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O Fruto

do Espírito

Gl 5.16-25
A epístola aos gálatas
 Paulo escreveu esta carta para os cristãos do sul
da Galácia (meridional), uma igreja que foi
fundada por ele. (MAUERHOFER, 2010, p. 341).
 Ali, estava sendo ensinado um retorno ao
cumprimento da lei de Moisés para se obter a
salvação (pelas obras).
 O apóstolo defende que a justificação vem
somente pela fé em Cristo, pela ação do Espírito
Santo.
 Ele vai falar do Fruto do Espírito, que é o
desenvolvimento do caráter de Cristo no crente,
concedido pelo Espírito Santo.
O fruto do Espírito
 A carne (nossa natureza caída) luta con-tra o
Espírito (vida em Cristo: 4.6).
 “Uma obra ésois
“E, porque algofilhos,
que oDeus
homem produz
enviou pa-ra si
aos nossos
mesmo;
coraçõesum fruto é de
o Espírito algo
seuque é produ-zido
filho, que clama: por Aba,
um poder que nãoPai.”é dele
(Glmesmo.”
4.6) (BARCLAY, 2000, p. 23).

 Fruto (gr. karpos) funciona como um sin-gular


com uma ideia de coletivo. (FEE, 2015, p. 147).
 A lista pode não ser completa, mas mostra o tipo
de vida que o Espírito produz; Sua presença fica
evidente quando agimos como Ele age. (KEENER, 2018, p.
83).
O Amor
 O amor é a virtude cristã mais importan-te (1Co
13.13; 5.6,13,14). O amor cumpre a intenção
moral da lei (5.14; 6.2).
(KEENER, 2018, p. 84).

 O amor de Deus foi revelado na cruz (Rm 5.6-8)


e derramado nos corações pelo Espí-rito Santo
(Rm 5.5).
 O amor encabeça a lista por ser o oposto do
egocentrismo que caracteriza as obras da carne.
(FEE, 2015, p. 149).

 Deus é um Deus de amor (2 Co 13.11; gr.


agápe). O amor cristão é o reflexo do amor de
Deus (padrão e poder). (BARCLAY, 2000, p. 65).
A Alegria
 Alegria é “atmosfera distintiva da vida cristã”
(Fp 3.1; 4.4; 1 Ts 5.16; Cl 1.9-11). (BARCLAY, 2000, p. 76).

 Paulo afirma que o Reino de Deus é carac-


terizado pela alegria do Espírito Santo (Rm
14.17). (KELLER, 1981, p. 84).

 Nos alegramos no Senhor, como sinal da nossa


confiança nele. A lembrança do que Cristo fez
por nós produz alegria (Fp 4.4-7; 1 Ts 5.16-18).
(KEENER, 2018, p. 85).

 A presença ou ausência da alegria não se


relaciona com as circunstâncias. (FEE, 2015, p. 150).
A Paz
 Cristo é a nossa paz com Deus (Ef 2.14-17) e os
cristãos são orientados a “preser-var a unidade
do Espírito pelo vínculo da paz” (4.3; Cl 3.12-
4.6).
A “Apaz
graça do SENHOR Jesus Cristo, e o amor de
Deus, egerada
“E a paz pelo Espírito
de Deus,
a comunhão para relaciona-se
a qual
do Espírito também com o
fostes
Santo seja com
fim das todos
hostilidades
chamados em e contendas
umAmém.”
vós. corpo, domine naemcomunidade
(2Co 13.14) vossos
cristã.
corações; e sede agradecidos.” (Cl 3.15)
(FEE, 2015, p. 152).

 Paulo enfatiza a “comunhão do Espírito” (2 Co


“Se for possível,
13.14; Fp 2.1): aquanto dependerentre
união profunda de vós,
os tende
paz com
membros do todos
corpo os
de homens.”
Cristo. (Rm 12.18)
(KEENER, 2018, p. 86).

 Não controlamos os outros, mas devemos


perseverar em buscar a paz (Rm 12.18).
A Longanimidade (paciência)
 Isto caracteriza a forma como Deus tolera a
humanidade (Rm 2.4; 9.22), e deve ser a forma
como nos relacionamos com os ou-tros (Cl
3.12,13; 1 Ts 5.14).
“Antes, como ministro de Deus, tornando-nos
(KEENER, 2018, p. 86).

 recomendáveis
“Expressa
que direisa se
“Revesti-vos
“E atitude
emcomo
pois,
Deus para
tudo com
na
eleitos
querendo asmostrar
muita pessoas
de de
paciência,
suanas
Deus,asantos,
ira,
aflições,
nunca
e dar
amados, nas
perder denecessidades,
a paciência,
entranhas por
de nas angústias,
pouco na
ra-zoáveis
misericórdia,
a conhecer o seu poder, suportou com de
quepureza,
muita sejam; na
de ciência,
benignidade,
paciência nunca nada
perderlonganimidade,
humildade,
os vasos a es-perança
ira, mansidão,
preparados napara
com
benignidade,
relação a elas,
longanimidade; no
por Espírito
menos(Rm
suportando-vos
a perdição.” Santo, noaos
agradáveis
uns
9.22) amor não e
e doces
outros,
que sejam”. fingido.”
perdoando-vos uns aos(2 outros,
Co 6.4,6)
(BARCLAY, 1981, p. 88). se algum tiver
 Estaqueixa contra
atitude é queoutro: assimdos
se espera como Cristo(2vos
cristãos Co
perdoou,
6.6; Ef 4.32;assim
2 Tmfazei vósSomente
4.3). também.” (Cl 3.12,13)
o Espírito
Santo pode gera-la!
A Benignidade
 A benignidade de Deus é encontrada em
milhares de atos de misericórdia em favor de
pessoas como nós, que merecemos sua ira (Ef
2.7; Tt 3.4).(FEE, 2015, p. 153).

O “Todos se extraviaram;
Espírito dá poder parajuntamente se fizeram
suportar a hosti-lidade
“Para mostrar
einúteis.
mostrarNão nos
há séculos
quem
benignidade, façavindouros
o bem, não
responden-do aao
suprema
hámal
nem
riqueza
com o bemda(Rm
suaumgraça, pela 3.12)
só.” (Rm
12.21). sua bondade para
conosco em Cristo Jesus.” (Ef 2.7)
 Para Paulo, esse comportamento só se torna
“Não tequando
natural deixes vencer
somos do mal,nova
feitos mascriação
vence oem mal
Cristo (Rm com o bem.” (Rm 12.21)
3.12). (KEENER, 2018, p. 87).
A Bondade
 “Bom” é o principal termo que identifica o
caráter de Deus no Antigo Testamento”. (FEE, 2015, p. 153).

 Os cristãos devem ser conhecidos como “cheios


de bondade” (Rm 15.14): fazem o bem. Paulo
retoma esta palavra no final, para concluir o
argumento (6.9,10).
 Esta bondade não traz hipocrisia, mas é sincera
“Eu próprio,“um
e genuína, meusproduto
irmãos,sobrena-tural
certo estou, da
a respeito
vida de
de vós,em
Cristo que vósinterior”.
meu mesmos estais cheios de bon-
(KELLER, 1981, p. 119).

dade, cheios de todo o conhecimento, podendo


 Ela não visa mérito;
admoestar-vos unsalegra-se no bem
aos outros.” (Rmque
15.14)
realiza pela capacitação do Espírito.
A Fé (fidelidade)
 Consiste em confiar em Deus e apegar-se a Ele
em obediência. Chegamos a Cristo e ao Espírito
ao receber com fé a mensagem do evangelho e
continuamos a crescer na fé pelo Espírito em nós
(3.2-5; 5.5).(CRAIG, 2018, p. 87).

 No Antigo Testamento grego (LXX), traduz o


conceito de fidelidade de Deus. (FEE, 2015, p. 154).

 Para Paulo, a fé verdadeira inclui fidelida-de, e se


expressa no amor (5.6).
A Mansidão (amabilidade)
 Cristo se apresentou como “manso” (Mt 11.29).
Paulo conhecia isto (2 Co 10.1).
“Além
Ocorre 8 vezes
disto, eu, nos
Paulo,escritos
vos paulinos
rogo, (1Co 4.21;
pela mansidão e
“Tomai sobre
Glbenignidade vós
5.23; 6.1; Clde o meu
3.12; jugo,
Ef 4.2; e aprendei
1Tmna6.11; de
2Tmmim
que sou manso e Cristo,
humilde eu
deque, verdade,
coração; e encon-
2.25;
“Que Tt 3.2).
quando presente
quereis? Irei aentre
vós vós, vara,
com sou humilde,
ou com mas
amor
trareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29)
“Masausente,
Incluieo ousado
espírito
sentido de
de para convosco.”
mansidão?”
humildade e(1Co(2 Co
4.21)
respeito
tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e 10.1)
para
com os outros.
segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
(FEE, 2015, p. 155).

 Nesteconstância, a mansidão.”
contexto, revela (1 Tm
compaixão, 6.11)
não
condescendência (6.1; 1 Co 4.21). (CRAIG, 2018, p. 88).
O Domínio Próprio (temperança)
 Refere-se à autodisciplina e ao controle sobre os
próprios apetites e desejos (1 Co 7.9; 9.25). (CRAIG,
2018, p. 88).

 Esta virtude nunca é referida ao caráter de Deus.


É claramente
“E todo aqueledirigida aoexerce
que luta, cristão.domínio próprio
(FEE, 2015, p. 155).

em não
 Paulo todas
vêasisto
coisas;
comoora, eles oabstinência
simples fazem para(Cl
alcançar umaa graça
2.21), mas coroa docorruptível,
Espírito nós,nos
que porém,
faz uma
ter
incorruptível.” (1 Co 9.25)
uma vida moderada, com abstenção por amor de
outra pessoa. (FEE, 2015, p. 156).
Como produzir o fruto
 A presença do Espírito em nós é que pode
produzir este caráter, mas há a necessida-de de
uma apropriação contínua (5.16, 25; Ef 5.18; 2
Tm 1.6,7). (FEE, 2015, p. 157).

 O fruto do Espírito não requer passividade do


“E não vos
cristão, masembriagueis
é gerado ao com vinho, em
caminhar-se comque há
Cristo
contenda, mas aenchei-vos
e submeter-se do Espirito.” (Ef 5.18)
Ele, cada dia.
 Não produzimos isto por nossa capacidade, mas
precisamos depender da obra de Cristo em nós,
pelo Espírito.
 Não seremos avaliados pelo dons, mas pelo
caráter cristão (Mt 7.15-23; 1Co 13.1,2).
Conclusão
 O fruto da presença do Espírito em nós implica
em um coração transformado, em semelhança a
Cristo, que se revela em um comportamento
transformado. (CRAIG, 2018, p. 94).

 Significa que iremos mudar a forma como nos


relacionamos com os outros, mesmo que custe
caro.
 Precisamos rejeitar a velha natureza, de forma
decisiva (5.24), para viver guiados pelo Espírito
Santo.
Soli Deo Gloria!
Referências
 BARCLAY, William. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito.
São Paulo: Vida Nova, 2000.
 FEE, Gordon D. Paulo, O Espírito e o Povo de Deus. São Paulo:
Vida Nova, 2015.
 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento -
Gálatas . São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
 KEENER, Craig S. O Espírito na Igreja – O que a Bíblia ensina
sobre os dons. São Paulo: Vida Nova, 2018.
 KELLER, W. Phillip. Frutos do Espírito Santo. Venda Nova:
Betânia, 1981.
 MAUERHOFER, Erich. Uma Introdução aos Escritos do Novo
Testamento. São Paulo: Vida, 2010.
 STOTT, John. A Mensagem de Gálatas – somente um
caminho. São Paulo: ABU, 2007.

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