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A DOUTRINA
DA
TRINDADE
EXPLICADA E
DEFENDIDA
BRUNO SUNKEY
2021
2
Sumário
PREFÁCIO .....................................................................................................................................5
1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DOUTRINA DA TRINDADE .............................................................6
1.1 CONCEITOS TRINITÁRIOS ....................................................................................................6
1.1.2 Pessoa .........................................................................................................................7
1.1.3 Filiação Eterna do Filho e Procedência do Espírito ......................................................7
1.1.4 Subordinação Econômica ............................................................................................8
1.2 UNIDADE DE DEUS..............................................................................................................8
1.3 A DEIDADE ABSOLUTA DAS PESSOAS DIVINAS ...................................................................9
1.3.1 DEUS PAI ......................................................................................................................9
1.3.2 DEUS FILHO ...............................................................................................................10
1.3.4 DEUS ESPÍRITO SANTO...............................................................................................11
1.4 TÍTULOS DIVINOS..............................................................................................................11
1.4.1 DEUS ..........................................................................................................................11
1.4.2 SENHOR .....................................................................................................................12
1.5 A FÉ TRINITARIANA NO NOVO TESTAMENTO ...................................................................13
2. VERSÍCULOS BÍBLICOS QUE SUSTENTAM A DOUTRINA DA TRINDADE ...................................15
2. 1 Gênesis 1.26: ...............................................................................................................15
2.2 Deuteronômio 6.4: ...........................................................................................................15
2.3 João 1.1: ...........................................................................................................................16
2.4 João 8.58: .........................................................................................................................17
2.5 João 1.18: .........................................................................................................................17
2.6 João 15.26: .......................................................................................................................18
2.7 Mateus 28.19: ..................................................................................................................18
3. A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO .................................................................................22
3.1 UNIDADE DE DEUS............................................................................................................22
3.2 TRINDADE DE DEUS ..........................................................................................................23
4. JESUS CRISTO: O SENHOR JEOVÁ DO NOVO TESTAMENTO ....................................................27
5. ESBOÇO DO DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DOUTRINA DA TRINDADE .........................30
6. ARGUMENTOS ATANASIANOS E VITORINOS A FAVOR DA TRINDADE ....................................36
6.1 ARGUMENTOS ATANASIANOS ..........................................................................................36
6.1.1 ARGUMENTO METAFÍSICO ........................................................................................36
6.1.2 ARGUMENTO SOTERIOLÓGICO .................................................................................36
6.1.3 ARGUMENTO REVELACIONAL....................................................................................36
3
PREFÁCIO
Deus e uma trindade na Sua subsistência. Essa dedução é baseada em três pressupostos
Romanos3.30; Tiago 2.19); (ii) Deidade: A deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo
subsistencial real entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (João8.17-18; Atos7.55; João
14.26; Mateus 3.16,17; 12.31-32). Outros conceitos também são importantes para
compreender a doutrina:
Se refere ao conjunto dos atributos essenciais do ser de Deus, isto é, aquilo que Deus
racionalidade dentre outras perfeições. Essa natureza é indivisível, isto é, não pode
ser dividida entre três pessoas. A Bíblia fala da natureza divina em 1 Pedro 1.4 para dizer
que os salvos participam nos atributos comunicáveis de Deus, e Paulo fala
sentido possessivo, para o fato de que Cristo reúne em Sua natureza os atributos essenciais
da deidade.
7
1.1.2 Pessoa
ter cuidado, portanto, para não confundir o termo pessoa com a ideia de indivíduo em
separado. Deus existe como um único Indivíduo, mas subsiste em três Pessoas
(Subsistentias) distintas. O termo "pessoa", portanto, se refere aos três modos ou formas
Filho estava para com (en pros ton) o Deus, com destaque para a distinção “o Deus” (ton
Theon) com "Deus" (Theos) – João 1.1, a possibilidade de cometer pecado contra uma
das pessoas somente (Mateus 12.32) e a apresentação da relação entre Jesus e o Pai como
duas pessoas distintas (João 8.17-18; Atos 7.55). Essa distinção, fique claro, não é modal,
formal ou meramente aparente e econômica, mas real. Porém não é uma distinção de
Jesus é chamado nas Escrituras de o Filho Unigênito (João 1.18) e Ele mesmo
afirmou que Seu Pai: “concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. ” (João 5.26). Ainda
Colossenses 1.19 diz: “foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele
habitasse”. (Embora a palavra “Pai” seja apenas subtendida nesse texto). A geração do
Filho é um ato eterno, isto é, acontece fora do tempo. Deus, o Pai gera eternamente a
Pessoa (Subsistência) do Filho, mas não a essência. Portanto, o Pai é a base para gerar
uma segunda pessoa e fazer habitar nessa pessoa a essência divina completa. Pode-se
dizer que o Pai é “o Princípio” do Filho e que Ele concedeu ao seu Filho ter a vida inerente
8
a Ele mesmo. Como essa geração é eterna e em relação a subsistentia, ela não implica
Espírito Santo, entendemos que Ele procede do Pai e do Filho (João15.26). O Espírito
Santo é, portanto, um “Dom comum” de ambos, ele sai do Pai não como gerado, mas
como Dom.
A subordinação do Filho ao Pai é evidenciada pelo fato de que Jesus chama o Pai de
Deus, mas o Pai nunca chama o Filho de seu Deus (João 20:17; Apocalipse 3:12; Mateus
27:46; Marcos 15:34), as Escrituras afirmam que o Pai é maior que o Filho (Mateus 20.23;
João 14.28; 1 Coríntios 11.3; 15.24-28), e descreve o Filho como Servo do Pai (Zacarias
3.8; Mateus 12.18; Lucas 22.42; João 4.34; 5.30. 6.38; 8.29). Também, em referência
Espírito Santo também é menor que o Pai e o Filho, isso fica claro em João 16.13-15:
“Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si
mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. Tudo o que pertence ao Pai
é meu. Por isso eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o tornará conhecido a
vocês. ” Não obstante, deve-se tomar cautela para não confundir essa
As pessoas divinas são claramente descritas como o Único. O Pai é o Único (João
17.3), o Filho é o Único (1 Coríntios8.6; Judas 1.4; Mateus 23.8, 10) e também o Espírito
Santo (Efésios 4.4). Essa unidade não é composta, mas absoluta e simples.
A unidade de Deus não pode ser dividida, separada ou repartida em três. Isso é
importante, pois não existe ninguém que seja parte de uma Trindade, nem há qualquer
existem três seres em Deus, antes Deus é um só Indivíduo. Sua natureza, também, é
absolutamente simples, sendo impossível ver nela outra coisa que não seja o uno. Ela não
pode ser repartida entre três pessoas, nem pode abrigar em seu seio três substâncias, não
pode haver na natureza divina nada que não seja a unicidade absoluta da divindade. Assim
Ainda, Deus é o Único Ser absoluto que existe. Não existem outros “deuses” com Ele,
nem mesmo “divindades menores”: “ Vejam agora que eu sou o único, eu mesmo. Não
há deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e curarei, e ninguém é capaz de livrar-
Senhor, "e meu servo, a quem escolhi, para que vocês saibam e creiam em mim e
entendam que eu sou Deus. Antes de mim nenhum deus se formou, nem haverá algum
depois de mim. ” (Isaías 43:10). “Pois mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu,
quer na terra, (como de fato há muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’), para nós, porém, há
um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor,
Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos. ” (1
Coríntios 8:5,6). Não se deve pensar nessa unidade como relativa ao contraste com os
ídolos, ou como uma espécie de "exclusividade superlativa", mas como uma realidade
metafísica absoluta.
As evidências para a deidade do Pai são apresentadas claramente nas Escrituras: “Para
nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos;
e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de
quem vivemos. ” (1 Coríntios 8:6). “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai. ” (Filipenses 2:11). “Bendito seja o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma
esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,” (1 Pedro
1:3).
A Bíblia também apresenta sólidas evidências para a deidade do Filho, tais como (i)
pela citação de Salmos 97.7 em Hebreus 1.6, pelo culto ao Cordeiro em Apocalipse 5.9-
14, pelo fato de se dirigir-lhe orações (2Corintios12.8-9) (iii) Destaque de Cristo como
de uma condição divina que lhe daria o direito de igualação funcional com o Pai
8.39) (vi) Ênfase em uma filiação divina em sentido único (João3.13, 16) (vii) Mudança
de "nascer" (genésthai) para "ser" (eimí) em João 8.58, aduzindo ao Eu Sou (Egó eimi ho
on) de Êxodo 3.14. Não pela identidade absoluta da construção, mas pelo significado do
Existente (veja: Deuteronômio 32.39; Isaías 41.4; 43.10,13; 46.4; 48.12; 52.6) e (viii)
14; Apocalipse1.12-20). Mal entendidos quanto a natureza do Filho ocorrem quando (i)
confunde-se a geração do Filho pelo Pai com criação; (ii) a Subordinação econômica com
O Espírito Santo, especialmente em Atos é retratado como Pessoa divina (1.6; 13.2;
15.28; 20.28; 21.11; 28.25). Ênfase especial em sua presença como pessoa real em
Espírito Santo: ‘Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado’. ’’
(13.2) e “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das
(i) ignora-se a revelação progressiva de Deus, em que o Espírito Santo ocupa a última
no contexto veterotestamnetário; (ii) se comete uma falácia etimológica: por atribuir com
base nas palavras ruach e pneuma , impessoalidade ao Espírito divino; (iii) confusão
quanto a figura de linguagens: isso se dá quando se entende textos históricos literais sobre
o Espírito Santo como personificações e toma-se textos metafóricos como provas de sua
“derramar”, “ungir” e “encher”; (iv) cometer o erro de confundir teontologia divina com
natureza divina e (v) Confundir o Espírito Santo com o próprio Deus Pai, ignorando sua
posição como uma terceira pessoa nas fórmulas trinitarianas e a sua apresentação
humanos (2 Coríntios 4.4); (iii) representacional: para descrever as criaturas que recebem
autoridade de Deus para servirem como seus agentes representantes (Salmos 82.6) e (iv)
ontológico: para se referir ao único Ser que possui natureza divina (1 Coríntios 8.6).
sentido representacional e ontológico ao Filho, como aquele que é o agente que recebe
toda autoridade do Pai e aquele em quem habita a plena natureza Deus. Que o
construção ton Theón, kai Theós, que pela sequência das sentenças sugere uma unidade
de significado para “Deus” (João 1.1), por Cristo revelar-se como transcendendo o sentido
sentido representativo prestem adoração a Jesus (Salmos 97.7; Hebreus 1.6). O Espírito
Santo também é descrito como o Representante pessoal de Deus para a Igreja (Atos 5.3-
4).
1.4.2 SENHOR
posicional: para descrever a posição de dominação de uma pessoa. (ii) pronominal: usado
como um tratamento de respeito a uma pessoa importante e (iii) jeovístico: usado como
O nome Jeová é empregado várias vezes para falar de Deus, o Pai (Gênesis 15.2;
Isaías 12.2; 25.8; 61.1; Ezequiel 36.23; Amós 6.9). Jesus é chamado de Senhor no sentido
posicional (Atos 2.36), para falar da posição exaltada que o Pai lhe colocou após sua
humilhação voluntária na Terra, mas também em sentido jeovístico como “Jeová” que
criou por seu próprio poder o Universo (Hebreus 1.10 citando Salmos 102.25) e como o
e onde estiver o Espírito de Jeová ali há liberdade. E todos nós ao passo que com rostos
8.34; Filipenses 2.5-11; 1 Timóteo 3.16; 2 Timóteo 2.8; 1Pedro 3.18-22; 1 João 4.2-15).
filiação eterna entre Jesus e seu Pai (1Coríntios 8.6; 1 Timóteo 2.5-6; 6.13; 2 Timóteo
Mateus 28.19; Lucas 1.35; Lucas 3.21-22; Marcos 1.9-11; Lucas 4.1-12; João14.16-20;
FONTES:
http://bereianos.blogspot.com.br/2013/09/franklin-ferreira-vs-wayne-grudem.html
http://pontodevistacristao.weebly.com/o-messias-eacute-o-proacuteprio-deus.html
http://israelitas.com.br/estudos/estudosVer.php?id=19
http://mcapologetico.blogspot.com.br/2015/12/falacias-argumentativas-dos.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/No_princ%C3%ADpio_era_o_Verbo
http://brunosunkey.blogspot.com.br/2015/10/jesus-cristo-o-senhor-jeova.html
http://mcapologetico.blogspot.com.br/2012/07/50-textos-biblicos-no-nt-que-
ensinam.html
http://www.academia.edu/14492317/EXPOSI%C3%87%C3%83O_DA_DOUTRINA_
DA_TRINDADE
http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm
15
2. 1 Gênesis 1.26:
“Então disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de
toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão’.”
Logo no início das Escrituras encontramos uma descrição de Deus em termos plurais
de modo que o Criador deve ser tanto uma unidade quanto uma diversidade. O texto diz:
“E disse [singular - unidade] Deus [plural - diversidade]” (hebraico: wayyomer
Elohim) Façamos (naaseh) [plural] o homem [unidade - adam]
à nossa [plural] imagem (besalmenu) e à nossa [plural] semelhança (kiḏmuṯênu) “[1] e o
verso seguinte (v.27) diz: “E criou [singular] Deus [plural] o homem [unidade – ha
adam] à sua [singular] imagem (besalmow): macho (zakar) e fêmea
(uneqebah) [diversidade]”[2]. Desse modo, o texto faz um jogo entre singular (unidade)/
plural (diversidade), tanto em relação a Deus, quanto em relação ao homem criado
semelhante a Deus. Deus cria uma só espécie (humana) com dois sexos distintos (macho
e fêmea) a fim de refletir a unidade e a diversidade de Deus. Outras passagens
veterotestamentárias também usam nomes e verbos plurais para falar de Deus (Gênesis
3.22; 11.6,7; Jó 35.10; Salmos 149.2; Isaías 54.5; Eclesiastes 12.1; Provérbios 9.10; 30.3;
Josué 24.19). Em Isaías 6.3, 8 a apresentação de Deus em termos plurais aparece junto
com a adoração tríplice “Santo, Santo, Santo”.[3] Considerar essas construções como
plurais de majestade parece improvável pois se isso fosse assim deveríamos esperar
encontrar o uso de plurais de majestade no contexto das monarquias de Israel e de Judá[4].
1.17)[17] e por meio dele, Deus formou os tempos (“aionas” – Hebreus 1.2)[18]. O texto
não diz que o Filho veio a existir no Princípio, mas que Ele era (En arché en ho Logos).
O verbo “en - era” está no tempo imperfeito indicando uma ação contínua no passado,
assim a Palavra existia na “eternidade passada” [19]. A Palavra estava com o Deus de modo
que ela precisa ser outra Pessoa distinta que existe na eternidade com o Deus Pai. A
Palavra não pode ser o próprio Pai. Isso é confirmado pelo fato do Pai ser chamado de “o
Deus” (com artigo) e o Filho de “Deus” (sem artigo), o que insinua uma distinção entre
eles. Por outro lado, os vocábulos “Deus” e “o Deus” são usados lado a lado (ton Theón,
kai Theós[20]) sugerindo uma unidade semântica essencial: o Logos é Deus no mesmo
sentido em que o Pai é Deus, embora eles sejam duas pessoas distintas. Assim, o Filho é
eterno, atemporal e igualmente Deus com o Pai, embora seja outra Pessoa em relação ao
Pai.
Este versículo faz parte dos 50 padrões trinitários do Novo Testamento [29]. Eles são
importantes, não pelos simples fato de mostrar as três pessoas divinas juntas, mas porque
são padrões que geralmente aparecem associados com as obras da Divindade, como por
exemplo, a salvação (Efésios 1.3-14; 2.13-14; 1Pedro 1.2), a expiação (Hebreus 9.14), a
adoção (Gálatas 4.6) e a distribuição de dons espirituais (1 Coríntios 12.4-6). A bênção
apostólica, por exemplo, provavelmente tem como plano de fundo a tríplice bênção
araônica, o que identifica os membros da Trindade com Yahweh (2 Coríntios 13.13;
Números 6.24-26). O nome, no contexto bíblico, está fortemente relacionado com a
identidade de um indivíduo. O Nome de Deus o identifica como o Eterno e o Imutável
“Eu Sou”, que é uma só Essência una e indivisível. “Nome”, aqui, aparece no singular,
ainda que o texto mencione três pessoas (Pai, Filho e Espírito), ressaltando a unidade da
essência divina. Ao mencionar cada membro da Trindade o texto repete “(e) do” de modo
a distinguir cada Pessoa. Esta distinção evita a falsa ideia do “Pai”, “Filho” e “Espírito
Santo” como designações de uma mesma Pessoa. Assim o texto fala de três Pessoas
distintas (Pai, Filho e Espírito) designadas por um só Nome, isto é, que compartilham de
uma e a mesma Essência [30].
[1]
http://biblehub.com/interlinear/genesis/1-26.htm
[2]
http://biblehub.com/interlinear/genesis/1-27.htm
[3]
http://brunosunkey.blogspot.com.br/2016/10/cristao-ao-ler-as-escrituras-
devepartir_9.html
[4]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de essência
e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, p. 80.
[5]
http://biblehub.com/interlinear/deuteronomy/6-4.htm
[6]
Revista do Professor – Nossa Fé – Os Patriarcas, p. 18.
[7]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de essência
e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, pp. 77-79.
[8]
http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=140
[9]
http://biblehub.com/interlinear/1_corinthians/8-6.htm
[10]
http://biblehub.com/interlinear/1_corinthians/8-5.htm
[11]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, p. 94.
[12]
http://brunosunkey.blogspot.com.br/2015/10/jesus-cristo-o-senhor-jeova.html
20
[13]
Existe um Pacto Eterno entre o Pai e o Filho chamado “Aliança da Redenção”,
confira: BERKHOF, L. (2012). Manual de doutrina cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
pp. 115-118.
[14]
http://biblehub.com/interlinear/2_corinthians/3-17.htm
[15]
2 Coríntios 3.17-18 adaptado da Tradução do Novo
Mundo: https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Nomes-e-ordem-dos-livros/2-
Cor%C3%ADntios/3/
[16]
Neves, Itamir. Comentário Bíblico de João. São Paulo: Rádio Trans Mundial, 2011.
(Série Através da Bíblia), pp. 28-29.
[17]
http://biblehub.com/interlinear/colossians/1-17.htm
[18]
http://biblehub.com/greek/165.htm
[19]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, p. 105.
[20]
https://pt.wikipedia.org/wiki/No_princ%C3%ADpio_era_o_Verbo
[21]
http://biblehub.com/interlinear/john/8-58.htm
[22]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, pp. 107-108.
[23]
Neves, Itamir. Comentário Bíblico de João. São Paulo: Rádio Trans Mundial, 2011.
(Série Através da Bíblia), p. 21.
[24]
GEISLER, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus, p. 794.
[25]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, p. 100.
[26]
BERKHOF, L. (2012). Manual de doutrina cristã. São Paulo: Cultura Cristã, p. 63.
[27]
Como já havia analisado este versículo em outro artigo, apenas copiei sua
análise: http://brunosunkey.blogspot.com.br/2016/11/a-processao-eterna-do-
espirito.html
[28]
FERREIRA, F. & MYATT (2007). Teologia Sistemática - VIDA NOVA, pp. 682 -
684.
[29]
Estes padrões podem ser encontrados em: João 14.26; Mateus12.31-32. Mtateus
3.16,17; Mateus 28.19; Lucas 1.35; Lucas 3.21-22; Marcos 1.9-11; Lucas 4.1-12;
João14.16-20; João15.7-26; João 20.21-22; Atos1.1-6; Atos2.31,32,38,39; Atos5.31-32;
Atos7.55-56; Atos10.38, 46,47,48; Atos15.8-11; Atos20.23,24,28; Atos28.23,25,31;
Romanos1.4; Romanos5.5-6; Romanos8.2,3,9,16,17; 1Corintios6.11;
1Coríntios12.4,5,6,12,13,18; 2Coríntios1.21-22; 2Coríntios13.14; Gálatas3.11,13,14;
Gálatas4.6; Efésios1.2,3,13; Efésios2.18,20; Efésios3.16,17,19; Efésios4.4,5,6; 1
Tessalonissenses1.4,5,6; 2Tessalonissenseses 2.13; Tito3.4,5,6; Hebreus2.3-4;
Hebreus6.4,5,6; Hebreus9.14; Hebreus10.10,12,15; 1Pedro1.2; 1 João3.21,23,24;
1João4.13-14; Judas.20-21 - http://mcapologetico.blogspot.com.br/2012/07/50-textos-
biblicos-no-nt-que-ensinam.html
[30]
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha:
Seminário Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia –
Monografia, 2014, pp. 90. 123.
21
[31]
Para uma análise de versículos bíblicos geralmente e equivocadamente utilizados
contra a Trindade, confira: http://brunosunkey.blogspot.com.br/2016/01/10-versiculos-
biblicos-contra-trindade.html
[32]
http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm
22
A Bíblia não só insiste na existência de um só Deus, como também que esse Deus é
essencialmente um. Deus possui “Ser” ou uma essência autoexistente, pessoal, eterna e
imutável. Em uma Teofania na forma do Anjo de Yahweh, Deus Filho disse a Moisés:
“EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou
a vós.” (Êxodo 3.14). Outra declaração interessante sobre a unicidade de Deus é
encontrada no Shemá: “Shemá Israel YHWH Eloheinu YHWH ehad.” – “Ouve, Israel,
Yahweh nosso Deus, Yahweh é Um” (Deuteronômio 6.4)[5].
Alguns advogam que “Um” (‘ehad) designa a essência de Deus como uma unidade
composta, mas essa ideia pode sugerir uma espécie de “tripartidismo” na natureza divina.
Não é esse o caso, visto que Deus em seu Ser é absolutamente simples, sem partes ou
composições [6]. Outros, como os adventistas, concebem o ‘ehad quase que como uma
“união”, mais do que como uma unidade ontológica indivisível [7]. Outros afirmam que
tanto o termo ‘ehad, quanto o termo ‘yachid aqui, não faria a mínima diferença, e assim
tomam “um” num sentido unitarista que exclui qualquer possibilidade de pluralidade em
Deus [8].
Minha posição é a de que ‘ehad, de fato significa uma unidade absolutamente
simples, sem quaisquer partes ou composições. No entanto, ‘ehad pode admitir em si uma
pluralidade de pessoas, sujeitos ou “quens” (Gênesis 2.24; Êxodo 24.3). Assim, a
afirmação ontológica que podemos abstrair da confissão do Shemá é a de que a essência
divina é uma unidade absolutamente simples na qual pode coexistir uma pluralidade de
pessoas [9].
O Antigo Testamento insinua diversas vezes que Deus é plural ou que existe algum
tipo de diversidade em Deus. No Antigo Testamento, o nome plural “Elohim” -
literalmente ‘Deuses’ ocorre milhares de vezes. Outras construções plurais para Deus
também são: “‘Osay” – literalmente ‘Fazedores’ - (Jó 35.10; Salmos 149.2; Isaías
54.5), “Boḥuroṯeḵā” – literalmente ‘Criadores’ - (Eclesiastes 12.1) e Qedhoshím –
literalmente ‘Santos’ (Provérbios 9.10; 30.3) ou ainda Elohim Qedhoshím – literalmente
‘Deuses Santos’ (Josué 24.19)[12],[13]. No entanto, tais expressões não devem ser tomadas
como significando uma pluralidade de “Deuses”, mas como plurais que denotam a
majestade e a excelência de Deus e que insinuam sua diversidade.
O Antigo Testamento contém diversas outras insinuações da pluralidade de
Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis
1.26); “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós,
conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da
árvore da vida, e coma e viva eternamente.” (Gênesis 3.22); “E disse: Eis que o povo é
um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição
24
para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem,
para que não entenda um a língua do outro.” (Gênesis 11.6,7) “Depois disto ouvi a voz
do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui,
envia-me a mim.” (Isaías 6.8).
Não só a pluralidade é insinuada, como o Antigo Testamento também insinua que
essa pluralidade é uma triplicidade. Tais insinuações plurais são claramente contrárias às
heresias unicistas que defender um monoteísmo monopessoal:
“Mas, de fato, resta ainda um debate maior em torno de outra passagem de Jeremias
[33.16], onde Jerusalém é mencionada com esses mesmos títulos: ‘Este é o nome com
que a chamarão: o Senhor, Justiça Nossa.’ Esta referência, porém, está mui longe de
contrapor-se à verdade que estamos a defender; aliás, ainda mais, a confirma. Ora, como
Jeremias havia já antes testificado que Cristo é o verdadeiro Jehovah de quem promana
a justiça, declara agora que a Igreja de Deus haverá de sentir isto verdadeiramente, de
tal modo que se haverá de se gloriar no próprio nome. Daí, na passagem anterior, refere-
se a Cristo como a fonte e causa da justiça; nesta, adiciona-se o efeito disso”. (As
Institutas I.XIII.9)[15]
25
FONTES:
[1]
Horrel, J. S. Uma Cosmovisão Trinitária. Disponível em: http://www.e-
cristianismo.com.br/teologia/trindade/uma-cosmovisao-trinitaria.html
[2 ]
Warfield apud Ferguson, S. B. O Espírito Santo.São Paulo: Os Puritanos, p.36 citado
por Silva, A. A. O.. A Trindade Imanente: Unidade de essência e diversidade de pessoas
como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário Teológico do Nordeste
Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, 2014, p.74.
[3]
SILVA, A. A. O. A Trindade Imanente: Unidade de essência e diversidade de pessoas
como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário Teológico do Nordeste
Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, 2014, pp.75 – 79.
[4]
Alguns unitaristas dizem que a Bíblia diz que há um só Deus apenas no sentido de que
Deus é único quando comparado aos demais deuses que existem, já que Jeová seria “o
Deus Todo-poderoso”, enquanto os demais seriam apenas “deuses poderosos”, confira:
A Verdade é Lógica. A Trindade é um ensinamento bíblico? – Refutação João 1.1 –
Norman Geislere Thomas Howe, tempo 15:40ss.
[5]
Filho, V. Pergunte à Bíblia: Quantos Deus “é”? Disponível
em: http://www.unitarismobiblico.com/1/?p=362
[6]
Confira: Queiroz, B. A unidade absolutamente simples da Trindade. Disponível
em: http://brunosunkey.blogspot.com.br/2015/12/a-unidade-absolutamente-simples-
da.html
[7]
A Igreja Adventista do Sétimo Dia ensina que a Trindade é uma unidade composta por
três seres individuais tangíveis e corpóreos. Confira: Monn, J. Ellen White e a
compreensão da Trindade. Disponível
em: http://brunosunkey.blogspot.com.br/2015/12/a-unidade-absolutamente-simples-
da.html; Sétimo Dia, Os pioneiros adventistas e a Trindade. Disponível
em: https://setimodia.wordpress.com/2011/11/03/os-pioneiros-adventistas-e-a-
trindade/ Para uma análise crítica reformada do trinitarianismo adventista, confira: Sena,
L. A Conspiração Adventista, pp. 102 -133 e Sena, L. Avaliação Teológica do “Neo-
Trinitarianismo” Adventista. Disponível
em: http://mcapologetico.blogspot.com.br/2016/03/avaliacao-teologica-do-neo.html
[8] Queruvim, Echad e Yachid o que REALMENTE DIZ o hebraico em Deut.6:4
? Disponível
26
em: https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2010/08/29/echad-e-
yachid-o-que-realmente-diz-o-hebraico-em-deut-64/
[9]
Peterlevitz, L. R. A Trindade no Antigo Testamento. Disponível
em: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=140
[10]
SILVA, A. A. O. A Trindade Imanente: Unidade de essência e diversidade de pessoas
como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário Teológico do Nordeste
Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, 2014, p.79 – 91.
[11]
Timm, A. R. A Trindade sem Mistério I. Disponível
em: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/a-trindade-sem-
misterio-i/
[12]
Para a consulta das palavras hebraicas foi usada a ferramenta “Bible Hub”, disponível
em: http://biblehub.com/
[12]
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
[14]
As Institutas Vol. I – João Calvino, pp. 136 - 138. Disponível
em: http://www.protestantismo.com.br/institutas/joao_calvino_institutas1.pdf
[15]
Ibidem. p. 137.
[16]
Estudo: O Espírito Santo no Antigo Testamento em Stamps, D. C. (1995). Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
27
docetismo gnóstico), ora contra as que rejeitavam sua plena divindade (a exemplo do
arianismo). Hoje essas crenças ainda ecoam em muitas seitas que não possuem uma visão
em enfatizar a plena natureza humana de Cristo (“O Verbo se fez carne”), quanto sua
natureza absolutamente divina (“O Verbo era Deus"). Afim de afirmar a plena deidade
“o Senhor”:
Na tradução grega dos Livros do Antigo Testamento, o nome inefável sob o qual
Deus Se revelou a Moisés , YHWH, é traduzido por « Kyrios» («Senhor»). Senhor torna-
se, desde então, o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel.
É neste sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de «Senhor», tanto para o Pai
como também – e aí é que está a novidade – para Jesus, assim reconhecido como sendo
Ele próprio Deus.
O próprio Jesus veladamente atribui a Si mesmo este título, quando discute com os
fariseus sobre o sentido do Salmo 110, e também, de modo explícito, ao dirigir-Se aos
Apóstolos. Ao longo de toda a vida pública, os seus gestos de domínio sobre a natureza,
soberania divina.
aproximam de Jesus e d'Ele esperam socorro e cura. Pronunciado sob a moção do Espírito
então uma conotação de amor e afeição, que vai ficar como típica da tradição cristã: «E o
afirmam, desde o princípio, que o poder, a honra e a glória, devidos a Deus Pai, também
são devidos a Jesus, porque Ele é «de condição divina» (Fl 2, 6) e o Pai manifestou esta
e sobre a história significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter
a sua liberdade pessoal, de modo absoluto, a nenhum poder terreno, mas somente a Deus
Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é o «Senhor». «A Igreja crê... que a chave, o
Senhor esteja convosco», quer na conclusão da mesma: «Por nosso Senhor Jesus Cristo»,
quer ainda pelo grito cheio de confiança e de esperança: «Maran atha» («O Senhor vem!»)
ou «Marana tha» («Vem, Senhor!») (1 Cor 16, 22): «Amen, vem, Senhor Jesus!» (Ap 22,
Tentando diminuir o peso significativo desse título divino, duas objeções têm sido
levantadas:
(I) O título Senhor pode ser apenas um pronome de tratamento: No entanto uma leitura do
Novo Testamento nos revelará a profundidade do significado do nome Senhor quando
Senhor” (1Coríntios8.6) e o “Senhor que no princípio fundou a terra, e cujos céus são
obras de suas mãos” (Hebreus1.10). Além disso, profecias referentes a “Jeová” no Antigo
Testamento, são aplicadas ao “Senhor”, referente a Jesus Cristo. Deste modo, o Novo
(II) Foi o Pai quem tornou Jesus, “Senhor” - Atos2.36: Todavia se esse texto diz que Deus
fez Jesus se tornar Senhor, é evidente que o termo está sendo usado em sentido funcional,
e não ontológico. Significa apenas que Jesus reassumiu a sua posição de soberania, após
confissões, que Jesus Cristo é o Nosso Senhor, e isso significa que Ele é o próprio Senhor
Jeová:
O Filho de Deus, Segunda pessoa da Trindade Santa – sendo o próprio Deus eterno, o
resplendor da glória do Pai, da mesma essência e igual ao Pai - ,Ele fez o mundo, sustém
e governa todas as coisas que criou. Quando veio a plenitude do tempo, Ele tomou sobre
E foi concebido pelo Espírito Santo, no ventre da Virgem Maria (pois o Espírito Santo
desceu sobre ela, e o poder do Altíssimo a envolveu). Foi nascido de mulher, da tribo de
Relaciono algumas uma lista de ideias (tanto ortodoxas, como heréticas) acerca da
doutrina da Trindade desenvolvidas ao longo da história. Como esta lista é apenas um
esboço, coloquei apenas uma frase que sintetiza alguma ideia ou contribuição de cada
pensador (ou concílio, etc.). Este esboço se baseia em um resgate histórico feito por Silva
(2014):
Teófilo de Antioquia (116 – 186): Foi o primeiro a usar o termo grego para Trindade.
Irineu de Lyon (130 – 202): O Filho e o Espírito Santo são as “mãos” de Deus.
Tertuliano (160 – 220): O Filho e o Espírito são porções procedentes da substância total
do Pai.
Alexandre de Alexandria (250 – 326): O Pai sempre foi Pai do Filho e o Filho sempre
foi Filho do Pai.
Miahipostáticos (325): Grupo que afirmava que Deus é uma Hipóstase em uma
Substância.
Arianos (325): Grupo que afirmava que o Filho é diferente do Pai em Hipóstase e em
Substância.
31
Homoousianos (325): Grupo que afirmava que o Filho é da mesma substância que o Pai.
Marcelo de Ancira (285 – 374): O Reino do Filho teria um fim quando Ele entregasse o
Reino ao Pai.
Gregório de Nazianzo (329 – 390): O Espírito Santo é consubstancial com o Pai e com
o Filho.
Agostinho (354 – 430): O Espírito Santo é o Amor que une o Pai e o Filho.
Boécio (480 – 525): Cada Pessoa da Trindade é uma substância individual de uma
natureza racional.
João de Damasco (676 – 749): O Espírito Santo procede somente do Pai e repousa no
Filho.
Anselmo de Cantuária (1033 – 1109): O Espírito Santo procede do Pai e do Filho por
uma espiração única.
Roscelino (1050 – 1125): As três Pessoas da Trindade são três seres em um só nome.
32
Gilberto de Poitiers (1070 – 1154): Faz uma distinção entre “Deus” e “Divindade”,
sendo a Divindade aquilo que faz Deus ser Deus.
Bernardo de Claraval (1090 – 1153): Deus não tem Divindade, Ele é a Divindade e a
Divindade é Deus.
Pedro Lombardo (1100 – 1160): O Pai gera o Filho na medida em que é distinto das
outras pessoas em termos de relação
Ricardo de São Vítor (1110 -1173): Só a Trindade pode ser a expressão suprema do
amor perfeito.
Joaquim de Fiori (1135 – 1202): O Pai gera o Filho na medida em que é idêntico com a
substância divina.
Tomás de Aquino (1225 – 1274): Cada Pessoa da Trindade é uma relação subsistente no
Ser de Deus.
Concílio de Lião (1274): Declara como dogma a crença de que o Espírito procede do Pai
e do Filho.
Concílio de Florença (1439 – 1442): O Filho recebeu do Pai que o Espírito dele proceda.
João Calvino (1509 – 1564): A essência divina do Filho não é comunicada pelo Pai, mas
é adverbialmente autoexistente.
Zacarias Ursino (1534 – 1583): A essência do Pai é comunicada ao Filho de modo que
oFilho não tem a essência divina de simesmo.
33
Lucas Trelcatius (1542 – 1602): O Pai dá ao Filho, não a essência, mas o modo de ser.
François Turrenti (1623 – 1687): O Filho é Deus de si mesmo com respeito a sua
essência e não com respeito a sua pessoa.
Confissão de Fé Belga (1561): Embora as pessoas da Trindade sejam distintas, Deus não
está dividido em três.
Johannes Maccovius (1588 – 1644): O Filho é gerado intraessencialmente, não para fora
do Pai.
Alex Röell (1653 – 1718): O Filho é autoexistente e autosubistente, não sendo gerado
pelo Pai.
Friedrich Schleiermacher (1768 – 1831): Jesus possui essência divina, não no sentido
de ele ser Deus, mas no sentido de que ele, desde o início, tinha consciência de Deus.
Georg Hegel (1770 – 1831): A Trindade é uma dialética, na qual o Pai (a tese) em conflito
com o Filho ( a antítese) produz o Espírito (a síntese) que se materializa na História.
Charles Hodge (1797 – 1878): Existe uma subordinação entre as pessoas divinas no
modo de subsistência e operação.
Benjamin Warfield (1851 – 1921): Jesus é chamado “Filho de Deus” apenas no sentido
de ser igual a Deus.
34
Louis Berkhof (1873 – 1957): O Pai é a base da subsistência pessoal do Filho e comunica
ao Filho a essência divina completa.
Karl Barth (1886 – 1968): A Trindade é a base da revelação, sendo o Pai, o Revelador,
o Filho, a Revelação e o Espírito, a Revelatura.
Cornelius Van Til (1895 – 1987): Uma vez que Deus é um Ser pessoal, Deus é tanto três
pessoas como uma Pessoa.
Jürgen Moltmann (1926 -): A Trindade é uma família, cuja unidade se baseia, não numa
essência, mas é constituída pelo Pai, centrada no Filho e iluminada pelo Espírito.
Thomas Smail (1928 – 2012): O Filho é eternamente gerado do Pai através do Espírito.
George Knight III (1931 - ): Embora iguais em essência, o Filho é eternamente submisso
ao Pai na Trindade Imanente.
Bruce Ware (1953 - ): Por causa da ordem das pessoas na Trindade, a oração só é
corretamente dirigida ao Pai.
3. Logo, o Pai sempre foi, é e será Pai do Filho (por implicação: O Filho é eterno)
considera o termo “Deus” em relação ao Pai. Desse modo, esses argumentos têm como
propósito fundamentar a crença na consubstancialidade (homoousis) do Pai e do Filho.
1. Para o amor existir é necessário haver pelo menos duas pessoas que se amam.
2. Aquele que é amado deseja que alguém mais possa ser amado.
1. Conforme demonstrado no argumento acima, a mais excelente forma de amor exige uma
terceira pessoa.
1. Existem quatro possibilidades em relação a dar/não dar e receber/não receber amor: (i)
dar e receber; (ii) dar e não receber; (iii) não dar e receber; (iv)não dar nem receber.
2. Uma pessoa que não dá nem recebe amor (iv) não pode compartilhar do amor perfeito.
3. Logo, Deus não pode ser uma quaternidade que inclua (iv), mas somente uma Trindade
de amor entre (i), (ii) e (iii).
FONTE:
SILVA, André de Aloísio de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de essência e
diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário
Teológico do Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, 2014.
39
composto. Geralmente a base para esse tipo de argumentação se encontraria nas distinções
das palavras hebraicas iachid e echad, tendo por base a ideia de que a natureza divina
Diferente de alguns unitaristas que muitas vezes acabam tendo que assumir uma
pluralidade de divindades, por ter de ensinar que Jesus é “divino”, mas não é Deus ou do
unitaristas, seja por afirmar que a natureza divina é absolutamente una, diferente do que
Existem duas palavras para “UM”, “UNO” ou “ÚNICO”: uma é “YACHID” e a outra
“ECHAD”...a palavra hebraica usada para “uma” [em Gênesis 2.24] foi “echad”, que
Há um erro nessa ideia de um Deus composto. Isso porque não existem três
pessoas diferentes e separadas em Deus, mas sim distintas. E também o termo “pessoa”
na Trindade não tem o sentido de seres individuais que se unem, como no caso do
individual (Eclesiastes 4.8). Por outro lado, não é incorreto afirmar, com base em Gênesis
40
2.24, que o termo echad admita o sentido de uma unidade que admita uma diversidade
de pessoas.
absoluta, não composta por partes. A Confissão Belga diz claramente que "Deus (não)
Deus. Ele cita Agostinho (“Pois Deus é o Ser Absoluto”, “Esta Trindade é indivisível”),
Tomás de Aquino (“Deus...deve ser puro ato”), Irineu (“Ele é um Ser simples, não-
(v) Seres simples não são compostos de nenhuma forma ou matéria para se
diferenciar.
41
1 Timóteo 2:5
E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e
Quão grande és tu, ó Soberano Senhor! Não há ninguém como tu nem há outro Deus além
Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a
Jeová será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será Jeová, e um só o seu nome. –
Zacarias 14.9
Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém. -
Romanos 16:27
Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade,
domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém. – Judas
1.25
É dito do Pai como sendo “o Único Deus Verdadeiro” (João 17.3). Ainda Jesus Cristo
é retratado como o Único: Único Senhor (1 Coríntios8.6), Único Soberano (Judas
42
1.4), Único Mestre (Mateus 23.8, 10). Também é dito que o Espírito de Deus é o Espírito
de Cristo (Rm8.9) e que “Há um só Espírito” (Efésios 4.4). De acordo com o Concílio de
Florença (1442): ““Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro
no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o
Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho”. Cremos e confessamos,
entanto, essa crença firme na unidade de Deus não deve nos levar a pensar que a unidade
é mais importante que a diversidade em Deus. Há uma distinção real entre as pessoas
divinas, que não são meros modos de Deus se manifestar. Os membros da Divindade são
sujeitos reais e verdadeiramente distintos que se relacionam entre si. Afirmar o contrário
A Igreja sempre orou a Deus Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, bem como a Trindade
toda. O que justifica que a prática comum da Igreja em todo tempo seja orar às três pessoas
diretamente? Hoje vemos cristãos compondo hinos que se dirigem às três pessoas e uma
boa Teologia não pode ignorar as verdades que emergem da prática comum e natural dos
cristãos. Além disso, o que Jesus quis dizer com “Quem vê a mim vê o Pai” ou ainda "Eu
estou no Pai e o Pai está em mim”? O que essas palavras misteriosas revelam? Além
disso, que unidade é essa que faz Jesus dizer que quem crê nele, crê no Pai e quem honra
o Filho está honrando o Pai. Tais expressões foram interpretadas pelos hereges para
justificar o modalismo. Mas se o Modalismo é uma heresia, que tipo de unidade na
Trindade quis nosso Senhor ensinar com essas palavras?
Infelizmente, alguns teólogos modernos têm lido essas palavras como: “Ouça, Israel,
a Trindade é uma unidade composta”. Essa leitura destrói a unidade divina. É verdade
que echad significa mais que uma unidade absoluta, pois inclui uma pluralidade de
pessoas (Gênesis 2.24), é correto ler Deuteronômio 6.4 como “Ouça, Israel, a Trindade é
uma unidade de pessoas”.
A primeira razão para não se pensar em unidade composta, é que isso insinua que cada
Pessoa da Trindade é uma parte de Deus. Isso não é Trindade, mas tripartidismo. Os
cristãos, ao longo da História, têm entendido Deus como uma unidade simples, no sentido
de que nele não existem partes. Veja o que os cristãos ao longo da História dizem sobre
Deus:
Que Deuteronômio 6.4 é uma referência à unidade entre as pessoas da Trindade, isso
fica claro, não só pelo termo echad que indica uma pluralidade de pessoas., mas,
também, pela repetição tríplice do nome de Deus: “Ouça, Israel, Jeová, nosso Deus é um
só Jeová”. No Novo Testamento, Paulo faz alusão ao Shemá dizendo que: “Há um
só Deus, o Pai, e um só Senhor (Jeová), o Filho” e que “O Senhor (Jeová) é o Espírito... o
Senhor (Jeová), o Espírito” (1 Coríntios 8.6; 2 Coríntios 3.16-17).
“Deve interessar ao leitor saber que o livro judaico mais sagrado, o Zohar, faz comentário
a Deuteronômio 6.4. ‘Ouve, Israel, Jeová nosso Deus, Jeová é uno’, dizendo ‘Que
necessidade haveria de mencionar três vezes neste versículo, o nome de Deus?’. Segue-
se a resposta. ‘O primeiro Jeová é o Pai celestial. O segundo é o rebento de Jessé, o
Messias que há de vir da família de Jessé, através de Davi. E, o terceiro é o que está em
baixo (significando o Espírito Santo, que nos mostra o caminho) e estes três são um’...”
(The Trinity in the Old Testament, pg.3 e 4). [2]
Este é o mistério de Deuteronômio 6.4: O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três
pessoas reais e distintas, mas ao mesmo tempo eles são uma Unidade simples. Se a
unidade é simples, eles não podem ser separados, estão unidos como se estivessem dentro
um do outro. E é exatamente isso o que o Novo Testamento ensina:
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há
tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai;
e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em
mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em
mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao
menos, por causa das mesmas obras.
- João 14.8-11
45
“Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo;
o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo
inteiro no Pai, todo inteiro no Filho” (Concílio de Florença, em 1442, DS 1331).
O nome que se dá ao fato de que cada pessoa da Trindade habita mutuamente uma
nas outras é pericorese divina. Mais um argumento a favor da pericorese divina vem de
João 17.22-26:
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu
neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça
que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim. Pai,
aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que
vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.
Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me
enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o
amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.
1. A forma mais excelsa de amor é aquela que aproxima as pessoas ao máximo possível.
3. Logo, as pessoas divinas estão tão próximas o máximo possível uma das outras.
5. O máximo possível que uma pessoa pode estar da outra é habitando totalmente dentro
dela.
***
[1]
Bruno Queiroz. A Unidade Absolutamente Simples da Trindade.
[2]
Loraine Boettner. A Trindade, pp.22-23.
[3]
Confira: André Aloísio Oliveira da Silva. A Trindade Imanente: Unidade de
essência e diversidade de pessoas como igualmente fundamentais em Deus, pp. 41,
42, 135, 136 e 137.
[4]
Bruno Queiroz. Pode-se orar a Jesus? - Trinitariano.
47
Willian Lane Craig, negando a doutrina da geração eterna do Filho, afirma que acha
que seria:
A Regra de Rahner por outro lado diz o contrário: “A Trindade ‘econômica’ é a Trindade
‘imanente’ e a Trindade ‘imanente’ é a Trindade ‘econômica’”. Quem estará correto Craig
ou a Regra de Rahner?
Creio que as duas visões se complementam. Não pode haver subordinação ontológica
na Trindade. Pai, Filho e Espírito são iguais em essência, glória, força e poder. Entendo
que o Filho não tem uma existência contingente, ele não pode não-ser. Desse modo Craig
acerta ao dizer que economia e ontologia não são a mesma coisa. De fato, as pessoas da
Trindade se relacionam numa ordem econômica, mas são iguais ontologicamente.
Discordo assim, da segunda parte da Regra de Rahner “A Trindade ‘imanente’ é a
48
Trindade ‘econômica’”, se isso for entendido no sentido de que o Deus Triúno é somente
Deus em relação à Criação. Neste caso, temos o risco de pensar em Deus somente como
imanente, destituindo-o de Sua transcendência.
Por outro lado, proponho ampliar um pouco a noção de economia, para pensar nas
relações da Trindade imanente. Se entendermos “economia” como a relação da Trindade
com a Criação, consequentemente teríamos de admitir que as distinções pessoais das
pessoas divinas não são reais, mas apenas autodistinções que aparecem nas funções,
papéis e atos interpretados pelo Divino. Corremos aqui o risco de uma espécie de
modalismo, no qual as distinções entre as pessoas em Deus só são relativas às suas
funções, mas não às suas propriedades. Neste caso, Deus seria uma só Pessoa na sua
transcendência, mas que na medida em que se relaciona com o Universo se apresenta em
uma triunidade de funções que permite-nos estabelecer uma distinção.
Minha proposta é usar três termos para falar da Trindade. O primeiro seria a
“Trindade ontológica”, como se referindo ao que Deus é em sua essência, isto é, uma
unidade absolutamente simples, na qual não há maior, nem menor. Já ontologicamente,
Deus é um Ser individual pessoal autoconsciente. O segundo seria a “Trindade
econômica”, isto é, as relações das Pessoas divinas com a criação, o que estabelece uma
distinção e uma subordinação funcional e temporal entre as Pessoas da divindade. A
terceira seria a “Trindade Imanente”, isto é, as relações metafísicas das pessoas divinas
na atemporalidade, ou estado eterno, estabelecendo uma distinção de propriedades e uma
subordinação nas relações eternas (não na ontologia) das Pessoas divinas. Neste caso,
fugimos do subordinacionismo ontológico, afirmando a igualdade essencial entre as
pessoas divinas e ao mesmo tempo nos protegemos contra a redução das distinções à
economia, o que poderia levar a uma espécie de modalismo.
A discussão que pretendo chegar aqui é afirmar a primeira parte da regra de Rahner
para pensar na geração eterna do Filho. “A Trindade ‘econômica’ é a Trindade
49
Em que se distinguem então as pessoas divinas? Há um tipo de predicação dada a Deus que
não é nem essencial, nem acidental, mas de relação. Chamamos Deus de "Criador", "Senhor",
etc. Logo, as pessoas divinas devem se distinguir entre si pela relação. Se há relações de distinção
em Deus só no que diz respeito à Trindade Econômica, logo as pessoas divinas não seriam
realmente distintas entre si. Assim, é necessário que haja relações mútuas dentro da Divindade
para que se possa de fato afirmar que a Trindade é constituída por três pessoas realmente distintas.
Aqueles que negam as relações mútuas na Divindade (geração eterna do Filho e procedência
eterna do Espírito) correm o risco de cair numa espécie de semi-modalismo por não ter no que
distinguir as pessoas divinas na Trindade Imanente.
Levando em conta a primeira parte da regra de Rahner, podemos crer que a relação
econômica de geração do Filho por Deus Pai reflete as propriedades divinas de
paternidade e filiação. As Escrituras falam da economia trinitária em relação à Criação
fazendo claras referências à geração do Filho. Isso é dito relacionado à Ressurreição:
“Nós lhes anunciamos as boas novas: o que Deus prometeu a nossos antepassados ele
50
cumpriu para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo:
‘Tu és meu filho; eu hoje te gerei’” (Atos 13.32 - 33). O autor aos Hebreus fala de vários
momentos econômicos em que Jesus foi reconhecido como Filho de Deus relacionando
isso a questão da geração: “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata
do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado
a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, tornando-
se tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles. Pois a qual dos
anjos Deus alguma vez disse: ‘Tu és meu Filho; eu hoje te gerei’? E outra vez: ‘Eu serei
seu Pai, e ele será meu Filho?’” (Hebreus 1.3-5). Na economia trinitária, o Antigo
Testamento vaticina que o Messias recebe por herança as nações, tendo esse direito
assegurado pelo decreto da filiação: “’Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu
santo monte’. Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: ‘Tu és meu filho; eu hoje
te gerei. Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua
propriedade. ’” (Salmos 2.6-8). Aquele que é declarado “Filho” no cumprimento de seus
atos econômicos, o é por Sua Filiação Eterna na Trindade Imanente.
O Filho é gerado pelo Pai antes de todos os tempos. Desse modo, a geração do Filho
não é um ato concluído, mas necessário e eterno, continuando sempre, mas sempre
apenas uma questão encarnacionista e econômica. Jesus de fato é o Filho de Deus desde
sempre e para sempre.
A geração é o ato pelo qual o Pai é o Princípio que serve de base para um segundo
modo de existência dentro do ser divino. Não é a natureza ou a essência o que é gerado,
mas sim a Pessoa. Desse modo, a natureza ontológica é numericamente uma só,
absolutamente uma. Preserva-se assim também todos os atributos da essência divina,
incluindo sua unidade absoluta e sua existência necessária não-contingente. Desse modo,
o Filho tem a essência divina de si mesmo como Deus, não sendo portanto contingente
ou dependente, isso porque a essência divina do Filho, embora comunicada do Pai, não é
derivada de outra essência, e por isso é “em si”, absoluta e necessária. Por comunicação
se pretende dizer que, no ato da geração, o Filho recebe do Pai a essência divina completa
e autoexistente. O Filho continua, portanto, sendo “Deus de si mesmo”, mesmo Sua
essência fluindo do Pai. Interessantemente, a própria Escritura se utiliza dessa linguagem
aparentemente paradoxal: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu
também ao Filho ter a vida em si mesmo.” (João 5.26). Ainda Paulo escreveu: “Porque
foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Colossenses 1.19).
Tudo o que o Filho recebe, pensando mesmo na primeira parte da Regra de Rahner,
quer no âmbito da economia, quer da imanência, Ele o recebe do Pai: “Mas Jesus
respondeu, e disse-lhes: ‘Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não
pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o
faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará
maiores obras do que estas, para que vos maravilheis. Pois, assim como o Pai ressuscita
os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer. E também o Pai
a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; Para que todos honrem o Filho, como
honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. ... Porque, como
o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo; E
deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. ... Eu não posso de mim
mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não
busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou. Se eu testifico de mim
mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o
52
testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. ” (João 5:19-32). Se nos atos econômicos
temporais da Trindade há uma relação de subordinação, adotando a primeira parte da
regra de Rahner, me parece haver uma boa base para afirmar uma subordinação eterna
não – ontológica nas relações (não na essência) das pessoas divinas. Condeno, porém,
como herege, qualquer que ensine em termos ontológicos qualquer espécie de
subordinacionismo do Filho ao Pai.
“Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da
mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.”
– 1 Coríntios 11.3
1. O sujeito de todas as ações de Jesus, mesmo aquelas feitas em razão da sua natureza
humana, é a Pessoa divina do Logos (“...um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo,
Jesus Cristo Senhor” – Declaração de Calcedônia)
poderia se dizer corretamente que “Deus Filho se subordinou a Deus Pai”. Dessa
conclusão caminharíamos à primeira regra de Rahner:
3. Logo, uma subordinação eterna do Filho ao Pai na Trindade Econômica seria a base
para a subordinação temporal do Pai ao Filho na Trindade Econômica.
Letham afirma que se não foi contrário à divindade do Filho que ele se subordinasse
ao Pai na Trindade Econômica, não deveria ser contrário à sua divindade que Ele se
subordinasse ao Pai na Trindade Imanente, visto que quem se subordinou foi a "pessoa
divina" do Filho.
é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor." Credo Atanasiano, 24), mas afirmar
uma subordinação nas relações eternas não é o mesmo que afirmar um subordinacionismo
na essência divina.
FONTES:
Além dos credos e confissões citados ao longo texto, foram usados como referências
gerais diluídas ao longo do artigo:
Berkhof, Louis. Manual de doutrina cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
Teologia Sistemática – Franklin Ferreira, Alyan Myatt, VIDA NOVA, 2007
Geisler, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus
Heber Campor. A Doutrina da Filiação Eterna. Disponível em:
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_VIII__2003
__1/v8_n1_heber_campos.pdf
John Mcarthur. Reexaminado a Filiação Eterna. Disponível em:
http://www.monergismo.com/textos/cristologia/filiacao_eterna_macarthur.htm
Lee Irons. A Eterna Geração do Filho. Disponível em: http://www.e-
cristianismo.com.br/teologia/cristologia/a-eterna-geracao-do-filho.html
Luciano Sena. Franklin Ferreira vs Waune Grudem. A Subordinação do Filho.
Disponível em: http://bereianos.blogspot.com.br/2013/09/franklin-ferreira-vs-wayne-
grudem.html
William Lane Craig. Deus Pai é causalmente anterior ao Filho? Disponível em:
http://www.reasonablefaith.org/portuguese/deus-pai-e-causalmente-anterior-ao-filho
55
As Escrituras ensinam que o Filho é gerado eternamente do Pai e recebe dele, por
comunicação, a essência divina autoexistente no próprio ato da geração (Provérbios 8.22-
26; Miquéias 5.2; João 5.26; Colossenses 1.19). Se a base para uma segunda Pessoa na
Divindade é a geração do Filho pelo Pai, o princípio de um terceiro modo de subsistência
em Deus se dá na processão eterna do Espírito do Pai e do Filho.
Espírito Santo (confira: João 7.39), então o texto apresenta o Espírito como procedendo
(grego: ekporeuomenon) do (grego: “ek”) [9] Pai e do Filho. A expressão “do” (“ek”) tem
o sentido de algo que “sai das profundezas da fonte e estendendo seu impacto sobre o
objeto” [10]. Aqui, o Pai e o Filho são apresentados em um único trono, de modo que não
há duas procedências e dois princípios, uma a partir do Pai e outra a partir do Filho, mas
uma mesma procedência do Pai e do Filho.
Irineu de Lyon (130 – 202): O Filho e o Espírito Santo são as “mãos” de Deus.
Atenágoras de Atenas (133 – 190): O Espírito é a emanação do Pai.
Tertuliano (160 – 220): O Filho e o Espírito são porções procedentes da substância total
do Pai.
Gregório de Nazianzo (329 – 390): O Espírito Santo é consubstancial com o Pai e com
o Filho.
João de Damasco (676 – 749): O Espírito Santo procede somente do Pai e repousa no
Filho.
Anselmo de Cantuária (1033 – 1109): O Espírito Santo procede do Pai e do Filho por
uma espiração única.
Gregório de Palamas (1296 – 1357): O Espírito procede somente do Pai no nível da
essência, mas procede do Pai e do Filho no nível da energia.
Thomas Torrance (1913 – 2007): O Espírito Santo procede da substância da Trindade,
de modo que é correto dizer tanto que o Espírito procede do Pai e do Filho, quanto que
Ele procede do Pai através do Filho.
FONTES:
[1]
SILVA, A. A. o. (2014). A Trindade Imanente: Unidade de essência e diversidade de
pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário Teológico do
Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, pp. 118, 120, 143.
[2]
http://biblehub.com/interlinear/john/15-26.htm
[3]
GEISLER, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus, p. 1142.
[4]
http://biblehub.com/interlinear/romans/8-9.htm
[5]
BERKHOF, L. (2012). Manual de doutrina cristã. São Paulo: Cultura Cristã, p. 64.
[6]
http://biblehub.com/greek/1821.htm
[7]
http://biblehub.com/interlinear/galatians/4-6.htm
[8]
http://mcapologetico.blogspot.com.br/2012/07/50-textos-biblicos-no-nt-que-
ensinam.html
[9]
http://biblehub.com/interlinear/revelation/22-1.htm
[10]
http://biblehub.com/greek/1537.htm
[11]
http://brunosunkey.blogspot.com.br/2016/11/esboco-desenvolvimento-historico-
da_9.html
[12]
http://www.monergismo.com/textos/credos/credoniceno.htm#_ftn2
[13]
http://www.monergismo.com/textos/credos/credoatanasio.htm
[14]
http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm
[15]
http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismomaior_westminster.htm
[16]
A Trindade, 5.15; 5.6; 5.8; 5.15 citado por: FERREIRA, F. & MYATT
(2007). Teologia Sistemática - VIDA NOVA, pp. 181 – 182.
58
Defende que para uma doutrina ser bíblica ela precisa aparecer de maneira explícita nas
verso que diz ‘o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só’”. Evidentemente, como a Bíblia
não é um tratado de teologia sistemática, não se deve esperar encontrar nela a palavra
trindade, mas sim seu conceito e textos sobre as quais está embasada.
Argumenta que se um texto apoia a Trindade, ele foi adulterado. Ainda que não haja
sua antiguidade.
Textos como Tito 2.13 e Romanos 9.6 podem ser traduzidos tanto se referindo a divindade
tradução que ignora o contexto pode levar ao erro, a exemplo de traduções equivocadas
de João 1.1 “um deus” e Hebreus 1.6 “prestar homenagem”, quando o contexto favorece
Afirma que a Trindade é falsa porque foi desenvolvida e sistematizada após o término da
escrita bíblica. No entanto, embora tenha sido sistematicamente formulada tempo depois
do término da escrita bíblica, a Trindade sempre esteve presente nas Escrituras. Desde o
início do Cristianismo tinha-se a noção de que o próprio Cristo, enquanto Logos, era Deus
absoluto (Jo1.1), em Paulo ele preexiste na forma de Deus (Fp2.6), em hebreus, Ele é o
Senhor que no princípio fundou a Terra (Hb1.10). Nas cartas paulinas os Três são vistos
de Cristo (Rm8.9). A Trindade foi espiritualmente revelada nas Escrituras, mas precisava-
Trindade está presente espiritualmente, desde os primeiros tempos da Igreja, e seria pura
Deve-se tomar muito cuidado com o método comparativo e o paralelismo textual. Nem
sempre uma expressão ou construção textual de uma passagem tem o mesmo sentido da
de outra. Não é porquê “deus” se refere a Moisés e juízes num sentido que deverá ter o
mesmo sentido para Cristo. Nem que “espírito” por poder se referir a um aspecto
Existem três pressupostos básicos na fórmula trinitária: (i) Unidade; (ii) Divindade e (iii)
Distinção. (para mais detalhes clique aqui). A falácia 6 argumenta que uma pressuposição
da Trindade invalida a outra. Assim pensa-se que o primeiro pressuposto (unidade),
60
contraria os outros dois. Assim é comum vermos antitrinitários citando textos que falam
que “há um só Deus”, no entanto isso não é argumento contra a Trindade, mas sim a favor.
Além do mais o pressuposto primeiro não invalida os outros dois, pois estes se referem a
mostrando que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são a mesma pessoa, enquanto é
justamente isso que a Trindade ensina. Outros confundem também com tríade, e assim
tripartidismo, e assim acham que a Trindade ensina que existem três seres divinos em um
só Deus, ou ainda que Jesus é parte de uma Trindade, ou que para a Trindade Deus é uma
unidade composta, que Jesus é uma pessoa separada de Jeová, ou mesmo que a Trindade
Ensina que a Trindade é pagã por usar termos filosóficos ou por haver conceitos
semelhantes em culturas pagãs. O erro desse argumento é esquecer-se da Revelação Geral
de Deus, da origem comum das culturas e geralmente se baseia numa confusão conceitual
comparativo.
Afirma que a Trindade é falsa por usar termos filosóficos gregos em sua formulação.
trindade como o unitarismo, nas discussões de Atanásio e Ário, por exemplo. Ário, um
filosofia grega invadiram o Cristianismo, e foram usados tanto para defender doutrinas
bíblicas como antibíblicas. Existe uma falsa ideia, entre aqueles que querem 'purificar' o
Cristianismo do paganismo, segundo a qual tudo o que possui influência da filosofia grega
é heresia. É um equívoco de nossa parte achar que a filosofia grega não trouxe nenhuma
contribuição positiva para o pensamento cristão. O próprio apóstolo Paulo não ignorou a
Há por parte de alguns, um ódio contra tudo que possa remeter às palavras, “pagã” e
“católico”, de modo que qualquer dogma que supostamente tenha alguma ligação com
essas palavras são atacadas com todas as forças. Alguns só negam a Trindade por amor
ao judaísmo e ódio ao catolicismo, e não por apreço a verdade. É comum vermos pessoas
levantando fatos históricos como a inquisição para invalidar a Trindade. Ignoram que
Por economicamente o Pai ser maior que o Filho e o Filho maior que o Espírito, acreditam
que isso também seja válido ontologicamente. Boa parte das críticas levantadas contra a
argumento contra a igualdade essencial das Pessoas da Trindade. Esse equívoco se vê por
aqueles que insistem em provar que o Pai é maior que o Filho e o Espírito menor que o
Filho e que assim a Trindade é invalidada. É comum insistirem, a partir daí, que um sabe
mais que o outro, que há diferença de poderes entre Eles, etc.. Tais argumentos acabam
por confundir função com essência e por isso conduzem a essas conclusões desastrosas.
Uma compreensão clara da hierarquia funcional entre as hipóstases da divindade e da
62
igualdade essencial entre elas eliminaria muito dos argumentos falaciosos levantados
contra a Trindade.
63
Muitas objeções têm sido levantadas contra o ensino bíblico da Santíssima Trindade,
algumas delas apelam para textos da Bíblia que supostamente ensinariam que Deus não
é trino, que Jesus é inferior ao Pai e que o Espírito Santo é o poder de Deus em ação.
Segundo este versículo Deus é Um e não Três. De fato, o texto ensina que há um só
Deus e que Deus é um só. Mas é exatamente nisso que creem os trinitários. Temos o
unidade absoluta, não composta por partes, nem dividida entre três pessoas. É falsa a ideia
que se propaga por aí de que os trinitários negam que há um só Deus e que Deus é um só.
A doutrina da Trindade entende que só existe um único Ser que possui natureza divina e
da terra. ”
Alega-se que a Sabedoria Personificada neste texto seja Jesus, que apresenta-se como
sabedoria, nas praças levanta a sua voz” (v. 20). No capítulo 3, é-nos dito que ela “mais
preciosa é do que pérolas” e “os seus caminhos são... paz” (vs. 15 e 17). No capítulo 7 ela
64
(8:12).”1 Provérbios 9 ainda diz que a Sabedoria construiu uma casa, ergueu sete colunas,
matou animais e preparou uma refeição (vv.1-2). Com isso não se nega que o texto se
aplique homileticamente a Jesus, o que se está em questão é que como o texto faz uso de
também fica claro pelo fato da Sabedoria de Deus não poder ter sido criada, pelo
contrário a sabedoria é um atributo eterno de Deus (cf. Isaías 40.28). Desse modo, o texto
Deus em Cristo na obra da criação” 2. O texto também não indica necessariamente que a
Sabedoria foi criada, de acordo com o teólogo Wayne Grudem: “A palavra hebraica que
geralmente significa "criar" (bãrã') não é usada no versículo 22; a palavra é qãnãh, que
ocorre oitenta e quatro vezes no Antigo Testamento e quase sempre significa "obter,
adquirir". A Almeida Revista e Atualizada é mais clara aqui: "O Senhor me possuía no
início de sua obra" (Semelhante Á Versão King James; repare esse sentido da palavra em
legítimo e, se a sabedoria for compreendida como uma pessoa real, significaria apenas
que Deus Pai começou a dirigir e a fazer uso da potente ação criadora de Deus Filho no
momento do início da Criação: o Pai convocou o Filho a trabalhar com ele na obra da
carregar significado semelhante: o Pai começa a dirigir e a fazer uso da potente ação
criadora do Filho na criação do universo.”3
aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no passado distante, em
Esse texto claramente mostra Jesus como tendo uma origem antiga, num passado
distante – indica isso que ele foi criado a muito tempo? Algumas traduções sugerem que
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o texto esteja dizendo que o menino Jesus que nasceria em Belém teria uma origem
menino Jesus vai até Adão e Deus (Lucas 3.23-38). Assim Miqueias 5.2 pode
genealógico: "ele descende duma família, cuja origem vem dos tempos mais antigos."
Esse sentido é fortalecido pelo contexto que fala de nascimento (v.3). Assim é provável
que o texto fale da origem genealógica de Jesus, que é descendente de Davi. Essa
interpretação é ainda mais reforçada pelo fato do texto apresentá-lo como aquele "que
será governante em Israel" (v.2). Apesar disso, alguns têm entendido essa passagem como
Está aqui Jesus negando ser o Bom Deus? De forma alguma! Ele apenas convida o
jovem rico a pensar nas implicações de suas palavras. “Em resposta, temos de observar
que aqui Jesus não negou que Ele fosse Deus, Ele lhe pediu que examinasse as
implicações do que estava dizendo. Jesus estava lhe dizendo: ‘Percebes o que estás
dizendo quando me chamas de bom? Percebes que isto é algo que tu deves atribuir
somente a Deus? Tu estás dizendo que sou Deus? ’ O jovem não percebeu as implicações
do que ele estava dizendo. Portanto, Jesus forçou-o a um dilema incômodo. Ou Jesus era
bom e era Deus, ou então ele era ruim e era homem. Um Deus bom ou um homem ruim,
somente o Pai. ”
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De acordo com esse texto nem o Filho, nem o Espírito Santo sabem a data do fim
deste sistema de coisas – como podem então os três serem o mesmo Deus Onisciente? Só
precisamos entender essa passagem a luz do seu contexto histórico: “Na cultura Judaica
antigas, o casamento era quase sempre arranjado. Depois do casamento ter sido arranjado,
o noivo fazia os preparativos na casa de seu pai, onde ele e sua esposa iriam viver. O
costume dizia que o pai do noivo iria decidir quando os preparativos estavam terminados
e a casa pronta para o jovem casal se mudar para la. O que significa que apenas o pai
sabia quando seria o tempo do noivo se juntar a sua noiva. Mas isso não significa que o
noivo não sabia o tempo certo. O casamento era um grande evento na época, bem maior
do que atualmente, era um grande evento em comunidade. Isso significa que as pessoas
trabalho diário. O dia tem que ser conhecido semanas antes, para que as pessoas pudessem
ajustar seus horários para o casamento. Preparativos, como reserva de comida, também
tinha que ser preparado com antecedência, já que não havia refrigeração ou
costume em respeito ao pai e ao noivo dizer que apenas o pai sabia quando o noivo ficaria
com sua noiva. Com isso em mente, um novo entendimento de Marcos 13.32 e Mateus
24.36 aparece. Jesus não estava dizendo que ele e o Espírito Santo não sabiam quando os
eventos de sua volta aconteceriam, estava explicando com o que a tribulação seria
parecida. Onde todos sabiam o tempo do casamento, mas apenas o Pai diria quando
“Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês. Se vocês me amassem, ficariam
contentes porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. ”
Como o Filho e o Pai podem ser iguais em essência, se Jesus disse que o Pai é maior
que Ele? É importante distinguir ontologia de economia quando se lê esse e outros textos
67
similares. Jesus é igual ao Pai em natureza, mas menor que Ele em função. O apóstolo
Paulo esclarece isso melhor: “... [Jesus] sendo Deus, não considerou usurpação ser igual
a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo e tornando-se semelhante aos
homens. ” (Fp2.6-7). Mesmo tendo o direito de ser igual a Deus, tanto essencialmente
quanto funcionalmente, o Filho decidiu cumprir a humilde função de Servo (Isaías 42.1),
se tornando, até mesmo, menor do que os discípulos (Lucas 22.26-27). O Servo de Jeová
exerceu o papel de Filho obediente (Hebreus 5.8; Filipenses 2.8) enviado pelo Pai (João
8.42; 12.49; 17.3). Como Homem limitado se fez instrumento nas mãos de Deus, o Pai
(Jo5.19). E nessa posição pode chamar o Pai de seu Deus (Jo20.17). Tal submissão não
se restringiu ao ministério terreno de Cristo: “Mas quando tudo for dominado por Cristo,
então o próprio Cristo que é o Filho, se colocará debaixo do domínio de Deus, que pôs
todas as coisas debaixo do domínio dele. Então Deus reinará completamente sobre tudo.”
(1Coríntios 15.28). “Jesus lhes disse: ‘Certamente vocês beberão do meu cálice; mas o
assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares
pertencem àqueles para quem foram preparados por meu Pai. ’” (Mateus 20:23).
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.
Ensina esse texto que só o Pai é Deus, e portanto o Filho e o Espírito Santo não são
Deus? Não, a Bíblia também diz que só Jesus é Mestre, Senhor e Soberano (Mateus 23.8,
10; 1 Coríntios 8.6; Judas 1.4), significa isso que o Pai não é Mestre, Senhor nem
Soberano? Não, antes que tanto o Pai, como o Filho como o Espírito Santo são um
Deus Único.
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme
o Espírito os capacitava. ”
68
A Bíblia fala do Espírito Santo como sendo “derramado” e como algo que “enche”
as pessoas – como ele pode então possuir pessoalidade? O livro de Atos claramente
apresenta o Espírito Santo como uma Pessoa divina (Atos 1.16; 13.2; 15.28; 20.28; 21.11;
28.25). Uma leitura desses textos deixa evidente que eles tratam de relações interpessoais
essas expressões, e assim são injustos aqueles que recorrem a essas expressões para
despersonalizar o Santo Espírito. Por outro lado insistir que em Atos, numa narrativa
no mínimo absurdo.
Jesus, como Rei Soberano da Criação. Primogênito em Jesus significa ‘Soberano’, como
mostra Salmos 89.27, em que Davi tipifica a Jesus como o Rei dos reis: ‘E eu farei dele
o primogênito, O maior dos reis da terra. ’”6 Note que Davi não 'nasceu' primogenito, mas
sim que ele se 'tornaria' por ocupar uma posição de rei supremo. O próprio contexto
favorece o sentido posicional para Cristo (v.18). A Bíblia claramente mostra Jesus como
Eterno: Aquele que é antes de toda a Criação, inclusive do tempo, sendo portanto
Atemporal (Eterno) (João1.3; Colossenses 1.16-17). Ele é chamado de "o Primeiro e o
Último" (Apocalipse 1.17), expressão baseada em Isaías 44.6 que usa o termo para
Jesus é chamado de o Princípio da Criação de Deus, significa isso que Ele é a primeira
criatura? Não, isso simplesmente significa que é em Jesus que todas as coisas criadas
(Apocalipse 21.6).
1
http://anaturalterapeutica.weebly.com/a-trindade.html
2
http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/jesus-e-a-sabedoria-
mencionada-em-proverbios-8/
3
http://www.ocalvinismo.com/2010/11/deus-em-tres-pessoas-wayne-grudem.html
4
Geisler, N. (2015). Teologia Sistemática 1. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus
5
http://olharunificado.blogspot.com.br/2014/10/por-que-jesus-e-o-espirito-santo-
nao.html
6
http://brunosunkey.blogspot.com.br/2015/10/o-que-biblia-realmente-ensina-
capitulo.html
70
CONSIDERAÇÕES FINAIS