinsburg e Evelina Holander], São Paulo, Editora Perspectiva
S.A., 1980, p.53). Para saber mais sobre Lilite, veja: HURWITZ, Siegmund.
Lilith: a primeira Eva. [Tradução de Daniel Costa], São Paulo, Fonte
69
CARL®S AUGUS + ® VA1LA + + I
e) Termos Adicionais98
75 Pfeiffer e Harrison entendem que o “rei dos terrores” seja uma referência à
própria morte. (Cf. PFEIFFER, Charles F. & HARRISON, Everett F. WBC,
p.475.).
96 FREEDMAN, David Noel (ed.). ABD. Vol.II. [D-G], p. 139.
97 BAUER, Johannes B. DBT, p.93.
78 As sete pragas mencionadas em Dt 28.22 também são consideradas como
sete espíritos malignos. (Cf. FREEDMAN, David Noel (ed.). Op. Cit., p. 139).
Driver explica que as primeiras quatro pragas serviam para afetar os seres
humanos e as três últimas para prejudicar as colheitas. (Cf. DRIVER, S.R. A
Criticai and Exegetical Commentary on Deuteronomy, p.3O8). Os
“mensageiros de males” citados no SI 78.49 também são identificados como
demônios. (Cf. MAYHUE, Richard L. False Prophets and the Deceiving
Spirit. MSJ. Vol.4, n°2. Sun Valley, Master’s Seminary Press, 1993, p. 143).
71
CARL©S AUGUS+® VAILA + +I
118
Acredito serem oportunas aqui as palavras de Keel: “o homem do Antigo
Oriente Próximo, assim como o homem de qualquer época, tinha seus
próprios inimigos totalmente particulares [Ou seja, os inimigos e as suas
crenças eram demonizados]”. (Cf. KEEL, Othmar. La Iconografia dei
Antiguo Oriente y el Antiguo Testamento. \BCBO\. [Traducción de Andrés
Piquer], Madrid, Editorial Trotta, S.A.,2007, p.75).
1 19
A BJ segue o hebraico e traduz: “os bodes ali dançarão”. Já a ARC e a
ARA seguem o significado mais mitologizado do vocábulo seirim, trazendo:
“e os sátiros pularão ali”.
1"° Relembro aqui as palavras de Unger: “A tradução de seirim em ambas as
passagens [i.e., Is 13.21 e 34.14] por daimónia é conclusiva de que os judeus
de Alexandria consideraram-nos serem demônios”. (Cf. UNGER, Merril F.
Biblical Demonology, p.60).
81
CAR.L®S AUGUS+® VA1LA + +I
83
CARL©S AUGUS + ® VAILA + +I
122
Filo foi um “filósofo judeu que misturou o pensamento
veterotestamentário com o estoicismo e o platonismo gregos. Muito da
primitiva pregação da Bíblia foi influenciada por sua obra”. (Cf.
ERICKSON, Millard J. Conciso Dicionário de Teologia Cristã. [Tradução de
Darci Dusilek e Arsenio Firmino de Novaes Netto], Rio de Janeiro, Juerp,
1995, p.69).
123
PIKE, Edgar Royston. Diccionario de Religiones. [Adaptación de Elsa
Cecilia Frost], México, Fondo de Cultura Econômica, 2001, p. 190.
124 KITTEL, Gerhard, (ed.). TDNT. Vol.II. [A- H], p.9.
84
SA + ANÁS, DEfflfBNlffiS £ LEGIî
123 KITTEL, Gerhard, (ed.). TDNT. Vol.II. [A-H], p.9. De acordo com
Antônio Geraldo da Cunha, os manes eram as “almas dos mortos, divindades
infernais que os romanos invocavam sobre as sepulturas”. A palavra é uma
substantivação da palavra latina manis, “bom, benévolo, favorável”. (Cf.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira S/A, 1982,
p.495).
126 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia. [Tradução de João Marques Bentes]. Vol. 2. [D-G]. São Paulo,
Editora Hagnos, 2001, p.766.
127
Baseio-me aqui principalmente no artigo “Sottpcov in Josephus and Philo”
de FOERSTER, W. in: KITTEL, Gerhard, (ed.). TDNT. Vol.II. [A-H], p.10.
85
CARLOS AUGUS + © VAILA + + I
128
Flavio Josefo é o seu nome latino (Flavius Josephus). Seu verdadeiro
nome (judaico) era Yoseph ben Mattityahu. (Cf. FITTIPALDI, Mário, (ed.).
Seleções de Flávio Josefo. [Tradução de Vicente Pedroso]. São Paulo,
Edameris, 1974, p.7).
86
SA + ANÁS, DEFT1©NI©S E LEGIé
c) O Novo Testamento
132 xt r f .
SAYES, José Antônio. El Demonio, Realidad o Mito? Madrid, San
Pablo, 1997, p.48.
I 33
Idem, Ibidem, p. 168.
134 BALZ, Horst & SCHNEIDER, Gerhard, (eds.). DENT. Vol.l. [oc-k],
p.816.
88
SA + ANÁS, DEm©Nl©S E LEGIî
2) No Corpus Paulinum
levasse a sério tais casos de possessão demoníaca, os quais eram tão comuns
em seu tempo.
144 C.H. Dodd sugere que João, utilizando a narrativa de Marcos, pode ter
transferido o aspecto interior e espiritual da situação imediatamente anterior à
traição de Judas (como descrita em Marcos), para o contexto dos discursos da
Última Ceia. (Cf. DODD, C.H. A Interpretação do Quarto Evangelho.
[Tradução de José Raimundo Vidigal], São Paulo, Teológica / Paulus, 2003,
p.526).
145
Este caso sui generis no qual o próprio Satanás possui o corpo de um
homem ocorre num momento crucial da história, há apenas alguns dias da
crucificação de Jesus. É intrigante notar que Satanás, no papel de “chefe dos
demônios”, não delega a possessão de Judas a algum demônio subalterno, o
que pode dar a entender que ele não queria correr o menor risco de fracassar
em seu plano de conduzir Jesus ao Calvário. A magnitude da situação exigia
93
CAR.LSS AUGUS + ffi VAILA + +I
Idem, Ibidem.
153
VERMES, Geza. Jesús, el Judio. [Traducción de José Manuel Alvarez
Florez y Ângela Pérez], Barcelona, Muchnik Editores, S.A., 1984, p.73. Veja
também: GESENIUS, H. W. F. GHCLOT, pp. 166,167.
154 Cf. LIDDELL, H. G. & SCOTT, R., e^opidÇco, in: IGEL, p.276.
155 RUSCONI, Carlo. DGNT, p.179.
156 Guignebert também vê um fragmento de uma fórmula de exorcismo no
texto aramaico de Jr 10.11, o qual está situado no meio do texto hebraico.
Esse autor traduz assim esse verso: “Eis aqui como lhes falarei: os deuses que
97
CARLGS AUGUS+® VAILA + + I
158
Segundo Klaus Berger, “no judaísmo da época do Novo Testamento, as
pessoas buscam orientação na experiência de Davi, que expelira o demônio
de Saul com um salmo; elas passam a interpretar todos os salmos de Davi
neste mesmo sentido [i.e., entendendo os inimigos relatados em muitos
salmos como poderes invisíveis]. Nos novos salmos e hinos compostos na
época, os autores concebem os inimigos igualmente como poderes
espirituais”. (Cf BERGER, Klaus. È Possível Acreditar em Milagres?
[Tradução de Luis Henrique Dreher]. São Paulo, Paulinas, 2004, pp. 189,190).
99
CARL®S AUGUS + ® VAILA + +I
159
PEREIRA, Isidro. Dicionário Grego-Português e Português-Grego.
Porto, Livraria Apostolado da Imprensa, 1976, p.77.
160 Cf. THAYER, Joseph Henry. ÇáppccKOV, in: GELNT, p.650.
100
SA+ANÁS, DE1T1®NI®S £ LEGIî
c) Tobias, o Exorcista
Uma variação da frase “pelos ares até o Egito” seria “para as regiões
elevadas do Egito”. (Cf. nota da BJ, p.TiT). Esse demônio que foge para as
regiões do Egito é identificado como sendo Asmodeu. (Cf. STORNIOLO,
Ivo & BORTOLINI, José. Como Ler o Livro de Tobias: a família gera vida,
p.43).
104
SA + ANÁS, DÊin®NI©S E LÊGIé
106
SA + ANÁS, DEIT1®NI©S £ LEGIî
Fragmento A.173
Coleção I.
Coleção II.
Coleção III.
175 É quase certo que a referência aqui seja a Belial, como pode ser visto nos
fragmentos da Coleção IV.
112
SA+ANÁS, DEfflffiNlffiS E LEGIé
Coleção IV.
113
CARLffiS AUGUS + ® VAILA + + I
1 QS
JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas. Apud: WEISER, Afons. O Que
é Milagre na Bíblia. [Tradução de D. Mateus Rocha], São Paulo, Paulinas,
1978, p.86.
196 '
E curioso notar a esse respeito que o famoso apologista cristão, Justino
Mártir (c. 100-165 d.C.), “acreditava que oração, jejum, imposição de mãos,
queima de raízes, aspersão de água benta e o nome de Jesus deveríam ser
empregados nos exorcismos (II Apologia, 6)”. (Cf. OROPEZA, B. J. 99
Perguntas Sobre Anjos, Demônios e Batalha Espiritual. [Tradução de Josué
Ribeiro], São Paulo, Mundo Cristão, 2000, nota 20, p.210). A crença de
Justino reflete um ponto de vista sincrético, misturando elementos oriundos
do cristianismo e da crendice popular dos tempos antigos.
121
CARLffiS AUGUS+ffi VAÍLA + + I
122
SA+ANÁS. DEmêNieS £ LEGIî
199
VERMES, Geza. Jesús, el Judio, p. 78.
200 VERMES, Geza. Jesús, el Judio, p.78. A opinião de Vermes de que
Hanina viveu antes do ano 70 d.C. é seguida por Crossan, que afirma que
Hanina viveu antes da destruição do Segundo Templo no I século E.C. (Cf.
CROSSAN, John Dominic. O Jesus Histórico: a vida de um camponês judeu
do Mediterrâneo. [Tradução de André Cardoso]. Rio de Janeiro, Ed. Imago,
1994, p. 183). Todavia, segundo a Mishná, Hanina ben Dosa atuou depois do
ano 70 d.C., mais precisamente, entre 80-120 d.C. (Cf. DANBY, Herbert.
The Mishnah. [Translated from the Hebrew with introduction and brief
explanatory notes by Herbert Danby], Oxford, Oxford University Press,
1988, p. 799). David Flusser também parece situar Hanina numa data
posterior ao ano 70 d.C., pois, de acordo com ele, Hanina viveu uma geração
após Jesus. (Cf. FLUSSER, David. Jesus. [Tradução de Margarida
Goldsztajn], São Paulo, Editora Perspectiva S.A., 2002, p.87).
">()1
DANBY, Herbert. The Mishnah, p.6.
124
SA + ANÁS, DE1T1©NI©S E LEGIî
70?
Idem, Ibidem, p.306, nota 1.
203
VERMES, Geza. Jesús, el Judio, p.220. Aqui, a fala de Hanina à demônia
Agrath: “Se eu sou tão estimado no céu (...)” encontra eco no confronto de
Elias com os capitães de Acazias, onde o profeta diz por duas vezes: “Se eu
sou homem de Deus, desça fogo do céu (...)”. (Cf. 2 Rs 1.10, 12). Além
disso, é digno de nota o pedido de Agrath feito para Hanina e a concessão
deste a tal petição (cf. Mc 5.10-13 par.).
125
CARLSS AUGUS + ffi VAILA + + I
No Evangelho de Marcos
No Talmude Babilônico
126
SA+ANÁS, DEffl©Nl©S E LEGIé
Guerras Judaicas, Livro VII, XXIII, 526. JOSEFO, Flávio. História dos
Hebreus. Vol. 3, p. 199.
206 HARRIS, R. Laird, (org.). DITAT, p.218.
128
SA + ANÁS, D£m®NI©S E LEGIé
a) Apolônio de Tiana
221 '
Segundo Morton Smith: “E possível que esta paródia tenha sido inspirada
em alguma história do evangelho, como Mc 5.1-19. Mas, é igualmente
possível e mais provável que ambos, Luciano e o evangelho, se basearam em
um conhecimento comum da dramaturgia popular praticada pelos
exorcistas”. (Cf. SMITH, Morton. Jesus the Magician. Northamptonshire,
The Aquarian Press, 1985, p.57).
222
Esta é a opinião de Jaime Curbera, in: LUCIANO. [Luciano de
Samósata]. Relatos Fantásticos, nota 16, p.126. Aliás, segundo Morton
Smith, “em todo momento, o exorcista de Luciano não é representado como
Jesus, mas como um contemporâneo do próprio Luciano. A única
característica que sugere uma paródia de Jesus é a identificação do homem
como ‘o Sírio da Palestina’”. (Cf. SMITH, Morton. JM, p.57). Todavia, tal
referência pode sim dizer respeito a Jesus. Luciano, como satirista que era,
pode muito bem ter trocado intencionalmente a nacionalidade de Jesus -
chamando-o de “sírio”, em vez de “judeu” - justamente como forma de
satirizar a figura de Cristo.
136
sa+anás, DemêNies e lêgiã®
225
PFEIFFER, Charles F. & HARRISON, Everett F. WBC, p.l 160.
226 ROPS, Henri Daniel. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. [Tradução de
Neyd Siqueira], São Paulo, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1991,
p.201.
227
Ricardo Mariano, descrevendo um ritual exorcístico da Igreja Universal
do Reino de Deus (IURD), comenta algo que nos faz lembrar este antigo
relato de exorcismo pagão: “[...] uma mulher [...] fica possessa [...]. Logo o
demônio é amarrado e a possessa é levada ao púlpito. O pastor pergunta,
gritando, qual é o nome do demônio que a está possuindo. Vencida a
resistência inicial, recebe a resposta, com a voz cavernosa de sempre: ‘Exu
Capa-Preta’. Insolente, o Exu diz odiá-lo. O pastor, então, escarnece dele,
dizendo estar tremendo de medo. Todos riem. O pastor indaga o que o Exu
está fazendo na vida da possessa. Estou matando-a aos pouquinhos, responde
ele. Segurando-a pelos cabelos, o pastor pergunta com qual doença ele a
infligiu. Descobre que são várias as doenças que a acometem. [...] Do alto de
sua experiência com o fenômeno, o pastor diagnostica que o problema é de
natureza espiritual. [...] Após a expulsão do Exu Capa-Preta, o pastor diz que
ela está curada em nome de Jesus [...]”. (Cf. MARIANO, Ricardo.
Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo,
Edições Loyola, 2005, p.132).
138
SA + ANÁS, DÊfflÔNieS E LEGIé
Baseio-me aqui principalmente em: BETZ, Hans Dieter, (ed.). The Greek
Magical Papyri in Translation, including the demotic spells. Vol. One: Texts.
Chicago & London, The University of Chicago Press, 1992. Para obter mais
informações sobre os Papiros Mágicos Gregos, veja: CHEVITARESE,
André Leonardo & CORNELL1, Gabriele. Judaísmo, Cristianismo e
Helenismo: ensaios acerca das interações culturais no Mediterrâneo Antigo.
São Paulo, Annablume / Fapesp, 2007, pp.81-101. Esta obra reflete, de forma
parcial, as dissertações de mestrado em Ciências da Religião defendidas por
estes autores entre 1998 e 1999.
141
CARLOS AUGUS + ffi VAILA + + I
232
BETZ, Hans Dieter, (ed.). GMPT, p.38.
233
Ou “Para aqueles que estão possuídos por demônios”, 0 que parece ser a
melhor leitura do papiro. O manuscrito traz Ttpòç 8ai|iovtaÇopévo(u)ç. (Cf.
BETZ, Hans Dieter, (ed.). GMPT, p.38, nota 26).
234
J BETZ, Bans Dieter, (ed.). GMPT, p.62.
235
Morton Smith traz aqui “Jesus Cristo”. (Cf. SMITB, Morton. Jesus the
Magician, p.63).
236 L. Michael White comenta que a expressão “eu te ordeno / conjuro” que
aparece ao longo dos PMG constitui-se tradução do vocábulo grego eksorkizo
(ou simplesmente orkizo), do qual procede 0 termo moderno “exorcismo”.
(Cf. WHITE, L. Michael. De Jesús al Cristianismo: el nuevo testamento y la
fe cristiana: un proceso de cuatro generaciones. [Traducción de José Pérez
Escobar], Navarra, Editorial Verbo Divino, 2004, pp.77,78).
142
SA+ANÁS, DEfflffiNIffiS Ê LfGl©
d) PMGCXIV. 1-14242
Para outros textos dos PMG nos quais o nome de Jesus aparece envolvido
em rituais de exorcismo, consulte: SMITH, Morton. Jesus the Magician,
p.63.
146
SA+ANÁS, DEfTlffiNIffiS E LEGIé
qual ele fez parte. Nesse aspecto, creio que Juan Arias possa nos
fornecer um bom resumo sobre o período histórico que
antecedeu a época neotestamentária, o qual, sem dúvida alguma,
contribuiu para que fosse delineado o cenário no qual Jesus
viveu e exerceu o seu ministério itinerante. Eis as palavras de
Arias:
248
FREYNE, Sean. Jesús, un Galileo Judio: unalectura nueva dela historia
de Jesús. [Traducción de José Pedro Tosaus], Estella, Editorial Verbo Divino,
2007, pp. 199,200.
249
GORDON, Richard. A Assustadora História da Medicina. [Tradução de
Aulyde Soares Rodrigues], Rio de Janeiro, Ediouro, 1997, p.34. Para uma
150
SA+ANÁS, DEmêNieS Ê LEGIé
1.4. Conclusão
264
A tese de PhD de Estevan Frederico Kirschner traz essa mesma conclusão
diante da insistência de eruditos britânicos e alemães de que os exorcismos de
158
sa+anás, DemêNies £ legiã©
160
CAPÍTUt© II
ANÁLISE EXEGÉTICA DE fflC 5.1-20
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
162
SA+ANÁS, DE1TI®NI®S E LEGIî
265
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia.
São Leopoldo, Sinodal / São Paulo, Paulus, 1998, p.337.
266
Sigo aqui (com exceção feita à análise sintática do texto) a ordem
encontrada em: SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia de Exegese
Bíblica. São Paulo, Paulinas, 2000, pp. 83-172.
267 O texto utilizado para a tradução é o de ALAND, Barbara, ALAND,
Kurt, KARAVIDOPOULOS, Johannes, MARTINI, Carlo M. & METZGER,
Bruce M. The Greek New Testament. Stuttgart, Deutsche Bibelgesellschaft,
2005.
163
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
165
CAR.L©S AUGUS + ® VAILA + + 1
l.
B. O Cenário e as Características do
Endemoninhado (5.1-5)
166
sa+anás, DemêNies ê legiã©
167
CARL®S AUGUS+ffl VAILA + + I
B.
2. O Duelo Entre Jesus e os Demônios (5.6-10)
168
SA+ANÁS, DEméNieS E LEGIî
9a E perguntava a ele:
b “Qual é o teu nome?”
c E respondeu-lhe:
d “Legião é o meu nome,
e porque somos muitos”.
10a Kal TTapeKaAei aòrov noÀÀa'
b 'iva pq airuà àuooTeÍÀT] rijç xwpaç
10a E implorava-lhe muito
b para que não os mandasse para fora da região.
169
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
3.
B. A Manada de Porcos e o Seu Trágico Fim
(5.11-13)
170
SA+ANÁS, Dem®NI®S £ LEGIî
3a o qual tinha a
morada nos sepulcros,
b e nem com corrente
1 ninguém podia prendê-lo,
4a por isso, ele tinha
sido preso
muitas vezes
com algemas
e correntes,
b e tinham sido
rompidas por ele as
correntes,
c e as algemas tinham
sido esmagadas,
d e ninguém podia
subjugá-lo;
5a e continuamente,
b de noite e de dia,
c estava nos sepulcros
e nos montes
d gritando
e e cortando a si
mesmo com pedras.
6a E, vendo a Jesus de O Duelo entre Jesus e
longe, os Demônios (5.6-10)
b correu Os demônios
c e prostrou-se perante reconhecem a
ele, autoridade de Jesus
7a e gritando sobre eles. Jesus inicia
b com forte voz, disse: o exorcismo.
c “0 que a mim e a ti,
Jesus,
d filho do Deus
Altíssimo?
2 e Conjuro a ti por
174
SA + ANÁS, DÊrtlÔNieS £ LEGIî
Deus,
f não me atormentes”.
8a Pois dizia a ele:
b “Sai,
c espírito impuro,
d do homem”.
9a E perguntava a ele:
b “Qual é o teu nome?”
c E respondeu-lhe:
d “Legião é o meu
nome,
e porque somos
muitos”.
10a E implorava-lhe
muito
b para que não os
mandasse para
fora da região.
11a E estava ali, perto do A Manada de Porcos
monte, e o Seu Trágico Fim
3
b uma grande manada (5.11-13)
de porcos pastando; Jesus exorciza os
12a E suplicaram-lhe, demônios. Os
dizendo: demônios entram nos
b “Envia-nos para os porcos. Os porcos
porcos, morrem afogados.
c a fim de que neles
entremos”.
13a E permitiu-lhes,
b E tendo saído,
c os espíritos imundos
entraram nos porcos,
d e precipitou-se a
manada
e do despenhadeiro
175
CAR.LSS AUGUS+© VAILA + +I
para o mar,
f cerca de dois mil,
g e se afogaram no
mar.
14a E os que tratavam A Reação Das
deles Testemunhas Diante
b fugiram do Milagre (5.14-17)
c e anunciaram na Reação ao milagre:
cidade e nos campos; porqueiros e
d e saíram para ver o moradores
que tinha acontecido testemunham o
4
15a E chegam para Jesus milagre. O que fora
b e vêem o endemoninhado
endemoninhado recobra sua saúde.
c sentado,
d vestido,
e e em perfeito juízo,
f o que havia tido a
legião,
g e temeram.
16a E relataram a eles
b os que tinham visto
c como aconteceu ao
endemoninhado e a respeito
dos porcos.
17a E começaram a
suplicar-lhe
b para sair dos
territórios deles.
18a E entrando ele no O Comissionamento
barco, do Ex-
b suplicava-lhe Endemoninhado
c o que tinha estado (5.18-20)
endemoninhado
5
d para que com ele
176
sa+anás. DemêNies e legiã®
177
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
b) Vincent Taylor
2. Os Porcos (5.11-13);
c) Rudolf Pesch
Pesch também divide a estrutura do texto em quatro
partes, mas de forma distinta de Taylor, com exceção dos itens 3
e 4:
3. As Testemunhas (5.14-17);
d) Robert A. Guelich
1. O Cenário (5.1-5);
3. Os Porcos (5.11-13);
4. As Testemunhas (5.14-17);
77?
Idem, Ibidem, p.274.
273
Sigo (exceto a morfologia): SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia
de Exegese Bíblica, pp. 126,127.
180
SA + ANÁS, DEfTl®NI®S E LEGIî
274 BALZ, Horst & SCHNEIDER, Gerhard, (eds.). DENT. Vol.l. [oc-k],
p.2122.
181
CARLffiSAUGUS+ffi VAUA++I
uépav
Advérbio de lugar usado como um
substantivo, “outro lado”.277
7/5 r
Cf. artigo escrito por BENICIO, Paulo José, in: GOMES, Antonio
Maspoli de Araújo, (org.). Teologia: Ciência e Profissão. São Paulo, Fonte
Editorial Ltda., 2007, p. 191.
276
DEMOSS, Matthew S. Dicionário Gramatical do Grego do Novo
Testamento. [Tradução de Paulo Sartor Jr.]. São Paulo, Editora Vida, 2004,
p.130.
277 ROGERS JR., Cleon L. & ROGERS III, Cleon L. The New Linguistic
and Exegetical Key to the Greek New Testament. Grand Rapids, Zondervan
Publishing House, 1998, p.75.
182
SA+ANÁS, DÊmêNieS £ LEGIî
barco”.
2R0 '
Cf. artigo escrito por BENICIO, Paulo José, in: GOMES, Antonio
Maspoli de Araújo, (org.). Teologia: Ciência e Profissão. São Paulo, Fonte
Editorial Ltda., 2007, p. 191.
184
SA + ANÁS, DEíTl®NI©S Ê LEGIé
185
CARLffiS AUGUS+® VAILA + +I
totalmente, esmagar”.
Verbo, indicativo, imperfeito, na voz ativa,
íoxufv na 3a pessoa do singular, “podia”. É derivado
do verbo ’laxíco, “ser forte”.
Verbo no infinitivo, aoristo, na voz ativa,
ôapáoat
“subjugar, amansar”.
Marcos 5.5
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
Adjetivo pronominal, genitivo, masculino,
navTÒç
singular, “continuamente”.
Substantivo no genitivo, feminino, singular,
VUKTÒÇ
“de noite”.
Substantivo, genitivo, feminino, singular, “de
riliépaç
dia”.
ÕpfOLV Substantivo, dativo, neutro, plural, “montes”.
Verbo, indicativo, imperfeito, na voz ativa, na
rjv
3a pessoa do singular, “estava”.
Verbo no participio presente, na voz ativa,
nominativo, masculino, singular, “clamando,
KpáCüJV gritando”. Este participio, bem como o
seguinte, usado numa construção perifrástica
enfatizam a ação repetida.
Verbo no participio presente, na voz ativa,
nominativo, masculino, singular, “cortar em
pedaços”. A preposição no verbo composto é
KaraKÓiiTCDV’ perfectiva. Sendo assim, seu corpo podia estar
dilacerado e cicatrizado em todas as partes. É
o segundo hapax legomenon de nossa
perícope em estudo.
Substantivo pronominal, acusativo,
êauTÒP masculino, na 3a pessoa do singular, “a si
mesmo”.
ÀíQoiç Substantivo, dativo, masculino, plural,
187
CARLffiS AUGUS+® VAILA + + I
“pedras”.
Marcos 5.6
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
Verbo no particípio aoristo, na voz ativa,
Lôgop nominativo, masculino, singular, “vendo
(ele)”.
TOP
Artigo definido, no acusativo, masculino,
singular, “a”.
’Ipoouv Substantivo no acusativo, masculino,
singular, “Jesus”.
CtITO Preposição no genitivo, “de”.
Adjetivo adverbial usado como adjetivo
|iaKpó9ep pronominal, genitivo, neutro, singular, “de
longe”.
’éôpapep Verbo no indicativo aoristo, na voz ativa, na
3a pessoa do singular, “correu”.
Verbo no indicativo aoristo, na voz ativa, na
TTpoaeKÚvpoev 3a pessoa do singular, “prostrou-se, prostrou-
se em adoração”.
Marcos 5.7
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
KpáÇaç Verbo no particípio aoristo, na voz ativa,
nominativo, masculino, singular, “gritando”.
4>copfi Substantivo no dativo, feminino, singular,
“voz”.
p.eyáÀr| Adjetivo no dativo, feminino, singular,
“grande, forte”.
Àéyei Verbo no indicativo presente, na voz ativa, na
3a pessoa do singular, “diz (disse)”.
Adjetivo pronominal interrogativo,
Tí
nominativo, neutro, singular, “O que?”.
époi Substantivo pronominal no dativo, na Ia
188
SA + ANÁS, D£IT1©NI®S £ LEGIé
189
CARLffiS AUGUS+ffi VAILA + +1
190
SA + ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
Marcos 5.11
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
Verbo no indicativo imperfeito, na voz ativa,
’Hv
na 3a pessoa do singular, “estava”.
Ô6 Conjunção coordenativa, “e”.
6Kei Adjetivo adverbial, “ali”.
upòç Preposição no dativo, “perto de”.
Artigo definido no dativo, neutro, singular,
TCÔ
“o”.
Substantivo no dativo, neutro, singular,
õpei
“monte”.
Substantivo no nominativo, feminino,
áyéÀri
singular, “manada”.
Substantivo no genitivo, masculino, plural,
Xoípwu
“de porcos”.
Adjetivo no nominativo, feminino, singular,
peyáÀri
“(uma) grande”.
Verbo no participio presente, na voz passiva,
PooKop.évr|
nominativo, feminino, singular, “pastando”.
Marcos 5.12
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
Verbo no indicativo aoristo, na voz ativa, na
irapeicáÀeoav
3a pessoa do plural, “suplicaram, rogaram”.
Verbo no participio presente, na voz ativa, no
Àéyomfç
nominativo, masculino, plural, “dizendo”.
Verbo no imperativo aoristo, na voz ativa, na
népirpov
2a pessoa do singular, “envia, manda”.
191
CARL®S AUGUS+® VA1LA + + I
“campos”.
rjÀGov Verbo no indicativo aoristo, na voz ativa, na
3a pessoa do plural, “vieram”.
lôetv Verbo no infinitivo aoristo, na voz ativa,
“para ver”.
ècTiv Verbo no indicativo presente, na voz ativa, na
3a pessoa do singular, “é”.
Verbo no particípio perfeito, na voz ativa, no
nominativo, neutro, singular, “sucedido”. 0
yeyovòç
perfeito enfatiza 0 estado ou condição
contínua daquilo que acontecera.
Marcos 5.15
Vocábulo Análise Léxico-Morfológica
Verbo no indicativo presente, na voz média
’épxovTat ou passiva, na 3a pessoa do plural,
“chegam”.
OecopoOoLV Verbo no indicativo presente, na voz ativa,
na 3a pessoa do plural, “vêem”.
Verbo no particípio presente, na voz média
ou passiva, no acusativo, masculino,
SaipoviCópevov singular, “endemoninhado”. Refere-se ao
“homem que antes fora (ou que até agora
tinha sido) um endemoninhado”.
Verbo no particípio presente, na voz média
KaSfipevov ou passiva, no acusativo, masculino,
singular, “sentado”.
Verbo no particípio perfeito, na voz passiva,
no acusativo, masculino, singular, “vestido”.
IpaTLopéuov
0 perfeito enfatiza sua presente condição ou
estado.
Verbo no particípio presente, na voz ativa,
ooxjipovoôvTa no acusativo, masculino, singular, “em
perfeito juízo, são”.
194
SA+ANÁS, DEffl®NI®S E LEGIî
195
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
196
SA+ANÁS, DErtlêNieS £ LEGIî
Marcos 5.20
a) Polissíndeto
b) Otiose
c) Epímone
d) Hipérbole
e) Pleonasmo
f) Ironia
/CIA r
SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JÚNIOR, João Luiz Correia.
Evangelho de Marcos. Vol. I: 1-8. Petrópolis, Vozes, 2002, p.223. Cf.
também: GNILKA, Joachim. El Evangelio Según San Marcos. Vol. I.
[Traducción de Victor A. Martinez de Lapera]. Salamanca, Ediciones
Sígueme, 2005, p.238.
SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JÚNIOR, João Luiz Correia.
Op. Cit., p.225. Da mesma opinião é também: MAGGI, Alberto. Jesús y
Belcebú: Satán y demonios en el Evangelio de Marcos. [Traducción de María
del Carmen Blanco Moreno y Ramón Afonso Díez Aragón], Bilbao, Editorial
Desclée de Brouwer, S.A., 2000, p.149.
298
Para uma abordagem mais detalhada sobre os traços de “ironia” dentro
dos milagres narrados por Marcos, veja: ELLENBURG, Dale. A Review of
Selected Narrative-Critical Conventions in Mark's Use of Miracle Material.
JETS. Vol. 38, n° 2. San Diego, Bethel Theological Seminary West, 1995,
pp. 171-180.
203
CARL®S AUGUS+® VAILA + + I
g) Metáfora
h) Tautologia
i) Latinismo
304
Cf. artigo escrito por BENÍCIO, Paulo José, in: GOMES, Antonio
Maspoli de Araújo, (org.). Teologia: Ciência e Profissão. São Paulo, Fonte
Editorial Ltda., 2007, p. 187. Cf. também a nota de rodapé em: CULLMAN,
Oscar. A Formação do Novo Testamento. [Tradução de Bertoldo Weber], São
Leopoldo, Sinodal, 2001, p.25.
305
Cf. BENÍCIO, Paulo José, in: Op.Cíú, p.188.
206
SA+ANÁS, DEmêNieS Ê LEGIé
j) Semitismo
k) Parrésia
Cf. artigo escrito por BENÍCIO, Paulo José, in: GOMES, Antonio
Maspoli de Araújo, (org.). Teologia: Ciência e Profissão, pp. 188,189.
310 DEMOSS, Matthew S. DGGNT, p.131.
31 1
MYERS, Ched. O Evangelho de São Marcos. [Tradução de I.F.L.
Ferreira]. São Paulo, Edições Paulinas, 1992, p.238.
208
SA + ANÁS, DE1T1©NI®S £ LEGIé
D. Análise de Conteúdo
312
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia.
São Leopoldo, Sinodal / São Paulo, Paulus, 1998, p.337.
313 JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel of Mark. [BST],
Missouri, College Press, 1965, p. 139. A mesma opinião é encontrada também
em: GRAY, James Comper & ADAMS, George M. Bible Commentary:
Matthew - Acts. Vol.4, Grand Rapids, Zondervan Publishing House, S.d.,
p.208.
209
CARL®S AUGUS + ® VAILA + +1
Neste caso, Pedro teria sido a fonte principal de Marcos. Cf. COOK,
Guillermo y FOULKES, Ricardo. Marcos. [Comentário Biblico Hispano-
Americano], Miami, Editorial Caribe con La Cooperación de La Fraternidad
Teológica Latino-Americana, 1990, p. 143. Cf. também: CRANFIELD, C. E.
B. The Gospel According to St. Mark. Cambridge, Cambridge University
Press, 1983, p. 175.
315
SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia de Exegese Bíblica. São
Paulo, Paulinas, 2000, p. 179. Gnilka comenta que “o descer Jesus do barco
se corresponde ao subir no verso 18 e mostra de novo a preocupação de
Marcos: criar conexões tanto com o anterior como com o que virá depois”.
(Cf. GNILKA, Joachim. El Evangelio Según San Marcos. Vol. I. [Traducción
de Victor A. Martinez de Lapera]. Salamanca, Ediciones Sígueme, 2005,
p.233).
316 GUELICH, Robert A. Mark 1-8:26. Vol.34A. [WBC], Dallas, Word
Books, Publisher, 1989, p.275. Bornkamm, estranhamente cita Mc 5.1 como
referência ao estilo de ensino de Jesus, o qual costumava ensinar sentado.
(Cf. BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré. [Tradução de José dos Santos
Gonçalves e Nélio Schneider]. São Paulo, Teológica, 2005, p.76).
317 LANE, William L. The Gospel According to Mark Vol.2. [NICNT].
Grand Rapids I Cambridge, William B. Eerdmans Publishing Company,
1974, p. 181. O grifo é meu.
210
sa+anás, DEmêNies ê legiã©
318
MAGGI, Alberto. Jesúsy Belcehú: Satán y demonios en el Evangelio de
Marcos. [Traducción de Maria del Carmen Blanco Moreno y Ramón Afonso
Díez Aragón], Bilbao, Editorial Desclée de Brouwer, S.A., 2000, p.142.
319 Cf. DANBY, Herbert. The Mishnah. [Translated from the Hebrew with
introduction and brief explanatory notes by Herbert Danby]. Oxford, Oxford
University Press, 1988, p.290.
Embora Lucas também mencione “Gerasa” em seu texto sinotico, a
alternativa “Gergesa” aparece proeminentemente em: N L 0 E /' 33 157
205 579 700,xt 1241 1342 syrpal copbo arm eth geo slavmss Diatessaronam
Origen Titus-Bostra Epiphanius Cyrillem Hesychius, motivo pelo qual a
citamos aqui. (Cf. ALAND, Barbara, ALAND, Kurt, KARAVIDOPOULOS,
Johannes, MARTINI, Carlo M. & METZGER, Bruce M. The Greek New
Testament. Stuttgart, Deutsche Bibelgesellschaft, 2005, p.231).
321
POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos. [Tradução de Hans Udo Fuchs].
Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 1998, p. 178.
32?
LENSKI, Richard C.H. The Interpretation of St. Matthew's Gospel.
Minneapolis, Augsburg Publishing House, 1961, p.350.
323 JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel of Mark. [Bible Study
Textbook], Missouri, College Press, 1965, p.140. Entretanto, de acordo com
211
CARLffiS AUGUS+® VAILA + +I
Josefo, a região de Gadara chegava até o lago, sendo que algumas moedas da
cidade que foram encontradas retratavam barcos. (Cf. POHL, Adolf. Op.Cit.,
p.178).
324 GUELICH, Robert A. Mark 1-8:26. Vol.34A. [Word Biblical
Commentary]. Dallas, Word Books, Publisher, 1989, p.275. Cf. também:
GNILKA, Joachim. El Evangelio Segiin San Marcos. Vol. I. [Traducción de
Victor A. Martinez de Lapera]. Salamanca, Ediciones Sigueme, 2005, p.234;
POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos. [Tradução de Hans Udo Fuchs].
Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 1998, p. 178.
325 FITZMEYER, Joseph A. The Gospel According to Luke I-IX. Vol.28.
[The Anchor Bible]. New York, Doubleday, 1981, p.736.
326 Idem, Ibidem.
327
MARCUS, Joel. Mark 1-8: A New Translation with Introduction And
Commentary. Vol.27. [The Anchor Bible], New York, Doubleday, 1999,
p.342. Redding cita T. R. Malty, quem “sugere que Pedro, falando aramaico
com sotaque galileu, falou sobre Ger’sa, e que Marcos, soletrando em letras
gregas, chamou o povo de Gerasenos, e foi imaginado pelos críticos ter
212
SA+ANÁS, D£IT1©NI©S E LEGIé
cometido um erro, quando ele estava apenas comunicando com sua habitual
precisão”. (Cf. REDDING, David A. 77n? Miracles of Christ. Westwood,
Fleming H. Revell Company, 1964, p. 185).
328 MARCUS, Joel. Op.Cit., p.342.
329 POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos, p. 178.
330 Idem, Ibidem.
331
METZGER, Bruce M. A Textual Commentary on the Greek New
Testament. London, United Bible Societies, 1975, p.84.
213
CARL®S AUGUS+® VAILA + +I
336 DANBY, Herbert. The Mishnah. [Translated from the Hebrew with
introduction and brief explanatory notes by Herbert Danby]. Oxford, Oxford
University Press, 1988, p.652.
337 Idem, Ibidem, p.675.
338 STEINSALTZ, Adin. O Talmude Essencial. [Tradução de Elias
Davidovich]. Rio de Janeiro, A. Koogan Editor, 1989, pp.269,270.
215
CARLOS AUGUS+© VAILA + + I
144
344 THAYER, Joseph Henry. GELNT, p.29.
345
PALLARES, José Cárdenas. O Poder do Carpinteiro Jesus no Evangelho
de Marcos. [Tradução de Afonso Maria Ligório Soares]. Aparecida, Editora
Santuário, 2002, p.77.
346
BALZ, Horst & SCHNEIDER, Gerhard, (eds.). Diccionario Exegético
del Nuevo Testamento. Vol.l. (OC-K). [Traducción de Constantino Ruiz-
Garrido]. Salamanca, Ediciones Sigueme, 2005, p.883. Aqui, o verbo Sèco
também pode ser traduzido por “domar”, sendo um termo usado para se
referir aos animais (cf. Tg 3.7). (Cf. MAGGI, Alberto. Jesús y Belcebú:
Satán y demonios en el Evangelio de Marcos. [Traducción de Maria dei
Carmen Blanco Moreno y Ramón Afonso Díez Aragón], Bilbao, Editorial
Desclée de Brouwer, S.A., 2000, p. 144).
347
RABUSKE, Irineu J. Jesus Exorcista: estudo exegético e hermenêutico
de Mc 3,20-30. São Paulo, Edições Paulinas, 2001, p.263.
34R
MYERS, Ched. O Evangelho de São Marcos. [Tradução de I.F.L.
Ferreira], São Paulo, Edições Paulinas, 1992, p.240.
218
sa+anás, DemèNies e legiã®
"por isso, ele tinha sido preso muitas vezes com algemas
e correntes, e tinham sido rompidas por ele as correntes, e as
algemas tinham sido esmagadas, e ninguém podia subjugá-lo ”
(v-4)
349
O artigo de Karl Kertelge, intitulado: Diabos e demônios, exorcismos em
perspectiva bíblica, foi reunido com outros artigos de outros autores que
também tratam da temática demonológica, e foi transformado em livro. (Cf.
KASPER, Walter, LEHMANN, Karl, KERTELGE, Karl & MISCHO,
Johannes. Diabo - Demônios - Possessão. [Tradução de Silvino Amhold],
São Paulo, Edições Loyola, 1992, pp.33,34).
350 ROGERS JR., Cleon L. & ROGERS III, Cleon L. The New Linguistic
and Exegetical Key to the Greek New Testament. Grand Rapids, Zondervan
Publishing House, 1998, p.76.
3S 1
WUEST, Kenneth S. Mark in the Greek New Testament. Vol. X. Grand
Rapids, WM. B. Eerdmans Publishing Co., 1957, p. 101.
219
CARLffiS AUGUS + ffi VAILA + +I
368
demônio respeitou profundamente o poder de Jesus.
Entretanto, para Paul Minear, quem adorou a Jesus foi o homem
e não o demônio. Segundo Minear, “ele estava incapaz de
escapar da legião, mas ele claramente queria escapar”.368369 Esta
última observação é deveras interessante, pois, a meu ver, retrata
de forma vivida o tamanho sofrimento do homem. Esta
alternância conflituosa entre as ações do demônio e as ações do
homem dramatizam ainda mais a condição do endemoninhado,
preparando o leitor para o poderoso milagre que estará para
acontecer.
368 ANDERSON, Hugh. The Gospel of Mark. [NCBC], Grand Rapids, WM.
B. Eerdmans Publ. Co. & London, Marshall, Morgan & Scott Publ. Ltd.,
1981, p. 148; GREEN, Joel B. & TURNER, Max. Jesus of Nazareth: Lord
and Christ: essays on the historical Jesus and New Testament christology.
Grand Rapids, William B. Eerdmans Publishing Company I Carlisle, The
Paternoster Press, 1994, p. 51, nota 69.
MINEAR, Paul S. The Gospel According to Mark. [LBC]. Atlanta, John
Knox Press, 1982, p.74.
370 LANE, William L. The Gospel According to Mark. Vol.2. [NICNT],
p.183. Expressões semelhantes ocorrem também no Antigo Testamento,
como, por exemplo, em: Js 22.24; Jz 11.12; 2 Sm 16.10; 19.22; 1 Rs 17.18.
225
CARLSS AUGUS + ® VAILA + + I
371
MARCUS, Joel. Mark 1-8: A New Translation with Introduction And
Commentary. Vol.27. [AB], p.343. Cf. também: HUNTER, A. M. The
Gospel According to Saint Mark. London, SCM Press Ltd., 1957, p.64;
LENSK.I, Richard C.H. The Interpretation of St. Luke's Gospel. Minneapolis,
Augsburg Publishing House, 1961, p.474. Achtemeier faz a seguinte
observação sobre o título Filho de Deus: “Este título aparece (...) no início,
no meio e na conclusão da narrativa de Marcos, e parece ser a estrutura
cristológica em torno da qual o Evangelho pode estar organizado”. (Cf.
ACHTEMEIER, Paul J. Mark. [PC], Philadelphia, Fortress Press, 1980,
p.35). Para obter mais informações sobre o título cristológico “Filho de
Deus”, consulte: ROBINSON, James M. The Gospel of Jesus. New York,
HarperCollins Publishers, 2005, pp.181-184; CULLMAN, Oscar. Cristologia
do Novo Testamento. [Tradução de Daniel Costa e Daniel de Oliveira]. São
Paulo, Editora Liber, 2001, pp.359-379.
172
GAEBELEIN, Frank E. The Expositor's Bible Commentary. [Matthew,
Mark and Luke].Vol.8. Grand Rapids, Zondervan Publishing House, 1984,
p.657. Para Evans, “este verso está moldado por idéias e linguagem da magia
helenista”. (Cf. EVANS, C. F. Saint Luke. [TPI New Testament
Commentaries]. London, SCM Press / Philadelphia, Trinity Press
International, 1990, p.385).
373 THAYER, Joseph Henry. GELNT, p.453.
226
SA+ANÁS, DEmêNieS E LEGIî
ROGERS JR„ Cleon L. & ROGERS III, Cleon L. The New Linguistic
and Exegetical Key to the Greek New Testament, p.76.
375 EVANS, C. F. Op.Cit., p.385
376 GUELICH, Robert A. Mark 1-8:26. Vol.34A. [WBC], p.279.
377 POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos, p. 182.
-770
KITTEL, Gerhard, (ed.). Theological Dictionary of the New Testament.
[Translated and Edited by Geoffrey W. Bromiley], Vol. V. [E-IIa]. Grand
Rapids, WM. B. Eerdmans Publishing Company, 1999, p.463.
227
CARLOSAUGUS+® VAILA++I
387
Esta equivocada opinião é defendida, por exemplo, por Neuza Itioka, que
diz: “Se estivermos envolvidos com a expulsão de demônios (...) estes sairão
facilmente com o comando em nome de Jesus Cristo, se todas as condições
do preparo forem satisfeitas, tais como confissão, renúncia, quebra de
ídolos”. (Os grifos são meus). (Cf. ITIOKA, Neuza. Os Deuses da Umbanda.
São Paulo, ABU Editora, 1988, p.212). Entretanto, é muito boa a abordagem
que Itioka faz sobre a Umbanda e o Espiritismo em seu livro.
388 WUEST, Kenneth S. Op.Cit., p.103.
389
Segundo Moxnes, o endemoninhado “identificou as legiões romanas com
os demônios e, como pessoa possuída que era, pôde expressar sua oposição à
dominação romana”. (Cf. MOXNES, Halvor. Poner a Jesús en su Lugar: una
vision radical dei grupo familiar y el Reino de Dios. [Traducción de Carmen
Bernabé Ubieta]. Estella, Editorial Verbo Divino, 2005, p.254). Kelly,
comentando a expressão: “Qual é o teu nome?”, cita Beda (c.673-735):
“Como diz Beda, Jesus não tentava obter informação que Ele não soubesse;
simplesmente queria que Sua cura parecesse ainda mais impressionante
(presumivelmente para humilhar a Legião)”. (Cf. KELLY, Henry Ansgar.
230
SA + ANÁS, DEffi©Nl©S Ê LEGIé
’ JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel of Mark. [BST], p.144.
Opinião semelhante é encontrada em: BONNET, L. y SCHROEDER, A.
Comentário del Nuevo Testamento: Evangelios Sinopticos. Tomo I. El Paso,
Casa Bautista de Publicaciones, 1982, p.367.
396
Foi sugerido também que o termo legião se refere ao “espírito imundo”
(porquanto o seu gênero em grego é neutro), enquanto que o incisivo somos
muitos designa aos “homens” (pois tal expressão aparece no gênero
masculino). (Cf. MAGGI, Alberto. Jesús y Belcebú: Satán y demonios en el
Evangelio de Marcos, p.147). No Testamento de Salomão 11.3 há um
demônio que diz: “(...) envio as legiões de demônios que estão debaixo das
minhas ordens - pois que me introduzo por todos os lugares -, e o nome de
todos os demônios que estão ao meu comando é ‘legião’”. (Cf. MACHO, A.
Diez. Apócrifas Dei Antiguo Testamento. Vol.V, p.354). Para outros
exemplos bíblicos de possessão por mais de um espírito impuro, cf. Mc 16.9;
Lc 11.26. Na volumosa obra de Stuart Clark, Pensando com Demônios,
também encontramos relatos de pessoas que são possuídas por vários
demônios durante o fim da Idade Média. Clark cita, dentre outros, o caso da
francesa Madeleine Demandols, que havia sido possuída por 6.660 demônios
e também menciona o caso de uma vienense chamada Anna Schlutterbãurin,
que estava possuída por 12.000 demônios! (Cf. CLARK, Stuart. Pensando
com Demônios: a idéia de bruxaria no principio da Europa moderna.
[Tradução de Celso Mauro Paciomik]. São Paulo, Edusp, 2006, pp.515, 539).
Mckenzie diz que na antiga Mesopotâmia o número de demônios era quase
233
CARL®S AUGUS+® VAILA + + I
ROGERS JR., Cleon L. & ROGERS III, Cleon L. The New Linguistic
and Exegetical Key to the Greek New Testament. Grand Rapids, Zondervan
Publishing House, 1998, p.76.
409 WUEST, Kenneth S. Mark in the Greek New Testament. Vol. X, p. 104.
Segundo Mulholland: “o conceito do domínio territorial dos espíritos (cf. Dn
10.12-14,20; At 19.35) se reflete nas expressões “lugares altos” (Nm 33.52
[“ídolos”], etc.) e os deuses da “planície” (1 Rs 20.23). Povos animistas
crêem que certos espíritos são senhores sobre um território ou uma casa em
que habitam”. (Cf. MULHOLLAND, Dewey M. Marcos, Introdução e
Comentário. [Tradução de Maria Judith Prado Menga]. São Paulo, Vida
Nova, 1978, p.93).
410
SCHWEIZER, Eduard. The Good News According to Mark. [Translated
from german by Donald H. Madvig]. Atlanta, John Knox Press, 1970, p. 114.
Além disso, deve-se lembrar que nas antigas culturas, os espíritos eram
normalmente associados a determinados locais. (Cf. KEENER, Craig S.
CBANT, 154).
41 1
DUQUESNE, Jacques. Jesus. [Tradução de Daniel Piza], São Paulo,
Geração Editorial, 2005, p. 137.
238
SA+ANÁS. D£1T1®NI®S E LEGIî
428
problema da existência de tomados e terremotos. Bem,
algumas razões foram apontadas por Johnson e Dewelt na
tentativa de buscar explicar porque Jesus concedeu o pedido dos
demônios para que entrassem nos porcos e estes fossem
destruídos: 1) Para mostrar aos discípulos o controle de Cristo
sobre os movimentos dos espíritos; 2) Para testar os gergesenos;
3) Para fazer o milagre mais notório e conseqüentemente para
ressaltar o resultado da cura na pregação do ex-endemoninhado;
4) Os proprietários dos porcos, se judeus, dirigiam um comércio
ilegal; se pagãos, eles insultaram a religião nacional. Em ambos
os casos, a permissão seria justa.*429 Já Adolf Pohl alista cinco
motivos pelos quais Jesus permitiu que os espíritos entrassem
nos porcos: 1) Calvino já considerou a idéia de Jesus ter sido
enganado pelos demônios. Destruindo a vara, eles conseguiram
que Jesus fosse expulso da região; 2) Mais adeptos obtiveram a
idéia oposta: foi Jesus quem enganou os demônios. No fim das
contas, eles ficaram sem hospedeiros, e tiveram de ir para o
abismo. Acabar sem ter onde ficar é condenação (cf. Ap 20.11);
3) Calvino viu aqui uma lição adicional para os discípulos:
pessoas são mais importantes do que bens; 4) Outros viram na
destruição da vara uma ação profética simbólica: o país é
purificado do paganismo; e 5) O objetivo de tal permissão foi
realçar a grandeza de Jesus.430 Anderson sugere que a destruição
dos porcos pode ter ocorrido devido à crença judaica de que não
haveria nenhum lugar para os porcos (animais abomináveis para
os judeus) na era messiânica. Entretanto, ele mesmo reconhece
que é muito improvável que Marcos tivesse em mente qualquer
semelhança do simbolismo da paz messiânica ao narrar esta
história.431 Enfim, embora tais explicações sejam interessantes,
creio que nenhuma delas é suficientemente satisfatória na
solução do grave problema moral que temos diante de nós, isto
é, Jesus consentiu na destruição de uma propriedade privada
alheia, os porcos.432 Portanto, a meu ver, a saída mais sensata
para essa passagem “truncada” seria entender o relato sobre os
porcos como um acréscimo posterior feito a esta história de
dentro da cabeça de um touro e, citando R.C. Thompson, The Devils and Evil
Spirits of Babylon, 11:10-15, faz referência também a um curioso
encantamento babilônico, no qual um porco é oferecido para ser possuído no
lugar do endemoninhado: “Dedico o porco em seu lugar, e ofereço a carne
como a sua carne, o sangue como seu sangue, e permito-lhe tomá-lo. O
coração (...) entrego como seu coração, e permito-lhe tomá-lo”. (Cf.
KIRSCHNER, Estevan Frederico. The Place of the Exorcism Motif Mark's
Christology With Special Reference to Mark 3.22-30. Tese de Doutorado não
publicada, London, London School of Theology, 1988, p.235, nota 116.).
Outro autor ainda comenta que “o diabo assume outras e variadíssimas
formas animais, como a de um touro, gato, cavalo, porco, veado,
camundongo ou mosca”. (Cf. NOGUEIRA, Carlos Roberto Figueiredo. O
Diabo no Imaginário Cristão. Bauru, Edusc, 2002, p.68).
431 ANDERSON, Hugh. The Gospel of Mark. [NCBC]. Grand Rapids, WM.
B. Eerdmans Publ. Co. & London, Marshall, Morgan & Scott Publ. Ltd.,
1981, p.149.
432
A. Richardson faz o seguinte comentário sobre a destruição desses
animais: “Se nós colocarmos fora de nossas mentes todos os sentimentos
humanitários modernos sobre a bondade para com os animais, e lembrarmos
das idéias fixadas pelos judeus do I século concernente aos demônios, nós
não imaginaremos que a história é inconsistente com o caráter de Jesus ou
livre de profundo ensino espiritual. (...) Para a consciência judaica, não
poderia haver nada de ofensivo na idéia da destruição dos porcos, os quais,
de acordo com a Lei (Lv 11.7) eram considerados como ‘impuros’”. (Cf.
RICHARDSON, Alan. The Miracle-Stories of the Gospels. New York,
Harper & Brothers, Publishers, 1958, p.73).
246
SA+ANÁS, DEmêNieS £ LÊGIî
433
Segundo Fraijó: “(...) este relato, no qual Jesus permite aos demônios que
se introduzam em uma manada de dois mil porcos que caem todos no mar,
não conta de forma alguma com nenhum indício de historicidade”. (Cf.
FRAIJÓ, Manuel. Dios, El Mal y Otros Ensayos. Madrid, Editorial Trotta,
2006, pp.238,239).
434
Paroxismo é o nome dado ao período de uma doença ou de uma dor
durante o qual os sinais atingem sua máxima intensidade. (Cf. LOVISOLO,
Elena, ASSIS, Beatriz Helena de & POZZOLI, Thereza Cristina, (eds.).
Dicionário da Língua Portuguesa Larousse Cultural. São Paulo, Editora
Nova Cultural Ltda., 1992, p.836).
247
CARL©S AUGUS+® VAILA + + J
440 Para um estudo mais detalhado dos números na Bíblia, consulte: DAVIS,
John D. Biblical Numerology: a basic study of the use numbers in the bible.
Grand Rapids, Baker Book House, 2000. Puig deduz equivocadamente que
porque havia dois mil porcos, então foram também dois mil demônios que
entraram neles. (Cf. PUIG, Armand. Jesus: uma biografia. [Tradução de
Laura Almeida Dias]. São Paulo, Paulus, 2006, p.398).
441
MARCO, Mariano Herranz y PEREZ, José Miguel Garcia. Milagros y
Resurrection de Jesús Según S. Marcos. [SSNT]. Madrid, Ediciones
Encuentro, S.A., 2001, p.64.
449
CHOURAQUI, André. A Bíblia: Marcos. [Tradução de Leila Duarte],
Rio de Janeiro, Editora Imago, 1996, p.96.
443 MAGGI, Alberto. Jesús y Belcebú: Satán y demonios en el Evangelio de
Marcos, p.148.
444
GUNDRY, Robert H. Mark: a commentary on his apology for the cross.
Grand Rapids, W. B. Eerdmans Publishing Company, 1993, p. 1069.
445 JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel ofMark. [BST], p.145.
249
CARL®S AUGUS + ® VAILA + +1
450 Seria isso uma espécie de sacrifício coletivo feito aos deuses, cuja prática
seria comum nos rituais pagãos? Mircea Eliade, (citando Catão, “Da
Agricultura”, 134) menciona, por exemplo, o fato de que os romanos
costumavam sacrificar porcos aos Di Manes (almas dos mortos), a fim de que
pudessem obter boas colheitas. (Cf. ELIADE, Mircea. O Conhecimento
Sagrado de Todas as Eras. [Tradução de Luiz L. Gomes], São Paulo,
Mercuryo, 1995, pp. 134,135). Além do mais, lê-se também na Eneida de
Virgílio que “um sacerdote com veste imaculada trouxe um cerdoso leitão e
uma lanuda ovelha, e aproximou as duas vítimas dos altares flamejantes. (...)
e com ferro cortam ao alto da fronte os pêlos dos animais e derramam sobre
os altares as libações das páteras”. (Cf. VIRGÍLIO. [Alcunha literária de:
MARO, Publius Vergilius], Eneida. [Tradução, Textos Introdutórios e Notas
de Tassilo Orpheu Spalding]. São Paulo, Círculo do Livro, 1994, p.259).
252
SA+ANÁS, D£m®NI®S E LEGIî
original)? Por que vai para onde não existe água? Porque água
significa para ele a “morte”.451
45 1
RIENECKER, Fritz. O Evangelho de Mateus. [Tradução de Werner
Fuchs]. Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 1998, p. 147. No Testamento
de Salomão 5.11, o demônio Asmodeu se dirige ao rei Salomão com as
seguintes palavras: “Te suplico, rei Salomão, não me condenes à água”. (Cf.
MACHO, A. Diez. Apócrifos Dei Antiguo Testamento. Vol.V, p.343).
452 RIENECKER, Fritz.'Op.Cit., p. 148. Segundo o padre Quevedo: “Os
porcos são excelentes nadadores. Mas, caindo no precipício, os que não se
mataram ficaram feridos. Assim, muitos deles puderam de fato terminar
morrendo afogados”. (Cf. QUEVEDO, Oscar G. Antes que os Demônios
Voltem, p. 189).
453
Fazia parte do pensamento daquela época, acreditar que “Deus
esmigalharia a dominação dos pagãos”. (Cf. BULTMANN, Rudolf. Jesus.
[Tradução de Nélio Schneider]. São Paulo, Teológica, 2005, p.36).
253
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
454 '
SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JUNIOR, João Luiz Correia.
Evangelho de Marcos. Vol. I: 1-8, p.223. Outras passagens que tratam da
idéia paradigmática do poder prevalecente de Deus sobre as águas, por
exemplo, são: Gn 1.2b; Js 3.13-17; 2 Sm 22.17; Jó 12.15; SI 29.10; 46. l-3a;
77.16; 93.3,4; 104.6b-9; Is 43.2a, 16; 54.9; Na 1.3b. Por fim, nos deparamos
com Ap 21.1, um texto emblemático que destaca o poder soberano de Deus
sobre as águas, pois nele lemos que “o mar já não existe”. Vemos, portanto,
aqui, o triunfo final e absoluto de Deus sobre o caos representado pelas
águas.
455
KELBER, Wemer H. Mark’s Story ofJesus. Philadelphia, Fortress Press,
1988, p.31.
456
SCHWEIZER, Eduard. The Good News According to Mark. [Translated
by Donald H. Madvig], Atlanta, John Knox Press, 1970, p.l 14.
457
PALLARES, José Cárdenas. O Poder do Carpinteiro Jesus no Evangelho
de Marcos, p.80.
254
sa+anás, DemêNies e legiã©
458
GNILKA, Joachim. El Evangelio Según San Marcos. Vol. I, p.240.
459
Para uma extensa interpretação sociológica sobre os conflitos existentes
entre a cidade e o campo, sob a perspectiva bíblica, confira: THEISSEN,
Gerd. El Movimiento de Jesús: historia social de una revolution de los
valores. [Traducción de Constantino Ruiz-Garrido], Salamanca, Ediciones
Sígueme, 2005, pp. 164-190.
460 MARCUS, Joel. Mark 1-8: A New Translation with Introduction And
Commentary. Vol.27. [AB], pp.345,346. Para Marco e Pérez, que trabalham
com a hipótese de que o Evangelho de Marcos teria sido escrito
originalmente em aramaico, os sujeitos dos versos 12 e 13 são os discípulos.
(Cf. MARCO, Mariano Herranz y PÉREZ, José Miguel García. Milagros y
Resurrección de Jesús Según S. Marcos. [SSNT], pp.65-68).
461 JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel ofMark. [BST],p.l46.
255
CARLOS AUGUS + ffi VAILA + + I
465 r
MIREAUX, Emile. A Vida Quotidiana no Tempo de Homero, p.90.
466 CRANFIELD, C. E. B. The Gospel According to St. Mark, p. 180.
467 SWETE, Henry Barclay. Commentary on Mark, p.98. Cf. também:
FITZMEYER, Joseph A. The Gospel According to Luke I-IX. Vol.28. [AB],
p.739.
257
CÀRLeS AUGUS+® VAILA + + I
475
LENSKI, Richard C.H. The Interpretation of St. Mark’s Gospel, p.212.
476 Idem, Ibidem, p.215.
260
sa+anás, DemêNies e legiã©
477 SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JÚNIOR, João Luiz Correia.
Evangelho de Marcos. Vol. I: 1-8, p.225.
478
BARROS, Marcelo. Conversando com Mateus. São Leopoldo, Cebi; São
Paulo, Paulus; Goiás, Editora Rede, 1999, p.55.
470
ROBERTSON, Archibald Thomas. The Gospel According to Matthew
and the Gospel According to Mark. Vol. I. [WPNT]. Nashville, Broadman
Press, 1930, p.69.
480 Imaginando a enorme tragédia econômica que a perda desses dois mil
porcos significou para os seus proprietários naquela época e, com o objetivo
de traçar uma simples comparação em termos de valores, sem ser, todavia,
anacrônico em minha observação, conversei com o sr. Nilson Woloszyn
(técnico do departamento de suinocultura da Embrapa - Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária) de Santa Catarina, que, em Março de 2008, me
forneceu importantes informações sobre os suínos. Segundo o sr. Nilson,
uma tragédia nestas proporções - envolvendo cerca de dois mil porcos -
significaria nos dias atuais uma perda financeira que poderia variar entre
261
CARL®S AUGUS + ® VAILA + +1
483 Para ver a importância que Marcos dá ao barco em sua narrativa como
um todo, veja, por exemplo: 3.9; 4.1, 36; 5.2,18, 21; 6.32,45; 8.10.
484
Para Alford e Nicoll, o pedido do ex-endemoninhado se devia ao fato
deste temer um novo ataque dos espíritos malignos contra ele. (Cf. ALFORD,
Henry. The Greek Testament. Vol.I. [The Four Gospels]. Chicago, Moody
Press, 1968, p.342; NICOLL, W. Robertson, (ed.). The Expositor’s Bible.
Vol. 4. Grand Rapids, WM. B. Eerdmans Publishing Co., 1940, p.851).
485 POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos, p. 135.
486
MATEOS, Juan & CAMACHO, Fernando. Marcos: texto e comentário.
[Tradução de José Raimundo Vidigal], São Paulo, Paulus, 1998, p. 141.
GNILKA, Joachim. El Evangelio Segiin San Marcos. Vol. I, p.240.
4QQ
MINEAR, Paul S. The Gospel According to Mark. [LBC], Atlanta, John
Knox Press, 1982, p.75.
263
CARLOS AUGUS + ® VAILA + +I
489
MATEOS, Juan & CAMACHO, Fernando. Marcos: texto e comentário,
p.142.
490
JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel ofMark. [BST], p.146.
491
GUELICH, Robert A. Mark 1-8:26. Vol.34A. [WBC], p.285.
264
SA+ANÁS, DÊffi®NI©S E LEGIé
492
MARCUS, Joel. Mark 1-8: A New Translation with Introduction And
Commentary. Vol.27. [AB], p.346.
493
MULHOLLAND, Dewey M. Marcos, Introdução e Comentário.
[Tradução de Maria Judith Prado Menga], São Paulo, Vida Nova, 1978, p.95.
494
SCHWEIZER, Eduard. The Good News According to Mark. [Translated
by Donald H. Madvig], Atlanta, John Knox Press, 1970, p. 114.
495 /
O termo Kvptoç, “Senhor”, é usado aqui como uma referência a Deus,
não a Cristo. (Cf. HUNTER, A. M. The Gospel According to Saint Mark.
London, SCM Press Ltd., 1957, p.64; Ver também: DODD, Charles Harold.
The Parables of The Kingdom. New York, Charles Scribner’s Sons, 1961,
p.67).
265
CARLOS AUGUS+® VAILA + + I
DUU JOHNSON, B.W. & DEWELT, Don. The Gospel of Mark. [BST],
pp. 146,147.
501 MEIER, John P. Um Judeu Marginal: repensando o Jesus histórico.
Vol.II, Livro III, p.192.
267
CARL©S AUGUS + ffi VA1LA + + I
a) Gergesta
b) Gergesa
A variante FEpyeorivcov (Gergesênõn), “Gergesenos”, já
possui mais testemunhas do que a variante anterior. Ela é
encontrada nos manuscritos unciais: 8 (Códice Sinaíticus - IV
século d.C.), L (Paris - VIII século d.C.), A (IX século d.C.) e
0 (também do IX século d.C.). Esse termo também é atestado
pelos Minúsculos f4 (“família 1”) (X-XIV séculos d.C.), 28 (XI
século), 33 (IX século), 205 (XV século), 565 (IX século), 579
(XIII século), 700 (XI século), 892 (IX século), 1071 (XII
século), 1241 (XII século) e 1424 (IX/X séculos). Tal variante
também é testemunhada pela maioria dos lecionários e pelas
seguintes versões antigas: syrs (Antiga Versão Siríaca Sinaítica -
IV século d.C.), copbo (copta boérico - IX século d.C.), arm
(Versão Armênia - Século XX), eth (Versão Etíope - VI século
d.C.), geo (Versão Georgiana - V século d.C.), slav (Versão da
Antiga Igreja Eslava - IX século d.C.). Finalmente, a variante
“Gergesenos” aparece ainda no Diatessaronarm (A Tradução
Armênia do Diatessarão - IV século d.C.) e também no pai da
igreja grega, Orígenes (c. 185-254 d.C.).512
Segundo Joel Marcus, “‘Gergesenos’, a mais
inferiormente atestada das leituras, é também a mais plausível
geograficamente, se Gergesa estiver corretamente identificada
com Kursi, que está sobre um planalto à margem leste do Mar
da Galiléia”.513 Para Johnson e Dewelt, toda a confusão entre
Gadara e Gergesa, por exemplo, pode ser resolvida conforme
segue:
51 9
Idem, Ibidem.
MARCUS, Joel. Mark 1-8: A New Translation With Introduction And
Commentary. Vol.27. [AB], p.342. A. M. Hunter também concorda com
Gergesa como a melhor opção geográfica para o evento descrito em Mc 5.1-
20: “Nem Gadara (a seis milhas ao sul do lago) nem Gerasa (em Gileade, a
vinte milhas ao leste do Jordão) são geograficamente possíveis. Mas um lugar
conhecido agora como Kersa [Kursi], que tem um penhasco, ruínas e antigos
túmulos, e é próximo ao lago, se encaixa melhor, e nós podemos assumir que
este é o lugar”. (Cf. HUNTER, A. M. The Gospel According to Saint Mark.
London, SCM Press Ltd., 1957, p.62).
271
CARLOSAUGUS+® VAILA++I
c) Gadara
A variante textual Faôappvóòv (Gadarênõn),
“Gadarenos”, aparece também como TaÇapr|vcjòv (Gazarênõn),
“Gazarenos”, no manuscrito uncial fcV (Códice Sinaíticus - IV
século d.C.) e como TapaSpvcôv (Garadênõn), “Garadenos” no
uncial A (IX século d.C.), provavelmente por descuido ou por
dislexia do copista. Além disso, “Gadarenos” aparece ainda nos
unciais 0 (IX século d.C.) e S (VI século d.C.), bem como, no
minúsculo 1010 (IX século d.C.) e em l 253 (lecionário que
contém os Evangelhos, datado do ano 1020). O vocábulo
d) Gerasa
Finalmente, analisemos a variante Fepaorivóòv
(Gerasênõri), “Gersasenos”. Tal variante é encontrada nos
manuscritos unciais: ÍV (Códice Sinaíticus - IV século d.C.), B
(IV século d.C.) e D (V século d.C.). É encontrada no
minúsculo: 2427 (XIV século?). Além disso, é também vista nas
antigas versões latinas: itaur (V século d.C.), b (V século d.C.),c
(XI1/XIII séculos), d (V século d.C.), e (V século d.C.), f (VI
século d.C.),ff2 (V século d.C.), 1 (V século d.C.),1 (VIII século
d.C.), q(VI/VII séculos d.C.) erl (VII século d.C.). E, por fim, tal
variante também pode ser vista nas antigas versões: vg (Vulgata,
IV/V séculos d.C.) copsa (copta saídica, IV século d.C.) e
também nos escritos de Pais da Igreja Antiga: mssacc’ t0 Ongen
(Registro variante dos manuscritos de acordo com Orígenes -
II/III séculos d.C.) e Juvencus (Pai da Igreja Latina, IV século
d.C.).525
Segundo o erudito do Novo Testamento, Bruce M.
Metzger, existem três razões principais pelas quais a variante
“Gerasenos” deva ser escolhida em detrimento das demais:526 1)
as provas de textos superiores da tradição alexandrina e também
da assim chamada “ocidental”; 2) a probabilidade de
“gadareno”, em alguns manuscritos marcanos, representar uma
assimilação à leitura original do paralelo de Mateus (Mt 8.28),
pois o Evangelho de Mateus era o sinótico predominante no
período patrístico; 3) a probabilidade de “gergesenos” ser uma
correção, talvez inicialmente proposta por Orígenes. Metzger
Exorcismo Milagre
vv. 1,2: Encontro com o vv. 3-5: Situação de
Taumaturgo; Dificuldade;
vv. 6,7: Defesa dos Demônios; v. 15: Demonstração da Cura;
v. 8: Ordem de Saída; vv. 14, 16-17: Temor Sagrado
v. 13: Saída dos Demônios; das Testemunhas.
vv. 15, 20b: Todos ficam
Maravilhados;
vv. 14a, 18-20a: Difusão da
Notícia.
282
SA + ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
C. Crítica da Fonte
544
MEIER, John P. Um Judeu Marginal: repensando o Jesus histórico.
Vol.II, Livro III, p.170. De acordo com Overman: “Em Marcos, Jesus é
descrito como possuidor de autoridade no ensino (Mc 1.22), porém, a ênfase
coloca-se claramente nos atos poderosos de cura, milagres e exorcismos
executados e apresentados ‘sem dar fôlego’”. (Cf. OVERMAN, J. Andrew. O
Evangelho de Mateus e o Judaísmo Formativo: o mundo social da
comunidade de Mateus. [Tradução de Cecília Camargo Bartalotti]. São
Paulo, Edições Loyola, 1997, p. 129).
545 MEIER, John P. Op.Cit., p.172.
284
SA+ANÁS, DEmÔNieS £ LEGIé
286
SA + ANÁS, DEffiêbHffiS E LEGIé
30 ’ ' s'
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287
CARL®S AUGUS+® VAILA + + I
288
SA+ANÁS, DÊIT1©NI©S £ LEGIé
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289
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
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’Irjooôç.
290
SA + ANÁS, DÊffi®NI©S £ LEGIî
C.
2. Os Materiais Exclusivos de Mateus, Marcos e
Lucas
549
KONINGS, Johan. Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e
da “Fonte Q”, p.xii.
550 HARRINGTON, Daniel J. The Gospel of Matthew. Vol.l. [SPJ.
Collegeville, The Liturgical Press, 1991, p.8. Já Auzou entende que Mateus
teria sido escrito em aramaico entre os anos 40 e 50 d.C. (Cf. AUZOU,
Georges. A Tradição Bíblica. [Tradução de Eliseu de Lucena Lopes], São
Paulo, Livraria Duas Cidades, 1971, p.329).
551 France atribui tal abreviação de Mateus à tendência geral desse autor de
‘condensar’ as suas narrativas sinóticas. (Cf. FRANCE, R.T. Matthew:
Evangelist & Teacher. London, The Paternoster Press, 1938, p. 134). Para
outros comentários sobre a passagem sinótica de Mt 8.28-34, veja:
BARCLAY, William. The Gospel of Matthew. Vol.l. Philadelphia, The
Westminster Press, 1958, pp. 325-330; EDWARDS, Richard A. Matthew's
Story’ of Jesus. Philadelphia, Fortress Press, 1985, pp.28,29; LENSKI,
Richard C.H. The Interpretation of St. Matthew's Gospel. Minneapolis,
Augsburg Publishing House, 1961, pp.350-354; PLUMMER, Alfred. An
Exegetical Commentary’ on The Gospel According to St. Matthew. Grand
Rapids, Baker Book House, 1982, pp.132-135; HILL, David. The Gospel of
Matthew. [NCBC], Grand Rapids, WM. B. Eerdmans Publ. Co. / London,
Marshall, Morgan & Scott Publ. Ltd., 1984, pp. 167-169; SALDARINI,
292
SA + ANÁS, DEmÔNieS Ê LEGIî
d) Conclusão
Sendo assim, resta-nos dizer que esta perícope teve a sua origem
em Marcos, quem deve ter reunido algumas narrativas de
milagres e as incluído em seu Evangelho.568 Segundo Crossan, a
narrativa desse milagre pertence àquilo que ele chama de
Segundo Estrato (o qual está situado entre 60 e 80 d.C.), o qual
é testemunhado por apenas uma fonte: Marcos (a base do relato
para os sinóticos).569 Seja como for, o fato é que estamos diante
de um texto cuja estrutura é complexa, a qual não nos permite
apostar sobre qual era o seu formato primevo. Enfim, as
idiossincrasias do autor, difíceis de serem conhecidas por nós,
leitores do século XXI, fazem desse texto um texto ainda
enigmático sob o ponto de vista de sua gênese.
D. Crítica da Redação
1. 2. 3. 4. 5.
Introdução O A Viagem a Jerusalém: Epílogo:
Antes do Ministério Jerusalém Morte e Acréscimo
Ministério na Galiléia Ressurreiçã Conclusivo
0
1.1-13 1.14-8.26 8.27-10.52 11.1-16.8 16.9-20
570 SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JÚNIOR, João Luiz Correia.
Evangelho de Marcos. Vol. I: 1-8, p.33.
571 DELORME, J. Leitura do Evangelho Segundo Marcos. [Tradução de
Benôni Lemos], São Paulo, Paulus, 1972, p.35.
572
Para uma análise estrutural de Mc 1-8, veja: TOWSEND, James A. A
Structural Synthesis of Mk 1-8. EmJ. Vol. 8, n°l. Dubuque, Emmaus Bible
College Press, 1999, pp.91-101.
301
CAR.L®S AUGUS+® VAILA + + I
573
DELORME, J. Leitura do Evangelho Segundo Marcos, pp.53,54.
302
SA + ANÁS, DÊIT1©NI©S E LEGIé
2.
D. Atividade Redacional em Mc 5.1-20
303
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
574 SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JÚNIOR, João Luiz Correia.
Evangelho de Marcos. Vol. 1:1-8, p.220.
MYERS, Ched. O Evangelho de São Marcos. [Tradução de I.F.L.
Ferreira], São Paulo, Edições Paulinas, 1992, p.238.
576
SCHENKE, L. Die Wunderezãhlungen des Markusevangeliums, 1974
(SBB), p. 182. Apud: GNILKA, Joachim. El Evangelio Según San Marcos.
Vol. I, p.235.
577 GNILKA, Joachim. Op.Cit., p.235. Segundo Kennedy, Mc 5.20 é o
encerramento de uma unidade retórica. (Cf. KENNEDY, George A. New
Testament Interpretation Through Rhetorical Criticism. Chapel Hill, The
University of North Carolina Press, 1984, p.34).
304
sa+anás, DemôNies e legiã®
3.
D. Autor, Tempo, Lugar e Destinatários
Estes quatro termos acima citados visam responder às
seguintes perguntas (respectivamente): 1) Quem escreveu o
Evangelho de Marcos? 2) Quando ele foi escrito? 3) Onde foi
escrito? e 4) Para quem foi escrito? Por fim, tais perguntas nos
conduzirão a uma última pergunta, também muito importante,
por que este Evangelho foi escrito? Portanto, já que levantamos
as questões, vamos tratar agora de respondê-las.
Em primeiro lugar, quem escreveu o segundo Evangelho?
Eusébio de Cesaréia (263-340 d.C.), em sua História
Eclesiástica, Livro 2, Capítulo XV, escreve o seguinte a esse
respeito:
578
Para obter outras informações sobre a atividade redacional em Mc 5.1-20,
consulte: KIRSCHNER, Estevan Frederico. The Place of the Exorcism Motif
Mark’s Christology With Special Reference to Mark 3.22-30. Dissertação de
Doutorado, London, London School of Theology, 1988, pp.98-100.
305
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
583
HÕRSTER, Gerhard. Introdução e Síntese do Novo Testamento.
[Tradução de Valdemar Kroker]. Curitiba, Editora Evangélica Esperança,
1993, p.30.
584
THEISSEN, Gerd. O Novo Testamento. [Tradução de Carlos Almeida
Pereira], Petrópolis, Vozes, 2007, p.75.
585
KÜMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento. [Tradução
de Isabel Fontes Leal Ferreira e João Paixão Neto], São Paulo, Paulus, 1982,
p.117.
586 CARSON, D.A., MOO, Douglas J. & MORRIS, Leon. Introdução ao
Novo Testamento. [Tradução de Mareio Loureiro Redondo]. São Paulo, Vida
Nova, 1997, p.108.
308
sa+anás, DemêNies e lêgiã©
2.3. Conclusão
310
SA+ANÁS, DEIT1©NI©S £ LEGIé
311
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
312
CAPÍTUL© III
ANÁLISE HERITIE NÊU +1CA DE mC 5.1-20
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
314
SA+ANÁS, DÊHIÔNieS Ê LEGIî
592
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia.
São Leopoldo, Sinodal / São Paulo, Paulus, 1998, p.339.
593 GRENZ, Stanley J., GURETZKI, David & NORDLING, Cherith Fee.
Dicionário de Teologia. [Tradução de Josué Ribeiro], São Paulo, Editora
Vida, 2000, p.101.
315
CARL©S AUGUS + ® VAILA + +I
Este pai da igreja grega, até onde sei, foi quem nos
forneceu (dentre os demais pais da igreja) algumas das
informações mais antigas sobre a nossa passagem. Em seu
comentário sobre Jo 6.41, por exemplo, Orígenes ressaltou as
dificuldades entre os registros, “Gerasa” (o mais comumente
aceito) e “Gadara” (a qual ficava há seis milhas da margem do
lago),594 e sugeriu que o local mais apropriado para a ocorrência
do nosso relato de exorcismo poderia ser Gergesa, a qual ficava
próxima ao lago, e estaria associada com os Girgaseus do
Antigo Testamento.595 Porém, Cranfield comenta que “Orígenes
estava certo em procurar um local próximo do lago, mas foi
incorreto em conectá-lo com os Girgaseus mencionados no
Antigo Testamento”.596 Conforme mencionado anteriormente,
creio que a semelhança existente entre as palavras “girgaseus” e
“gergesenos” motivou Orígenes a relacionar um termo ao outro.
Seja como for, embora o comentário de Orígenes seja de
594
O equivalente a 9654 m.
595
LANE, William L. The Gospel According to Mark. Vol.2. [NICNT],
p.181. Segundo Swete: “Jerônimo, quem, como Orígenes, conheceu a
Palestina, confirma o testemunho da existência de uma Gergesa à costa leste
do lago”. (Cf. SWETE, Henry Barclay. Commentary on Mark, p.91).
596
CRANFIELD, C. E. B. The Gospel According to St. Mark, p. 176. Hugh
Anderson declara que a variante “gergesenos” refere-se a uma “conjectura de
Orígenes, originando-se provavelmente de Gn 10.16”. (Cf. ANDERSON,
Hugh. The Gospel ofMark. [NCBC], p.147).
316
SA+ANÁS, DEm®Nl®S E LEGIî
ODEN, Thomas C. (ed.). Evangelio Según San Mateo (1-13). [La Biblia
Comentada por los Padres de la Iglesia y otros autores de la época patrística],
Vol.la. Madrid, Editorial Ciudad Nueva, 2004, p.238.
604 AQUILEYA, Cromácio de. Comentário al Evangelio de Mateo. [BP].
[Traducción de José Granados y Javier Nieva]. Madrid, Editorial Ciudad
Nueva, 2002, pp.284,285. Cf. também: ODEN, Thomas C. (ed.). Evangelio
Según San Mateo (1-13), p.238.
320
SA+ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
são alimentados por seus doutores com o pão celeste, nem com
o alimento da vida que salva, senão com a vil e imunda doutrina
da incredulidade.607
607 ODEN, Thomas C. (ed.). Evangelio Según San Mateo (1-13), pp.240,241;
AQUILEYA, Cromácio de. Comentário al Evangelio de Mateo, pp.286,287.
608 ODEN, Thomas C. (ed.). Evangelio Según San Mateo (1-13), p.240.
609 ERICKSON, Millard J. Conciso Dicionário de Teologia Cristã, p. 12.
322
SA + ANÁS, D£ffi©Nl©S £ LEGIî
Por que Deus permite isto ao diabo? A fim, diria eu, de que
sejam provados os bons e castigados os maus. Tal é, com efeito,
a pena do pecado. (...) ademais, como Deus envia a febre, o
tremor, os espíritos malignos e a cegueira c todos os açoites,
segundo os méritos dos pecadores. 612
k) Conclusão
Nossa breve abordagem feita a alguns dos pais da igreja e
seus contemporâneos, os quais comentaram sobre Mc 5.1-20 ou
seus paralelos sinóticos (principalmente), nos permitiu chegar a
algumas conclusões. Primeiramente, as citações feitas aos Pais
da Igreja e a outros autores da Era Patrística se basearam
a) A Teoria do Mimetismo
Antes de qualquer coisa, deve-se definir aqui o que
significa o termo mimetismo. Tal vocábulo é derivado da palavra
mimese que, dentre outras coisas, refere-se a “imitação do gesto,
voz e palavra de outrem”.631632 Para Girard, todas as relações
humanas que aparecem nos Evangelhos estão ligadas, em última
análise, ao mimetismo, o qual, para ele, é um fator central. Em
suas palavras:
respeito que “ele é o homem mais livre que existe, pois quebra
todas as correntes, pois despreza todas as regras, pois renunciou
até às vestes, diz-nos Lucas, mas é cativo de sua possessão,
prisioneiro de sua própria loucura”.634 O fato do endemoninhado
viver entre os túmulos, longe dos lugares habitados, é o
resultado de uma ruptura única e definitiva entre o possuído e a
comunidade. Ao que tudo indica, Marcos está sugerindo que os
gerasenos e o homem endemoninhado estão envolvidos há
muito tempo em uma patologia de tipo cíclico.635 Aliás, o
caráter repetitivo desses fenômenos tem algo de ritual.636 Os
gerasenos desejam curar o endemoninhado, cuja doença
principal era viver errante pelas montanhas e túmulos e, para
isto, recorrem à violência das correntes e das algemas. Porém,
tal violência, longe de resolver o problema, só aumenta o desejo
do homem de viver sozinho. Para Girard, “é difícil crer que os
gerasenos não consigam correntes e algemas suficientemente
fortes para imobilizar seu prisioneiro”.637638Tal comportamento
indica que eles agem como pessoas que, por meio de suas
manobras, desejam perpetuar aquela patologia que
aparentemente pretendem interromper. Segundo Girard, ao
arrebentar as correntes para se afastar de sua comunidade, o
endemoninhado acredita que está sendo perseguido por aqueles
que tentam acorrentá-lo e ainda pratica a autolapidação.™ O
possesso foge das pedradas que poderia receber de seus
634
GIRARD, René. O Bode Expiatório, p.219.
635 Idem, Ibidem, p.219.
636 Idem, Ibidem, p.220.
637 Idem, Ibidem, p.220.
638
STAROBINSKI, Jean. Lé Démoniaque de Gérasa, em Analyse
structurale et exégèse biblique. Neuchâtel, 1971, pp.63-94. Apud: GIRARD,
René. Op.Cit., p.221. H. C. Kee critica o pensamento geral de Starobinski,
argumentando que ele deixa de ver as dimensões históricas e culturais da
narrativa e se refugia em uma interpretação altamente subjetiva. (Cf. KEE,
Howard Clark. As Origens Cristãs em Perspectiva Sociológica. [Tradução de
J. Rezende Costa], São Paulo, Ed. Paulinas, 1983, pp.88,89).
333
CARL®S AUGUS+® VAILA + + 1
649
JUNQUEIRA, Carmen. Estudos Avançados. [Dossiê Religiões no Brasil].
Vol.l, n°l. São Paulo, IEA, 1987, p.289.
650 BURKERT, Walter. A Criação do Sagrado. [Tradução de Vitor Silva],
Lisboa, Edições 70, 1996, p.74.
651 Idem, Ibidem, p.73. Esse princípio é visto, por exemplo, na célebre frase
do sumo sacerdote Caifás: “nos convém que um homem morra pelo povo, e
não que pereça toda a nação” (Jo 11.50).
652 Cf. BURKERT, Walter. Op.Cit., p.82.
653 GIRARD, René. O Bode Expiatório, p.228.
338
SA+ANÁS, DEmêNieS £ LEGIé
c) A Figura do Xamã
342
SA + ANÁS, DEffi®Nl®S £ LEGIî
d) Conclusão
Ele continua:
g) Conclusão
b) O Endemoninhado (A Rússia)
e) Conclusão
a) Aspectos Políticos
Segundo Myers, a indicação geográfica de Gerasa como
palco dos acontecimentos desencadeados em Mc 5.1-20, pode se
dever ao fato de que Marcos quisesse estabelecer “o outro lado
do mar” como espaço sociossimbólico gentílico. Mais
adiante, ele vai dizer que “a escolha de Marcos da ‘região dos
gerasenos’ como local do confronto simbólico com as ‘legiões’
assume sentido novo e especificamente político”. Não
devemos nos esquecer de que este relato se desenvolve na
Decápolis, uma região que estava debaixo do domínio
romano.690 Warren Carter, comentando a passagem paralela de
Mt 8.28-34, diz o seguinte:
Com endemoninhados, tumbas e porcos caindo do mar, a
cena é como uma sátira ou caricatura política, que zomba das
b) Aspectos Sociais
possuído por aquilo que assola toda sua coletividade”. (Cf. HERMANS,
Michel & SAUVAGE, Pierre, (orgs.). Bíblia e Medicina. [Tradução de Paula
S. R. C. Silva]. São Paulo, Edições Loyola, 2007, p.68).
700 THEISSEN, Gerd. The Miracle Stories of the Early Christian Tradition.
T. Clark, London, 1983, p.256. Apud: MYERS, Ched. Op.Cit., p.241.
361
CARLOS AUGUS + © VAILA + +I
c) Aspectos Militares
702
XIBERRAS, Martine. As Teorias da Exclusão. [Tradução de José Gabriel
Rego], Lisboa, Instituto Piaget, 1996, p.33.
363
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
d) Aspectos Econômicos
Ao examinarmos a nossa passagem, como inclusive já
notamos antes, não podemos deixar de enfatizar que a queda da
manada de porcos do despenhadeiro indica uma grande perda
econômica para os donos desses porcos. Os porcos eram uma
fonte de alimento e renda, devido às vendas dos mesmos e às
taxas cobradas sobre sua comercialização.705 De acordo com
Mateos e Camacho, “a grande manada, de alto valor econômico,
representa o poder do dinheiro”.706 Conseqüentemente, o pedido
feito para que Jesus abandone o território geraseno, encontra
explicação no fato de que “para a sociedade pagã, o dinheiro e o
poder valem mais que o homem”.707708 Dito de outra forma, o
exorcismo feito por Jesus também teve implicações econômicas
para Gerasa, isto é, o sistema econômico geraseno que, naquela
época, tinha a sua força proveniente também (ou principalmente
- devido à quantidade de porcos) da suinocultura, viu-se
arruinado mediante a ação libertadora promulgada por Jesus.
e) Aspectos Ideológicos
f) Conclusão
a) Freud Explica
712
(1856-1939) sobre o demônio e a possessão demoníaca.
Embora Freud não comente o nosso texto particularmente,
todavia, em seu conhecido trabalho, Uma Neurose Demoníaca
do Século XVII, ele faz alguns comentários bem pertinentes ao
nosso estudo em questão. Portanto, vejamos o que Freud nos diz
sobre estes assuntos:
c) Conclusão
Ao concluir esta breve análise sobre a interpretação
psicológica referente ao endemoninhado geraseno eu diria que,
embora a interpretação de Freud e de seus seguidores esteja
correta sob diversos aspectos, todavia, creio que tal
psicologismo falhe por não levar em consideração o elemento
“espírito”, componente este indissociável da constituição
humana. Em outras palavras, essa interpretação unilateralmente*
733
WAGNER, C. Peter. Op.Cit., p.81. O acréscimo entre colchetes é meu.
734 STERK, Vernon J., in: WAGNER, C. Peter. Espíritos Territoriais, p.205.
378
SA+ANÁS, DEFTI®NI®S £ LEGIî
739
Idem, Ibidem, p.201. Em seu trabalho de pesquisa intitulado: Espíritos
Territoriais e Evangelização em Ambientes Hostis, Sterk cita Peter Wagner,
ao dizer que: “Satanás delega membros elevados da hierarquia dos espíritos
malignos a fim de controlar nações, regiões, cidades, tribos, grupos
populacionais, bairros e outras significativas teias sociais de seres humanos
pelo mundo todo. Sua incumbência principal é impedir que Deus seja
glorificado no território deles; e assim fazem dirigindo as atividades dos
demônios de patente inferior”. (Cf. Idem, Ibidem, p.208).
381
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + 1
Além disso, deve ser dito que é Varuna que detém o poder
mágico de amarrar os homens à distância e desamarrá-los. Ele é
representado com uma corda na mão e, nas cerimônias, tudo o
que amarra, a começar pelos nós, é chamado de varuniano.746
Varuna, por ser o dominador do universo, castiga aqueles que
desobedecem à lei “amarrando-os” (isto é, através da doença, da
impotência), pois ele é o guardião da ordem universal.747
Todavia, pelo fato deste deus também ser identificado com a
lua, tal aspecto “noturno” abriu o caminho para a sua
identificação com o demônio Vrtra, que, por sua vez, também é
visto no plano cósmico como um “amarrador”.748 É digno de
nota esse traço bipolar encontrado nesta divindade. Varuna é, na
verdade, um deus que possui traços ambivalentes, pois ele traz
consigo elementos demoníacos os quais coexistem com seus
outros elementos, divinos. E em tudo isso, sobressai a sua
característica como “deus amarrador”.
749
Idem, Ibidem, pp.89,90.
750 DUMÉZIL, Georges. Mithes et dieux des germains. Paris, 1939, pp.21ss.
Apud: ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos, p.90.
751 -
DUMEZIL, Georges. Flamen-Brahman. Paris, 1935, pp.34ss. Apud:
ELIADE, Mircea. Imagens e Simbolos, p.90.
75?
Aqui, Dumézil cita Plutarco {Romulus, 26). Cf. DUMEZIL, Georges.
Mitra-Varuna. Paris, 1940, p.72. Apud: ELIADE, Mircea. Imagens e
Símbolos, pp.90,91. Chouraqui fala sobre a existência de um feiticeiro
chamado em hebraico, hober habarim, o fazedor de nós, o qual, por meio de
sua arte hipnótica, dissociava a personalidade de sua vítima para submetê-la à
sua vontade. (Cf. CHOURAQUI, André. Os Homens da Bíblia. [Tradução de
Eduardo Brandão]. São Paulo, Companhia das Letras / Círculo do Livro,
1990, p. 160).
753 ELIADE, Mircea. Op.Czí., pp. 100,101.
386
SA+ANÁS, DEIT1©NI©S E LEGIé
762
Tal concepção de Jesus como “Deus-Homem Amarrador” pode ser
também vista, aliás, de forma até mais pronunciada, principaimente na
passagem de Mc 3.20-30. Estevan Kirschner, ao comentar o v.27 dessa
passagem, cita a opinião de Robinson, que vê neste exorcismo e em todos os
demais encontrados em Marcos, a descrição de uma “Luta Cósmica” entre
Deus e as forças do mal. (Cf. ROBINSON, J.M. The Problem of History in
Mark. London, SCM Press, 1957, pp.81-90. Apud: KIRSCHNER, Estevan
Frederico. The Place of the Exorcism MotifMark’s Christology With Special
Reference to Mark 3.22-30. Dissertação de Doutorado, London, London
School of Theology, 1988, p.67).
389
CARL®S AUGUS+® VAILA + + I
d) Conclusão
Após estudarmos o interessante pensamento de Mircea
Eliade encontrado em O “Deus Amarrador” e o Simbolismo dos
Nós, podemos chegar a algumas conclusões. Primeira, a ideia
sobre divindades que “amarram” demônios ou homens não é
exclusiva do pensamento judaico-cristão; Segunda, há
referências a esta ideia do “Deus-Amarrador”, como, por
exemplo, a encontrada no poema babilônico Enuma Elish (cujo
relato pode ser datado até o segundo milênio a.C.),763 que são
mais antigas do que a tradição escrita de Israel (teriam
influenciado esta última?); Terceira, acredito que a gênese desse
conceito sobre o “Deus Amarrador” deva ser encontrada nos
primórdios da história humana, mais precisamente, nas relações
sociais conflituosas mais primitivas. Ou seja, tal conceito possui
um matiz sociológico-antropológico;764 Quarta, em Mc 3.27 //
Mt 12.29, por exemplo, o verbo õéco, “amarrar”, aparece ligado à
metáfora de “amarrar o homem forte”, sendo um termo que está
3.9. Conclusão
A análise hermenêutica de Mc 5.1-20, feita por oito
ângulos diferentes, isto é, oito variadas perspectivas (e ainda
poderiamos acrescentar outras!), nos mostrou que nossa
perícope é extremamente rica em seus múltiplos significados.
Este inigualável relato de exorcismo, que pôde ser abordado
desde o ponto de vista alegórico-apologético dos pais da igreja
até o ponto de vista mágico-religioso de Mircea Eliade, mostra-
nos, por meio de sua multifacetada forma, que estamos diante de
um texto cujas interpretações dadas podem ser inesgotáveis. A
forma peculiar pela qual cada um destes autores abordou nossa
perícope, ainda demonstrou, a meu ver, de maneira muito
convincente, que Mc 5.1-20 ainda continuará a ser alvo de
muitas pesquisas e de controversas opiniões. Será que este
magnífico texto, algum dia, ainda será decifrado
satisfatoriamente? Tenho minhas dúvidas.
392
CAPÍTUL® IV
ANÁLISE HIS + ÓRICA DE mC S.I-20
CARL®S AUGUS + ® VAUA + + I
394
SA + ANÁS, DEmêNieS £ LEGIé
396
SA+ANÁS, DEIT1©NI©S E LEGIé
FREEDMAN, David Noel. (ed.). ABD. Vol.II. [D-G], p.991. Cf. ainda:
AHARONI, Yohanan. The Land of the Bible: a historical geography.
[Translated From Hebrew and Edited by A. F. Rainey], Philadelphia, The
Westminster Press, 1979, p. 159.
775 DOUGLAS, J. D. (ed.). NBD. Grand Rapids, WM. B. Eerdmans
Publishing Company, 1979, p.463.
776 BRUIN, Paul e MAYER, Fred. La Terra Santa, p.140
399
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
e) Conclusão
As informações acima coletadas serviram para nos mostrar
que a cidade onde ocorreu o milagre narrado em Mc 5.1-20, isto
é, Gerasa, foi uma importante cidade greco-romana do I século
d.C. Sua magnífica arquitetura e urbanização, seu desenvolvido
comércio, sua rica cultura e, sobretudo, sua expressiva
religiosidade, demonstram claramente que o exorcismo ímpar ali
realizado por Jesus serviu, sem dúvida alguma, como base para
o surgimento de várias igrejas cristãs em séculos posteriores.
Vejo, portanto, no relato sobre o endemoninhado geraseno, um
relato cujos traços tiveram uma extensão notoriamente
missionária.
a) Ocorrências do Termo
As mais antigas atestações do termo Decápolis podem ser
encontradas provavelmente nos Evangelhos sinóticos. Em Mc
5.20, Jesus, tendo ido para o outro lado do lago Tiberíades,
curou um homem possuído que, de acordo com as suas
instruções, seguiu seu caminho proclamando na Decápolis o que
Jesus tinha feito por ele. Em Mc 7.31, Jesus, tendo partido dos
terrirórios de Tiro e Sidon, alcançou o lago Tiberíades passando
através da Decápolis. Em Mt 4.25 é especificado que as
783
De acordo com Gehman, as dez cidades incluíam originalmente:
Citópolis (Beth-Shean), Hipos, Damasco, Gadara, Rafana, Canata, Pela,
Dion, Gerasa e Filadélfia (Raba-Amon). (Cf. GEHMAN, Henry Snyder,
(ed.). NWDB. Philadelphia, The Westminster Press, 1970, p.219).
784 FREEDMAN, David Noel. Op.Cit., p.l 16.
403
CARLOS AUGUS + © VAILA + + I
406
SA+ANÁS, DEffi©NI©S E LEGIé
f) O Fim de Decápolis
A anexação da Nabatéia e a criação da província da Arábia
por Trajano (106 A.D.) ocasionaram o fim da Decápolis. A
região administrativa com este nome não mais existia. As
cidades que tinham sido parte dela, agora se encontravam
distribuídas entre as províncias vizinhas. Filadélfia e Gerasa
foram incluídas na nova província da Arábia. Muitas
modificações das províncias limítrofes durante o II e III séculos
poderíam ocasionar a anexação das outras cidades da Decápolis
às províncias da Arábia ou da Palestina. Desde o início do II
século d.C., nos títulos oficiais de numerosas cidades da
413
CARL®S AUGUS+® VAILA + + I
g) Conclusão
Ao concluir esta sucinta história sobre a Decápolis,
chama-nos a atenção o fato de que o uso do termo “Decápolis”
no Evangelho de Marcos pode ser a primeira referência feita a
essa localidade na literatura antiga. Além disso, parece-nos
também que o elemento central dessa espantosa história de
exorcismo, narrada em Mc 5.1-20, é que as boas novas do Reino
de Deus ultrapassam as fronteiras do território da Palestina, indo
'70'2 .
até um território pagão. Dito de outra forma, o conhecimento
sobre o Deus de Israel não é algo que está reduzido somente aos
judeus. Sendo assim, o Deus “de Israel” não é sua propriedade
exclusiva, pois ele também é Deus dos gentios.
KITTEL, Gerhard, (ed.). TDNT. Vol. IV. [A- N], Grand Rapids, WM. B.
Eerdmans Publishing Company, 1999, p.68.
796 HASTINGS, James. DB. Vol.3. Peabody, Hendrickson Publishers, 1988,
p.94. Todavia, Eitrem sugere que o nome bíblico “legião”, sendo entendido
como o exército militar romano, pode encontrar apoio nos Papiros Mágicos
Gregos, como, por exemplo, em: PMG XXII.b.35; XXXV. 15. (Cf. EITREM,
S. Some Notes on Demonology in the New Testament. Symbolae Osloenses,
Suppl.20; 2nd ed.; Oslo, 1966, p.71. Apud: TOORN, Karel Van Der,
BECKING, Bob & HORST, Pieter W. Van Der. (eds.). DDDB. Grand
Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing Company / Cambridge, Brill
Academic Publishers, 1999, p.508).
797
Este gráfico hierárquico-militar está baseado no “Apêndice F” de:
DANDO-COLLINS, Stephen. A Legião de César: a saga épica da décima
legião da elite de Júlio César e dos exércitos de Roma. [Tradução de Silvia
Sarzana].São Paulo, Madras, 2006, pp.307,308. Para saber mais sobre a
estrutura militar das legiões, veja: LÍVIO, Tito. História de Roma. Vol.6.
417
CARLOS AUGUS + ffi VA1LA + +I
418
SA + ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
treinamento,
administração e
registro de uma
unidade.
Decurião. Oficial da
cavalaria,
comandando um
esquadrão de
Segundo-Tenente
Decurio
cavalaria da legião.
Havia vários graus,
baseados no tempo
de serviço.
Centurião. Oficial
que comandava uma
centúria, uma
manipla e uma
coorte. Cada legião
tinha 60 deles
(incluindo seis primi
Centurio ordines). Onze Primeiro-T entente
graus, incluindo
primi ordines e
primus pilus. A
senioridade
geralmente era
determinada pelo
tempo de serviço.
Os seis centuriões
mais velhos de uma
Primi Ordines legião, todos serviam Capitão
na primeira coorte
dupla.
Literalmente, o
Primus Pilus “primeiro lanceiro”, Capitão
o centurião mais
419
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
velho da legião; um
dos primi ordines.
Prefeito do
acampamento. Um
antigo centurião, o
terceiro-em-
comando de uma
Praefectus
legião, o responsável Major
Castrorium
pelas provisões e o
oficial encarregado
dos maiores
destacamentos
separados da legião.
Tribuno da fita fina;
um oficial do estafe,
Tribimus servindo por um
Tenente-Coronel
Angusticlavius período de seis
meses como cadete
oficial.
Camandante de um
Navarchus navio de guerra da Capitão Naval
marinha romana.
Comandante de uma
Proefectus coorte ou ala Coronel
auxiliar.
Tribuno da fita larga,
Tribunus segundo-em-
Coronel
Laticlavius comando de uma
legião.
Um dos dois
comandantes da
Proefectus Guarda Pretoriana,
Coronel
Proetoria de mesmo posto.
Enquanto,
nominalmente, os
420
SA+ANÁS, DEmÔNieS E LEGIé
prefeitos da guarda
sustentavam o posto
de coronel, alguns
surgiam das fileiras e
eram antigos
centuriões, enquanto
outros eram ex-
generais e em várias
ocasiões
comandavam
exércitos de campo.
Comandante de um
esquadrão ou de uma
frota da marinha
romana.
Freqüentemente, um
Proefectus Classis antigo general ou um Almirante
general ainda em
serviço,
ocasionalmente um
liberto sem qualquer
experiência militar.
Legado da legião.
General-de-
Legatus Legionis Comandante da
Brigada
legião.
Um pretor era um
magistrado sênior
em Roma. Antigos
pretores
Proetor / propretores - podiam
Major-General
Proproetor governar pequenas
províncias e
comandar uma
legião e exércitos no
campo.
421
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
Um cônsul era o
oficial de patente
mais elevada em
Roma depois do
imperador. Os dois
cônsules do ano
compartilhavam a
presidência do
Senado e davam seus
nomes ao ano.
Antigos cônsules, os
procônsules, podiam
Cônsul / Procônsul Tenente-General
receber o governo de
províncias mais
importantes,
comandando todas as
forças militares de
suas províncias. Os
exércitos de campo
romanos eram
normalmente
comandados pelos
homens de patente
consular.
422
SA + ANÁS, DEmêNieS E LEGIé
7QQ
cavalo). Além disso, será que esta hierarquia romana dentro
da qual as “legiões” de soldados estavam inseridas e cujo
superior hierárquico maior, o imperador romano, não pode
significar, no contexto de Mc 5.1-20, que o termo “legião”
também traz consigo o sentido de uma hierarquia maligna, em
cujo topo se encontra Satanás? Vejo tal hipótese como bastante
provável. Seja como for, sem dúvida alguma, tal contingente
belicoso, devido ao seu enorme poder destrutivo, só poderia ser
comparado a uma “legião” de demônios.
803
Idem, Ibidem, p.23. Para obter maiores informações sobre os gladiadores,
veja: GARRAFFONI, Renata Senna. Gladiadores na Roma Antiga: dos
combates às paixões cotidianas. São Paulo, Annablume / Fapesp, 2005.
804 MONTESQUIEU. Op.Cit., p.22. De acordo com Brook e Gwyther, a Pax
Romana era uma “paz” construída sobre a conquista militar: “O ‘altar da paz
de Augusto’ localizava-se na colina de Marte, deus da guerra. Moedas
cunhadas sob Augusto ligavam o Primeiro cidadão armado e protegido com
armadura com Pax, a deusa da paz, que pisava nas armas de inimigos
subjugados, e com Vitória, a deusa da conquista, que pisava no próprio
globo”. (Cf. BROOK, Wes Howard & GWYTHER, Anthony.
Desmascarando o Imperialismo: interpretação do Apocalipse ontem e hoje.
[Tradução de Barbara Theoto Lambert], São Paulo, Paulus, 2003, p.270).
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Vol. 3. [Tradução de Vicente
Pedroso]. Rio de Janeiro, CPAD, 1992, p.64.
426
SA+ANÁS, DEITI®NI®S E LEGIî
Guerras Judaicas, Livro II, XXVIII, 196. Cf. JOSEFO, Flávio. História
dos Hebreus. Vol. 3. [Tradução de Vicente Pedroso], Rio de Janeiro, CPAD,
1992, pp.71-74.
ono
Guerras Judaicas, Livro II, XXIX, 197. Cf. JOSEFO, Flávio. História
dos Hebreus. Vol. 3, p.75.
428
SA+ANÁS, DEIT1©NI©S £ LEGIé
01 Guerras Judaicas, Livro III, VIII, 244; IX, 245. Cf. JOSEFO, Flávio.
Op.Cit., p.94.
812
Baseio-me aqui principalmente em: GOODMAN, Martin. A Classe
Dirigente da Judéia: as origens da revolta judaica contra Roma, 66-70 d.C.
[Tradução de Alexandre Lissovsky e Elisabeth Lissovsky], Rio de Janeiro,
Editora Imago, 1994, pp. 15-17; DANDO-COLLINS, Stephen. A Legião de
César: a saga épica da décima legião da elite de Júlio César e dos exércitos
de Roma. [Tradução de Sílvia Sarzana], São Paulo, Madras, 2006, pp.239-
277; SAULNIER, Christiane & ROLLAND, Bernard. A Palestina no Tempo
de Jesus. [Tradução de José Raimundo Vidigal]. São Paulo, Paulus, 1983,
pp.89-94; HORSLEY, Richard A. & HANSON, John S. Bandidos, Profetas e
Messias: movimentos populares nos tempos de Jesus. [Tradução de Edwino
Aloysius Royer]. São Paulo, Paulus, 1995, pp.43-56; DUBNOW, Simon.
430
SA + ANÁS, DE1T1®NI®S E LEGIî
817 r
DANDO-COLLINS, Stephen. A Legião de César: a saga épica da
décima legião da elite de Júlio César e dos exércitos de Roma, p.259.
818 Idem, Ibidem, p.259.
Idem, Ibidem, p.260.
435
CARLOS AUGUS + ® VAILA + +I
executar alguns prisioneiros de guerra, sendo que ele não era tão
bondoso assim. Seja como for, parece-nos que a versão de
Tácito merece maior consideração. Após o término do
conselho de guerra, Tito então deu ordens aos seus legionários
para que o portão de Jerusalém, que já havia sido queimado,
fosse atacado. Isso abriu caminho para o avanço dos bate-
estacas, machados e espadas, antes dos legionários entrarem no
Santuário. Segundo Josefo, um soldado romano arremessou um
ferro em brasa em direção ao Santuário, o que rapidamente o
incendiou. Tito foi chamado a tempo de ver o Santuário em
chamas. Josefo prossegue, dizendo que Tito deu ordens para que
as legiões romanas apagassem o fogo, mas, devido ao barulho e
à confusão existentes, ou a sua ordem não foi ouvida ou,
provavelmente, muitos legionários incendiaram deliberadamente
ainda mais o local, determinados a verem o lugar que lhes tinha
causado tantos prejuízos, por tanto tempo, transformar-se em
cinzas. Ao mesmo tempo em que os judeus tentavam apagar o
fogo, os legionários romanos, por outro lado, expulsavam-nos
do Santuário. Tito e sua guarda pessoal, formada por fortes
lanceiros caminharam em direção ao Santo dos Santos. Tito,
então, finalmente entrou no lugar mais sagrado dos judeus, local
este onde apenas o sumo sacerdote judeu tinha permissão para
pisar. No dia em que o Templo de Jerusalém foi derrubado, Tito
encontrou o “lugar da habitação de Deus” vazio, pois a arca da
aliança não estava mais lá. Já no passado, outro grande general
romano, Pompeu, o Grande, havia conseguido atacar o Templo
de Jerusalém e entrar nele, em 63 a.C., durante a sua conquista
do Oriente, com o auxílio, dentre outras, da Ia e 2a legiões.
Pompeu também entrara pessoalmente no Santo dos Santos, o
lugar mais sagrado do Templo. Mas ele o havia deixado intacto
naquela ocasião. Agora, porém, com o incêndio consumindo
° ° Guerras Judaicas, Livro VI, XLV, 498. Cf. JOSEFO, Flávio. História
dos Hebreus. Vol. 3,p.l90.
439
CARL®S AUGUS+® VAILA + + 1
oon
DANDO-COLLINS, Stephen. A Legião de César: a saga épica da
décima legião da elite de Júlio César e dos exércitos de Roma, v>.TTl.
831
Idem, Ibidem, p.306. Segundo W. Keller, “até hoje jardineiros e
lavradores continuam encontrando na terra, de vez em quando, pequenos
quadrados de barro com o número da [X] legião e os emblemas da galera e
do javali”. (Cf. KELLER, Werner. E a Bíblia Tinha Razão... [Tradução do
texto de João Távora e tradução das atualizações de Trude Von Laschan
Solstein Ameitz], São Paulo, Melhoramentos, 1995, p.404). O Oxford Bible
Atlas mostra uma parte (pois está fragmentada) de uma esteia comemorativa
encontrada próxima ao portão de Jafa em Jerusalém, trazendo o nome da
Décima Legião (LEG[IO] X FR[ETENSIS]). Apesar desta pedra datar de
cerca de 200 A.D., a Décima Legião tinha uma longa associação com a
Palestina e serviu ali entre 66-70 A.D. (Cf. MAY, Herbert G. (ed.). OBA.
Oxford, Oxford University Press, 1981, p.l 17). J. A. Thompson fala sobre a
descoberta de vários ladrilhos com a estampa da Legio X Fretensis,
encontrados entre os anos de 1969-70 em escavações feitas em Israel. (Cf.
THOMPSON, J. A. A Bíblia e a Arqueologia. [Tradução de Neyd Siqueira],
São Paulo, Vida Cristã, 2007, p.396). Este mesmo autor ainda menciona uma
inscrição que pode ser vista ainda hoje no Museu de Jerusalém, na qual se lê:
“D M L MAGNIUS FELIX, MIL LEG X FRET, B TRIB MIL ANN XVIII
VIX XXXIX”. A tradução diz o seguinte: “Consagrado à memória de L.
Magnius Felix, um soldado da Décima Legião, a Fretensis, que estava sob a
ordem do tribuno, o qual serviu dezoito anos, e morreu com a idade de trinta
e nove”. (Cf. THOMPSON, J. A. Archaeology. Grand Rapids, WM. B.
Eerdmans Publishing Company, 1959, p.39). Albright também menciona
outros achados arqueológicos referentes à Legio X Fretensis em Jerusalém.
442
SA+ANÁS, DEffi®NI©S E LEGIé
Josefo Mc 5.1-20
1. 0 combate naval se passa
1. 0 Exorcismo ocorre nas
no Lago de Genesaré, outro
proximidades do Mar da
nome dado para o “Mar da
Galiléia (Mc 5.1);
Galiléia”;
2. No combate naval, os 2. No relato de exorcismo, os
legionários romanos estão demônios se chamam legião
presentes; (Mc 5.9,15);
3. Os Judeus ferem aos 3. 0 endemoninhado geraseno
legionários romanos, se fere com pedras (Mc 5.5);
atirando-lhes pedras-,
4. Muitos judeus recebem 4. Os porcos, ao serem
golpes de espada na cabeça e possuídos pela “legião”, se
nas mãos, e morrem afogados precipitam do despenhadeiro e
no lago-, morrem afogados no mar (Mc
5.13);
5. Morrem cerca de 2.000
5. Morrem cerca de 6.500
porcos, os quais haviam sido
homens (somando as mortes
possuídos pela legião (Mc
no lago e em terra).
5.13).
832 Guerras Judaicas, Livro III, XXXVI, 284. Cf. JOSEFO, Flávio. História
dos Hebreus. Vol. 3, p. 111. Os acréscimos entre colchetes são meus.
444
SA + ANÁS, D£m©NI©S E LEGIî
835
Segundo o Testamento de José, XIX, 1: “(...) os egípcios vos perseguirão.
Mas (...) o Senhor estará convosco na luz, e Belial nas trevas, juntamente
com os egípcios”. (Cf. PROENÇA, Eduardo de. (org.). APEB, p.396).
O sumo-sacerdote Anano assim se refere aos zelotes: “esses demônios em
carne”. (Cf. Guerras Judaicas, Livro IV, XIII, 306. JOSEFO, Flávio.
História dos Hebreus. Vol. 3, p.l 19). Quanto ao próprio Josefo, ele os chama
de: “aqueles homens animados [isto é, influenciados] pelos demônios”. (Cf.
Guerras Judaicas, Livro IV, XXII, 326. Idem, Ibidem, p. 129).
837
PAGELS, Elaine. As Origens de Satanás: um estudo sobre o poder que
as forças irracionais exercem na sociedade moderna. [Tradução de Ruy
Jungmann], Rio de Janeiro, Ediouro, 1996, p.200.
838
Cf. PRIETO, Christine. Cristianismo e Paganismo: a pregação do
Evangelho no mundo greco-romano. [Tradução de Euclides Martins
Balancin], São Paulo, Paulus, 2007, p.120. A autora cita como referência:
Tertuliano, em sua obra Os espetáculos, 26,1-2, onde é relatada a história da
cristã que “contraiu” um demônio no teatro romano. (Cf. Idem, Ibidem, nota
32).
839
SHEDD, Russell. O Mundo, a Carne e o Diabo. São Paulo, Vida Nova,
1995, p.105. Cf. também: ARMSTRONG, Karen. Em Nome de Deus: o
fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. [Tradução de
Hildegard Feist]. São Paulo, Companhia das Letras, 2001, pp. 105, 336, 337.
L. Link, ao fazer uma breve reflexão sobre o recurso da demonização do
outro empregado no âmbito político, diz que “o Diabo é um modo de macular
qualquer um que discorde dos que estão no poder”. (Cf. LINK, Luther. O
447
CARLOS AUGUS + ® VAILA + + I
Diabo: a máscara sem rosto. [Tradução de Laura Teixeira Motta]. São Paulo,
Companhia das Letras, 1998, p.70).
840 SHEDD, Russell. O Mundo, a Carne e o Diabo, p. 105.
841
Durante a 61a assembléia geral da ONU, Chávez, se referindo a Bush,
declarou: “Ontem o demônio esteve aqui e esse lugar cheira a enxofre”.
(Disponível em: http://bahcaroco.blogspot.com/2006/09/hugo-chvez-chama-
bush-de-demnio-e.html. Acessado em: 03/08/2009).
847
Disponível em: http://gl.globo.com/Noticias/Mundo/0„MUL190924-
5602,00.html. Acessado em: 03/08/2009.
843
Disponível em: http://www.eleicao.info/content/view/546/3/ . Acessado
em: 03/08/2009.
448
SA + ANÁS, DElTlêNIffiS E LEGIî
844
PAGELS, Elaine. As Origens de Satanás: um estudo sobre o poder que
as forças irracionais exercem na sociedade moderna, p.17. Os acréscimos
entre colchetes são meus.
845
PAGELS, Elaine. As Origens de Satanás: um estudo sobre o poder que
as forças irracionais exercem na sociedade moderna, p. 18.
449
CARL®S AUGUS + ® VAILA + + I
Nós Os Outros
Somos judeus, o povo eleito São gentios, um povo que é
de Deus. possuído pelo demônio.
Vivemos na Terra Santa de Vivem na terra idólatra de
Israel. Gerasa.
Vivem em meio a uma
Obedecemos as nossas regras impureza total', terra impura,
de pureza. sepulcros impuros, espírito
impuro, porcos impuros.
Desfrutamos a presença do São perturbados pela presença
nosso Deus. dos veiAS' demônios.
São os próprios demônios
Vencemos os demônios pelo
(neste caso, a Legião Romana
poder de Jesus.
é demonizada).
Resultado = “Nós Somos o Resultado = “Os Outros São
Povo de Deus”. os Inimigos de Deus e os
Nossos Inimigos”.
h) Conclusão
848
Segundo Gnilka: “Tem sido assinalado que as guerras, a opressão e a
miséria são capazes de intensificar e produzir nas pessoas simples o temor
dos demônios. A crença nos demônios se compreende então como uma
crença causada por sentimentos de temor e de solidão, de abandono e de
452
SA+ANÁS, D£ffi®NI©S Ê LEGIî
4.4. Conclusão
efetuada por Jesus. Tal fato nos mostra que o Evangelho não
conhece fronteiras geográficas ou barreiras culturais. Onde as
pessoas estiverem, aí haverá sempre um ambiente propício para
anunciar “o que o Senhor tem feito”. Por fim, não devemos nos
esquecer da legião romana. Os temíveis soldados daquele
respeitado e antigo exército foram os responsáveis por
“perturbar os ânimos” dos povos e infundir-lhes um crescente
sentimento de ódio. Esses detestados legionários romanos,
devido principalmente às suas práticas cruéis nos campos de
batalha, acabaram adquirindo a fama de “demoníacos” diante de
seus adversários. Enfim, esse tipo de “eixo histórico” formado
pela tríade Gerasa-Decápolis-Legião, compõe o pano-de-fundo
por trás do qual o fabuloso exorcismo de Mc 5.1-20 aconteceu.
454
CONCJ.USî
CARL©S AUGUS+® VAILA + + I
456
SA+ANÁS, DEIT1©NI©S Ê LEGIé
CONCLUSÃO FINAL
458
SA+ANÁS, D£m©NI©S E LEGIî
460
SA+ANÁS, D£m©NI®S E LEGIé
BIBLIOGRAFIA
461
CARLOS AUGUS + ® VA1LA + +I
462
SA+ANÁS, DEIT1®N1©S E LEGIé
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CARL©S AUGUS + ffi VAILA + +I
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SA + ANÁS, DEFTlêNieS E LEGIé
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CARLffiS AUGUS + © VAILA + +I
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