Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4.° tômo .
A Graça
SACRAMENTOS -. ORAÇÃO ~. LITURGIA
lo.a edição
IMPRIMATUR
t Paulo, Bispo Auxlllal'
São Paulo, 14 de dezembro de 1953,
o
lJJJ1
REl.IGI
(3 €stvc/o mat's lindo)
mals úté~ mais ílO,bl'é,
i aft/i/& pt/é /?OE f>a/a
de l)é(/~ de StlC1S
~Pt7lJclézct.s" de sua
bEIEzCl, dé Bt/a
DOOd'a ele . ..
INOICE
PÁG.
Introdução .......................................................... . . . 7
OS SACRAMENTOS E A GRAÇA
BATISMO
CRISMA
EUCARISTIA
CONI!'ISSÃ O
EXTREMA-UNÇÃO
ORDEM
Lição 25. a - Nôvo e eterno Sacerdócio ...........•..... ' .... ,........ 144
Lição 26. 3 - A Vocação " ................... , ....... ,................ 152
- Leitura: A Obra Missionária ........... ,................ 159
MATRIMÓNIO
Lição 27. a - O grande Sacramento .. , ..... , ....... ,.,., .... , ... ,..... 161
- Vátura: O matrimônio ..........•..........•....•.. ,... 167
Lição 28.a - A famflia cristã ...............•....................•.... 169
- Leitura: Pátria ........................... ' .......•..... , 173
A ORAÇÃO
LITURGIA
Perguntas e Respostas ... , ....... , ... " ... "." .... , ... , ........... , .. 193
INTRODUÇÃO
o grande tesouro
-7·-
os Patriarcas e os Profetas, e por fim, para cumpri:..la, en-
viou-nos o seu próprio Filho, Jesus Cristo.
Jesus Cristo veio ao mundo para nos redimir e dara
possibil idade de nos tornarmos, outra vez, filhos adotivos
de Deus, condição que havíamos perdido com o pecado de
nossos primeiros pais; para isso, nos conseguiu com os me-
recimentos de sua Paixão e Morte, a graça santificante e
os auxílios necessários para conservarmos essa esplêndida
situação.
Aos ensinamentos dos Patriarcas, dos Profetas e de Jesus
Cristo, dá-se o nome de Revelação divina.
Pela Revelação conhecemos nosso verdadeiro fim, que
é o de nos tornarmos membros da família de Deus; sabe-
mos ainda que Nosso Senhor nos dá a fôrça para conse-
guí-Io, fornecendo-nos abundantemente meios extraordiná-
rios e especiais.
Essa passagem do estado de pecadores ao estado de
filhos de Deus, se efetua por meio da Graça Santificante; os
auxílios para agir de conformidade com tal estado sobrena-
tural chamam-se Graças Atuais. A Graça é, um favor, um
. presente; é o grande tesouro a nós concedidos pela imensa
bondade de Deus.
A fonte dessa Graça, o manancial dos maravilhosos auxí-
lios de Deus, encontra-se em Jesus. Jesus é a maior graça
que Deus-Pai concedeu ao homem com o fim de salvá-lo .
. Tôdas as outras Graças jorram dessa primeira nascente:
Jesus.
As palavras de Jesus
8
\f
"Eu sou a videira, vós os ramos. Aquêle que perma-
nece em mim, e eu nêle, êsse dá muito fruto (S. João,
XV, 5).
São Paulo compreendeu muito bem esta verdade e a
explicou claramente em suas maravilhosas Cartas dirigidas
aos primeiros Cristãos.
"Não sou eu que vivo - dizia depois de convertido e
béltizado - mas é Jesus que vive em mim!", ..
/lEu não fiz nada de bom, mas a graça de Deus, que
está comigo, é que mo faz praticar",
Com êsses pensamentos de São Paulo na mente e no
coração, vamos estudar os dons que Deus põe à nossa dis-
posição, a fim de podermos trilhar o caminho dos Manda-
mentos e chegarmos até tle que é o Princípio e o Fim de
tôda a criatura.
tsses dons, êsses auxílios postos em nossas mãos, de-
signam-se com um nome que a todos compreende e do qual·
todos dependem: Graça.
A Graça nos é comunicada pelos Sacramentos e pela
Oração. Estudaremos também êsses inefáveis caminhos da
Graça e aprenderemos a tirar proveito dos tesouros que
Deus nos dá.
Para Recordar
Dom de uma
fôrça especial
1
{
-- Jesus, filho de Deus
Jesus que vive em nós
mediante a GraQ8,
LIÇAO I
A GRAÇA DE DEUS
OS SACRAMENTOS E A GRAÇA
- 10-
Para entender bem o que quer dizer vida sobrenatural
vamos lembrar quantas vidas há em nós, distintas e perfei-
tamente harmonizadas, sendo uma melhor do que a outra:
- vida vegetativa; é responsável pelo nosso desenvol-
vimento físico;
- vida sensitiva; a dos cinco sentidos;
- vida afetiva, vida familiar, rias relações que nascem
do coração;
- vida social, nas nossas relações com o próximo, com
a sociedade;
- vida inetelectual, nos nossos estudos e pesquisas.
Pois bem: Deus nos eleva ainda mais conferindo-nos
outra vida: uma vida que nos une a Ele: a vida sobre-·\>
natural.
Essa vida nasce em n6s por meio de Jesus que se fêz
um de n6s, para que todo o homem que nêle crer, possa
Tornar-se "participante da natur.eza divina".
Jesus o afirmou claramente: unindo-nos a Ele n6s en-
tramos afazer parte da família divina, isto é, filhos de
Deus, irmãos de Jesus Cristo, e herdeiros do Paraíso.
"S e alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu
Pai o amará, e nós viremos a êle, e'" nêle habitaremos
(S. João XIV, 23).
Portanto, a própria SS. Trindade mora na alma que
vive a vida sobrenatural, isto é, que se acha em estado
de graça.
Estado de Graça
.--. 1Z -.
que é cousa nossa, nos faz perder uma situação tão feliz é
importante, que nos dá direito a grandes venturas como a
de sermos filhos de Deus. Por exemplo: se morremos neste
estado maravilhoso, as portas da casa do nosso Pai estarão
escancaradas para receber-nos; isto é, iremos para o Céu! .
2) Mais: o estado de graça chama-se também graça
habitual. Com efeito, enquanto a alma permanece unida
a Jesus, a Graça permanece sempre nela de modo estável{
permanente, habitual.
Graça atual
-- 13 ~
As graças iduais são intervenções ou atos transitórios de
Deus, com os quais nos ajuda a fazer o bem e conservar ou
adqwirir a graça santificante ou habitual:
Esses auxílios ou intervenções podem ser:
_1) externos (graças externas atuais) = ensinamentos,
conselhos, provações da vida ...
- 2) internas (graças atuais internas) que são menos per-
cebidas e consistem em iluminações da inteligência, inspira-
ções, impulsos da vontade a fazer o bem e a fugir do mal.
A Graça nos deixa livres
Devemos notar bem: a graça não nos obriga nunca a
fazer o bem automàticamente e contra nossa vontade. Com
a Graça fazemos livremen1"e o bem e permanecemos capazes
de praticar o mal.
- A revolta voluntária, clara e precisa contra a Graça ha-
bituai, nos faz perder o estado de graça; se nos revoltamos
com nossa negligência contra as inspirações divinas, esban-
jarr)Os as graças atuais.
Para Responder
Que quer dizer «graça»? - Quantas vidas se harmonizam
em nÓs? -:- O cristão possui alguma outra vida a mais que
os outros homens? - Há diferença entre estado de graça e
graça habitual? - A graça atual é -uma intervenção de Deus
permanente ou transitória?
Para Recordar
~dom sobrenatural
r
Que é?
J
-
-vida nova em nós
torna-nos filhos de Deus
Graça
l - habitação da SS. Trindade
Graça santificante ou habitual
Suas espécies (permanente)
{ Graça a~ual (transitória) _
-A .graçapoE) deixa livres; ela l1l111Ga nos tira a
liberdade.
-14-
LIÇAO II
Os Sacramentos em geral
-15-
cam-nós em contatco diretó com Deus quê produz em nÓs
a Graça.
16-
Objeção. Como pode um sinal material - ~guá
COme) à
que toca o corpo, etc' i - agir sôbre a alma que é espiritual?
Para Responder
Para Recordar
17 -
L li: I TU RA
Liturgia Eterna
A Liturgia
Os atos Litúrgicos
A liturgia educa as almas para a vida sobrenatural me-
diante três atos:
- 18-
i. o Sacrificio da Missa, que ê o coração da titurgià. .
2. Os Sacramentos que distribuem o.S fruto.s do Sacrifí-
cio de Jesus, isto é, a Graça.
3. A Oração. (ou Divino Ofício) feita em nome de Jesus
e valorizada pelos seus méritos.
São êstes os atos da liturgia, instituídos substancialmente
por Jesus Cristo e confiados à Igreja que os regulo.u e regula.
A êles podem-se acrescentar os Sacramentais de institui-
ção. eclesiástica, como as consagrações, as bênção.s, as procis-
sões. Embora não tenham o valor dos primeiros, são, todavia,
de real eficácia, se acompanhados pela fé.
A liturgia com seus atas exteriores seria um rito frio e
inútil se a alma do.s fiéis não se unisse inteiramente ao louvor
perene de Cristo Mediado.r e eterno Sacerdote.
-19 -
LIÇAQ III
OS SACRAMENTOS NOS
SANTIFICAM
1. A vida divina em nós pode comparar-se a uma fonte
sempre borbulhante. Nesse sentido dizemos que os Sacra a
mentos são os canais por onde desce a vida divina até nós j
sobrenatu ra I.
Cinco dêles dizem respeito às necessidades de cada um
de nós.
Dois, às nossas necessidades com relação à vida social.
Assim é que em qualquer situação que nos encontremos po-j
-·20 -
Todos os Sacramentos, além de conferir e aumentar a
Graça santificante, conferem ainda uma graça especial
(=graça sacramental) que nos faz atingir a finalidade para
a qual foi instituído êste ou aquêle sacramento.
Graça especial
-As -nações organizam seus soldados para a defesa dos cidadãos. À. finali-
dade próllrÍa dessa instituição civil.é a defesa. Ora, quando um cidadão é .
çhamaçlo às armas tem o direito de receber as armas necessárias a essa defesa.
-. 21-
A Graça especial que nos confere cada Sacramento é o'
direito de receber graças especiais necessárias para atingir
o fim pelo qual foi institufdo êsse Sacramento.
Graça sacramental
Essa Graça especial é diferente para cada Sacramento,
embora sejam todos éles canais da vida divina.
A água que jorra das fontes é necessária à nossa vida. É por isso trazida
até à cidade. çhegaii\:lo através de uma' rêde de C8nos até nossa casa. Há
entretanto, algumas águas que possuem um grau mais elevado de eficiência
para nossa saúde, contêm sais especiais, e são assim mais úteis em certas
condições de saúde que em outras.
É o que acontece também com a água da Graça divina, que chega até nós
pelos canos dos Sacramentos; tem aplicações diversas conforme as diversas
necessidades dÇ! vida.
- 22-
· A Confissão repara as perdas dessa vida divina em nós;
A Eucaristia a alimenta;
A Extrema-Unção, no fim desta vida terrena, dá-nos a
fôrça para o derradeiro combate e a paz necessária para a
hora da viagem, rumo à eternidade;
Os outros dois Sacramentos dizem respeito à vida social
do Cristão;
A Ordem estabelece os chefes e intermediários entre
Deus· e o homem, na grande sociedade que é a Igreja;
O Matrimônio santifica a família tornando-a um ninho
para novos filhos de Deus, e dá aos pais os auxílios neces-
sários para cumprirem bem os próprios deveres.
Necessidade
-23-
ção ... Pois recebemos indignamente uma coisa sagrada: o
Sacramento, que é portador da vida divina.
Para Responder
Para Recordar
o SELO DE DEUS
Dizendo que os Sacramentos correspondem a finalidades
diversas, poder-se-ia pensar que não fôssem todos igualmente
importantes. Não é verdade. .
Um dia, Dom Bosc.o viu um de seus garotos correr-lhe ao encontro e di-
zer, fitando-o com tristeza:
- Dom Bosco, o Sr. não me quer bem. O Sr. gosta mais daquêle outro.
menino,. .. e apontava para um colega.
O Santo sorriu diante dessa queixa ingênua.
- Diga·-me - respondeu - quantos dedos tem esta mão?
O menino arregalou os olhos vivos e brilhantes e fitou aquela mão que se
erguia somente para abençoar e fazer o bem.
- Cinco!
- Pois bem; julga você que eu poderia querer mais a um que aos outros?
Gosto de todos igualmente porque to.dos são importantes e úteis. e são meus
todos êles. E é assim que eu amo a vocês, meus filhos: a todos indistintamente.
o caráter
26 -
o Batismo, a Crisma: e a
~\/~
Ordem são os Sacramentos
que imprimem caráter. , Colo-
cam-nos num estado definitivo
aos olhos' de Deus: cristãos
soldados .-:.. sacerdotes.
Essa éa razão por que só
se recebem uma vez.
Há apenas um modo de
tentar destruir em nós o cará·
ter impresso na alma pelo Ba-
tismo,' Crisma e Ordem; tem
um nome horrível e é ó maior
dos crimes contra nosso divino
Salvador Jesus: aapostasia.
- 27-'
Para Recordar
- 28 ~
UçAO V
- 29--
E o ministro ,não é somente o sacerdote ou o Bispó, mas
no caso do Bati.smo pode ser também um simples cristão; e
até, para o caso dêste Sacramento tão necessário, o ministro
pode ser também herege e mesmo um infiel.
~ necessário, porém, - para ser ministro de um Sacra-
mento ....... fazere dizer o que se deve, com à intenção de
fazer e diiere que quer a Igreja.
"Assim como a água que irriga os campos e os torna
fecundos nada perde de sua virtude ao passar por canais de
pedra rude, assim também a água mística dos sacramentos
l1ada,perd,e de suaéicácia passando pelas mãos de minis-
tros menos dignos" (Santo Agostinho).
Seja quen1 fôr o ministro que confere o sacramento,
quem age verdadeiramente por poder próprio é Jesus, que
é. o pril1cipal agente dos sacramentos.,
Por isso, mesmo que seja indigno o ministrei que cOnfere
um Sacramento, isto nada desmerece do Sacramento. O mi-
nlsho não nos dá alguma coisa de seu; não é àle que valoriza
o que faz, mas é Jesus que opera é derrama sôbre nós a sua
Graça.
Para Responder
Diga com suas palavras o. que é um sinal - Os Sacramen-
tos são sinais de que? - O ministro de um Sacramento deve
ser sempre um Sacerdote? - Quem na realidade produz em
nós a G~aça por meio dos Sacramentos?
Para Recordar
- 30-
LEITURA
o Centro da Liturgia
PRIMEIRA PARTE
- 31 -
· A Missa se abre com algumas oraçÕes de· introdução, aó
pé do Altar. Estas orações chamam-se Confissão, porque os
sentimentos mais insistentes são' de louvor (<<confessio»? em
latim quer dizer também louvor) e acusação dos pecados.
A alma do Sacerdote e do fiel reergue-se do pensamento
de seus pecados com um ato de confiança e amor:
«Apresentar-me-ei ao altar de Deus
ao Deus que alegra minba juventude».
O ajudante e o povo reiàm o «Confiteor» e, depois dêste
ato de humildade e esperança,· o sacerdote sobe ao altar.
Começa a Missa propriamente dita, que se compõe de :
1. Intróito. Antigamente,a Missa começava neste ponto.
A Confissão foi um acréscimo posterior. O Íntróito era can-
tado enquanto o Bispo entrava na Igreja. Compõe-se de um
salmo e de uma antífona (versículo de louvor) que dáo tom
da festa.
2. Kyrie. 1Ii o comêço de longa ladainha, que hoje desa-
pareceu, e, antigamente, era rezada pelo clero e pelo povo. O
Kyrie é rezado em grego e significa: Senhor, tem piedade;
Cristo, tem piedade!
3. Glória. 1Ii um canto festivo. As palavras iniciais re-
cordam as harmonias angélicas de Belém, na noite de Natal, ao
passo que as outras são de origem humana, mas antiquíssimas ..
Nela invoca-se a Trindade,
celebra-se o mistério da Encarnação,
invoca-se a paz para os homens.
4. Orações. Antigamente, o Celebrante convidava neste
ponto os fiéis a rezar: Oremus! Rezemos juntamente! Então,
o Diácono ordenava à assembléia que se ajoelhasse, em oração.
Transcorridos alguns instantes, em devoto silêncio, o «Subdiá-
cono dava ordem de levantar: Levantai-vos! A seguir o Cele-
brante resumia numa oração em voz alta as invocações de todos.
Na Missa atual, permanece somente o convite e a oração, em
voz alta, do celebrante.
5. Leituras e Salmos. As leituras são duas: Epístola
(trecho dos livros apostólicos do Nôvo ou do Antigo Testa-
mento) e Evangelho. A princípio, intercalavam-se Salmos que
posteriormente, abreviaram-se na forma atual do «Gradua!»,
cantado nas missas solenes. .
32 -
Os fiéis ouvem o Evangelho, de pá e saúdam o comêço e
o fim com as palavras: «Glória a ti, Senhor» e «Louvor a Ti,
Ó Cristo». Atitude de fortaleza Cristã!
Ao Evangelho segue-se, geralmente; a pregação: não é
palavra dos homens, mas, palavra de Deus. Depois do IQvan-
gelho há, muitas vêzes, o Credo, profissão de fé sôbre quanto
se ouviu no Santo Evangelho.
Neste ponto, despediam-se os Catecúmenos porque estava
por começar a parte do verdadeiro sacrifício. Depois de uma
oração, em segrêdo, e outra, em voz alta, e a bênção do Bispo,
o Diácono os despedia.
-- 33 -
LIÇAO VI
AGUA VIVA
BATISMO
Promessa
- 34 --
Um dia Jesus foi
ao Jordão, o n d e
João batizava. Mas
João queria esqui-
var-se dizendo: IIEu
é que devo ser bati.
zado por v6s ... e v6s
vindes a mim!?".
Mas Jesus lhe res-
pondeu: Deixe es-
sas considerações de
lado: N e s t e mo-
mentO convém que
façamos tudo o que
é conveniente que
se faça. A estas pa-
lavras João acedeu~
E então os céus se
abriram e João viu
descer sôbre Jesus
uma forma de pom-
ba que manifestava
a presença do Espí-
rito Santo. Uma
voz que vinha do
céu dizia: Este é meu filho muito querido; Ele merece todo
o meu amorl".
- 3!)-
Instituição
Necessidade
Matéria
- 36-
Ministro
o Batismo da sangue
o Batismo de desejo
Para Responder
{
imprime o caráter
l
v, . ,.
de água (verdadelrO
sacramento)
arlas espemcs de sangue
de desejo
- 39~·
LIÇÃO VII
RENASCIMENTO
Em algumas cidades européias vêem-se ainda os Batis~
tét'iO$ separados das Catedrais. Eles lembram as antigas
cerimônias que se realizavam durante a administração do
Batismo, no Sábado Santo.
o Rito antigo
A nova criatura
.",. ,. 40-"
dadeiro nascimento. Depois do Batismo, aparece no mundo
um nôvo ser: o cristão, nascido dessa misteriosa imersão no
banho da água divinizadora.
As fôlhas tombam no outono e renascem na primavera. Mas a nova folhi-
nha que apontou no mesmo ramo não é a antiga fôlha que caiu. Assim no
Batismo morre em nós o pecador e nasCe um outro individuo: o filho de Deus
c membro da Igreja, assinalado pelo carãter de Cristo, sequaz de Jesus Cristo.
41
A nova vida
Renúncias e promessas
Deveres do batizado
Os padrinhos
- 44-.
e em seguida teceu esta consideração: "eis o livro dos filhos de Deus: diante
dêle todos Oli homens são Iguais; não há entre êleil outra distinção, senão a
que lhes dá a fé e a virtude. Um dia sereis aos olhoS do mundo mais Impor-
tantes que êsse menino, mas êle será mais importante aos olhos de Deus, se
rôr mais virtuoso que vós.
Para Responder
Onde ficavam antigamente os batístérios? -- Como se
realizava o Batíamo? -- Qual o significado dêsse rito? -- O
Batíamo é uma anistia dos pecados ou um renascimento? -
Que disse Jesus a Nicodemos? - Quais os efeitos dêsse re-
nascimento?
Para Recordar
renascimento verdadeiro.
confere a graça santificante
f comere as virtudes sobrena~
turais
Efeitos apaga o pecado original e os
atuais
imprime o caráter de Cristão
Efeitos e - torna-nos capazes de receber
Obrigações os outros sacramentos
do professar a fé
Batismo observar a Lei
Obrigaç.ões (
do ao demônio
Batizado Renunciar às suas obras
{ às suas pompas
I
l Quem assume estas { os padrinhos
obrigações por nós
_. 45-
LlçAO VIU
CHUVA DE FOGO
CRISMA
-46 -
A necessidade da Crisma
- 47-
o Batismo nos tornamos templos do Espírito Santo? A esta
pergunta já havia respondido o Papa S. Melqufades (+ 314)
ao explicar a diferença entre os dois sacramentos: /lNo mo~
mento do Batismo o homem é recrutado; na Crisma recebe
as armas da luta;. .. pelo Batismo renascemos para a vida,
com a Crisma estamos preparados para o combateU,
Instituição
- 48-
Aigum tempo depois da descida cio E. Santo, às Apostolas qué estavam
em Jerusalém souberam que os habitantes de Samaria haviam ac.olhida favo-
ràvelmente a palavra de Deus. Por isso enviaram até lá Pedro e João. Lá
chegado, ãsses dois Apóstolos recomendaram que recebessem o Espírito Santo
que ainda não havia descido sôbre nenhum dêles. Os Samaritanos com efeito,
tinham sido somente batlzados em nome do Senhor Jesus. Assim Pedro e João
impuseram as mãos sôbre os Samaritanos batizados e êles receberam o E. San-
to (Atos 8, 14-17).
o rito
- 49-
IJEute assinalo com o sinal da Cruz e te confirmo cOm
o Crisma da salvação, em nome do Pai, e do Filho e do Es=
pírito Santol l •
As disposições do crismando
A Crisma é, numa palavra, o Sacramento da virilidade
cristã: por isso a Igreia exige do candidato não sàmente o
estado de graça - como para qualquer sacramento dos que
estão espiritualmente vivos - mas também o conhecimento
dos mistérios principais da nossa Fé, e que receba o sacra-
mento com devoção, profundamente compenetrado do sig-
nificado do rito.
Para que haia mais disposições, costuma-se adminis.trar
~ Crisma a quem tenha atingido pelo menos os 7 anos,
idade em que a inteligência do menino pode refletir com
relativa facilidade sôbre a importância do sacramento, e os
primeiros assaltos das tentações requerem generosidade no
sacrifício e na luta.
Os apóstolos prepararam-se durante 10 dias de oração
para a vinda do Espírito Santo. Convém, portanto, que nos
aproximemos dêsse grande sacramento convenientemente
preparados.
Se êle fôr bem recebido, a graça sacramental há de am-
parar e guiar com. os dons do Espírito Santo os passos do
jovem cristão.
Para Responder
Conte a descida do Espírito Santo sôbre os Apóstolos -
Por que se chama Pentecostes? - Por que é que a Crisma se
chama também confirmação? - Não é suficiente o sacramento
do Batismo? - Havia Jesus prometido a descida do Espírito
Santo sôbre todos os fiéis? - Que se pode deduzir dessa pro-
messa? - Existe no Nôvo Testamento algum episódio que
lembre o sacramentada Crisma?
- 50-
Para Recordar
- 51-
LEl'rUltA
2. O Cânon e a Consagração
Depois do Sanctus o sacerdote recolhe-se, em íntima ora-
ção, chamada Cânon (em grego = regra fixa) porque é idên-
tica em tôdas as Missas.
A parte mais antiga (a parte que precede imediatamente
e segue a Consagração) é a imitação e desenvolvimento do
agradecimento e louvor de Jesus, na última Ceia, que os Evan-
gelhos resumem em duas palavras: «e agradeceu e louvou a
Deus».
- 52-
Em tôrno dêste núcleo central que culmina nas veneráveis
palavras da Consagração, acrescentaram-se, desde a mais re-
mota antiguidade, outras orações.
Dirige-se a primeira ao Pai celeste, a fim de invocar gra-
ças para o Papa, os Bispos e todos os fiéis: a Igreja militante.
Unimo-nos, depois, à Igreja triunfante.
As orações seguintes vão cada vez mais cüncentrando o
pensamento em Jesus, que finalmente desce ao altar.
Após a Consagração, recorda-se que o sacrifício se realiza
em nome de Jesus Cristo, e em memória dos mistérios de sua
Vida. Reza-se para que Deus o aceite como aceitou o de .A,bel,
Abraão e Melquisedeque. Segue-se o Memento (lembrança)
dos monos;. e assim, completa-se ao redor do altar a família
da Igreja militante, triunfante e padecente.
Antes de encerrar o Cânon com uma das mais belas ora-
ções de louvor, antigamente, neste ponto, benziam-se os ali-
mentos: leite, mel, água; rito· conservado na função de quinta-
feira santa para a bênção dos óleos santos.
3. A Comunhão
- 53-·
derramar o precioso Sangue, quer pela repugnância de bebE);.
rem todos, no mesmo cálice. e ainda pelas dificuldades de con-:-
sumir ou conservar as sagradas espécies.
Ação de Graças
Durante a Comunhão cantava-se um Salmo, abreviado no
atual Communio, que se diz após a Comunhão.
Terminava a Missa com uma última oração e uma última
saudação: Dominus vobiscu.m, o Senhor esteja convosco.
. Ao sair, o Bispo ou o Papa dava a bênção aos vários gru-
pos de fiéis. Hoje, tudo é feito globalmente pelo, Sacerdote.
Com a Bênção terminá prõpriamente a Missa.
O Sacerdote lê ainda um trecho de Evangelho e, no fim, o
ajudante responde, em nome de todos: «Deo gratias»: Graças
a Deus!
A. vida cristã deveria ser um incessante «Deo gratias»,
pelos benefícios recebidos, sendo o primeiro de todos o poder
assistir à incruenta imolação de Jesus.
As orações, ao pé do altar, foram introduzidas pelo Papa
Leão XIII para impetrar a bênção ce]~ste sôbre tôda a Igreja.
Mais tarde, o Papa Pio XI determinou que essas preces
finais (3 Ave-Marias, 1 Salve-Rainha e as duas outras orações)
fôssem recitadas pela conversão da Rússia.
- 54-
LIÇAO IX
REMOS E VELAS
Antigas embarcnções singravam o mar movidas a remos. O esfôrço dos
remadores era hercúléo quand'l se tornava necessário navegar contra. a. eor-
rente; mas quando se desfraldavam as velas e um vento favorável as enfunava
com seu poderoso sôpro, então era um prazer singrar velozmente as ondas.
a) A graça sacramental
- 55-
Com efeito, a graça da Crisma:
a) nos faz perfeitos cristãos. Não mais lIc:riancinhas
há pouco regeneradas", como acontecia no Batismo, mas adul~
tos em Cristo. A Crisma aumenta a graça santificante e
faz com que se desenvolvam as virtudes teologias e morais.
b) nos faz soldados de Jesus Cristo. Não medrosos e
tímidos como as crianças, mas dispostos a conservar e de-
fender sempre a própria fé. "Depois de receberdes o Espí~
munhas até aos ebremos confins do ml.,mdol l • Essa é a pala-
munhas até aos extremos confins do mUi,do'. Essa é a pala-
vra de ordem para um soldado de Cristo.
c) imprime um carMer. tste sinete divino não se deve
comparar à armadura dos antigos cavaleiros que se vestiam
e depunham à vontade, mas é sêlo espiritual, permanente e
i,ndelével do Espírito Santo que dá coragem e audácia ao
cristão.
O leve tapa dado pelo. Bispo na face do Crismado quer
significar a coragem cheia de dignidade de quem conserva
elevada a sua fronte, sem se envergonhar da Cruz e sem
temer os inimigos da fé.
- 56-
- Assim seja!
- Enchei-os do Espírito de vosso Temor e assinalai-os
com o sinal da Cruz de Cristo, tornandcN)spropícios para
a vida eterna.
A alma que segue dàcilmente os impulsos dêstes 7 Dons,
é levada pelo Espírito Santo pelos caminhos da perfeição
cristã.
Com efeito:
A sabedol'ia inclina a alma a ~aborear as coisaS ce-
lestes,
- O entendimento é
a luz que estimula a pro-
curar a seguir a vontade de
Deus:
- O conselho é a sá-.
bia escolha dos meios para
rEMon til! (){W9 fugir do mal e fazer o bem;
PIIWAOII - A fortaleza é a in-
C/ENClA. trépida coragem cristã;
FORTALEZA - A ciência é o desejo
CONSELHO crescente de conhecer· a
ENTENOIMENTO Deus;
SABEDORIA - A piedade é a preo-
cupação íntima de agradar
e amar a Deus com a per-
feita fidelidade aos deveres
rei ig iosos;
- O temor é o cuida-
do filial de não desagradar
ao nosso Pai· que é Deus.
_. 57-
As duas pazes
Para Responder
- 58-
Para Recordar
- Aperfeiçoa o estado de
Graça
- confere uma graça es-
Efeitos da
Crisma pecial própria dêste
sacramento
- confere os dons do Es-
pírito Santo
Remos e Velas - imprime o Caráter
- perfeitos cristãos
- soldados de Jesus
Graça Cristo
sacramental: - não nos envergonhar-
ao fortaleza mos da Cruz
cristã - não temer os inimigos
da Fé,
- 59-
LIÇÃO X
o MAIOR DOM
EUCARISTIA
Nós não quereríamos que os Grandes, os Gênios, os Heróis, os Benfeitores
da humanidade desaparecessem sem deixar sinais de sua passagem entre os
qUe lhe admiraram o pensamento, a arte, a política. E êles deixaram em suas
obras uma lembrança perene.
Platão, Sto. Tomás legaram-nos obras gigantescas: Miguel Angelo, Mar-
conie Santos Dumont deixaram-nos seus gênios e suas maravilhosas inven-
ções; Cesar e Napoleão, a fama de seus feitos; Beethoven e Mozart, o enlêvo
, de suas composições.
- 60-
Mas i'tucárlstia il quer dizer tambémiiagradedmentoil;
e também neste sentido é muito apropriado o· seu nome,
pois é ela o nosso melhor agradecimento a Deus no Sacri-
frcio da Missa.
PrOmeS5éa
a Sagrada ,Escritura.
Vendo a insistência da multidão, Jesus falou aberta~
mente; e aludindo ao fato do dia anterior, anunciou um
pão muito mais misterioso e prodigioso.
Jesus falou assim: 11- Vós me buscais porque comestes
dos pães e ficastes fartos! Eu todavia vos digo: Não pro-
cureis tão àvidamente o alimento que perece, mas sim o
que perdura até a vida eterna. Eu vos asseguro que o Filho
do Homem, como ontem vos deu aquêle pão, dar-vos-á êsse
pão prodigioso de vida perene. Eu sou êste pão de vida:
Eu sou o pão vivo descido do Céu. Quem comer viverá para
sempre. E o pão que eu vos hei de dar é a minha carne:
pão para a vida do mundo!
Eram palavras misteriosas. Mas de modo particular as
últimas desconcertaram os ouvintes. Furiosos, começaram
a dizer queêsse não era modo de falar, e que êles não de-
viam ser julgados antropófagos.
Mas Jesus com firmeza e clareza acentuou:
- Em verdade, em verdade eu vos digo: Se não co-
merdes a carne do Filho do Homem, e se não beberdes o
seu Sangue, não tereis a vida em v6s.
- 61-
Quem come a minha carnee. bebe o meu sangue~ terá
a vida eterna e eu o ressuscitarei da morte no último dia.
Porque ii minha carne é verdadeiramente comida e o meu
sangue verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue tem a v~da eterna ll • (5. João 6, 54-58).
Instituição
- 62-
/
Sacramento e Sacrifício
- 63-
2) <t o Sacrifício do sangue de Jesus derramado por
nós em remissão dos pecados (Santa Missa).
Neste sacramento Jesus deixou sua presença perene no
mundo. De uma maneira misteriosa mas real está sempre
conosco, no sacramento da Eucaristia, para renovar e con-
tinuar a sua Paixão e Morte.
IIMysterium Fidei"
- 64-
(que existem aos milhões. .. quê se encontram por tÔda a
parte!).
,Encontraremos nas lições seguintes algumas belas e
convincentes expl icaçôes.
Para Responder
Para Recordar
- 65-
LIÇAO XI
PRESENÇA REAL
o milagre
- 66-
Depois de Jesus, também os Apóstolos operaram mui~
tíssimps milagres, a fim de que os homens acreditassem que
Jesus que os enviava era Deus, e a doutrina, que em nome
dêle pregavam, era verdadeira.
À medida que a Fé ia crescendo e aumentando o nú-
mero de fiéis, Deus achou que diminuía a necessidade de
milagres tão extraordinários .
.-·67
A Igreja, porém, nunca perdeu a faculdade! que tle lhe
concedeu de lidar sinais e realizar prodígios em seu nome".
Lourdes, Fátima, Loreto, Aparecida e outros Santuários,
falam claramente que ainda existem milagres. Nos países
de missão, em que a Fé precisa ser difundida ou reforçada,
há maior abundância de milagres, como atestam os mis-
sionários.
o Milagre Eucarfstico
Ora, êsses milagres todos são feitos por Deus par.a falar
aos sentidos dos homens, pois os incrédulos somente aceitam
o testemunho daquilo que vêem e ouvem.
Na Eucaristia êles não vêem nada de nôvoj tudo apa-
rece como anteSj por isso dizem que não se realizou milagre
nenhum. Realmente, o pão conserva ainda tôdas as aparên-
cias de pão, e o vinhó as aparências de vinho. Nós, porém,
sabemos que no momento da Consagração, realiza-se lite-
ralmente a promessa que Jesus fêz de voltar continuamente
ao nosso meio no Sacramento do seu Amor.
A promessa de Nosso Senhor nos dá absoluta certeza
de que tôdas as vêzes que o sacerdote pronuncia palavras
da Consagração sôbre o pão e o vinho para renovar a ordem
de Jesus, êles se tornam, de maneira invisível mas real, o
verdadeiro Corpo e Sangue de Jesus.
Os Apóstolos, com São Paulo e com tôda a Tradição da
Igreia, tiveram sempre uma fé inabalável na SS. Eucaristia.
Por inacreditável que lhes pudese parecer tamanho milagre,
nenhum dêles duvidou, porque Jesus o havia afirmado. E
. .Jesus é Onipotente!
- 68 ..-;.
Igrejas, como o Pange Língua, O Salutaris Hóstia, Lauda
Sion, acentua sempre o ponto da fé, que neste sacramento
deve dominar inteiramente, sem que nos deixemos enganar.
~. 69-
vista do que à razão, e ainda do fato de que o pensamento
de um Deus presente lhes causa pavor e remorso. Ao con-
trário, a lembrança de que nosso Deus está sempre conosco
- mesmo que pareça um pedaço de pão - é fonte de enco-
rajamento e extraordinária alegria.
"Não há no mundo religião alguma que tenha o seu
Deus tão pertinho de nósl".
Para Responder
-70 -
Para Recordar
Presença real
No cálice j
\
depois há o verdadeiro sangue
de Nosso Senhor Jesus Cristo
sob as aparências de vinho
Portanto o mesmo Jesus que está no Céu
na
Eucaristia
está
{ e que na terra nasceu de Maria
Virgem
Creio porque Jesus o disse e
;nesse
mistério { porque a Igreja - infalível - .
o ensina
-71-
LEITURA
o Ano Litúrgico
1. Preparação
I
'j
(Jejum e Vida pública de
Jesus) .
próxima: Tempo da Quaresma.
Imediata: Tempo da Paixão (Paixão
de Jesus).
~. Celebração: Tempo Pas~al (Ressurreição e Ascensão
de Jesus).
C) CICLO DE PENTECOSTES (Jesus envia o Esprrito Santo
para santificar os fiéis).
LIÇÃO XII
TRANSUBSTANCIAÇÃO
Palavra verdadeiramente difícil. Difícil de se pronun-
ciar por ser tão comprida; difícil de se escrever por ser tão
complicada, que vale pelo menos três palavras: trans-sub.
-stare. Mas sobretudo difícil de se entender.
t, entretanto, uma palavra belíssima, muito acertada
para exprimir a coisa mais sublime do mundo: o milagre
pelo qual se realiza a mudança do pão no Corpo de Jesus e·
do Vinho: no seu Sangue.
Transubstantiatio (aSSim se diz em latim) é uma pa-
lavra formada pelos Teó!ogos para exprimir a maravilhosa
mudança que se dá na Consagração: transubstanciação quer
dizer mudança de substância.
E foi precisamente êste o estonteante prodígio que Jesus
realizou: Ele tomou uma substância, a do pão - e disse:
"Pão, transforma-te em MimO. Jesus podia fazê~lo; queria
fazê-Io; e de fato o fêz.
A substância tem uma qualidade importantíssima: não
pode mudar. Ninguém poderia tomar a substância de ho-
mem e convertê~lo em pedra. [\Jem a pedra poderia trocar
a sua substância pela substância manteiga.
Isto acontece tôdas as vêzes que há os requisitos estabe-
lecidos por Jesus para efetuar êste milagre. São éles:
1) a renovação do seu Sacrifício, na Santa Missa.
2) por meio de um sacerdote consagrado para exercer
~sse divino poder. Nessas circunstâncias, o pão fica apenas
.
~ 7~-.
com as aparências de pão, mas na realidade já não é tal.O
que aí está é a substância do Corpo de Jesus. A substância
pão desapareceu. O mesmo se diga do vinho. Permanecem
somente a quantidade e a qualidade do pão e do vinho; isto
é, aquilo que aparece aos nossos sentidos: a côr, a figura,
o sabor do pão e do vinho. São um véu de coisas comuns
ocultando uma coisa ~vtraordinária; uma aparêllcia de ali-
mento e bebida, que encerra uma bebida e um alimento
divinizador: o próprio Deus que se dá aos homensl
Sem dúvida, essa troca de substância, essa conversão do
pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus, é entre todos
os milagres a mais estupenda das maravilhas.
Há. todavia. na natureza alguns fatos que lembram êsse milagre: o suco
absorvido da terra transforma-se em planta; o alimento assimilado por nós
torna-se nossa, carne e sangue. Mas estas transformações são bem diversas
da transformação instantânea e total do pão que se muda no Corpo de
Jesus e do vinho que se muda em seu Sangue.
As conseqüências
-74 -
EUROPIl
-A/17ERICA
OCEANIA AFRICA
Ato de fé
-75 -
Mediante a transubstanciação, Jesus Eucarístico perma-
nece entre nós como aniquilado no silêncio dos tabernáculos.
Permanece assim para que os homens dirigindo-Ihes
suas preces nas visitas, recebendo-o nas Santas Comunhões,
ponham nêle t6da a confiança; é para que a Igreja sinta
sua divina proteção e nêle descance: "Eis - disse Jesus
aos Apóstolos - Eu estarei convosco até à consumação dos
séculos!"
Para Responder
Para Recordar
- dá-se na Cnsagração
- não há mais nem pão nem
vinho
o milagre - há sõmente o Corpo e o San-
eucarist'co gue de Jesus Cristo
-- permanecem as espécies ou
aparências d-c pão e vinho.
Jesus está inteiro na Hóstia tôda, e em qual.
quer fragmento
Transubs- Jesus está em tôdas as Hóstias consagradas do
mundo
- para que a adore-o
mos
- para que a receba-
Por que se conserva mos na Santa Co-
I nas igrejas a Santís- munhão
l
sima Eucaristia? - para que perceba-
mos a perene pre-
sença e assistência
tanciação de Jesus.
-76 ~
PAO VIVO
Quando Jesus prometeu a SS. Eucaristia, havia, pou.cas
horas antes, multiplicado os pães no deserto. Dirigindo-se
aos judeus, desejosos de outros prodígios materiais, Jesus
falou lide um pão que não se estraga", dizendo que a êsse é
que deviam procurar e não o outro que haviam comido.
Senhor, dai-nos dêsse pão! - exclamou então o povo
fascinado pelas palavras de Jesus.
Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais
fome e quem crê em mim não terá mais sêde. . . o pão que
eu hei de dar é a minha carne: se não comerdes a carne
do Filho do homem e não beberdes o seu sangue não tereis
a vida em v6s ... ". .
Já notamos o horror com que foram ouvidas essas pa-
lavras por parte dos Judeus, e vimos também como Jesus'
não quis mudar de expressão, mas cumpriu na Oltima Ceia
esta sua promessa, fazendo com que seus Apóstolos co-
messem verdadeiramente a sua Carne e bebessem o seu .
j Sangue, mas sem nenhuma repugnância, pois Ele encontrou
um modo muito delicado de se entregar a nós.
Assim quando nos aproximamos da sagrada Comunhão
ouvimos ainda a voz de Jesus a repetir através dos séculos:
"Este é o pão vivo descido do céu, para que quem dê!e come
não morra eternamente". (São João 6, 48-60).
Ao dar-nos a Santa Comunhão o sacerdote lembra pre-
cisamente isso dizendo: o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo
tome conta de tua alma para fazê-Ia viver eternamente.
-77 -
Escopo
Efeitos
- 78-
2. 0 - Apagar 0$ peca-
dos veniais e preservar dos
mortais.
3.° - Unir-nos a Je-
sus Cristo e fazer~nos viver
de sua vida. Sto. Tomás de
Aquino exprimiu de outra
forma os efeitos da SS. Eu-
caristia, numa bela antífo-
na. /lO sacrum convivium ll :
110 banquete sagrado, em
que recebemos a Jesus e
lembramos a sua paixão!
Em ti a alma se enche de graça e nos é dado um penhor da
gl6ria futura ll•
-79 -
2.°- Estar em jejum. t o que veremos na liçãô
seguinte.
3.° - Saber o que ~e vai receber; .isto é, ter uma in-
tenção reta, e bem esclarecida. Não terá boa intenção quem
se aproxima da sagrada comunhão com pensamentos mun-
danos, para se mostrar, por vaidade, para agradar a quem
quer que seja, ou por hábito; devemos, ao invés, unir-nos
a Jesus, nosso Salavdor, crendo nêle com fé viva, querendo
recebê-lo com ardente desejo, acolhendo-o em nós com pro-
funda humildade e modéstia. A Igreja antes de nos dar o
corpo de Nosso Senhor põe na bôca do sacerdoté, ao nos
mostrar do altar a sagrada Partícula, as belas palavras do
centurião romano que estava em serviço na Palestina nos
tempos de Jesus. Ao pedir a Jesus um milagre sabendo
bem quem era êle, desfêz-se de seu orgulho de romano
conquistador, e diante do Mestre Onipotente assim falou:
Senhor, não sou digno de que entreis em minha casai mas
dizei apenas uma palavra e " meu servo (a minha almá)
será curado.
O Catecismo nos ensina ainda a rezar algumas orações
(os atos para antes e depois da Comunhão), onde há muitas
frases sôbre as quais deveríamos pensar e refletir bem, e
não simplesmente repeti-las como papagaios .. '; deverfamos
até, como faziam os santos, pensar em Jesus desde o dia
precedente e lembrar-nos dêle durante o dia em que o re-
cebemos, a fi mde lhe prestar homenagens de adoração e
agradecimento.
Como é doloroso ver meninos e até gente grande que,
aos domingos, recebida a sagrada Hóstia vão para os bancos,
e, depois de dois minutos já os vemos deixar a Igreja, como
se já tivessem dito tudo o que deveriam dizer a Nosso Senhor!
São Felipe Nery, em Roma quis ds.!' severa lição a uma pessoa que
costumava deixar a Igreja logo depois de comungar. Doendo-lhe aquela
irreverência, o Santo chamou dois coroinhas e mand ')u-os acompanhar
aquela senhora com duas velas acesas. Os coroinhas obedeceram. Ao ver
- 80
êsse acorIlpanhamento e.stranho a senhora perguntou a causa dessa ceri-
mônia tão esquisita que nunca havia assistido em sua vida! Mas S. Felipe
que seguira os coroinhas aproximou-se e disse; Não se admire, as veHú.
acesas e os cOil'oinha.s não são para a seI).hora, mas sim para o SS. Sacramento
que a senhora acaba de receber!
Para Responder
Com que palavras Jesus prometeu a Eucaristia? - Onde?
- Como é que a Eucaristia nos diviniza? - Com que dispo-
sição de alma o cristão se deve aproximar da S. Comunhão -
Por que é necessário o estado de graça? - Que é comunhão
espiritual?
........ 81-
.. ..
- Corpo, Sailgu~, Abna e Divindade
Que é? de J eElus
{- Vida da nossa alma
l'eceber Jesus
Escopo buscar sua presença íntima
J pedir seu auxílio e proteção
l sentir sua presença no meio de nós
preserva dos pecados mortais
apaga os pecadcs veniais
A Sagrada conserva e aumenta a graça
Comunhão Efeitos
aumenta a Caridade
dá conforto da vida eterna
espiritual { na Igreja
aumenta a esperança
não t~r pecados mortais
Condições para
recebê-la { saber o que se vai receber
l
estar em jejum
ato de fé
Comunhão
espiritual { ato de desejo
ato de súplica
- 82-
UÇAO. XIV
- 83-
Mas em quanto tempo acontece tudo isso? Em dez minutos
ou no máximo num quarto de hora. Por isso deveríamos
ficar em adoração a Jesus durante êsse tempo que parece tão
longo à nossa pressa e leviandade, mas é bem pouco se pen-
sarmos seriamente no que significa fazer companhia a Jesus.
Jeium
,Ei-Ias:
- 84-
do jejum eucarístico, antes da santa Comunhão. Pede-se aos
que se beneficiem com estas concessões, que compensem o
be:"lefício recebido, com exemplos deslumbrantes de vida
cristã, e especialrnente corn obras de penit~ncia e cariçlaçle",
Obrigação
-,=,85 -.
mente, se estiver arrependido de seus pecados e em graça
de Deus, estará salvo. Entretanto, os adultos que podendo
receber éste sacramento, não o fazem, cometem pecado
mortal
As palavras de Jesus encerram utllla ordem explícita e
uma severa ameaça: "Se não comerdes de minha Carne e
não beberdes de meu Sangue, não tereis a vida em vós!"
(Jo. 6, !:)1,.).
A Igreja interpretou essa ordem de Jesus determinando
o tempo e as circunstâricias em que devemos comungar:
"Todo o fiel de um e outro sexo, depois que chegou aos
anos da discrição, isto é, ao uso da razão, é obrigado a co-
mungar uma vez ao ano, ao menos pela Páscoa, a não ser
que,a- conselho do próprio sacerdote; lhe pareça, por alguma
causa racional, que deve abster-se temporàriamente da Co-
m'unhão". (Can. 859, § 1).
A idade da discrição é aquela em que a criança começa
a raciocinar, a distinguir o bem do mal: ordinàriamente aos
7 anos,
Além disso, "em perigo de morte", qualquer que seia a
causa de que éle provenha, os fiéis são obrigados a recebera
sagrada Comunhão" (Can. 864 § 1). Há, portanto, o preceito
de receber o sagrado viático, não só em artigo de morte, mas
até em perigo de morte, quer éste perigo proceda duma
causa intrínseca (p. ex. doença) quer duma causa extrínseca
(p. ex. guerra); e são obrigados a cumpri~lo tanto os adultos
como as crianças com o uso da razão, embora não tenham
ainda feito a primeira comunhão.
Esta última Comunhão, chama-se "Viático, que signi-
fica alimento para a viagem" rumo à eternidade.
Comunhão freqüente
- 86-
alma que deve viver e deve ser forte. Quanto mais fortes
quisermos ser contra o pecado, tanto mais devemos alimen-
tar-nos de Jesus. Foi o que ensinou e quis São Pio X.
Não só isso, mas abriu o Tabernáculo mesmo para as crian-
cinhas. Quis que fizessem a primeira Comunhão aos 6 ou 7
anos, para que se unissem logo a Jesus. E afirmou: "Haverá
assim santos também entre os meninos".
São João Bosco estabeleceu a Comunhão freqüente
como base da vida c..ristã de seus alunos: "A Confissão e Co-
munhão freqüentes, a Missa cotidiana, são as colunas que
devem sustentar um edifício educativo".
Em tôdas as idades pode haver santos; basta que nos
alimentemos de Jesus. A Comunhão é a injeção de santidade!
Para Responder
Para Recordar
- 87-
i.EITURA
o SANTO SACRIFíCIO
DA MISSA
Morrendo na Cruz, Jesus ofereceu a Deus o supremo
sacrifício.
Desde a antigüidade, os homens ofereciam sacrifícios a
Deus. Mas os sacrifícios antigos eram apenas sfmbolo e
figura do verdadeiro sacrifício feito por Jesus.
O própriQ Jesus, pouco antes de morrer, dirigindo-se ao
seu Pai e a nós também, dise: "Consummatum est: Tudo
está terminado. Nada mais resta a fazer Jl • E erg verdade.
O sacrifício da Cruz continha em si, no modo mais perfeito,
tôda a significação e finalidade dos sacrifícios antigos.
O Sacrifício da Cruz era:
1. 0 o ato mais perfeito de adoração a Deus, porque
Jesus o realizava com devoção infinita, sendo Deus (home- ~
nagem de adoração = sacrifício latrêutico);
2.° era o mais sublime agradecimento a Deus por todos
os benefícios recebidos pela humanidade (homenagem de
ação de graças = sacrifício eucarístico);
3.° era o mais eficaz pedido de perdão. Deus Pai se
inclinaria sôbre nós misericordiàsamente, contemplando o
corpo dilacerado e o sangue do seu amadíssimo Filho, que
se apresentava a tle como vítima em nosso lugar (ofereci~
mento para pedir perdão = sacrifício propiciatório);
4. o o sacrifício de Jesus era o mais onipotente pedido
d~ gra~a~ D~V$ Pai não negaria mais nada aos homens,
uma vez que Jesus que se havia tornado um dêles, pedia
para êles graças e a felicidade eterna (oferecimento para
pedir graças = sacrifício impetratório).
O Sacrifício da Cruz realizado por Jesus aperfeiçoava
os sacrifícios dos homens e os anulava, tornando-se o único
sacrifício válido e eficaz.
- 90-
2.° reconciliou-nos com o seu Pai, a preço de seu
sangue, conquistando-nos a vida eterna 6 as graças necessá-
rias para merecê-Ia.
Além dis~o, como para selar os pactos antigos, imola-
va-se uma vítima, assim o sangue derramado por Jesus na
Cruz serviu para selar o nôvo pacto de aliança com Deus:
pacto eterno que nunca seria denunciado.
A Santa Missa
Diferença
-91-
A única diferença está no modo como se realiza o sa·
crifício.
Na Missa, a representação
Na Cruz, essa morte rea I, da morte se verifica vêzes
visível, aconteceu uma só sem conta, em todos os
vez, num só lugar, e de pontos da terra, e de
modo cruentoi modo incruento;
Atitude e obrigação
- 93-
cerdote não diz: ,tu ofereço o sacrifício a ti, ó Pedro, 6
Paulo, mas ao mesmo tempo que agradece a Deus o seu triun~
fo, pede seu auxflio, para qúe os que recordamos na terra, se
dignem rezar por nós no Céu.
Para Responder
Para Recordar
adoração
agradecimento
pedido de perdão
pedido de graças
o ato mais perfeito de adoração
(sacrifício latrêutico)
o Sacrifício o mais sublime agradecimento
da Missa (sacrifício eucarístico)
o mais eficaz pedido de perdão
(sacrifício propiciatório)
o mais onipotente pedido de
o graças (sacrifício imp'etra-
Sacrifício tório)
da reparou a injúria feita a Deus
Cruz 1 com todos os pecados
Com êle Jesus) reconciliou-nos com Deus resti-
tuindo-nos a graça (sacrifí-
cio-impetratório)
por meio da Santa Missa
li: recordado
e renovado iI
"I obrigatória nos dias festivos
à qual devemos assistir com de-
corosa atitude
94 -
LIÇAO XVl
o SACRifíCIO
A Eucaristia -não é somente um Sacramento; é também
o Sacrifície permanente do Nôvo Testamento, e como tal se
chama Santa Missa.
A Santa Missa é o Sacrifício do corpo e do sangue de
Jesus Cristo:
- Oferecido pele sacerdote sôbre o altar, sob as apa w
- 95-
Os sacrifícios da antiga aliança
Nunca h'}uve, nem pode haver religião, mesmo falsa, sem algum sacri-
fíclo exterior e sensível. Eis porque desde o princípio do mundo, ofereciam-
8e sacrifícios a Deus. São conhecidos os de Caim e Abel: o primeiro, agricultor
que era, oferecia a Deus os frutos da terra, e o outro, sendo pastor, oferecia
os primogênitos de seu rebanho. Certamente a luz natural da razão lhes havia
sugerido êsse ato para. manifestar o seu culto a Deus. Assim também Noé,
após o tremendo dilúvio, erigiu um altar e sôbre êle ofereceu a Deus um
s1'crifício de aves e quadrúpedes. Os Patriarcas do povo Hebreu, Melquise-
deque, Abraão, Iszque, Jacó - ofereceram a Deus numerosos sacrâícios,
conforme nos diz a Sagrada Escritura. E quando Deus deu a Lei a seu
povo por meio de Moisés, regulou a oferta' dos sacrifícios com cerimônias
muito sugestivas e simbólicas e estabeleceu uma tribo especial para ser-
virem de sacerdotes; desde aqu'êle momento os sacrifícios adquiriram um
significado de permuta amigável entre Deus e seu povo.
- 96-
Todos os demais sacrifícios, desde êsse instante, estavam
abolidos: bastava o de Jesus, para tudo pagar com supera~
bundância.
Fins do sacrifício
'Para Recordar
- 98-
tIOAO XVlI
o SINAL
DA MISERICÓRDIA
CONFISSAO
o diabólico tentador arrastara ao pecado nossos primeiros pais dizendo..
lhes: "Se comerdes do fruto da árvore que está no meio do paraiso, não
morrereis! ".
O sonho e a aswração de todo~ os homens desde a criação até hoje
é o de viver, e. não moner, Os antigos alquimistas tinham até sonhado
como descobrir o .. eli,xir da vida". um licor especial que não nos deixaria
morreI'! Sonho! Pura ilusão!
99-
À Confissão é o remédio dos remédios, que Jesus nos
deixou contra o pecado. A Confissão é o remédio que Jesus
nos deixou, dando a própria vida por nós: ela nos salva dos
pecados e nos conserva a vida eterna.
o Poder de perdoar os
pecados na terra
Há no evangelho um fato
muito bonito: o do Pa-
ralftico. Jesus estava em
Cafarnaumi eis senão quan-
do lhe apresentam um pa-
ralítico. Causava dó aquêle
100 -
pobre homem, todo entrevado sem se poder mexer. Jesus,
o fixou com indizível bondade e lhe disse: "coragem, filho,
teus pecados te são perdoados"~
Mas ao redor de Jesus estavam os seus inimigos. Ho~
mens conhecedores das Sagradas Escrituras, que se enchiam
de rancor e se preocupavam com tôdas as palavras pronun~
ciadas por Jesus. Ao ouvirem então essas frases tão miste~
riosas, pensavam com seus botões: Mas êste homem está
blasfemando! Como pode dizer ao paralítico "os teus pe~
cados te são perdoados"? Não é sàmente Deus que perdoa
os pecados? Assim pensavam os Escribas. E Jesus que lia
em seus corações como um livro aberto, disse 10gb: "Por
que pensais tão mal em vosso coração? Dizei-me: é mais
fácil dizer os teus pecados te são perdoados, ou dizer le-
vanta-te e anda? Pois bem! Para que vos convençais de
que o Filho do Homem tem sôbre a terra o poder de perdoar
os pecados, eu te ordeno - disse ao paralítico - levanta-te,
toma o teu leito e vai para tua casa".
E o paralítico, pondo sôbre os ombros a maca em que o
haviam trazido, foi-se feliz, para casa. (S. Mateus 9, 1-9).
Esse episódio impressionante devia dizer claramente
àqueles inimigos de Jesus, que Ele, assim como tinha o poder
de fazer milagres tinha também como Deus o poder de per-
doar os pecados.
Uma outra página do evangelho é ainda mais maravi-
lhosamente bela. Jesus narra a história de um filho que
fôra pródigo de suas riquezas, a ponto de esbaniá-Ias total-
mente, sendo obrigado até a se empregar como guarda de
porcos. Quando de volta para casa, o abraço de perdão que
lhe dá o velho pai a exultar de satisfação, nos faz com~
preender que eram precisamente êsses os sentimentos de
Jesus para com os pecadores.
Mas a inexaurível riqueza do coração de Jesus, cheio de
misericórdia, manifesta-se em muitos episódios, a cada pá-
gina do Evangelho. A Samaritana, Maria Madalena, Zaqueu,
-101 -
o bom ladrão .. , são outras tantas figuras de pecadores a
quem Jesus amou e perdoou decoração.
Alguns doentes insistiam para serem curados, e Jesus:
(~ai em pazl Os teus pecados te são perdoados". "Sê curado!
e não peques maisl l l•
Depois de sua vida, Jesus não nos quis deixar privados
desta sua grande misericórdia, mas quis que o seu perdão
continuasse também para todos os bótizados. Para isso ins-
tituiu a Confissão .. De todos os poderes deixados por Jesus
aos Apóstolos, é êste o mais consolador.
~Ies se tornam assim médicos das almas.
Foi precisamente no dia glorioso da Ressurreição. Prin~
cipiava o anoitecer. Os Apóstolos estavam trancados no Ce-
náculo, tomados de temor e esperança.
Temor de que alguém tivesse de fato tirado o corpo de
Jesus e de que a aparição vista pela mulher e por alguns
dêles não passasse de uma alucinação.
Esperança, por outro lado, de que tudo fôsse verdade e
que Jesus tivesse realmente revivido glorioso e triunfante.
Estavam dominados por êsses pensamentos, quando
uma voz os sacode. ~ a voz de Jesusl Erguem os olhos e O
vêem. t o Mestrel Mas como? Mas como? se as portas
estavam fechadas!. .. Jesus fala:
- A paz este!a çonvosco. Como o pai me enviou, assim
eu vos envio a v6s.
E depois, enquanto êles se reaviam do estupor que os
tinha invadido, acrescentou soprando sôbre êles:
- Recebei o Esprrito Santo. Aquêles a quem perdoar-
des os pecados serão perdoados, e a ,!uem os retiverdes serão
retidosl
Agradeçamos a Nosso Senhor que deu tão grande po-
der aos homens. Desde êsse instante os Apóstolos torna-
rÇ1m-$~ dispensadores do perdão de Deus.
~ 102-
Para Responder
Para Recordar
."....o, lO~-"
LEITURA
Cido de Páscoa
-, 104-,
até a Sexta-feira Santa, em que, com uma função muito su-
gestiva, se descobrem as Cruzes.
Deve ser êste o periodo do ano eclesiástico em que mais
intensa deverá ser a piedade e o amor. :m a preparação para a
grande nova pascal, que nos faz exultar com o brado: Jesus
ressuscitou!
-, 10~-,
MATÉRIA -fORMA - MINISTRO
Estava instituído o Sacramento da Confissão. Os sacer~
dotes seriam os ministros.
Contudo, a última frase de Jesus lIe serão retidos (os
pecados) a quem os retiverdes" pode fazer supor que os
Sacerdotes tenham limites no dispensar o perdão e a mise-
ricórdia. Não é exato: com essas palavras Jesus lhes sugere
regras indispensáveis.
A primeira de tôdas é a de conhecer os pecados, isto é
fazer com que os pecadores contem seus pecados antes de
receber o perdão. Nesse caso, haveriam de perdoar os peca-
, dos aos que julgassem dignos, isto é, aos arrependidos, e não
os haveriam de perdoar aos que, por exemplo, se apresen-
tassem cheios de orgulho, sem nenhum arrependimento, nem
vontade de receber o perdão.
..
~ 109-
mal, que fecha o coração à vida divina e se torna descarado
e inconsciente até diante do sacramento da misericórdia, pe-
cando, dêsse modo, contra o próprio perdão de Deus.
t claro que não pode haver perdão para quem não quer
saber de perdão. t claro, outrossim, que quem cometeu um
pecado contra o Espírito Santo, mas se arrepende, é certa-
mente perdoado.
Os Apóstolos e em suas pesoas, os Bispos e os Sacer-
dotes, - têm precisamente os mesmos poderes que Jesus
havia recebido de Deus onipotente. Jesus nas palavras da
instituição queria dizer: "Eu fui enviado pelo Pai para recon-
ciliar os homens com J:le; do mesmo modo eu vos envio a.o
mundo para libertá-lo dos pecadosl/,
Em que consiste
Exame
-. 108-
Para ter pecados, infelizmente não é necessário muito
trabalho. Disso se encarregam as nossas palxoes, os nossos
vícios, o demónio, as atrações e seduções do mundo.
Os antigos sábios da Grécia davam um conselho: "Conhece-te a ti
mesmo". Conhecer-se a fundo é uma das maiores aventuras do homem.
Conhecemos o rádio, o cinema, a matemática, a história e muitíssimas
vêzes não sabemos nada de nós mesmos, não sabemos como andam as nossas
coisas, como se portam os nossos pensamentos e afetos, qual há de ser o
nosso destino imortal ...
- 109-
Seria supérfluo insistir na conveniência de invocar a
ajuda de Deus por meio da oração, a fim de que as luzes
do Céu'aclarem anossa alma.
A busca dos pecados não é difícil. Uma consciência reta
e que se confessa com freqüência sente logo (após o golpe)
onde lhe dói: se se feriu na inocência, se sufocou a caridade,
se está com dor de inveja ... e assim por diante.
Quem, porém, .,ia se confessa há certo tempo deve
então recorrer à aluda da memória; e para ajudar a me~
móris, aqui está um guia para o exame de consciência, fácil
e sem complicação.
Por exemplo: Pode-se percorrer um após outro os
Mandamentos de Deus e da Igreja, indagando se as ações,
pensamento e palavras estiveram de acârdo com essas obri-
gações. Ou então indagar como se cumpriram os deveres
para com Deus, para com o pr6ximo e para consigo mesmo.
Outros tomam por base as Virtudes, e assim vão pas-
sando os vários capitulos de seus pecados contra a Fé, con-
tra a Esperança, contra a Caridade, contra a Fortaleza, con-
tra a Justiça, contra a virtude da Religião, da Pureza ...
Há tantos métodos, todos bem fáceis para quem quer de
fato desvencilhar-se do pecado que lhe inquieta a alma; basta
chegar a um conhecimento claro e exato, o mais que nos
seja possível, sem esconder voluntàriamente nenhum pecado
ou circunstância.
Diante da Catedral de Quito, no Equador, 1\ 6 de agosto de 1875, cáiU
abatido por arma homicida, um homem, que de manhã rezava naquela
Igreja. Em seu caderninho estava eGcrito: .. Farei todos os dias o exame
de conooiência ... "
Era êle o presidente da Repúblicá, Garcia Moreno, Mártir da Liberdade
e do Estado Cristão.
O Exam.e de consciência, feito todos os dias, dera-lhe a heróica fôrça
de moner pela fé, lançando aquêle brado cujo eco ainda hoje perdura:
Deus niio morre!
-.110 -
Para Responder
Para Recordar
I
dos - não é difícil fazê--Io -
O exame de
Mandamentos
consciência
modos de fazê~lo Preceitos
{ Virtudes
111 .
LIQAO XIX
CONTRiÇÃO' E ATRiÇÃO
A matéria do sacramento está tôda nas mãos do peni-
tente, ou melhor, no seu coração e nos seus lábios. Trata-se
(além dos pecados) da dor, propósito, acusação e satisfação.
Todavia êsses atos não têm todos a mesma importância;
por exemplo, a acusação e a satisfação podem, alguma vez,
ser impossíveis.
A dor
-112-
do pai. Estava reduzido a
um esfarrapado vigia de
porcos, e andava tão esfai-
mado/ a ponto de cobiçar
as bolotas de que se ali-
mentavam êsses animais.
Foi enlão que lhe ocorreu à .
m e n t e um pensamento:
voltar para a casa paterna,
mesmo que fôsse para ser o
último dos criados.
E quando corajosamen-
te se apresentou diante do
velho pai/ apesar de todo
o temor e vergonha/ con-
fessou assim seu pecado:
"Meu pai, pequei contra o
Céu e contra ti".
Dor sincera
-113 -
cheia de temor mais próprio de um servo que olha para
o chicote do patrão, tem por isso o nome de "dor servil",
Mas quando o filho pródigo, lançando-se de joelhos
diante do pai, sente tristeza de o ter ofendido e de lhe ter
causado aquêle grande desgôsto, e por isso mesmo se reco-
nhece indigno de voltar para junto de seu coração, na con-
dição de filho, contentando-se de ser tolerado em casa como
um simples criado, então o seu arrependimento é muito mais
nobre e perfeito. E o que se chama contri~ão.
Nessa história contada por Jesus, coloquemos a Deus no
lugar do pai, e a nós mesmos em lugar do filho pródigo, e
logo haveremos de escolher qual dessas duas dores devemos
ter no coração depois de havermos cometido o pecado.
-114-
A Igreja nos impõe essa obrigação, cheia de materna
bondade para nos dar maior certeza e garantia do perdão
divino. Quem pode ter a certeza de ter feito um ato de
arrependimento perfeito?
Eis porqui7, afastado o perigo de morte, ou a circuns-
tância excepcional, é necessário voltar à regra comum da
confissão. .
Para RêSponder
Para Recordar
é dor imperfeita
Dor sem a confiSS.ão não
atrição nos alcança o per-
{
dão
Importância é dor perfeita.
r
alcança-nos o perdão
contrição J
, dos pecados
I l
(fica a obrigaçã'l de
confessá-los)
-115-··
LIçAo xx
DOR E PROPÓSITO
Qualidade da verdadeira dor
-116-
- 117-
realidade não se arrependeria de nenhum dêles, porque mes-
mo um s6 pecado que êle conservasse no coração, o tornaria
inimigo de Deus.
"As lágrimas do arrependimento vêm a ser, de algum
modo, como o Batismo. E porque o sacramento do Batis-
mo não pode repetir-se, temos de nos batizar novamente,
uma e mais vêzes, com lágrimas de arrependimento". (S.
Bernardino).
Prop6sito
-118-
Grande multidão de cristãos deixa-se vencer por êsses
erros, afastando-se da prática das virtudes e da luta, jul-
gando que não é possível -Fazer um propósito firme.
Deus o que exige de nós é o reconhecimento sincero e
humilde da própria culpa, e o esfôrço constante pará dela
nos afastarmos.
Ele nos pede uma resolução da vontade, a qual se ma-
nifesta na procura e no emprêgo de todos os meios práticos
para evitar a recaída.
Para Responder
- 119 . -
Para Recordar
interna
sobrenatural
qualidades d. verdadeira' dor { suma
Dor e universal
Propósito
é a resolução firme de não mais pecar
Propósito característica do ver.dadeiro propósito:
{ romper com aI:! ocasiões de pecar,
- 120 ~
LIÇÃO XXl
ACUSAÇÃO E SINCERIDADE
No dia de seu onomástico, um rei foi até a pnsao com o fim de dar
liberdade aos prisioneiros que se mostrassem sinceros. Passando de cela
rm cela, interrogava aquêles pobres homens, perguntando-lhes o que haviam
feito, e quanto tempo tinham ainda a descontar. As respostas eram quase
sempre as mesmas. Um se dizia inocente, outro acusado falsamente; um
terceiro contava que ali estava po~' culpa de quem o arrastara ao mal.
Um verdadeiro rosário de lamúrias! Encontrou finalmente um que
disse com muita. sinceridade ter sido um verdadeiro delinqüente, um mal-
feitor, e que sua pena tinha sido justa e bem merecida.
Dirigindo-se então ao superintendente do cárcere, disse o monarca:
"Ponha em liberdade êste bandido pois que não é bom que êle fique no
meio de tantos inocentes!".
- 121 -
Neste caso realiza-se uma curiosa matemática, que se poderia exprimir
assim: 3 ~ 1 :::: 4. Se um jovem tem três pecados mortais e cala um
dêles, sai da confissão com quatro pecados na consciência. Com efeito, aos
3 que tinha quando começou a confessar-se acrescentou também o pecado
de sacrilégio, por ter faltado à sinceridade.
A vergonha
- '122-
A vergonha na confissão
é uma armadilha do demô-
nio, que fica muito satisfeito
quando, fazendo-nos calar al-
gum pecado, embaralha cada
vez mais nossa consciência,
mantendo-nos amarrados ao
seu terrível jugo.
Sente vergonha quem es-
quece que hão se está confes-
sando a um homem, mas a
Jesus Cristo na pessoa do Con-
fessor. O Confessor não pode
revelar nada do que ouviu
em Confissão, mesmo a custo
Para Responder
Como se desconta a pena temporal? - Quais são as obras
de piedade e penitência? - Ê fácil alcançar o perdão dos pe-
cados? - Por que muitos se confessam? - Que é satisfação?
-'123 -
Para Recordar
._-- í'
---- 124-·
LEITURÀ
- 125-
LIÇÃO XXII
VAI EM PAZ!
Maria Madalena chora seus pecados aos pés de Jesus.
Fôra vaidosa, dissoluta, uma grande pecadora!
Comovido por seus prantos de sincero arrependimento,
Jesus esquece e perdoa: 'IITeus pecados te são perdoados;
vai em paz!lI.
A absolvição
- 126-
1.°) A ignorancia é o mal mais comum de nossos dias.
Sobretudo em assunto de religião, os ignorantes são legiões.
Basta sair de casa, ler um jornal ou entabolar uma conversa
no bonde, no trem, nas ruas ... para ouvir os maiores absur-
dos em questões da maior importância.
/ Os homens de hoje ligam o rádio e ouvem mil notícias;
lêem os jornais, vão ao cinema, ao futebol, conhecem o fun-
cionamento dos mais perfeitos motores, das armas mais mor·
tíferas; sabem os empregos mais complicados da energia
elétrica e até atômica ... Mas se lhes perguntarmos, supo-.
nhamos, por que se emprega o incenso e a água bentai
por que a Missa de tal dia tem Credo e a outra não, por que
se entrega uma vela à criança recém-batizada, por que é
proibido o suicídio, ou por que certas leituras se devem
proibir. .. nada saberão
responder. A b s o I u t a
ignorância religiosa!
E é entre essa gente
que se ouvem frases co-
mo esta: liA religião é
uma invenção dos padres,
é o ópio do povo, uma
coisa boa para mulheres
e crianças. Eles - homens
superiores! - não vão
nunca à Missa, mesmo
porque não compreende-
riam nada e ficariam en-
joadosl Por outra parte
a Confissão é uma coisa
da Idade Média, IIquan-
do ainda existiam os pea
cad os ... !!!/I. Estas frases
e tantas outras idiotices ouvem-se não ràramente em nossos
dias, que são tidos como de progresso e cultura!
- 127-
~.O) o orgulho - irmão de sangue da ignorância -
afasta muita gente, da Confissão. Os orgulhosos, soberbos,
pretensos sábios, desprezam a Confissão porque lêem em
livros tão inúteis quão famosos que: IiDeus não existe; que
Jesus era um sábio e nada mais; ,!ue o Cristianismo é o
precursor da revolução comunistal l , e outras rematadas toli~
ceS, por êles pomposamente denominadas de alta filosofia.
Alguns dêles, são até pagos para ensinar nas Universidades
tais monstruosas aberrações da verdade. Todos êles chegam
à conel usão de que a Confissão é uma coisa do povinho igno~
rante. Eles - os doutos, os filósofos, os livres pensadores
- varreram já do depósito de seus cérebros êsses ferros
velhos ...
- 128-
ser~ iluminado; mas Sé o teu alho é turvo todo o teu córpó
estará nas trevas. Se portanto, são trevas à 11.1% que há em
ti, quão grandes não serão as mesmas trevasl l l (S. Mat. 6,
22-23).
Quem tem o coração oprimido pelo pecado procura to-
dos os meios para apagar em sua inteligência a chama da fé.
Um grande pensador francês, - Pascal, - dizia aos que
não queriam crer: "Abandonai vossas paixões, e havereis
de crer!".
Satisfação
-129 -
se tenha uma contrição realmente perfeita, resta Ordinària-
. mente uma pena temporal para descontar, nesta vida ou na
outra.
A satisfação ou penitência sacramental é a boa obra im-
posta pelo confessor como castigo e correção do pecador, e
em desconto da pena temporal devida ao pecado.
Quando alguém se confessa e diz "roubei, caluniei ...
"hão deve julgar que tudo está terminado ... ; não há dúvida
de que se estiver moribundo ou nada mais puder fazer senão
arrepender-se de coração, é mais do que suficiente; mas em
tempo normal: "Pecado confessado, está meio perdoado".
Para alcançar o inteiro perdão é preciso reparar.
Quem roubou deve restituir, quem caluniou deve re-
parar.
Tôda injúria exige reparação ou satisfação.
Poder-se-ia dizer que isto é evidente se se trata de pe-
cados que são injúria, mas alguém poderia dizer que nem
todos são injúria. Nada mais errado.
1.°) Todo o pecado é desprêzo à lei de Deus e por-
tanto injúria ao próprio Deus.
2.°) Além disso, todo o pecado é um prazer proibido,
uma satisfação ilícita que se procura desfrutar quando não
se pode ou não se deve. Nesse caso, poderíamos arrepen-
der-nos de haver cometido o pecado e ao mesmo tempo ficar
satísfeitos por ter gozado um prazer?
Bem ao contrário, impõe-se-nos uma reparação do mal
feito.
Desccontar a pena
130 -
mais fácil desgostar-se dos pecados: porém, é necessário tam-
bém um freio para nossa inclinação física: é preciso uma
expiação.
A êste fim destina-se a penit2lnda dada pelo Confessor.
Ela nos faz cumprir a última parte do IV Sacramento: a
satisfação. Devemos ainda de nossa parte acrescentar algu-
ma coisa voluntàriamente.
Depois que um indivíduo cometeu muitos pecados con-
tra Deus, deixando de rezar, distraindo-se na igreja, não indo
3 Missa nos dias santificados, faltando de caridade em casa,
na aula, com os colegas, fazendo mesmo certos atos não
muitos bonitos ... o Confessor lhe diz: "Diga por penitência
um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um GI6ria~ao-Pai",
Verdadeira sorte grande, não acha?
Livrar-me de tantos males com tão pouca coisa!
Mas o Confessor não quer com isso dizer que tudo acaha
com um Pai-Nosso, uma Av&-Maria e um Glória; êle espe-
ra que você seja capaz de fazer alguma coisa espontâned-
mente para reparar a ofensa feita a Deus.
Com efeito, concluindo a fórmula da Absolvição, êle
nos convida com estas belíssimas palavras a amealharmos
as contrariedades e sofrimentos da vida para descontar nos-
sos pecados:
"Todo o bem que você fizer de ora em diante, e todo o
mal que tiver de suportar, receba-o em remissão dos pe-
cados, como aumento de Graça que terá por prêmio a vida
eterna",
Para Responder
-131 -
Para Recordar
- 132-
UÇAO XXIII
oTESOURO DA IGREJA
AS INDULGENCIAS
Tribunal humano
Indulgência
Acontece, por vêzes, nos tribunais humanos, que após algum tempo de
castigo sofrido pelo réu, o Juiz reconhecendo muito embora ser êle culpado
e merecedor do castigo todo, entretanto em vista do bom procedimento
tido e das disposições manifestadas, resolve perdoar o restante da pen'l.
-, 1~~ -.,
Na Igreja também existe o perdão da pena temporal; é
o que se chama indulgência.
As indul~ências são como uma anistia; são a remissão
das penas temporais devidas aos pecados; é a bondade da
Igreja que quer suprir a insuficiência das nossas reparações.
Em geral, a Igreja faz depender esta indulgência de de~
terminados atos: esmolas, orações, visitas e peregrinações a
lugares sagrados. .. Preenchidas essas condições em esta-
do de graça, a Igreja nos garante que a nossa reparação ou
satisfação da pena devida ao pecado, foi conseguida no todo
ou em parte.
Quando a pena é totalmente suprimida, a indulgência
chama-se plenária, isto é, total, completa; se a pena é per-
doada somente em parte, a indulgência chama-se parcial.
O valor das indulgências parciais deve ser computado
de acôrdo com as regras das penitências que a princípio a
Igreja impunha publicamente a certos pecados.
Uma pessoa que antigamente t.ivesse cometido talou
tais pecados, era absolvida, sim, mas devia antes cumprir
certas penitências, como p. ex',: andar trajado de saco por
semanas ou meseSi jejuar durante 40 dias, ou seja, uma
quarentenai por 100 dias ficar à porta da Igreja, sem poder
entrari ou estar na Igreja de bruços durante as funções reli-
giosas, etc ...
Por isso, quando ganhamos uma indulgência de 40, 300
ou mais dias ou anos, quer isso dizer que descontamos das
penas devidas aos nossos pecados o quanto teríamos descon-
tado se tivéssemos feito as antigas penitências da Igreja num
igual número de dias, meses ou anos.
Ganhar as indulgências que a Igreja põe à nossa dis-
posição, é completar a obra do sacramento da confissão, é
ter uma garantia a mais para a nossa entrada no Céu. Com
-. 134~.
efeito, quem morre depois de haver lucrado a indulgência
plenária (é claro que antes deve ter confessado os pecados,
porque a indulgência é somente para pecadores confessados
e perdoados), nada mais terá a descontar no Purga1ório,
porque lhe foi perdoada, remitida, anistiada, tôda a pena
rlevida a tais pecados.
- 135-
t de fé que a Igreja tem o poder de conceder indul-
gências. Esse direito tem seu fundamento:
1. na razão: Se a Igreja tem o poder (como foi ante·
riormente demonstrado) de perdoar os pecados e a pena
eterna do inferno por êles merecida, com maior motivo terá
o poder de cancelar as penalidades que deveriam ser sofridas
ou nesta vida ou no Purgatório;
2. nas palavras de Jesus: Nosso Senhor Jesus Cristo
falando a São Pedro assim se expressou explkitamente: "Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na
terra será ligado também nos Céus; tudo o que desligares na
tera, será também desligado nos Céus". (S. Mat. XVI, 19).
Dessas palavras se deduz que Nosso Senhor não pôs restri-
ções à sua Igreja.
3. na Tradição: Já nos tempos de São Paulo consta-
tamos o uso que a Igreja fazia dêsse poder de conceder in-
dulgências. (II Cor. II, 10). lendo a História da Igreja sabe-
mos que nos tempos das primeiras perseguições os Sumos
Pontífices e os Bispos, à instância dos mártires, concediam o
cancelamento total ou parcial das penas infligidas aos peca-
dores penitentes .
. 4. no Concílio de Trento: o qual lança a anátema
contra quem ousasse afirmar que as indulgências não têm
valor, ou que a Igreja não possui o direito de as conceder.
(Sessão XV).
Tesouro superabundante
Condições
As grandes vantagens, por norma geral, se adquirem
após certas condições.
Nada mais natural e justo que também para o ganho
das indulgências haja condições. Ei-Ias:
1) O estado de graça (ao menos na execução da última
das obras prescritas); tratando-se de indulgências plenárias,
além do estado de graça é necessário que se deteste todo e
qualquer pecado venial:
2) O cumprimento ou execução das obras prescritas
por quem concede a indulgência;
3) A intenção de ganhá-Ias, que basta ter sido feita
pela manhã de cada dia, e não tenha sido retirada.
~,137 -
gos e pessoas queridas nossas que morreram com penas a
descontar. E estão no Purgatório, a sofrer,a fim de purifi~
car~se para o encontro definitivo e eterno com Deus. A
Igreja ensina que podemos aplicar-lhes as indulgências e pe-
dimos a Deus que se digne aplicá~las às benditas almas, do
Purgatório.
Tôdas as indulgências concedidas pelo Papa são apli-
cáveis aos defuntos, se não houver indicação em contrário
(Can. 930).
Para Responder
Que diferença existe entre os tribunais humanos e a sen-
tença da Confissão? - Como se completa a obra da confissão?
- Qual é a fonte do tesouro da Igreja? - Podemos beneficiar
alguém com as indulgências? ~ Quais condições se exigem
para lucrar indulgência?
Para Recordar
l calcular as
indulgências j antigas penitências de
igual número de dias,
meses e anos
- 138
LIÇAO XXIV
NO OCASO DA VIDA
Nomes
139 -
cristão recebe da Igreja, pouco antes de deixar o exército
militante, para ingressar no triunfante.
Chama-se também "santos óle0511 e "Sacramento dos
enfermos",
Instituição
Efeitos
14Q
últimos instantes, no fim da vida, bem pouco podemos fazer
pela própria alma; então a ExtremaQUnção nos presta grande
auxílio e nos tira uma grande preocupação: o temor de não
ter bastante graça de Deus. Com efeito:
1. A Extrema-Unção aumenta a graça santificante, li-
vrando-nos dos resíduos e das conseqüências funestas dei-
xadas em nós pelo pecado.
Esta libertação dos re-
síduos deixados em nós
pelo pecado, é significada
na Extrema-Unção p e I a s
unções sôbre os membros e
os sentidos que contribuí-
ram para cometê-los. Eis as
palavras que o Sacerdote
pronuncia a cada unção:
oPor esta santa unção e sua
piedosíssima miseric6rdia,
perdoe-te Nosso Senhor
todo o pecado cometido
com a vista, com o ouvi-
do, etc." .
E como cada sacramen-
/
+ to é sinal eficaz da graça
que êle significa, assim tam-
bém esta santa unção, além
de aumentar a graça santifi-
cante, (porque é um sacra-
mento de vivos, - isto é,
dos que recebem em esta-
do de graça), cancela os pe- .
cados veniais.
2. Se, porém, o doente antes de receber a Extrema-
Unção não se pudesse confessar e tivesse na alma pecados
mortais ou se tivesse ainda algum pecado mortal que não
- 141 --
lembra, êstes serão perdoados. E não se requer a dor per~
. feita, a contrição; basta que tenha atrição.
Estas graças que nos dá o quinto Sacramento são de
grande auxílio para a alma suportar as dificuldades da ago-
nia, quando o demônio tenta os derradeiros esforços para
roubar uma alma que já se acha às portas do Céu.
3. A Extrema-Unção é útil ainda para a saúde do cor-
po, ajudando as fôrças da natureza a restabelecê-Ia.
Para Responder
- 142-
Complemento da Oonfissão
Vários nomes ~xtrema-Unção
. nleo Santo
r f
I. Sa.cramento dos enfermos
l
Elementos Dá oonfôrto espiritual (graça .
jsacramental)
Saúde do corpo
- 143
LIÇAO xxV
NÔVO E ETERNO
SAC'ERDÓCIO
ORDEM
A ordem
- 144-
2. Porque os que recebem são lIordenadosl l (= dest'i-
nados) a celebrar o Sacrifício t a administrar os Sacramentos.
Instituição
o ministério sacerdo-
tal comporta diversos ofí-
cios: o sacerdote deve ofe-
recer o Sacrifício a Deus,
administrar os Sacramentos,
governar os ~iéis em nome
de Deus.
Ora, Jesus ao deixar-
nos um Sacramento que ti-
nha aspectos tão diversos e
importantes, realizou esta
instituição em ocasiões di-
versas, elevando os Apósto-
los, como por degraus, aos
diversos ofícios.
1. Primeiramente es-
colheu e constituiu-os che-
fes dos outros fiéis e discí-
pulos; Esta é uma coisa
muito importante. Os Sa-
cerdotes são uma categoria
distinta dos outros fiéis, por
vontade mesma de Deus; não é possível que um outro fiel
qualquer faça o que o padre faz. O Evangelho nos diz:
"Chamou os que ~Ie quis. .. e escolheu doze para que fi-
cassem com êle e para enviá· los a pregarl l (Marcos 3, 13-14).
2 . Fê-los ministros do nôvo e eterno Sacerdócio por
t!e fundado. Isto aconteceu na Oltima Ceia, quando, haven-
do instituído o 55. Sacramento da Eucaristia - que era ao
mesmo tempo o perene sacrifício da Nova Lei e a presença
..,.... 145-
cootínua de Jesus no mundo -:"' deu~lhes o poder de c:onti=
n~ar êste: milagre; Os Apóstolos' receberam. o poder de con~
sagrar o Corpo e o Sangue de Jesus, quando Ele lhes disse:
IIFazei isto em minha mem6ria{' (Lucas 22, 19).
3. Instituiu-os dispensadores do seu perdão e da sua
misericórdia. Na noite do dia de sua Ressurreição, apare-
cendo no Cenáculo onde alguns dias antes havia instituído a
SS. Eucaristia, deu aos Apóstolos o poder também de per-
doar os pecados. Jesus disse': "Serão perdoados os pecados
a quem os perdoardes e retidos a quem os retiverdesl l (S.
João 20, 23).
4. No dia de sua Ascensão ao Céu, Jesus deu aos
seus Apóstolos o poder de pregar e batizar.
Portanto, como deduzimos do Santo Evangelho,que
narra a instituição dêste sacramento feita por Jesus em. oca-
siõés diversas, o Sacerdote é um batizado:
- escolhido e separado dos outros fiéis;
- que pode consagrar e distribuir o Corpo e o Sangue
de Cristo; .
que pode perdoar os pecados;
- que pode batizar e pregar, e que
- se tiver a plenitude do sacerdócio - pode consagrar
outros sacerdotes.
Quem tem a plenitude do sacerdócio chama-se bispo,
que é o Ministro da Ordem.
Um outro Jesus
- 146-
quem o invoca. Está a serviço de todos contribuindo para
t
As ordens e a Jerarquia
- 147-
A Jerarquia é como o estado-maior de um exército i é
como o conselho dos ministros da Nação. Tem a missão de
dirigir e governar os fiéis de tôda a Igreja fundada por Jesus.
O pr6prio Jesus, instituiu os graus fundamentais e prin~
cipais da jerarquia da Ordem.
E a Igreja recebeu de Jesus o encargo de completá-Ia.
Existem, pois, na jerarquia, graus de instituição divina
e graus de instituição eclesiástica.
E encargo da jerarquia não sômente mandar e dirigir
os fiéis, mas também celebrar e consagrar os divinos mistéa
rios, de modo que cada membro da jerarquia tem o poder
de celebrar e consagrar, (poder de ordem) e o de mandar e
dirigir (poder de Jurisdição).
Eis um esquema que mostra claramente a distinção de
poderes nos graus jerárquicos.
Bispos
Jerarquia de ordem r Sacerdotes
Jerarquia de
institui~ão
(ordens maiores) (1) 1Subdiáconos
Diáconos
(2)
divina
Jerarquia de ~ Papa
jllrisdi~ I Bispos
- 148-
Esses graus são:
Acólito
na Jerarquia de Ordem . Exorcista
(ordens menores) (3) { Leitor
Ostiário
Cardiais
Entre o Papa Patriarcas
e os Bispos Metropolitas
Diocesanos ou Arcebispos
há os poderes (Bispos provin-
Jerarquia ctos ciais)
de Na
WJstituição Os Vigários ou
jel'arquiR
~cl~~iástic~ Prefeitos Apos-
de b) Ao lado dos tólicos
Jllrisdição Bispos Os Administra~
dores Aposto~
lólicos
Os Coadjutores
Abaixo dos Os Auxiliares
Bispos { Os abades
Miltrádos
149
Para governar a Igreja, o Papa tem quatro grandes
poderes:
1. Poder doutrinal. .Ensina e é mestre de tôda a Igre-
ja. Com relação às questões de fé e moral, quando faz
uma afirmação solene e definitiva, goza do privilégio da
infalibilidade.
2. Poder legislativo. Pode fazer leis para tôda a Igre-
ja ou abrogá-Ias quando oportuno.
3. Poder jud:dário. Pode julgar pessoalmente, ou por
meio de delegados, tôdas as causas que lhe são apresentadas.
4. Poder administrativo. Dêle depende a organização
e adminisiração de tôda a Igreja.
Por êsl"es seus grandes poderes de ordem e jurisdição,
o Papa é o centro de todos os poderes da Igrela. tle nomeia
os Bispos e lhes dá o poder de jurisdição.
Para Responder
150 -'
Para Recordar
- 15-i
UÇAO XXVJ
A VOCAÇÃO
Eu vos escolhi
-.·152 -
julga se um indivíduo tem ou não estas qualidades, é o.
Bispo, o qual descobrindo por si ou por seus auxiliares nos
candidatos ao sacerdócio as qualidades requeridas, dirige-lhes
um chamado solene e autorizado. Depois dêste convite de-
finitivo e solene do Sumo Sacerdote, o futuro padre está
certo de ter vocação. Quem recebesse as Ordens sem vo-
cação faria muito mal, pc>rque çlif1cilmente poçleria 0bservar
seus altíssimos deveres, ~ se expGria a perigo eviçlente.
Nós, porérn, charnafllos vacação tamb,é rn a0 çlesejo ge
um jovem gUe ~e sente illclinagg a fçl?;E;lr-§e ~acerçlQt~.
VO'Z. Interior
Entre seus muitos alunos tinha D. Bosco um que lhe ora muito querido;
cha!llava-se Vicini. Vicini queria fazer-se padre, mas seu pai que de ne-
nhuma maneira quis permitir, chamou-o para casa.
Chegando à casa o menino adoeceu. O médico estava consternado.
Que doença estranha! Nenhum sintoma, nenhum incômodo, tudo muito
em ordem!
Entretanto, o menino ia de.finhando a olhos vistos e cam;nhava para
a morte. Uma doença da alma talvez? Conversando. com seu filho, o pai
çlcscobriu qu~ o qUe o afligia era o· não poder seguir a própria vocação,
153 -
- 'Está bem, antes que ver-te neste estado, dou-te licença para voltar
outra vez ao Oratório,
E o menino sàrou. Mas quando tornou a propô r a seu pai Bua vontade
inabalável de ser padre, ouviu com dolorosa surprêsa outra negativa.
Vicini adoeceu de nôvo. Quando o pai, depois de muito tempo, se
decidiu a lhe dizer: Podes ir!, o jovem respondeu:
- Papal, agol'a é' multo tarde!
E morreu.
Ajudar as vocações
- Eu vou te ajudar.
154
Há uma outra espécie de vocação
Para Responder
- 157-
r chamado de Deus isto é: voz e
desejo interior .
rsaúde física
aptidão i saúde intelectual
Lsaúde moral
confirmação da Autoridade
Diz-se vocação - Não despre-
Vocação zá-Ia
Eclesiástica também a incU- - Aconselhar-se
nação que uma
pessoa sente em com um pru-
si. E necessário dente diretor
espiritual
Os pais não devem
pôr obstáculos
Deveres Os outros fiéis de-
Vocações dos fiéis vem ajudar com
divinas orações e esmo-
las
consiste em
{Imitar a Jeau,
. na sua vida
e nas suas virtudes
os S votos rObreza
obrigações: castidade
obediência
Vocação IMonges
Religiosa Ordens
Jlyffi?if:!~f~~~5'!"'-- "..~ -"
medicantes
Categorias de Clérigos
I religiosos regulares
Congregações
l religiosas
Leigos
religiosos .
- 158-
LEITURA
A OBRA MISSIONARIA
- 159-
Tudo isto os Papas promoveram para que conhecêssemos
a importância do problema missionário e sacudíssemos a in-
diferença, correndo em socorro das m:ssões.
Celebramos, todos os anos, no penúltimo domingo de ou-
tubro, o dia das missões. Nesse dia as orações, esmolas, o pen-
samento e a admiração voltam-se para os missionários.
Somos os apóstolos da retaguarda: Os que lutam sabe-
rão vencer se soubermos fornecer, em tempo, armas, alimento
e o que fôr necessário. S-e a retaguarda cede ou se retarda
o envio de quanto necessitam, se não se perder a batalha, pro-
longar-se-á dificultosamente sempre mais o dia da vitória de
Cr:sto.
Além de pedir auxílios aos fiéis da Europa e da América,
a Igreja constituiu, para atender às missões, o clero indígena;
istó é, procura padres e bispos, nas tribos da África, na China
e na índia, nas povoações em que se encontram os missio-
nários.
. .Alguns nomes se assinalaram nas páginas da história mis-
sionária: Cardeal Massaia, Cardeal Cagli:ero, Cardeal L avigerie ,
o Pe. de Focauld, o Pe. Damião, o p.e. únia, o Pe. Nóbrega,
o Pe. Anchieta. São os gigantes do exército cristão, heróis
da Igreja e heróis da Pátria.
- 160-
tIÇAO XXVU
o GRANDE SACRAMENTO
In~titlJição do Matrimônio.
Após haver criado Adão, Deus disse: "Não é conveniente que o homem
fique só. Façamos-lhe uma companheira, um auxílio semelhante a êle".
Ao acordar do sono que Deus lhe enviara para formar de seu corpo a
nova criatura, ficou estupefacto. Até aquêle momento, êle havia inutil-
mente procurado, entre os animais existentes, algum que tivesse um vis-
lumbre de sua inteligência, e um reflexo de sua beleza. Quando agora lhe
2pareceu Eva, vendo-a tão semelhante a si, disse contente: "Esta criatura
é verdadeiramente uma parte de mim mesmo, ossos de meus ossos e carne
ele minha carne". E inspirado por Deus acrescentou: " ... o homem deixará
os próprios pais e viverá com sua mulher, e os dois serão como uma pess')a
só". E Deus abençoou a ambos com estas palavras: "Crescei e multipli-
cai-vos, e enchei a terra com vossa descendência!".
-161 -
Mas o sentido divino do Matrimônio, na sua grandeza,
unidade e indissolubidade, foi decaindo através dos séculos;
houve e ainda hoje há, longe das luzes de Jesus, erros e pe~
cados que o aviltam e profanam.
Jesus por isso o santificou de modo todo particular, ele-
vando-o à dignidade de sacramento, isto é, ligando a êsse
sinal, de instituição divina, uma graça eficaz para o exato
cumprimento dos deveres que traz consigo o Matrimônio.
Para tal fim, Jesus:
1) participou das bôdas de Caná, consagrando êsse ca-
samento por meio de seu primeiro milagre, logo no início
de sua vida pública;
2) falou no matrimônio às turbas, declarando-o irrevo-
gàvelmente indissolúvel;
3) depois de sua ressurreição, ficando na terra pelo es-
paço de quarenta dias para ensinar, esclarecer e orientar
seus Apóstolos, instruiu-os profundamente acêrca dêste sa-
cramento, expondo sua doutrina a tal respeito; doutrina essa
promulgada por São Paulo na Epístola aos habitantes de
tfeso (V, 25-25), e que a Igreja desde então sempre con-
servou, defendeu e' ensinou.
- 162-
€lá mesmo tempoi é m"t6ria qunado os esposos apresentam
mutuamente êsse consentimento; é forma no momento em
que o aceitam.
E como isso acontece no instante em que êles dizem o
sim, o quero, diante das testemunhas e do sacerdote, con-
sidere-se como se reveste de suma importância êsse mo-
mento! Por isso, os esposos deveriam saber tudo isso, estar
cem convictos e preparados para um ato de tão grande
responsabilidade, como êsse com que realizam o sacramen-
to, pois que os esposos são também os ministros do Ma-
trimônio.
Neste sacramento, os esposos são tudo: matéria, forma
e ministro.
Há quem pense errô-
neamente que o ministro
seja o Vigário, o Pároco, ou
o sacerdote por êle desig-
nado. O sacerdote, neste
caso, é apenas a testemu-
nha necessária. O sacerdote
abençoa o sacramento que
os esposos realizam.
Propriedades
Os esposos, ao pedir a
Nosso Senhor que lhes dê
com sua bênção, o amor
santo que os mantenha sem-
pre unidos pela graça do
sacramento, estão realizan-
do a primeira propriedade
do matrimônio cristão, que
é a unidade, isto'é: a união
de um só homem com uma
só mulher. E como Deus
- 163
ordenara no prindpio a Adão é Eva: I1êstes dois Serão de
ora em diante uma só criatura"; assim o espôso e a espôsa
hão de ser uma coisa 56.
Sem a unidade não há família, da mesma forma como
não poderá existir verdadeiro amor sem a fidelidade a esta
unidade•. Daí a indissolubilidade, que vem a ser a segunda
propriedade básica do matrimônio.
Os inimigos
- 164-
denável e condenado é o proceder dos que aprovam e ado- .
tam o divórcio.
Divórcio é uma palavra que significa separação, disso-
lução do matrimônio: um dos esposos se aborrece, aban-
dona o outro e recomeça uma nova família.
Se uma Nação admite o divórcio, favorece com essa lei.
a formação dessa nova família, exposta aos caprichos, às
fraquezas, às paixões, aos egoísmos, e por isso mesmo vo-
tada desde o início à destruição. .
A Igreja, zelando pela família e pela sociedade, e que-
rendo observar o que Deus Nosso Senhor determinou, proíbe
absolutamente I) divórcio, afirmando que o matrimônio não
pode ser desfeito à vontade, a capricho, pois que êle é indis.. ·
solúvel. Guardemos bem gravadas na memória estas pa-
lavras do Papa Leão VIII: "Permitir a ruptura do vínculo
matrimonial é estabelecer como lei a inconstância para afe-
tos que deveriam durar tanto como a vida; é transformar
a paciência recíproca, em raivas perpétuas; é estimular as
quebras da fidelidade conjugal; é tornar quase impossível
a educação dos filhos". .Existirá mairo mal para a família
e, conseqüentemente, para a sociedade?
Para Responder
1 outros ensi-
namentos
( Matéria: dar o conhecimento re-
j ciproco
elementos 1Forma: aceitar o consentimento
l Ministro: os esposos que contraem
o matrimônio
Testemunha necessária: o sacerdote que aben-
çoa os' esposos
.' {Unidade
proprIedad~s indissolubilidade
inimigos do {poligamia
matrimônio divórcio
-199 ~
LEITURA
o MATRIMONIO
- 167-
·... ~
*
E por que não frisar aqui a importância capital que têm
o namôro e o noivado no conceito cristão? Devem êles ser
uma preparação para o casamento. Entretanto, a leviandade
dos rapazes e môças o tem transformado em lamentável de-
turpação dêste Sacramento! Mas não é impunemente que se
invertem os valores básicos de tão sublime instituição: Os
resultados aí os temos aos milhares ...
Quantos lares hoje desfeitos poderiam ser autênticos ni-
nhos de bem-estar, virtude e felicidade, se o namôro e o noi-
vado tivessem sido aproveitados pelos esposos para um conhe-
cimento recíproco, quer quanto ao caráter e intenções, quer
quanto às condições de família e possibilidades.
Agindo de semelhante forma, iriam ambos para o matri-
.mônio não às cegas, às tontas, e sim cientes de suas respon-
sabilidades, resolvidos a marchar lado a lado, tanto nas ho-
ras de riso, como ainda nos momentos de dor, indefectivel-
mente, indissoluvelmente ...
- 168-
LIÇAO XXVIII
A FAMíLIA CRISTÃ
Jesus operou seu primeiro milagre em Caná para pou-
par aos dois esposos a confusão e a vergonha de uma pobreza
mal disfarçada.
Nossa Senhora que havia sido convidada para o festim
juntamente com Jesus disse-lhe baixinho:
- Eles não têm mais vinhol
E Jesus respondeu:
- Minha hora ainda não chegou.
Mas Nossa Senhora que é a "onipotência suplicante"
conseguiu o milagre.
- Fazei o que êle vos disser, disse aos servos.
E Jesus lhes disse: IIEnchei de água as ânforas. Agorâ
podeis servir-vosl l •
E as ânforas estavam cheias de vinho!
A graça matrimonial
- 169-
A graça do matrimônio consagra entre os esposos um
amor santo, mais forte que a morte, superior à dor, - a
ponto de fazer amar o próprio sofrimento e ~s trabalhos em
prol dos entes queridos.
Os pais, amparados pela graça, reproduzem na concórdia
e no afeto, diante dos olhos dos filhos, o exemplo de São
José e de Nossa Senhora.
Os filhos são acolhidos pelos pais como o mai~ ambicio-
nado presente de Deus, é educados na religião e na prática
da virtude, para serem homens retos e justos e mais tarde
cidadãos do Céu.
Com uma linguagem rica de imaginação adaptada à
mentalidade fantasiosa dos orientais, Deus assim desejava
a família para o homem honesto: IIS eja a tua espôsa como
uma videira rica de belos cachos. E teus filhos como rebentos
de oliveira ao redor de tua mesa ll .
Efeitos civis
Matrimônio civil
-. 170-
Os católicos que realizarem o casamento civil com exclu-
são do religioso, estarão cometendo uma afronta à vontade
de Deus. Uma afronta e um ultraje, pois com êsse ato êles
omitem a celebração do Matrimônio-Sacramento, suprindo-o
com um rito civil frio e inexpressivo. A Igreia tem a êsses ca-
tólicos na conta de filhos degenerados e pecadores públicos.
Infelizes! acendem uma nova lareira onde não brilha a única
e verdadeira chama: a de Jesus!
Tais casamentos aviltamos que os contraem. Com quan-
to acêrto o iovem Tobias afirmava à sua futura espôsa: "Nós.
somos filhos de santos e não é lícito unir-nos em casamento
~ moçja dos pagãos que desconhecem a Deus".
-. 171-
Para Responder
Para Recordar
- 172-.
I.EITURA
pATRiA
«A pátria é uma família amplificada.
E a família, divinamente const;tuída, tem por elementos
orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o
sacrifício. Ê uma harmonia instintiva de vontades, uma de-
sestudada permuta de abnegações, um tecido vi~ente de almas
entrelaçadas. Multiplicai a célula, e tendes o organ!smo. Mu-
tiplicai a família e tereis a pátria. Sempre o mesmo plasma,
a mesma substância nervosa, a mesma circulação sanguínea.
Os homens não inventaram, antes adulteraram a frater~
nidade, de que o Cristo lhes dera a fórmula sublime, ensinan-
do-os a se amarem uns aos outros: Diliges próximum tuum
sicut te ipsum.
Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das afeições in-
dividuais às solidariedades coletivas, da família à nação, da
nação à humanidade. .
Objetar-me-e:s com a guerra? Eu vos respondo com o
arbitramento. O porvir é assás vasto para comportar esta
grande esperança. Ainda entre as nações, independentes, so-
beranas, o dever dos deveres está em respeitar nas outras os
direitos da nossa. Aplicai-o agora dentro das raias desta; ê
o mesmo resultado: benqueiramo-nos uns aos outros, como nos
queremos a nós mesmos. Se o casal do nosso vizinho cresce,
enrica e pompeia, não nos amofine a ventura de que não com~
part:mos. Bendigamos, antes, na rapidez da sua mudança, no
lustre da sua opulência, o avultar da riqueza nacional, que se
não pode compor da miséria de todos.
A pátria não é de ninguém: são todos; e cada qual tem
no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.
A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem
nopólio, nem uma forma de govêrno: é o céu, o solo, o povo,
a tradição, a consciência, o lar, o bêrço dos filhos e o túmulo
dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade
Os que a servem são os que não invejam, os que não se aco-
vardam, mas· resistem, mas ensinam a justiça, a admiração,
o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são be-
nignos e residem originàriamente no amor.
(Rui Barbosa)
- 173-
LIÇAO XXIX
ELEVAÇÃO DA ALMA
II A ORAÇAo
Ensinamentos de Jesus
- 174-
(e é disso que tiram sua eficácia)- em união G em colabo-
ração com a Igreja.
A oração pode ser pública ou particular, interior ou ex-
terior. Mas, mesmo quando se manifesta exteriormente,
mesmo quando pública, é sempre o grito de uma alma s6
que se volta para Deus, a fim de axpor suas necessidades e
pedir suas graças.
O Catecismo define a oração: "Uma elevação da alma a
Deus, para adorá-lo, agradecer e pedir-lhe as graças de que
necessitamos".
Elevação da alma a Deus
terra.
Um avião, antes de
voar, destaca-se da pista,
"decola". Elevar a alma, na
oração, é o esfôrço e a ten-
tativa que fazemos para fu-
gir, para libertar-nos de
tudo que nos prende a esta
nossa triste condição huma-
na de luta e sofrimento.
Mas, não é uma eleva-
ção qualquer, é elevação a
Deus. Procuramos um pon-
to acima e além da condi-
ção humana que nos opri-
me: procuramos a Deus.
Na oração, há um anseio
p e I o Infinito. Rezando,
buscamos a verdadeira li-
berdade, um refúgiQ e uma
fôrça nAquêle que é Tudo.
175 -
Como devemos Orar
- 176-
muito pouco e imprecisamente o deus a quem se dirigem.
Há gente que reza, mas tem uma idéia vaga e nebulosa de
Deus e, muitas vêzes, o confundem grosseira e ofensivamente
com os santos.
Com Jesus
- 177-
A oração vocal é o louvor e a expressão dos sentimentos
intérnos mediante palavras, poesias e cantos.
Há quem pense que esta oração tenha muito pouco va~
lor, crendo que consista, apenas, em palavras, isto é, em sons
produzidos pelos lábios e pela voz. Não é verdade! Não há
oração vocal sem um pensamento que a acompanhe. Pode
haver pessoas que somente movimentem os lábios e produ-
zam sons sem refletir, mas, tais pessoas não agem de maneira
digna de sêres racionais.
Quem reza e fala a Deus, pensa, certamente, nE:le, e a
I:le dirige, com grande afeto, suas palavras.
A Igreja, mestra sapientíssima e inspirada por Deus,
emprega esta forma de oração na sua Liturgia~ A oração
vocal é a mais comum, a mais fácil e a mais bela das orações.
O mesmo Jesus incumbiu-se de compor belíssima oração
vocal só para no-Ia ensinar. Um verdadeiro cristão deve ter
em grande conta a oração vocal para ser digno de Jesus e
seguir o espírito da Igreja.
Pessoas há que rezam somente para alcançar graças e
favores; fora disso nunca se lembram de Deus. Negociam
. com Deus os favores e graças que pedem. Parecem dizer ao
Criador Onipotente: "Dou-vos essa oração, essa oferta para
que me concedais tal graça". E acabam zangando-se se
Deus não lhes concede as graças pedidas, e dizem: "Não
rezo mais!"
t um modo muito malcriado de proceder.
Podemos pedir a Deus graças materiais sujeitando-nos,
porém, à sua santíssima vontade, certos de que Deus é um
bom Pai mesmo quando nos prova e, certamente, para nosso
bem, deixa-nos nas aflições, sem atender-nos.
- 178-
o Santo Bispo lamentou-se COm Deus dizendo-lhe na oração: Senhor,
dêste modo os fiéis não farão mais ofertas aos pobres e acabarão por
perder a fé na oração.
E Deus, infinitamente bondoso, respondeu: ao contrário, foi precisa-
mente a esmola daquele pai e as fervorosas orações dos pobres que alcan-
çaram para aquêle menino a valiosissima graça d& morrer logo! Se aquêle
menino tivesse sarado, os dois !le haveriam de condenar: o pai porque se
tornaria muito avarento só para deixar suas riquezas ao filho, e o filho
porque esbanjaria tudo em divertimentos e vicioso
Confiemos em Deus que nunca erra!
Eficácia
179 -
Santo Afonso condena esta verdade numa frase lapidar
e forte: "Quem reza, certamente se salva; quem não reza,
certamente se condena 6l•
Para Responder
Para Recordar
l
EspeCles de oraçao oração vacal: orações comuns
ordem de Jesus
Elficácia da oração obrigação nossa
{ conselho dos Santos
- 180-
UÇAO "XX
A oração de Jesus
-. . 181 -...,
o pão nosso de cada dia nos dai hoje:
perdoai-nos as nossas dividas,
assim como nós perJoamos aos nossos devedores,
e não nos deixeis cair em tentação, ,
mas livrai-nos do mal. Amém.
Como rezar
.~ 182-
Pela manhã e à noite
- 183-
Para Responder
Para Recordar
l
espirituais e mate-
riais
Rezar pela manhã e à noite.
I"J):J'fURA
- 186-
LlÇAO XXXI
A AVEaMARIA
Depois da oração· mais bela e sublime, devemos com
muita confiança rezar a Ave-Maria, que é uma saudação e
invocação à Mãe de Deus e mãe nossa do céu.
A Ave-Maria divide-se em duas partes. A primeira com-
põe-se de duas frases do Evangelho; a segunda de uma invo-
cação da Igreja. As duas frases do Evangelho são muito bem
escolhidas. Proclamam-se nelas as grandes prerrogativas de
Nossa Senhora. Com efeito, dizendo "Ave-Maria, cheia de
graça, o Senhor é convosco", repetimos as palavras do Anjo,
quando lhe anunciou que seria Mãe de Deus.
Lembramos com essas expressões que Nossa Senhora é
cheia de graça e que Nosso Senhor de tal modo nela se com-
prazeu, que a escolheu por Mãe, preservando-a de tôda som-
bra de pecado, desde o primeiro instante de sua existência,
enriquecendo-a ainda de infinitas graças.
As palavras que seguem são de Santa Isabel. Como
lemos no Evange!ho, Santa Isabel, inspirada pelo Espírito
Santo, reconheceu em Maria, que a fôra visitar, a Mãe do
Salvador e a proclamou bendita eí1tre tôdas 8S mulheres
porque o seu Filho Jesus, era o Senhor tão ansiosamente espe-
rado durante séculos, pois era o Messias.
Oração divina
- 187-
'.
Com efeito, as duas frases que atestam a grandeza da
Mãe de Devs, são tornadas literalmente do Evangelho. As
primeiras palavras ovtra cGisa não são que a saudação com
qve o própriQ Deus, por meio de seu Anjo, saudou a Maria.
As outras, como dissemos, foram inspiradas pelo Espírito
Santo.
Não devemos desprezar o que da Santíssima Virgem
disse Deus Nosso Senhor. Nós Católicos somos muito mais
afortunados, porque não só acreditamos nessas palavras e
nas maravilhosas verdades que elas contêm a respeito de
Maria, mas repetimo-Ia muitas vêzes, cheios de confiança em
sua maternal proteção.
Concluindo estas duas primeiras invocações a Igreja
exclama, na segunda parte: "Santa Maria, mãe de Deus, rogai
por nós ... ".
, t como dizer: uma vez que pelo testemunho de Deus,
que nos é dado pelo Evangelho, cremos que Vós ~ois a ver~
dadeira Mãe de Deus, rogai por nós pecadores! Rogai para
que Deus nos auxilie mediante vossa proteção de Mãe, agora
e na hora de nossa morte. Amém. Assim seja!
Sem dúvida é esta uma devota e belíssima oração.
Abre-nos o coração à confiança em "nossa advogada", que
no Céu tudo pode sôbre o coração de seu filho.
188 -
Santos, como se fôssem os
verdadeiros donos e dispen~
sadores das graças. Não de-
vemos ser tão incorretos e
mal educador p a r a com
II Deus.
Quando entramos em
II alguma igreja, com o fim
de "fazer nossas devoções"
- mesmo que seja para
~.
culo, e só depois invocar os
Santos de nossa devoção:
Nossa Senhora, São José,
Santo Antônio, Santa Tere-
sinha, etc ...
Rezar sempre
- 189-
Amar com pureza de coração, mesmo à custa de gran$
des sacrifícios.
Servir com generosidáde de filhos.
A isto chama..se também piedade. Por êsse caminho
chega-se a um grande ideal cristão apontado por São Paulo:
"Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa,
fazei tudo para glória de Deus".
Para Recordar
Ave-Maria
j Consta detPalavras do
duas
partes
Evangelho
{ArCanjO Gabriel
Santa Isabel
palavras da Igreja
- 190-
CONCLUSÃO
Disse, um dia, Jesus aos Apóstolos, que voltaria "para
a casa de seu Pai celeste", a fim de preparar-lhes um lugar.
Interrompeu-o, porém, São Tomé e perguntou:
- Senhor, não sabemos aonde tu vais, nem conhece-
mos o caminho.
Jesus então respondeu:
Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida.
EM NOME DO PAI
DO FILHO
DO ESpIRITO SANTO
AM~M.
-191 -
PERGUNTAS E RESPOSTAS
do
Lição I
1. Que é a graça
A graça é um dom interno, sobrenatural e gratuito,
que Deus nos dá em relação à vida eterna.
2. Como se divide a graça?
A graça se divide em graça santificante ou habitual
e graça atual.
- 192
(; . Que é a graça aiual t
A graça atual é um dom sobrenatural transitório, que
ilumina nosso entendimento, move e conforta nossa VOD.a
tade para praticar o bem e evitar mal.°
7. ])aus nos dá sempre a graça atual?
S:m; Deus nos dá a graça atuaI sempre que dela pre-
cisamos, ou lha pedimos com as devidas disposições.
Lição II
1. Por que meio Deus nos oomunica a sua grai]a?
Deus n08 cmumca a sua graça principalmente nos
sacramentos.
lição III
1. Como nos santificam os sacramentos?
Os sacramentos nos santificam, dando-nos ou au-
mentando em nós a gT'aça, que nos torna santos e agra-
dáveis a Deus.
- 193-
S. Quem deu esta virtude aos sacramentos?
Foi Jesus Cristo que deu esta virtude aos sacramen~
tos pela sua paixão e morte.
4: . Quais são os sacramentos mais necessários para a sal-
va~ão?
Os sacramentos mais necessários para a salvação são
dois: o Batísmo e a Penitência; o Batismo para todos;
a Pemtência para' os que cometeram peeado mortal de~
pois do Batismo.
S. Como se dividem· os sacramentos?
Os sacramentos se dividem em sacramentos de mor-
tos e sacramentos de vivos.
6. Quantos são os sacramentos de mortos?
Os sacramentos de mortos são dois: o Batismo e a
Penitência.
7. Por que se chamam sacramentl'>§ de mortos?
O Batismo e a Penitência chamam-se sacramentos de
mortos, porque conferem a vida da graça aos que estão
mortos pelo pecado.
8. Quantos são os sacramentos de vivos?
Os sacramentos de vivos são cinco: a Crisma, a Eu-
caristia, a &trema Unção, a Ordem e o Matrimônio.
9. Por que se ehamam sacramentos de vivos?
Chamam-se sacramentos de vivos, porqué devem ser
recebidos em estado de graça.
10. Que graça comerem os sacramentos de vivos?
Os sacramentos de vivos conferem um aumento da
graça santificante, que já deve existir na alma de quem
os recebe e a graça sacramental, própria de cada sacra-
mento. '
11. Que pecado cometeria quem recebesse um dos sacramen-
tos de vivos sabendo que não está em graça de Deus?
Quem recebesse um sacramento de vivos, sabendo
que não está' em graça de Deus, cometeria um grave sa-
crilégio.
- J94-
Lição IV
- 195-
Lição V
1. Que se requer para que haja mn sacramento?
Para que haja um sacramento três coisas se reque-
rem, a saber: matéria, forma e ministro, que tenha in-
tenção de fazer o que faz a Igreja, quando ministra os
sacramentos.
2. Que é a matéria dos sacramentos?
A matéria dos sacramentos é a coÍsa sensível de que
se usa, para m!nístrá-Ios, como por exemplo, a água na-
tural no Batísmo; o óleo e bálsamo na Crisma.
S. Que é a forma dos sacl'am'ent.os?
A forma dos sacramentos são as palavras que se pro-
ferem na administração dêles.
4. Que é o ministro dos sacramentos?
O ministro dos sacramentos é a pesf30a que confere
o sacramento.
5. Por que se chamam os sacI'amento9 sinais sensíveis e efi-
cazes da graça?
Chamam-se os sacramentos sinais sensíveis e efica-
zes da graça, porque todos os sacramentos significam,
por meio de coisas sensiveis, a graça que êlea produzem
na alma.
S. Explica isto com um exemplo.
Por exemplo, no Batiamo, o derramar da água na
cabeçada criança e as palavras eu te batizo, isto é, te
lavo, te purifico, são um sinal sensivel da graça que dá
o Batismo: porque, assim como a água lava o corpo e o
purifica, assim a graça conferida pelo Batismo purifica
a alma do pecado.
Lição VI
1. Que é o Batismo?
O Batíamo é um sacramento que Nosso Senhor Jesus
Cristo instituiu para nos regenerar pela graça, fazer-nos
cristãos, filhos de Deus e da Igreja.
- 196-
2. Qual é a matéria do Batismo?
A matéria do Batismo é a água natural, como a dos
rios, das fontes, do mar, etc.
3. Qual a forma do Batismo?
A forma do Bat;smo são as palavras: Eu te batizo
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
4:. Quem é o minifltl'o ordinário do Batisillo?
O ministro ordinário do Batismo é o sacerdote, e
principalmente o pároco.
5. Em caso de necessidade, qualquer pessoa pode Batizar?
Em caso de necessidade, qualquer pessoa, ainda he~
rege ou infiel, pode batizar.
6.· Que inten~ão deve ter quem arunIDistra o Batismo?
Quem administra o Batiamo deve ter a intenção de
fazer o que a Igreja faz quando administra êste sacra-
mento.
7. Como se administra o Batismo?
Administra-se o Batísmo, derramando água natural
na cabeça da pessoa que se batiza, e pronunciando ao
mesmo tempo as palavras: Eu te batizo em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo.
8. Será váHdo o Batismo, quando um pronuncia as palavras
e outro derrama a água?
Não; o Batísmo não será válido, se um pronunciar
as palavras e outro puser a água.
9. Não podendo derramar-se água na cab'e~a, deixa-se a pes-
soa sem Bati§mo?
Não podendo derramar-se água na cabeça, derrama-
se em outra parte principal do corpo, pronunciando as
mesmas palavras: mu te batizo em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.
10. Quando se devem batizar as crianças?
As cr;anças devem ser batizadas o mais breve pos-
sível.
-·197 -
11. Por que tanta pressa em batizar as crianças?
Deve-se ter tanta pressa· em batizar as crianças, por
que pela sua tenra idade estão expostas a muitos perigos
e acidentes, e, se morrerem sem Batismo, não se podem
salvar.
12. Pecam, então, gravemente os pais que S'e demoram em
levar ao Batismo seus filhos?
Sim; pecam gravemente os pais que se demoram em
levar ao Batismo seus filhos, porque os expõem a morrer
sem êste sacramento e a ficar privados da felicidade
eterna.
13. O Batismo é necessário para. nos salvarmos?
Sim; o Batismo é absolutamente necessário para nos
salvarmos, segundo a palavra do Senhor: Quem não re-
nascer pela água e pelo Espírito Santo, não poderá en-
trar no reino dos céus.
Lição VII
1. Quais são os efeitos do lBatismo?
O Bat!smo:
1. 9 apaga o pecado original e também o atual, se houver;
2. 9 perdoa tôda a pena devida a êsses pecados;
3. 9 imprime-nos na alma o caráter de cristãos;
4. 9 faz-nos filhos de Deus e da Igreja e herdeiros do céu;
5. 9 torna-nos aptos para receber os outros sacramentos.
2. A que fica obrigado quem se batiza?
Quem se batiza fica obrigado a professar sempre a fé
e a observar a lei de Jesus Cristo e de sua Igreja.
S. A que mais se obriga quem recebe o Batismo?
Quem recebe o Bat;smo se obriga a renunciar para
sempre a Satanás, às suas obras e às suas pompas.
4. Que se entende !l01' obras e pompas de Satanás?
Por obras e pompas de Satanás se entendem os peca-
dos, as vaidades e as máximas do mundo, contrárias às
máximas do Evangelho.
5. Quem faz essas promessas e renúncias em nome das
crianças? .
São os padrinhos que fazem essas promessas e re-
núncias em nome das crianças.
6. Somos obrigados a cumprir essas promessas e renúncias
que. por nós fizeram o.s nossos padrinhos?
Sim; somos obrigados a cumprir essas promessas e
renúncias que por nós fizeram nossos padrinhos.
Lição Viii
1. Que é sacramento da crisma?
A Crisma é um sacramento que nos dá o Espírito
Santo, imprime na alma o caráter de soldado de Jesus
Cristo e faz-nos perfeitos cristãos.
Z. Não recebemos o Espírito Santo no Batísmo?
Sim; no Batísmo recebemos o Espírito Santo; não,
porém, com a mesma abundância de graças como na
Crisma.
3. De que modo a Crisma nos faz perfeitos cristãos?
A Crisma nos faz perfeitos cristãos, confirmando-no~
na fé e aperfeiçoando as outras virtudes e dons que re-
cebemos no Batismo.
4. Devem todos procurar receber o sacramento da Crisma?
Sim; todos devem procurar receber o sacramento da
Crisma e fazer que o recebam os seus subordinados.
5. A Crisma é necessária para a salvação?
Não;. mas privam-se de muitas graças e pecam os
que a deixam de receber por negligência .
. 6. Cometeria pecado quem recebesse a Crisma duas vêzes?
Sim; que recebesse a Crisma duas vêzes cometeria
um grave sacrilégio, porque a Crisma é sacramento que
imprime caráter e só se recebe uma vez .
.~ 199 -.·
7. Que disposições se exigem para receber dignamente a
Crisma?
Para receber dignamente a Crisma.há mister achar-se
a pessoa em estado de graça, conhecer os mistérios pr:n-
. cipais de nossa fé, apresentar-se ao Bispo com respeito
e devoção.
8. Quem é o ministro do sMramento da Crisma 'r
O ministro do Sacramento da Crisma é o Bispo.
9. Com que cerimônia o Bispo administra o sacramento da
Crisma?
,Para admin;strar o sacramento da Crisma, primeira-
mente o Bispo, de pé, estende a mão sôbre os que se vão
crismar, invocando sôbre êles o Espirito Santo; depois,
com o santo Crisma, faz uma cruz na testa de cada um, di-
zendo as palavras da f.orma do sacramento da Crisma: Eu
te assinalo com o sinal da cruz e te confirmo com o Crisma
da salvação, em nome do Pai e do Filho e do Espirito
Santo. Em seguida bate na face do crismado, dizendo: A
paz seja contigo. Por údt!mo, de pé, dá a bênção a todos
os crismados.
10. Por que ~ faz a cruz na testa com o santo Crisma?
Faz-se a cruz na testa, para significar que o crismado
não deve nunca envergonhar-se do sinal do cristão, nem
de professar a doutrina de Cristo.
11. Por que se bate na face do crismado?
Bate-oo na face do crismado, para lhe significar que
deve estar preparado para sofrer qualquer afronta e tra-
balho pela fé cristã.
12. Que é o santo Crisma?
O santo Crisma é uma mistura de óleo de oliveira e
de bálsamo oriental, que o Bispo consagra todos os anos
na Quinta~feira Santa.
IS. Que significa o óleo e o bálsamo no sacramento da Crisma?
O óleo, pela virtude que tem de se espalhar e fortifi-
car os corpos, significa a graça que abundantemente se dl=
-. 200-
funde na alma do cristão, para fortificá-la e confirmá-la na
fé; o bálsamo pela sua fragrância e virtude de preservar
da corrupção, significa que o cristão, fortalecido por essa
graça, se torna capaz de dar bons exemplos de virtudes
cristãs e preservar-se do contágio dos vícios.
11. Que deve fazer o cristão para conSfwvar a graça do sa,..
m'amento da Crisma?
Para conservar a graça do sacramento da Crisma, o
cristão deve orar freqUentemente, fazer boas obras e viver
segundo a lei de Jesus Cristo, sem respeito humano.
tição IX
1. Quantos e qmtns são os dons do Esphito Santo que rece-
bemos na Crisma?
Os dons do Espírito Santo que recebemos na Crisma
são sete:
1. 9 Sabedoria;
2. 9 Entendimento;
3. 9 Conselho;
4. 9 Fortaleza;
5. Q Ciência;
6. Q Piedade;.
7. 9 Temor de DeUS.
Lição X
- 201
Lição XI
1. Está na Eucaristia o mesmo Jesus Cristo que nasceu de
Maria Virgem?
Sim; na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que
nasceu de Maria Virgem e que está no Céu.
2. Por que crês tu que nesse sacramento está Jesus Cristo? "
Lição XII
1. Como se explica a presença real de Nosso Senhor Jesus
Cristo na Eucaristia, debaixo das espécies ou aparências
d~ pão e de vinho?
A presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na
Eucaristia, debaixo das espécies ou aparências de pão e
de vinho, explica-se pela maravilhosa conversão de tôda
a substância do pão no corpo e de tôda a substância do
vinho no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
2. Como se chama essa maravilhosa convel'são?
Essa maravilhosa conversão chama-se transubstan~
<liação.
3. QQando se faz a conversão do pão e do vinho no verdadei.
1'0corpo. e no verdadeiro sangue de Nosso Senhor Jes,us
Cristo?
Essa conversão se faz no momento em que o sacer-
dote pronuncia as palavras da consagração, na Missa.
4. Quem deu tanto poder a essas palavras?
Quem deu tanto poder a essas palavras foi Jesus
Cristo, quando as pronunciou na última ceia.
5. Então depois da consagração da hóstia e do vinho nada
fica de pão e de vinho?
Depois da consagração da hóstia e do vinho, nada
fica de pão e de vinho, a não ser as espécies ou aparências.
6. Que co.isas são as espécies do pão e do vinho?
As espécies do pão e do vinho sã os acidentes, isto
é, a quantidade e as qualidades sensíveis do pão e do.
vinho, como a côr, o cheiro, o sabor, etc.
7. Debaixo das espécies do pão. só há o corpo de Jesus Cristo,
e debaixo das espécies do vinho só há o seu sangue?
,
Tl:J,nto debaixo das espécies do pão como debaixo das
espécies do vinho, está Jesus Cristo todo inteiro, corpo,
sangue, alma e divindade. .
8. Jesus Cristo está vivo em rodas as hóstias consagradas
no mundo?
Sim; Jesus Cristo está vivo em tôdas as hóstias con-
sagradas no mundo.
9. Quando se parte a hóstia, parte-se também o corpo. de
Jesus Cristo?
Não; quando se parte a hóstia, não se parte o corpo
de Jesus Cristo; partem-se somente as espécies do pão.
10. Em que parte da hóstia está o corpo de Jesus Cristo?
O corpo de Jesus Cristo está todo inteiro em Cada,
uma das partes em que se divide a hóstia"
203 -.
11. Por que motivo· se conserva a Eucaristia ou o Santíssimo
Sácramento nas Igrejas?
O Santíssimo Sacramento se cons'erva nas igrejas
para ser visitado e adorado pelos fiéis, e para ser levado
aos enfermos em caso de necessidade como viático.
Liçiio Xiii
1. Por que instituiu Jesus Cristo a santíssima Eucaristia?
Jesus Cristo instituiu a santíss:ma Eucaristia por
muitas razões:
1. 9 Para ser o sacrifício permanente da nova lei;
2.Q Para alimento espiritual de nossas almas;
3. 9 Para perpétua comemoração de sua paixão e
morte, e penhor preciosíssimo de seu amor aos
homens e da vida eterna.
2. Que efeitos produz em nós a Eucaristia?
Os principa:s efeitos, que a Eucaristia produz em nós,
são:
1. Q Conservar e aumentar a vida da alma, que é a
graça, como o alimento mat8rial conserva e au-
menta a vida do corpo;
2.Q Apagar os pecados veniais e preservar dos mor-
taIs;
3. ç Unir-nos a Jesus Cristo e fazer-nos viver de sua
vida.
- 204-·
2. Que quer (lizer estado de graça?
Estado de graça quer dizer ter a consciência pura e
livre de todo pecado mortal.
3. Que pecado comete quem comlmga em pecado mortal?
Quem comunga em pecado mortal, se tem consciên-
cia de seu estado, comete horrível sacrilégio.
4. Que jejum se exige para comlmgar?
Para comungar se exige estar em JeJum, durante
três horas antes, quanto a alimentos sólidos, e uma hora
antes, quanto a alimentos líquidos. Agua não quebra o
jejum.
5. Em que consistem a fé e a devoção com que devemos
comungaI'?
A fé consiste em crer que J esua Cristo está realmente
presente neste sacramento, e a devoção consiste em rece~
bê~lo com todo o respeito, modéstia e recolh:mento.
6. Há obrigação de comungar?
Há obrigação de comungar em perigo de morte e, ao
menos, uma vez cada ano, pela Páscoa da Ressurreição.
7. I~m que idade começa a obrigar o preceito da oomll1Ú1ão
pascal?
o preceito da comunhão pascal começa a obrigar des-
de a idade em que o menino é capaz de recebê-la com as
devidas disposições.
Lição XV
1. A Eucaristia deve-se considerar somente como sa.cra,..
monto?
Não; a Eucar:stia é também o. sacrifício permanente
da nova lei que Jesus Cristo deixou à sua Igreja, para ser
oferecido a Deus por meio dos sacerdotes.
2. Como se chama êste sacrifício da nova lei?
Êlste sacrifício da nova lei chama-se .o sacrifi.cio da
Missa.
- 205-
.3 . Que. é a Missa?
A Missa é o sacrifício incruento do corpo e do san~
gue de Jesus Cristo, oferecido sôbre os nossos altares,
debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do
sacrifício da cruz.
4. Quem instituiu o sacrifício da Missa?
O sacrifício da Missa foi instituído pelo próprio Jesus
Cristo quando instituiu o sacramento da Eucaristia na
noite antes de sua paixão.
5. A quem se oferece o. sacrifício da Missa?
O sacrifício da Missa se oferece a Deus sõmente.
Lição XVI
- 206-
Lição XVII
Liçiío XViii
- 207
G. Além do número dos pecados mortais, devemos também
notar as circunstâncias?
Sim; além do número dos pecados mortais, devemos
examinar as circunstâncias que mudam a espécie do pe-
cado ou mudam o pecado venial em mortal.
7. Será conveniente acusar também outras circunstâncias?
Sim; é conveniente acusar também as circunstâncias
que aumentam de muito a malícia do pecado.
S. Podes dar algum exemplo de cil'CUllstâncÍ::ls que mu~m
a espécie do pecado?
Por exemplo, quenl furtou na igreja, ou quem bateu
em um sacerdote, deve notar esta circunstância do lugar
sagrado ou da pessoa sagrada, para declará-la na confis-
são, porque em tal caso o pecado de furto ou de espanca-
mento vem a ser, além disso, um sacrilégio.
9. Sabes algum exemplo. das cirClllistâncias que 31U11entam
muito a malícia do pecado?
Quem furta uma grande soma de dinheiro, por eXem-
plo, mil cruzeiros, comete um pecado mais grave do que
se roubasse somente deij cruzeiros.
10. Ê nece8§ário fazer o exame de tôda a vida paooada em
cada confissão?
Não; basta fazer o exame a partir da última confissão
bem feita.
Lição XIX
- 208-
3. Por que motivo nós nos devemos arrepender?
Nós nos devemos arrepenÇler, porque, pecando, ofen-
demos a Deus, infinitamente bom e digno de ser amado
sôbre tôdas as coisas, e porque merecemos os castigos do
pecado.
4. Que devemos fazer para conseguirmos o arrependimento?
Para conseguir o arrependimento, havemos de pedi·
lo a Deus, excitá-lo em nós pela consideração do grande
mal que fizemos pecando.
5. Quantas espécies há de arrependimento?
Há duas espécies de arrependimento: perfeito ou
contrição, e imperfe:to ou atrição.
6. Que é o arrependimento perfeito ou contrição?
O arrependimento perfeito ou contrição é a dor e
detestação dos pecados, por ter ofendido a Deus, infini·
tamente bom e digno de ser amado sôbre tôdas as coisas.
7. Por que se chama êste arrependimento perfeito?
li:ste arrependimento chama-se perfeito:
V, porque se refere diretamente à bondad.e de Deus;
2. porque nos obtém logo o perdão dos pecados.
Q
Lição XX
1. Que mal IlZemos com o pecado mortal?
o mal que fizemos com o pecado mortal consiste:
1. em têrmos ofendido a Deus, nosso Senhor e nosso
Q
- 209-
.2. O arrependimento deve se .estender a todos os pecados?
Sim; o arrependime:n.to. deve estendercse' a todos os
pecados mortais cometidos. .
3 : .Quem se confessa somente dos pecados veniais, precisa
ter arrependimento de todos?
Não; para a validade da c-onfissão basta ter arrepen-
dimento de um ou outro pecado venial, mas para alcançar
o perdão de todos, é necessário arrepender-se de t-odos.
4. Em que co.nsiste o propósito?
O propósit-o consiste na vontade firme e decidida de
nunca mais pecar, e de empregar todos os meios necessá-
rios para evitar o pecado.
5. Quais são os principais meios para evitar o pecado?
Os principais meios para ev~tarmos o pecado, são: a
oração freqüente, pedindo a Deus fôrça para não o ofen-
dermos; a freqüência da Comunhão e confissão, e a fuga
das ocasiões próximas.
6. Que se entende por ocasião próxima de pecado?
Por ocasião próxima de pecado se entende aquela cir-
cunstância em que o homem ordinàriamente cai em pe-
cado.
7. Há obriga~ão de evitar a ocasião próxima de pecado?
Sim ;. há tão grave obrigação de evitar a ocasião pró-
xima do pecado, que nunca pode ser perdoado quem não
a quiser deixar, podendo.
Lição XXI
1. Em que consiste a confissão?
A confissão c-onsiste na acusação clara e distinta dos
pecados, feita ao confessor; para recebermos a absolvição
e a penitência.
2. Que pecados somos obrigados a confessar?
Somos obl'lgad-os a confessar os pecados mortais; mas
é bom também confessar os pecados veniais.
\
- 210-
3. Como devemos acusar os pecados?
Devemos acusar os pecados, declarando o número
dêles, a espécie, e as circunstâncias, que mudam a espé-
cie, ou mudam o pecado venial em mortal.
4. Quem se não recorda do número exato dos pecados mor-
tais como há de fazer?
Quem se não recorda do número meato dos pecados
mortais que cometeu, deve dizer o número que mais se
aproxima da realidade.
5. Que pecado cometerá quem, por vergonha ou mêdo, se
tiver confessado mal, ocultando algum pecado?
Quem, por vergonha ou mêdo, houvesse ocultado pe-
cado grave, ou mentido em matéria grave, na confissão,
não alcançaria perdão de nenhum pecado e cometeria um
sacrilég'lo. '
6. Que deve fazer quem se confessou mal?
Quem se confessou mal deve repetir a confissão mal
feita e tôdas as outras que lhe seguiram.
7. Quando é que a confissão, é mal feita?
A confissão é mal feita quando nela se oculta pecado
mortal ou não se tem arrependimento dos pecados.
8. Quem por esquecimento, deixou de acusa]!' um pecado mor-
talou uma circunstância, que devia declarar, fêz boa
confissão?
Sim; quem, por esquecimento, deixou de acusar um
pecado mortal ou uma circunstâno:a que devia declarar,
fêz boa confissão.
9. Que deve fazer quem na confissão esqueceu pecados
mortais?
Quem na confissão egqueceu pecados mortais deve
acusá-los na primeira confissão que fizer.
10. Que farás, apresentando-te ao confessor?
Apresentando-me ao confessor, ajoelhar-me-ei a seus
pés e direi: Padre, dai-me a vossa bênção, que pequei;
farei o sinal da cruz e direi: «Eu pecador me confesso a
Deus e a vós, padre»; em seguida fare': a acusação dos
meus pecados, começando por dizer quanto tempo se
passou desde a última confissão.
-' 211-
11. :fi: coisa útil acusar algwn pecadQ grave da vida passada?
Sim; quando a confissão constar só de pecados ve-
niais, é útil ~usar algum pecado grave da vida passada,
para mais fàcilmente excitar o arrependimento e. assegu-
rar a absolvição.
12 . Que farás depois da acusação dos pecados?
Depois da acusação dos pecados,ouvirei com atenção
os conselhos do confessor; aceitarei a penitência que der
e, -quando me absolver, rezarei o ato de contrição.
13 . Que farás d-epois da absolvição?
Depois de receber a absolvição, retirar-me-ei modes-
tamente e irei dar graças a Deus; cumprirei quanto antes
a penitência e porei em prática os avisos e conselhoo do
confessor.
Lição XXII
1. Que é a absolvição?
A absolvição é uma sentença que o sacerdote pro-
nuncia em nome de Jesus Cristo, para apagar e perdoar os
pecados.
2. Que é a satisfação?
A satisfação é a execução da penitência imposta pelo
confessor .
.3 . Quando se deve cumprir a penitência?
Se o confessor marcar o tempo, o penitente deverá
cumprir a penitência no tempo marcado; se não marcar,
convém que a cumpra quanto antes.
4. Que fim tem a penitência imposta pelo confessor?
A penitência imposta pelo confessor tem por fim a
reparação da injúria feita a Deus pelos pecados cometidos.
5. Somos obrigados a satisfazer a Deus ainda depois da
absolviiÇão dos nossos p'ecados?
Sim; somos obrigados a satisfazer a Deus ainda de-
pois da absolvição dos nossos pecados, porque a absolvição
perdoa os pecados e as penas eternas que lhe são devidas;
não nos perdoa, porém, as penas temporais, que devemos
sofrer nesta vida ou na outra.
- 212-
6. Em que consiste a reparação da injúria feita a Deus pelos
nossos pecados?
A reparação da injúria feita a Deus pelos nossos pe·
cados consiste na execução da penitência que nos foi im~
posta pelo confessor e na prática de outras obras satisfa-
tórias.
7. Conheces algumas obras satisfatórias 'I'
São obras satisfatórias: oração, jejum, mortificação,
esmolas e outras semelhantes.
8. :É bom confessar-nos freqUentemente?
Sim; é bom confessar-nos freqüentemente, cada oito
ou qu~nze dias;. o mais tardar cada mês.
Lição XXIII
diligências?
A Igreja remite a pena temporal aplicando-nos o fru-
to dos merecimentos de Jesus Cristo, de Maria Santíssima
e dos Santos.
5. As indulgências dispensam-nos porventura da obrigação de
fazer yenitência?
Não; as indulgências não nos d~spensam da obrigação
de fazer penitência., mas auxiliam a nossa boa vontade e
suprem a fraqueza de nossas fôrças.
- 213-
6. Que é necessário fazer para ganhar as indulgências?
Para ganhar as indulgências é necessário executar
exatamente as obras prescritas e fazer ao menos a última
em estado de graça.
7. As indulgências poderão 'também aproveitar às almas do
purgatório?
Sim; as indulgênc~as aproveitam também às almas do
purgatório, se o Papa conceder que sejam aplicadas em
sufrágio delas.
8. Quantas espéci'es llá de indulgências?
Há duas espécies: indulgências plenárias e indulgên-
cias parciais.
9. Que são as indulgências plenárias?
As indulgências plenárias são as que remitem tôda a
pena temporal devida aos pecados.
10. Que são indnlgêlllcias parciais?
As indulgências parciais são as que remitem somente
uma parte da pena temporal devida aos nossos pecados.
11. Que se entende por indulgência de 40 ou 100 dias, 7 anos?
Por indulgência de 40 ou 100 dias e 7 anos, se en-
tende uma indulgência que perdoa a pena temporal que
na antJ:ga disciplina da Igreja era perdoada com 40, 100
dias e 7 anos de penitência.
12. Quem tmn o poder de conceder indulgências?
Só o Papa tem o poder de conceder indulgências em
tôda a Igreja, e os Bispos em suas dioceses, por concessão
do Papa.
13. Que é Juhileu?
O jubileu, que ordinàriamente se concede cada vinte
e cinco anos, é uma indulgência plenária, a que estão ane-
xos muitos privilégios e concessões especiais, como: a
absolvição de certos pecados reservados e certas censuras
e a comutação de certos votos.
- 214-
· lição XXIV
1. Que é sacramento da Extrema Un~o?
A Extrema Unção é o sacramento instituído por Nos-
so Senhor Jesus Cristo para alívio espiritual e temporal
dos enfermos.
2. Que efeitos !)l'oduz o sacramento da Extrema Unção?
O sacramento da Extrema Unção, produz os efeitos
seguintes:
1.? Aumenta a graça santificante;
2. ç Apaga os pecados veniais e também os mortais
quando o enfermo contrito não fôr mais capaz
de confessá-los;
3.9 Livra a alma de todos OS resíduos de pecado, a
saber: de certo torpor e frieza para o bem, que
ficam na alma, ainda depois de perdoados os
pecados;
4. Q Restitui a saúde do corpo, se assim convier à .
salvação da alma, ou à glória de Deus;
5. Q Dá confôrto e paciência ao enfermo para supor-
tar os Íncômodos e trabalhos da doença, e fôrça
para resistir às tentações e morrer santamente
8. Quando se deve receber a Extrema-Unção?
Deve-se receber a Extrema Unção quando a enfer-
midade fôr grave, e logo depois da confissão e do sagrado
Viático.
4. Se o enfermo não puder confessar-se poderá reC'eber a Ex-
trems, Unção? .
Sim; mesmo quando não puder confessar-se, por ter
perdido a fala ou por outro motivo, deverá receber a Ex-
trema Unção.
Lição XXV
- 215-·
2. Qual deve ser o fim de quem abr~ o estado. eclesiástico?
O fim de quem abraça o estado eclesiástico deve ser a
glória de Deus e a salvação das almas.
3. Pode alguém por si mesmo escolher êste estado?
Não; ninguém por si mesmo há de escolher o estado
eclesiástico, mas deve esperar o chamado ou a vocação de
Deus.
Lição XXVI
Lição XXVII
- 216
2. O sacramento do Matrimônio tem alguma significação
e9pecial?
O sacramento do Matrimônio s:gnifica a união de
.Jesus Cristo com a Santa Igreja, sua espôsa e nossa mãe.
S. Por que é indissolúvel o vinculo matrimonial?
O vínculo matrimonial é indissolúvel porque assim o
determinou Deus, desde o princípio, e .Jesus Cristo o con-
firmou.
4. Que quer dizer VÍl~culQ matrimonial indissolúvel?
Vinculo matrimonial indissolúvel quer dizer que a
União entre os casados não se rompe senão pela morte de
Um dêle~.
Lição XXVIII
- 217-
3' .. Nos paises em quefôl' lei o casamento civil, que convém
fazer?
Nos países em que fôr lei o casamento civ:l, convém
que os cônjuges cristã,os, celebrado perante a Igreja seu
casamento, se apresentem ao oficial civil, a fim de con-
seguirem os efeitos civis.
Lição XXIX
DA ORAÇÃO EM GERAL
1. Que é oração?
Oração é uma elevação da alma a Deus, para adorá-
lo, agradecer e pedir-lhe as graças de que necessitamos.
~. De quantos modos :vode ser a oração?
A oração pode ser de dois modos: a oração mental e
a oração vocal.
3. Como se faz a oração. mental?
A Dração mental se faz no Íntimo do coração e da
alma, falando com Deus; chama-se também meditação.
4. Como se faz a ol'a.f?ão vocal?
A oração vocal se faz exprimindo com plllavras o
sentimento da alma e do coração.
5. É necessário fazer oração?
Sim; é necessário fazer oração freqüentemente, por-
que Jesus Cristo o ordena, e o nosso bem temporal e
eterno o exige.
6. Quando devemos especialmente orar?
Devemos especialmente orar no momento das tenta-
ções, dos perigos e na hora da morte.
7. O bom cristão contenta-se com orar somente nestas
ocasiões?
Não; o bom cristão deve orar todDs os dias, pela ma-
nhã, ao levantar-se; à noite, ao deitar-se; e antes de co-
meçar qualquer ação importante.
~ 218-
8. Haverá um meio de vivermos sernDre em oração?
Sim; o meio de vivermos com o espírito sempre em
oração consiste em fazermos intenção de agradar a Deus
em tôdas as nossas ações.
9. Podemos nós esperar obter as graA:as que pedimos?
Sim; podemos e devemos esperar obter as graças que
pedimos, contanto que não se oponham à nossa salvação.
10. Por que devemos esperar que Deus atenda às nossas ora-
ções?
Devemos esperar que Deus atenda as nossas orações,
porque êle mesmo o prometeu.
11. Em nome de quem devemos pedir as graA:as de que ne-
cessitamos?
Devemos pedir a Deus as graças de que necessitamos,
em nome de J esns Cristo em vista de seus merecimentos.
12. Que coisa principalmente devemos pedir aDeus?
Devemos pedir a Deus sua glólI:a, a nossa salvação e
os meios de consegui-la.
18. Podemos também pedir a Deus a saúde oe outros bens tem-
porais? .
Sim; podemos pedir a Deus a saúde e outros bens
temporais, sujeitando-nos, porém, à sua santíssima von~
tade.
14. Promet"cu Je:,lUs Cristo su~, :uisistência especial a alguma
oração?
Sim; Jesus Cristo prometeu sua assistência especial à
oração em comum, isto é, à ora.ção que duas ou mà:is pes-
soas fazem juntamente.
15 . Que devem então fazer as famílias cristãs, para terem a
assistência es,edal de Jesus Cristo?
As famílias cristã,s, para terem a assistência especial
de Jesus Crist.o, devem fazer suas orações em cOp:lum, ao
menos à noite.
"
IS. Como dove ser feita a ol'a~ão?
A oração eleve ser feita com espírito de fê; humilda-
de, confiança e perseverança.
- 219-
Lição XXX
220 -
9. Por que dizemos a Deus: que estais nos céus; não 'está
Deus em todo lugar?
Dizemos : «Pai nosso que estais nos céus», para le-
vantar nossos corações para o céu, onde Deus manifesta
especialmente sua glória.
10. Quantas peti~es fazemos a Deus, no Pai-Nosso?
No Pai-Nosso fazemos a Deus sete petições.
11. Quais são as sete peti~ões no Pai-Nosso?
As sete petições no Pai-Nosso são:
1.~ Santif:cado seja o vosso nome;
2.~ . Venha a nós o vosso reino;
3.~ Seja feita.a vossa vontade, assim na terra como
no céu;
4.~ O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
5. ~ Perdoai-nos as nossas dividas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores;
6. ~ Não nos deixeis cair em tentação;
7.~ Mas livrai-nos do mal. Amém.
_. 221-
16. Que pedimos na quarta petit;ão: O pão no§§o de cada dia
nos dai hoje?
Na quarta petição, pedimos o alimento para a alma
e para o corpo, isto é, para a vida espiritual e para a tem-
poral.
17 . Que pedimos na quinta petição: Perdoai-nos as nossas
dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores?
Na quinta petição pedimos a Deus que nos perdoe os
pecados e nós nos comprometemos a perdoar aos que nos
ofenderam.
18, Que pedimos na sexta petição: Não nos deixeis cair em
tentação?
Na sexta petição pedimos a Deus que nlio nos deixe
sucumbir às tentações.
19 . Que pedimos na sétima p'ctição: Mas livrai-nos do mal?
Na sétima petição pedimos a Deus que nos livre dos
males espirituais e temporais.
Lição XXXI
1. Que outra oração costumamos dizer depois do Pai-Nosso?
Depois do Pai-Nosso, costumamos dizer a Ave-Ma-
ria, para pedir a proteção da Santíssima Virgem.
2. Dize a Ave-Maria.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do
vosso ventre, Jesus. Santa Mar:a, Mãe de Deus, rogai
por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém.
3. Por que depois do Pai-Nosso dizemos a Ave-Maria?
Depois do Pai-Nosso dizemos de preferência a Ave-
Maria, porque Maria Santíssima é a mais poderosa advo-
gada que podemos ter junto do seu divino Filho.
- 222-
4:. Por que devemos ter confian~a na proteção de Maria San-
tíssima?
Devemos ter confiança na proteção de Maria Santís=
s:ma, porque ela é a Mãe de Jesus e é também nossa Mãe.
5. Por que é Maria Santíssima também nossa Mãe?
Maria Santíssima é também nossa mãe, porque Jesus
Cristo na Cruz, nô-la deu por Mãe.
S. Como bavemos <le mfi,teC~l' a pl'oteção de Maria San~
tíssima?
Havemos de merecer a proteção de Maria Santíssima,
amando~a, invocando-a e imitando-lhe as virtudes.
'7. Qual é a devoção mais agradável a l\'Ial'ia Santíssima?
A devoção mais agradável a Maria Santíssima é o
Rosário.
8. Como se reza o Rosá.do?
Reza-se o Rosário, meditando em cada mistério e di-
zendo em memória de cada um dêles um Pai-Nosso, dez
Ave-Marias e um GlÓria-ao-Pai.
S. É coisa útil recorrer à intercessão. dos santos?
Sim; é coisa utilíssima recorrer à intercessão dos
santos, porque as súplicas dos santos são muito agradá-
ve5s a Deus.
10. A que santos, de preferência, nos devemos encomendar?
Devemos encomendar-nos a S. José, patrono da Igreja
universal; ao santo do nosso nome;. aos santos protetores
da diocese e da paróquia a que pertencemos; e ao santo
anjo da guarda.
11. Com que oração havemos de perur a proter;ão do anjo da
guarda?
Podemos pedir a proteção do anjo da guarda com a
seguinte oração: Anjo de Deus, que por divina piedade
- 223-
sois minha guarda e proteção, inspirai-me, defendei-me,
dirigi-me e governai-me. Amém.
A antiga versão portuguêsa é:
Santo anjo do Senhor,
Meu zeloso guardador,
Se a ti me confiou
A piedade divina.
Sempre me rege e guarda,
Governa e ilumina ..
12 . Quando é que devemos de um modo particular pedir a
proteção do anjo da guarda?
Devemos pedir a proteção do anjo da guarda, ao le-
vantar-nos pela manhã, e ao deitar-nos, à noite; ao sair
de casa, ao empreender uma viagem, nos perigos, etc.
-·224 -
Guerra ao Pecado e à
Impureza!
Defender a verdadeira Re- 1 - Refutar o êrro, a falsidade
gião, mediante uma verda- e a mentira, em matéria de
deira vida cristã, baseada Religião e Moral.
em sólida instrução e pie-
dade convicta.
Enaltecer a beleza da alma 2 - Pôr em relêvo a fealdade
em estado de Graça, e aper- da alma em pecado mortal,
feiçoá-Ia pela prática das e sua aviltante miséria.
virtudes, e, em particular,
da Pureza.
Promover conversas hones- 3 - Combater as conversas imo-
tas, edificantes. rais, obscenas e provocantes.
Divulgar gravações, revistas, 4 - Destruir, quanto possível,
periódicos, folhetos católi- gravações, jornais, folhetos
cos, coletando assinaturas, e cartazes inconvenientes,
vendendo-as, emprestando- e impedir que sejam com-
os e dando-os. prados, lidos e divulgados.
Fazer propaganda dos pro- 5 - Boicotar os programas de
gramas bons de Rádio e Te- Rádio e Televisão, opostos
levisão. à Fé e aos bons costumes.
Colaborar com os espetá- 6 - Impedir, por todos os meios,
culos morais (cinema, tea- a assistência a espetáculos
tro, etc.), participando, as- imorais, e se possível, a sua
sistindo, propagando e es- real ização.
palhando seus programas.
- Favorecer os esportes de- 7 - Opor-se a todo esporte in-
centes, apropriados à idade decente, a bailes modernos
e ao sexo. imorais, e à música sensual,
meios diabólicos de perver-
são.
Trabalhar pela dignificação 8 - Formar um ambiente hóstil
dos trajes da mulher, ba- às modas impudicas e aos
luarte defensivo de sua hon- trajes indecorosos ("nunca
ra, cristianizando as modas. pode ser lindo um vestido
desonesto" ).
Formar um ambiente propí- 9 - Lutar contra o afrouxamen-
CIO às Normas de Morali- to dos costumes e as teorias
dade da Igreja Católica, mundanas, opostas à moral
colaborando com as Cam- cristã.
panhas de Moralidade.
Fazer o possível para que 10 - Pedir a Deus, por meio de
parentes, amigos e conhe- sua Mãe, a Virgem Ima-
idos vivam na Graça de culada, que reprima o do-
e CRISTO REINE mínio da serpente infer ai.